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#Resumo abdome

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Prévia do material em texto

Autor:Bruno do Nascimento Teixeira MED UEPA 
 Exame físico do abdome 
 
No exame do abdome a semiotécnica é ordenada na sequência: inspeção, ausculta, percussão 
e palpação do abdome. Nesse exame, é preferível que a ausculta se realize antes da palpação e 
da percussão, pois estas etapas, caso realizadas previamente, podem atrapalhar a ausculta 
devido alterações na motilidade intestinal, encobrindo, por exemplo, hipoatividade dos ruídos 
hidroaéreos. 
 
Regiões topográficas e pontos de referência do abdome 
Os pontos de referência anatômicos são os rebordos costais, a apófise xifoide, a cicatriz 
umbilical, as espinhas e as cristas ilíacas anteriores. Existe a divisão em nove regiões, sendo 
traçadas duas linhas verticais (linhas hemiclaviculares) e duas horizontais (a superior traçada 
no final do rebordo costal e a inferior acima da crista ilíaca), formando-se assim as nove zonas: 
hipocôndrio direito; epigástrio; hipocôndrio esquerdo; flanco direito; mesogástrio; flanco 
esquerdo; fossa ilíaca direita; hipogástrio; fossa ilíaca esquerda. 
O abdome também pode ser dividido em quatro quadrantes passando duas linhas 
perpendiculares, onde o ponto de interseção entre elas está localizado sobre a cicatriz 
umbilical, formando assim: o quadrante superior direito, quadrante superior esquerdo, 
quadrante inferior direito e o quadrante inferior esquerdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Além dessas regiões, também é comum no meio médico designar andar superior e andar inferior do abdome, que 
incluem regiões acima e abaixo da linha horizontal que passa pela cicatriz umbilical; hemiabdome esquerdo e 
hemiabdome direito, que são metades do abdome definidas pela linha vertical que passa pela cicatriz umbilical; 
baixo ventre, correspondente ao hipogastro e suas imediações. 
 
1-Inspeção 
a. Inspeção estática 
Primeiramente apresentar-se, dizer o que irá fazer antes de qualquer procedimento e lavar as 
mãos. O paciente deve estar com o abdome desnudo e ficar deitado em decúbito dorsal com 
os braços mantidos ao lado do corpo ou cruzados sobre o tórax, estando o médico a direita do 
paciente. De forma geral, o abdome deve ser avaliado a fim de definir o tipo de abdome, a 
presença de cicatrizes ou lesões elementares, abaulamentos ou retrações na parede 
abdominal, herniações, massas visíveis, presença de circulação colateral e cicatriz umbilical. 
 
 Tipos de abdome 
-Abdome plano/normal/atípico: formato normal do abdômen, simétrico. 
 
 
-Abdome globoso/protuberante: abdômen aumentado de maneira global com predomínio na 
região anteroposterior sobre o transversal. Observado na ascite e na distensão gasosa. 
 
 
-Abdome em ventre de batráquio: abdômen aumentado com predomínio transversal 
(semelhante à barriga de um sapo). Ocorre nos pacientes que estão em fase de regressão da 
ascite, no qual o líquido exerce uma força nas paredes laterais da cavidade abdominal. 
 
 
-Abdome em avental: a parede abdominal cai sobre as pernas do paciente, semelhante a um 
avental, comum em obesos de grau elevado e melhor observado com o paciente em pé. 
 
 
 
 
-Abdome pendular/ptótico: ocorre quando apenas a porção inferior do abdome protrui com o 
aumento do volume abdominal, devido uma pressão das vísceras na parte inferior. Sua causa 
mais comum é a flacidez puerperal (pós-parto). 
 
 
-Abdome escavado: a parede abdominal está nitidamente retraída, aspecto visto nas pessoas 
muito emagrecidas. 
 
 
 Cicatrizes, abaulamentos, retrações e tumorações 
O abdome possui uma forma regular e simétrica, contudo este se torna irregular quando uma 
determinada região possui um abaulamento ou retração, cujo dado semiológico principal é a 
localização, por isso é necessário conhecer a projeção das vísceras na parede abdominal. 
Dentre as principais causas tem-se a hepatomegalia, esplenomegalia, tumores pancreáticos. 
Ver se há cicatrizes de cirurgias e suas localizações, indicando cirurgias anteriores. 
 
 Pele, estrias, circulação colateral, lesões elementares, contorno da cicatriz 
umbilical 
Inspecione o abdome, mantendo-se à direita do paciente. Observe a pele e sua coloração, 
inclusive a presença de estrias (cicatrizes que se formam quando há destruição de fibras 
elásticas e colágenas na pele, normalmente causada por um estiramento da pele), lesões 
elementares, circulação colateral (veias dilatadas). Verifique o contorno e a localização do 
umbigo, o qual deve ser plano e levemente retraído. Protusão da cicatriz umbilical geralmente 
indica hérnia ou acúmulo de líquidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b. Inspeção dinâmica 
A inspeção dinâmica se atém a observar os movimentos abdominais como o movimento 
peristáltico, a movimentação respiratória e a pulsação aórtica abdominal. 
 
 
Circulação colateral Estrias 
 Movimentos respiratórios 
Durante a inspeção dinâmica, é importante observar a movimentação da parede abdominal 
com a respiração. Em indivíduos do sexo masculino predomina a respiração no andar superior 
do abdome (Respiração toracoabdominal) e nas mulheres a respiração predominantemente 
torácica. Nos processos inflamatórios agudos, intraperitoneais, pode haver contratura 
muscular, fazendo com que cessem os movimentos respiratórios abdominais. 
 
 Pulsações epigástricas 
A pulsação aórtica abdominal é visível na região do epigastro em pessoa bem magras. O 
aneurisma de aorta e a hipertrofia do ventrículo esquerdo pode causar pulsação epigástrica 
patológica. 
 
 Peristaltismo visíveis 
O peristaltismo fisiológico pode ser visível em pessoas muito magras. Movimentos peristálticos 
patológicos podem indicam obstrução em algum segmento digestivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Soluções de continuidade (manobra expiração forçada –Manobra de Valsalva) 
Deve-se pesquisar a eventual existência de soluções de continuidade da parede, representadas 
pela diástase dos músculos retos anteriores do abdome e pelas hérnias. Ambos, diástase dos 
músculos retos anteriores do abdome e hérnias podem ser evidenciados quando o paciente 
contrai a musculatura abdominal e uma maneira de evidencia-los e a partir da manobra de 
Valsalva, que consiste em uma expiração forçada com a glote fechada. O Examinador pede 
para o paciente soprar em sua mão fechada de maneira a não deixar o ar escapar e isso causa 
uma contração abdominal que podem revelar essas patologias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Ausculta 
a. Ruídos hidroaéreos 
Em condições normais, ocorrem ruídos imprevisíveis de timbre agudo e localização variável, 
decorrente da movimentação de líquidos e gases no trato gastrointestinal. Posicione 
suavemente o diafragma do estetoscópio no abdome do paciente. Para realização desta 
 
 
 
 
técnica utiliza-se a divisão do abdome em quadrantes, devendo-se realizar a ausculta em um 
único ponto durante três minutos em cada área auscultada, porém se auscultar o ruído 
hidroaéreo antes dos 3 minutos, então pode passar para o próximo quadrante. Ausculte os 
ruídos intestinais observando a sua frequência e características. Na patologia esses ruídos 
estão diminuídos (peritonite) ou ausentes (silêncio abdominal causado pelo íleo paralítico) ou 
aumentados (oclusão intestinal e diarreia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b. Artérias abdominais 
Com relação à ausculta vascular, realiza-se a pesquisa auscultando os pontos da artéria aorta 
abdominal, das artérias renais, das artérias ilíacas e das artérias femorais. Tais pontos 
necessitam ser auscultados para evidenciar possível presença patológica de sopros 
(estreitamentos daluz de vasos como a artéria renal ou a aorta abdominal). 
 
 
3. Percussão 
A percussão digital do abdome deve ser feita com o paciente em decúbito dorsal. A percussão 
ajuda a avaliar a intensidade e a distribuição dos gases no abdome, além de identificar 
possíveis massas sólidas ou preenchidas por líquido (cujo som será mais maciço), pontos 
dolorosos ou se há mais ar do que o esperado (hipertimpânismo). 
O som timpânico indica a presença de ar dentro de uma víscera oca, por isso, devido à grande 
predominância de alças de intestino, o som timpânico é percebido em quase todo o abdome, 
sendo ainda mais nítido na área de projeção do fundo do estômago (espaço de Traube). Menor 
quantidade de ar ou superposição de uma víscera maciça sobre uma alça intestinal origina o 
som submaciço. A ausência de ar origina som maciço, portanto, a região do hipocôndrio direito 
não apresenta timpanismo, onde o som é maciço devido ao fígado. Todo o abdome deve ser 
percutido com 3 a 4 grupos de golpes, por quadrante a ser examinado. 
 
 
A: ausculta do quadrante superior direito; 
B: ausculta do quadrante inferior direito; 
C: ausculta do quadrante superior esquerdo; 
D: ausculta do quadrante inferior esquerdo. 
 
 
4. Palpação 
A palpação do abdome é dividida em superficial e profunda; e antes de realizar deve sempre 
explicar ao paciente como será feito o exame e perguntar se sente dor em algum ponto. Em 
caso de dor, pede-se ao paciente para que aponte o local e então o examinador realiza a 
palpação primeiramente em zonas não dolorosas e por última na zona dolorosa. O examinador 
deve realizar a palpação superficial e profunda pela divisão do abdome em zonas. 
 
a) Superficial 
A palpação superficial compreende o estudo da parede abdominal e das vísceras que podem 
alcançar a parede. É a palpação suave do abdome, feita utilizando uma das mãos, põe-se a 
palma desta um pouco inclinada, e com a face ventral dos dedos e as polpas digitais provoca-
se um impulso leve, delicado e circular de aprofundamento na parede, retornando os dedos na 
posição inicial sem afrouxar a compressão da parede abdominal. Na palpação superficial 
investigam-se a temperatura, a sensibilidade (Pontos dolorosos), a resistência da parede 
(tensão), a continuidade da parede abdominal, as pulsações, massas superficiais palpáveis e o 
reflexo cutâneo-abdominal. 
 
Com o dorso da mão verifica a temperatura em cada quadrante, após, faz-se a palpação de 
cada zona, procurando avaliar a sensibilidade, cuja palpação pode gerar dor, indicando 
hiperestesia cutânea, ou se houver dor à compressão em determinados pontos específicos, é 
indicativo de comprometimento do órgão ali projetado. Observa-se a resistência da parede, 
pois se houver uma inflamação do peritônio (peritonite), ocorre um estímulo visceromotor de 
contração muscular involuntária da parede abdominal, chamada de defesa da parede 
abdominal. Procura-se também continuidade da parede abdominal (diástases e hérnias), 
massas superficiais palpáveis e a sensação tátil de pulsações, que representam a transmissão 
de fenômenos vasculares intra-abdominais. Para o reflexo cutâneo-abdominal, o examinador 
utiliza um objeto de ponta romba e faz uma leve pressão rápida no sentido transversal da 
periferia para o centro na linha Alba do abdome (sentido lateral-medial). Pesquisa-se tanto à 
direita quanto à esquerda do abdome, na região superior (abaixo da borda costal), médio (na 
altura do umbigo) e inferior (acima da espinha ilíaca). O esperado é uma contração visível dos 
músculos abdominais, porém algumas situações podem negativar esses reflexos, como: 
apendicites e gastroenterites agudas. 
 
 
b) Profunda 
Por meio da palpação profunda investigam-se os órgãos contidos na cavidade abdominal e 
eventuais “Massas palpáveis” ou “tumorações”. Utiliza-se a técnica bimanual, com uma mão 
sobre a outra, para dar mais força e alcançar regiões mais profundas do abdome. Se encontrar 
massas registre localização, tamanho, formato, consistência, sensibilidade, pulsatilidade e 
mobilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exame físico do abdome (manobras 
especiais) 
 
1.Exame físico especial do fígado 
a. Percussão- Hepatimetria 
Através da percussão podemos avaliar as dimensões e limítes hepáticos (hepatimetria). Com o 
paciente deitado percute-se o hemitórax direito, na linha hemiclavicular, iniciando no 2º 
espaço intercostal, de cima para baixo, até se verificar a mudança do som claro pulmonar para 
submaciço (normalmente ao nível do 5º ou 6º espaço intercostal), que corresponde ao limite 
superior do lobo direito do fígado. Continua-se a percussão para verificar toda a extensão da 
região na qual há predomínio do som maciço no hipocôndrio/flanco direito, correspondendo a 
macicez hepática, até perceber mudança do som maciço para o som timpânico, delimitando a 
borda inferior do lobo hepático direito. O tamanho do fígado normalmente entre 6 e 12 cm. 
Faz-se, da mesma forma, a delimitação do lobo hepático esquerdo, percutindo-se na linha 
média esternal, logo abaixo do apêndice xifoide (borda superior) até perceber a mudança de 
som maciço para timpânico e assim delimitar a borda inferior do lobo hepático esquerdo. A 
dimensão do lobo hepático esquerdo varia de 4 a 8 cm. 
O sinal de Jobert caracteriza-se pela presença de timpanismo na região hemiclavicular direita, 
ao nível do 6º ou 7º espaço intercostal até o rebordo costal, onde deveria se ter a macicez 
hepática, o que pode indicar um quadro de pneumoperitônio. Ao exame radiológico observa-
se uma camada de ar interposta entre o fígado e o diafragma. 
 
 
b. Palpação 
 Método simples 
Realizada com o paciente em decúbito dorsal e o avaliador à direita. Objetivo fundamental é 
palpar a borda hepática, coordenando-a com os movimentos respiratórios. A técnica de 
palpação do fígado consiste em palpar desde o umbigo até a reborda costal no trajeto da linha 
hemiclavicular direita (passando pela crista ilíaca direita, flanco direito e hipocôndrio direito). 
No hipocôndrio direito o examinador ajustar a mão junto a reborda da parede abdominal 
direita na expiração, porém sem fazer compressão ou movimento. Então se pede ao paciente 
para inspirar profundamente e ao mesmo tempo que comprime, movimenta para cima, 
buscando encontrar a borda hepática. A palpação do fígado é útil para verificar a sua textura, 
que normalmente é ser lisa, mas pode ser arredondada em fígados congestos, ser granulosa 
no caso da cirrose ou apresentar algumas massas ou nodulações no caso de neoplasias. 
Também se analisa a sensibilidade à palpação. 
 
 Expiração do paciente 
-Posicionar a mão 
-Não comprimir, nem movimentar 
 
Inspiração do paciente 
-Comprimir e movimentar 
para cima 
 Método de Lemos- Torres 
É semelhante ao método simples, a diferença é que associa-se a utilização da outra mão para 
aproximar o fígado da parede abdominal anterior. Com o paciente em decúbito dorsal e o 
examinador à direita do mesmo, este, coloca sua mão esquerda na região dorsal direita do 
paciente (nível da loja renal direita) e faz uma tração anterior, facilitando a palpação do fígado, 
a mão direita é colocada sobre o abdome, iniciando-se a palpação com movimentos 
ondulantes, desde a crista ilíaca direita até a borda inferior hepática direita. Pode ser realizada 
tanto com a ponta dos dedos quanto com a borda lateral radial do dedo indicador. 
Fisiologicamente, a borda hepática é lisa, de consistência fibroelástica e fina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Método de Mathieu-Cardarelli 
O examinador deve se posicionar à direita do tórax com as costas das mãos voltadas para a 
face do paciente; posicionando-as paralelas e com as extremidades dos dedos fletidos, 
formando uma garra e faz-se a busca da borda hepática desde a crista ilíaca direita em direção 
ao rebordo costal no hipocôndriodireito. Em seguida coordena-se a palpação com os 
movimentos respiratórios do paciente. Tenta-se palpar a borda hepática com as falanges 
distais dos dedos indicador e médio durante a inspiração profunda, que é quando o órgão se 
desloca para baixo e os dedos tentam entrar por baixo do rebordo costal. 
 
 
2.Semiologia da vesícula biliar 
a. Sinal de Murphy 
A vesícula biliar normalmente não é identificada pela palpação e somente torna-se palpável 
em condições patológicas, contudo, apesar de não ser palpável, é frequente o paciente acusar 
dor quando se faz compressão sob a reborda costal direita, durante a inspiração profunda, 
constituindo o sinal de Murphy. A maneira de pesquisar este sinal é a seguinte: o examinador, 
à direita do paciente em decúbito dorsal, coloca sua mão direita no ponto cístico (ponto 
coincidente da linha hemiclavicular com o rebordo costal direito) de modo que a ponta dos 
dedos se insinuem sob o rebordo costal direito, enquanto a face palmar da mão apoia-se sobre 
 
o flanco. Sem afrouxar a pressão exercida pela mão, solicita-se que o paciente inspire e expire, 
posicionando os dedos “abaixo do rebordo costal direito” durante a expiração. Pede-se 
novamente que o paciente faça uma inspiração profunda e então aprofundam-se os dedos. Em 
caso de dor, o paciente interrompe o movimento respiratório ao mesmo tempo em que 
reclama da sensação dolorosa, o que indica inflamação da vesícula biliar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.Exame físico especial do baço 
a. Percussão 
O baço encontra-se protegido pelo gradil costal, em torno da 9ª, 10ª e 11ª costelas. Sua 
localização é, em grande parte, posterior à linha axilar média esquerda. Normalmente o baço 
não é percutível. Percute-se toda a região das linhas axilares, no sentido postero-anterior (da 
linha axilar posterior até a linha axilar anterior) e também toda a parte inferior da parede 
torácica, na altura da 10ª costela. Na percussão do espaço intercostal mais baixo até a linha 
axilar anterior é detectado um som timpânico que deve permanecer mesmo quando se solicita 
ao paciente que respire profundamente. Se o tamanho do baço estivar normal, o som 
permanecerá timpânico. Se o baço for percutível, ou seja, for detectado o som maciço do baço 
entre a linha axilar posterior e a média, é um indicativo que este está aumentado de volume 
(esplenomegalia). 
 
 
 
b. Palpação- Posição de Schuster 
 Lemos-Torres 
O exame é realizado da mesma maneira que no fígado, só que as regiões examinadas são as 
linhas axilares e parte do hipocôndrio/flanco esquerdo. Outro método empregado para 
facilitar a palpação do baço é fazer a palpação com o paciente na posição de Schuster. Essa 
posição consiste no decúbito lateral direito, com a perna direita estendida e a coxa esquerda 
fletida; o ombro esquerdo deve ser elevado, colocando o braço corespondente sobre a cabeça. 
Com o paciente nessa posição, faz-se a palpação: o examinador posiciona-se diante do 
paciente, pousando sua mão esquerda sobre a área de projeção do baço e tracionando-a para 
baixo. Enquanto isso a mão direita executa a palpação, coordenando-a com os movimentos 
 
respiratórios do paciente, de tal modo que, durante a inspiração, o examinador avança sua 
mão da crista ilíaca direita em direção ao rebordo costal esquerdo em encontro ao baço. Em 
geral, palpar este órgão significa que seu volume está aumentado, ou seja, há esplenomegalia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Método Mathieu-Cardarelli 
Semelhante ao do fígado, só que as regiões examinadas são as linhas axilares e parte do 
hipocôndrio/flanco esquerdo, sendo mais bem pesquisado na posição de Schuster. Com a mão 
em garra seue do hipocôndrio direito até o rebordo costal esquerdo aprofundando a mão ao 
movimento inspiratório do paciente. 
 
 
 
4. Semiologia da Ascite 
A percussão é o método mais seguro para o reconhecimento da ascite e este leva em 
consideração a quantidade de volume, sendo classificada em grandes, pequenos e médios 
volumes. 
 
a. Pequenos volumes- Macicez móvel dos flancos 
Como o liquido está livre na cavidade peritoneal, este se acumula nas áreas mais declives, e 
quando o paciente se coloca em um dos decúbitos laterais, a massa liquida se dirigirá para 
aquele lado. Primeiramente percute-se todo o abdome do paciente em decúbito dorsal, 
percebendo que há macicez nos flancos e timpanismo na parte média do abdome, o que 
levanta a suspeita de líquido na cavidade peritoneal, pois o liquido ascítico ali acumulado 
propicia um som maciço. 
Posiciona-se o paciente em decúbito lateral direito e percute-se todo o abdome; havendo 
ascite, encontra-se macicez no flanco direito e timpanismo no flanco esquerdo. Em seguida o 
paciente, então, vira-se e coloca-se em decúbito lateral esquerdo, e percute-se de novo todo o 
abdome, e caso haja ascite o resultado será o oposto ao anterior, havendo macicez no flanco 
esquerdo e timpanismo no direito. Isso ocorre porque a mudança de posição também muda a 
posição do líquido na cavidade, que tende, pela gravidade, ir para regiões mais baixas. 
 
Posição de Schuster 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b. Moderados volumes-Semicírculo de Skoda 
Com o paciente em decúbito dorsal ou em pé, se houver ascite o líquido tende a se alojar na 
parte inferior do abdome e nos flancos. Percute-se o abdome a partir do epigastro em direção 
aos limites do abdome, no sentido medial-lateral e crânio-caudal. Observa-se que a percussão 
delimita uma área semicircular (com concavidade voltada para cima) pela variação sonora do 
timpanismo à submacicez e, posteriormente, para a macicez. 
 
 
 
c. Grandes volumes – Sinal de piparote 
Devido a grande quantidade de líquido o abdome apresenta aspecto globoso, aumento da 
resistência da parede abdominal e cicatriz umbilical plana ou protusa e seu dado semiótico 
pode ser obtido pela percussão por piparote, que consiste no paciente em decúbito dorsal e 
este, ou um auxiliar colocar a lateral da mão sobre a linha mediana do abdome, exercendo 
uma ligeira pressão, enquanto que o examinador com uma das mãos golpeia o abdome com 
piparotes (petelecos), e com a outra, espalmada na região contralateral, procura captar ondas 
líquidas chocando-se contra a parede abdominal. 
 
 
Líquido 
Ascítico 
 
 
 
5. Sinal de irritação peritoneal 
a. Manobra da descompressão brusca positiva (Sinal de Blumberg) 
Para se realizar a manobra de descompressão súbita ou sinal de Blumberg, comprime-se 
vagarosa e progressivamente um determinado local do abdome que, durante a palpação 
mostrou-se doloroso (ou no caso específico do apêndice, no ponto de McBurney, para 
evidenciar apendicite). Ao fazer-se a compressão, a dor é exacerbada. Para avaliar a alteração 
da intensidade da dor, deve-se perguntar ao paciente e observar sua expressão facial. A 
manobra é positiva quando o paciente apresentar nítida exarcebação da dor no momento em 
que se faz a descompressão. É um importante sinal de peritonite. 
 
 
b. Manobra de Rovsing 
O sinal de Rovsing é um sinal médico de apendicite. Se a palpação do quadrante inferior 
esquerdo do abdômen do paciente resultar em dor no quadrante inferior direito, diz-se que o 
paciente é positivo para o sinal de Rovsing. Essa palpação é realizada com a mão executando 
forte e contínua pressão, procurando-se transmitir esta pressão pelo intestino grosso, a partir 
do sigmóide, retrogradamente, em direção ao cólon descendente, transverso e finalmente 
ascendente, onde o acúmulo de gases e/ou fezes gera a distensão do ceco, onde se encontra o 
apêndice e se este estiver inflamado, será relatada dor. O sinal pode ser pesquisado também 
usando-se como técnica os punhos cerrados. 
 
 
 
 
 
6. Exame físico especial para os rins 
Esses dois tipos de percussão são usados no exame físico dos rins. Os golpessão dados na área 
de projeção deste órgão (regiões lombares), e a dor é sugestiva de lesões inflamatórias das 
vias urinárias altas (pielonefrite/infecção urinária). 
 
a. Punho percussão de Murphy 
Mantendo-se a mão fechada, golpeia-se com a face interna a região em estudo e averigua-se 
se a manobra desperta sensação dolorosa. 
 
 
b. Sinal de Giordano 
Percussão com a borda da mão: os dedos ficam estendidos e unidos, golpeando-se as regiões 
lombares em 3 pontos com a borda ulnar da mão, procurando observar se a manobra provoca 
alguma sensação dolorosa.

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