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PIB DO ESTADO DO AMAZONAS ENTRE OS ANOS DE 2002 A 2012: O Impacto da Crise Financeira Mundial de 2008. Autor: Fábio Vaz Franzosi (Graduando do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário do Norte – Uninorte/Laureate-AM). franzosi.fabio@gmail.com Co-orientador: Antônio Germano da Costa Gadelha, Msc. gadelha@uninorte.com.br Orientador: Marcus Túlio Tomé Catunda, Msc. profcatunda@uol.com.br RESUMO: Este trabalho de conclusão de curso demonstra o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Amazonas no período de 2002 a 2012, devido à crise financeira dos Estados Unidos de 2008, que teve sua origem no setor imobiliário e que afetou a economia mundial, atingindo países desenvolvidos, países emergentes e países subdesenvolvidos. O Brasil não ficou imune aos acontecimentos que atingiram a economia americana e as principais economias da Europa. No ano de 2009, a economia brasileira teve um crescimento negativo na ordem de 0,3 %, o que significa um desaquecimento da atividade econômica, com consequências impactantes nas economias regionais. Dentro desse contexto, a economia amazonense também foi atingida, em segmentos bem representativos como a indústria de transformação e os serviços. Demonstra-se os resultados obtidos no período de 2002 à 2012 e contém a formulação do problema que consiste na forma como se comportou o PIB amazonense no período supra citado e a definição do objetivo geral que estima como a crise de 2008 afetou os índices de evolução do PIB estadual e as estratégias utilizadas nos objetivos específicos, como a identificação dos desvios da evolução do produto, os impactos do comportamento do PIB per capita e a demonstração dos aspectos vinculados a sua evolução. Palavras-Chave: Crescimento econômico, desenvolvimento, produto interno bruto, produto interno bruto per capita, crise econômica. ABSTRACT: This work of completion demonstrates the behavior of the Gross Domestic Product (GDP) of the state of Amazonas in the period 2002-2012, due to the financial crisis in the United States, 2008, which had its origin in the real estate and that affected the world economy reaching developed countries, emerging countries and developing countries. Brazil was not immune to events that hit the US economy and the major economies of Europe. In 2009, the Brazilian economy had a negative growth of around 0.3%, which means a slowdown in economic activity, with impactful consequences on regional economies. Within this context, the Amazonian economy was also hit in representative segments as well as the manufacturing industry and services. Shows the results obtained from 2002 to 2012 and contains the formulation of the problem lies in how behaved the Amazonian GDP in the period mentioned above and the definition of general purpose estimating how the 2008 crisis affected the rates of evolution the state GDP and the strategies used in specific goals, such as the identification of deviations from product evolution, impacts the behavior of GDP per capita and the demonstration of the aspects linked to its evolution. Key-words: Economic growth, development, gross domestic product, gross domestic product per capita, economic crisis. 1. Introdução Este artigo possui uma abordagem macroeconômica e tem como tema a análise referente ao comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Amazonas, no período de 2002 à 2012, em função da crise financeira mundial de 2008, que atingiu a economia mundial. Trata-se de um tema relevante, de grande amplitude política, social e econômica e que precisa ser entendido pela comunidade acadêmica e pela sociedade em geral. A crise financeira de 2008 teve repercussão mundial e foi considerada como grave, porém, sem a magnitude do que aconteceu no ano de 1929, por ocasião da Quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Inicialmente, foi definido o problema a ser analisado, de modo a investigar a forma como a crise mundial afetou a economia brasileira. Foi considerado um intervalo de 2002 a 2012, para avaliar as suas consequências na economia amazonense. Identificou-se no seu comportamento uma anomalia no ano de 2009. O objetivo geral consistiu em analisar como a crise econômica de 2008 afetou os índices de evolução do PIB do Estado do Amazonas. No que tange aos objetivos específicos, a pesquisa identificou os desvios da evolução do PIB amazonense e seus impactos na economia, a evolução do PIB per capita e os principais desvios negativos ocorridos no ano de 2009. Justifica-se este artigo por conta da suposição de ter havido desvios ocorridos após a crise econômica de 2008. Nesse sentido, efetuou-se a identificação dos desvios e descrevem- se os resultados encontrados, visando contribuir com os estudos econômicos e futuras análises de comportamento econômico e seus impactos. Foi utilizado um procedimento teórico-analítico e quantitativo e para tanto, foram utilizados dados oficiais da Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN), que disponibilizados por intermédio do sistema e-Siga - Sistema de Informações Governamentais do Amazonas, contendo os principais indicadores econômicos e sociais do Estado do Amazonas, a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela coleta e divulgação dos principais agregados macroeconômicos nacionais e estaduais e as informações disponíveis na Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), responsável pelo monitoramento dos 17 principais indicadores que compõem o resultado do PIB do Amazonas. No decorrer da pesquisa, descreveu-se como se comportaram esses indicadores e os principais desvios ocorridos no período, diante de um fato macroeconômico de natureza mundial e que refletiu diretamente no comportamento da economia do Estado, com uma sensível queda no produto real e no PIB per capita estadual. 2. Revisão Bibliográfica A revisão bibliográfica buscou sistematizar todos os antecedentes teóricos ou práticos existentes sobre o assunto, com o propósito de examinar como tirar proveito destes e ao mesmo tempo marcar de maneira explicita ou implícita, que o trabalho desenvolvido possui um caráter de originalidade e não uma cópia simples de qualquer um deles. Serve também, para a definição do chamado teórico, formado por autores e teorias que irão embasar o trabalho do autor do artigo. Além disso, enfocou questões econômicas que estão vinculadas diretamente ao tema, como os conceitos de economia, crise, crescimento econômico, desenvolvimento crise econômica. A Economia é um assunto muito vasto que exige uma compreensão dos seus fundamentos. Inúmeras definições podem ser utilizadas para retratar o seu verdadeiro objeto de estudo e a sua relação com o tema do presente artigo. No entendimento de Heilbroner (1962), a Economia é o estudo de como o homem garante a sua suficiência material, ou de como as sociedades fazem para obter recursos materiais. O entendimento da definição acima, nos conduz a uma direção de que a economia não representa um campo de atuação de verdades concretas, mas, uma máquina capaz de produzir verdades concretas. O mesmo autor nos brinda com a informação de que a Economia não pode ser encarada como um campo do conhecimento constituído de uma série de problemas contemporâneos. As questões econômicas devem ser encaradas como uma preocupação central da humanidade, contras cujas dificuldades devemos lutar e superá-las em benefício de uma sociedade globalizada, que a cada momento, independentemente do contexto histórico, exige soluções calcadas em políticas públicasexequíveis. A construção dessa máquina de verdade concreta relaciona-se de forma biunívoca com outros campos do conhecimento, como por exemplo, a abordagem do produto nacional exige uma ampla compreensão dos aspectos históricos, sociais, políticos, ambientais, geográficos, ou seja, embora a Ciência Econômica apresente um núcleo de análise específico, ela está sempre atrelada a outros campos do conhecimento. A Economia é considerada uma ciência social ou humana devido a existência de objetos claramente identificáveis: a produção, a distribuição e o uso dos bens e serviços. A sua maior preocupação como a de qualquer ciência, reside em analisar constantemente a existência de fenômenos que formam o seu objeto de estudo. Numa concepção atual, conforme Rossetti (2009), a economia consiste no estudo da humanidade nas atividades correntes da vida, examina a ação individual e social em seus aspectos mais estreitamente ligados à obtenção e ao uso das condições materiais do bem-estar. Em suma, a atividade econômica consiste em estudar os homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos do cotidiano da vida. Possui como objeto, o estudo da pobreza, da riqueza obtida das ações individuais e sociais ligadas à obtenção do bem-estar. Em qualquer sistema, os princípios da economia constituem importantes elementos para a solução de problemas concretos, mas eles não são os únicos que devem ser considerados. A economia não funciona sempre regularmente, ela passa por flutuações, uma série de crescimentos e declínios e durante uma grave recessão, milhões de trabalhadores podem perder o emprego. As afirmações contidas nos parágrafos acima, indicam a necessidade de um entendimento a respeito da determinação e o comportamento dos grandes agregados macroeconômicos como por exemplo, o produto interno bruto (PIB), objeto central da discussão no presente artigo. A literatura econômica é fértil em mencionar a importância do PIB, como instrumento de política macroeconômica, pois o seu comportamento implica no crescimento econômico de um país ou de uma região. O PIB é entendido como sendo o valor global, a preços de mercado, das mercadorias, bens e serviços, produzidos dentro de um país (Rezende, 2013). Para uma grande corrente de economistas, este agregado não mede o bem-estar de uma sociedade, ou seja, mensura as condições sociais e econômicas de um país. Isto significa que não registra a economia informal, não leva em consideração os custos sociais advindos do crescimento econômico, como por exemplo, poluição, congestionamentos, degradação do meio ambiente etc. e não leva em consideração as diferenças na distribuição de renda entre as diversas camadas sociais de um adensamento populacional. A análise das questões econômicas nos leva ao entendimento de que a alocação dos recursos escassos para fins ilimitados nos conduz ao entendimento preconizado por Gremaud (2011), de que a “produção é uma atividade social que visa adaptar a natureza para a criação dos bens e serviços que permitam a satisfação das necessidades humanas”. O mesmo autor enfatiza que o “crescimento econômico de um país num determinado período é definido como o aumento do produto naquele período, ou seja, a elevação na produção de bens e serviços que satisfaçam às necessidades humanas”. É percebível nos resultados obtidos, que a anomalia constatada na demonstração dos resultados, indica-nos que de alguma forma, o decréscimo na evolução do Produto Interno Bruto (PIB) repercutiu nos benefícios que poderiam ser auferidos pela população amazonense. A crise financeira ocorrida no ano de 2008, cujo epicentro estava localizado no setor imobiliário da maior economia mundial, os Estados Unidos, repercutiu em todos os continentes, afetando principalmente as economias dos países emergentes e principalmente o Brasil e também os países subdesenvolvidos. Uma crise econômica na visão de Rezende (2013), “representa uma redução generalizada do ritmo da atividade econômica, situação em que a produção de mercadoria diminui, o desemprego torna-se maior e o crédito fica restrito”. A crise financeira de 2008, a despeito de ser uma anomalia econômica, normalmente é de curta duração, regional ou identificada num determinado setor ou em alguns segmentos. A crise de 2008 que inicialmente afetou duramente a economia americana foi um episódio surpreendente que colocou em cheque mais uma vez o capitalismo mundial, que poucos tiveram a capacidade de se antecipar de que algo poderia ser feito para minimizar os seus impactos. 3. Materiais e Métodos / Metodologia A pesquisa realizada adotou um procedimento teórico-analítico e quantitativo e a metodologia utilizada foi a de análise de indicativos, pesquisa bibliográfica e tabulação de dados disponíveis em instituições de elevado grau de credibilidade para serem analisados, de modo que se obtenha uma compreensão correta sobre a evolução do Produto Interno Bruto do Amazonas, no período de 2002 a 2012. Metodologicamente, adota-se uma perspectiva de analise de dados de terceiros, baseando-se em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela coleta e divulgação dos principais agregados macroeconômicos nacionais e estaduais, que contempla os gráficos 2 e 3, que demonstram a variação e média do crescimento do PIB nacional e as tabelas 2 e 3, que listam, respectivamente, as unidades da Federação que obtiveram decrescimento do PIB em 2009 e as principais atividades econômicas que formam o PIB estadual. Recorreu-se a base de dados da Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN), que disponibilizados por intermédio do e-Siga - Sistema de Informações Governamentais do Amazonas, contendo os principais indicadores econômicos e sociais do Estado do Amazonas, responsável pelo monitoramento dos 17 principais indicadores que compõem o resultado do PIB do Amazonas, que comtemplam os gráficos 4, 5, 8, 9, 10 e 11, que demonstram a evolução, percentual de crescimento e decrescimento, variação percentual de atividades econômicas e o PIB Per Capita do Amazonas. E ainda as informações disponíveis na Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) que contempla os gráficos 1, 6 e 7, com relação ao comportamento do PIB Europeu, faturamento e evolução da mão de obra do Polo Industrial de Manaus (PIM) no período analisado. Finalmente, para tabular os dados apresentados, através de elaboração própria, foi efetuada a tabela 1, que apresenta a variação percentual de crescimento do PIB do Estado do Amazonas no período de 2003 a 2013. 4. Análise dos Resultados A abordagem sobre o gráfico 1, a seguir, sustenta a afirmativa de que a crise financeira que eclodiu na economia americana no ano de 2008, teve consequência na economia europeia, apresentando um resultado, cuja variação média foi superior a 2,0 %, o que evidencia uma forte retração econômica no continente europeu. Gráfico 1: Comportamento do PIB Europeu de 1996 a 2014 Fonte: Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) O gráfico 2, abaixo, mostra-nos as variações anual do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, no período de 1995 a 2013. Trata-se de uma longa série histórica, que retrata a evolução do crescimento da economia brasileira no decorrer do período considerado. Observa-se que no ano de 2009, a taxa de crescimento da economia brasileira, foi negativa, em torno de 0,3 %, o que caracteriza uma queda significativa, o que nos leva ao entendimento de que a crise financeira que se instalou nos Estados Unidos no ano de 2008 refletiu na economia brasileira.Gráfico 2: Variação real anual do PIB (em %) Brasil, 1995 a 2013. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Com relação ao gráfico 3, constata-se a que a média de crescimento do Produto Interno Bruto ( PIB) do Brasil, no período de 1995 a 2012, não obedeceu a um crescimento sustentado, variando a cada quadriênio do período considerado. O gráfico sinaliza que no período de 2010 a 2012, a taxa média de crescimento da economia foi da ordem de 1,8 %, bastante inferior aos quadriênios anteriores. Gráfico 3: Variação da Média de Crescimento do PIB (em %) Brasil, 1995 a 2012 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) No gráfico 4, abaixo, observa-se a evolução do PIB amazonense no período estudado, devendo ser levado em consideração a anomalia existente no ano de 2009, devido aos reflexos da crise que atingiu a economia mundial. Gráfico 4: Evolução do PIB do Estado do Amazonas no período de 2002 a 2013 Fonte: Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN)/2014. A tabela 1, a seguir, mostra-nos que no período de 2003 a 2013, o PIB amazonense apresentou uma variação significativa nos anos de 2004, 2005 e 2010, ao longo do período analisado. Verifica-se que no ano de 2009, ocorreu uma variação percentual negativa em torno de 2,010, o que comprova que a economia amazonense foi afetada pela crise mundial. Tabela 1: Percentual de crescimento do PIB do Estado do Amazonas no período de 2003 a 2012 Ano 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Valores em % 4,590 10,330 10,410 2,580 4,490 4,470 -2,010 9,970 4,800 -1,570 2,130 Fonte: Elaboração Própria. A visualização do gráfico 5, abaixo, comprova as variações no período analisado. Gráfico 5: Percentual do Crescimento do PIB do Estado do Amazonas Fonte: Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN) Com relação ao gráfico 6, observa-se que o faturamento das indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus, foi afetado pela crise financeira de 2008. Os mercados nacional e regional e as trocas comerciais com os mercados externos apresentaram resultados nas transações comerciais. Gráfico 6: Faturamento do Polo Industrial de Manaus 2000 a 2010 Fonte: Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) Com relação ao gráfico 7, constata-se que a evolução da mão de obra direta empregada no Polo Industrial de Manaus (PIM) apresentou uma variação de 106.914 empregos para 92.695, o que significa uma variação absoluta de 14.219, ou seja, 13,3% dos postos de trabalho que foram suprimidos pela crise financeira. Gráfico 7: Evolução da Mão de Obra Polo Industrial de Manaus 2000 a 2010 Fonte: Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) Observando-se a tabela 2, abaixo, verifica-se que dez estados federativos tiveram um decréscimo do PIB. Neste contexto, o Estado do Amazonas, em termos percentuais, foi o 4º estado mais afetado. Percebe-se ainda, que o Rio de Janeiro foi o único estado da Região Sudeste que não teve um decréscimo do seu produto. Tabela 2: Unidades da Federação que obtiveram decrescimento do PIB em 2009. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Na tabela 3, a seguir, observa-se inicialmente, as principais atividades econômicas que formam o produto estadual, com destaque para a agricultura, silvicultura e exploração no setor primário, a indústria de transformação e a construção civil no setor secundário e serviços de informação e serviços prestados às empresas no setor terciário. Tabela 3: Principais Atividades Econômicas que formam o PIB estadual. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) No que diz respeito ao comportamento do PIB na Região Norte, identifica-se no gráfico 8, abaixo, que o Estado do Pará também teve decrescimento na taxa de evolução de seu PIB, impactando, juntamente com o Estado do Amazonas, no decréscimo da taxa de evolução do PIB regional em torno de (0,29 %). Gráfico 8: Volume de Crescimento e Decrescimento do PIB Região Norte e Estados 2008 e 2009. Fonte: Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN) O gráfico 9, a seguir, retrata uma significativa variação negativa no setor terciário, bastante representativo na economia amazonense, no componente serviços de informação em torno de 19,8%. Gráfico 9: Variação Percentual das Atividades Econômicas do PIB do Amazonas em 2009/2008. Fonte: Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN) Com relação ao gráfico 10, constata-se também que na indústria de transformação no mesmo período, segmento vital para a economia amazonense, ocorreu uma variação negativa em torno de 10,9 %. Gráfico 10: Variação Percentual das Atividades Econômicas do PIB do Amazonas em 2009/2008. Fonte: Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN) O PIB per capita representa o produto interno bruto dividido pelo total de habitantes de um país. Trata-se de um indicador muito utilizado na macroeconomia, que mensura o grau de desenvolvimento econômico de um país ou região. No entendimento do gráfico 11, constata-se que no período considerado, ocorreu uma queda na ascendência da curva de crescimento do PIB per capita do Amazonas no ano de 2009 em relação ao ano de 2008, o que significa que a crise financeira de 2008 também afetou seu crescimento. Gráfico 11: PIB Per Capita do Amazonas. Fonte: Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN) 5. Resultados e Discussões Ao verificar os índices de evolução do PIB do Estado do Amazonas no período de 2002 a 2012 e seus impactos no PIB per capita, constatou-se a ocorrência de desvios ocorridos após a crise financeira de 2008. Nesse sentido, visando contribuir com os estudos e futuras análises de abrangência econômica e seus impactos, conclui-se que ocorreu uma variação negativa de 2,01% no crescimento da economia amazonense no ano de 2009. Os principais setores que sofreram influências negativas da crise de 2008 foram à indústria de transformação com uma queda de 10,9 % e o setor de serviços de informação que teve uma redução de 19,8 %. É significativo ressaltar os impactos negativos na evolução da mão de obra direta empregada na economia amazonense. No ano de 2008, a mão de obra direta empregada nas indústrias do Polo Industrial totalizava 106.914 trabalhadores. No ano de 2009, foram suprimidos 14.219 postos de trabalho, o que representou um decréscimo de 13,3 %. Nota-se que a partir de 2009, a economia amazonense demonstra uma recuperação, com variações superiores ao ano de 2008. 6. Conclusão Este artigo não tem o propósito de encerrar uma discussão sobre um dos mais importantes agregados da teoria macroeconômica. No entanto, o crescimento da economia não é a única maneira de medir o desenvolvimento de um país ou de um estado. Atualmente, uma medida aceitável pela comunidade internacional é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que consiste numa ponderação de indicadores de expectativa de vida, de desempenho educacional e de renda. Não podemos associar à utilização do PIB como medida de bem- estar do país. A crise financeira que abalou a economia mundial representou um desequilíbrio na maior economia do planeta, caracterizada por uma profunda manifestação de confiança, decorrente de um sistema de empréstimos concedidos a devedores insolventes, com resultados nefastos aosagentes econômicos da economia americana, especialmente as instituições financeiras. No entendimento das questões econômicas, existe uma unanimidade sobre a gravidade de uma crise econômica financeira, o que representa um menor investimento e diminuição da capacidade de expansão da economia mundial. A conclusão do artigo permite uma oportunidade para que a comunidade acadêmica e outros segmentos da sociedade debrucem-se sobre a dinâmica de um indicador importante da economia, que é utilizado para mensurar uma conjuntura globalizada, o estágio de crescimento de um país ou de uma região, no decorrer de sua trajetória, de modo a avaliar as condições sociais e econômicas. A economia amazonense, mesmo distante do epicentro da crise, não ficou imune às consequências que afetaram a economia brasileira. Por possuir um modelo de desenvolvimento concentrado na cidade de Manaus, responsável por mais 79% da geração da riqueza do Estado e por ter um polo industrial incentivado, vivenciou um momento de instabilidade, preocupação que foi afastada com uma nova fase de aquecimento econômico. 7. Referências Heilbroner, R. The making of economic society. - 3.ed. - New Jersey: Prentice-Hall, 1962 Rossetti, José Paschoal. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2009. Rezende Filho, Cyro de Barros. História econômica geral - 10.ed. - São Paulo: Contexto, 2013. Gremaud, Amaury Patrick. Economia brasileira contemporânea / Amaury Patrick Gremaud, Marco Antônio Sandoval de Vasconcelos, Rudinei Tonedo Jr. - 7. Ed. - 6. Reimpr. – São Paulo: Atlas, 2011. Sistema de Informações Governamentais do Amazonas - (e-SIGA) www2.e-siga.am.gov.br/portal/page/portal/esiga2009 Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico - AM - (SEPLAN) www.seplan.am.gov.br Superintendência da Zona Franca de Manaus - (SUFRAMA) www.suframa.gov.br Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - (IBGE) www.ibge.gov.br/home/mapa_site/mapa_site.php#indicadores Consultas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 2014.
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