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direito empresarial I

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DIREITO EMPRESARIAL
Estabelecimento 
Especificado no Código Civil, em seu artigo 1.142 que dispõe: “[...] considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”. Daí, constatamos que o estabelecimento compreende o conjunto de bens corpóreos (instalações, máquinas, mercadorias etc.) e incorpóreos (ponto, nome, marcas, patentes, clientela, know-how*, contratos etc.) organizados sistematicamente pelo empresário ou pela sociedade mercantil para e no exercício de sua atividade empresarial.
Trespasse
É a operação pela qual um empresário vende a outro o seu estabelecimento empresarial, ficando este responsável pela condução dos negócios a partir de então. Com a venda do estabelecimento altera-se a figura de seu titular. É o negócio jurídico de alienação do estabelecimento empresarial. O objeto do trespasse é a universalidade de bens materiais ou imateriais que compõe o estabelecimento. Requisitos de validade: 
— O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial (art. 1.144, CC).
— Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação (art. 1.145, CC).
— O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento (art. 1.146, CC). 
— Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato (art. 1.147, CC). 
— Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante (art, 1.148, CC). 
— A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente (art. 1.149, CC).
Ponto Comercial
Todos os empresários e sociedades empresárias precisam de um local para desenvolver suas atividade, para tocar a empresa. É o que se conhece no direito como Ponto Empresarial, um elemento de muita importância para o empresário, que passa a constituir sinal distintivo de busca dos clientes e de fornecedores, para a realização dos mais diversos interesses.
Apesar disto, nem sempre o empresário ou a sociedade empresária possuem o patrimônio imobiliário necessário para a formação de seu ponto, tendo de recorrer ao aluguel de bens de terceiros.
— O Ponto Comercial pertence à pessoa que explora a atividade, e não ao proprietário do imóvel. — O Ponto Comercial não existe por si só, ele depende do exercício e da exploração da empresa e é fruto dela; uma consequência do trabalho desenvolvido. 
— Todo o investimento feito pelo locatário merece uma proteção do direito, de modo que ele não veja seus gastos se perderem com o término da Locação. Tal direito, é exercido por meio de ação própria denominada: ação renovatória. Esta ação protege efetivamente o direito ao Ponto Comercial resultante da atividade desenvolvida, motivo pelo qual em caso de sublocação, quem terá o direito à renovação será o sublocatário, que é quem possui efetivamente o ponto. Assim, preenchido certos requisitos dispostos no Art. 51 da lei n° 8.245/91, o empresário ou sociedade empresária, poderá pleitear, judicialmente, a renovação compulsória do contrato de locação. Vale ressaltar que, no entanto, tal direito não é absoluto, tendo em vista que este vai de encontro com o direito à propriedade do locador. Requisitos:
I ‐ o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado. Importante salientar que não é um bom negócio ao empresário formalizar um contrato por prazo indeterminado, já que estaria de fato vendo o seu vínculo com o locador cessar mediante simples comunicação prévia, quando na maioria dos casos é interesse de quem desenvolve determinado negócio manter‐se no local pelo maior período possível de modo a formar seu nome e tornar‐se conhecido. 
II ‐ o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos. É possível formar o prazo de cinco anos pela somatória de vários contratos escritos de menor duração, desde que sejam sucessivos e que a somatória de todos eles tenha duração igual ou superior ao requisito legal. Importante destacar que a exigência de contrato escrito para a renovação é válida para todos os contratos a serem somados para compor os 5 (cinco) anos, mas não exige‐se que todos sejam por prazo determinado, mas apenas o último, que será renovado. 
III ‐ o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. Exige‐se que o empresário locatário esteja explorando a mesma atividade por pelo menos três anos ininterruptos, prazo este que se considera necessário para que o ponto passe a possuir o valor agregado para lhe deferir o direito à renovação. 
IV - a referida ação deverá ser interposta entre um ano e seis meses antes do término do contrato a ser renovado, prazo este decadencial, ou seja, sem suspensão ou interrupção. É recomendável, portanto, que já no início do último ano comece a ser formalizado instrumento escrito que preveja a renovação. 
— O direito à renovação do contrato poderá ser transferido para os cessionários ou sucessores da locação, e mesmo em caso de falecimento de um dos sócios da sociedade empresária, o remanescente, se permanecer no mesmo ramo terá também este direito. 
— Exceções nas quais, mesmo preenchidos os requisitos necessários para a propositura da ação renovatória, o direito de propriedade prevalece sobre os interesses do locatário: 
I - se, por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade;
II - se o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital do locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. Nesta hipótese, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 
-> O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessante que tiver que arcar com a mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de 3 meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo poder público ou que declarou pretender realizar.
— Além destes casos estabelecidos em lei, é possível que haja uma indenização pela perda do ponto quando decorra alguma violação da boa-fé contratual, seja ela subjetiva ou mesmo objetiva, como aconteceria
Estabelecimento =/= ponto comercial
Importante, ainda, é destacar que o estabelecimento e o ponto comercial são noções que não seconfundem, estando este compreendido naquele, ou seja, o estabelecimento, conforme visto, não é apenas o ponto, o local em si considerado, mas todo o complexo conjunto de bens materiais e imateriais, reunidos e organizados, que viabilizam o exercício da atividade empresarial. Nesse mesmo sentido, não se pode também confundir o estabelecimento empresarial com o patrimônio do empresário, eis que vê-se que nem todos os bens que compõem o patrimônio são, necessariamente, componentes também do estabelecimento empresarial, uma vez que, para tanto, é necessário que o bem, material ou imaterial, guarde uma ligação com o exercício da atividade-fim do empresário. 
Com efeito, o patrimônio do empresário individual – que é pessoa física – é constituído de todos os bens, direito e tudo mais que seja de sua titularidade. O seu patrimônio, portanto, engloba tanto aqueles bens usados para o exercício da atividade empresarial quanto os seus bens particulares, não afetados ao exercício da empresa. O estabelecimento empresarial desse empresário individual, entretanto, corresponde apenas àqueles bens – materiais ou imateriais – que estejam afetados ao desenvolvimento de suas atividades econômicas. 
Nas sociedades empresárias, em tese, todos os bens da sociedade estarão, provavelmente, afetados ao exercício da empresa. Mas pode-se pensar, por exemplo, no caso de uma grande sociedade possuir um imóvel que funcione como uma sede social ou um clube para o lazer de seus funcionários. Neste caso, o imóvel pertence ao patrimônio da sociedade, mas não integra o seu estabelecimento empresarial, posto não estar afetado ao exercício de sua atividade fim. 
Prepostos
A pessoa atua pelo empresário. Aproxima-se da procuração. É pessoal e intransferível
— O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. 
— O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação. 
— Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo para reclamação.
 
Propriedade Industrial
1. Conceito
É o conjunto de direitos sobre as patentes de invenção, os modelo de utilidade, os desenho ou modelo industrial, as marcas de fábrica ou de comércio, as marcas de serviço, o nome comercial e as indicações de proveniência ou denominações de origem, bem como a repressão da concorrência desleal e às falsas indicações geográficas.
2. Bens da propriedade industrial
— São bens integrantes da propriedade industrial: a invenção, o modelo de utilidade, o desenho industrial e a marca. O direito de exploração com exclusividade dos dois primeiros se materializa no ato de concessão da respectiva patente (documentado pela “carta-patente”); em relação aos dois últimos, concede-se o registro (documentado pelo “certificado”). A concessão da patente ou do registro compete a uma autarquia federal denominada Instituto Nacional da Propriedade Industrial — INPI.
a) Invenção: a invenção é a única não definida pela lei. Esta ausência de definição corresponde à tradição legislativa sobre a matéria, nacional e estrangeira, e é plenamente justificável pela extrema dificuldade de se conceituar o instituto. Em razão da dificuldade em definir invenção, o legislador prefere se valer de um critério de exclusão, apresentando uma lista de manifestações do intelecto humano que não se consideram abrangidas no conceito (LPI, art. 10). Neste sentido, não são invenção: 
-> as descobertas e teorias científicas (a teoria da relatividade de Albert Einstein, por exemplo); 
-> métodos matemáticos (o cálculo infinitesimal, de Isaac Newton); 
-> concepções puramente abstratas (a lógica heterodoxa, de Newton da Costa); 
-> esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização (a pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, é exemplo de método educativo); 
-> obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética e programas de computador (tutelados pelo direito autoral); 
-> apresentação de informações, regras de jogo, técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, terapêuticos ou de diagnóstico, e os seres vivos naturais.
b) Modelo de utilidade: uma espécie de aperfeiçoamento da invenção — já foi denominado de “pequena invenção”. A lei define o modelo de utilidade como “objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação” (LPI, art. 9º). Os recursos agregados às invenções, para, de um modo não evidente a um técnico no assunto, ampliar as possibilidades de sua utilização, são modelos de utilidade. As manifestações intelectuais excluídas do conceito de invenção também não se compreendem no de modelo de utilidade (LPI, art. 10). Para se caracterizar como modelo de utilidade, o aperfeiçoamento deve revelar a atividade inventiva do seu criador. Deve representar um avanço tecnológico, que os técnicos da área reputem engenhoso. Se o aperfeiçoamento é destituído dessa característica, sua natureza jurídica é a de mera “adição de invenção”. Por outro lado, havendo dúvidas acerca do correto enquadramento de uma criação industrial — se invenção ou modelo de utilidade —, e não existindo critério técnico de ampla aceitação capaz de eliminá-las, deve-se considerar o objeto uma invenção. Como a lei preceitua o conceito de modelo de utilidade, mas não o de invenção, a criação industrial que não se puder enquadrar com certeza no primeiro (ou em outra categoria do direito industrial), deve-se considerar enquadrado no segundo.
c) Desenho industrial: é a alteração da forma dos objetos. Está definido, na lei, como “a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial” (LPI, art. 95). A sua característica de fundo — que, inclusive, o diferencia dos bens industriais patenteáveis — é a futilidade. Quer dizer, a alteração que o desenho industrial introduz nos objetos não amplia a sua utilidade, apenas o reveste de um aspecto diferente. Este traço da futilidade é essencial para que a alteração no objeto seja, sob o ponto de vista jurídico, um desenho industrial, e não um eventual modelo de utilidade ou uma adição de invenção. 
— A invenção, o modelo de utilidade, a adição de invenção e o desenho industrial são, assim, alterações em objetos em graus diferentes. Nos dois primeiros, é indispensável a presença da atividade inventiva; isto é, a alteração não pode ser uma decorrência óbvia dos conhecimentos técnicos existentes à época da criação. Presente este requisito, a alteração será considerada invenção quando for independente; e modelo de utilidade quando acessória de uma invenção. Já no caso de faltar atividade inventiva, a alteração poderá ser adição de invenção ou desenho industrial. A primeira existe na hipótese de um pequeno aperfeiçoamento na invenção patenteada, enquanto a última se manifesta pela mudança de natureza exclusivamente estética
d) Marca: definida como o sinal distintivo, suscetível de percepção visual, que identifica, direta ou indiretamente, produtos ou serviços (LPI, art. 122). No Brasil (ao contrário do que se verifica em outros países, como a França e a Alemanha), os sinais sonoros, ainda que originais e exclusivos, embora possam também individualizar produtos e serviços, não são suscetíveis de registro como marca. É o caso, por exemplo, do “plim plim”, adotado pela RedeGlobo de Televisão, no passado, para destacar a veiculação de publicidade da apresentação de filmes e outros programas (cf. Domingues, 1984:199/201). Também não são marcas as características de cheiro, gosto ou tato de que se revestem os produtos ou serviços. Os signos não visuais são tutelados pela disciplina jurídica da concorrência, na medida em que sua usurpação sirva de meio fraudulento para desviar clientela. Apenas os sinais visualmente perceptíveis podem ser registrados como marca no INPI. Os exemplos são inúmeros: Coca-cola, Saraiva, Itaú etc. 
-> Nominativa: marcas compostas exclusivamente por palavras, que não apresentam uma particular forma de letras (por exemplo, Revista Direito de Empresa)
-> Figurativa: as marcas consistentes de desenhos ou logotipos (por exemplo, a famosa gravatinha da Chevrolet)
-> Mista: palavras escritas com letras revestidas de uma particular forma, ou inseridas em logotipos (por exemplo, Coca-cola). 
— Esta classificação, no entanto, é inútil, para fins jurídicos. Qualquer que seja o tipo de marca, segundo este critério diferencial, a proteção é idêntica. 
— Para determinados produtos, a forma serve como fator de distinção. Pense na caneta Bic ou na garrafa da Coca-cola. Eles apresentam formas eventualmente protegidas como desenho industrial, mas por sua distintividade também comportam proteção como marcas. A marca é tridimensional sempre que a forma do produto for um signo, ou, como diz a lei, um sinal distintivo (LPI, art. 122)
3. Segredo de empresa
O inventor, se pretender patentear a sua invenção, deve estar atento ao fato de que todos passarão a ter conhecimento das inovações que realizou, em seus detalhes. Providência essencial do procedimento, portanto, é a publicação do pedido, bem como o irrestrito acesso dos interessados ao relatório descritivo, reivindicações, resumo e desenhos correspondentes.
— Art. 30, LPI: O pedido de patente será mantido em sigilo durante 18 (dezoito) meses contados da data de depósito ou da prioridade mais antiga, quando houver, após o que será publicado.
— A publicação da invenção é condição para concessão da patente. Por esta razão, muitos empresários preferem manter em segredo suas invenções a pedir a proteção legal. 
— Uma vez divulgados pelo INPI os detalhes da invenção, caberá ao titular do depósito da patente zelar para que terceiros não se utilizem indevidamente de sua criação industrial. A fiscalização dessa eventualidade e a adoção das providências judiciais pertinentes são da exclusiva alçada do particular interessado. 
— Em algumas circunstâncias, poderá revelar-se mais interessante ao inventor manter segredo acerca de sua invenção, explorando-a sem requerer a concessão da patente. O risco dessa alternativa é a de outro inventor, que chegar aos mesmos resultados posteriormente, acabar titularizando o direito industrial, por ser o primeiro a depositar o pedido.
— A usurpação de segredo de empresa gera responsabilidade penal e civil, com fundamento na disciplina jurídica da concorrência. Apenas não haverá lesão a um direito de um empresário se o outro, que explora economicamente o mesmo conhecimento secreto, também o obteve graças às próprias pesquisas. 
4. Marcas coletivas e de Certificação
— As marcas são sinais distintivos que identificam, direta ou indiretamente, produtos ou serviços. A identificação se realiza pela aposição do sinal no produto ou no resultado do serviço, na embalagem, nas notas fiscais expedidas, nos anúncios, nos uniformes dos empregados, nos veículos, etc. 
— Identificação direta: se o sinal está relacionado especificamente ao produto do serviço.
— Identificação indireta: por meio de duas outras categorias de marca, introduzidas no direito brasileiro pela atual legislação, as coletivas e de certificação.
-> Marca de certificação: a que atesta a conformidade do produto ou serviço e as normas ou especificações técnicas.
-> Marca coletiva: a que informa ser o produto ou serviço fornecido por empresário filiado a certa entidade. 
— Estas marcas possuem o traço comum de transmitirem ao consumidor a informação de que o produto ou serviço possui uma qualidade destacada, especial, acima da média; seja porque o empresário que os fornece participa de uma conceituada associação empresarial (marca coletiva) ou porque foram atendidos determinados padrões de qualidade (marca de certificação). 
— A diferença entre a marca coletiva e a de certificação diz respeito à natureza do titular do registro. No caso da coletiva, o titular será sempre uma associação empresarial, ou seja, uma identidade, sindical ou não, que congrega os empresários de determinado produto, de certa região ou adeptos de uma específica ideologia. No caso da marca de certificação, o titular não é uma associação empresarial, mas um agente econômico — normalmente um empresário — cuja atividade é a de avaliar e controlar a produção ou circulação de bens ou serviços, desenvolvidas por outros agentes.
5. Propriedade intelectual
Os bens sujeitos à tutela jurídica sob a noção de “propriedade industrial” integram o estabelecimento empresarial. São, assim, bens imateriais da propriedade do empresário. Esses bens são a propriedade intelectual, numa referência à sua imaterialidade e à origem comum, localizada no exercício de aptidões de criatividade pelos titulares dos respectivos direitos. Compreende, portanto, tanto as invenções e sinais distintivos da empresa, como as obras científicas, artísticas, literárias e outras. O direito intelectual, deste modo, é o gênero, do qual são espécies o industrial e o autoral. 
Patenteabilidade
Os bens industriais patenteáveis são a invenção e o modelo de utilidade. Não basta, contudo, que o inventor ou o criador do modelo tenha conseguido, em suas pesquisas científicas ou tecnológicas, um resultado original, para que tenha direito à patente. A lei estabelece diversas condições, sendo elas:
1. Novidade
Uma invenção atende a este requisito se é desconhecida dos cientistas ou pesquisadores especializados. Se os experts não são capazes, pelos conhecimentos que possuem, de descrever um objeto, o primeiro a fazê-lo será considerado o seu inventor. Segundo a lei, a invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica. O estado da técnica, por outro lado, compreende todos os conhecimentos difundidos no meio científico, acessível a qualquer pessoa, e todos os reivindicados regularmente por um inventor, por meio de depósito de patente, mesmo que ainda não tornados públicos. A novidade, portanto, se define a partir de um conceito negativo, de uma exclusão. Novo é o invento que não se encontra no estado de técnica, que é original e única.
2. Atividade inventiva
Para ser patenteável a invenção, além de não compreendida no estado de técnica (novidade), não pode derivar de forma simples dos conhecimentos nele reunidos. É necessário que a invenção resulte de um verdadeiro engenho, de um ato de criação intelectual especialmente arguto. 
— Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado de técnica.
— Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica.
3. Industriabilidade
Na verdade, o que pretende a lei, é afastar a concessão de patentes a invenções que ainda não podem ser fabricadas, em razão do estágio evolutivo do estado da técnica, ou que são desvestidas de qualquer utilidade para o homem. Não tem direito a patente, portanto, o criador da invenção que, por se mostrar tão avançada em relação ao estado da técnica, ainda não pode ser fabricada ou, de outra forma, a inexistência dos conhecimentos técnicos indispensáveis à fabricação do invento. Em segundo lugar, também não atendem ao requisito da industriabilidade as invenções sem qualquer utilidade para o homem. Uma criação simplesmente curiosa ou instigante não goza da proteção do direito industrial.4. Desimpedimento
Impedimento caracteriza-se por invenções que, embora novas, inventivas e industrializáveis, não podem receber a proteção da patente, por razões de ordem pública. Três são os impedimentos:
a. Invenções contrárias à moral, os bons costumes e à segurança, à ordem e a saúde públicas.
b. Substâncias, matérias, misturas e elementos ou produtos resultantes de transformação do núcleo atômico, bem como a modificação de suas propriedades e processos respectivos.
c. Seres vivos ou parte deles, com exceção da transformação genética introduzida pelo homem em microorganismos (transgênicos).
Registrabilidade
Os registros concedidos pelo INPI referem-se a dois diferentes bens industriais: desenho industrial e as marcas. 
1. Registro de desenho industrial
Existem três requisitos:
a. Novidade —> quando não compreendido no estado da técnica, que neste caso compreende o conjunto de conhecimentos resultante das observações e estudos, legalmente definido como tudo que foi divulgado, por qualquer meio, até a data do depósito do pedido de registro. Também compreende o desenho depositado no INPI, embora ainda não publicado. 
b. Originalidade —> apresentação de uma configuração visual distintiva, em relação aos objetos anteriores. Algumas alterações no desenho registrado por uma pessoa podem significar novidade, mas se não trouxerem para o objeto uma característica peculiar, que faça-o perfeitamente distinguível dos seus pares, o registro não poderá ser concedido em razão da falta de originalidade.
c. Impedimento —> não pode ser registrado o desenho que tem natureza puramente artística, ofende a moral e os bons costumes, honra ou imagem das pessoas, ou atente contra a liberdade de consciência, crença, culto religioso ou contra ideais ou sentimentos dignos de respeito e veneração e, por último, apresenta forma necessária, comum, vulgar ou determinada essencialmente por considerações técnicas e funcionais. 
2. Registro de marca
Existem três requisitos: 
a. Novidade relativa —> se a marca não for nova, não atenderá essa finalidade. Não é exigida novidade absoluta, ou seja, não é necessário que o requerente tenha criado o sinala, mas que lhe dê, ou ao signo não linguístico escolhido, uma nova utilização. 
b. Não colidência com marca notoriamente conhecida —> atribui ao INPI poderes para indeferir de ofício pedido de registro de marca, que reproduza ou imite, ainda que de forma parcial, de uma outra, que se saiba pertencer a pessoa diversa, nascida ou domiciliada noutro país. Principal objetivo é repressão à contrafação de marcas (pirataria). 
c. Desimpedimento —> art. 124 da LPI.

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