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UNIDADE III–TEORIA GERAL DO CRIME. O CRIME COMO FATO SOCIAL E JURÍDICO TEMA 3: CONDUTA PUNÍVEL. TEORIA FINALISTA TEMA 4: FORMAS DE CONDUTA PLANO DE AULA 8ª AULA: A CONDUTA PUNÍVEL. ESTRUTURA E ESPÉCIES. AÇÃO. OMISSÃO. PREVISÃO: 6 DE OUTUBRO DE 2014 – 21h10/22h50 BIBLIOGRAFIA BÁSICA: ESTEFAM, p. 198 a 203; JACOB, Unidade III, p. 97 a 104. TEXTO DE APOIO (ANEXO): A OMISSÃO PUNÍVEL OBJETIVO: definida a conduta punível e dados os seus aspectos, identificar os requisitos da ação e da omissão puníveis. ROTEIRO DE AULA EXPOSITIVA CONDUTA PUNÍVEL Intervenção humana dirigida por uma finalidade e submetida a uma apreciação normativa. 1. Aspectos 1.1 coeficiente psíquico ou subjetivo: finalidade (previsão e vontade) 1.2 coeficiente físico ou objetivo: intervenção no meio social (ação ou omissão) 1.3 coeficiente normativo: qualificação jurídica da finalidade e da intervenção. 2. Apreciação normativa. Preceitos de proibição e preceitos de comando. 2.1 condutas comissivas e condutas omissivas 2.2 condutas dolosas e condutas culposas AÇÃO PUNÍVEL Realização de um movimento corpóreo proibido pelo ordenamento jurídico. Tipo comissivo doloso ou culposo. OMISSÃO PUNÍVEL Desobediência a um dever jurídico de agir em circunstâncias tais que o omitente teria a possibilidade material de obedecê-lo. 1º Pressuposto 1. Dever jurídico de agir ou de impedir o resultado. Fontes 1.1 O preceito dos tipos omissivos. A omissão é descrita pelo tipo: “omissão própria” ou “crimes omissivos próprios”. 1.2 Posição de garantidor. Omissão imprópria: crimes comissivos por omissão GARANTIDOR Quem, em virtude de sua peculiar relação com determinado bem jurídico, recebe ou assume a obrigação de protegê-lo, evitando resultados danosos. 2. Hipóteses de investidura: artigo 13, § 2º, do C.P. 2.1 imposição legal do dever 2.2 aceitação voluntária do dever 2.3 ingerência (criação precedente da situação de perigo) 2º Pressuposto: Possibilidade material de agir ou de realizar a atividade devida TEXTO DE APOIO A OMISSÃO PUNÍVEL. O primeiro pressuposto da omissão punível (não cumprimento de um dever jurídico de agir ou de evitar um resultado lesivo) exige o conhecimento dos meios pelos quais o ordenamento jurídico pode impor às pessoas a obrigação de não se omitir, em determinadas circunstâncias. Na omissão própria, este dever jurídico está no preceito do próprio tipo. Neste caso, a omissão vem enunciada no tipo, correspondendo à conduta desobediente. Isso acontece quando o preceito implícito no tipo é de comando ou obrigação. O tipo que a descreve classifica-se como tipo omissivo. Os tipos omissivos são realizados por qualquer pessoa que esteja nas condições determinadas na descrição típica. O dever jurídico também pode ser imposto ao garantidor, ou seja, a pessoas que, pela sua peculiar posição diante do bem jurídico, recebem ou assumem a obrigação de assegurar sua conservação. Neste caso, o preceito proíbe a produção do resultado lesivo, enquanto o tipo descreve uma ação desobediente. Contudo, algumas vezes o sujeito realiza o resultado proibido deixando de realizar a atividade imposta pelo direito para evitá-lo. Esta omissão denomina-se omissão imprópria e é uma forma, um modo, uma maneira de alcançar o resultado típico. Trata-se de um tipo comissivo (realizado) por omissão. A omissão imprópria, ao contrário do que acontece na omissão própria, não é genérica, não pode ser realizada por qualquer pessoa, mas somente por aquelas às quais o ordenamento jurídico impõe especificamente a obrigação de evitar o resultado. “Nos delitos impróprios de omissão o autor encontra-se em posição jurídica de cuidador, vigilante, conservador, evitador de perigos para o bem jurídico, quer dizer, garante este bem jurídico em sua integridade”.� Como se vê, “a posição de garantidor requer essencialmente que o sujeito esteja encarregado da proteção ou custódia do bem jurídico que aparece lesionado ou ameaçado de agressão”.� A posição de garantidor não está no tipo. Entretanto, decorrência do princípio da tipicidade, o Direito somente poderá reconhecê-la se existir previamente uma regra jurídica, uma lei específica, que a estabeleça. No Código Penal, esta regra está no artigo 13, § 2º: a posição de garantidor pode emanar de: a) dever legal; b) aceitação voluntária, quando o sujeito livremente a assume; c) ingerência, quando o sujeito, por sua conduta precedente, cria a situação de perigo para o bem jurídico. “O denominador comum de todas as hipóteses” acima referidas é a circunstância de que o sujeito, “ou introduziu um perigo na vida social, ou está designado para impedir que deste perigo derivem, em geral, danos.”� Resumindo, com WESSELS: “os delitos omissivos próprios são fatos puníveis que se esgotam na infração a uma norma mandamental e na simples omissão de uma atividade exigida pela lei. São delitos omissivos impróprios, em contrapartida, os fatos puníveis nos quais o omitente está obrigado, como “garantidor”, a impedir o resultado, e nos quais o omitir-se corresponde valorativamente à realização de um tipo legal através de um fazer ativo.”� � .- ZAFARONI, Eugênio Raúl.- cit. Vol. III, p. 459 � .- BACIGALUPO, Enrico.- Delitos Impróprios de Omissión , Ed. Pannedine, 1969, p. 119 � .- BACIGALUPO, Enrico.- cit., p. 124 � .- WESSELS, Johannes.- Direito Penal - Parte Geral , Ed. Sérgio Antonio Fabris, Porto Alegre, 1976, p. 158
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