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Fichamento SPQR cap. 8 História Antiga 2

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Fichamento - História Antiga 2
BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga. São Paulo: Planeta, 2017.
Capítulo 8 – O fronte doméstico
1. Biografia do autor e obras:
2. Resumo:
3. Identificar os objetivos principais: listá-los em forma de citação.
4. Identificação do tema: o tema não é o problema ou o objetivo do texto, mas o assunto que está sendo tratado. Por isso é só listar os temas principais abordados pelo (s) autor/es.
5. Tese (s) do autor (es): nem sempre a tese está explicita, nem mesmo no início do texto; ela pode estar nas entrelinhas ou no final do texto.
Público e privado
1)- Um dos lados da história de Roma é a história da sua política, suas guerras, vitórias e derrotas, a cidadania e tudo mais que ocorreu em público entre homens e proeminentes – Pg. 293.
2)- Nesse processo, foi inventada de algum modo uma versão de cidadania que se mostrou nova no mundo clássico – Pg. 293.
6. Ideias
Público e privado
1)- Há muito mais evidências a respeito desses grupos em períodos posteriores, e elas parecem com maior destaque no restante do livro. Mas o que sobrevive relativo aos primeiros séculos da história romana tende a nos oferecer um quadro extremamente unilateral das prioridades mesmo do homem da elite romana – Pg. 294.
2)- Mas é somente no século I a.C. que começar a ter um quadro rico de todas as questões que preocupavam a elite romana, além da guerra e política – Pg. 294.
3)- Mas, de longe, o insight mais consistente sobre os interesses, as preocupações, os prazeres, os medos e os problemas de um dos notáveis romanos vem das mil e tantas cartas privadas e escritas por Cícero, reunidas, editadas e publicadas após a sua morte em 43 a.C., e que têm sido lidas e estudadas desde então – Pg. 295.
3)- Ao longo dessas crises políticas e militares, se preocupava também com dinheiro, dotes e casamentos, demonstrava pesar diante da morte dos que amava, divorciava-se da esposa, queixava-se de uma indisposição estomacal depois de um cardápio pouco usual no jantar, tentava localizar o paradeiro de escravos fugidos ou adquirir algumas belas estátuas para decorar suas muitas casas – Pg. 295.
Os outros lados da guerra civil
1)- As cartas de Cícero desse período, umas quatrocentas ao todo, revelam alguns aspectos vergonhosos e aterrorizantes da guerra civil, tais como a desorganização, os mal-entendidos, as traições e ambições pessoais, até mesmo algumas passagens do sublime ao trivial, próprias desse ou de qualquer conflito, e de suas consequências – Pg. 296.
2)- Por fim, aceitou o inevitável: os senadores tinham questões mais prementes a tratar do que a sua “ninharia”, como ele chamava às vezes; ele abriria mão de qualquer esperança de um triunfo e juntaria a Pompeu – Pg. 297.
3)- Nunca foi mais cansativo do que quando, dois anos mais tarde, Cícero recebeu César para um jantar em uma de suas propriedades na baía de Nápoles, onde muitos romanos ricos da cidade tinham refúgios de luxo – Pg. 297.
4)- César viajava com um batalhão de cerca de 2 mil soldados, como guarda e escolta, o que era um terrível fardo até mesmo para o hóspede mais generoso e tolerante: “um aquartelamento mais do que uma visita”, como Cícero expressou – Pg. 298.
5)- As cartas de Cícero também revelam que os desafios da guerra e o esforço exigido para receber um ditador eram apenas parte das dificuldades daquele período. Entre a travessia do Rubicão e o assassinato de César nos Idos de Março de 44 a.C., a família de Cícero e a sua vida doméstica se desintegraram. Naqueles cinco anos, ele se divorciou de Terência, sua esposa por trinta anos, e logo depois casou de novo. Tinha sessenta anos de idade, e sua nova noiva Publília apenas quinze – Pg. 298
6)- Enquanto isso, sua filha Túlia divorciou-se do terceiro marido, Públio Cornélio Dolabela, um entusiástico apoiador de César. Túlia estava grávida à época do seu divórcio e morreu no início de 45 a.C., pouco depois de dar à luz o filho, que sobreviveu pouco tempo – Pg. 299.
Maridos e esposas
1)- O casamento romano era, em essência, um negócio simples e privado. Diferentemente do que ocorre no mundo moderno, a cerimônia tinha um papel pequeno [...] Isso, mais uma festa ou duas para celebrar a união, era provavelmente tudo que bastava para a maioria dos cidadãos romanos comuns – Pg. 299.
2)- Considerações a respeito de propriedades tinham maior peso para os ricos também, em particular o dote que o pai da noiva oferecia, e que era devolvido em caso de divórcio. Um dos problemas de Cícero na década de 40 a.C foi ser obrigado a devolver o dote de Terência, ao passo que Dolabela, com poucos recursos, ao que parece, não fez o mesmo com Túlia, ou pelo menos não totalmente. O casamento da jovem Publília teria sustentado a perspectiva de uma boa fortuna como compensação – Pg. 299.
3)- O principal propósito do casamento em Roma, como em todas as culturas passadas, era a produção de filhos legítimos, que automaticamente herdavam a cidadania romana se ambos os pais fossem cidadãos ou se atendessem a várias condições que regiam o “intercasamento” com estrangeiros – Pg. 300.
4)- Um epitáfio escrito em algum momento do século II a.C., em homenagem a uma certa Cláudia, capta com perfeição a imagem tradicional: “Aqui está o desagradável túmulo da adorável mulher”, diz a lápide: “Ela amou o marido de todo o coração. Deu à luz dois filhos. A filha vive na terra, o filho, sob a terra. Ela foi graciosa no falar e elegante no andar. Cuidou bem da casa. Ela teceu lã. É isso que se pode dizer sobre ela” – Pg. 300.
5)- Outras homenagens destacam-se por elogiar mulheres que haviam permanecido como fieis esposas de um só marido por toda a vida, e enfatizam as virtudes “femininas” de castidade e da fidelidade – Pg. 300.
6)- Até o imperador Augusto tirou vantagem das associações tradicionais do trabalho com a lã, e numa atitude que era como um equivalente antigo de uma foto de publicidade, fazia a esposa Lívia posar no seu tear na sala frontal da casa à vista de todos. Mas o mais provável é que esses bons velhos tempos fossem em parte fruto da imaginação de moralistas posteriores – Pg. 301.
7)- Não menos problemática é a imagem que compete com essa, proeminente no século I a.C., de um novo estilo de mulher liberada, que supostamente desfrutava de uma vida social livre, sexual, adúltera, sem muitas restrições impostas pelo marido, pela família ou pela lei. Algumas dessas personagens eram convenientemente desdenhadas, vista como um mundo marginal de atrizes, coristas, acompanhantes e prostitutas, como uma ex-escrava célebre, Volumnia Cytheris, que diziam ter sido amante, em diferentes ocasiões, tanto de Brutus como de Marco Antônio, isto é, tendo dormido tanto com o assassino de César quanto com o seu maior apoiador. Mas muitas delas eram esposas e viúvas de senadores romanos de alto escalão – Pg. 301.
8)- Terência – Ela era alternadamente atacada e admirada como uma sedutora promíscua, manipuladora calculista, deusa idolatrada e doida criminosa. Para Cícero, a “Medeia do Palatino”, epíteto sagaz que associava a bruxa passional e assassina dos filhos da tragédia grega com o local de residência de Clódia em Roma. Catulo deu-lhe a alcunha de “Lésbia” em sua poesia, não só como camuflagem, mas também como remissão à poesia grega Safo, da ilha de Lesbos: “Vamos viver, minha Lésbia, e vamos amar / E aos murmúrios de homens idosos carrancudos / Vamos dar-lhes o valor de um tostão.../ Dá-me mil beijos”, diz a abertura de um dos poemas – Pg. 302.
9)- Fica claro, porém, que a mulher romana em geral tinha maior independência do que as mulheres no mundo grego e do Oriente próximo da época, por mais limitada que pareça pelos padrões atuais [...] Mas isso não significava que as mulheres fossem publicamente invisíveis, e a vida doméstica não parece ter sido formalmente dividida em espaço masculino e femininos, com áreas restritas em função do gênero – Pg. 303.
10)- Mas o episódio também envolveu uma série de mal-entendidos[procedimento de Verres quando aos procedimentos gregos e romanos das mulheres comerem à mesa ou não] por embriaguez sobre as convenções que regiam o comportamento feminino ao se cruzar as fronteiras culturais do império – Pg. 304.
11)- Após a morte de seu pai, uma mulher adulta podia ser dona de propriedades por direito próprio, comprar e vender, herdar ou fazer um testamento e libertar escravos – muitos dos direitos que as mulheres da Grã-bretanha só adquiriram a partir da década de 1870 – Pg. 304.
12)- A única restrição era a necessidade de haver um guardião nomeado (tutor) para aprovar qualquer que fosse a decisão ou transação que a mulher fizesse [...] Na realidade, uma das reformas de Augusto por volta do final do século I a.C., ou início do século seguinte, foi permitir que as cidadãs livres que tivessem gerados três filhos fossem liberadas da exigência de ter um guardião; ex-escravas precisavam ter quatro para se qualificar. Tratava-se de um engenhoso exemplo de tradicionalismo radical: permitia novas liberdades às mulheres, desde que tivessem preenchido seu papel tradicional – Pg. 305.
13)- Estranhamente, as mulheres tinham bem menos liberdade quando se tratava do ato do próprio casamento. Para começar, não podiam decidir se casariam ou não [...] Mas seria ingênuo imaginar que a filha de um agricultor que estivesse disposto a fazer algum negócio com o seu vizinho, ou a garota escrava que fosse obter a sua liberdade para se casar com o seu dono (algo que não era incomum), tivessem voz nessas decisões – Pg. 305.
14)- Os pactos de casamento estiveram na base de alguns grandes desdobramentos da política romana no final da República. Em 82 a.C., por exemplo, Sula tentou assegurar a lealdade de Pompeu “dando-lhe” sua enteada como esposa, embora ela já estivesse casada com outro e grávida; a aposta não vingou, porque a pobre mulher morreu no parto – Pg. 305.
15)- E várias das cartas antigas que sobreviveram, de Cícero para Terência, com quem ele se casou de forma arranjada fossem as emoções que corressem por baixo: “Luz da minha vida, desejo do meu coração. Pensar que você, querida Terência, está tão artomentada, quando todos costumavam recorrer a você por ajuda” escreve ele do exílio em 58 a.C. – Pg. 306.
16)- Um primeiro casamento por volta dos catorze ou quinze anos não era nada incomum para uma garota romana. Túlia foi prometida ao seu primeiro marido quanto tinha onze anos, e casou-se aos quinzze, quando Cícero em 67 a.C. fala em prometer “a querida pequena Túlia a Caio Calpúrnio Pisão”, ele quer dizer exatamente isso, pequena – Pg. 307.
Nascimento, morte e pesar
1)- Sua relação com Túlia sempre havia sido muito próxima – íntima demais, segundo a terrível fofoca espalhada por algum de seus inimigos, que condescendiam com a tática romana de atacar um oponente por meio da sua vida sexual – Pg. 309.
2)- Procriar era uma obrigação perigosa. O parto sempre foi a maior causa de morte das romanas, de esposas de senadores e escravas. Milhares dessas mortes foram registradas, desde as que atingiam o alto escalão, como a de Túlia e a de Júlia de Pompeu, até mulheres comuns por todo o Império, gravadas em lápides tumulares por suas famílias enlutadas – Pg. 309.
3)- Elas morreram devido a muitos dos infortúnios do parto que a moderna medicina ocidental consegue evitar quase totalmente, desde hemorragia até obstrução ou infecção – embora a inexistência de hospitais, onde infecções nos primórdios da moderna Europa passavam facilmente de uma mulher para outra, de algum modo diminuía esse risco. A maioria das mulheres confiava no auxílio de parteiras – Pg. 309.
4)- A gravidez e o parto devem ter dominado a vida da maior parte das mulheres, inclusive aquelas que os escritores romanos decidiram apresentar como libertinas despreocupadas. Poucas devem ter lamentado sua incapacidade de engravidar ou de levar adiante uma gravidez – Pg. 310.
5)- Aqueles bebês que era paridos em segurança também corriam muitos riscos. Os que pareciam fracos ou deficientes era “deixados expostos”, o que com frequência significava serem jogados fora ou abandonados em algum depósito de lixo. Os indesejados tinham o mesmo destino. Há indícios de que as meninas poderiam ser menos desejadas que os bebês meninos, em parte devido às despesas com seus dotes, que devem ter sido um peso no orçamento de famílias modestas – Pg. 311.
6)- A melhor estimativa – baseada em grande parte dos números de populações posteriores comparáveis – é que metade das crianças morria por volta dos dez anos de idade, de todo tipo de doenças e infecções, incluindo doenças infantis comuns, hoje não mais fatais – Pg. 311.
7)- Há uma imagem assustadora de pai na literatura e na contação de histórias romanas, que enfatiza seu controle sobre os filhos, não seu afeto, insistindo nas terríveis punições que ele poderia aplicar em casos de desobediência, chegando ao ponto de execução – Pg. 312.
8)- Mas os milhares de epitáfios comoventes dedicados pelos pais aos seus jovens descendentes sugerem tudo menos falta de emoção. “Minha pequena boneca, minha querida Mania, jaz enterrada aqui. Só fui capaz de lhe dar meu amor por alguns anos. Seu pai agora chora constantemente por ela”, são os versos e uma lápide no norte da África. Cícero também, em 45 a.C., por um tempo “chorou constantemente” a morte de Túlia, documentando sua dor e seus planos para homenageá-la em uma notável série de cartas a Ático – Pg. 313.
9)- Suas preocupações imediatas eram o local, a proeminência e a futura manutenção, e logo ele passou a planejar a compra de uma propriedade suburbana, perto do atual Vaticano, onde ergueria a construção, chegando até a encomendar algumas colunas – Pg. 313.
10)- Ele tinha em mente a apoteose de Túlia, que entendia, provavelmente, como imortalidade em algum sentido geral, e não uma afirmação caval de que ela deveria tornar-se uma divindade. Não obstante, trata-se de outro exemplo da nebulosa fronteira no mundo romano entre os mortais e os imortais, e da maneira pela qual poderes e atributos divinos eram usados para expressar a proeminência e importância de alguns indivíduos – Pg. 313.
Questões de dinheiro
1)- As casas em Astura e Tusculum era apenas duas das vinte propriedades que Cícero possuía na Itália em 45 a.C. Algumas eram mansões elegantes. Em Roma, ele tinha uma grande casa nas encostas baixas do monte Palatino, a alguns minutos a pé do Fórum, e era vizinho de muitas grandes figuras da elite romana, incluindo Clódia – Pg. 314.
2)- Algumas casas eram pequenas de férias ou alojamentos, estrategicamente situados em estadas entre suas propriedades maiores e mais distantes, onde podia pernoitar para evitar dormir em pousadas ou alojamentos precários, ou incomodar amigos – Pg. 314.
3)- Um ponto a destacar em relação a essas residências da elite romana, tanto as de senadores de Roma, como as dos ricaços de fora, é que não eram casas particulares no sentido moderno; não era (pelo menos exclusivamente) locais para se resguardar dos olhares públicos. Certamente, havia alguns refúgios, como o retiro de Cícero em Astura, e algumas partes da casa eram mais privadas que outras. Mas de várias maneiras a arquitetura doméstica tinha a intenção de fomentar a imagem pública e a reputação do romano proeminente, e era em sua casa que ocorria boa parte dos negócios públicos – Pg. 315.
4)- Os visitantes quanto mais entravam para áreas menos públicas, mais honrados se sentiam. Negócios com amigos íntimos e colegas podiam ser feitos, como os romanos diziam, in cubículo, isto é, naquelas pequenas e aconchegantes salas onde a pessoas costumavas às vezes dormir, embora não fossem exatamente dormitórios no sentido moderno – Pg. 316.
5)- Muitos romanos acharam que Escauro cometera grave erro ao enfeitar sua casa num estilo tão luxuoso, que julgavam mais adequado a um ambiente destinado ao público [...] Em várias passagens em suas cartas, Cícero mostra-se preocupado em decorar suas propriedades de modo adequado, em projetaruma imagem de si como homem de bom gosto, instruído e de cultura grega, e em conseguir as obras de artes necessárias para isso, muitas vezes sem sucesso – Pg. 317.
6)- Mas o relato mostra como o ambiente doméstico de Roma, assim como o público, exigia obras de arte, tanto antiguidades como réplicas, num comércio dinâmico com o mundo grego – Pg. 318.
7)- Na parede do átrio, uma árvore genealógica pintada era um elemento-padrão, e os espólios que um homem havia tomado em batalha – a indicação suprema da realização romana – podiam também figurar ali para serem admirados – Pg. 319.
8)- Não há sinal de que Cícero tivesse qualquer grande interesse comercial ou de negócios. Estritamente falando, os senados eram impedidos de ter negócios além-mar, e a riqueza da elite política romana era sempre definida oficialmente por terras, e assentava-se nelas – Pg. 321.
9)- Parte do dinheiro de Cìcero vinha, de modo bem tradicional, de aluguéis e de produtos agrícolas de suas propriedades, o que foi incrementado pela propriedade que havia feito parte do dote de Terência. Mas ele tinhas duas outras fontes de subsistência de renda. A primeira foram algumas heranças que vieram de fora de sua família. Em 44 a.C., ele afirmou ter recebido ao todo a soma de 20 milhões se sestércios provenientes dessa via. É impossível agora identificar todos os benfeitores – Pg. 322.
Propriedade humana
1)- Os serviço exigidos por vinte propriedades sugerem uma equipe de no mínimo duzentas pessoas, mesmo que algumas das casas fossem apenas pequenos alojamentos e outras ficassem desativadas meses a fio: havia jardins para cuidar, reparos a serem feitos, fornalhas para alimentar, provisão de segurança, sem falar nos campos a serem trabalhados nas fazendas – Pg. 324.
2)- Numa estimativa aproximada devia haver entre 1,5 a 2 milhões de escravos na Itália em meados do século I a.C., o que corresponde a cerca de 20% da população total – Pg. 324.
3)- Em termos mais gerais, as condições de vida e de trabalho dos escravos variavam de cruéis e rígidas a outras que beiravam o luxo. Os cinquenta cubículos apertados sob a mansão de Escauro não pior a um escravo – Pg. 324.
4)- Pelos seus padrões, os ajudantes escravos de homens ricos em mansões luxuosas, de médicos particulares ou de conselheiros literários, geralmente escravos instruídos de origem grega, viviam vidas confortáveis – Pg. 324.
5)- As atitudes da população livre em relação aos seus escravos e à escravidão como instituição eram igualmente variadas e ambivalentes. Para os proprietários, desdém e sadismo ficavam lado a lado com medo e preocupação em relação à sua dependência e vulnerabilidade, que numerosos ditos populares e anedotas captavam. “Todo escravo é inimigo” era uma das peças de sabedoria romana. E no reinado do imperador Nero, quando alguém teve a brilhante ideia de fazer os escravos usarem uniforme, ela foi rejeitada com a alegação de que isso deixaria claro para a população escrava o quanto ela era numerosa. No entanto, qualquer tentativa de traçar linhas claras e consistentes entre escravos e livres ou de definir a inferioridade dos escravos (eram eles coisas em vez de pessoas? [...] Escravos e livres trabalhavam em íntimo contato em muitos contextos. Numa oficina comum, escravos podiam ser amigos e confidentes tanto quanto propriedades humanas. E eram parte da família em Roma; a palavra latina família inclui os não libertos e os membros livres de um arranjo doméstico – Pg. 325.
6)- Para muitos, a escravidão era de qualquer modo apenas uma condição temporária, o que fazia aumentar a confusão conceitual. O hábito romano de libertar escravos pode ter sido o motivo por todo o tipo de considerações práticas: certamente era mais barato, por exemplo, dar aos escravos a sua liberdade do que mantê-los em idade avançada improdutiva. Mas esse era um aspecto crucial da imagem disseminada de Roma como uma cultura aberta, e fazia do corpo de cidadãos romanos o mais diversos etnicamente que já existiu antes no mundo moderno – também causa adicional de preocupação cultural – Pg. 325.
7)- O problema não eram todos aqueles pequenos furtos, Cícero explodiu, o que ele não podia suportar era simplesmente a fuga, já que ex-escravos, mesmo depois que lhes era concedida a liberdade, ainda tinham obrigações para com o seu senhor – Pg. 326.
8)- Não deve surpreender que, embora libertus (“liberto”) seja o termo latino padrão para um ex-escravo, em muitas ocasiões a palavra servus (“servo, escravo”) era usada para ambos – Pg. 327.
Por uma nova história – de imperadores
1)- Passou muito tempo incentivando e controlando a memória de Cícero, ajudando a editar sua correspondência e seus discursos e escrevendo a biografia dele, que – embora não tenha sobrevivido – tornou-se uma fonte-padrão de informações para historiadores romanos posteriores. Publicou também uma grande coleção de suas piadas – Pg. 328.
2)- Tiro também viveu para ver uma novo regime permanente de governo de um só homem, com imperadores firmemente instalados no trono de Roma e a velha República como uma memória cada vez mais distante – Pg. 328.
3)- Mesmo no Fórum romano, o centro da antiga cidade, palco de grandes batalhas políticas da República romana, a maior parte do que vemos homem acima do solo foi construída sob os imperadores, não na era dos Gracos, ou de Sula ou Cícero – Pg. 329.
4)- Ainda contamos com biografias cheias de fofocas de cada imperador; sátiras cínicas, escritas por Juvenal e outros, despejando desdém sobre os preconceitos romanos; e novelas de inventividade extravagante, incluindo o célebre Satyricon, escrito por Petrônio, ex-amigo e depois vítima do imperador Nero e representado 2 mil anos depois por meio do filme de Federico Fellini – Pg. 329.
5)- Uma diferença ainda maior, porém, na reconstrução dessa parte da história de Roma é que teremos agora que seguir quase sempre sem o luxo, ou a limitação, da cronologia. Isso se deve em parte à expansão geográfica do mundo romano – Pg. 330.
6)- Portanto, iremos começar examinando no próximo capítulo como, após o assassinato de Júlio César, o imperador Augusto conseguiu estabelecer o governo de um só homem como um recurso permanente – talvez a revolução mais importante da história de Roma – e depois explorar as estruturas, problemas e tensões que sustentaram ao mesmo tempo minaram esse sistema durante dois séculos seguintes – Pg. 331.
7. Problematizações principais
8. Listar as fontes e os principais autores (historiografia) mencionados no texto
9. Síntese crítica do texto:

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