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tema 1 a literatura infantil e a formaçao da nova mentalidade docente

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Literatura Infantojuvenil
Autoria: Ausdy Naza
reth Castros dos San
tos
Tema 01
A Literatura Infantil e a Formação da Nova Mentalidade Docente
Tema 01
A Literatura Infantil e a Formação da Nova Mentalidade Docente
Autoria: Ausdy Nazareth Castros dos Santos
Como citar esse documento:
SANTOS, Ausdy Nazareth Castros dos. Literatura Infantojuvenil: A Literatura Infantil e a Formação da Nova Mentalidade Docente. Caderno de 
Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.
Índice
© 2015 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua 
portuguesa ou qualquer outro idioma.
Pág. 15
Pág. 16 Pág. 17
Pág. 15
Pág. 12Pág. 10
ACOMPANHENAWEB
Pág. 3
CONVITEÀLEITURA
Pág. 3
PORDENTRODOTEMA
3
A Literatura Infantil e a Formação da Nova Mentalidade Docente 
Na nova era que se inicia, também chamada de Pós-Modernismo pelos estudiosos da história do homem, percebe-
se o crescimento de uma imensidão de problemas que, ao longo dos tempos, esperam solução. Nesse contexto, a 
educação e o ensino remetem à procura urgente de reflexões e respostas para as mais variadas perguntas, a fim de que 
uma nova civilização nasça da consciência e da responsabilidade para consigo mesma e para com o mundo que cada 
indivíduo vai criando para si desde a mais tenra infância.
Neste tema você perceberá a importância da literatura infantil na formação do leitor bem como a necessidade 
de aperfeiçoamento das competências docentes para que isso aconteça de forma eficaz e prazerosa, alertando para 
as especificidades do texto literário sem afastar da ludicidade da leitura. Considerando que o texto literário apresenta 
alguns aspectos linguísticos de função independente que não precisa de um contexto de interação humana imediata 
para ser compreendida, percebe-se a necessidade de extrair da leitura sensações ou reações do leitor, elementos que 
contribuem aos poucos para a formação de opiniões bem como do senso de apreciação estética.
O essencial, nesse sentido, é ver a criança como um “leitor em desenvolvimento”, o que implica reconhecer o leitor 
implícito. Isto é, o livro precisa pretender alcançar a criança, e nós, como auxiliares da leitura, devemos aprender a 
definir as circunstâncias de seu uso a partir dessa pretensão. Para tanto, seguiremos alguns caminhos indicados por 
Lúcia Pimentel Góes (1996) para compreender e formar o leitor sujeito – ativo e criador, que perceba a leitura e o mundo 
com um olhar de “descoberta”.
Então estamos combinados: você começará a compreender o porquê da procura de novos caminhos para a leitura e a 
didática da utilização de textos infantis.
CONVITEÀLEITURA
PORDENTRODOTEMA
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O microcosmo da vida real que se transfigura em arte – chamado de literatura – tem um papel importante nessa 
elaboração de respostas, já que serve como agente de formação e integração do real com o imaginário da vida do ser 
humano. Pelas vias do livro, a palavra escrita ajuda a formar a consciência das crianças e dos jovens, mostrando a todos 
que a palavra literária nunca esteve tão viva, apesar das tecnologias eletrônicas de massa, o que mais uma vez prova 
que “nenhuma forma de ler o mundo dos homens é tão eficaz quanto a que a literatura permite” (COELHO, 2002, p. 15). 
É a partir desse contexto que a literatura infantil renova os valores herdados e provoca, desde a primeira infância, uma 
transformação essencial e necessária na formação da nova mentalidade do ser em construção – a criança.
O espaço perfeito para que essa (trans)formação ocorra ainda é a escola: local de exercício mental, conscientização 
da presença dos outros, dinamização e leitura das variadas expressões de comunicação do ser humano, que deve 
ser ao mesmo tempo libertário e orientador, a fim de que o autoconhecimento seja uma porta de acesso à cultura e à 
expressividade individual.
Para visualizar esse espaço de construção do saber (a escola) como responsável pela completa formação do indivíduo, 
devemos entendê-lo como propício para duas facetas da aquisição da cultura: 1) assimilação dos conhecimentos e 
2) liberação das potencialidades. Do primeiro se espera a integração das informações mais novas ao cabedal de 
experiências já vividas pelo indivíduo; do segundo, se espera a liberdade de expressão, direito do ser humano de se 
manifestar em todas as suas possibilidades.
Literatura Infantil – Um Projeto de Ensino para a Escola
A fim de entender a Literatura Infantil como um “projeto de ensino”, a partir de sua visão libertária do real e do 
imaginário, Coelho (2002, p. 17-18) propõe alguns pressupostos dos quais resulta a responsabilidade da escola, a saber:
1. Considerar a criança como um aprendiz de cultura – ser educável.
2. Conceber literatura como uma experiência social/existencial/cultural.
3. Valorizar as relações entre a literatura, a história e a cultura.
4. Compreender a função da leitura: diálogo entre leitor e texto.
5. Assimilar que a escrita é uma derivação da leitura.
6. Assegurar-se de que os meios didáticos sejam neutros.
7. Entender a escola como espaço privilegiado de procura do saber.
PORDENTRODOTEMA
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De que modo, então, a escola proporciona a criação de uma nova mentalidade a partir das ideias apresentadas 
por Coelho (2002)? A resposta é que somente com base no conceito de literatura infantil como formadora de novas 
mentalidades, bem como a partir de uma visão do professor como orientador nesse processo, será possível realizar 
didaticamente todos os passos sugeridos pela autora. Para que essa formação literária ocorra atualmente na formação 
docente, são apresentados ao professor alguns valores considerados “tradicionais” mais criticamente, como hoje estão 
sendo encarados, levando-se em consideração a realidade histórica, social e cultural da sociedade de nossa época. 
Esses dados são importantes para uma leitura crítica da nova realidade literária infantil, que não deve deixar de ser um 
instrumento de emoção, prazer e, ao mesmo tempo, um direcionamento na procura e na descoberta de novos caminhos 
para a realização pessoal e individual do ser humano:
Quadro 1.1
O TRADICIONAL O INOVADOR
1. Espírito individualista 1. Espírito novo
2. Obediência à autoridade 2. Questionamento da autoridade
3. TER e PARECER mais valorizado 3. FAZER e SER mais valorizado
4. Moral dogmática 4. Moral ética
5. Sociedade sexófoba 5. Sociedade sexófila 
6. Reverência pelo passado 6. Redescoberta/reinvenção do passado
7. Visão transcendental do homem 7. Visão cósmica do homem
8. Racionalismo 8. Intuicionismo fenomenológico
9. Racismo 9. Antirracismo 
10. Criança: adulto em “miniatura” 10. Criança: ser em formação
Fonte: Coelho, (2002, p. 19, adaptado)
Para conhecer como trabalhar literatura infantil é necessário entender a literatura como um fenômeno artístico e criativo 
que representa a humanidade, a vida e o mundo através da palavra. Da fusão do real com o imaginário, na literatura 
nasce a expressão da linguagem que reaviva os valores de toda a experiência do ser humano, expondo suas mais 
diversas manifestações ao longo dos tempos. Conhecer essas expressões e perceber sua importância é fundamental 
para compreender a literatura como um fenômeno literalmente humano, misterioso e essencial no processo de produção/
recepção que implica (trans)formações dos valores linguísticos, poéticos, éticos, metafísicos etc.
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A literatura sempre foi entendida, e hoje mais do que antes, como a mais eficaz forma contemporânea de alertar/
despertar a consciência crítica do leitor/receptor. Nenhuma outra atividade cultural amplia ou distende tão amplamente a 
capacidade de percepção humana quanto à literatura e a suas expressões de emoções, paixões, sentimentos e desejos 
de toda ordem.
Literatura Infantil e Psicologia Experimental
Bem, vocêjá entendeu a importância da literatura. Mas e a Literatura Infantil? Poderíamos concordar com a ideia 
de que esse tipo de literatura sugere facilmente o pensamento orientado para distração, prazer, cor, imagem; no entanto, 
não é bem isso o que ocorre. Por muito tempo a literatura infantil foi realmente tratada dessa maneira, ligada somente à 
diversão e ao aprendizado, tendo em vista a percepção arcaica da criança como um “adulto em miniatura”. As obras para 
esse público mirim eram reduzidas em seu valor, expurgadas das dificuldades de linguagem, digressões e reflexões e, 
por tal motivo, eram encaradas como um gênero “pueril”, que tinha como único objetivo manter a criança entretida.
No século XX, com o auxílio da Psicologia Experimental, que chamou atenção para os diferentes estágios de 
desenvolvimento da criança e das fases de conhecimentos que esta atravessa durante esses estágios, a literatura 
infantil começou também a ser encarada como um elemento de formação na passagem dessas fases, a fim de conseguir 
falar/comunicar-se com mais autenticidade com seus possíveis destinatários.
Segundo Mark Soriano (1975), o ato de ler um texto literário se transforma num ato de aprendizagem para as crianças, 
a partir do direcionamento que se dá ao público de determinada idade, considerando o livro como uma mensagem 
codificada que o aprendiz deve decodificar se quiser atingir o prazer efetivo. 
Se a infância é um período de aprendizagem, [...] toda mensagem que se destina a ela, ao longo desse período, 
tem necessariamente uma vocação pedagógica. A literatura infantil é também ela necessariamente pedagógica, 
no sentido amplo do termo, e assim permanece, mesmo no caso em que ela se define como literatura de puro 
entretenimento. (SORIANO, 1975, em COELHO, 2000, p. 31).
Desse modo, contemporaneamente, podemos encarar a literatura infantil não somente como um meio de entretenimento, 
mas mais como uma forma de aventura espiritual que engaja o eu de cada leitor a uma experiência riquíssima de vida, 
conhecimento e despertar de emoções.
Para que essas definições fiquem bem claras, você vai conhecer agora as categorias de classificação do desenvolvimento 
infantil da Psicologia Experimental que foram aproveitadas pela literatura infantil, esclarecendo que essa classificação 
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é aproximativa, dependendo não somente da faixa etária da criança mas também do nível de amadurecimento e do 
domínio da leitura de cada criança. 
1) PRÉ-LEITOR (primeira infância – 15 e 17 meses aos 3 anos de idade)
Nesta fase, o bebê descobre seu ambiente e expressa seus desejos por gestos e balbucios. O primeiro impulso é 
o “toque”. Tocar é muito importante, pois o conhecimento começa com a manipulação. Por isso é importante deixar 
que o tato ajude a criança a conhecer tudo que a rodeia, inclusive o livro. Como o bebê não tem paciência para ficar 
assentado, o contato com os livros sofrerá reflexos desse comportamento sem concentração: haverá uma dada 
manipulação rápida do livro, para abandoná-lo em seguida e trocá-lo por outra coisa. Procurar livros que tenham 
gravuras que fazem parte da realidade da criança (como chocalhos, chupetas, bichos de pelúcia etc.) também estimula 
a percepção da representação do real.
PRÉ-LEITOR (segunda infância – a partir dos 2 e 3 anos de idade)
Nesta fase as brincadeiras são bastante egocêntricas. Em grupo, a sociabilidade ainda é inicial. Desde muito cedo, 
a criança que entra em contato com os livros e a leitura, apesar de não entender a história, já é capaz de perceber 
que os adultos falam de forma diferente ao lerem um livro. Elas começam a notar, primeiramente, que o ritmo e a 
emoção na voz do adulto se alteram e percebem que existem “coisas” dentro dos livros além das imagens. Contar 
histórias com emoção, mostrar as imagens, deixar as crianças tocarem, cheirarem, sentirem o livro, todas essas 
ações devem ser práticas da família e das cuidadoras das creches. Nessa fase, a presença do adulto é essencial e 
as atividades lúdicas aceleram a descoberta do mundo concreto e do mundo da linguagem. Daí que os livros devem 
propor experimentações e vivências que façam parte do cotidiano das crianças, como, por exemplo, escovar os 
dentes, fazer xixi antes de deitar, lavar as mãos antes das refeições, acariciar um animal de estimação, passear com 
a família etc.
COMO DEVEM SER OS LIVROS E A LEITURA: 
• Deve haver predomínio das imagens, que têm de ser atraentes e relacionadas à realidade.
• As imagens devem ser coloridas, podendo-se utilizar a técnica da colagem para chamar mais atenção.
• O humor e também o mistério são muito importantes no despertar da curiosidade.
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• As histórias devem ser lidas e relidas (o conhecido “de novo”) toda vez que isso for solicitado, pois essa demanda 
por repetições faz parte da construção interna do mundo da criança, que se sente segura ao ouvir uma história cujos 
momentos principais já conhece de cor.
2) LEITOR INICIANTE (a partir dos 6 e 7 anos de idade)
Nesta fase o adulto ainda é muito importante, pois a criança está reconhecendo as sílabas e os signos do alfabeto. 
É a fase da necessidade de aplausos e estímulo às vitórias alcançadas, o que o estimula a procurar conhecer mais 
nos livros.
COMO DEVEM SER OS LIVROS E A LEITURA: 
• A imagem ainda deve predominar sobre o texto.
• A narrativa deve ser linear (ter começo, meio e fim).
• O maniqueísmo (luta entre os bons e os maus) ainda está presente.
• Os enunciados devem ser diretos e as palavras devem ser simples para facilitar a leitura.
• Atração pelas histórias bem-humoradas sobre personagens astutos e fortes que vencem o mal.
3) LEITOR FLUENTE (a partir dos 10 e 11 anos de idade)
Domínio da leitura e da compreensão de mundo expressa no livro. Reflexão e engajamento se desenvolvem a partir 
do pensamento dedutivo e da capacidade de abstração. Fase da pré-adolescência em que o adulto já não se faz tão 
necessário para mediar a leitura. Fase da volta do egocentrismo e da preferência pela formação de grupos, em que 
se possa demonstrar superioridade. O adulto deve ser um “desafiador” generoso dos seus alunos.
COMO DEVEM SER OS LIVROS E A LEITURA: 
• O texto se sobrepõe à imagem, mas gravuras esparsas ainda são atraentes.
• Idealistas e emotivos, os pré-adolescentes preferem as personagens heroicas e instigantes, que enfrentam e 
vencem a luta contra o mal.
• A linguagem pode ser mais elaborada, porém de fácil leitura, sem erudição.
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• A atração se fixa nos contos e nas histórias que expliquem algum tipo de fato; as novelas de ficção também são 
bastante interessantes.
• A presença do mágico e do maravilhoso que abre espaço para o amor também chama bastante atenção nessa fase.
4) LEITOR CRÍTICO (a partir dos 12/13 anos de idade)
Fase do domínio total da leitura, preferência por textos que provoquem reflexão e crítica. A ânsia em saber e vivenciar 
as experiências das personagens dos livros fica evidente, pela formação de novos valores e a incitação do prazer e 
da emoção provocados pela leitura. O adulto deve auxiliar o adolescente como um mago e seu aprendiz: a iniciação 
às teorias da literatura é muito importante nessa hora (relembre as correntes críticas da Teoria Literária).
COMO DEVEM SER OS LIVROS E A LEITURA: 
• O convívio com o texto literário deve extrapolar o prazer.
• A leitura deve provocar a reflexão e o desenvolvimento de novos conceitos.
Natureza do Texto Literário
Acredita-se que só se pode falar em literatura infantil a partir do século XVII, em que se deu a reorganização do 
ensino e da fundação do sistema educacional burguês. Antes dessa época, não havia propriamente uma infância no 
sentido que conhecemos, e as crianças eram vistas como adultos em miniatura, participando da vida adulta desde a 
mais tenra idade. Desse modo, as origens da literatura infantilestariam nos livros publicados a partir dessa época, com 
intuito pedagógico e utilizados como instrumento de apoio ao ensino.
Os temas da vida adulta, como a luta pela sobrevivência, as preocupações, a sexualidade, a morte, o imaginário, as 
crenças, as comemorações eram vivenciados por toda comunidade, independentemente de faixas etárias. Nesse mundo, 
em que a crença em fadas, gigantes, anões, bruxas, castelos encantados, quebrantos e países utópicos e mágicos era 
disseminada, crianças e adultos sentavam-se lado a lado nas praças públicas, durante as festas, ou após o trabalho, 
para escutar os contadores de histórias. Daí que foram, antes de ser literatura infantil, literatura popular, voltada para 
a exemplificação, que fez com que esse gênero de textos ficasse muito próximo da massa, das pessoas mais simples 
e menos cultas, mais primitivas culturalmente, já que o pensamento mágico era a tônica da maioria das histórias que 
atraía um grande público para as reuniões em torno dos contadores.
PORDENTRODOTEMA
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Como você pode verificar, a literatura infantil teve seu primórdio como mediadora entre as mentes imaturas e a capacidade 
de percepção da vida e do mundo, ajudando a amadurecer o pensamento lógico-abstrato e sendo de importância 
inequívoca para o desenvolvimento das potencialidades naturais que se medeiam entre a infância e a idade adulta. 
Nesse sentido,
como os valores visados pela transfiguração literária eram gerais e perenes, embora tenha desaparecido no 
tempo a circunstância particular e real que provocou a invenção do texto, tais valores continuam presentes e vivos 
na linguagem imagística ou simbólica que os expressou em arte. (COELHO, 2000, p. 44).
Agora, nesse estágio do conhecimento, você já pode entender como e por que a literatura infantil ainda nos dias atuais 
continua a agradar e a entreter pela leitura dos clássicos universais e das obras folclóricas, que tão bem explicam os 
mitos ao longo de todos os tempos. 
PORDENTRODOTEMA
Uma Entrevista para falar de Literatura Infantil - com Daniel Messias
• Assista a uma entrevista com o escritor, tradutor e adaptador Daniel Messias, que já escreveu 
inumeráveis livros para crianças e fala de como essa arte é importante no despertar da imaginação 
e na formação do caráter lúdico da criança. Dentre seus livros voltados para crianças e jovens, 
estão: A vaca fotógrafa; Que bicho está no verso?; Telefante sem fio (Positivo); O elefante 
infante (da obra de Rudyard Kipling) (Musa), 20 histórias de bichos do Brasil (Cuca Fresca), entre 
outras.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=APW6gSDw7u8>. Acesso em: 5 jan. 2015.
Tempo: 00:03:07.
ACOMPANHENAWEB
11
Escutando as Palavras de Nelly Novaes Coelho (autora do Livro-Texto)
• Nesta entrevista com a autora Nelly Novaes Coelho, você poderá verificar que nas décadas 
de 1970/1980, os estudos, os debates, as pesquisas e as propostas de mudanças educacionais 
expandiram-se de maneira significativa, principalmente na Literatura Infantil. Para que você 
compreenda esse momento, Nelly Novaes Coelho fala sobre sua geração de escritoras e sobre 
literatura infantil.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=vlTnspwbY6I>. Acesso em: 5 jan. 2015.
Tempo: 00:04:02.
Como usar a literatura infantil na sala de aula 
• Neste livro, a autora Maria Alice de Oliveira Faria faz a proposta de não reduzir a literatura infantil 
apenas à abordagem pedagógica, buscando, além disso, capacitar educadores e animadores 
de leitura para perceber os detalhes dos livros para crianças.
Disponível em: <http://books.google.com.br/books/about/Como_usar_a_literatura_infantil_na_sala.htm-
l?hl=pt-BR&id=AAz0GWyhnAkC> ou <http://editoracontexto.com.br/autores/maria-alice-faria/como-usar-a-liter-
atura-infantil-na-sala-de-aula.html>. Acesso em: 5 jan. 2015. 
Práticas de Leitura no Ensino Fundamental (de Cintia Barreto)
• Neste artigo, a autora reflete sobre práticas e atividades ligadas à literatura, procurando 
visualizar e entender o educador como alguém que conduz a leitura de forma prazerosa. Para 
a autora, o educador deve ser capaz de estimular no educando a curiosidade, a vontade e a 
necessidade da leitura de textos, sobretudo literários. Considera também ser de suma importância 
que a família incentive essa prática, subsidiando atividades leitoras dentro e fora de casa, sem 
deixar essa responsabilidade somente com escola.
Disponível em: <http://www.cintiabarreto.com.br/literatura_infantil/praticas-de-leitura-no-ensino-fundamental.
shtml>. Acesso em: 5 jan. 2015. 
ACOMPANHENAWEB
12
Literatura Infantil e Educação Infantil: Um Grande Encontro (de Gládis Elise 
Pereira da Silva Kaercher)
• Neste artigo, a professora adjunta do Departamento de Estudos Especializados da Faculdade 
de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul propõe discutir como pensar a 
Literatura na Educação Infantil, como compreendê-la e organizar as escolas e as ações 
pedagógicas, para inseri-la de modo prazeroso e eficaz no cotidiano das crianças. De leitura 
bastante agradável, o texto traz dicas de como organizar atividades de leitura na Educação 
Infantil, desde o berçário.
Disponível em: <http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/453/4/01d14t10.pdf>. Acesso em: 5 
jan. 2015. 
ACOMPANHENAWEB
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla 
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
AGORAÉASUAVEZ
Questão 1
A leitura no ambiente escolar compõe-se de dois tipos essenciais: a leitura obrigatória (atividades programadas), que é composta 
basicamente da assimilação de informações e conhecimentos específicos e direcionados em local e horário programados, e a 
leitura prazerosa (atividades livres), que se traduz no estímulo e na liberação das potencialidades e gostos específicos de cada 
aluno-leitor. Do seu conhecimento do mundo escolar e das relações entre professor e alunos, sugira algumas metodologias que 
o professor pode utilizar para que esses dois momentos da leitura na escola sejam menos obrigatórios e mais prazerosos.
13
AGORAÉASUAVEZ
Questão 2
Alguns valores traduzidos pela literatura infantil vêm se modificando ao longo dos tempos. A literatura Tradicional foi substituída 
por outros modos de viver e ver o mundo do homem. Podemos assinalar como características da Literatura Tradicional:
I. Espírito individualista.
II. Espírito novo.
III. Obediência à autoridade.
IV. Questionamento da autoridade. 
V. TER e PARECER mais valorizado.
VI. FAZER e SER mais valorizado.
VII. Moral dogmática.
VIII. Moral ética.
IX. Sociedade sexófoba.
X. Sociedade sexófila.
São características da Literatura Tradicional, portanto, apenas os itens:
a) I / III / V / VII / IX.
b) I / II / III / V / VII.
c) II / III / IV / V / VI.
d) I / III / IV / V / VI.
e) I / III / V / VI / X.
14
Questão 3
De acordo com a classificação da Psicologia Infantil quanto aos estágios que as crianças alcançam em relação à leitura, diga 
que tipo de leitor reconhece a realidade e está em fase de conquista da linguagem, sendo necessário que os livros apresentem 
gravuras ou sejam de manipulação agradável ao tato, a fim de que a criança reconheça os objetos apresentados.
a) Pré-leitor – primeira infância.
b) Pré-leitor – segunda infância.
c) Leitor iniciante.
d) Leitor em processo.
e) Leitor fluente.
Questão 4
Para qual público está direcionada a Literatura Infantil e quais pressupostos são sugeridos por Nelly Novaes Coelho para que a 
escola atinja esse público?
Questão 5
Segundo Soriano (1975), a leitura é um ato de aprendizagem para as crianças, e o livro sempre traz uma mensagem codificada 
que o aprendiz deve decodificar se quiser atingiro prazer efetivo. Depois dessa afirmação, é possível continuar pensando que a 
Literatura é somente aprendizado ou somente entretenimento? Por quê?
AGORAÉASUAVEZ
15
Neste tema, você viu que a literatura infantil sofreu um processo de evolução a partir dos anos 1970 e que, desde 
então, passou a fazer parte da pedagogia da palavra, que estimula a leitura e a inserção de valores a partir da palavra 
literária. Nessa nova perspectiva, o gênero literatura infantil passa a fazer parte de uma pedagogia contemporânea que vai 
ao encontro de um novo público leitor, formado de crianças e jovens críticos e conscientes, que não mais se enquadram 
nos protótipos do passado. Viu também que algumas obras do passado reproduziam valores tradicionais (consolidados 
pela sociedade romântica do século XIX), as quais estão sendo, aos poucos, substituídas por obras que apresentam 
valores novos (que estão em processo de mudança e acompanhamento da sociedade). Você verificou ainda não só que 
a escola, espaço privilegiado de produção da cultura e do conhecimento, está cada vez mais se preparando para receber 
um aluno-sujeito questionador, produtor do seu próprio saber, mas também que a literatura infantil tem papel importante 
nesse processo, pois desde cedo estimula e propicia a procura por novas descobertas a partir da leitura. Nesse sentido, 
você, como futuro educador, torna-se o responsável por conhecer a tirar o melhor proveito possível dessa oportunidade 
de mudança. Neste tema você também pôde entender que abordar as diferenças entre os textos antigos e dogmáticos 
e os livros que compreendem a criança como ser reflexivo e em formação é um passo importante na evolução e no 
aprimoramento dos processos de desenvolvimento e formação de valores individuais.
FINALIZANDO
ABRAMOVICH, Fannny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 3. ed. São Paulo: Scipione, 1993.
BARRETO, C. Literatura Infantil e Educação: Práticas de Leitura no Ensino Fundamental. Disponível em: <http://www.
cintiabarreto.com.br/literatura_infantil/praticas-de-leitura-no-ensino-fundamental.shtml>. Acesso em: 27 maio 2015.
CARVALHO, B. V. de. A literatura infantil, visão crítica e histórica. São Paulo: Global, 1984.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: Texto-Análise-Didática. São Paulo: Moderna, 2000.
COMPAGNON, Antoine. Leitor. In: ________. O demônio da teoria. Belo Horizonte: UFMG, 2003.
REFERÊNCIAS
16
REFERÊNCIAS
GÓES, Lúcia Pimentel. Introdução à Literatura Infantil e Juvenil. São Paulo: Pioneira, 1984.
________. Olhar de Descoberta. São Paulo: Mercuryo, 1996.
ENTREVISTA com Adriano Messias – Literatura Juvenil. Vídeo/YouTube. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=APW6gSDw7u8>. Acesso em: 27 maio 2015.
FARIA, Maria Alice. Como Usar a Literatura Infantil na Sala de Aula. São Paulo: Contexto, 2004. Disponível em: <http://
editoracontexto.com.br/autores/maria-alice-faria/como-usar-a-literatura-infantil-na-sala-de-aula.html>. Acesso em: 27 maio 2015.
ITAÚ CULTURAL. Nelly Novaes Coelho - Encontros de Interrogação. Vídeo, 2004. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=vlTnspwbY6I>. Acesso em: 27 maio 2015.
KAERCHER, G. E. P. da. Literatura infantil e educação infantil: Um grande encontro. In: Diversos organizadores. (Org.). 
Caderno de formação: didática dos conteúdos formação de professores/Universidade Estadual Paulista. São Paulo (SP), 2011. 
Disponível em: <http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/453/4/01d14t10.pdf>. Acesso em: 27 maio 2015.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6. ed. 13. reimp. São Paulo: Ática, 2008.
SORIANO, Mark. Guide de litterature pour La jeunesse. Paris: Flamarion, 1975.
Leitor implícito: explica-se o leitor implícito como uma entidade que está sempre em relação de passividade ao texto. 
Ele tem o papel de absorver as orientações fornecidas pelo autor, ou seja, ele só entende o que é dado. É ele que mostra 
esses dados absorvidos ao leitor real que é ativo e tem a função de construir o sentido do texto com a ajuda do seu re-
pertório (conhecimentos de mundo adquiridos ao longo da vida, isto é, conjunto de normas sociais, históricas e culturais 
que constituem a competência de um leitor). 
Pós-Modernismo: esse termo pode ser definido como as características de natureza sociocultural e estética, que mar-
cam o capitalismo da era contemporânea. Portanto, essa expressão pode designar todas as profundas modificações 
que se desenrolam nas esferas científica, artística e social, dos anos 1950 até os dias atuais. Também chamado de 
movimento pós-industrial ou financeiro, predomina mundialmente e é, sem dúvida, caracterizado pela avalanche recen-
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te de inovações tecnológicas, pela subversão dos meios de comunicação e da informática, com a crescente influência 
do universo virtual, e pelo desmedido apelo consumista que seduz o homem pós-moderno (Adaptado de <http://www.
infoescola.com/movimentos-artisticos/pos-modernismo/>.)
Microcosmo da vida real: mundo pequeno, mundo abreviado; miniatura da vida; imitação da vida real, o universo. O 
próprio homem como expressão do universo.
Cabedal: “s.m. acumulação de coisas de valor; capital; bens; riqueza; dinheiro” (Fonte: http://www.dicio.com.br/cabedal/).
Pueril: “adj. m. e f. Que se refere à infância; infantil: ato pueril. Pej. Quem tem comportamentos ou pensamentos infantis, 
sem valor: argumento pueril” (Fonte: http://www.dicio.com.br/pueril/).
GABARITO
Questão 1
Resposta: Sugere-se listar, para a leitura obrigatória, ações como a indicação de livros paradidáticos, de filmes, promoção 
de debates e seminários, que podem ser agendados com datas preestabelecidas, sempre de comum acordo com as 
crianças. Para as atividades de leitura prazerosa, deve-se indicar projetos de trocas de livros, de leitura compartilhada, 
exibição de filmes em sala de aula ou em casa como tarefas de leitura etc. Essa questão estimula a reflexão na atividade 
docente e permite ao aluno procurar em outros ambientes (bibliotecas, colegas, internet) as metodologias que podem 
ser utilizadas em sala de aula para proporcionar ambientes de leitura.
Questão 2
Resposta: Alternativa A.
Nos tempos antigos, a literatura estava mais voltada para as crenças dogmáticas da sociedade burguesa, reproduzindo 
seus valores a ponto de valorizar mais obras que os pregassem. Por isso, são as seguintes as características da 
literatura tradicional: o espírito individualista, a obediência à autoridade, a valorização maior do TER e do PARECER, a 
moral dogmática burguesa e a sociedade sexófoba.
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Questão 3
Resposta: Alternativa A.
O leitor da primeira infância ainda está na fase das descobertas e apenas balbucia seus desejos, razão pela qual é 
classificado como pré-leitor da primeira infância, aquele que ainda está tendo os primeiros contatos com o ato da leitura.
Questão 4
Resposta: A Literatura Infantil se direciona ao público em formação, tendo o propósito de formar e informar divertindo e 
interessando de forma lúdica. Segundo Nelly Novaes Coelho, a escola deve ver o aluno levando em conta as seguintes ações:
1) Considerar a criança como um aprendiz de cultura – ser educável.
2) Conceber literatura como uma experiência social/existencial/cultural.
3) Valorizar as relações entre a literatura, a história e a cultura.
4) Compreender a função da leitura: diálogo entre leitor e texto.
5) Assimilar que a escrita é uma derivação da leitura.
6) Assegurar-se de que os meios didáticos sejam neutros.
7) Entender a escola como espaço privilegiado de procura do saber.
Para a autora, é importante que a escola visualize o aluno-leitor como um leitor em desenvolvimento, proporcionando 
espaço e oportunidades para que ele seja estimulado à leitura de forma prazerosa e permanente.
Questão 5
Resposta: Segundo Mark Soriano, a literaturainfantil é também pedagógica, e assim permanece, mesmo no caso em que 
ela se define como literatura de puro entretenimento (SORIANO, 1975). Desse modo, contemporaneamente, podemos 
encarar a literatura infantil não somente como um meio de entretenimento, mas mais como uma forma de aventura espiritual 
que engaja o eu de cada leitor a uma experiência riquíssima de vida, conhecimento e despertar de emoções. É importante 
perceber que os estudos sobre Literatura Infantil se voltam todos para a necessidade de instruir com prazer, ou seja, 
durante a leitura deve haver aprendizado e, ao mesmo tempo, ludicidade.

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