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Erro de execução

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Erro de execução - ​aberratio ictus 
 Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés 
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse 
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. 
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra 
do art. 70 deste Código 
 
O erro na execução se dá quando o agente queria atingir X pessoa mas por erro dos meios 
ou circunstâncias atinge Y. No caso, se atingir apenas a vítima não queria - vítima efetiva - 
responderá, de acordo com o Artigo 20 § 3º, como se houvesse matado a vítima virtual. Ou 
seja, responde por homicídio culposo. Caso venha a matar X (virtual) e Y (efetiva) 
responderá por homicídio doloso e outro culposo. Resumindo, tem-se 
 
a) Aberratio ictus com unidade simples (único resultado): Quando o agente atira na 
pessoa pretendida e por circunstâncias alheias acaba matando um terceiro, nesse 
caso houve apenas um resultado e segundo o código penal irá responder como 
houvesse matado a pretendida - homicídio doloso 
b) Aberratio ictus com unidade complexa (resultado duplo): Quando o agente atira na 
pessoa querida, atinge ela e a bala também atinge terceiro. Nesse caso, houve 
através de uma só conduta mais de um resultado -entra concurso formal próprio. 
Mas responderá por homicídio doloso e outro culposo. No entanto, se o agente tiver 
agido com dolo eventual em relação a terceiro não visado, o agente deve responder 
pelos dois crimes - concurso formal impróprio e as penas devem somar-se (cúmulo 
material) pois houve desígnios autônomos 
c) Aberratio delicti: Quando o agente atinge bem-jurídico diverso.de outra natureza. 
Sendo assim, quando por erro de execução, sobrevém resultado diverso do 
pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como culposo. Porém, 
se o resultado for duplo, impera-se concurso formal próprio; por exemplo: Se o 
agente arremessa uma pedra para quebrar a vitrine e acaba ferindo também a 
balconista responderá pelo crime de dano e pela lesão corporal culposa.

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