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PROCESSO CIVIL PRAZOS Processo de Conhecimento (fase na qual produzem-se as provas, dando conhecimento dos fatos ao juiz) -> 15 dias Prazo do Ministério Público e Fazenda Pública -> prazo em dobro pra qualquer manifestação Defensores públicos -> prazo em dobro para se defender e falar nos autos (não há aplicabilidade de prazo em dobro aos advogados dativos porque estes são advogados particulares que atuam em benefício de pessoas carentes) art 186 — art 229 — em litisconsórcio (pluralidade de partes) com advogados diferentes o prazo é em dobro para contestar, recorrer e falar nos autos. Se houver advogados diferentes, mesmo que do mesmo escritório, não aplica-se prazo em dobro. Autos eletrônicos não há prazo em dobro. DEFESAS DO RÉU 1. Processuais -> aquela em que se alega um vício processual (art 337). Divide-se em: a) dilatórias: quando há extinção do processo sem julgamento do mérito. ex: carência de ação. b) peremptórias: quando dilata a solução do mérito. ex: incompetência. 2. De Mérito -> aquela que se opõe ao pedido do autor. Divide-se em: a) direta: quando se nega o fato constitutivo do direito do autor b) indireta: quando confessa o fato constitutivo do direito do autor, mas alega um fato extintivo, modificativo ou impeditivo do direito do autor. CONTESTAÇÃO Princípios 1. Princípio da Eventualidade/Concentração da defesa Toda matéria de defesa deve ser concentrada na contestação, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir (art 336). O réu só pode arguir fora da contestação quando tratar-se de: matérias relativas a direito ou a fato superveniente; competir ao juiz conhecer delas de ofício; por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição (art 342). 2. Ônus da Impugnação Especificada: Contestação por negativa geral -> sobre os pontos não impugnados presume-se confissão do fato (confissão ficta). Exceções: não for admitida confissão (tratar-se de direitos indisponíveis); a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto (ex: reconvenção, ação pela qual o réu, em um mesmo processo judicial, simultaneamente à sua defesa, propõe uma ação contra o autor). Podem contestar por negativa geral: Defensoria Pública, advogado dativo e curador especial. -> São duas defesas na mesma peça: a) Defesa processual/formal/preliminar de mérito (art 337) Análise dos requisitos formais de admissibilidade do mérito: inexistência/nulidade da citação; incompetência absoluta/relativa; incorreção do valor da causa/correção de ofício; inépcia da inicial; perempção; litispendência; coisa julgada; conexão; incapacidade da parte, defeito na representação ou falta de autorização; convenção de arbitragem; ausência de legitimidade ou de interesse processual; falta de caução ou de outra prestação; indevida concessão de gratuidade de justiça. b) Defesa do mérito Isso se deve ao princípio da concentração e eventualidade (só analisa o mérito se não houver preliminar para ser acolhida) -> Alegação de incompetência absoluta/relativa (art 340) -> Alegação de ilegitimidade de parte (art 338 e 339): incumbe ao réu indicar um sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento sob pena de arcar com as despesas processuais e indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. Aceitando a indicação, o autor terá 15 dias para alterar a petição inicial e pagará honorários ao advogado do réu excluído (valor fixado entre 3 a 5% do valor da causa, ou sendo irrisório, nos termos do art 85 p 8, fixação por apreciação e quitativa) RECONVENÇÃO Ação do réu contra o autor que possui conexão com a ação principal ou com fundamento da defesa. O juiz julgará na mesma sentença a ação e a reconvenção. Se a ação for extinta, a reconvenção continua, pois ela não é acessória. O autor reconvido será intimado para apresentar resposta no prazo de 15 dias. É admissível reconvir sem contestar. REVELIA Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor (art 344). Gera 2 efeitos: 1. Veracidade das alegações do autor 2. Não intimação ao réu revel absoluto - Revel absoluto -> que não contestou e não tem advogado nos autos - Revel relativo -> não contestou, mas juntou procuração nos autos -> Prazos do revel (art 346): a) Réu revel pode recorrer b) Réu revel relativo, o prazo da intimação começa a correr c) Réu revel absoluto, o prazo da publicação da decisão no Diário de Justiça começa a correr d) O revel pode intervir no processo em qualquer fase, recebendo no estado em que se encontrar -> Exceções: a) havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação b) o litígio versar sobre direitos indisponíveis c) a inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considere indispensável à prova do ato (mesmos casos em que o princípio da impugnação específica não é aplicado) d) alegações do réu forem inverossímeis ou em contradição com a prova dos autos PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES (art 347) 1. Especificação de provas (art 348) “Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado” Quando o réu por revela e o juiz não poder aplicar o efeito da revelia (art 344 — se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor) a) intimação do autor para especificar provas que pretende produzir, se ainda não os tiver indicado na PI b) o revel poderá produzir provas, contrapostas à delegação do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar o ato 2. Impugnação à contestação (réplica) Intimação do autor para impugnar os fatos alegados pelo réu Há duas situações (art 350 e 351 — Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova // Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova) a) se o réu aduzir defesa de mérito indireto b) sempre que o réu alegar preliminares processuais (art 337) 3. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO Se houver irregularidades sanáveis o juiz determina sua correção em prazo nunca superior a 30 dias. Tomadas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz verificará se é o caso de julgamento conforme o estado do processo, nos termos do artigo 10 do CPC (o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício). — Pode ocorrer: 1) Extinção do processo (parcial ou integral — art 354: Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença -> indeferir a petição inicial; o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; homologar a desistência da ação; em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e nos demais casos prescritos neste Código // haverá resoluçãode mérito quando o juiz decidir de ofício ou a requerimento sobre a ocorrência de decadência ou prescrição OU homologar) 2) julgamento antecipado do mérito (art 355: não houver necessidade de produção de outras provas; o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349) 3) julgamento antecipado parcial do mérito (art 356: mostrar-se incontroverso; estiver em condições de imediato julgamento) Não havendo julgamento antecipado do mérito OU havendo julgamento parcial antecipado do mérito, o magistrado deverá sanear (interlocutoria) o processo a) audiência com colaboração das partes — levar o rol de testemunhas b) não há audiência — 15 dias o rol de testemunhas PROVA CIVIL 1. Conceito objetivo -> instrumento hábil à demonstração de um fato, confunde-se com o meio de prova, ou seja, a forma pela qual a parte pode provar que determinado fato ocorreu. 2. Conceito subjetivo -> certeza quanto à existência de um fato, subjetivo, ou seja, refere-se à eficácia da prova que é feita sob o prisma do julgador. -> Na dinâmica do processo, prova é um conjunto de atividades de verificação, mediante as quais se procura chegar à verdade quanto aos fatos relevantes para o julgamento. -> Direito à prova Na constituição é inerente ao conjunto de garantias do justo processo ao enunciar os princípios do contraditório e ampla defesa culminando por assegurar sua própria observancia decorrente do devido processo legal (art 5, incisos LIV e LV). Na lei infraconstitucional -> indiretamente afirmado pelo artigo 369 do CPC: «... todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados nesse Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação ou a defesa». Identifica-se a intenção de assegurar tanto o direito ao emprego das técnicas (meios de provas), quanto à submeter a elas os elementos externos úteis e obtidos por modos legítimos (fontes). -> Fontes e meios de provas 1. Fontes: são elementos externos ao processo representadas por pessoas ou coisas das quais se possam extrair informes úteis ao julgamento. 2. Meios de prova: são as técnicas destinadas a atuar sobre as fontes e delas efetivamente extrair o conhecimento dos fatos relevantes para a causa. • Nosso ordenamento proíbe a prova ilícita, ou seja, obtida de fontes ilícitas ou produzidas por meios ilegais. -> Prova ilícita Quando o acesso à fonte probatória tiver sido obtido de modo ilegal, ou quando a utilização da fonte se fizer por modos ilegais. • Casos de ilicitude: obtenção ilegítima de fontes probatórias pela parte – interceptações telefônicas ou postais, invasão da memória de computador, translado de peças de processos sujeitos à processo de justiça, quebra de sigilo bancário sem autorização judicial ou contrária à lei ou ainda mediante a realização de excessos não autorizados ou ilegais, violação do domicílio nessas mesmas circunstâncias, etc. • Consequência: absoluta ineficácia da prova realizada através (CF, art 5, inciso LVI) -> Teoria dos frutos da árvore envenenada STF adotou esta teoria para tachar ineficazes as fontes de prova obtidas e os meios de prova realizados em desdobramento de informações mediante ilicitude. Ex: todos os testemunhos prestados por pessoas cujos nomes tivessem sido revelados numa conversação telefônica registrada em fita e depois desgravada, ou toda prova pericial realizada na contabilidade de uma pessoa ou empresa referidos em apontamentos obtidos ilicitamente. -> Princípio da proporcionalidade: a prova contaminada é considerada apenas quando a prova não poderia ser de outra forma produzida TEMAS DE DIREITO PROBATÓRIO • O conteúdo do direito probatório consiste na determinação das alegações suscetíveis de demonstração (objeto da prova), na distribuição do encargo de prova-las e consequências da falta de prova suficiente (ônus da prova), na definição dos elementos exteriores sobre os quais essas atividades incidem (fontes de prova) nas próprias atividades processuais destinadas à comprovação das alegações (meios de prova) e na disciplina do valor das provas e modo como devem ser apreciadas (valoração da prova). 1. OBJETO DA PROVA O fato a ser provado em juízo. Deve ser: a) determinado: se encontra especificado nos autos. É o fato individualizado. b) relevante: é o que se apresenta necessário ao deslinde da causa. c) controverso: é o que foi impugnado pela outra parte ou quando o fato depender de prova por força de lei.
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