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APOSTILA DE PATOLOGIA HUMANA 2018

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Profª Juliana de Andrade Cintra
 
 
 
CURSO DE BIOMEDICINA 
 
 
Profª Juliana de Andrade Cintra Malanotte 
FRANCA 
2018 
 
 
SUMÁRIO 
 
PATOLOGIA ................................................................................................................................... 1 
ADAPTAÇÕES CELULARES ....................................................................................................... 1 
HIPERPLASIA. ......................................................................................................................... 1 
HIPERTROFIA. ......................................................................................................................... 2 
ATROFIA. .................................................................................................................................. 3 
METAPLASIA. ................................................................................................................................ 4 
DISPLASIA . .................................................................................................................................... 5 
LESÃO CELULAR .......................................................................................................................... 6 
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL E IRREVERSÍVEL ISQUÊMICA .................................. 7 
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL .......................................................................................... 7 
LESÃO CELULAR IRREVERSÍVEL ...................................................................................... 8 
NECROSE ........................................................................................................................................ 9 
APOPTOSE .................................................................................................................................... 13 
ACÚMULOS INTRACELULARES ............................................................................................ 15 
DEGENERAÇÃO .......................................................................................................................... 15 
PIGMENTOS ................................................................................................................................. 18 
CALCIFICAÇÕES ........................................................................................................................ 19 
INFLAMAÇÃO .............................................................................................................................. 20 
INFLAMAÇÃO AGUDA .............................................................................................................. 22 
MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO ..................................................................... 33 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA .......................................................................................................... 38 
INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA ....................................................................................... 40 
PADRÕES MORFOLÓGICOS NA INFLAMAÇÃO AGUDA E CRÔNICA ......................... 40 
REPARAÇÃO DOS TECIDOS .................................................................................................... 41 
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO CELULAR / CICLO CELULAR ................................. 42 
EVENTOS MOLECULARES NO CRESCIMENTO CELULAR ............................................ 43 
FATORES DE CRESCIMENTO ................................................................................................. 45 
REPARAÇÃO TECIDUAL PELO CONJUNTIVO (FIBROSE) ............................................. 47 
FATORES LOCAIS E SISTÊMICOS QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO DE 
FERIDAS ........................................................................................................................................ 51 
DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS, TROMBOSE E CHOQUE ............................................ 52 
EDEMA .................................................................................................................................... 52 
CATEGORIAS FISIOPATOLÓGICAS DO EDEMA ............................................................ 53 
 
HIPEREMIA E CONGESTÃO .................................................................................................. 55 
HEMORRAGIA .......................................................................................................................... 55 
HEMOSTASIA E TROMBOSE ................................................................................................. 56 
TROMBOSE ............................................................................................................................... 58 
EMBOLIA .................................................................................................................................. 60 
TROMBOEMBOLIA PULMONAR .......................................................................................... 61 
TROMBOEMBOLIA SISTÊMICA ........................................................................................... 62 
EMBOLIA GORDUROSA ......................................................................................................... 62 
EMBOLIA GASOSA ................................................................................................................. 62 
EMBOLIA DE LÍQUIDO AMINIÓTICO ................................................................................. 63 
CHOQUE .................................................................................................................................... 64 
HIPOTENSÃO............................................................................................................................ 64 
NEOPLASIAS ................................................................................................................................ 67 
NEOPLASIA BENIGNA x NEOPLASIA MALIGNA ........................................................... 69 
EPIDEMIOLOGIA ........................................................................................................................ 73 
TNM – CLASSIFICATION OF MALIGNANT TUMOURS .................................................... 77 
BASES MOLECULARES DO CÂNCER .................................................................................... 81 
AGENTES CARCINOGÊNICOS ................................................................................................ 86 
MÉTODOS DE ESTUDO EM PATOLOGIA ............................................................................. 87 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 101 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
PATOLOGIA 
 
Patologia significa, literalmente, o estudo (logos) do sofrimento (pathos). Mais 
especificamente, é o estudo das alterações estruturais e funcionais das células, tecidos e 
órgãos que dão origem a doenças, um estudo através de técnicas moleculares, 
microbiológicas, imunológicas e morfológicas” 
Aspectos básicos de um processo patológico: 
� Etiologia – Estudo da origem das doenças Para os árcades (2500 a.C.), se alguém ficasse 
doente, a culpa era do próprio doente ou de agentes externos como maus odores, frio, maus 
espíritos e deuses. 
� Patogenia – Mecanismos relevantes pelos quais os agentes etiológicos produzem as 
doenças. (bioquímica, imunologia, morfologia entre outros). 
� Alterações Morfológicas – São alterações estruturais nas células ou nos tecidos que são 
característicos da doença. 
� Importância Clínica - Estudos das funções dos órgãos e tecidos lesados pela doença 
(evolução e prognóstico). 
ADAPTAÇÕES CELULARES 
 
 As células sofrem adaptações fisiológicas ou morfológicas,são alterações do 
crescimento, tamanho ou diferenciações celulares e incluem hiperplasia, hipertrofia, atrofia e 
metaplasia. As adaptações patológicas podem compartilhar o mesmo mecanismo que as 
adaptações fisiológicas, mas propiciam a célula a capacidade de sobreviver no seu ambiente e, 
talvez escapar da lesão. 
 
� HIPERPLASIA: Constitui-se de um aumento do número de células em um órgão ou 
tecido, que então pode ter aumentado de volume. A hiperplasia só ocorre se houver divisão 
celular e a população celular for capaz de sintetizar DNA (Mitose). Nem toda célula adulta 
tem capacidade para o crescimento hiperplásico. 
 - Células com grande capacidade mitótica – células da epiderme, epitélio 
gastrointestinal, hepatócitos, fibroblastos e medula óssea. 
 
 
2 
 
 - Células com capacidade intermediária de proliferação – ossos, cartilagem e os 
músculos lisos. 
- Células com pouca ou nenhuma capacidade de proliferação, células nervosas 
e células do músculo esquelético e cardíaco. 
 A hiperplasia pode ser fisiológica ou patológica: 
* Hiperplasia fisiológica – dividi-se em H. hormonal e H. compensatória. 
- Hiperplasia hormonal - ocorre por estimulação hormonal aumentada, mas em 
condições não patológicas. Ex. Aumento do útero durante a gravidez (envolve hiperplasia e 
hipertrofia); proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e na lactação. 
- Hiperplasia compensatória – ocorre para regenerar um tecido. Ex: nas cicatrizações 
da pele; na regeneração do fígado após hepatectomia parcial. (fatores de crescimento HGF-
fator de dispersão, inibidores TGF-β). Células pluripotentes na hepatite. 
 
* Hiperplasia patológica – Ocorre com estimulação hormonal excessiva, ou resulta dos 
efeitos de fatores de crescimento sobre células –alvo. Ex: Hiperplasia adenomatosa do 
endométrio (desequilíbrio hormonal entre progesterona e estrogênio durante o ciclo 
menstrual); Hiperplasia benigna da próstata, todos componentes da próstata sofre hiperplasia 
por estímulos hormonais (glândulas, músculos lisos e tecidos conjuntivo estromal adjacente); 
Bócio (folículos tireoideanos). Portanto, as hiperplasias fisiológicas ou patológicas são 
induzidas por estímulos conhecidos, é um processo controlado, pois regride quando o 
estímulo cessa. Porém pode ser considerada uma lesão pré-neoplásica se o processo não for 
bem controlado. 
 
� HIPERTROFIA: – Constitui-se de um aumento do tamanho das células e, com essa 
alteração, um aumento do tamanho do órgão. 
 - O tamanho aumentado das células decorre não de tumefação celular, mas da 
síntese de mais componentes estruturais. 
A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica: 
 
 
3 
 
* Hipertrofia fisiológica – é causada por aumento da demanda funcional ou por estimulação 
hormonal específica sem que haja uma patologia associada. Ex: o crescimento do útero na 
gravidez (envolve hiperplasia e hipertrofia), onde ocorre um estímulo dos estrogênios sobre os 
receptores do músculo liso, que permitem a interação dos hormônios com o DNA nuclear, 
resultando num aumento da síntese das proteínas do músculo liso e num aumento do tamanho 
celular. Halterofilista demanda funcional aumentada causando hipertrofia muscular, é a 
síntese de mais membranas, mais enzimas, mais ATP e mais filamentos capazes de realizar 
um desequilíbrio entre a demanda e a capacidade funcional da célula, levando a um aumento 
do volume celular. 
* Hipertrofia patológica – ocorre em situações onde o estímulo para hipertrofia é uma 
patologia. Ex. Hipertrofia do miocárdio em pacientes com hipertensão arterial, onde as células 
musculares cardíacas sofrem um aumento de volume por aumento da demanda funcional e, 
com a evolução do caso entra em processo degenerativo, levando a insuficiência cardíaca. 
- Hiperplasia e hipertrofia são processos distintos embora frequentemente ocorrem 
juntas e podem ser desencadeadas pelo mesmo mecanismo. 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://fisiolifealecardoso.blogspot.com.br/2014_04_01_archive.html 
 
� ATROFIA – É a diminuição do tamanho da célula por perda de substância celular. 
Representa uma forma de resposta adaptativa. Quando um número suficiente de células 
está envolvido, todo o tecido ou órgão diminui de tamanho tornando-se atrófico. Embora 
as células atróficas possam ter uma função diminuída, elas não estão mortas. 
A atrofia pode ser fisiológica ou patológica: 
 
 
4 
 
* Atrofia fisiológica – é comum durante o ínicio do desenvolvimento, algumas estruturas 
embrionárias, sofrem atrofia durante o desenvolvimento fetal. 
O útero diminui de tamanho após parto. 
* Atrofia patológica – Depende da causa básica e pode ser local ou generalizada. 
Causas comuns de atrofia: 
- Redução da carga de trabalho (atrofia por desuso). Ex. Fratura de osso, paciente em repouso 
completo no leito. 
- Perda da inervação (atrofia por desnervação). Lesão em nervos acarreta atrofia nas fibras 
musculares supridas por esses nervos. 
- Diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia). Aterosclerose, atrofia cerebral 
progressiva. 
- Nutrição inadequada (marasmo). Uso do músculo esquelético como fonte de energia. 
- Perda de estimulação endócrina (menopausa). Atrofia do endométrio, epitélio vaginal e 
mama. 
- Envelhecimento (atrofia senil). O processo de envelhecimento está associado à perda 
celular, é observada principalmente em tecidos que tem células permanentes (cérebro e 
coração) 
- Pressão. A compressão tecidual por qualquer período de tempo pode causar atrofia. Ex. 
Tumor. 
� METAPLASIA – é uma alteração reversível na qual uma célula de tipo adulto (epitelial 
ou mesenquimal) é substituída por outro tipo celular adulto. Também podem representar 
um processo adaptativo de substituição de células mais sensíveis ao estresse por outras 
células mais bem adaptadas para resistir a um meio mais adverso. Ex. O epitélio pseudo-
estratificado da traquéia e dos brônquios, em fumantes crônicos sob a ação irritante do 
fumo, pode se transformar em epitélio estratificado pavimentoso. 
Deficiência crônica de Vitamina A (ácido retinóico), o epitélio dos brônquios, o epitélio da 
bexiga são substituídos por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Trato 
gastrointestinal ocorre metaplasia adaptativa frequentemente. 
 
 
5 
 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
� DISPLASIA – Alteração da célula adulta caracterizada por variações em seu tamanho, 
aspecto e organização. Células que sofreram alterações proliferativas irregulares e atípicas, 
em resposta à irritação crônica ou inflamação. A displasia epitelial apresenta-se como 
perda da orientação normal de uma célula em relação à outra. Ex.: Displasia do colo 
uterino (epitélio estratificado ectocervical displásico fica espessado pela hiperplasia das 
células basais, acompanhado de uma maturação desordenada das células). 
 As displasias, principalmente cervicais e do trato respiratório estão fortemente 
relacionadas com o aparecimento do câncer. A displasia pode ser reversível se tirar à causa 
excitadora da transformação. 
 As Displasias podem ser: 
Discreta: Corte histológico observam-se células normais e displásicas. 
 Moderada: Células displásicas. 
Acentuada (Grave): Células displásicas e anaplásicas (câncer) 
 
 
 
 
6 
 
LESÃO CELULAR 
 
A lesão celular ocorre quando as células são submetidas a um estresse tão 
severo que não são capazes de se adaptar ou quando são expostas a agentes perniciosos. 
Lesão = conjunto de alterações morfofuncionais podendo ser macroscópicas ou 
microscópicas. 
Lesão pode ser reversível ou irreversível 
Agente agressor pode ser endógeno ou exógeno. 
 
Causas de lesão celular: 
1- Hipóxia – É a redução da oxigenação de um tecido pelo sangue.Ex: Anemia, 
intoxicação por Monóxido de Carbono e trombose. 
2- Agentes físicos – Traumatismo mecânico, extremo de temperatura, choque elétrico, 
radiações e alterações bruscas de pressão atmosférica. 
3- Agentes químicos – Qualquer substância vital ou não para a célula em excesso causa 
lesão ou morte celular. Ex: Oxigênio, Glicose, sal, Arsênico, cianeto, álcool, 
narcóticos,etc 
4- Agentes infecciosos – Seres macro e microscópicos causam lesão. Ex: Tênias, fungos, 
bactérias, vírus, etc. 
5- Reações imunológicas – Envolvem o sistema imune. Ex: Choque anafilático. 
6- Alterações genéticas – Defeitos genéticos. Ex: Síndrome de Down, anemia falciforme 
(1aa substituído da Hb S). 
7- Desequilíbrios nutricionais – Em excesso ou escassez causam lesão. Ex: Deficiência 
protéico-calórica, Excesso de gordura (esteatose). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL E IRREVERSÍVEL ISQUÊMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
 
 
 FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
 
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL 
 
� Bomba Na+ e K+ = Atividade reduzida (Na+, K+, ATPase), Na+ acumula-se 
intracelularmente, difusão do K+ extracelularmente, portanto, há ganho intracelularmente 
de H2O, tumefação celular, dilatação do RE. 
 
 
8 
 
� Metabolismo energético celular = Quando níveis de O2 são baixos, a fosforilação 
oxidativa cessa, e as células dependem da glicólise para produção de energia. As reservas 
de glicogênio são exauridas resultando em acúmulo de ácido lático e fosfatos. ↓ pH 
intracelular. 
� Redução da síntese de proteínas = Ocorre desprendimento dos ribossomas, do REG. 
 Observação: o miocárdio após 60 segundos de isquemia deixa de se contrair, a 
ausência de contratibilidade não significa morte celular. Já o tecido nervoso após 5 
minutos de isquemia, leva a lesão irreversível às células nervosas. Se o O2 for restaurado 
todas essas perturbações são reversíveis. 
 
LESÃO CELULAR IRREVERSÍVEL 
 
� Lesão de membrana mitocondrial = Disfunção do cálcio, aumenta a captação, depleção de 
ATP pelas mitocôndrias. 
� Perda de fosfolipídios da membrana = Sempre relacionada à lesão isquêmica, redução do 
conteúdo dos fosfolipídios da membrana pelo aumento do cálcio intracelular. 
� Anormalidade citoesquelética = A ativação de proteases pelo cálcio aumentado pode 
danificar filamentos do citoesqueleto. Tornando-se a célula suscetível a estiramento e 
ruptura. 
� Produtos da degradação de Lipídios = Incluem ácidos graxos livres não esterificados, 
acilcarnitina e lisofosfolipídios. Produtos catabólicos que tem ação detergente sobre as 
membranas. 
� Espécies de oxigênio reativo = Os radicais livres de O2 são reduzidos e são moléculas 
altamente tóxicas que causam lesão celular. 
� Perda de aminoácidos intracelulares = ↓ Glicina (regula ATP, protege membrana das 
células hipóxicas). 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
A. Micrografia eletrônica de uma célula epitelial normal do túbulo renal proximal. 
B. Célula epitelial do túbulo proximal mostrando alterações isquêmicas reversíveis. 
 
C. Célula tubular proximal mostrando lesões isquêmicas irreversíveis. 
 
NECROSE 
 São alterações morfológicas que sucedem a morte celular no tecido vivo, em 
grande parte resultante da ação degradativa progressiva de enzimas sobre a célula letalmente 
lesada. 
Autólise = São enzimas catalíticas que provêm dos lisossomas provocando a digestão 
enzimática da célula morta. 
Heterólise = São enzimas provenientes de lisossomas de leucócitos imigrantes que 
degradam a célula morta. 
 
 
 
10 
 
Necrose de coagulação = Lesão irreversível, caracterizada pela desnaturação de proteínas 
citoplasmáticas, degradação das organelas celulares e tumefação celular. Preservação do 
contorno básico da célula por alguns dias. Ex.: Infarto do miocárdio (enzimas) 
A preservação da arquitetura tecidual é típica da morte hipóxica das células exceto 
cérebro. 
Necrose liquefativa = É típica de infecções bacterianas ou fúngicas focais. Por razões 
obscuras a morte celular do tecido nervoso por qualquer motivo resulta em necrose 
liquefativa. O tecido fica como uma massa viscosa líquida. Presença de Enzimas 
proteolíticas. 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
Necrose gangrenosa = Não é um padrão distinto de morte celular, é muito usado na 
prática clinica e cirúrgica. Ex.: Infecção em um membro (perna) é a chamada gangrena. 
 
 
 
11 
 
NECROSE + INFECÇÃO = GANGRENA 
Necrose caseosa = É uma forma distinta de necrose de coagulação, muito encontrada em 
focos de infecção por tuberculose. Caseosa (branco = queijo) A diferença da necrose 
coagulativa é que a arquitetura celular é totalmente destruída. 
Necrose gordurosa = É uma reação inflamatória causada por liberação de lípases 
pancreáticas, na cavidade abdominal e no pâncreas. Ocorre saponificação no mesentério 
(sabão de cálcio nos locais de degradação lipídica). 
Necrose gomosa = Infecção sifilítica - (Treponema). 
 
 Pulmão com tuberculose apresentando Mesentério com áreas de necrose 
 área com necrose caseosa. gordurosa. 
 FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
EVENTOS CELULARES NA NECROSE E NA APOPTOSE 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
 
 
12 
 
 
PADRÕES CELULARES NA NECROSE 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
 
 
13 
 
APOPTOSE 
 
 A apoptose é a via de morte celular que é induzida por um programa 
intracelular altamente regulado, no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que 
degradam seu DNA nuclear e as proteínas citoplasmáticas. 
 A apoptose foi inicialmente reconhecida em 1972 por sua morfologia distinta e 
nomeada pela designação grega para “decadência”. Ela ocorre normalmente em várias 
situações e serve para eliminar células indesejáveis ou potencialmente danosas e células que 
já não são mais úteis. 
 
Ocorre em vários contextos: 
1- Durante o desenvolvimento (embriogênese). 
2- Mecanismo homeostático para manter as populações celulares nos tecidos. Ex.: Ciclo 
menstrual/ Mama após amamentar/ Castração 
3- Mecanismo de defesa (reação imune): Ex.: morte de células T e B após depleção 
citocinas/ Neutrófilos frente a uma resposta inflamatória aguda. 
4- Células lesadas por agentes nocivos ou doença. Ex.: Hepatite viral/ Obstrução ductal 
(pâncreas, glândula parótida) 
5- Envelhecimento. Ex.: atrofia. 
 
APOPTOSE NECROSE 
Critérios morfológicos Critérios morfológicos 
- Destruição de células isoladas - Morte de grupo de células 
- Alteração da membrana sem perda da 
integridade 
- Sempre há perda da integridade da 
membrana celular 
- Fragmentos de células – formam corpos 
apoptóticos. 
- Edema – rompimento das células 
- Fagocitose por células vizinhas e/ou 
macrófagos. 
- Fagocitose feita por macrófagos. 
- Lisossomos intactos - Rompimento lisossomal 
- Condensação da cromatina em massas 
densas uniformes 
- Grumo – agregação de cromatina mal 
definida 
 
 
 
 
 
14 
 
APOPTOSE NECROSE 
Critérios Bioquímicos Critérios Bioquímicos 
- Induzida por estímulos fisiológicos - Estímulos por distúrbios não fisiológicos 
- Processo bem regulado com etapas de 
ativação 
- Perda da homeostase 
- Requer energia - Não requer energia 
- Requer síntese de macromoléculas - Não necessita da síntese de proteínas e 
ácidos nucléicos. 
- Transcrição de novo gene - Não transcrição de novo gene 
- Fragmentação continuada do DNA - Digestão não controlada de DNA 
 
CATABOLISMO LISOSSÔMICO 
� Heterofagia = Endocitose (captura de substâncias do meioexterno), material particulado 
(fagocitose), macromoléculas menores solúveis (pinocitose). Os vacúolos endocitados e 
seu conteúdo fundem-se com um lisossoma resultando na degradação. 
** Células mais comuns a praticarem a fagocitose: Macrófagos e Neutrófilos. 
� Autofagia = As organelas intracelulares e partes do citosol são primeiramente seqüestradas 
(vacúolo autofágico), formado a partir de regiões livres de ribossomas do RE, que se funde 
com lisossomas primários preexistentes para formação do autofagolisossoma. A autofagia 
é um fenômeno comum implicado na remoção de organelas danificadas durante a lesão 
celular e na remodelagem celular. 
**Os grânulos de pigmento de lipofuscina, tatuagem, carbono são indigeríveis pelo lisossoma, 
ficando no fagolisossomos de macrófagos por décadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
 
 
15 
 
ACÚMULOS INTRACELULARES 
 
 Substância endógena normal – é produzida há uma taxa normal ou aumentada, porém 
a taxa de metabolismo é inadequada para removê-la. Ex: Degeneração gordurosa no fígado e 
gotículas de proteínas por reabsorção nos túbulos renais. 
 Substância endógena normal ou anormal - acumula-se devido a defeitos genéticos ou 
adquiridos no metabolismo, acondicionamento, transporte ou secreção dessas substâncias. Ex: 
Distúrbios causados por defeitos genéticos de enzimas específicas envolvidas no metabolismo 
dos lipídios e carboidratos, resultando no depósito intracelular (lisossomas). 
Substância exógena anormal – deposita-se e acumula-se porque a célula não tem a 
maquinaria enzimática para degradá-la nem a capacidade para transportá-la para outro local. 
Ex. acúmulo de partículas de carbono e substâncias químicas não metabolizáveis (sílica). 
 
DEGENERAÇÃO 
 
É um processo adaptativo da célula onde ocorrem lesões celulares reversíveis 
decorrentes de alterações bioquímicas que resultam em acúmulo de substâncias no interior das 
células, com alteração da morfologia e diminuição das funções celulares. 
As degenerações são classificadas em: 
- acúmulo de lipídeos – Esteatose e Lipidose 
- acúmulo de proteínas – Hialina e Mucóide 
- acúmulo de água e eletrólitos – Hidrópica 
- acúmulo de carboidratos – Glucogenose e Mucopolissacaridose 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
 
 
 
17 
 
� Degeneração gordurosa – É o acúmulo anormal de triglicerídeos dentro das células 
parenquimatosas. Ex: Fígado (principal órgão envolvido no metabolismo lipídico), mas 
também ocorrem no coração, músculos e rins. 
� As causas de esteatose abrangem toxinas, desnutrição protéica, diabetes mellitus, 
obesidade e anóxia. Em países industrializados a causa mais comum é o abuso de álcool. 
Mecanismo: os ácidos graxos livres do tecido adiposo ou alimento ingerido são normalmente 
transportados até os hepatócitos, no fígado são esterificados para triglicerídeos, convertidos 
em colesterol ou fosfolipídios, ou oxidados a corpos cetônicos. O acúmulo excessivo de 
triglicerídeos no fígado pode resultar de defeitos em qualquer um dos eventos, de entrada dos 
ácidos graxos ou saída das lipoproteínas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
 
� Degeneração Hialina – Excesso de proteínas dentro da célula renal, com acúmulo de 
albumina. Ex: mulher grávida, pressão arterial aumentada, paciente com alimentação 
inadequada. Ocorre dilatação de vasos com isso as células se afastam uma da outra 
permitindo a saída da albumina (pré-eclâmpsia). Proteinúria, albumina aumentada no 
sangue. Outros exemplos: Hepatite, alcoolismo, endocitose de bactérias. 
 
 
 
18 
 
� Degeneração Mucóide – Acúmulo de muco dentro das células caliciformes, faz com essas 
células mudem sua forma acumulando muco. Ex: Fumante, parasitas no intestino como E. 
coli ou E. histolytica. Produção de muco por células neoplásicas benignas ou malignas. 
� Degeneração Hidrópica – É preciso que diminua a quantidade de O2 (hipóxia) na célula, 
ocorrendo diminuição do suprimento de sangue (isquemia), quanto menor a quantidade de 
O2 < produção de ATP, ocorre alteração na bomba de Na+ e K+, o meio fica hipotônico, 
tumefação celular e distanciamento de organelas, a célula ganha água, aumentando de 
volume. 
Aspectos morfológicos: Tumefação celular, citoplasma granuloso e vacuolizado, 
núcleo marginalizado para periferia, dilatação do REL, tumefação mitocondrial, deslocamento 
dos ribossomos e REG e condensação da cromatina. 
� Degeneração por Glicogenose – ocorre defeitos enzimáticos na síntese ou degradação de 
glicogênio, onde ele se acumula intracelularmente levando a célula a uma lesão secundária 
e morte celular. Ex: Distúrbios genéticos, Diabetes mellitus. 
PIGMENTOS 
 
São substâncias coloridas, algumas constituintes normais das células (melanina), 
enquanto outras são anormais e acumulam-se nas células somente sob circunstâncias 
especiais. 
� Exógenos – Antracose (fagocitose, poeira de carvão, macrófago, alvéolos, coloração 
macro negra); Tatuagem (macrófago. Interstício, corante insolúvel). 
� Endógenos – Derivados da hemoglobina (pigmentos biliares, hemossiderina); melanina; 
lipofuscina (pigmentação por lipídios pelo avanço da idade). 
 
 
 
 
 
 
19 
 
CALCIFICAÇÕES 
 
 É o depósito anormal de sais de cálcio, juntamente com quantidades menores de ferro, 
magnésio e outros sais minerais. É um processo comum que pode ocorrer patologicamente em 
duas formas: Calcificação em tecidos inviáveis ou morrendo = CALCIFICAÇÃO 
DISTRÓFICA, e o depósito em tecidos vitais levando a hipercalcemia = CALCIFICAÇÃO 
METASTÁTICA. 
O corpo humano adulto contém de 1 a 2 kg de cálcio, dos quais 90% estão localizados 
no esqueleto e dentes. 
Calcificação distrófica – É encontrada em áreas de necrose, tipo coagulativa, caseosa ou 
liquefativo, e focos de necrose enzimática de gordura. Ex.: Ateromas (calcificam) na 
aterosclerose avançada. Válvulas cardíacas envelhecidas ou danificadas. 
Calcificação metastática – Sempre que há hipercalcemia, ocorre em tecidos normais. Há 4 
causas principais de hipercalcemia: 
1- Aumento da secreção de paratormônio (PTH) – reabsorção óssea, como no 
hiperparatireodismo devido a tumores paratireóideos e secreção de PTH por tumores 
malignos. 
2- Destruição de tecido ósseo - ocorre em tumores primários da medula óssea(ex.: 
mieloma múltiplo, leucemia) ou metástases esqueléticas difusas(ex.: câncer de mama). 
3- Distúrbios relacionados a vitamina D – intoxicação por vitamina D, sarcoidose(na 
qual o macrófago ativa um precursor da vit D), hipercalcemia idiopática da 
lactância(síndrome de Williams) 
4- Insuficiência renal – causa retenção de fosfato, levando a hiperparatireodismo 
secundário. 
A calcificação metastática afeta principalmente os tecidos intersticiais da mucosa 
gástrica, rins, pulmões, artérias sistêmicas e veias pulmonares. 
 
 
 
 
 
 
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FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
INFLAMAÇÃO 
 
É uma reação complexa local que ocorre no tecido conjuntivo (vascularizado) 
às agressões, caracterizado por uma reação dos vasos sanguíneos, levando ao acúmulo de 
fluídos e células sanguíneas nos tecidos extravasculares. 
Marcos Históricos: 
 - Papiro egípcio (3000 a.C.), Celsus escritor romano (1ºséculo d.C.) citou os sinais 
cardinais da inflamação: RUBOR, TUMOR, CALOR e DOR. 
 - Um quinto sinal clínico foi citado por Virchow: “LOSS OF FUNCTION”. 
 Características gerais da inflamação: 
 Destruir, diluirou encerrar o agente lesivo, cicatrizando e reconstituindo o tecido 
danificado. 
 Reparação = Ínicio na fase inicial da lesão, conclui-se na fase neutralizadora do agente 
agressor. 
 Preenchimento da lesão por células parenquimatosas e tecido fibroblástico 
(cicatrização). 
 Resposta protetora para causa inicial da lesão: micróbios, toxinas; e suas 
conseqüências: células e tecidos necróticos. 
 
 
21 
 
A resposta inflamatória ocorre no tecido conjuntivo vascularizado (plasma, células 
circulantes [eosinófilos, neutrófilos, monócitos, linfócitos, basófilos e plaquetas], vasos 
sanguíneos e constituintes celulares [mastócitos, macrófagos, fibroblastos e eventuais 
linfócitos] e extracelulares [colágeno, elastina e proteoglicanas] do tecido conjuntivo). 
 As respostas vasculares e celulares da inflamação aguda e crônica são mediadas por 
fatores químicos provenientes do plasma ou das células e desencadeadas pelo estímulo 
inflamatório. 
 Inflamações agudas e crônicas, respectivamente são: duração curta de minutos, horas 
ou alguns dias, tem exsudação de líquidos e proteínas plasmáticas(edema) e emigração de 
leucócitos(neutrófilos); duração longa, presença de macrófagos e linfócitos, proliferação de 
vasos sanguíneos, fibrose e necrose tecidual. 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
É uma resposta imediata e precoce a um agente nocivo. 
 
 A inflamação aguda possui 3 componentes: 
 1- Alterações do calibre vascular, que acarretam um aumento do fluxo sanguíneo. 
 2- Alterações estruturais da microvasculatura, que permitem que as proteínas 
plasmáticas e leucócitos deixem a circulação. 
 3- Emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco de lesão. 
Edema: Excesso de líquido no interstício ou cavidades serosas; pode ser exsudato ou 
transudato. 
Transudato: É o líquido do edema pobre em proteínas(albumina), D=1012. 
Exsudato: É o líquido do edema(extravascular inflamatório) rico em proteínas e células 
sanguíneas, D=1020. 
Exsudato seroso: Parece com um plasma, líquido, não muito rico em proteínas e pobre em 
células. Ex.: Bolhas na pele, entorce. 
Exsudato purulento: Formado por células, leucócitos vivos e mortos, bactérias vivas e 
mortas, células necróticas. Ex.: Pus. 
Exsudato pseudo-membranoso: Membrana acinzentada com bactérias e pus dentro. Ex.: 
Difteria. 
Abscesso: Coleção de exsudato inflamatório bem delimitado. 
Flegmão: São graves no retroperitônio, ocorre quando se tem uma grande quantidade de 
bactérias. 
 
 
23 
 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
1- Alterações Vasculares 
1.1. Alterações no fluxo e calibre vasculares. 
 Começam pouco após a lesão e desenvolvem-se em velocidades variadas, de acordo 
com a intensidade da lesão. As alterações são: 
 Após uma vasoconstrição inconstante e transitória das arteríolas(por alguns segundos) 
ocorre a vasodilatação ⇒ ↑ fluxo sanguíneo (calor e eritema). 
 Alentecimento da circulação decorre do aumento da permeabilidade da 
microvasculatura, extravasamento de líquido rico em proteínas para dentro dos tecidos. ↓ 
líquido ↑ [ ] de hemácias nos pequenos vasos e ↑ a viscosidade sanguínea = ESTASE. 
 
 
24 
 
 Com o desenvolvimento da estase começa a marginalização leucocitária, ou seja, os 
leucócitos aderem ao endotélio de maneira transitória(rolagem), depois migram através da 
parede endotelial para o tecido intersticial. 
 A estase pode durar de 15 a 30 minutos. 
1.2. Aumento da permeabilidade vascular(extravasamento vascular) 
 O ↑ da permeabilidade vascular leva ao extravasamento de um líquido rico em 
proteínas(exsudato) para o interstício é a marca da inflamação aguda. 
 A perda de proteína do plasma ↓ a pressão osmótica intravascular e ↑ a pressão 
osmótica do líquido intersticial. Juntamente com a pressão hidrostática ↑ devido a 
vasodilatação, acarreta um efluxo de líquido e acúmulo no tecido intersticial = EDEMA. 
 A troca líquida normal e a permeabilidade microvascular dependem de um endotélio 
intacto. 
De que forma o endotélio torna-se permeável na inflamação? 
 
 
25 
 
 
Mecanismos propostos: 
1- Formação de lacunas endoteliais nas vênulas: Mecanismo mais comum e é mediados 
pela histamina, bradicinina, leucotrienos, e outros mediadores químicos. Ocorre 
rapidamente após a exposição ao mediador (reversível e breve) – 15 a 30 minutos = 
Resposta transitória imediata. 
2- Reorganização do citoesqueleto(retração endotelial): Na indução in vitro o mecanismo 
mediado é por mediadores (interleucina-1 [IL-1], fator de necrose tumoral [FNT] e 
 
 
26 
 
interferon-γ [IFN-γ]. As células retraem umas as outras devido a reorganização 
estrutural do citoesqueleto, com efeito da histamina (4 a 6 hs) e sem (24hs ou mais). 
3- Transcitose aumentada através do citoplasma endotelial: ocorre em canais que 
consistem em aglomerados de vesículas e vacúolos interconectados (organela 
vesiculovascular). VEGF – Ftr. cresc. endot. Vasc. 
4- Lesão endotelial direta: Esse efeito é muito encontrado em lesões necrosantes vindo 
de uma lesão direta do endotélio por um estímulo nocivo. Ex.: queimaduras intensas, 
infecções bacterianas líticas (botulismo). O extravasamento começa no após a lesão 
por várias horas até que os vasos danificados sejam trombosados ou reparados. 
RESPOSTA CONTÍNUA IMEDIATA. 
5- Extravasamento prolongado tardio: ocorre após 2 a 12hs, envolve vênulas e capilares. 
Ex.: Raio X, UV, Toxinas bacterianas, lesão térmica leve. 
6- Lesão endotelial mediada por leucócitos: Os leucócitos aderem ao endotélio na 
inflamação liberando espécies tóxicas de O2 e enzimas proteoglicanas que causam 
lesão e desprendimento endotelial ↑ permeabilidade. Na inflamação aguda esta forma 
de lesão restringe as vênulas e capilares dos glomérulos e pulmonares. 
7- Extravasamento de novos vasos sanguíneos: Angiogênese através das células 
endoteliais. Fator participante da angiogênese = VEGF. 
 
 Todos esses mecanismos são separáveis, mas todos desempenham um papel em 
resposta a um estímulo. 
 
2- Eventos celulares: Extravasamento de leucócitos e fagocitose. 
 
 Os leucócitos fagocitam agentes ofensivos, destroem bactérias, degradam 
tecido necrótico, podem prolongar a inflamação e induzir uma lesão tecidual por liberação de 
enzimas, mediadores químicos e radicais tóxico de O2. 
 As seqüências de eventos que levam leucócitos da luz para o interstício são: 
 1. Na luz: Marginação, rolagem e aderência. 
 2. Diapedese = Transmigração através do endotélio 
 3. Migração nos tecidos intersticiais em direção a um estímulo quimiotático. 
 
 
27 
 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
2.1. Aderência e Transmigração 
 A aderência e transmigração leucocitárias são determinadas pela ligação de moléculas 
de aderência na superfície leucocitária e endotelial e de mediadores químicos, quimioatratores 
e citocinas afetando esse processo. 
 Os receptores de aderência envolvidos pertencem a 4 famílias moleculares: selectinas, 
imunoglobulinas, integrinas e as glicoproteínas. 
 
DE QUE FORMA ESTAS MOLÉCULAS SÃO MODULADAS PARA INDUZIR 
ADERÊNCIA LEUCOCITÁRIA NA INFLAMAÇÃO? 
 
A - Redistribuição das moléculas de aderência na superfície celular 
 A P-selectina estimulada por histamina, trombina e FAP(fator ativador plaquetário), 
redistribui-se rapidamente para a superfície celular onde liga-se a leucócitos(minutos no sg 
circulante). Esse processo é muito importante para rolagem. 
B – Indução de moléculas de aderência no endotélio 
 São induzidas por mediadores inflamatórios = citocinas(IL-1) 1 a 2h. A E-selectina é 
induzida pela IL-1 e faz a mediação da aderência de neutrófilos, monócitos e linfócitos. A 
mesma citocina aumenta a expressão de ICAM-1 e VCAM-1que estão presentes em baixo 
nível no endotélio normal. 
 
 
 
28 
 
C – Aumento da avidez da ligação 
 É relevante para a ligação das integrinas. 
 Ex.: LFA-1 está nos leucócitos mas não se liga ao ICAM-1, pq tem uma baixa 
afinidade para se ligar ao ICAM-1, para ter aumento na avidez é necessário a estimulação 
pelas citocinas, com isso esse complexo causa aderência firme ao endotélio. Será importante 
para a transmigração. 
Mecanismo de mediação da aderência endotelial dos leucócitos 
Moléculas que medeiam diversas etapas do extravasamento de neutrófilos na interação endotélio-
neutrófilo 
 
 
 
 
29 
 
2.2. Quimiotaxia 
 É a emigração dos leucócitos após o extravasamento, para o tecido em direção ao local 
da lesão (Locomoção orientada a um gradiente químico). 
 Substâncias exógenas ou endógenas podem atuar como quimioatratores. Ex.: 
Exógenos = Produtos bacterianos. 
 Endógenos = Componentes do sistema complemento(C5a) 
 Produtos da via da lipoxigenase(leucotrieno B4) 
 Citocinas (quimiocinas=IL-8) 
 LEUCÓCITOS – atraídos pelos mediadores (receptores) – projeta pseudópode 
(actina e miosina) em direção a lesão – Produção de metabólitos do ácido araquidônico; 
Desgranulação e secreção de enzimas lisossômicas e Ativação de surto oxidativo, modulação 
de moléculas de aderência leucocitária – FAGOCITOSE. 
2.3. Fagocitose 
 Fagocitose e liberação de enzimas por neutrófilos e macrófagos. 
 A fagocitose envolve 3 etapas distintas mas inter-relacionadas: 
 1- Reconhecimento e fixação da partícula a ser ingerida pelo leucócito 
 2- Seu engolfamento, com subseqüente formação de vacúolo fagocitário 
 3- Destruição ou degradação do material ingerido 
 
1- Reconhecimento e Fixação 
 Neutrófilos e macrófagos reconhecem e engolfam bactérias e matéria estranha. Para 
isso depende de opsoninas ⇒ liga-se a receptores específicos nos leucócitos. A 
opsonização ↑ a eficiência da fagocitose. 
 Exemplos das principais opsoninas: 
a) Fragmento Fc da imunoglobulina G(IgG), anticorpo de ocorrência natural 
contra a partícula ingerida. 
 
 
30 
 
b) C3b, o chamado fragmento opsônico de C3(gerado por ativação do 
complemento por mecanismos imunes e não imunes) 
c) Colectinas, proteínas de ligação a carboidratos do plasma (lecitinas), ligam-
se a paredes celulares microbianas. 
 Os receptores correspondentes nos leucócitos são o FcγR, que reconhecem o 
fragmento Fc, receptores do complemento 1, 2 e 3(CR1,2,3) e outros... 
 Além do reconhecimento os FcγRs, estão envolvidos na ativação metabólica 
dos fagócitos, aumentando a degradação intracelular do material ingerido, e liberação de 
proteases. 
2- Engolfamento 
 A ligação da partícula opsonizada ao FcγR é suficiente para desencadear o 
engolfamento. 
Pseudópodes � Fagossomo (vacúolo criado membrana citoplasmática) � 
Fagolisossoma(junção do vacúolo + grânulos lisossômicos) � Destruição do corpo 
estranho(bactérias) 
3- Destruição ou degradação 
 Etapa final da fagocitose. 
 É realizada por mecanismos dependentes de oxigênio. 
 A fagocitose estimula consumo de O2, glicogenólise, produção de metabólitos reativos 
de O2. 
 # A geração de metabólitos de O2 decorre da ativação de uma oxidase(NADPH-
oxidase) que oxida o NADPH(fosfato de dinucleotídio de nicotinamida-adenina reduzido) 
e, no processo, reduz o O2 em ânion superóxido (O2 -) 
2O2 + e- 2O2 - + NADP+ + H+ 
 NADPH-oxidase 
 
 
 
 
31 
 
 O superóxido é convertido em H2O2. 
 2O2 - + 2H+ H2O2 + O2 
MPO(mieloperoxidase) + CL-(halóide) converte H2O2 em HOCL(bactericida). 
MPO enzima produzida por grânulos azurófilos de leucócitos (neutrófilos). 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
33 
 
MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO 
 
São substâncias originadas do plasma ou das células que participam dos 
eventos do processo inflamatório agudo. 
 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
 
AMINAS VASOATIVAS 
 Histamina e serotonina são os primeiros mediadores a serem liberados na inflamação e 
possuem reservas disponíveis. 
 HISTAMINA – É distribuída nos tecidos pelos mastócitos (fonte + rica), basófilos e 
plaquetas sanguíneas. 
 A histamina pré-formada está presente nos grânulos de mastócitos e é liberada 
por desgranulação em resposta a: 
 1- Lesão física – Traumatismo, calor, frio; 
 2- Reações imunes – Ligação anticorpo aos mastócitos; 
 3- Fragmentos do complemento – Anafilatoxinas (C3a eC5a) 
 4- Proteínas de liberação da histamina – Derivada dos leucócitos 
 
 
34 
 
 5- Neuropeptídios – Substância P 
 6- Citocinas – IL-1, IL-8. 
 A HISTAMINA causa dilatação das arteríolas e aumenta a permeabilidade vascular 
das vênulas. 
 SEROTONINA – (5-HIDROXITRIPTAMINA), é um segundo mediador vasoativo 
pré-formado com ações semelhantes às da histamina. Está presente em plaquetas no ser 
humano e mastócitos em roedores. 
 A liberação de Serotonina (e histamina) das plaquetas é estimulada quando as 
plaquetas se agregam ao colágeno, trombina, ADP (difosfato de adenosina), AG-AC e 
FAP(fator ativador plaquetário) 
PROTEASES PLASMÁTICAS 
 São derivados do plasma e inter-relacionados: 
1- Sistema complemento 
2- Sistema de cininas 
3- Sistema da coagulação 
 
 SISTEMA COMPLEMENTO – Compreende de 20 proteínas componentes, esse 
sistema funciona na imunidade inata e adaptativa para defesa contra agentes microbianos, 
pelo complexo de ataque à membrana (MAC) � Quimiotaxia e opsonização. 
 Fatores derivados do complemento na inflamação aguda: 
 Fenômenos vasculares: C3a, C5a e C4a são produtos da clivagem dos 
componentes do complemento. Aumentam a permeabilidade vascular e causam vasodilatação 
por liberação de histamina (mastócitos). O C5a ativa a via da lipoxigenase do metabolismo do 
ácido araquidônico (AA) nos neutrófilos e monócitos. 
 Aderência, quimiotaxia e ativação dos leucócitos: O C5a é um potente agente 
quimiotático para os neutrófilos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Aumentando a avidez das 
integrinas superficiais ao ligante endotelial. 
 
 
35 
 
 Fagocitose: C3b e C3bi, atuam como opsoninas, favorecendo a fagocitose por 
neutrófilos e macrófagos. 
 
 SISTEMA CININA – Gera peptídeos vasoativos, a partir de proteínas plasmáticas 
(cininogênios). Gera Bradicinina, que aumenta a permeabilidade vascular e causa contração 
muscular (liso), dilatação dos vasos sanguíneos e dor. 
 A ação da Bradicinina é curta porque ela é rapidamente inativada pela enzima 
cininase. 
 SISTEMA DA COAGULAÇÃO – E a inflamação estão conectados. O sistema de 
coagulação se divide em duas vias convergentes: Na ativação de Trombina e formação de 
Fibrina. 
METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO (AA) 
(PROSTAGLANDINAS e LEUCOTRIENOS) 
 O AA é um ácido graxo poliinsaturado de 20 carbonos (5,8,11,14-ácido 
eicosatetraenóico), derivado dos alimentos ou conversão do ácido graxo essencial. 
 Os produtos do AA influenciam uma variedade de processos biológicos: 
inflamação e hemostasia. 
 São autacóides(hormônios que agem no local), liberado a partir de estímulos 
mecânicos, químicos e físicos. 
 
 
36 
 
 O metabolismo do AA é explicado por duas vias: 
 Via das ciclooxigenases: Mediado por 2 enzimas (COX1 e COX2) – 
produz Prostaglandinas(PG), sintetizada nos mastócitos, promovem vasodilatação, febre e 
dor, potencializa a formação do edema. É inibida pelos fármacos: Aspirina e antiflamatórios. 
 Via das Lipoxigenases: 3 (LO) – sintetizam Leucotrienos(LT), 
produzido por neutrófilos, quimiotáticos(5-HETE), causam vasoconstrição intensa, 
broncoespasmo vascular(vênulas). Inibição: Glicocorticóides.FATOR ATIVADOR PLAQUETÁRIO (FAP) 
 
 FAP & FUMO = Inflamação e Trombose 
CITOCINAS 
 São proteínas produzidas por linfócitos, macrófagos ativados, células do 
endotélio, epitélio e tecido conjuntivo. 
 Funções das citocinas: 
 Regulam a ativação, crescimento e diferenciação dos linfócitos (IL-2, IL-4, 
IL10 e TGF-β) 
 Imunidade natural – citocinas inflamatórias FNT-α e a IL-1β, interferons do 
tipo I (IFN-α e IFN-β) 
 Ativam células inflamatórias (macrófagos) – IFN-γ, FNT-α, FNT-β, IL-5, IL-
10 e IL-12. 
 
 
37 
 
 Quimiocinas é um grupo de citocinas caracteriza-se por atividade quimiotática 
para vários leucócitos. 
 Estimulam a hematopoese, IL-3, IL-7 e outros. 
 
 ÓXIDO NÍTRICO 
 NO, vasodilatação ao relaxar o músculo liso. 
 É um gás solúvel produzido por células endoteliais, macrófagos e neurônios, atua de 
maneira parácrina sobre células-alvo. 
 Meia vida de NO é de alguns segundos (células vizinhas) 
 É sintetizado pela L-arginina, oxigênio molecular e NADPH. 
 
 
38 
 
RESULTADOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
1- Resolução completa: neutralização do estímulo ofensivo restaurando o tecido ao 
normal. 
2- Formação de Abscesso: Micro-organismos piogênicos. 
3- Cura(fibrose): Exsudação de fibrina, perda intensa do tecido(organização) 
4- Inflamação crônica: pode suceder da inflamação aguda ou direto da lesão. Ex.: 
úlcera péptica do duodeno ou estômago. 
 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
 
 É a inflamação de duração prolongada(semanas ou meses), ocorrendo 
simultaneamente inflamação ativa, destruição tecidual e tentativas de reparação. 
 Sucessora ou não da inflamação aguda, resposta de baixo grau, latente, e 
muitas vezes assintomática. 
Origem da Inflamação Crônica: 
1- Infecções persistentes – Bacilo da Tuberculose(Mycobacterium tuberculosis); 
Treponema pallidum(sífilis) e alguns fungos. Esses microorganismos têm baixa 
toxicidade e suscitam uma reação imune(Hipersensibilidade Tardia). 
2- Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos – Exógeno: 
Sílica(Silicose); Endógeno:Aterosclerose(componentes lipídicos tóxicos) 
3- Auto-imunidade – Doenças auto-imunes(reações imunes criadas contra o próprio 
organismo do indivíduo). Ex.: Artrite reumatóide, Lúpus eritematoso. 
 
Características histológicas: 
1- Infiltrado de células mononucleares – Macrófagos, linfócitos e plasmócitos. 
2- Destruição tecidual – induzida por células inflamatórias. 
3- Cicatrização por substituição do tecido danificado por tec. conjuntivo – 
Angiogênese, fibrose. 
 
 
 
39 
 
INFILTRAÇÃO MONONUCLEAR 
 
 1- MACRÓFAGO (principal célula) – originado do monócito(1 dia sg) 
 Se diferencia ao chegar ao tecido(variações celulares), depende da ativação, do 
agente causador da inflamação crônica e do tecido. 
 Funções: Fagocitose, secreção de citocinas quimiotáticas e co-estimuladoras 
substâncias microbicidas. 
 Manutenção da inflamação crônica: 
• Recrutamento contínuo de monócitos e proliferação tecidual. 
• Produção de fatores biologicamente ativos e citocinas fazendo a destruição 
tecidual (marca registrada da inflamação crônica) 
 
2- LINFÓCITOS 
 Ativação de linfócitos T e B para migrar para o foco inflamatório, usam moléculas de 
aderência (α4β1/VCAM-1 e ICAM-1/LFA-1) e quimiocinas. 
 Possuem relação recíproca com os macrófagos na inflamação crônica. 
 Produção de anticorpos. 
 
 
 
40 
 
3- MASTÓCITOS 
 Distribuem se no tecido conjuntivo e participam das reações inflamatórias agudas e 
persistentes. 
 Na inflamação aguda reconhecem o antígeno pelo seu receptor FcεRI – Fc(IgE). Esses 
mastócitos desgranulam e liberam mediadores(histamina e produtos da oxidação de AA). 
 Resposta anafilática: Alimentos, venenos de insetos ou drogas. 
4- EOSINÓFILOS 
 São típicos das reações imunes mediadas por IgE e infecções parasitárias. 
 Mediação por Eotaxina(quimiocina). 
 Liberação de grânulos (proteína básica principal) – Altamente tóxica para parasitas, 
mas pode causar lise em células epiteliais de mamíferos. 
INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA 
 
É um padrão distinto de reação inflamatória crônica na qual o tipo celular 
predominante é o macrófago ativado com aparência de célula epitelial (epitelióide). 
 É encontrado em doenças imunes e infecciosas crônicas disseminadas. 
O granuloma é a área focal da inflamação granulomatosa. São macrófagos 
ativados com aparência epitelial circundado por linfócitos e às vezes plasmócitos. 
PADRÕES MORFOLÓGICOS NA INFLAMAÇÃO AGUDA E CRÔNICA 
 
(Depende da intensidade da reação, agente agressor, tecido e localização) 
 
INFLAMAÇÃO SEROSA 
 Caracterizada pelo extravasamento de líquido pouco viscoso(derrame), 
originado do soro sanguíneo ou secreções de células que revestem as cavidades peritoneal, 
pleural, pericárdica, bolhas de queimaduras e infecções virais. 
 
 
41 
 
INFLAMAÇÃO FIBRINOSA 
 Exsudação excessiva de fibrinas com estímulo pró-coagulante(Células 
cancerosas), caracterizada por emaranhados de fibras e coágulo(pericárdio e pleura) 
INFLAMAÇÃO SUPURATIVA OU PURULENTA 
 É caracterizada pela produção excessiva de pus(neutrófilos, células necróticas e 
liquido de edema). Induzidos por bactérias piogênicas(Estafilococos) – Apendicite. 
ÚLCERAS 
 São escavações superficiais da pele e mucosas devido ao desprendimento de 
tecido inflamatório necrótico. (Boca, estômago, intestinos, trato geniturinários, inflamação 
subcutânea de membros inferiores) 
REPARAÇÃO DOS TECIDOS 
 
 (CRESCIMENTO CELULAR, FIBROSE E CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS) 
É um evento reparador de substituição e preenchimento de um tecido lesado 
por mecanismos que envolvem a migração, proliferação, diferenciação celular e interação 
entre célula e matriz. 
 A reparação de tecidos envolve 2 processos: 
 1- Regeneração: substituição da célula lesada por células do mesmo tipo, sem deixar 
vestígio residual da lesão anterior. 
 2- Substituição(fibrose ou fibroplasia): Tecido conjuntivo� cicatriz permanente 
 - Importante a MB e a MEC para a regeneração ordenada epitelial e visceral. 
 - O tamanho de uma população de células é determinado pelas velocidades de 
proliferação celular, diferenciação e morte por apoptose. 
 * Diferenciação = células primordiais da medula óssea. 
 * Proliferação = hepatectomia parcial do fígado. 
 
 
42 
 
 * Apoptose = induzida por estímulos fisiológicos e patológicos (controlada por 
vários genes) 
 
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO CELULAR / CICLO CELULAR 
 
As células do corpo humano são divididas em 3 grupos: 
 Células lábeis: estão em divisão contínua, seguem de uma mitose sempre para outra 
proliferando durante toda vida. 
Ex.: Epitélios de superfície = Superfície escamosa estratificada da pele, cavidade oral, vaginal 
e cólo do útero. 
 Mucosa de revestimento = Todos os ductos excretores das glândulas (salivar, 
pâncreas, vias biliares) 
 Epitélio colunar = Trato gastrointestinal e do útero. 
 Epitélio de transição = Vias urinárias, células da medula óssea e tecidos 
hematopoéticos. 
Células quiescentes: Estáveis, baixo nível de replicação. Estas células podem sofrer rápida 
divisão em resposta a estímulos, conseqüentemente restauram o tecido de origem. Encontram 
se na fase G0, estimuladas � G1. 
 
 
43 
 
Ex.: Células parenquimatosas = Órgãos glandulares (fígado, rins, pâncreas) 
 Células mesenquimatosas = Fibroblasto e músculo liso. 
 Células endoteliais vasculares. 
Células permanentes: Perenes, não se dividem, deixaram o ciclo celular e são incapazes de 
sofrer divisão mitótica na vida pós-natal. 
Ex.: Células nervosas = neurônios (SNC) destruídos = � = células gliais 
 Células do músculo esquelético = alguma capacidade regenerativa (rara) 
 Células do músculo cardíaco = infartoseguido de cicatrização. 
EVENTOS MOLECULARES NO CRESCIMENTO CELULAR 
 
 Esses eventos são complexos envolvem vias intercelulares e moléculas. 
 São importantes para compreensão dos fatores de crescimento que dão origem aos 
cânceres através dos proto-oncogenes (tecido normal) e oncogenes. 
 Existe 3 esquemas de sinalização intercelular: 
1- Autócrina; 2- Parácrina; 3- Endócrina. 
1- Sinalização autócrina – As células respondem a substâncias de sinalização que elas 
próprias secretam (citocinas). Ex.: Regeneração hepática, células tumorais. 
2- Sinalização parácrina – A célula produz moléculas que só afetam uma célula-alvo vizinha. 
Ex.: Reparo de feridas por tecido conjuntivo. 
3- Sinalização endócrina – Os hormônios são sintetizados por células de órgãos endócrinos e 
atuam sobre células alvo distantes sendo transportada pelo sangue. 
 
 
44 
 
 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
 
 
 
45 
 
FATORES DE CRESCIMENTO 
 
 São fatores específicos que exercem efeitos sobre locomoção, contratilidade e a 
diferenciação celular. 
1- EGF/TGF-α - EGF (fator de crescimento epidérmico), descoberto por causar erupção 
precoce nos dentes. Distribui-se nas secreções e líquidos teciduais, como suor, saliva, 
urina e fezes. TGF-α (Fator de crescimento tumoral) extraído do Sarcoma. 
2- PDGF – (Fator de crescimento derivado das plaquetas), o PDGF é armazenado nos 
grânulos α das plaquetas e liberado com ativação plaquetária. São produzidos por 
macrófagos, células endoteliais, células musculares lisas, células tumorais. Provoca 
migração e proliferação de fibroblastos, células musculares lisas e monócitos. 
3- FGF – Família de fatores de crescimento, produzidos por uma variedade de células, 
funções: 
• Angiogênese; 
• Reparo de feridas, o FGF participa na migração de MØ, fibroblastos, CE, 
tecido lesado. 
• Desenvolvimento, da musculatura esquelética e na maturação pulmonar. 
• Hematopoese, desenvolvimento de linhagens específicas das células 
sanguíneas e desenvolvimento do estroma da medula óssea. 
4- VEGF – (Fator de crescimento endotelial vascular), promove a formação de 
vasos sanguíneos no ínicio do desenvolvimento (vasculogênese). Promove a 
angiogênese no câncer, nos estados inflamatórios crônicos e na cicatrização de 
feridas. 
5- TGF-β – Atua como fator inibidor ou estimulante, estimula a quimiotaxia dos 
fibroblastos e a produção de colágenos (Fibrogênese) 
6- CITOCINAS – Embora são mediadores químicos agem como fatores de 
crescimento em muitas células (fator de crescimento polipeptídicos). 
 
MATRIZ EXTRACELULAR E INTERAÇÕES ENTRE CÉLULA E MATRIZ 
As células crescem, deslocam-se, diferenciam-se em contato com a MEC. 
A MEC é secretada localmente, organiza-se numa rede nos espaços intercelulares. 
 
 
46 
 
 Funções: 
• Proteínas da matriz seqüestram macromoléculas (H2O) - turgor aos tecidos 
moles. 
• Sais minerais para conferir rigidez aos tecidos esqueléticos. 
• Reservatório para os fatores de crescimento. 
 Formação da MEC: 
• Proteínas estruturais fibrosas (colágeno e elastina) 
• Glicoproteínas adesivas (fibronectina e laminina) 
• Proteoglicanas e Hialuronan 
 
1- COLÁGENO 
 Constitui uma família de proteínas que se diferenciam durante a evolução, para 
exercer funções diversificadas (ossos, cartilagem, músculo liso e lâmina basal) 
 É a proteína mais abundante (30%) no corpo humano - Total de proteínas 
 Principais aminoácidos do colágeno: Glicina (33,5%), prolina (12%) e hidroxiprolina 
(10%). 
 Constitui o arcabouço extracelular de todos organismos multicelulares. 
2- FIBRAS ELÁSTICAS 
 A capacidade de retração dos tecidos é fornecida pelas fibras elásticas. 
 As fibras elásticas distinguem das cólagenas por serem mais delgadas e não 
apresentarem estriação longitudinal. Formam uma trama de malha irregular. 
 Composição: Glicoproteína estrutural (elastina) muito resistente a diversas enzimas. 
Exceto a elastase secretada pelo pâncreas. Ex: Vasos, pele, útero e pulmão. 
 Células produtoras de elastina são os fibroblastos, células músculatura lisa e vasos 
sanguíneos. 
3- GLICOPROTEÍNAS ADESIVAS E INTEGRINAS 
 Produzidas por fibroblastos e CE. 
 
 
47 
 
 Responsável pelos processos de identificação e adesão entre as células. 
 Adesão leucocitária (integrinas) 
4- PROTEOGLICANAS E HIALURONAN 
 Proteoglicanas é uma proteína central ligada a um ou mais polissacarídeos 
(glicosaminoglicanas) 
 Desempenham um papel importante na regulação da estrutura e permeabilidade dos 
tecidos conjuntivos. 
 Podem ser integrantes da membrana com a função de moduladores do crescimento e 
da diferenciação celular. 
 Hialuronan é uma molécula grande, atua como ligante para proteínas centrais (proteína 
de ligação da cartilagem), regulam proliferação e a migração celular 
REPARAÇÃO TECIDUAL PELO CONJUNTIVO (FIBROSE) 
 
Ínicio da lesão = Ínicio do reparo (24hs) 
1- ANGIOGÊNESE 
 Os vasos sanguíneos são formados por dois processos: 
• Vasculogênese – estabelecimento de uma rede vascular primitiva durante o 
desenvolvimento embrionário. (Angioblastos) 
• Angiogênese – Vasos pré-existentes emitem botões capilares, produzindo 
novos vasos. 
 Uma série de etapas são necessárias para o desenvolvimento de um novo vaso: 
 ** Degradação proteolítica da MB do vaso original (broto capilar) 
 ** Migração e proliferação das CE para o estímulo quimiotático 
 ** Maturação e organização das CE em tubos capilares novos 
 ** Maturação e organização de tecido fibroso (remodelação) 
 Todas essas etapas são controladas por Fatores de crescimento, C.Vasculares e MEC 
 
 
48 
 
 
FONTE: Robbins & Cotran, 2005. 
2- FIBROSE 
 Ocorre fibrose no interior do arcabouço do tecido de granulação de novos vasos 
sanguíneos formados e da MEC frouxa que inicialmente se forma no local do reparo. 
 2.1. Migração e proliferação dos fibroblastos no local da lesão (VEGF) 
 2.2. Deposição de MEC por essas mesmas células (citocinas, TGF-β) 
3- PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS 
 Diversos processos estão envolvidos: 
• Indução de um processo inflamatório agudo pela lesão inicial 
• Regeneração das células parenquimatosas 
• Migração e proliferação de células parenquimatosas e do tecido conjuntivo 
• Síntese de proteínas da MEC 
• Remodelagem do tecido conjuntivo e de componentes parenquimatosos 
• Colagenização e aquisição de resistência da ferida 
 
 3.1. RESOLUÇÃO COMPLETA (REGENERAÇÃO) 
 Logo após processo inflamatório de curta duração e pouca destruição tecidual 
� neutralização de mediadores químicos retorno à normalidade vascular � cessação da 
migração leucocitária � reabsorção do edema � retirada dos restos necróticos 
 3.2. CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO (FERIDAS COM 
BORDAS OPOSTAS) 
 
 
49 
 
 Incisão cirúrgica limpa não-infectada, aproximada por suturas. 
 Incisão = MORTE limitada de células epiteliais, células do tecido conjuntivo e 
ruptura da MB. 
 Preenchimento por sangue coagulado (fibrina, leucócitos, plaquetas e 
hemácias); desidratação do coágulo formando a crosta da ferida. 
 
FENÔMENOS: 
• 24 HORAS = marginação de neutrófilos (coágulo e fibrina) � Aumento da atividade 
mitótica das células epiteliais ao redor e abaixo da incisão. 
• 3 DIAS = substituição de neutrófilos por macrófagos � presença de ↑ fibroblastos e 
matriz colágeno � Neovascularização ao redor da lesão. 
• 5 DIAS = Maturação máxima da matriz colágeno � Vasos neoformados � Células 
epiteliais. 
• 1 SEMANA = Proliferação de ↑ fibroblastos e colágeno � ↓ processos inflamatórios 
agudos (migração, edema, permeabilidade) 
• 1 MÊS = Cicatrização completa � Ausência de infiltrado inflamatório � epiderme 
intacta. 
 
3.3. CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDAINTENÇÃO (FERIDAS COM BORDAS 
SEPARADAS) 
 Ocorre um grande defeito tecidual que deve ser preenchido. 
 Infarto, Abscessos e ulcerações inflamatórias. 
 Não regeneração tecidual própria (lesão extensa) 
 Cicatrização por substituição tecidual (fibrose) 
FENÔMENOS: 
• ↑↑↑ Inflamação aguda � grandes quantidades de fibrinas, restos necróticos e 
exsudato a serem removidos. 
• ↑↑↑ Tecido de granulação (Fibroblastos e matriz colágeno) 
• Contração da ferida (diminuição do espaço entre as bordas) mediada por 
miofibroblastos. 
 
 
50 
 
RESISTÊNCIA DA FERIDA
 
 
FATORES LOCAIS E SISTÊMICOS QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO DE 
 
 1- Fatores sistêmicos:
• Nutrição – 
conseqüentemente retardam a cicatrização.
• Estado metabólico
• Estado circulatório
Suprimento sanguíneo inadequado.
• Hormônios 
esses agentes inibem a síntese de colágeno.
 
 2- Fatores locais: 
• Infecção – Retardamento da cicatrização.
• Fatores mecânicos 
• Corpos estranhos 
vidro.
• Tamanho, localização e o tipo de ferida
vascularizada); pé (mal vascularizado)
 
 
FATORES LOCAIS E SISTÊMICOS QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO DE 
FERIDAS 
Fatores sistêmicos: 
 Ex.: Deficiência de vitamina C, inibe a síntese de colágeno e 
conseqüentemente retardam a cicatrização. 
Estado metabólico – Ex.: Diabetes mellitus 
Estado circulatório – Ex.: Arteriosclerose ou anormalidades venosas 
Suprimento sanguíneo inadequado. 
 – Ex.: glicocorticóides, possuem ação antiinflamatória, só que 
esses agentes inibem a síntese de colágeno. 
Retardamento da cicatrização. 
Fatores mecânicos – Ex.: Movimentos precoces de ferida.
Corpos estranhos – Ex.: Suturas desnecessárias, fragmentos de aço, osso e 
vidro. 
Tamanho, localização e o tipo de ferida – Ex.: Feridas na face (área ricamente 
vascularizada); pé (mal vascularizado) 
 
FORMAÇÃO DE QUELÓIDE 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Queloide 
 
 
51 
FATORES LOCAIS E SISTÊMICOS QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO DE 
Ex.: Deficiência de vitamina C, inibe a síntese de colágeno e 
Ex.: Arteriosclerose ou anormalidades venosas � 
Ex.: glicocorticóides, possuem ação antiinflamatória, só que 
Ex.: Movimentos precoces de ferida. 
Ex.: Suturas desnecessárias, fragmentos de aço, osso e 
Ex.: Feridas na face (área ricamente 
 
 
52 
 
VIAS DA RESPOSTA REPARADORA APÓS LESAO INFLAMATÓRIA AGUDA 
 
DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS, TROMBOSE E CHOQUE 
 
• EDEMA 
• HIPEREMIA E CONGESTÃO 
• HEMORRAGIA 
• HEMOSTASIA E TROMBOSE 
• EMBOLIA 
• INFARTO 
• CHOQUE 
 
EDEMA 
 
“Aumento de líquido nos espaços teciduais intersticiais” 
60% do peso corporal = H20 (2/3 intracelulares e 1/3 extracelulares – 5% plasma) 
EDEMA em distúrbios hemodinâmicos = Transudato 
EDEMA em inflamação = Exsudato 
Coleções de líquidos em diferentes cavidades corporais: 
 
 
53 
 
�Hidrotórax 
�Hidropericárdio 
�Hidroperitônio 
Anasarca = Edema intenso e generalizado, tumefação profunda do tec. Subcutâneo. Ex: 
pulmões e cérebro 
 
 
CATEGORIAS FISIOPATOLÓGICAS DO EDEMA 
 
Aumento da pressão hidrostática 
 Comprometimento do retorno venoso 
 - Insuficiência cardíaca congestiva (↓ Débito cardíaco – Hipoperfusão renal - 
↑Renina, ↑ aldosterona, ↑ angiotensina II = ↑ retenção de Na = Edema) 
 - Pericardite constritiva 
 - Ascite (cirrose hepática) 
 - Obstrução ou compressão venosa 
 Trombose 
 Compressão externa 
 Inatividade do membro inferior por longos períodos 
 
 
 
54 
 
Dilatação arteriolar 
 - Calor 
 - Desregulação neuro-hormonal 
 
Pressão coloidosmótica plasmática reduzida (hipoproteinemia) 
 Glomerulopatias perdedoras de proteína (síndrome nefrótica) 
 Cirrose hepática (ascite) 
 Desnutrição 
 Gastrenteropatia perdedora de proteína 
 
Obstrução linfática 
 Inflamatória / Neoplásica / Pós-cirúrgica / Pós-irradiação 
 
Retenção de Sódio 
 Ingestão excessiva de sal com insuficiência renal 
 Aumento da reabsorção tubular pelo sódio 
 Hipoperfusão renal 
 Aumento da secreção de renina-angiotensina-aldosterona 
 
 
Inflamação 
 Inflamação aguda / Inflamação crônica / Angiogênese 
 
 
55 
 
HIPEREMIA E CONGESTÃO 
 
“Aumento local do volume de sangue em um determinado tecido” 
� HIPEREMIA ATIVA = Dilatação arteriolar � ↑ fluxo sanguíneo local. 
 H. A. Fisiológica = Necessidade maior irrigação sanguínea (↑ O2) 
Ex.: Músculo esquelético no exercício físico; mucosa gastrointestinal (digestão); pele 
em ambientes quentes; face frente a emoções 
 H. A. Patológica = Ex.: Inflamação 
 
� HIPEREMIA PASSIVA ou CONGESTÃO = Redução da drenagem venosa, provocando 
distensão das veias, vênulas e capilares = ↓ O2 tecido vermelho-azulado (cianose) 
H. P. Aguda = Vasos distendidos e órgão mais pesado. 
Ex.: Congestão pulmonar aguda (capilares alveolares ingurgitados c/ sg – edema alveolar e/ou 
hemorragia) 
Congestão hepática aguda = veia central distendidos, destruição de hepatócitos = 
ESTEATOSE 
H. P. Crônica = a estase do sangue pouco oxigenado causa hipóxia crônica = 
degeneração ou morte celular parenquimatosa e até cicatrizações microscópicas. 
Ex.: Congestão pulmonar crônica (Septos espessos e fibróticos, espaços alveolares c/ 
macrófagos repletos de hemossiderina) 
Congestão hepática crônica = maior perda de hepatócitos e hemorragia = FÍGADO EM 
NOZ-MOSCADA 
HEMORRAGIA 
 
“Extravasamento de sangue em virtude a uma ruptura vascular” 
� Hematoma = hemorragia acumulada externamente ou contida dentro de um tecido. Ex.: 
Equimose(insignificante) ou Hematoma maciço (retroperitoneal ou aneurisma) = FATAL 
� Petéquias = hemorragias de 1 a 2 mm na pele ou mucosas. Ex.: Trombocitopenia 
 
 
56 
 
� Púrpuras = hemorragias maiores de 3 mm. Ex.: traumatismo, vasculite. 
� Equimose = subcutâneos maiores de 1 a 2 cm. Ex.: Traumatismo, eritrócitos são 
degradados e fagocitados por macrófagos; hemoglobina(azul-avermelhada) é convertida 
enzimaticamente em bilirrubina(verde-azulada) e depois em hemossiderina(castanho-
dourada) 
� Hemotórax, hemopericárdio ou hemoperitônio = degradação maciça de hemácias = 
liberação sistêmica de bilirrubinas. 
 
 
HEMOSTASIA E TROMBOSE 
 
(Parede vascular, plaquetas e a cascata da coagulação) 
HEMOSTASIA NORMAL = conjunto de processos regulatórios mantendo o sangue em 
estado fluido e livre de coágulos, estando pronto para induzir um tampão hemostático rápido e 
localizado. 
TROMBOSE = Ativação excessiva dos processos hemostáticos normais (trombo) 
 
 
57 
 
PROCESSO HEMOSTÁTICO 
NORMAL 
 A- Vasoconstrição (endotelina) 
 transitória 
 B- Aderência plaquetária a MEC 
 Alteração na forma 
 Liberam grânulos com 
 Difosfato adenosina 
 e tromboxano (adesão 
 de outras plaquetas) 
 C- Ativação da cascata da 
 coagulação 
 Polimerização de fibrina 
 (cimentando) 
 Tampão hemostático 
 
 D- Liberação de t-PA 
 (ativador plasminogênio tipo 
 tecidual) e trombomodulina 
 (bloqueia a cascata da 
 coagulação) 
 
 
 
58 
 
 
TROMBOSE 
 
(Tríade de Virchow) 
 
Lesão endotelial. Ex.: Trombos no coração (valvulite ou infarto) e na circulação arterial 
(arteriosclerose, vasculite) 
Alterações no fluxo sanguíneo = Fluxo sanguíneo é laminar (elementos celulares fluem 
centralmente separados do endotélio por uma zona de plasma acelular), a turbulência 
contribui para trombose arterial e cardíaca. Ex.: Aneurisma, policitemia (síndrome da 
hiperviscosidade), anemia falciforme, infarto. 
Hipercoagulabilidade= Alterações genéticas ou adquiridas nas vias de coagulação 
predispondo a trombose. Ex.: Mutação no gene do fator V (genética) e traumatismo, 
insuficiência cardíaca, uso de contraceptivos orais (adquirida) 
• Trombos arteriais e cardíacos (aa coronárias, femurais e cerebrais) = começam 
no local da lesão endotelial. Ex.: placa aterosclerótica ou turbulência (bifurcação 
vascular). 
• Trombos venosos (flebotrombose) = ocorrem tipicamente em áreas de 
estase(veias membros inferiores 90%) em direção ao coração(êmbolo) 
• Trombos murais = Denominação para os trombos aderidos nas câmaras 
cardíacas. 
 
 
59 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
EMBOLIA 
 
“É uma massa sólida, líquida ou gasosa intravascular desprendida que é levada pelo sangue a 
um local distante do seu ponto de origem” 
99% êmbolos = trombo desalojado (tromboembolia) 
95% êmbolos venosos 
1% êmbolos = gotículas de gordura, bolhas de ar ou nitrogênio, restos ateroscleróticos, 
fragmentos de tumores, pedaços de m.o. ou corpos estranhos. 
 
 
61 
 
TROMBOEMBOLIA PULMONAR 
 
20 a 25%/100.000 pacientes hospitalizados 
2% embolia fatal 
200.000 mortes/ano nos EUA 
Mecanismo: 
Trombo venoso � Coração (lado direito) � Artéria pulmonar principal (êmbolo em sela) 
• 60 a 80% dos êmbolos pulmonares são clinicamente silenciosos. 
• Morte súbita – Insuficiência cardíaca direita ou colapso cardiovascular, 60% 
obstrução pulmonar. 
• Decorrer do tempo os êmbolos causam hipertensão pulmonar. 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
TROMBOEMBOLIA SISTÊMICA 
 
Êmbolos dentro da circulação arterial (80% - trombos murais intracardíacos) – 30% 
infarto da parede ventricular esquerda e os demais se originam de aneurisma da aorta, trombos 
em placas ateroscleróticas ulceradas. 
- 10 a 20% dos êmbolos sistêmicos são de causa desconhecida 
- Locais de parada do êmbolo arterial (infarto) = 75% membros inferiores e 10% cérebro e 
15% rins, intestinos, baço e membros superiores. 
EMBOLIA GORDUROSA 
 
Fratura de ossos longos (m.o.), raro (tecidos moles e queimaduras) 
90% das lesões esqueléticas graves 
1 a 3 dias após traumatismo 
Sintomas: 
• Início súbito de taquipnéia 
• Dispnéia 
• Taquicardia 
• Irritabilidade e inquietude � delírio e coma 
• Exantema petequial (gordura + plaquetas) 
EMBOLIA GASOSA 
 
Bolhas de gás dentro da circulação 
100ml de ar, nitrogênio causam obstrução vascular. 
 Procedimentos obstétricos / traumatismo da parede torácica 
Doença por descompressão = mergulhadores, avião despressurizados. 
 
 
63 
 
EMBOLIA DE LÍQUIDO AMINIÓTICO 
 
1 em 50.000 nascimentos do parto e pós-parto (imediato) 
80% de mortalidade 
INFARTO 
“É uma área de necrose isquêmica causada por oclusão do suprimento arterial ou da 
drenagem venosa em um determinado tecido” 
99% dos infartos resultam de eventos trombóticos ou embólicos (oclusão arterial) 
1% torção testicular, vólvulo intestinal, tumor, compressão por edema e hérnia. 
 
TIPOS DE INFARTO: 
• INFARTO VERMELHO (hemorrágico) = oclusões venosas (torção ovariana), 
tecido frouxo (pulmão) com congestão e acúmulo de sangue. 
• INFARTO BRANCO (anêmicos) = oclusões arteriais ou órgãos sólidos (coração, 
baço e rins) 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO DE UM INFARTO: 
1- Natureza do suprimento vascular 
 Ex.: Pulmão, fígado, mão, antebraço são bem resolvidos; rim e baço (infarto) 
 
2- Taxa de desenvolvimento da oclusão 
 Se a taxa for lenta, ex.: Coração tem a capacidade de formar colaterais (anastomose) 
 
3- Vulnerabilidade a hipóxia 
 Suscetibilidade de um tecido a hipóxia. 
 Ex.: Neurônios (3 a 4 min); células do miocárdio (20 a 30 min) 
 
 
64 
 
 
4- Conteúdo sanguíneo de O2 
 Pressão parcial de O2 no sangue determina o prognóstico de uma oclusão vascular. 
CHOQUE 
 
“O colapso cardiovascular constitui em hipoperfusão sistêmica devido a uma redução do 
débito cardíaco ou do volume sanguíneo circulante efetivo” 
 
HIPOTENSÃO ⇒ � PERFUSÃO TECIDUAL = HIPÓXIA CELULAR 
 
EVENTOS CLÍNICOS POTENCIALMENTE LETAIS: 
• Hemorragia 
• Traumatismo 
• Queimaduras extensas 
• Infarto do miocárdio (grande) 
• Embolia pulmonar maciça 
• Sepse microbiana 
 
ESTÁGIOS DO CHOQUE: 
1- Fase não progressiva inicial: durante a qual mecanismos compensatórios reflexos 
(neuro-hormonal) são ativados e a perfusão para órgãos vitais é mantida 
2- Fase progressiva caracterizada: por hipoperfusão tecidual e ínicio de desequilíbrios 
circulatórios e metabólicos crescentes (acidose) 
3- Fase irreversível: Instala depois que o corpo sofreu lesão celular e tecidual intensa = 
SOBREVIDA IMPOSSÍVEL 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
CATEGORIAS GERAIS DOS CHOQUES: 
TIPOS DE CHOQUE EXEMPLOS CLÍNICOS MECANISMOS 
 
Cardiogênico 
- Infarto do miocárdio 
- Ruptura ventricular 
- Arritmia 
- Tamponamento cardíaco 
- Embolia pulmonar 
- Insuficiência do coração por 
lesão miocárdica intrínseca, 
compressão extrínsecas ou 
obstrução do fluxo de saída. 
 
Hipovolêmico 
- Hemorragia 
- Perda hídrica (vômitos, 
diarréias, queimaduras e 
traumatismo) 
- Volume sanguíneo ou 
plasmático deficiente 
 
 
Séptico 
- Infecções microbianas 
devastadoras 
- Choque endotóxico (G -) 
- Septicemia por Gram + 
- Sepse fúngica 
- Superantígenos (proteínas 
bacterianas) 
- Vasodilatação periférica e 
acúmulo de sangue 
- Ativação/lesão endotelial 
- lesão induzida por leucócitos 
- CID (coagulação intravascular 
disseminada) 
- Ativação das cascatas de 
citocinas 
Neurogênico - Acidente por anestésico 
-Traumatis. raquimedular 
- Perda do tônus vascular e 
acúmulo perif de sangue 
 
Anafilático 
- Antígeno em indivíduo 
sensibilizado (picada de insetos, 
alimentos, injeções) 
- Resposta de hipersensibilidade 
generalizada mediada por IgE 
(vasodilatação, hipotensão, 
hipoperfusão tecidual e anóxia 
celular) 
 
 
 
66 
 
 
QUAIS SÃO AS ALTERAÇÕES NOS ÓRGÃOS APÓS UM CHOQUE? 
• CÉREBRO = encefalopatia isquêmica 
• CORAÇÃO = necrose de coagulação focal ou disseminada ou hemorragia 
• RINS = lesão isquêmica tubular extensa 
• PULMÕES = é comum ser afetado com sepse bacteriana ou traumatismo, causando 
lesão alveolar difusa (pulmão de choque) 
• SUPRA-RENAIS= há depleção lipídica nas células corticais (�síntese de esteróides) 
• TRATO GASTROINTESTINAL = enteropatia hemorrágica (hemorragia e necrose da 
mucosa) 
• FÍGADO = esteatose e necrose hemorrágica 
� Todos estas alterações celulares e teciduais podem melhorar se o paciente sobreviver, 
exceto miócitos e neurônios. 
 
 
 
67 
 
NEOPLASIAS 
 
(Neo = Novo / Plasia = Crescimento = Neoplasma) 
 
ONCOLOGIA 
(Oncos = Tumor) 
A neoplasia é autônoma, pode ter um estímulo, mais depois que ela aconteceu mesmo 
sem estímulo ela contínua a se desenvolver. A neoplasia depende da nutrição que o organismo 
lhe dá, só que o organismo não tem controle sobre a neoplasia. A neoplasia benigna pode 
estacionar ou até mesmo regredir (não é comum à regressão da neoplasia mais pode 
calcificar), normalmente a neoplasia benigna ou maligna cresce indefinidamente até levar o 
paciente a óbito. A neoplasia tem crescimento autônomo, independendo do organismo, ou 
seja, ela só depende da nutrição do organismo. As neoplasias podem ser benignas ou malignas 
ou “borderline”. 
 
NEOPLASIA BENIGNA NEOPLASIA MALIGNA 
* As células são muito parecidas ou idênticas 
ao tecido que ela originou. 
* Padrão celular diferenciado, as células 
sofrem mutações na sua estrutura 
cromossomal, crescimento descontrolado 
(anaplasia) não se percebe de que tipo de 
tecido a célula originou. 
* Há um crescimento encapsulado das 
células, crescimento

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