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1 CUIDADOR INFANTIL 2ª SEMANA NARJARA LARANJA 2 INTRODUÇÃO: Agora que já falamos dos aspectos gerais do Cuidador Infantil, vamos abordar o desenvolvimento da criança, as fases pelas quais ela passa em cada etapa da infância. Além do desenvolvimento pedagógico pelo qual a criança passa, vamos falar também sobre o biológico! Cada fase, cada mudança tem particularidades que você verá nesta semana. Vamos lá? 3 1. FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Disponível em: www.blogpiaget.com.br O desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a nível físico, do comportamento, cognitivo e emocional ao longo da vida. Em cada fase surgem características específicas. No entanto, cada criança é um indivíduo e pode atingir estas fases de desenvolvimento mais cedo ou mais tarde do que outras crianças da mesma idade. O conceito de criança e infância é uma noção mutável ao longo da história. Várias sociedades possuem sua ideia do que vem a ser criança. Este conhecimento depende de fatores como: classe social, religiosidade, cultura e educação. 4 Toda criança precisa ser estimulada em seu desenvolvimento, no sentido da aquisição de habilidades motoras, mentais e sociais básicas, como engatinhar, sorrir, piscar os olhos, andar, reconhecer cores e sons, entre outras. (VASCONCELLOS et AL, 2005) 1.1 DESENVOLVIMENTO FÍSICO No organismo humano os dois primeiros anos de vida representam período de grande e rápida mudança. Durante essa fase ocorre grande mobilidade, nesta convicção aumentam amplitude do ambiente em que vivem, exploram e desenvolvem. O desenvolvimento se dá a partir da cabeça e do tronco para fora. As ações desses dois desenvolvimentos físicos resultarão em movimentos necessários para sua locomoção (sentar e engatinhar). Todos os ossos de um bebê são também mais macios, com maior quantidade de água, do que os adultos. Sendo assim, o enrijecimento dos ossos, a ossificação, ocorre regularmente, do 5 nascimento à puberdade. Todas as mudanças internas afetam o tamanho e a forma do bebê. Nos primeiros meses crescem em torno de 25 a 29 cm em seu comprimento e no primeiro ano de vida triplicam o peso de seu corpo. 1.2 DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL Disponível em: www.humorinfantil.com.br A primeira infância, fase do desenvolvimento que abrange entre 0 e 6 anos de idade, tem sido cada vez mais abordada e debatida por conhecedores de distintas áreas como psicólogos, sociólogos, e entre outros que adentraram num amplo consenso quanto ao desenvolvimento da primeira infância. Defendem essa 6 fase, como primordial, na qual a criança arquitetará uma base que a favorecerá por toda a existência. As etapas do desenvolvimento emocional pelas quais uma criança passa desde a sua concepção até seis anos é algo extremamente fascinante. As etapas representam período de passagem que levam ao agrupamento de experiências vividas. Cada etapa é marcada por acontecimentos particulares que desde o início trazem consigo, na bagagem genética da célula, valores biofisiológicos, emocionais, afetuosos e intelectuais. E são esses valores que serão impressos para todas as demais células do corpo durante todo o processo de desenvolvimento e que, aos poucos, irão sendo acrescidos das experiências que a criança vivenciar. O corpo armazena todos os fatos vividos durante a vida, sobretudo aqueles acontecidos na primeira infância, quando as formas que acham para se defender ainda são hipotéticas. Esses episódios, quando estressantes e traumáticos, muitas vezes deixam no corpo marcas profundas e irreversíveis. 7 1.3 DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL Disponível em: www.humorinfantil.com.br A criança desde o início de sua vida está em constante e profunda transformação. Inicialmente as respostas das crianças são dominadas por processos naturais e é através dos adultos que os processos psicológicos mais complexos tomam formam. Dessa forma, a aprendizagem da criança inicia-se muito antes de sua entrada na escola, isto porque, ela já está exposta desde o primeiro dia de vida aos elementos do seu sistema cultural, e à presença do outro se torna indispensável para a mediação entre 8 ela e a cultura. O ser humano nasce e se desenvolve primeiramente pelo auxílio de suas respostas inatas, como por exemplo, o ato de mamar para saciar a fome. Com o passar do tempo ele adquire habilidades que lhe possibilitarão o convívio dentro de uma sociedade. Diante da realidade de uma sociedade contemporânea é muito comum a inserção da criança, ainda em sua fase bebê dentro do ambiente escolar, decorrente do fato dos pais trabalharem o dia todo para a sustentação de sua família. A escola surgirá, então, como lugar privilegiado para o desenvolvimento do organismo e a aquisição das capacidades superiores que caracterizam o psiquismo humano, pois é o espaço em que o contato com a cultura é feito de forma sistemática, intencional e planejada. Dentro desse processo de escolarização, outros leques de relações sociais se abrirão, é um momento de ruptura, onde uma parcial independência dos pais acontece e é nesse momento que a escola constituirá a 9 experiência central desta parte da vida e é fundamental para o desenvolvimento físico, cognitivo e sócio-emocional da criança, (BOOK, 1996). 1.4 DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE A personalidade pode ser definida como padrões característicos de pensamentos, sentimentos e comportamentos que fazem com que uma pessoa seja única. Segundo alguns autores, embora alguns fatores externos possam influenciar como determinados traços são expressados, a personalidade em si origina-se de dentro do indivíduo. Alguns aspectos da personalidade podem se modificar à medida em que ficamos mais velhos, porém a personalidade tende a permanecer bastante consistente durante o decorrer da vida. 10 1.5 FASES PSICOSSEXUAIS Disponível em: www.freudfases.com.br À medida que um bebê se transforma numa criança, uma criança em adolescente e um adolescente em adulto, ocorrem mudanças marcantes no que é desejado e em como estes desejos são satisfeitos. Veja a seguir as fases conforme Freud: ➢ FASE ORAL Desde o nascimento, necessidade e gratificação estão ambas concentradas predominantemente em volta dos lábios, língua e, um pouco mais tarde, dos dentes. Enquanto é alimentada, a criança é também confortada, aninhada, acalentada e acariciada. A boca é a primeira área do corpo que o bebê pode controlar. Em adultos, existem muitos hábitos orais bem desenvolvidos e um interesse contínuo em manter prazeres orais. Comer, chupar, mascar, fumar, morder e lamber ou beijar com estalo são expressões físicas destes interesses. ➢ FASE ANAL Disponível em: www.freudfases.com.br 11 Enquanto é alimentada, a criança é também confortada, aninhada, acalentada e acariciada. A boca é a primeira área do corpo que o bebê pode controlar. Em adultos, existem muitos hábitos orais bem desenvolvidos e um interesse contínuo em manter prazeres orais. Comer, chupar, mascar, fumar, morder e lamber ou beijar com estalo são icas destes interesses. Disponível em: www.freudfases.com.br Enquanto é alimentada, a criança é também confortada, A boca é a primeira área do corpo que o bebê pode controlar.Em adultos, existem muitos hábitos orais bem desenvolvidos e um interesse contínuo em manter prazeres orais. Comer, chupar, mascar, fumar, morder e lamber ou beijar com estalo são 12 Entre dois e quatro anos, as crianças geralmente aprendem a controlar os esfíncteres anais e a bexiga e presta uma atenção especial à micção e à evacuação. O treinamento do uso do banheiro desperta um interesse natural pela autodescoberta. A obtenção do controle fisiológico é ligada à percepção de que esse controle é uma nova fonte de prazer. Além disso, as crianças aprendem com rapidez que o crescente nível de controle lhes traz atenção e elogios por parte de seus pais. A criança não consegue compreender inicialmente que suas fezes e urina não sejam apreciadas. As crianças pequenas gostam de observar suas fezes na privada, na hora de dar a descarga, e com frequência acenam e dizem-lhes adeus. Não é raro uma criança oferecer como presente a seu pai ou mãe parte de suas fezes. . 13 ➢ FASE FÁLICA Disponível em: www.freudfases.com.br Aos três anos, a criança entra na fase fálica, que focaliza as áreas genitais do corpo. É a primeira fase em que as crianças tomam-se conscientes das diferenças sexuais. Esta fase caracteriza-se pelo desejo da criança de ir para a cama de seus pais e pelo ciúme da atenção que seus pais dão um ao outro, ao invés de dá-la à criança. 14 ➢ FASE DE LATÊNCIA Disponível em: www.freudfases.com.br O início desse período é mais tenso e conflituoso que sua finalização, uma vez que a criança vai, aos poucos, interagindo melhor com o mundo que a cerca. Para compreendermos melhor, não se pode deixar de ressaltar que a fase de latência é concomitante ao período de escolarização da criança, onde sua energia está investida nas atividades escolares e nas relações sociais. 15 ➢ FASE GENITAL Disponível em: www.freudfases.com.br A fase final do desenvolvimento biológico e psicológico ocorre com o início da puberdade. Neste momento, meninos e meninas estão ambos conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades pessoais. 16 2. PIAGET E O DESENVOLVIEMENTO INFANTIL Além do que vimos até agora, sobre FREUD e os aspectos biológicos do desenvolvimento infantil, temos outro cientista muito importante que descreve o desenvolvimento da criança. De acordo com Piaget, o indivíduo (a criança) aprende construindo e reconstruindo o seu pensamento, através da assimilação e acomodação das suas estruturas. Esta construção do pensamento, Piaget chamou de estágios: Estágio sensório – motor, Estágio Simbólico e Estágio Conceptual. ➢ ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR Segundo Piaget no Estágio sensório-motor, que vai do zero até os 2 anos de idade, é onde se inicia o desenvolvimento das coordenações motoras, a criança aprende a diferenciar os objetos do próprio corpo e os pensamentos das crianças está vinculado ao concreto. ➢ ESTÁGIO SIMBÓLICO Já no Estágio simbólico, que é dos 2 até por volta dos 7 anos, o pensamento da criança está centrado nela mesma, é um 17 pensamento egocêntrico. E é nesta fase que se apresenta a linguagem, como socialização da criança, que se dá através da fala, dos desenhos e das dramatizações. ➢ ESTÁGIO CONCEPTUAL No Estágio Conceptual, que é dos 7 até por volta dos 11, a criança continua bastante egocêntrica, ainda tem dificuldade de se colocar no lugar do outro. ➢ ESTÁGIO DAS OPERAÇÕES No último Estágio que é o das Operações Formais que vai por volta dos 11 anos até a vida adulta, é uma fase de transição, de criar ideias e hipóteses do pensamento. A linguagem tem um papel fundamental para se comunicar. 3. O PROCESSO BIOLÓGICO DO CRESCIMENTO: FUNDAMENTOS DE IMPORTÂNCIA PARA A PRÁTICA De um modo geral, considera-se o crescimento como aumento do tamanho corporal e, portanto, ele cessa com o término do aumento em altura (crescimento linear). Disponível em: www.revistaeducar.com.br De um modo mais amplo, pode ser humano é um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da vida, considerando fenômenos de substituição e regeneração de tecidos e órgãos. É considerado como um criança, em razão de sua estreita dependência de fatores ambientais, tais como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico, acesso aos serviços de saúde, assim, as condições de vida da criança, no passado e no presente. O planejamento familiar, a realização de uma adequada assistência pré-natal, ao parto e ao puerpério, as medidas de 18 Disponível em: www.revistaeducar.com.br De um modo mais amplo, pode-se dizer que o crescimento do ser humano é um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da vida, considerando fenômenos de substituição e regeneração de tecidos e órgãos. É considerado como um dos melhores indicadores de saúde da criança, em razão de sua estreita dependência de fatores ambientais, tais como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico, acesso aos serviços de saúde, assim, as condições de vida da criança, no passado e no O planejamento familiar, a realização de uma adequada natal, ao parto e ao puerpério, as medidas de Disponível em: www.revistaeducar.com.br se dizer que o crescimento do ser humano é um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da vida, considerando-se os fenômenos de substituição e regeneração de tecidos e órgãos. dos melhores indicadores de saúde da criança, em razão de sua estreita dependência de fatores ambientais, tais como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico, acesso aos serviços de saúde, refletindo assim, as condições de vida da criança, no passado e no O planejamento familiar, a realização de uma adequada natal, ao parto e ao puerpério, as medidas de 19 promoção, proteção e recuperação da saúde nos primeiros anos de vida são condições cruciais para que o crescimento infantil se processe de forma adequada. Vamos ver abaixo, cada fator que influencia o crescimento infantil: 3.1 Fatores que influenciam o crescimento Todo indivíduo nasce com um potencial genético de crescimento, que poderá ou não ser atingido, dependendo das condições de vida a que esteja submetido desde a concepção até a idade adulta. Portanto, pode-se dizer que o crescimento sofre influências de fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e malformações, muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente determinadas) e de fatores extrínsecos, dentre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança. Pode-se dizer que a altura final do indivíduo é o resultado da interação entre sua carga genética e os fatores do meio ambiente que permitirão a maior ou menor expressão do seu potencial genético. 20 ➢ A herança genética A herança genética é a propriedade dos seres vivos de transmitirem suas características aos descendentes. Do ponto de vista do crescimento, a herança genética recebida do pai e da mãe estabelece um potencial ou alvo que pode ser atingido. No entanto, a qualquer momento, desde a concepção e especialmente nas criançaspequenas, fatores ambientais podem perturbar o ritmo e a qualidade deste processo. O alcance dessa meta biológica depende, na verdade, das condições do ambiente onde se dá o crescimento da criança sendo sua influência marcante. ➢ A influência do meio ambiente A influência do meio ambiente ocorre desde a vida intrauterina, quando o crescimento é limitado a partir de certo momento pelo espaço da cavidade intrauterina, até a idade adulta. Crianças menores de 5 anos de diversas nacionalidades, crescem num ritmo semelhante desde que submetidas a boas condições 21 de vida. O mesmo não acontece com crianças de mesma nacionalidade, porém sob condições socioeconômicas diferentes (as de nível alto crescem de modo similar às crianças de países desenvolvidos, enquanto as de baixo nível socioeconômico crescem em ritmo mais lento É importante salientar que quanto mais jovem a criança, mais dependente e vulnerável é em relação ao ambiente. Isso faz com que condições favoráveis ao crescimento sejam função, não apenas dos recursos materiais e institucionais com que a criança pode contar (alimentação, moradia, saneamento, serviços de saúde, creches e pré-escolas), mas também dos cuidados gerais, como o tempo, a atenção, o afeto que a mãe, a família e a sociedade como um todo lhe dedicam. ➢ Alimentação A criança até cinco anos requer cuidados específicos com a sua alimentação. Crescer consome energia: 32% das necessidades calóricas de um recém-nascido são destinadas ao crescimento. A dieta da criança deve ter qualidade, quantidade, frequência e 22 consistência adequadas para cada idade. Mais a frente falaremos exclusivamente de alimentação! ➢ Infecções É também muito importante para o crescimento adequado da criança. É essencial que as crianças sejam imunizadas, segundo o calendário de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde, para que se evite a ocorrência das doenças imunopreveníveis. Quanto a outros processos infecciosos, é necessário que sejam diagnosticados precocemente para que não evoluam para um quadro adverso, com o aumento das necessidades nutricionais, associado à diminuição do apetite e, nos casos das diarreias e doenças parasitárias, ao menor aproveitamento biológico dos alimentos. Nos processos febris, observa-se que para cada grau de temperatura acima de 38ºC, estima-se um aumento de 20% nas necessidades calóricas e proteicas da criança, além de causar perda acentuada de apetite. 23 Dessa forma, as infecções repetidas podem levar ao retardo do crescimento e à desnutrição que, por sua vez é responsável pela maior vulnerabilidade das crianças aos episódios infecciosos mais graves e de maior duração, caracterizando, assim, uma ação sinérgica. ➢ Higiene A higiene adequada da criança, dos alimentos, do ambiente e de todos aqueles que lidam com ela são fatores essenciais para seu bom crescimento. Isso implica na disponibilidade de água potável, de meios adequados para o esgotamento sanitário, e destinação de lixo e em conhecimentos, atitudes e práticas corretas sobre o manuseio, armazenamento, preparo e conservação dos alimentos, de higiene corporal e do ambiente. ➢ Cuidados gerais com a criança Como os demais aspectos citados acima, também é fundamental para o bom crescimento e desenvolvimento a qualidade dos cuidados dispendidos à criança. 24 Em outras palavras, a criança pequena necessita estabelecer relações afetivas, precisa de outra pessoa para ir se estruturando como um sujeito e para ter uma identidade própria. Estabelecer, desde o nascimento, relações com pessoas que a escutem e entendam suas necessidades, que lhe dê carinho e afeto, que lhe proporcionem oportunidades seguras de explorar e conhecer o mundo que a rodeia, são condições essenciais ao adequado crescimento e desenvolvimento da criança. 3.2 Períodos ou etapas do desenvolvimento O desenvolvimento vai transcorrendo por etapas ou fases, que correspondem a determinados períodos do crescimento e da vida, em geral. Cada um desses períodos tem suas próprias características e ritmos ainda que não se deva perder de vista que cada criança tem seu próprio padrão de desenvolvimento. ➢ Período pré-natal (da concepção ao nascimento) No momento da concepção, a herança dos pais é transmitida através dos seus genes o que determinará a cor dos olhos, cabelos, pele, ou seja, as futuras características físicas da criança. 25 Durante a gestação, a interação mãe-feto é a mais íntima possível, podendo inclusive influenciar o crescimento e desenvolvimento do bebê: doenças maternas, nutrição, hábitos, situações emocionais, por exemplo. Disponível em: www.thenextfamily.com Hoje, sabe-se que o feto reage ao movimento e sono maternos, e que ainda dentro do útero difere de sua mãe por sua própria dinâmica de maturação: já tem certo grau de autonomia, na medida em que seu funcionamento sensorial não está em total conexão com a vida sensorial da mãe. Pode reagir a sons, seu 26 ciclo de sono-vigília não coincide necessariamente com o da mãe, já possui um certo grau de olfato, visão e tato. ➢ Período neonatal (0 a 28 dias de vida) O filhote humano é um dos seres mais prematuros do reino animal. Depende absolutamente de outro para sobreviver. Entretanto, isso não o torna um ser passivo e sem vontade. Do ponto de vista da maturação, demonstra capacidades surpreendentes, geralmente denominadas competências do recém-nascido. A postura e os movimentos amplos do recém-nascido são muito importantes e devem ser sempre observados: o recém-nascido normal mantém as pernas e braços fletidos tanto na posição supina como prona. Dorme grande parte do tempo. Têm percepções visuais, alguma discriminação olfativa, percebe alguns sabores (tendo predileção pelo doce) e desde as primeiras horas de vida é capaz de indicar a percepção de alguns sons. 27 A voz humana causa nele efeitos diferentes de outros sons, e já em torno da segunda semana de vida, a voz da mãe ou mesmo de outra mulher, modulada por tonalidades afetivas, é capaz de desencadear sorrisos mais facilmente que qualquer outro som. ➢ Primeira infância: lactente (29 dias a 2 anos) No lactente, ou no período denominado de primeira infância, ocorrem as maiores e mais rápidas modificações no desenvolvimento da criança. Gradativamente, os ritmos de sono, alimentação e excreção vão se estabelecendo a partir da presença e ausência da mãe (alternância): a mãe que ora está presente ora não está; ora fala com o bebê, ora se cala; ora lhe oferece o seio, ora lhe tira, imprime certa coordenação às funções orgânicas do bebê. Ele começa a aprender a diferenciar o dia da noite e a tolerar melhor a distância entre uma mamada e outra. Os intervalos passam a fazer parte de sua vida. A progressão do desenvolvimento vai desde o período em que o bebê está totalmente dependente até o final de seu primeiro ano de vida, quando, o lactente, dá os seus primeiros passos, 28 adquirindo mobilidade e habilidades de manipulação que lhe permitem explorar a maior parte do meio ambiente. ➢ Infância (segunda infância ou pré-escolar 2 a 6 anos) Período caracterizado pelo aprimoramento das habilidades até então adquiridas, em especial a capacidade de comunicação, locomoção (andar e correr com segurança, subir escadas, etc.), manuseio de objetos e jogos simbólicos. É a idade do explorar e do brincar.29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICOS BARBOSA, M. A. M.; BALIEIRO, M. M. F. G.; PETTENGILL, M. A. M. Cuidado Centrado na Família no Contexto da Criança com Deficiência e sua Família: Uma Análise Reflexiva. 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