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Comunicação celular: Moléculas sinalizadoras, receptores e vias de sinalização intracelular Profa. Dra. Enilza M Espreafico emesprea@fmrp.usp.br Laboratório de Biologia Celular e Molecular do Câncer Universidade de São Paulo Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Departamento de Biologia Celular e Molecular Medicina – Primeiro ano - 2017 EXEMPLOS DE RESPOSTAS CELULARES A UM SINAL QUÍMICO NO MEIO EXTRACELULAR Por que estudar os mecanismos de sinalização celular? Budding yeast cells responding to mating factor Comunicação intercelular precede o aparecimento dos organismos pluricelulares Figure 16-101 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Um glóbulo branco responde a quimioatraentes Resposta: A célula muda de forma e locomove em direção à fonte quimiotática Como? Através da polimerização de actina frontal e a contração na parte posterior. Como o sinal modifica o citoesqueleto de actina? Através de mecanismos de Transdução do sinal Figure 5.4b The Biology of Cancer (© Garland Science 2007) Célula de carcinoma de mama emite um apêndice celular em resposta à aplicação localizada de EGF (microesfera coberta de EGF) EGF Figure 5.4a The Biology of Cancer (© Garland Science 2007) + PDGF Fibroblastos PDGFR-/- 48 horas Fibroblastos PDGFR+/+ Nulos para o receptor de PDGF - não o expressam Normais – expressam o receptor de PDGF Cicatrização de uma ferida: Efeito do fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) em células normais (+/+) e células nulas (-/-) para PDGFR Figure 5.3 The Biology of Cancer (© Garland Science 2007) Armazenamento de PDGF pelas plaquetas – a coagulação sanguínea leva à liberação desse mitógeno e outros fatores de crescimento e de sobrevivência celular Figure 6.4 The Biology of Cancer (© Garland Science 2007) Resposta ao soro no meio de cultura: mudanças na organização do citoesqueleto de actina Roteiro dos Tópicos Centrais 1) Formas de comunicação celular (sinalização intercelular) em animais e outros princípios gerais da comunicação celular 2) Sinalização através de RECEPTORES intracelulares 3) Sinalização através de RECEPTORES de superfície celular • Receptores iônicos • Receptores acoplados a proteína G • Receptores enzimáticos (tirosina quinases / serina treonina quinases) • Receptores cuja sinalização é dependente de proteólise Serão trabalhados no ED • Formas de comunicação celular em animais (sinalização intercelular) 1) Endócrina • Os ligantes da sinalização endócrina são denominados hormônios. • Eles são usualmente encontrados em baixas concentrações no sangue e líquido intersticial (< 10-8 M), portanto os receptores de hormônios têm alta afinidade pelo ligante. • Sinalização é relativamente lenta, pois depende de difusão e velocidade do fluxo sanguíneo. 2) Via junção sináptica • Neurotransmissão • Formas de comunicação celular em animais (sinalização intercelular) • Os ligantes são os neurotransmissores. • Eles podem atingir altas concentrações (da ordem de ~10-4 M) na fenda sináptica. Portanto, os Receptores de neurotransmissores têm afinidade menor pelo seu ligante que os R de hormônios • Sinalização rápida – em menos que um milisegundo 3) Parácrina • Formas de comunicação celular em animais (sinalização intercelular) 4) Autócrina • Formas de comunicação celular em animais (sinalização intercelular) b) Sinalização via junções comunicantes tipo fenda (GAP) - Justácrina c) Sinalização transmitida pela matriz extracelular, p.ex., via integrina (alguns chamam de Justácrina) a) Sinalização dependente de contato célula-célula – Justácrina. 5) Justácrina • Formas de comunicação celular em animais (sinalização intercelular) d) Via Sinapse imunológica (justácrina) (junção sináptica transitória) • Quantos ligantes existem adaptados para a função de comunicação celular em vertebrados? • Quais são eles, onde são produzidos e como chegam à célula alvo? Agem a curta ou longa distância. Produzem respostas rápidas rápidas e lentas. • Que concentração do ligante é necessária para que ele seja efetivo? • Qual a afinidade dos receptores pelo seu ligante? • Quantos genes do genoma humano codificam receptores? • A natureza química do ligante tem alguma relação com o local onde o receptor se localiza na célula alvo? • Ligantes são numerosos, variados em natureza química e agem sobre receptores específicos Passos da sinalização celular: • Síntese • Secreção • Transporte ou difusão no organismo • Detecção • Transdução • Inativação da molécula sinalizadora (ligante) do receptor (dessensibilização) • A mesma molécula sinalizadora pode induzir diferentes tipos de respostas, de acordo com o tipo celular Figure 15-6 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) • Características: Resposta rápida e resposta lenta • Cada célula é programada geneticamente a responder a combinações específicas de sinais Como diferentes células necessitam de diferentes combinações de sinais para sobrevivência, cada tipo celular sofre restrição quanto a ocupar diferentes ambientes. • Uma célula depende de múltiplos sinais extracelulares • Uma célula animal é exposta a centenas de moléculas de sinalização em seu microambiente • As células respondem aos sinais de maneira específica – a especificidade é adquirida por diferenciação ao longo do desenvolvimento Figure 15-10 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) • O destino de uma célula durante o desenvolvimento depende da posição da célula no gradiente de morfógenos Hormônios esteroides Hormônios tireoidianos Ácido retinóico Vitamina D • Ligante hidrofílico • Ligante hidrofóbico • Ligante gasoso • Localização celular do receptor e natureza química do ligante 1) Receptor de superfície celular: 2) Receptor intracelular: Ex: Óxido Nítrico permeante, difusível Amino ácidos, catecolaminas, acetilcolina, nucleotídeos, peptídeos, proteínas • Ligante hidrofílico se liga a um receptor de membrana e desencadeia uma sequência de eventos intracelulares através de uma via de sinalização (cascata de sinalização) RECEPTOR Alvos finais: Proteínas efetoras Proteínas sinalização intracelular RESPOSTA Ligante Via ou cascata de transdução do sinal Alvos finais: Proteínas efetoras Ligantes hidrofóbicos (com algumas exceções) e gasosos agem em receptores intracelulares que servem como receptor e efetor RECEPTOR INTRACELULAR Receptor e Efetor RESPOSTA Proteína reguladora da transcrição ou uma enzima Ligante Receptores intracelulares para ligantes hidrofóbicos e gasosos Moléculas sinalizadoras hidrofóbicas – hormônios esteroides, hormônio tireoideano Moléculas sinalizadoras hidrofóbicas - Vitamina D e ácido retinóico Os receptores de ácido (receptores nucleares tipo II), assim como o receptor do hormônio tireoidiano, são heterodímeros que ficam ligados no promotor dos genes alvos em complexo com co-repressores na ausência dos respectivos ligantes e, em presença do ligante, dissociam os corepressores e recrutam co- ativadores transcricionais que promovem a transcrição dos genes alvos. Esquema geral da ação de hormônios esteróides e hormônio tiroidiano Hormônio esteróide Hormônio tiroidiano Transcriptional activation by the thyroid hormone receptor through ligand-dependent receptor recruitment and chromatin remodellingDOI: 10.1038/ncomms8048 Superfamília de receptores nucleares e resposta ao ligante O ligante causa uma mudança conformacional no receptor Receptor inativo Receptor ativo Citoplasma ou núcleo núcleo Co-ativador ou co-repressor Figure 15-14d Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Estrutura tridimensional de um receptor nuclear Mudança conformacional na molécula receptora causada pelo ligante Figure 15-15 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Resposta: primária (precoce) e secundária (tardia) NO induz relaxamento vascular Como? Gases difusíveis dissolvidos no meio líquido podem agir como sinalizadores - Ex: Óxido nítrico (NO) Como o óxido nítrico (NO) causa o relaxamento vascular? Ação rápida pois o NO é convertido em nitritos e nitratos - meia vida ~5s Reversão se dá pela degradação do cGMP por uma enzima fosfodiesterase de cGMP Receptor e efetor: GUANILATO CICLASE relaxamento vascular NO 1) Nitroglicerina convertida em NO - Tratamento de angina – relaxamento de vasos que irrigam o músculo cardíaco 2) Viagra ou cialis – inibidores da Fosfodiesterase de cGMP tipo 5 – corpo cavernoso do pênis e retina Aplicações clínicas que demonstram da importância fisiológica do NO no relaxamento vascular Analogia entre redes de sinalização biológicas & circuitos eletrônicos Ambas se utilizam de hierarquias, gatilhos, modulação, redundância e retroalimentação. Mais alguns princípios gerais… Figure 15-11 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) O tempo de vida de molécula sinalizadora precisa ser curto para que a resposta decaia ao cessar o estímulo e a célula restitua o estado de repouso, necessário para prontamente responder a novo estímulo Meia-vida Meia-vida A inativação é crucial para determinar a magnitude, rapidez e duração da resposta Conversão de ativa para inativa e vice-versa é crucial para sinalização Proteína quinase Fosfatase GEF GAP GEF = fator de troca GAP = ativador da GTPase Proteína G Comutadores moleculares: mudam de um estado inativo para ativo e vice-versa – a via de sinalização precisa recuperar o estado de repouso: ‘cada mecanismo de ativação requer um de desativação’ - proteina inativa - - proteina ativa - Fosfatase = remove o fosfato quinase • Quais são as duas formas de interruptores (ou comutadores) e como ocorre a alternância entre os dois estados (mencione as enzimas envolvidas nos processos de ligar e desligar)? Figure 15-23 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Relação sinal-resposta Modos como as células respondem ao aumento gradual na concentração do ligante. Resposta ‘gradual’ ou resposta ‘tudo ou nada’ (all or none) Figure 15-24a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Características da resposta da população total de ovócitos estimulados Maturação de ovócitos em resposta à progesterona • A resposta aumentou gradualmente em todos os ovócitos com o aumento da concentração do hormônio? • A resposta foi tudo ou nada no nível das células individuais? (C) é a alternativa correta! Figure 15-25 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) • Cooperatividade alostérica produz respostas abruptas (tudo ou nada). • Resposta abruptas no caso de ativação de uma enzima e inibição de outra que cataliza reação oposta Figure 15-26 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Vias de sinalização intracelular faz uso de alças de retroalimentação positivas e negativas Figure 15-27 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Mecanismo de retroalimentação positiva dependente do produto da reação enzimática Pode criar respostas estáveis que permanecem por longo tempo após um estímulo transitório Importante durante o desenvolvimento, criando modificações estáveis na célula e sua progênie Figure 15-28 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Vias de sinalização intracelular faz uso de alças de retroalimentação positivas e negativas Figure 15-29 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Dessensibilização após ação da molécula sinalizadora extracelular degradação Receptores da Superfície Celular Quatro classes A) Receptor CANAL de IONS (Ionogênico) B) Receptor acoplado a PROTEINA-G TRIMÉRICA C) Receptor PROTEÍNA QUINASE (ou ligado a proteína quinase): D) Receptores que transmitem sinais por meio do controle da proteólise de moléculas sinalizadoras intracelulares 1) RECEPTOR TIROSINA QUINASE (RTK) 2) RECEPTOR LIGADO A TIROSINA QUINASE (RTKL) 3) RECEPTOR SERINA/TREONINA QUINASE (RSTKs) Classe C Receptor PROTEÍNA QUINASE (ou ligado a proteína quinase) Três subclasses: Classifique os receptores de superfície celular em quatro classes, segundo o mecanismo de transdução de sinal. -___________________ -___________________ -___________________ -___________________ B) Receptor ligado a PROTEINA-G TRIMÉRICA Tipos de receptores de superfície celular Especialidade de tecidos excitáveis A) Receptor CANAL IÔNICO C) Receptor enzimático (quinase) ou Ligado a uma Quinase ---Alvos: uma enzima ou um canal iônico Via de sinalização intracelular genérica desencadeada por um ligante ao ligar um receptor de superfície celular Plataforma temporária para transmissão do sinal Segundo mensageiro (mediador intracelular) - Amplificação do sinal Efetor = ativador transcricional Transdução primária Transmissão Transdução secundária e amplificação Integração Espalhamento Ancoragem Modulação Dois modos de integração de sinais Sensor de duas vias Sensor de duas vias B) Receptor acoplado à proteína-G trimérica (GPCR) Todos os GPCRs têm em comum a estrutura central de 7 domínios transmembranas (7 alfa-hélices que serpenteiam a membrana) – proteína heptahelicoidal • Superfamília com mais de 700 membros em seres humanos • A mesma molécula sinalizadora pode ativar mais de um GPCR • Em torno de 50% das drogas conhecidas agem através de GPCRs ou nas vias ativadas por GPCRs Atenção: GPCRs são extremamente relevantes em medicina! Proteina G trimérica Table 15-3 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Quatro principais famílias de proteínas G triméricas Esquema geral da ativação de uma proteína G por um GPCR ativação Transdução do sinal de uma proteína G ativada por GPCR transdução do sinal inativação Inativação da proteína G …..Hidrólise o GTP Que proteína faz o papel de GEF da proteína G heterotrimérica? Transdução de sinal via cAMP: um segundo mensageiro intracelular PKA ativa Adenilato ciclase Produção de cAMP Ativação da Proteína Quinase A (PKA) por cAMP PKA inativa Ativa abertura de canais iônicos Ativa enzima Controle da expressão gênica Próximo slide Proteina Gs Ativação de CREB por poteína quinase A Continuação… CRE = cyclic AMP response element CREB = CRE-binding protein Figure 15-33 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Serotonina: cAMP = 10-6 M Repouso; cAMP = 5 x 10-8 M Visualização microscópica do estímulo por serotonina em neurônios revelada por uma proteína fluorescente sensível ao cAMP – mudança na emissão de fluorescência (azul para vermelha) Figure 15-46a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) cAMP ativa diretamente um canal desódio sensível ao cAMP localizado na membrana dos cílios dos neurônios olfatórios - isso desencadeia a despolarização da membrana Luz – rodopsina transducina ativação de cGMP fosfodiesterase – degradação de cGMP – fechamento de canais de Na+ – hiperpolarização da membrana – diminui transmissão sináptica Resposta rápida= 20 ms Bastonetes – altamente sensíveis – visão não colorida em luz fraca >1000 discos membranosos com rodopsina sensível à luz Neurônio pós-sinaptico Neurônio ganglionar Cérebro Neurotransmissor inibitório Na+ LUZ Escuro Inibitório Table 15-1 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Respostas celulares induzidas por hormônios, mediadas por cAMP Formação de Prostaglandina-E a partir de fosfolipídeos da membrana plasmática em uma célula sinalizadora e ação da prostaglandina em receptores na superfície de uma célula alvo Algumas moléculas sinalizadoras hidrofóbicas agem em receptores de superfície celular acoplados a proteína G - essa classe não será abordada na prova, mas tem grande importância em medicina e será tratada em outras disciplinas The Cell: A Molecular Approach. 2nd edition. GPCRs também podem ativar fosfolipase C-β (PLCβ) e transduzir sinal através de uma via de fosfatidilinositol Síntese do PIP2 PIP2 é o mais importante fosfolipídeo de inositol na sinalização e constitui apenas 1% de todos os lipídeos da membrana plasmática – camada citosólica Fosfatidilinositol (PIP2) (IP3) Diacilglicerol (DAG) Transdução de sinal via os segundo- mensageiros intracelulares: IP3 e diacilglicerol PLCβ Ativação de fosfolipase Cβ por uma proteína G (alfa Gq): IP3 ativa liberação de cálcio do RE e DAG ancora a PKC à membrana e esta é ativada por Ca+2 • Cálcio citosólico: repouso = 50-100 nM / estímulo = 400 nM • Cálcio extracelular = 1,5-2 mM • Gradiente de cálcio através da membrana plasmática de fora para dentro = 15000-40000:1 • Esse gradiente é uma forma de estocagem de energia, assim que canais se abrem, cálcio entra com grande impulso (mecanismos de reposta ao cálcio é ubíquo a todas as células vivas para numerosos tipos de modificações celulares). • Restauração dos baixos níveis citosólicos se faz por bombas de cálcio. • É o gatilho da contração muscular e responsável por regular inúmeras outras funções em todos os tipos de células. Cálcio é um mediador intracelular universal Figure 15-40 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Onda de cálcio intracelular em um ovócito durante a fertilização Video 21.3 – fertilização e onda de cálcio Cálcio funciona como um mediador intracelular ubíquo A onda de cálcio causa modificação na superfície do ‘ovócito fertilizado’ de tal maneira que ele fica refratário à fertilização por outro espermatozóide e inicia o desenvolvimento. Calmodulina Receptores intracelulares do cálcio são ativados e transmitem o estímulo Veja o vídeo: Importação do regulador transcricional NFAT para o núcleo. Responda: Qual o papel da calmodulina nesse processo? Cite uma atividade celular que será desencadeada em resposta a esta sinalização. Proteina quinase dependente de calmodulina Envolvida na memória e outras funções Figure 15-41a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) • O cálcio é extremamente abundante na natureza e só pode servir como sinalizador porque as células desenvolveram mecanismos para sequestrar o cálcio intracelular e manter baixíssimos níveis no citosol em condições de repouso. • A diferença de concentração através da membrana é de mais de 10.000 vezes. • Assim, a abertura de canais na membrana impulsiona fortemente o cálcio para o citosol. Vários alvos intracelulares do Ca 2+ troponina C: gatilho p/contração muscular calmodulina: ativa proteínas quinases bomba de Ca2+ adenilato ciclase calpaína: proteólise intracelular calretinina: ativa guanilato ciclase calcineurina: fosfatase gelsolina: clivagem de F-actina maquinaria de fusão membranas: cálcio é necessário para exocitose Resumo: Mensageiros intracelulares (segundo mensageiros): Ca2+ cAMP cGMP IP3 DAG PI(3,4,5)P3 (veremos adiante) Bom Estudo! Os temas apresentados nos slides seguintes serão trabalhados no ED • Definição de proteína-tirosina-quinase e breve histórico - uma tirosina-quinase citoplasmática não receptor • RECEPTORES TIROSINA QUINASES (RTKs) são receptores com domínio catalítico tirosina quinase e servem de receptores para fatores de crescimento, mitógenos e fatores de sobrevivência celular Transdução de sinais por meio de fosforilação do aminoácido tirosina em proteínas Figure 5.5a The Biology of Cancer (© Garland Science 2007) A existência de tirosina-quinases foi demonstrada primeiramente em 1979 por J. Michael Bishop e Harold E. Varmus, em estudos do Vírus do Sarcoma de Rous – um retrovirus descoberto muitos anos antes por Peyton Rous em sarcoma de galinha. O estudo de Bishop e Varmus estabeleceu a existência do oncogene v-Src e seu correlato proto-oncogene c-Src. Mais do que isso, estabeleceu a existência de oncogenes virais e proto-oncogenes celulares. TIROSINA QUINASES – Definição e breve histórico A maioria das quinases são serina/treonina quinases e o conteúdo de serina e treonina fosforidas é muito maior que o de tirosina fosforilada em uma célula. Se quiserem podem saber mais sobre proteína-quinases: https://www.youtube.com/watch?v=xG2WOd_fWqo https://www.youtube.com/watch?v=VatdTJka3_M Muitos outros vídeos estão disponíveis. http://www.nih.gov/catalyst/back/94.07/Seminar.html • O conteúdo de fosfotirosinas aumenta de 10 a 20 vezes O que ocorre com o conteúdo de fosfotirosinas quando o oncogene tirosina-quinase Src é introduzido em células? Figure 5.8 The Biology of Cancer (© Garland Science 2007) Especificidade da Src pelo aminoácido tirosina C. 1) Receptores Tirosina Quinases (RTKs) C. 2) Receptores Ligados a Tirosina Quinases Figure 5.9a The Biology of Cancer (© Garland Science 2007) Estrutura geral de um receptor tirosina-quinase - Receptor de EGF O EGFR foi o primeiro RTK a ser descrito Domínios estruturais do EGFR e sua similaridade com a Src Figure 5.10 The Biology of Cancer (© Garland Science 2007) Diversos receptores tirosina quinases (RTKs) ErbB1 a ErbB4 Efrinas, que agem nesse receptor, são ligantes que se localizam na superfície de células sinalizadoras e que guiam neuritos para formação de sinapse e endotélio vascular no processo de angiogênese durante o desenvolvimento Table 15-4 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Fatores de crescimento, hormônios e mitógenos que agem via RTKs Receptores de fatores de crescimento e mitógenos são ativados por dimerização e transautofosforilação (fosforilação cruzada) C.1) Receptores Tirosina Quinases Os ligantes de RTKs são peptídeos ou proteínas extracelulares, que podem ser solúveis, ancorados à matriz extracelular ou presentes na superfície de células sinalizadoras (exemplo dessa classe são as efrinas). Quantos genes existem no genoma humano que codificam RTKs? Qual a natureza dos ligantes de RTKs? Existem ~ 60 genes que codificam RTKs. Proteinas associadas Motivos SH2 e PTBs (fosfotirosina-binding) SH = Src homology O RTK ativado se trans-autofosforila e os sítios fosforilados servem para atracar proteínas intracelulares, formando umaplataforma de sinalização ancorada à membrana plasmática, que dispara sinais para múltiplas vias de sinalização. Algumas delas são proteínas adaptadoras que recrutam outras proteínas sinalizadoras. Exemplo de três enzimas que se ligam aos sítios fosforilados de RTKs por meio do domínio SH2: PI3K, GEF e PLCγ – duas delas disparam sinais estimulatórios e uma inibitório Proteínas com domínios SH2 ou PTB (ligantes de fosfotirosinas) ligam-se a RTKs ativos ou outras proteínas fosforiladas em resíduos de tirosina Fator de crescimento derivado de plaquetas Desativa a proteína G Nem todas as proteínas que se atracam diretamente ao receptor em sítios fosforilados têm papel de transmitir sinal estimulatório, algumas têm papel inibitório da via. Por exemplo, a GAP vista no slide anterior tem papel de desativar um pequena proteína GTPase da superfamília Ras. Outro exemplo, é a proteína c-Cbl, que cataliza a mono-ubiquitinação do receptor, promovendo endocitose e degradação em lisossomos, um mecanismo de dessensibilização de receptores (downregulation) – Mutação de c-Cbl causa câncer por prolongar a sinalização por RTKs. Outras têm papel de proteínas adaptadoras que servem para recrutar e conectar proteínas sinalizadoras, por ex, GEF é recrutada assim. Proteínas inibitórias também se atracam aos sítios fosforilados dos RTKs Transdução do sinal de um RTK pode se dar através de diferentes vias • Ativação da via de Ras-MAPKs – via mitogênica • Ativação de Rho/Rac/Cdc42/ - remodelação do citoesqueleto de actina e migração celular • Ativação da via de PI3K-Akt (via de sobrevivência) e PI3K-Akt- mTor (crescimento celular) Vamos exemplificar 3 vias: Figure 5.31 The Biology of Cancer (© Garland Science 2007) Ras-GTP • Ativação da via de Ras-MAPKs – via mitogênica Ras transmite o sinal para a via das MAPKs (quinases ativadas por mitógenos) que operam em módulos de três componentes enzimáticos em todas as células eucarióticas Resposta lenta Resposta imediata RAF MEK ERK importada para o núcleo S/T/Y S/T S/T Os três componentes MAP quinases operam em módulos em todas as células, cada módulo podendo ser ativado independentemente de outro por receptores diferentes Segundo a figura, qual mecanismo permite essa operação em módulos independentes? O Exemplo dado no slide anterior mostra dois módulos operando em paralelo em levedura. A organização desses módulos depende de proteínas que formam plataformas de sinalização localizadas e, assim, restringem espacialmente a ação. Em células de mamíferos, pelo menos 5 módulos podem operar em paralelo, sendo dois módulos em resposta a estresses (UV, choque osmótico, citocinas inflamatórias). Os três componentes MAP quinases operam em módulos em todas as células, cada módulo podendo ser ativado independentemente de outro por receptores diferentes Via conservada de levedura a humanos Via central de ativação da proliferacão em células de mamíferos Exemplos: EGF - em células precursoras de neurônios, pico da atividade Erk é em 5 min e células proliferam. NGF -- Erk fica ativa por muitas horas e os precursores proliferam e se diferenciam em neurônios. Via das MAPKs Alças de retroalimentação + e – regulam a resposta. Reversão da ativação de uma via de RTK é rápida e se dá, por exemplo, através da ação de tirosina fosfatases sobre o receptor e RasGAP sobre a Ras. O genoma humano contém mais de 100 genes que codificam tirosina fosfatases. Ativação e inativação da via de EGFR Superfamília de GTPases monoméricas (pequenas GTPases) Apenas duas famílias, Ras e Rho, propagam sinais recebidos a partir de receptores da membrana plasmática Figure 15-62a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) RhoGEF • Ativação de Rho/Rac/Cdc42/ - remodelação do citoesqueleto de actina - migração celular Terminal do axônio avançando Recuo ou mudança de direção Contração causa o colapso e mudança de direção A família Rho inclui Rho, Rac e Cdc42. Existem 60 Rho GEFs, 70 RhoGAPs em seres humanos. Diferente da Ras, as Rho GTPases podem se ligar a GDIs (inibidores da dissociação de nucleotídeos) e ficar solúveis no citosol, o que previne a ativação por RhoGEFs. O receptor de efrina tem o papel de guiar o axônio para fazer conexões com o tecido alvo correto através da ativação das três classes de GTPases Rho. No entanto, quando efrina A1 em uma célula no caminho se liga ao receptor no cone de crescimento neuronal, ocorre uma superativação de RhoA que ativa miosina-II provocando contrações e, assim, repelindo alvos aleatórios ao longo do trajeto. • Ativação de Rho/Rac/Cdc42/ - remodelação do citoesqueleto de actina e migração celular Exemplo: Axônios de neurônios motores ao migrar em direção à fibra muscular alvo para estabelecer sinapse. • Ativação da via de PI3K-Akt (via de sobrevivência) e PI3K- Akt- mTor (crescimento celular) Figure 15-64 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Figure 15-63 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) PI3K fosforila o fosfatidil inositol no átomo de carbono 3 desviando-o da via da PLC. A etapa central é a formação de PIP3 que serve para atracar proteínas com domínios PH, como por ex, a PDK1 e Akt. Figure 15-65 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Ativação do crescimento celular. As células devem duplicar sua massa antes de se dividir – do contrário um organismo não cresceria e as células reduziriam de tamanho a cada ciclo. TOR complexo 1= Sensível à rapamicina Promove captação de nutrientes e síntese proteica e inibe degradação de proteínas Como a via RTK- PI3K-Akt promove o crescimento? Tsc2 = Tuberous sclerosis protein (Rheb-GAP) HG estimula produção de IGF que age via IGFR (Rheb-GAP) Mecanismos de ativação de PI3K 1) Por RTKs: Classe Ia PI3K (subunidade regulatória se liga a RTKs) 2) Por GPCRs: Classe Ib (subunidade regulatória se liga a βγ-G proteínas triméricas ativas). 3) Diretamente por Ras: ativa a subunidade catalítica A sinalização é interrompida por uma fosfatase do C3 do fosfatidilinositídeo, chamada PTEN. Mutações que levam a perda de PTEN promovem câncer. Desativação da via Integração de vias de sinalização Akt Receptores ligados a tirosina quinases C.2) Estrutura tridimensional do hormônio de crescimento humano ligado ao seu receptor Ativados em resposta as infecções virais Receptores de citocinas C.2) Receptores ligados a tirosina quinases Continuação… Receptores ligados a tirosina quinases Receptores de citocinas transduzem os sinais via JAK-STATs. As STATs dimerizam-se de maneira dependente de fosforilação via domínio SH2 Table 15-6 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Hormônios e citocinas que agem em Receptor ligado a tirosina quinase e transmitem sinais via JAK-STAT A superfamília do fator de crescimento transformante TGF-β atua através de Receptor Serine/Threonine Kinase e Smads C.3) Receptores Serina/treonina quinases Outros ligantes semelhantes a TGF-β: inhibins, activin, anti-müllerian hormone, bone morphogenetic protein, decapentaplegic e Vg-1 Moléculas sinalizadoras que agem por esse mecanismo influenciam muitas funções: proliferação, especificação, diferenciação e formação de padrões durante o desenvolvimento, produção de matriz extracelular e morte celular Via de sinalização dependente de Smad ativada por TGF-β ou outros ligantes semelhantes Inativaçãodo receptor: • Endocitose via caveolina leva a ubiquitinação do receptor e degradação • Inibidores extracelulares modulam a sinalização sequestrando o ligante • Receptores que ativam vias de sinalização que dependem de proteólise para transduzir sinais no interior das células • Podemos citar 4 vias centrais: 1. Via de Notch; 2. Via de Wnt; 3. Via de Hedgehog; 4. Via de TNFα e outros sinalizadores envolvidos em imunidade (Toll- like e interleucina-1) - agem prevenindo a degradação de NFκB – ativador transcricional As vias de Notch, Wnt e Hedgehog desempenham papéis cruciais durante o desenvolvimento animal e serão estudadas em detalhes em Biologia do desenvolvimento. TNFα, interleucina-1 e Toll-like receptors desempenham papel central na resposta inflamatória e em imunidade inata e suas funções serão estudadas em outras ocasiões ao longo do curso. São incluídas a seguir para conhecimento apenas dos mecanismos gerais. Figure 15-75 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Via de Notch Uma célula especificada a se tornar precursor neural (neuroblasto) expressa Delta, ligante de Notch. A interação desencadeia uma resposta nas células epiteliais que expressam Notch de forma que essas células são inibidas de seguir o mesmo destino (i.e., neural) e, portanto, permanecem como epiteliais. - Qual a sua função primordial? A via é chamada pelo nome do receptor! Resposta: O precursor neural expresssa Delta. A ligação de Delta com Notch desencadeia, na célula neural, a endocitose de Delta em complexo com o domínio extracelular de Notch e induz a proteólise do domínio transmembrana de Notch em dois pontos. O fragmento intracelular de Notch migra para o núcleo e ativa a transcrição na célula epitelial. Assim, essa célula é inibida de seguir o mesmo destino (i.é, neural) e, portanto, permanece como epitelial. Como ocorre a transdução de sinal na via de Notch? Como se dá a transdução de sinal na via canônica de WNT/β-catenin? Via de sinalização de WNT/β-catenin – via canônica Figure 15-77 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Via de sinalização de WNT/β-catenin – via canônica Em seres humanos existem 19 WNTs e elas ativam três vias de sinalização diferentes Receptor de WNT = Frizzled • Existem 7 receptores em seres humanos – assim como GPCRs contêm 7 hélices transmembranas Gene APC = mutado em adenoma de colon – A proteína APC tem a função de supressor tumoral Co-Receptor de Wnt: LRP – LDL receptor related protein β-catenina funciona como conector de caderinas à F-actina na junção aderente e a beta-catenina solúvel é rapidamente degradada na célula em condições basais. No entanto, ela é estabilizada em resposta a WNT e migra para o núcleo, onde age como co-ativador transcricional, removendo a repressão de genes que estavam reprimidos por Groucho cMyc – um dos genes alvos da via – codifica um fator de transcrição que age como potente ativador da proliferação celular Wnts são proteínas de sinalização que possuem um ácido graxo ligado covalentemente ao seu N-terminal. O nome vem da junção do nome do gene de Drosophila (Wingless, nome baseado no fenótipo do mutante) e do gene Int1 (proto-oncogene) de camundongo. Molecular Pathways: The Role of Primary Cilia in Cancer Progression and Therapeutics with a Focus on Hedgehog Signaling – Hassounah et al - 18(9); 2429–35. ©2012 AACR Via de Hedgehog. Dependente da estrutura do cílio primário • Hedgehog (Hh) é uma proteína secretada que serve de ligante para o receptor Patch. • Na ausência de Hh, Gli é clivada e transportada ao núcleo onde funciona como repressor transcricional. • Na presença de Hh, Smoothened (Smo) é localizada na superfície do cílio e desencadeia a migração de Gli intacta para o núcleo, onde ela ativa genes alvos • A via é crucial no desenvolvimento e reparo de tecidos e seu mau funcionamento está envolvido em diversas doenças. Um dos alvos: o próprio Patched • Promove proliferação - Sinal excessivo = câncer • Em mamíferos, existem três genes que codificam os ligantes Hedgehog, são eles Sonic, Desert e Indian • A molécula de sinalização extracelular Hedgehog é uma proteína secretada. • A forma ativa de Hedgehog é covalentemente ligada a uma molécula de colesterol e a um ácido graxo • Mediadores da resposta a hedgehog: Patched (12 α-hélices TM) e Smoothened (7 α-hélices TM) • Smoothned é um mediador da via que ao ser desreprimido, por ação de Hh sobre Patched, localiza-se na superfície do cílio primário • Mutação em Patched: carcinoma basocelular - tratamento com ciclopamina, um inibidor de Smoothned extraído do lírio do prado - teratogênico em animais do campo Hedgehog liga-se a Patched aliviando a inibição de Patched sobre Smoothened • Os efetores da via são fatores de transcrição Gli: Gli1 Gli2 e Gli3 • A proteína Gli clivada age como repressor e intacta age como ativadora transcricional Vertebrate Hedgehog signaling occurs in a cellular projection known as the primary cilium. (a) In the absence of Hedgehog ligand, PTCH is localized to the cilium and suppresses the activity of SMO, preventing its accumulation in the cilium through an undetermined mechanism. SUFU inhibits the transcription factors GLI2 and GLI3 through a direct interaction, and PKA, CK1a and GSK3b phosphorylate GLI2 and GLI3, promoting proteolytic processing to their repressor forms (GLI2,3R) by the proteasome. (b) Hedgehog ligands bind PTCH and promote its downregulation and removal from the cilium. SMO is phosphorylated by GRK2 and CK1a and accumulates in the primary cilium, where it is activated and can signal to downstream components. This results in the translocation of SUFU–GLI complexes to ciliary tips. Dissociation of these complexes results in translocation of active GLI2 and GLI3 into the nucleus, promoting Hedgehog target gene transcription. Sinalização de Hedgehog via cílio primário Figure 15-79 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) TNFα e outras citocinas ativam o fator de transcrição NFκB Como se dá a ativação de NFκB? Figure 15-80b,c Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Resposta ao TNFα: um rápido pulso ou estímulo prolongado Importação do NFκB para o núcleo e oscilações causadas por alça de retroalimentação negativa Alça de retroalimentação negativa Estímulo prolongado IkB é um alvo transcricional de NFkB e é importante para inativar a via. Estímulo persistente causa oscilações devido a alça de retroalimentação negativa (ativação de IkB). Formação de Prostaglandina-E a partir de fosfolipídeos da membrana plasmática em uma célula sinalizadora e ação da prostaglandina em receptores na superfície de uma célula alvo Algumas moléculas sinalizadoras hidrofóbicas agem em receptores de superfície celular - essa classe não será abordada na prova, mas tem grande importância em medicina e será tratada em outras disciplinas The Cell: A Molecular Approach. 2nd edition. Bom estudo!
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