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RELATÓRIO DE PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE HISTÓRIA ALEXANDRE SOBRINHO DE OLIVEIRA Rio de Janeiro - RJ Outubro de 2016 ALEXANDRE SOBRINHO DE OLIVEIRA RELATÓRIO DE PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE HISTÓRIA I Este trabalho é pré-requisito para aprovação na disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em História I, do Curso de História (modalidade EAD), ministrada pela professora Regina Celi Pereira, da Universidade Estácio de Sá. Rio de Janeiro – RJ Outubro de 2016 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 01. Frente da Escola Capitão de Fragata Didier Barbosa Vianna...21 Figura 02. Pátio sem cobertura......................................................................21 Figura 03. Pátio coberto..................................................................................22 Figura 04. Refeitório / Cozinha.......................................................................22 Figura 05. Banheiro.........................................................................................23 Figura 06. Quadra de esportes.......................................................................23 Figura 07. Biblioteca / Sala de informática....................................................24 Figura 08. Sala de aula....................................................................................24 Figura 09. Equipamentos de sala de aula......................................................25 Figura 10. Alunos autores do curta-metragem DIGA NÃO ÁS DROGAS...25 Figura 11. Alunos durante a apresentação sobre os Direitos Humanos…26 Figura 12. Professor Marcelo André de Souza.............................................26 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO......................................................................... 5 2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA ESCOLA..................7 2.1. Aspecto físico, humano e material......................................7 2.2. Projeto Político-pedagógico.................................................10 2.3. A escola como um grupo social...........................................12 2.4. Atividades docentes e discentes..........................................15 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................19 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................20 5. ANEXOS......................................................................................21 5 INTRODUÇÃO O presente relatório tem por objetivo primordial retratar a experiência vivenciada durante o período em que a disciplina de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em História I fora realizada. A disciplina é oferecida no curso de História pela Universidade Estácio de Sá, e tem por finalidade a inserção do aluno no ambiente escolar e a sua preparação para à prática docente. Nesse contexto o estágio supervisionado é de suma importância no processo de graduação do aluno, pois, é o momento em que se tem a oportunidade de pôr em prática toda a teoria adquirida durante o curso, ou seja, é nesse momento que o futuro profissional tem a oportunidade de entrar em contato direto com a realidade profissional na qual será inserido, além de concretizar pressupostos teóricos adquiridos pela observação de determinadas práticas especificas e do diálogo com profissionais mais experientes. No estágio o futuro profissional terá a oportunidade de observar, analisar e refletir sobre o ambiente no qual irá atuar como profissional, visando como sua participação será profícua para o processo de ensino e como conseguirá interferir na realidade na qual estará inserido. Através do contato com professores mais experientes, que já atuam no campo docente durante um período significativo o futuro professor testemunha como é posto em prática o processo de aprendizagem dentro da sala de aula, obtendo a oportunidade de atuar como agente transformador deste processo. Apresentado como requisito para obtenção de aprovação na disciplina de Estágio Supervisionado em História I - junto à Universidade Estácio de Sá, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de História, o presente relatório é resultado de uma observação minuciosa da vivência obtida no cotidiano da Escola Capitão de Fragata Didier Barbosa Vianna durante o período de cento e trinta e duas horas determinadas pelas diretrizes, onde fui supervisionado pelo professor de história da instituição de ensino Marcelo 6 André de Souza que atua na prática docente a oito anos, e soube com muita paciência e sabedoria me orientar durante todo o decorrer do estágio, que teve início no dia cinco de setembro de 2016, sendo efetuado no período noturno da unidade escolar com horário inicial às 18h e término às 22h, e carga horária de 4h diárias durante quatro dias semanais (de segunda à quinta-feira). “Buscar entender, de maneira diferente do aprendido as atividades dos cotidianos escolares ou cotidianos comuns, exige que esteja disposta a ver além daquilo que outros já viram e muito mais: seja capaz de mergulhar inteiramente em uma determinada realidade, buscando as referências de sons, sendo capaz de engolir sentindo a variedade de gostos, caminhar tocando coisas e pessoas e me deixando tocar por elas, cheirando os odores que a realidade coloca a cada ponto do caminho diário.” (ALVES, 2008, p. 18-19) 7 2 - ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA ESCOLA 2.1 - Aspecto físico, humano e material A Escola Municipal Capitão de Fragata Didier Barbosa Vianna é uma escola pública do munícipio do Rio de Janeiro fundada no dia 19 de agosto de 1969. Atualmente a escola é coordenada pela diretora Kátia Salles de Santiago e possui como diretora adjunta a senhora Regina Coeli F de O Cavalcante, a escola ainda conta com a ajuda da coordenadora pedagógica Rita de Cássia S F Bichara de Oliveira, uma equipe de vinte e três professores, uma secretária, três cozinheiras, dois porteiros e dois serventes. A unidade escolar possui quinhentos e vinte e cinco alunos matriculados sendo distribuídos em vinte e três turmas que são divididas em três turnos, manhã, tarde e noite. O período da manhã as aulas iniciam às 7h30 e terminam às 12h, e tem por finalidade o modo de ensino regular atuando do 1º ao 5º ano. O período da tarde as aulas têm início às 13h e término às 17h30, e também tem o ensino regular por finalidade atuando do 1º ao 5º ano. O período noturno (período no qual se desenvolveu o meu estágio) as aulas iniciam às 18h e término às 22h, neste período a escola tem o seu sistema de ensino voltado para o Programa de Educação de Jovens e Adultos - PEJA. O prédio da escola possui dois andares, tendo seus aspectos físicos distribuídos em: Térreo O térreo possui: 1 Refeitório com cozinha acoplada * 1 Pátio coberto * * Foto refeitório com cozinha acoplada – vide anexo * Foto Pátio coberto – vide anexo 8 1 Pátio sem cobertura * 2 Banheiros* 1 Quadra esportiva* 1 casa para funcionário morador2º Andar O 2º andar possui: 9 Salas de aula* 4 Salas administrativas (secretaria, direção, sala de professores, coordenadora pedagógica) 1 Biblioteca com sala de informática adaptada* 1 Almoxarifado / adaptado 1 Banheiro de professores As salas de aula possuem um amplo espaço climatizado por dois ares- condicionados*, facilitando o bom desenvolvimento das aulas e a comodidade dos alunos e professores. Afim de aprimorar as aulas, a unidade escolar disponibiliza equipamentos audiovisuais*, como um projetor de imagens e um equipamento de som que auxiliam a didática do docente com a reprodução de * Foto pátio sem cobertura – vide anexo * Foto banheiro – vide anexo * Foto quadra esportiva – vide anexo * Foto sala de aula – vide anexo * Foto biblioteca com sala de informática acoplada – vide anexo * Foto ar-condicionado – vide anexo * Equipamentos audiovisuais – vide anexo 9 imagens e vídeos para os alunos, além do tradicional quadro branco onde o professor apresenta o conteúdo das aulas. A sala de leitura se propõe a incentivar, organizar e desenvolver projetos e atividades que despertem aos alunos o prazer da leitura e da cultura. Sendo assim, dentro da sala de leitura a escola adaptou uma biblioteca e um espaço de informática onde ficam os computadores da instituição, contendo também uma parte onde os alunos desenvolvem trabalhos culturais e artísticos. A administração da sala de leitura fica a cargo de uma professora que organiza o ambiente e as atividades que acontecem dentro do espaço. A quadra de esportes é usada para as aulas de Educação Física e também nos momentos de recreação dos alunos, entretanto, por não possuir cobertura não pode ser utilizada em dias de chuva para a segurança dos alunos. Outro fator relevante sobre a quadra de esportes é que o local não possui iluminação elétrica, sendo impossível sua utilização pelos alunos do período noturno, sendo assim os alunos noturnos não tem qualquer tipo de atividade física dentro da unidade escolar. Para que haja maior comodidade para os alunos dentro da escola, a unidade dispõe uma refeição gratuita aos alunos, tudo preparado por cozinheiras profissionais em uma cozinha com total higiene e organização, e servido no refeitório, que possui um amplo espaço com mesas e cadeiras coletivas para que os alunos realizem sua refeição com comodidade e tranquilidade. São separados trinta minutos de intervalo das aulas para que os alunos possam se alimentar, após os trinta minutos os alunos retornam para sala de aula. A escola disponibiliza dois banheiros para os alunos, um para alunos do sexo masculino, outro para alunos do sexo feminino. Os banheiros estão sempre sendo higienizados pelos funcionários de serviços gerais da escola que realizam seu trabalho com bastante profissionalismo, pois, pelo que observei, não somente os banheiros, mas, todo o prédio da escola está sempre limpo. 10 2.2. Projeto Político-pedagógico O projeto político pedagógico visa o desenvolvimento de uma instituição de ensino que almeja uma educação eficiente e de qualidade. Ele é completo o suficiente, tornando-se uma rota flexível o bastante para se adaptar às necessidades dos alunos. Assim, a sua construção deve conter os temas como: missão, público-alvo, dados sobre a aprendizagem, relação com as famílias, recursos, diretrizes pedagógicas e plano de ação. Veiga (1995, p.11) afirma que: "O projeto político-pedagógico tem sido objeto de estudos para professores, pesquisadores e instituições educacionais em nível nacional, estadual e municipal, em busca da melhoria da qualidade do ensino." Segundo o PPP da Escola Municipal Capitão de Fragata Didier Barbosa Vianna a escola busca promover as crianças, jovens e adultos que estão inseridos no âmbito escolar, acesso ao conhecimento, à cultura e a educação, tornando-os centro do processo educativo para que construam e desenvolvam suas competências e habilidades, podendo, assim, criar e realizar seus objetivos, competindo de maneira igualitária em diferentes situações, afim de que se tornem cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Cabe a escola estar atenta e intervir pedagogicamente na formação desses jovens, visando assim construir uma sociedade mais justa e humana. "Por meio dele, o gestor reconhece e concretiza a participação de todos na definição de metas e na implementação de ações. Além disso, a equipe assume a responsabilidade de cumprir os combinados e estar aberta a cobranças", aponta Maria Márcia Sigrist Malavasi, coordenadora do curso de Pedagogia e pesquisadora do Laboratório de Observação e Estudos Descritivos da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (Loed/Unicamp). A escola tem como visão ser referência como escola formadora de opinião, reconhecida pela qualidade e credibilidade dos serviços prestados, integrando o aluno à sociedade de maneira que venha aumentar sua capacidade de criticar e transformar a vida e torná-la cada vez melhor. 11 Objetivos da escola A escola busca criar condições favoráveis para que os alunos possam desenvolver ao máximo suas habilidades e competências, visando que no futuro eles se tornem parte integrante da sociedade. Buscar novas metodologias e soluções a fim de melhorar o desempenho dos alunos nas avaliações internas e externas. Melhorar a qualidade do ensino, motivando e efetivando a permanência do aluno na escola, evitando a evasão. Orientar os alunos para a inserção no mercado de trabalho, instrumentalizando-os para o mundo globalizado. Promover visitas aos espaços culturais e de lazer da cidade do Rio de Janeiro motivando os jovens a participarem dessas atividades. Levar os alunos a respeitarem as diferenças, despertando a necessidade e a importância desse respeito na diminuição da violência. Metas da escola Metas Imediatas - Alfabetização no 1º ano de escolaridade; diminuição dos níveis de evasão; aumento da interação família / escola; melhoria no desempenho dos alunos nas avaliações internas e externas ( IDEB e IDERIO ) alcançando as metas desejadas; melhor utilização e aproveitamento das diversas mídias em sala de aula pelos docentes; adequação das metodologias às necessidades dos alunos e da comunidade; compromisso de todos na melhoria da qualidade do ensino; avaliação de todo o processo educativo afim de adequar e melhorar as ações pedagógicas e administrativas. Metas Mediatas - Formação de alunos críticos e conscientes; respeito ao próximo estabelecendo valores fundamentais à convivência em sociedade: solidariedade, dignidade e justiça. 12 É fundamental que os professores reconheçam o significado do PPP, como é elaborado e como pode ser reformulado, para que, juntamente com os demais segmentos da escola, vivenciem os objetivos ali contidos, proporcionando um ensino participativo e de qualidade, para a formação de cidadãos críticos e atuantes na sociedade. Dessa forma, o Projeto da Escola orienta a comunidade escolar para uma pedagogia dialógica entre funcionários, pais, professores e alunos, afim de, estabelecer um ambiente de cooperação mútua, onde são valorizados os saberes que permeiam o ambiente escolar, estabelecendo em cada indivíduo o seu papel de agente modificador e transformador para a construção de uma escola voltada para o processo de ensino-aprendizagem. 2.3. A escola como grupo social A escola sem dúvidas é uma das mais importantesinstituições humanas, onde tem por finalidade a preparação do indivíduo para a vida em sociedade. Por meio da escola que são transferidos valores culturais, sociais e morais, além da preparação do indivíduo para o mercado de trabalho. Na escola que a criança, o jovem e o adulto terão que se relacionar com outras pessoas, e será necessário aprender a lidar com diferentes formas de comportamentos e pensamentos. Nesse contexto a escola vive em uma constante busca por um ambiente democrático, onde a diversidade de culturas e valores seja respeitada, suprimindo toda forma de preconceito e discriminação. Recebendo alunos de diferentes grupos sociais a escola tem a difícil tarefa de desenvolver um ambiente propício a atender as necessidades de cada aluno, evitando ao máximo que haja evasão. Dentro desta perspectiva a maioria dos alunos recebidos pela Escola Capitão de Fragata são pessoas de diferentes comunidades carentes que estão em torno da unidade escolar, são crianças e jovens desassistidos, com alto índice de violência externa e com um grande distanciamento dos pais e responsáveis da vida escolar. Na maioria das vezes, devido à falta de assistência dos órgãos 13 governamentais e da família, esses jovens acabam por se afastar da escola por diversos motivos. Pensando nesses jovens e adultos que após longos períodos afastados da escola retornam para concluir os estudos, a escola Capitão de Fragata conta com o sistema PEJA (Programa de Educação de Jovens e Adultos). O PEJA tem por objetivo primordial enfrentar o desafio de escolarizar jovens socialmente excluídos. A Secretária de Educação do Rio de Janeiro juntamente com seus professores busca ações voltadas para a fortificação de uma política de educação de jovens e adultos pautada nos eixos de aumento de escolaridade, educação permanente e inclusão no mundo do trabalho, aspectos fundamentais para o exercício pleno da cidadania. Devido ao meu estágio ter se desenvolvido dentro do PEJA, pude ter um contato maior com esses alunos, analisar a dinâmica do lugar onde vivem, refletir sobre suas necessidades pessoais e cognitivas, e observei como a escola e a equipe docente lida com esses paradoxos. Mediante tantas dificuldades internas e externas, a escola busca atrair esses jovens para dentro do universo escolar, adaptando-se às necessidades que eles trazem para escola e busca de maneira eficiente desenvolver suas capacidades e prepará- los para encarar esses desafios. Dessa forma, vemos a significância da escola para a vida em sociedade, as diversas formas de relacionamento que ocorrem dentro do ambiente escolar, e os diversos tipos de pessoas que chegam a escola com inúmeros problemas sociais, familiares, financeiros e outros fatores externos tornam a escola quase que um refúgio para aqueles que buscam uma melhoria de vida, ainda mais pessoas das classes menos favorecidas, que encontram bastante dificuldade dentro do processo socioeducativo. 14 Projetos socioeducativos desenvolvidos pelos alunos da escola. Projeto diga não às drogas- O projeto teve como finalidade conscientizar os alunos e familiares sobre o uso das drogas. O professor Marcelo André juntamente com alguns alunos das turmas 161 e 162, realizaram um curta-metragem sobre a vida de um jovem viciado em drogas que teve problemas com a família, com os amigos e até me mesmo na escola, devido ao uso excessivo das drogas. Um dia ele foi abordado por um grupo de alunos do seu colégio que haviam criado um projeto “DIGA NÃO ÀS DROGAS”, com o intuito de alertar aos jovens a respeito dos malefícios causados pelo uso de drogas. Projeto sobre os Direitos Humanos – O projeto teve como objetivo ensinar aos alunos e familiares a respeito dos direitos humanos, onde foram apresentadas palestras explicativas, poesias escritas por alunos tratando sobre os direitos humanos e uma apresentação musical baseada na música “Ser Humano” do cantor Zeca Pagodinho. Com isso foram abordados na escola não somente problemas que norteiam o âmbito escolar, mas, situações que alunos e familiares enfrentam no dia- a-dia e constantemente interferem em suas relações sociais. Através de projetos como esses apresentados, fica evidente a importância da escola como um grupo social, onde escola, aluno e família podem se relacionar não somente dentro da escola, mas também, fora dela. Foto dos alunos que atuaram no curta-metragem DIGA NÃO ÀS DROGAS. Foto dos alunos na apresentação musical sobre os Direitos Humanos – vide anexo 15 2.4 Atividades docentes e discentes Durante o período em que o estágio se desenvolveu, fui supervisionado e orientado pelo professor Marcelo André de Souza no período noturno da escola, atuando no PEJA (Programa de Educação de Jovens e Adultos) com turmas em fase de conclusão do ensino fundamental. No sistema PEJA as turmas estão divididas em três blocos: Bloco I - Formado por alunos que ainda estão em processo de alfabetização, sendo a maioria idosos que não tiveram acesso à escola quando jovens. Esse bloco possui (02) duas turmas. Bloco II - De uma forma simplista representaria o sexto e sétimo ano no ensino regular, os alunos deste bloco estão divididos em duas turmas (151,152) e em sua maioria são pessoas que vieram da fase de alfabetização e alunos que abandonaram os estudos ainda muito cedo e estão retornando para concluir o ensino fundamental. Bloco III - O terceiro e último bloco representaria o oitavo e nono ano do ensino regular, os alunos que se encontram nesse bloco também estão distribuídos em duas turmas (161,162) e são aqueles alunos que avançaram os dois blocos anteriores ou aqueles que abandonaram a escola muito próximos de concluir o ensino fundamental e estão retornando para cumprir tal feito. Dentro de cada um desses blocos existem o que é denominado de Unidade de Progressão. Cada bloco possui três Unidades de Progressão (U.P1, U.P2 e U.P3) onde os alunos vão avançando cada uma até completar as três e passar para o bloco seguinte. Um aluno empenhado leva em média três meses em cada U.P no sistema PEJA. A grande maioria dos alunos que estão matriculados no PEJA, são jovens e adultos que não conseguiram concluir o ensino fundamental no sistema regular por motivos múltiplos e devido grande influência da localidade onde vivem. Muitos chegam à escola logo após um longo dia de trabalho e na maioria das 16 vezes desinteressados pela aula, exigindo que o professor disponha de um grande esforço para que as aulas não sejam enfadonhas para esses alunos. Nesse contexto, observei que o professor Marcelo de Souza pautado no método pedagógico de Paulo Freire, tinha uma forma muito peculiar e extrovertida de apresentar o conteúdo das aulas, trazendo métodos didáticos que prendem a atenção dos alunos e ao mesmo tempo dialogando o tempo todo com eles, buscando uma relação onde o aluno faça parte do processo educativo de forma ativa, não se colocando apenas na condição de receptor do conhecimento, mas, trazendo para a sala de aula suas experiências vividas fora do ambiente escolar e dividindo-as com os companheiros de classe. Explica GADOTTI sobre Freire: “Toda a sua obra é voltada para uma teoria do conhecimento aplicada à educação, sustentada por uma concepção dialética em que educador e educando aprendem juntos numa relação dinâmica na qual a prática, orientada pela teoria, reorienta essa teoria, num processo de constante aperfeiçoamento.”( GADOTTI, 2004.p.253) Logo no primeirodia como estagiário (5 de setembro) o professor abordava com os alunos sobre a Independência do Brasil que seria comemorado dois dias depois. Diante disso, pude ajudar o professor a elaborar o plano de aula que foi apresentado da seguinte forma: Bloqueio Continental - Abordamos com os alunos sobre a importância de Napoleão Bonaparte para os acontecimentos na Europa do século XIX, dentre eles aquele que trouxe a Família Real e a corte portuguesa para o Brasil em 1808, ocasionando muitas mudanças para o país naquela época, especialmente para a cidade onde estamos localizados, o Rio de Janeiro. Fotografia do professor Marcelo André de Souza – vide anexo. 17 Vinda da Família Real para o Brasil - Os alunos observaram o processo de transferência da corte portuguesa para o Brasil, assim como, as transformações que ocorreram no país advindas dessa transferência. Retorno da Corte para Portugal - Os alunos discutiram sobre os diversos aspectos que levaram D. João VI a retornar para Portugal sobre forte pressão da chamada Revolução do Porto. Processo de Independência do Brasil - Nesse momento apresentamos as movimentações realizadas por grupos de brasileiros que temiam que o Brasil tornasse a ser colônia de Portugal outra vez, e a decisão do príncipe regente do Brasil em proclamar a independência do Brasil no dia 7 de setembro de 1822. Logo após as aulas sobre a independência do Brasil resolvemos tratar com os alunos um assunto de extrema importância e que percebemos que a grande maioria não dava o devido valor, o voto. Iriam ocorrer as eleições municipais em todo o território nacional no dia 2 de outubro de 2016, portanto ao perguntarmos aos alunos sobre a importância do voto, muitos não sabiam responder e outros se mostravam desinteressados em votar e extremamente insatisfeitos com a atual situação política do país. A partir de então resolvemos tratar com eles a respeito da importância do voto para o cidadão, além de mostrar historicamente que o direito ao voto direto é uma grande conquista do povo brasileiro. Os temas abordados foram os seguintes: A importância do voto História política do Brasil Como funcionam as eleições Eleição proporcional 18 Eleição majoritária Como o voto afeta nossa vida Logo após abordar cada um desses pontos, notei que os alunos aparentavam estar um pouco mais conscientes em relação ao ato de votar, porém a visão pessimista em relação aos políticos permanecia da mesma forma, entretanto nossa intenção era conscientizar os alunos de que eles têm o poder de interferir na realidade na qual estão inseridos e não servirem como marionetes para o sistema. Notoriamente observei que com as aulas que foram realizadas durante o meu estágio os alunos conseguiam se expressar com muita liberdade, além de conseguirem trazer aspectos de suas vidas fora da escola para dentro da sala de aula, proporcionado uma aula bastante dialética e democrática onde todos se sentiam com total liberdade para interagir com o professor e com os colegas de classe. Dessa forma percebi que não cabem mais na escola os “secundarismos” e as modelagens de uma escola tecnicista, apenas para atender a demanda do mercado de trabalho, que não deixam de se caracterizar importantes na atualidade, porém, não exclusivas para a formação de um cidadão como um todo. 19 3- CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a proposta da disciplina de Estágio Supervisionado em História I, o período em que o estágio se desenvolve é de extrema importância para o processo de graduação do aluno, oferecendo-lhe a oportunidade de atuar no campo profissional antes de se formar. A respeito da minha experiência vivenciada neste primeiro período como estagiário considero como um momento muito especial e único na minha formação como historiador, pois, para além de uma mera obrigação curricular o estágio foi para mim como um momento de evolução, saindo de uma posição estática onde apenas adquiria o conhecimento histórico, e partindo para uma posição dinâmica onde obtive a oportunidade de expor todo esse conhecimento. Ao decorrer desses três meses de estágio na unidade escolar Capitão de Fragata Didier Barbosa Vianna pude adquirir uma nobre experiência ao lado de um excelente profissional, o professor Marcelo de Souza, que com muita sabedoria e dedicação me apresentou o dia-a-dia do profissional docente, onde existem diversos problemas e desafios a ser superado, sobretudo, na valorização que que falta ao professor no nosso país, contudo muitos se dedicam e se empenham na tarefa de lecionar, sabendo que é somente através da educação que o ser humano é capaz de transformar o mundo que o cerca. O trabalho docente requer muito empenho do profissional onde ele precisa estar sempre se atualizando, buscando novos conhecimentos, novas técnicas e usando a criatividade para explorar o cotidiano e superar os obstáculos a fim de despertar nos alunos a vontade da busca do conhecimento, e de exigirem seu papel de sujeito na sociedade. Portanto, concluo que o período em que atuei como estagiário foi bastante profícuo e significativo na minha caminhada como futuro profissional docente. Deixo meus sinceros agradecimentos ao professor Marcelo André de Souza e 20 toda a equipe pedagógica da escola Capitão de Fragata Didier Barbosa Vianna. 4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Nilda. Decifrando o pergaminho – o cotidiano das escolas nas lógicas das redes cotidianas. In : OLIVEIRA, Inês Barbosade, ALVES, Nilda (orgs). Pesquisa no/do cotidiano das escolas;sobre redes de saberes. Rio de Janeiro: DP&A (2001) VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. IN: Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 1995. GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 2004. (http://gestaoescolar.org.br/aprendizagem/projeto-politico-pedagogico-ppp- pratica-610995.shtml?page=1) 21 5. ANEXOS Figura 1. Frente da Escola Municipal Capitão de Fragata Didier Barbosa Vianna (Fotografia de Alexandre Sobrinho de Oliveira) Figura 02. Pátio sem cobertura (Fotografia de Alexandre Sobrinho de Oliveira) 22 Figura 03. Pátio coberto (Fotografia de Alexandre Sobrinho de Oliveira) Figura 04. Refeitório / Cozinha (Fotografia de Alexandre Sobrinho de Oliveira) 23 Figura 05. Banheiro (Fotografia de Alexandre Sobrinho de Oliveira) Figura 06. Quadra de esportes e atividades físicas (Fotografia retirada da página oficial da escola no facebook) 24 Figura 07. Biblioteca / sala de informática (Fotografia de Alexandre Sobrinho de Oliveira) Figura 08. Sala de aula (Fotografia de Alexandre Sobrinho de Oliveira) 25 Figura 09. Ar-condicionado e equipamentos audiovisuais da sala de aula (Fotografias de Alexandre Sobrinho de Oliveira) Figura 10. Alunos autores do curta metragem DIGA NÃO ÀS DROGAS. (Fotografia da aluna Carolina de Oliveira) 26 Figura 11. Foto dos alunos na apresentação musical sobre os direitos humanos. (Fotografia do arquivo pessoal da escola Capitão de Fragata) Figura 12. Professor Marcelo André de Souza(Foto do arquivo pessoal da escola Capitão de Fragata) 27
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