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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1ª. VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE FORTALEZA – CEARÁ. CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO Processo n. 12345678910 Recorrente: TÍCIO Recorrido: CASA DE REPOUSO DESCANSO A CASA DE REPOUSO DESCANSO através de seus advogados infra firmados, devidamente qualificados nos autos supra, vem, com o devido respeito, apresentar Contrarrazões ao Recurso Ordinário, consoante artigo 900 da CLT, interposto por TÍCIO o que faz na forma das razões anexas. Termos em que pede E espera deferimento. Fortaleza, [dia] de [mês] de [ano]. Advogado – OAB COLENDO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO: CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO Excelências, não merecem prosperar, data vênia, as razões em que se apoiou o Recorrente, por serem descabidas. Vejamos: No que pertine ao pleito de majoração do dano moral arbitrado pelo Douto Juízo a quo, nada há que deva ser reformado, dado que o Magistrado julgou levando em conta o Princípio da Proporcionalidade e a regra que veda o enriquecimento ilícito e sem causa. O artigo 884 do Código Civil veda o enriquecimento ilícito, orientando que o arbítrio de valores a título de danos morais pelo juízo deve ser aplicado levando-se em consideração a extensão e a gravidade do dano suportado pela pessoa lesada. O arbitramento do valor da compensação por danos morais foi realizado com moderação, orientando-se o juízo pelos critérios traçados doutrinária e jurisprudencialmente, com razoabilidade e equanimidade. I - Nos termos do enunciado nº 341 da súmula/STF, "é presumida a culpa do patrão ou do comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto". II - Comprovada a culpa dos prepostos da ré, presente a obrigação desta de indenizar. III - O valor da indenização por dano moral se sujeita ao controle do Superior Tribunal de Justiça, recomendando- se que, na fixação da indenização a esse título, o arbitramento seja feito com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao nível sócio-econômico da parte autora e, ainda, ao porte econômico da ré, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do bom senso, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso (...).RESP 259.816/RJ, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª Turma, DJ de 27/11/2000. [Grifos nossos]. No caso ora em debate, o Recorrente pleiteia majoração do dano moral impingindo à Casa de Repouso Descanso. por atraso de salário e, diga-se, não por irresponsabilidade ou falta de compromisso, mas por se tratar de Organização Social, dependente e mantida por contratos de gestão celebrados com órgãos públicos, o que resultou no infortúnio que gerou a reclamação impetrada. Ninguém melhor que o juiz de primeiro grau para, embasado no sentimento extraído do contato que manteve com as partes quando da audiência de instrução, fixar o montante devido a título de indenização pelo dano moral, tomando por base, sua experiência de julgador. A decisão já foi tomada; o Magistrado da 1ª. Vara Trabalhista já deliberou quanto as questões fáticas e de direito aventadas, através de sua proeminente análise acerca das questões suscitadas, indicando que as razões que embasam a r. Sentença prolatada, já são por si suficientes para demonstrar que há descomedimento do Recorrente ao pedir a reforma do julgado, eis que ausentes a ocorrência efetiva de abuso de direito por parte do Recorrido. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. CABIMENTO. Cabe indenização por dano moral quando ficar robustamente provada a ofensa à honra ou dignidade do empregado. (TRT-5 - RO: 324005120085050025 BA 0032400-51.2008.5.05.0025, Relator: GRAÇA BONESS, 4ª. TURMA. Publicação: DJ 04/09/2009). [Grifos nossos]. Dito de outro modo: não há que se cogitar a reparabilidade do dano moral. Todavia, o Excelentíssimo Juiz assim determinou e coube a Casa de Repouso acatar a decisão, não sendo cabível, portanto, sua majoração em função de evento que não ofendeu ao patrimônio jurídico da pessoa supostamente lesada, nesse caso o Recorrente. Reafirme-se que o peticionanete cumpriu com a obrigação a si determinada pelo Excelentíssimo Dr. Mévio, demonstrando a quitação de quaisquer pendências em relação ao Recorrido, não havendo motivos para se falar em majoração daquilo que já lhe fora pago, o que remete a total improcedência deste pedido. No que tange ao pleito de condenação do Recorrente em honorários advocatícios na margem de 15% (quinze por cento) sobre o valor da causa, impõe-se a este peticionante se manifestar no sentido de considerar sua aplicação incabível pelos fatos abaixo manifestados: 1º) Por falta de amparo legal, não há que se falar em honorários advocatícios quando deferida a gratuidade da justiça e em face da parcial procedência dos pleitos formulados na peça reclamatória; 2º) O teor das Súmulas nº 219 do TST informam que, na Justiça do Trabalho, a obrigação de arcar com honorários não decorrem pura e simplesmente da sucumbência, mas também, de requisitos legais que possibilitarão ou não a concessão do benefício, devendo se verificar cumulativamente as seguintes condições: ser beneficiário da gratuidade da justiça; estar assistido por advogado do sindicato e perceber remuneração mensal igual ou superior ao dobro do salário mínimo legal. Ademais, robustece o aqui afirmado o entendimento do Colendo Tribunal Superior do Trabalho pelo teor da OJ nº 305 através do qual assim se exprimiu: “na Justiça do Trabalho, o deferimento de honorários advocatícios sujeita-se à constatação da ocorrência concomitante de dois requisitos: o benefício da justiça gratuita e a assistência por sindicato”. Neste sentido também se posicionam julgados dos Tribunais Regionais do Trabalho pelo país, conforme se pode ler nos entendimentos abaixo declinados: HONORÁRIOS. ASSISTÊNCIA PARTICULAR. Ainda que haja sucumbência, comparecendo o autor em Juízo acompanhado de advogado particular, não faz jus à verba honorária, por não preencher os requisitos da Lei nº 5.584/70. (TRT-6 1473062011506 PE 0001473-06.2011.5.06.0014, Relator: Maria das Graças de Arruda França, Data de Publicação: 05/11/2012) [Grifos nossos]. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Nesta Justiça Especializada, os honorários advocatícios são devidos apenas nas hipóteses previstas no art. 14 da Lei nº 5.584/70, na Súmula nº 219 e na Orientação Jurisprudencial nº 305 da SDI-1 do C. Tribunal Superior do Trabalho. (TRT-15 - RO: 56105 SP 056105/2012, Relator: LUIZ ROBERTO NUNES. Data de Publicação: 27/07/2012). [Grifos nossos]. Diante do todo discutido, IMPROCEDEM os pleitos aduzidos nas razões de recurso do Recorrente, NÃO MERECENDO REFORMA A R. SENTENÇA PROFERIDA PELO JULGADOR MONOCRÁTICO. DA CONCLUSÃO DOS PEDIDOS: Face ao exposto, requer o Recorrido a este Egrégio Tribunal Regional do Trabalho que se digne julgar improcedentes os pedidos formulados no recurso interposto pela Recorrente, por ser medida de Direito e de Justiça. Termos em que Pede e espera deferimento. Fortaleza, [dia] de [mês] de [ano] Advogado – OAB
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