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Mecânica dos Solos 2 PROFESSORA: ANALICE FRANÇA LIMA AMORIM AULA 10 Muros de arrimo Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) Departamento de Engenharia Civil Muros de arrimo Muros de arrimo: São estruturas corridas de contenção constituídas de parede vertical ou quase vertical apoiada numa fundação rasa ou profunda. Podem ser construídos em: • alvenarias (de tijolos ou pedras) • concreto (simples ou armado) • de elementos especiais (saco solo-cimento, pneus). Os muros de arrimo trabalham de dois modos: • gravidade (construídos de alvenaria, concreto, gabiões ou pneus) • flexão (com ou sem contraforte) e com ou sem tirantes. Muros de arrimo Muros de Gravidade: • São estruturas corridas que se opõem aos empuxos do terreno pelo peso próprio. • Geralmente, são utilizadas para conter desníveis pequenos ou médios, inferiores a cerca de 5m. Muros de arrimo Muros de Flexão: • O muro resiste ao empuxo por flexão, utilizando parte do peso próprio do solo que se apoia na base em L ou T para manter o equilíbrio. • São estruturas mais leves sendo executadas em concreto armado. Muros de arrimo CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS MUROS DE ARRIMO • Muros de Gravidade: – Podem ser executados com tijolos, pedras, concreto; – Os muros de alvenaria de tijolos são ulizados para pequenos empuxos; – Não suportam tensão de tração; – A sua estabilidade depende praticamente do peso da peça; – Projetados para terrenos sujeitos a pequenos recalques diferenciais Muros de arrimo • Muros Tipo Flexão – Executados em concreto armado; – Em forma de “L”ou “T” invertido – Econômico até 8 metros – As “abas” e as paredes funcionam como estruturas em balanço – Podem possuir tirantes na base para melhorar a estabilidade – A relação base-altura é a mesma utilizada para muros de gravidade. Muros de arrimo pé Elementos constituintes do muro: Muros de arrimo Estabilidade de muros de arrimo: Muros de arrimo Projeto de muro de arrimo: De uma forma geral, o processo de cálculo da maioria das estruturas consiste, essencialmente, na repetição sucessiva de duas fases: • Pré- dimensionamento da estrutura, por tentativa; • Verificação da capacidade de resistência da estrutura selecionada às forças a que será sujeita. Fonte: Justino, 2009 Muros de arrimo Projeto de muro de arrimo: 1.Informações gerais iniciais 2.Investigação geotécnica do subsolo 3.Pré-dimensionamento 4.Cálculo das cargas atuantes – Empuxo 5. Análise de estabilidade – cálculo dos FS 5.1.Tombamento 5.2.Deslizamento 5.3.Ruptura do terreno de fundação 5.4.Ruptura Global 6.Dimensionamento do Sistema de drenagem Muros de arrimo Etapas: 1) ASPECTOS GERAIS: a. Topografia local; b. Espaço físico disponível; c. Recomendações estéticas; d. Condições Ambientais 2) PROSPECÇÃO DO SUBSOLO: a. Seleção do tipo de fundação b. Estudos de recalques (totais e diferenciais) c. Determinação de capacidade de carga da fundação d. Análise da ruptura do terreno de fundação Muros de arrimo Etapas: 3) PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA: a. Seção tipo b. Seção transversal c. Altura 4) CALCULAR AS PRESSÕES - Empuxo: a. Geradas pelo solo; b. Geradas pelas sobrecargas atuantes; 5) ESTABILIDADE ESTRUTURAL a. Verificação da estabilidade ao TOMBAMENTO b. Verificação da estabilidade ao DESLIZAMENTO c. Verificação da estabilidade a RUPTURA DO TERRENO 6) DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM Muros de arrimo ETAPA 3: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA MURO DE GRAVIDADE SEÇÃO RETANGULAR Muros de arrimo MURO DE GRAVIDADE SEÇÃO TRAPEZOIDAL Moliterno (1980) propõe para o pré-dimensionamento as seguintes dimensões: Muros de arrimo Construção de alvenaria de pedra ou concreto ciclópico td Ht Hb 6 1 3 1ou d t t + b + t B H Muros de arrimo MURO FLEXÍVEL - CONCRETO ARMADO Muros de arrimo MURO FLEXÍVEL– CONCRETO ARMADO COM CONTRAFORTES Muros de arrimo ETAPA 4 : PRESSÕES GERADAS PELO PESO PRÓPRIO E SOBRECARGA • São calculadas pela Teoria de Rankine ou pela Teoria de Coulomb Esforços no muro (a) Coulomb (b) Rankine Muros de arrimo P2 E P1 y R F P1 = Peso do Muro; P2 = Peso do Solo; E = Empuxo de terra; R = Reação Normal do solo sob o muro F = Força de atrito na base do Muro Muros de arrimo • Observação da Teoria de Rankine – atrito muro - solo Quando ocorre esse atrito, parte do empuxo que atuaria no parâmetro vertical será dispendido para vencer esse esforço de atrito. Para se ter esse valor do empuxo desprendido, adota-se inclinar o vetor empuxo de um ângulo δ, em relação a horizontal, decompondo esse vetor em duas componentes normais entre si, ficando a horizontal menor que seu valor absoluto do empuxo inicial. murosoloatritodeângulo solodoatritodeângulo onde : 3 2 3 1 Muros de arrimo Ângulo de atrito muro - solo () Muros de arrimo • Segurança contra o Tombamento Para que o muro não tombe em torno da extremidade externa (ponto A), o momento resistente deve ser maior do que o momento solicitante. O momento resistente (Mres) corresponde ao momento gerado pelo peso do muro. O momento solicitante (Msolic) é definido como o momento do empuxo total atuante em relação ao ponto A. O coeficiente de segurança contra o tombamento é definido como a razão: ETAPA 5 : ANÁLISE DA ESTABILIDADE Muros de arrimo • Segurança contra o Deslizamento A segurança contra o deslizamento consiste na verificação do equilíbrio das componentes horizontais das forças atuantes, com a aplicação de um fator de segurança adequado: onde: Ep = empuxo passivo; Ea = empuxo ativo; S = esforço cisalhante na base do muro. O empuxo passivo, quando considerado, deve ser reduzido por um Fator de segurança entre 2 e 3, uma vez que sua mobilização requer a existência de deslocamentos significativos. Alternativamente, esta componente pode ser simplesmente desprezada O valor de S é calculado pelo produto da resistência ao cisalhamento na base do muro vezes a área Muros de arrimo 5,1 S R F F FS tgVH Ea tgV FS tgVAcS Atg A V cAS EF SEF aS PR .5,1 5,1 murosoloatritodeângulo solodoatritodeângulo onde : 3 2 3 1 c = 0; desconsidera porque admite o solo saturado H = esforços horizontais Muros de arrimo • Segurança contra a Ruptura Global Outra verificação refere-se à segurança do conjunto muro-solo. A possibilidade de ruptura do terreno segundo uma superfície de escorregamento ABC também deve ser investigada. Para isso, devem ser utilizados os conceitos de análise da estabilidade geral. Para o cálculo do fator de segurança pode ser utilizado qualquer método de cálculo de equilíbrio limite, normalmente empregado para avaliação da estabilidade de taludes. Muros de arrimo • Capacidade de Carga da Fundação A capacidade de carga consiste na verificação da segurança contra a ruptura e deformações excessivas do terreno de fundação. A análise geralmente considera o muro rígido e a distribuição de tensões linear ao longo da base. Se a resultante das forças atuantes no muro localizar-se no núcleo centra da base do muro, o diagrama de pressões no solo será aproximadamente trapezoidal. O terreno estará submetido apenas a tensões de compressão. esta distribuição não uniforme é devida à ação combinada do peso W e do empuxo E sobre o muro. As equações de equilíbrio serão:ETAPA 6: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM Muros de arrimo Importância do sistema de drenagem: Consiste basicamente na captação do escoamento das águas superficiais através de canaletas, valetas, sarjetas ou caixas de captação e, em seguida, condução destas águas para um local conveniente. Os drenos podem ser de subsuperficie, que coletam a água localizada logo atrás do paramento, ou profundos para que a água escoe através do mesmo para fora do maciço. Importância do sistema de drenagem: Muros de arrimo Sistema de drenagem: DHP – drenagem horizontal profunda • Inicialmente é feito um furo com trado ou outro instrumento manual ou motorizado. (trado de 10 cm – 2% de inclinação). • O comprimento depende da altura do talude e do tipo de solo (o comprimento do tubo de drenagem é de 1,5 vezes a altura do talude) Muros de arrimo Sistema de drenagem: Muros de arrimo Sistema de drenagem: