AD2 - GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

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GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Atividade à Distância II – 2017/2
RENCA, O TESOURO NATURAL AMEAÇADO PELA AMBIÇÃO.
A RENCA (Reserva Nacional do Cobre e Associados) foi criada em 1984 por um decreto do general João Baptista Figueiredo. Se trata de uma área de preservação mineral medindo aproximadamente 46.450 km2 localizada ao nordeste da Amazônia, na fronteira entre o Pará e o Amapá. A Reserva engloba áreas protegidas como o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru além das Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d`Este. 
Especialistas e ativistas alertam sobre os possíveis impactos dessa medida de liberação para exploração, mesmo que o Governo alegue que garantirá a preservação de algumas áreas protegidas. Eles acreditam que isso não seja possível sem gerar danos às áreas protegidas e às reservas indígenas, prejudicando o ecossistema indiretamente. Ao liberar a exploração do RENCA começaria uma alta movimentação pela área, de pessoas em busca de trabalho ou dos minerais, podendo causar desmatamento e poluição de rios. Quanto às reservas indígenas, mesmo que a mineração esteja longe a poluição dos rios podem prejudicar a água para consumo ou até mesmo as atividades de pesca. 
A Amazônia representa 20% da fauna do planeta. A preservação do RENCA é essencial para manter o pouco que ainda resta da fauna e da flora nativa da Amazônia, visto que há anos a expansão irregular de áreas agrícolas, a extração ilegal de madeira e as queimadas vem consumindo a Amazônia aos poucos.
O governo alega que a extinção da RENCA permitirá que região antes bloqueada seria beneficiada pelo desenvolvimento das atividades minerárias, atraindo novos investimentos, com geração de riquezas para o país, geração de emprego e renda para a sociedade. O governo alega também que a medida poderá auxiliar no combate aos garimpos ilegais instalados na região. Com a repercussão do assunto o governo emitiu um outro decreto revogando o decreto 9.142/2017. O decreto Nº DEC 9.147/2017 emitido dias depois visa regulamentar a exploração mineral delimitando a atividade a áreas onde não haja restrições de outra natureza, como unidades de conservação, terras indígenas e faixa de fronteira. Atualmente, após questionamentos e protestos o governo Temer suspendeu os efeitos da medida por 120 dias para promover um “amplo debate” com a sociedade.
REFERENCIAS
WWF. RENCA, situação legal dos direitos minerários da reserva nacional do cobre. Disponível em: <http://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/RENCA_v1.compressed.pdf>. Acesso em 21 de set. 2017.
JIMÉNEZ, CARLA. Povo Wajãpi, uma barreira indígena contra a mineração na Amazônia. El Pais, 2017. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/08/politica/1504900974_634992.html>. Acesso em 21 de set. 2017.
BRASIL. Decreto nº 9.142, de 22 de agosto de 2017. Extingue a Reserva Nacional de Cobre e seus associados, constituída pelo Decreto nº 89.404, de 24 de fevereiro de 1984, localizada nos Estados do Pará e do Amapá. Brasília, 2017. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9142.htm>. Acesso em 21 de set. 2017.
BRASIL. Decreto nº 9.147, de 28 de agosto de 2017. Revoga o Decreto nº 9.142, de 22 de agosto de 2017, que extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Seus Associados - Renca e extingue a Reserva Nacional do Cobre e Seus Associados - Renca para regulamentar a exploração mineral apenas na área onde não haja sobreposição com unidades de conservação, terras indígenas e faixa de fronteira. Brasília, 2017. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9147.htm#art10>. Acesso em 21 de set. 2017.
BRASIL. Decreto no 89.404, de 24 de fevereiro de 1984. Constitui Reserva Nacional de cobre e seus associados a área que menciona, no Estado do Pará e no Território Federal do Amapá, e dá outras providências. Brasília, 1984. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/1980-1984/d89404.htm>. Acesso em 21 de set. 2017.