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1. Aluna graduação de enfermagem Universidade Braz Cubas. Mogi das Cruzes – SP. 2. Técnico de enfermagem, discente do curso de enfermagem Universidade Braz Cubas. Mogi das Cruzes – SP. 3. Enfermeira, docente da Universidade Braz Cubas. Mogi das Cruzes – SP. Plano de Cuidados ao Paciente com Epidermólise Bolhosa. Fabiana M. Nakashima Monteiro1, Ricardo de Almeida Chaves2, Luciene F. N. M. Barros3 RESUMO. Introdução: A Epidermólise Bolhosa (EB) é uma doença rara genética que tem como fator característico o aparecimento de bolhas na pele ou nas mucosas que surgem espontaneamente ou são desencadeadas por trauma causando ao paciente, não somente dor física como também sofrimento emocional. Objetivo: Elaborar plano de cuidado ao paciente com EB. Metodologia: Para desenvolver o Estudo de Caso, aplicou-se as fases do Processos de Enfermagem: Coleta de Dados, Diagnósticos de Enfermagem, Planejamento de Enfermagem, Intervenções e Avaliação da Assistência prestada. Os dados coletados formam analisados por levantamento de informações do prontuário, histórico da doença, exame físico e laboratoriais. Os diagnósticos de enfermagem foram elaborados utilizando a taxonomia da NANDA. Realizado a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), baseada nas necessidades humanas básicas a luz de Wanda de Aguiar Horta. Resultado: Paciente necessita de assistência de enfermagem integral, desde a realização de sua higiene corporal, alimentação, curativos, apoio psicológico. Conclusão: A importância desse projeto é demonstrar e divulgar a EB, e demonstrar que mesmo sendo uma doença rara e grave, quando se faz o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado, as pessoas podem ter uma vida normal, aderindo os cuidados necessários. Palavras-chave: Enfermagem, Epidermólise Bolhosa, Sistematização Assistência de Enfermagem. INTRODUÇÃO. O motivo pela escolha desse tema, se deu pela pouca divulgação da EB, que é uma doença rara genética, pouco conhecida e divulgada entre os graduandos de enfermagem, é uma patologia sem cura, e cabe a equipe de enfermagem dar suporte ao paciente no tratamento das feridas e reconhecimento precoce de todas as complicações que podem ocorrer, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao portador da EB. O enfermeiro tem papel essencial nos cuidados por meio do processo de enfermagem que compreende uma metodologia assistencial fundamentada no método científico (GARCIA; NOBREGA, 2009). No Brasil há relato oficial de 250 pacientes portadores de EB, nos EUA a incidência é de 50:1.000.000 de nascidos vivos (DECLAIR; ALBOLEDO, 2009). A EB forma um grupo de desordens bolhosas hereditárias nas quais bolhas surgem espontaneamente ou são desencadeadas por trauma (GURTLER; DINIZ; SOUZA FILHO, 2005). O espaço que se forma entre elas é preenchido por soro ou por fluído rico em proteínas, surgindo-se a bolha (DINIZ; VIEIRA, 1995). A EB possui quatro subtipos, conforme o nível de formação das bolhas: epidermólise bolhosa simples (EBS), a epidermólise bolhosa juncional (EBJ), epidermólise bolhosa distrófica (EBD) e síndrome de Kindler. (DEBRA Brasil) - Epidermólise bolhosa simples (EBS), a formação das bolhas é superficial e não deixa cicatrizes, o surgimento de bolhas diminui com a idade; - Epidermólise bolhosa juncional (EBJ), as bolhas são profundas, acometem a maior parte da superfície corporal e por isso é a forma mais grave e o óbito pode ocorrer antes do primeiro ano de vida. Mas uma vez controladas as complicações, a doença tende melhorar com a idade; - Epidermólise bolhosa distrófica (EBD), as bolhas também são profundas e se formam abaixo da epiderme, na derme, abaixo da membrana basal, o que leva a cicatrizes e muitas vezes perda da função do membro. É a forma que deixa mais sequelas; - Síndrome de Kindler, descrita mais recentemente, apresenta quadro misto das outras formas anteriores e as bolhas podem se formar em qualquer nível da derme, entre a lâmina lúcida e a lâmina densa. Apresenta bolhas, sensibilidade ao sol, atrofia de pele, inflamação no intestino e estenose de mucosas. A EB pode ser transmitida geneticamente de modo autossômico dominante ou recessivo. Os prognósticos das complicações da EB são: infecção bacteriana seguida por sepse (causa frequente de morte em neonatos), cicatrização deformante e o aparecimento de neoplasias cutâneas agressivas (causa frequente de morte a partir da adolescência). Qual melhor plano de cuidado ao paciente diagnosticado com EB? OBJETIVO: Elaborar plano de cuidado ao paciente com EB. METODOLOGIA. Para desenvolver o Estudo de Caso, aplicou-se as fases do Processos de Enfermagem: Coleta de Dados, Diagnósticos de Enfermagem, Planejamento de Enfermagem, Intervenções e Avaliação da Assistência prestada. Os dados coletados formam analisados por levantamento de informações do prontuário, histórico da doença, exame físico e laboratoriais. Os diagnósticos de enfermagem elaborados utilizando a taxonomia da NANDA. Realizado a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), baseada nas necessidades humanas básicas a luz de Wanda de Aguiar Horta. Foram utilizados como critérios de inclusão: - Paciente aceitar participar do estudo; - Ser maior de 18 anos. Como critérios de exclusão: - Diagnóstico da patologia ainda não fechado; - Paciente com baixa adesão ao tratamento; - Prontuário não disponibilizado. RELATO DE CASO. Paciente, C.B.F.N., branca, do sexo feminino, 20 anos, filha de pais consanguíneos, diagnosticada com EB tipo distrófica recessiva desde o nascimento, ensino fundamental completo, desempregada, solteira, natural de Suzano – SP, reside em casa própria de alvenaria, 4 cômodos e saneamento básicos, com familiares. Internada na clínica cirúrgica do Hospital das Clínicas (encontrava-se no 4º DI na data do levantamento dos dados). Apresenta lesões em boca, tórax, coxas, amputação de terço proximal do MS esquerdo, apresenta bolhas/flictenas novas em toda extensão das pernas. Paciente relata dor se as bolhas forem mantidas. Figura 1. Árvore Genealógica RESULTADO. Durante coleta de dados foram detectados os problemas de enfermagem listados abaixo: - Integridade de pele prejudicada; - Risco de infecção; - Mobilidade prejudicada; - Dor crônica; - Nutrição desequilibrada; - Deglutição prejudicada; - Déficit do autocuidado; - Ansiedade; - Distúrbio da imagem corporal. Paciente necessita de assistência de enfermagem integral, desde a realização de sua higiene corporal, alimentação, curativos, apoio psicológico. Bolhas estouradas com agulha estéril durante realização dos curativos. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM. Quadro 1: Sistematização da Assistência de Enfermagem para o paciente portador de Epidermólise Bolhosa. NHB afetada - Problema de enfermagem Diagnóstico de Enfermagem Meta (NOC) Intervenção (NIC) Psicobiológicas - Integridade cutâneo-mucosa Integridade de pele prejudicada Propiciar a recuperação adequada da pele. - Avaliar a evolução das lesões; - Fazer assepsia diária e realizar curativo. Psicobiológicas - Integridade física Risco de infecção Evitar infecção/sepse - Monitorar e anotar presença de sinais flogísticos nas lesões; - Verificar SSVV. Psicobiológicas - Locomoção Mobilidade prejudicada Promover recuperação ou melhora da função motora - Auxiliar paciente a deambular; - Observar e anotar perfusão periférica. NHB afetada - Problemade enfermagem Diagnóstico de Enfermagem Meta (NOC) Intervenção (NIC) Psicobiológicas - Percepção dolorosa Dor crônica - Controlar a dor e promover conforto - Controlar fatores ambientais capazes de influenciar a resposta do paciente ao desconforto; - Realizar uma avaliação completa da dor, incluindo local, características, intensidade e gravidade. Psicobiológicas - Nutrição Nutrição desequilibrada Atender as necessidades nutricionais. - Pesar paciente diariamente; - Se necessário, investigar a necessidade de outra via para alimentação. Psicobiológicas - Nutrição Deglutição prejudicada Paciente recuperar a capacidade de deglutição. - Auxiliar na alimentação; - Avaliar as condições de mucosa oral da paciente; - Posicionar paciente em posição confortável para se alimentar. Psicossociais - Aprendizagem Déficit do autocuidado Aumentar a independência e disposição da paciente. - Dar assistência no banho; - Auxiliar na utilização do vaso sanitário; - Dar assistência na higiene íntima. Psicossociais - Segurança Ansiedade Reduzir nível de ansiedade, apreensão, receio e desconforto da paciente - Tranquilizar a paciente; - Direcionar equipe psicológica até a paciente; - Oferecer conforto e ambiente calmo. Psicossociais - Autoimagem Distúrbio da imagem corporal Melhorar auto estima e a visão corporal do próprio corpo - Melhorar a imagem corporal da paciente. CONCLUSÃO. Qual o melhor processo de enfermagem para cuidados de paciente portador de Epidermólise bolhosa? Diante do estudo de caso elaborado, detectamos que o melhor processo de enfermagem para o paciente com EB deve ser focado para prevenção de formação de novas bolhas, prevenção de infecções, suporte nutricional e psicológico. A importância desse projeto é demonstrar e divulgar a EB, e demonstrar que mesmo sendo uma doença rara e grave, quando se faz o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado, as pessoas podem ter uma vida normal, aderindo os cuidados necessários. REFERÊNCIAS. GARCIA, T. R.; NOBREGA, M. M. L. Processo de enfermagem: da teoria à prática assistencial e de pesquisa. Escola Anna Nery Rev. Enfermagem 188-193. Mar/2009. DECLAIR, V.; ALBOLEDO, E. Epidermólise bolhosa distrófica: relato de experiência da assistência a 29 portadores no Brasil. Finlândia, 2009. GURTLER, T. G. R.; DINIZ, L. M.; SOUZA FILHO, J. B. Epidermólise bolhosa distrófica recessiva mitis: relato de caso clínico. Na. Bras. Dermatol. Rio de Janeiro, v 80, n. 5. Out/2005. Diagnósticos de enfermagem da NANDA. Definições e classificação 2015-2017. O que é Epidermólise Bolhosa. Disponível em <http://debrabrasil.com.br/o-que-e- eb/>. Acesso em 28/05/2018.
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