SIMULADO PESTANA

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Texto I 
 
- Pai… 
- Hmmm? 
- Como é o feminino de sexo? 
- O quê? 
- O feminino de sexo. 
- Não tem. 
- Sexo não tem feminino? 
- Não. 
- Só tem sexo masculino? 
- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. 
Masculino e feminino. 
- E como é o feminino de sexo? 
- Não tem feminino. Sexo é sempre 
masculino. 
- Mas tu mesmo disse que tem sexo 
masculino e feminino. 
- O sexo pode ser masculino ou feminino. A 
palavra "sexo" é masculina. O sexo 
masculino, o sexo feminino. 
- Não devia ser "a sexa"? 
- Não. 
- Por que não? 
- Porque não! Desculpe. Porque não. "Sexo" 
é sempre masculino. 
- O sexo da mulher é masculino? 
- É. Não! O sexo da mulher é feminino. 
- E como é o feminino? 
- Sexo mesmo. Igual ao do homem. 
- O sexo da mulher é igual ao do homem? 
- É. Quer dizer… Olha aqui. Tem o sexo 
masculino e o sexo feminino, certo? 
- Certo. 
- São duas coisas diferentes. 
- Então como é o feminino de sexo? 
- É igual ao masculino. 
- Mas não são diferentes? 
- Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. 
Muda o sexo, mas não muda a palavra. 
- Mas então não muda o sexo. É sempre 
masculino. 
- A palavra é masculina. 
- Não. "A palavra" é feminino. Se fosse 
masculina seria "O pal…" 
- Chega! Vai brincar, vai. 
O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta: 
- Temos que ficar de olho nesse guri… 
- Por quê? 
- Ele só pensa em gramática. 
 
(Luís Fernando Veríssimo)
 
 
1) Em relação à crônica, é correto afirmar que 
 
(A) a criança tem um alto grau de sexualidade, e isso fica evidente por meio de suas 
insistentes perguntas. 
(B) a interação entre os personagens foi finalizada de modo bem-sucedido no desfecho da 
crônica em análise. 
(C) a pontuação é um importante instrumento, uma vez que é empregada expressivamente 
para demarcar a mudança de humor de um dos personagens da narrativa. 
(D) o neologismo que dá título ao texto promove dificuldade de compreensão do sentido geral 
da crônica. 
(E) não existe o feminino da palavra sexo, porque a marcação de gênero só é feita quando se 
refere a um ser assexuado. 
 
2) Embora o texto seja marcado pelo predomínio da coloquialidade, ocorrem 
passagens não caracterizadas como próprias ou frequentes no registro informal. 
Assinale a opção cujo fragmento aponte para um exemplo desse último tipo. 
 
(A) “Tem o sexo masculino e o sexo feminino, certo?” 
(B) “Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.” 
(C) “Não tem.” 
(D) “Quer dizer… Olha aqui.” 
(E) “Existem dois sexos.” 
 
 
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Considere o fragmento abaixo para responder às questões 3 e 4. 
 
O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta: 
- Temos que ficar de olho nesse guri… 
- Por quê? 
- Ele só pensa em gramática. 
 
3) Analise as afirmações abaixo. 
 
I. A segunda oração não depende sintaticamente da primeira. 
II. Ocorrem, no trecho, duas orações coordenadas. 
III. O trecho “Temos que ficar de olho nesse guri” exemplifica uma subordinação. 
IV. Na última oração, o termo preposicionado exerce função de adjunto adverbial, pois indica 
uma circunstância de finalidade. 
 
Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas incorretas. 
 
(A) I e II, apenas 
(B) II e IV, apenas 
(C) III, apenas 
(D) I e III, apenas 
(E) IV, apenas 
 
4) A conjunção “Mas” em “Muda o sexo, mas não muda a palavra” cumpre papel 
coesivo e tem seu emprego justificado por estabelecer uma relação semântica de 
 
(A) ressalva. 
(B) adição. 
(C) condição. 
(D) concessão. 
(E) negação. 
 
5) Em “O sexo da mulher é igual ao do homem?”, se a expressão “o sexo” fosse 
substituída por “a sexa”, haveria 
 
(A) mudança na regência nominal. 
(B) mudança na concordância verbal. 
(C) ocorrência de adjetivação. 
(D) ocorrência de crase. 
(E) mudança de paralelismo. 
 
6) O vocábulo “que” tem múltiplas classificações. Observe estas duas frases 
retiradas do texto: “Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino”; 
“Temos que ficar de olho nesse guri”. Aponte a frase cujos vocábulos destacados 
tenham, respectivamente, a mesma classificação morfológica que os “quês” dessas 
duas frases. 
 
(A) Gostaríamos de saber que deveria ser feito com ele. 
(B) Perguntar-lhes-íamos se valia a pena desistir de tudo. 
(C) Que todos o respeitam, é fato bem comprovado. 
(D) Quero que todos achem que ele é melhor do que nós. 
(E) Indagavam-se que coisa mereciam aqueles a quem tinham como amigos. 
 
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7) Aponte a opção que apresenta uma forma verbal de modo idêntico às formas 
verbais deste trecho: “Chega! Vai brincar, vai”. 
 
(A) “Sexo é sempre masculino.” 
(B) “Mas tu mesmo disse...” 
(C) “Não devia ser ‘a sexa’?” 
(D) “Muda o sexo, mas...” 
(E) “Olha aqui.” 
 
8) O verbo “haver” costuma gerar dificuldade na concordância. Por exemplo, se 
fôssemos substituir “existir” por “haver” em “Existem dois sexos”, a frase teria de 
ficar assim: “Há dois sexos”. Aponte a frase em que o verbo “haver” foi 
incorretamente empregado. 
 
(A) Mais de vinte acidentes costumam haver semanalmente nesta avenida. 
(B) Há de haver pessoas interessadas em prestar esse tipo de serviço desagradável. 
(C) Hão de existir mais amigos que inimigos no novo país onde pretendemos morar. 
(D) Os seus alunos sempre se houvem bem em sala de aula, pois tiveram um grande mestre. 
(E) Só me resta perguntar de quem os índios houveram essas terras... 
 
Texto II 
 
 
 
9) A observação dos elementos não verbais do texto é também responsável pelo 
entendimento do humor sugerido. Para essa percepção, colaboram 
 
(A) as reações do gato e da mulher, no último quadrinho. 
(B) o ponto de interrogação e as onomatopeias. 
(C) o mau exemplo vocabular da mãe e a reação da menina. 
(D) o gestual da menina e o rosto do gato, ambos no primeiro quadrinho. 
(E) a palavra percebida conotativamente e o exemplo dado pela menina. 
 
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10) Nas redes sociais, há um erro muito comum de pontuação, também visto no 
texto, a saber: “Oi amiga!”. Marque a justificativa correta a partir disso. 
 
(A) A ausência da vírgula separando o aposto “amiga” implica desvio gramatical. 
(B) A ausência da vírgula separando a interjeição “oi” implica desvio gramatical. 
(C) A ausência da vírgula separando o vocativo “amiga” implica desvio gramatical. 
(D) A ausência da vírgula separando o sujeito deslocado “amiga” implica desvio gramatical. 
(E) A ausência da vírgula separando o termo irônico “amiga” implica desvio gramatical. 
 
 
GABARITO 
 
Eis o gabarito do simulado de quinta-feira passada (30/11): 1- E; 2- A; 3- B; 4- C; 5- E; 6- D; 7- D; 
8- E; 9- C; 10- B. Atenção!!! O gabarito deste simulado aqui será apresentado dentro do próximo 
simulado (07/12), a ser postado no meu grupo de estudos do Facebook, às 20h (horário de Brasília): 
https://www.facebook.com/groups/portuguescompestana/. Caso você fique com dúvidas nas 
questões, crie uma postagem no meu grupo, para que elas possam ser tiradas. Combinado? É isso... 
Agora fique de olho no próximo simulado, que será focado na banca Consulplan.