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Direito previdenciário (Anotações Aula IFPR - Palmas 2017)

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Direito previdenciário 
18.08
História da previdência social no Brasil 
A palavra previdência bem de prevenir. A ideia de previdência nasce com a própria família, pois não existia nenhum amparo social. 
- Santas casas de Misericórdias: trazida de Portugal, essa foi a primeira ideia de existência vinda ao Brasil em 1543. Prestava assistência aos enfermos e aos expostos. 
- Revolução industrial: era do feudalismo. Era um marco, pois nessa época foi possível evidencias a necessidade de ajudar as pessoas enfermas. 
Haveria um socorro em caso de calamidade pública, e que a aposentadoria só poderia ser concedida a funcionários públicos em caso de invalidez. Porem, não havia critérios para definir a invalidez. 
CAP’S – 1923
Caixas de aposentadoria e pensão – lei Heloi Chaves.
Decreto 4682/23. Em muitos artigos, vai ser encontrado que o direito previdenciário surgiu com a CAPs. Historia dos marítimos: contribuíam para um caixa o qual só poderiam retirar em casos de real necessidade. As categorias de classe também criaram suas caixas. As caixas possuíam leis próprias. 
IAP’s – Institutos de aposentadorias e pensão – 1933
Surgiu pela união de varias caixas de varias categorias e de diferentes estados, criando os institutos. Cada categoria tinha o seu. 
Custeio tríplice 
- Forma Tríplice: Empregado, empregador e estados. Era uma forma de previdência custeada pelas três classes, porem não havia lei regulamentando. 
LOPS – lei orgânica previdenciária – 1960
A constituição de 1946 volta a falar de previdência, que a lei 3807/60 que é a lei orgânica previdência. Ela pega as caixas e os institutos e os unifica e cria o INPS – instituto nacional da previdência social, em 1967. Essa lei cria:
FGTS; auxilio reclusão; auxilio natalidade; auxilio funeral.
Concomitante a essas criações, também surge a CF/67, que trouxe o seguro desemprego e salario família. 
Em 1977 criaram o SINPAS – sistema nacional da previdência e assistência social.
Trouxeram vários órgãos para dentro desse sistema:
DATA PREV 
INAMPS – Instituto nacional de assistência médica da previdência social (anterior ao SUS, para receber o amparo era preciso fazer contribuição);
FUNABEM - Fundo nacional do bem estar do menor;
IAPAS – instituto e financiamento da previdência e assistência social (essa e a próxima vieram a integrar o SUS);
CEME – Central de medicamentos;
INPS – Instituto nacional de previdência social;
LBA – legião brasileira de assistência. 
SINPAS 
A CF/88 foi a 1 CF que colocou a previdência como direito fundamental, sendo isso o mínimo existencial a dignidade da pessoa humana. Também se tornou clausula pétrea. 
Art. 6 CF/88, art. 194 (seguridade social).
A seguridade social abrange a:
Previdência; saúde e assistência.
Art. 201 CF – caráter contribuível (previdência).
Filiação obrigatória. 
1990 – lei 8.029 – criou o INSS. Juntou o IAPAS com o INSP e criou o INSS, que se tornou autarquia federal. 
Lei 8212 – custeio, contrib. INSS. Lei 8213 – critério, quem vai receber e quais são os beneficiados. 
1998 – EC 20/98 – reforma da previdência: criou maior rigor para obter as aposentadorias, criou o setor previdenciário. Também mexeu na aposentadoria dos servidores públicos. 
EC 41/03 E 44/05 – regras de taxação dos servidores públicos que recebiam remuneração acima do teto do cargo. Criou regras de transição. A aposentadoria não ira mais ser integral, isso a partir de 2003, após isso passou a ser aposentadoria proporcional. 
Em 2005 – secretaria da receita previdenciária – retirado da previdência e jogado na receita.
Em 2007 – lei 11457: criada a super receita concentra que todas as contribuições. 
EC 70/12 – muda os critérios para calculo e correção para aposentadoria para os servidores públicos por invalidez. 
EC 72/13 – modifica o regime de previdência para os domésticos. 
Até 1988, não havia nenhuma aplicação pratica de contribuição previdenciária, somente a partir de 1988 que há uma regulamentação. 
01.09.17
1- Legislação básica
CF – ART. 194 A 204. LEI 8213/91. 8212/91. Decreto 30.048/99. Lei 8742/93. 10666/03. 10259/01.
Manual de direito previdenciário – Joao Batista Lazari e Carlos Alberto de Castro.
Lei do SUS – 8080/90.
15.09
Regime geral da previdência – INSS
Prestações previdenciárias: 
1) Serviços – 
Aquilo que é colocado a disposição tanto dos segurados quanto dos dependentes. 
a) Serviços sociais – art. 88 lei 8213/81.
É um serviço da previdência social. 
b) Habilitação e reabilitação – art. 89 lei.
Também é um serviço social. Obs.: é reabilitação profissional e não recolocação. 
2) Benefícios 
a) Dependentes: pessoa que não contribui para a previdência social. 
- Pensão por morte: o segurado morreu e deixou um dependente econômico.
- Auxilio reclusão: o segurado foi preso e dependente recebe. 
b) segurados: contribuíam regularmente para a previdência. 
- Aposentadoria por tempo de contribuição: comprovação para as contribuições.
- Aposentadoria especial: 15, 20, 25 anos de contribuição (não tem distinção entre homem e mulher).
- Aposentadoria por idade: homem 65 anos, mulher 60 anos. Trabalhador rural diminui 5 anos. 
- Aposentadoria por invalidez: invalido para o trabalho, total ou parcialmente. Não está relacionado com a doença, pois o contribuinte pode estar doente e continuar trabalhando.
- Auxilio doença.
- Auxilio acidente: pode ser acidente de qualquer natureza, não, necessariamente, de trabalho.
- Salário família: filhos abaixo de 14 anos ou inválidos. 
- Salário maternidade
Obs: auxilio funeral não é um beneficio. Seguro desemprego também não é. 
Beneficiários
1) Segurados: são aqueles que contribuem (pessoa física), mas nem todos que contribuem são segurados, pois a empresa também contribuem e não são beneficiários:
- Idade mínima de 16 anos para contribuir para o INSS. 
Exceção: menor aprendiz começa com 14. 
a) Segurados obrigatórios: aqueles que compulsoriamente têm que contribuir, ou seja, todas as pessoas que tem uma atividade remuneratória.
Filiação obrigatória. 
- Empregados: empregados públicos comissionados, estagiários em desacordo com a lei de estágio, mandato eletivo sem regimento próprio (vereadores);
- Empregados domésticos: todos os que prestam serviço continua a pessoa ou família no âmbito residencial em atividade sem fins lucrativos;
- Contribuinte individual: dentista, contador, médico, produto agrícola ou trabalhador rural, em área com mais de 4 módulos fiscais com ou sem empregados, garimpeiros, padre, pastor, diarista. 
- Trabalhador avulso: aquele que trabalha para diversas empresas. 
- Segurado especial: aquele pequeno agricultor que possui até 4 módulos fiscais, individualmente ou em regime de economia familiar. 
Art. 11 lei 8213/91. Art. 12 lei 8212/91. Art. 9 decreto 3048/99.
Em regime de subsistência a pessoa não é assegurada, pois não tem rendimento. Planta apenas para comer, somente em regime de economia familiar. 
O contribuinte de até 4 módulos pode ter empregados, desde que não exceda 120 dias por ano. Se for mais de um empregado, esses dias serão divididos entre os funcionários. 
No período entre safra, o contribuinte pode trabalhar em outro local desde que não ultrapasse o limite de 120 dias. Pode explorar a atividade turística desde que não ultrapasse os 120 dias. 
b) Facultativos: art. 18 decreto 3048/99.
nao exercem uma atividade remunerada. A contribuição é voluntaria. Art. 201, §5 CF. 
obs.: se for contribuinte obrigatório, não poderá ser facultativo. 
Exceção: se participante do regime próprio afastado sem vencimento sem poder contribuir ao regime próprio, poderá contribuir ao regime facultativo. 
A idade mínima é 16 anos. 
O menor aprendiz não entra no facultativo. 
Contribuintes: dona de casa; sindico do condomínio quando não remunerado; o estudante; brasileiro que acompanha cônjuge em exercício no exterior; membro do conselho tutelar; bolsista; estagiário; bolsista quando dedique tempo integral a pesquisa, doutorado, mestrado; presidiário. 
Brasileiroresidente ou domiciliado no exterior; segurado recolhido a prisão sobre regime fechado ou semiaberto, que nessa condição preste serviço dentro ou fora da unidade prisional. 
22.09.17
Dependentes 
1ª Classe – preferencial, pois não precisa comprovar a relação. Prevalece sobre as demais e sua dependência econômica é presumida. 
Cônjuge (casados): ex-cônjuge e ex companheiro terão direitos se estiverem recebendo pensão alimentícia. O companheiro deverá juntar os documentos para comprovar que é companheiro e certa dependência econômica. 
Filho menor de 21 anos: que não seja invalido, será automaticamente. Não pode estar emancipado, salvo se a emancipação for por colação de grau de ensino superior. 
Enteado ou Menor tutelado: equipara-se ao filho se tiver declaração do segurado de que é considerado dependente e se tiver comprovação da dependência. O menor sob guarda, ainda não é reconhecido filho pelo INSS, mas o judiciário ira reconhecer como filho. 
Inválidos: são considerados dependentes. A invalidez deve ser anterior aos 21 anos de idade. 
2ª Classe – deve comprovar a dependência econômica, assim como a 3ª classe. Deve se juntar pelo menos 3 documentos. 
Pai e mãe: não importa se estão separados, ambos tem direito se comprovarem dependência econômica e se inexistir segurado da 1ª classe. 
3ª Classe – irmão menor de 21 anos e irmão invalido. Deve comprovar a dependência econômica. Não pode estar antecipado. 
Regras da relação entre dependentes 
A ordem dos dependentes é determinada no momento em que ocorre o fato gerador do beneficio. A classe superior exclui a inferior.
Os dependentes da mesma classe concorrem entre si, ou seja, o valor do beneficio será rateado igualmente entre os dependentes da mesma classe.
Extinta a classe para qual estava sendo pago o beneficio extingue-se o mesmo. 
Filiação X inscrição 
Filiação: nascimento do vinculo entre a previdência e o segurado, nasce o direito e a obrigação reciproca. 
Inscrição: é a formalização da filiação (do vinculo) ressaltando-se que a inscrição pode ocorrer em momento distinto da filiação. 
Segurado obrigatório: sua filiação inicia com o exercício da atividade remunerada. Já a inscrição ocorre somente no final do primeiro mês. 
Segurado facultativo: a filiação ocorre simultaneamente com a inscrição ou seja, com o primeiro recolhimento. 
Comentários acerca do art. 201 CF
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2o.
§ 1o É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.
§ 2o Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
O beneficio não poderá ser menor que o salario que recebia. 
Não poderá ser maior que o teto do INSS.
Exceções: o salario maternidade, no caso que a empresa paga, será o valor e desconta no valor do INSS que será pago futuramente. Beneficio de grande validez – quando o aposentado por invalidez precisa de um 3 cuidador, essa aposentadoria é dada com acréscimo de 25%. 
§ 3o Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.
O salario de contribuição, com descontos, é utilizado para calculo do beneficio. 
§ 4o É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.
§ 5o É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.
§ 6o A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.
13 salario integrara o salario como contribuição. 
§ 7o É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
§ 8o Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
§ 9o Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado.
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.
29.09.17
Princípios da Seguridade Social 
- Princípio da solidariedade;
Princípio do solidarismo: o financiamento da seguridade social será feito por todos de forma solidaria não havendo uma relação entre o que se paga e o que se receberá. O chamado sistema de repartição simples 
- Princípio da Universalidade da cobertura e do Atendimento;
Também chamada de objetiva, é a cobertura de todos os riscos sociais, ou seja, de todos os eventos a que o trabalhador está exposto. Atendimento: a seguridade é universal, abrange a todos os cidadãos. 
- Princípio uniformidade e equivalência dos benefícios;
São taxativos, uniformes e para todos. 
- Princípio da seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços;
Selecionar os riscos mais relevantes, distribuir para os mais necessitados. Mitigação do princípio da solidariedade, pois está selecionando e não distribuindo para todos. 
- Princípio da irredutibilidade do valor do beneficio;
O valor do beneficio será sempre atualizado com base no valor nomina, ou seja, não é atualizado no valor real o qual refletiria exatamente o poder aquisitivo do beneficio. 
- Princípio da diversidade da base de financiamento;
Financiado p
- Princípio da equidade na forma do custeio;
Quem ganha mais, paga mais e quem ganha menos paga menos. 
- Princípio do caráter democrático e descentralizado da administração;
Gestão quadripartite: é composta pelos trabalhadores, empregadores, aposentados e governo. Não é só um que toma as decisões. 
- Princípio da pré-existência da fonte de custeio.
Não poderá criar um beneficio tem uma fonte de custeio pré-existente. Nenhum beneficio ou serviço poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio. Regra da contra partida.

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