Buscar

Administração Pública: Temas Correntes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 07
Administração Pública p/ AFC/CGU - Todas as áreas
Professores: Marco Tulio Bicalho Gomes, Rodrigo Rennó
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 95 
Aula 7: Temas Correntes em Administração 
Pública 
 
Olá pessoal, tudo bem? 
Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens: 
¾ Temas Correntes em Administração Pública: ética; Lei da Ficha-
Limpa; responsabilidade fiscal; responsabilidade orçamentária. 
Espero que gostem da aula! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 95 
Sumário 
Lei da Ficha-Limpa ................................................................................ 3 
Responsabilidade Fiscal e Responsabilidade Orçamentária ..................................... 5 
Transparência das Informações ................................................................ 6 
Benefícios Tributários e Expansão das Despesas Obrigatórias ............................... 7 
Despesas com Pessoal .......................................................................... 8 
Restos a Pagar ................................................................................. 10 
Ética. ............................................................................................. 11 
Ética da Convicção e Ética da Responsabilidade............................................ 15 
Código de Ética do Servidor Público Federal ............................................... 17 
Conflito de interesses. Lei nº 12.813/2013 ..................................................... 37 
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 75 
Gabarito .......................................................................................... 93 
Bibliografia ...................................................................................... 94 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 95 
Lei da Ficha-Limpa 
 
O Projeto da lei da Ficha Limpa foi uma das melhores iniciativas da 
sociedade civil brasileira em prol de um ambiente político mais ético. Esta 
lei só foi possível após uma grande mobilização e a proposição de um 
projeto de lei de iniciativa popular. 
Através da assinatura de mais de 1% dos eleitores nacionais, é 
possível a proposição de um projeto de lei diretamente ao Congresso 
Nacional. Por motivos óbvios, isto raramente ocorre (tente conseguir mais 
de um milhão de assinaturas!). 
Mas o tema da corrupção no Estado brasileiro já incomoda demais a 
QRVVD�SRSXODomR��$�HOHLomR�GH�SROtWLFRV�³ILFKD�VXMD´�p�FRUULTXHLUD�HP�QRVVD�
democracia. O poder econômico ainda influencia e possibilita muitas 
candidaturas em diversas regiões pelo país. 
De acordo com o entendimento anterior, o político só seria 
³LQHOHJtYHO´�FRP�R�WUkQVLWR�HP�MXOJDGR�GH�VXD�FDXVD��&RPR�QRVVR�SURFHVVR�
legal é moroso e conta com várias instâncias, dificilmente isto acabava 
ocorrendo. 
Desse modo, era frequente a postulação de cargos eletivos por 
indivíduos que respondiam a diversas ações judiciais, muitas delas em 
segunda ou terceira instância (ou seja, tinha sido considerado culpado por 
juízes monocráticos, mas estavam recorrendo para outras instâncias). 
Para tentar mudar este cenário, o Movimento de Combate à 
Corrupção Eleitoral (MCCE) lançou o projeto Ficha Limpa, que propunha a 
inelegibilidade de qualquer político que tivesse sido condenado em primeira 
instância. 
O objetivo era o de demandar uma maior probidade dos candidatos 
a cargos no país e limpar a política de indivíduos que mostrassem uma 
postura digna de representantes do povo. 
De acordo com esse movimento1, 
³2�SURMHWR�)LFKD�/LPSD�FLUFXORX�SRU�WRGR�R�SDtV��H�
foram coletadas mais de 1,3 milhões de assinaturas 
em seu favor ± o que corresponde a 1% dos 
eleitores brasileiros. No dia 29 de setembro de 2009 
foi entregue ao Congresso Nacional junto às 
assinaturas coletadas.³ 
Este projeto enfrentou inicialmente uma grande resistência da classe 
política. Poucos pensavam ser possível sua aprovação. Entretanto, o 
projeto foi ganhando popularidade e a mídia passou a noticiar diariamente 
 
1 Fonte: http://www.fichalimpa.org.br/index.php?op=o_que_e 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 95 
D�VLWXDomR�GR�SURMHWR�H�TXDLV�HUDP�RV�SROtWLFRV�TXH�HVWDYDP�³VHJXUDQGR´�R�
projeto. 
Como estávamos em um ano eleitoral, os deputados e senadores 
consideraram, finalmente, que o custo político (de uma rejeição ao projeto) 
seria alto demais para eles e este acabou sendo aprovado. 
No dia 4 de junho de 2010, o presidente Lula acabou sancionando o 
projeto. Este se tornou a lei complementar n° 135/2010. Recomendo a 
leitura da mesma no link abaixo: 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp135.htm 
 
Esta lei revogou alguns artigos da lei complementar n° 64/1990, que 
estabeleceu critérios de inelegibilidade no processo eleitoral brasileiro. 
Entretanto, sua sanção deu-se em um ano eleitoral. Neste ano, tivemos 
eleições para presidente da república, para governadores, para deputados 
e para senadores. 
Este fato acarretou diversos questionamentos sobre a validade ou 
não da nova lei. Seus críticos argumentavam que: 
¾ Pelo princípio da anualidade, o processo eleitoral não poderia ser 
alterado dentro de um prazo menor do que um ano (assim, a lei não 
deveria valer para as eleições de 2010); 
¾ A lei alcançaria fatos que teriam ocorrido antes da sua 
vigência, inclusive ao aumentar de três para oito anos o prazo que 
o político condenado ficaria inelegível; 
¾ Além disso, alguns argumentavam que a lei era simplesmente 
inconstitucional, pois feria o princípio da presunção de inocência 
(assim, só seriam inelegíveis os candidatos condenados com o 
trânsito em julgado). 
Ao analisar a questão, o Tribunal Superior Eleitoral considerou que a 
lei poderia ser aplicada já nas eleições de 2010. Para o TSE, a nova lei não 
tinha alterado o processo eleitoral, apenas as condições de elegibilidade. 
Ou seja, o entendimento do TSE foi o de que as condições de 
elegibilidade não seriam uma pena ao candidato (pois este ainda não 
seria nem conhecido), mas uma situação a ser verificada no momento da 
proposição da candidatura. 
,QIHOL]PHQWH�� R� SURFHVVR� WHYH� XP� FDPLQKR� PDLV� ³DFLGHQWDGR´� QR�
Supremo Tribunal Federal. O STF estava com apenas dez ministros naquele 
momento e a causa acabou tendo um empate na votação de 
constitucionalidade. 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 95 
Somente com a posse do Ministro Luiz Fux, a lei teve uma definição 
pelo STF. A lei acabou recebendo sete votos favoráveis e foi considerada 
constitucional. 
O STF considerou que a lei não violou o princípio da presunção de 
inocência. Assim, a OHL�SDVVRX�D�³EDUUDU´�TXDOTXHU�FDQGLGDWR�TXH�Mi�tivesse uma condenação por órgão colegiado (ou seja, alguma 
condenação em segunda instância). 
Além disso, a lei passou a considerar inelegível o político que 
renunciou ao seu mandato, mesmo que isso tenha ocorrido antes do 
início da validade da lei. 
Outro aspecto interessante (e que está sendo questionado por parte 
dos nossos representantes no Congresso) é a inelegibilidade dos políticos 
que tenham contas de seu mandato rejeitadas pelos órgãos de 
controle (tribunais de contas). 
Finalmente, a lei torna inelegível o candidato que tenha sido 
condenado pelo seu órgão de classe (por exemplo: a OAB no caso dos 
advogados, o CREA no caso dos engenheiros, etc.). Assim, se o indivíduo 
recebeu uma pena que o impeça de exercer sua profissão, não poderá se 
candidatar a um cargo público. 
A expectativa da sociedade é a de que esta lei sirva para imprimir um 
novo padrão de conduta ética na política brasileira e paute o 
comportamento dos agentes políticos nas próximas décadas. 
 
Responsabilidade Fiscal e Responsabilidade Orçamentária 
 
A responsabilidade fiscal e orçamentária é um dos pilares mais 
importantes de uma sociedade que deseja ter um desenvolvimento 
sustentável no longo prazo, fornecendo condições adequadas de bem estar 
para sua população. 
Nosso país nem sempre contou com governos e, naturalmente, com 
instituições e normas que prezavam por uma responsabilidade fiscal e 
orçamentária. 
Com isso, grandes dívidas públicas se formaram e nossa economia 
ILFRX�GHVHVWDELOL]DGD�SRU�GpFDGDV��RV�DQRV�³SHUGLGRV´�GD�GpFDGD�GH����VmR�
um exemplo forte deste cenário). 
Após muitas experiências dolorosas, nossa sociedade conscientizou-
se da necessidade de criar normas e instituições voltadas para a promoção 
dessa responsabilidade com os recursos públicos. 
A estabilização monetária dos anos 90, com o Plano Real, deixou 
patente alguns desequilíbrios fiscais de estados e municípios. O processo 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 95 
de saneamento das finanças dos entes subnacionais acabou gerando um 
contexto adequado para uma nova lei que pudesse estabelecer métodos e 
práticas voltadas para o equilíbrio das contas governamentais e de uma 
maior transparência. 
Esta lei foi a Lei de Responsabilidade Fiscal ± LRF ± que foi 
sancionada em 2000. Entre outros objetivos desta lei, estão2: racionalizar 
o processo orçamentário, estimular o planejamento das ações 
governamentais de longo prazo e tentar minimizar os prejuízos que os 
interesses político-eleitorais causam ao efetivo atendimento da população 
pelo setor público. 
A LRF trouxe diversas restrições e limites em seu corpo. Os principais 
são3: 
¾ Despesa com pessoal; 
¾ Montante da dívida pública; 
¾ Concessão e ampliação de benefícios tributários; 
¾ Limitação da execução da despesa orçamentária em caso de 
frustração da arrecadação prevista; 
¾ Assunção de obrigações no final do mandato. 
Se é inegável que a nova legislação trouxe uma nova cultura de 
cuidado com os recursos públicos dentro da máquina estatal (além de ser 
vista pela população como um normativo importante), também é patente 
que a lei ainda necessita de ser aplicada em toda sua extensão, além de 
avaliarmos o que falta ser feito para que ela atinja os objetivos pretendidos 
por nossa sociedade. 
Abaixo, veremos os principais tópicos tem funcionado e quais são 
ainda as lacunas que devem ser solucionadas: 
 
 
Transparência das Informações 
 
Um dos principais objetivos da LRF é aumentar a transparência da 
gestão fiscal e orçamentária para os cidadãos. Para isso, é necessário que 
as informações fornecidas sejam facilmente compreendidas pelos 
indivíduos, com uma linguagem clara. 
 
2 (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 
3 (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 95 
A utilização de critérios e metodologias diferentes de ente para ente, 
a mudança constante de indexadores, dentre outros fatores, pode dificultar 
a capacidade dos cidadãos de avaliar a gestão pública. 
De acordo com Khair et Al4, 
³$�GLVSRQLELOLGDGH�GH�LQIRUPDo}HV�FRPSLODGas com 
base em critérios adequados, seguidos de 
maneira uniforme por todos os entes públicos, 
é fundamental não apenas para permitir que os 
analistas estudem e divulguem a situação fiscal de 
cada ente, avaliando a gestão de prefeitos, 
governadores e presidentes, mas também para 
viabilizar a verificação das regras e limites previstos 
QD�OHL�´ 
$�IDOWD�GH�FULWpULRV�SRGH�WDPEpP�VHU�XWLOL]DGD�SDUD�³PDsFDUDU´�FHUWDV�
despesas excessivas como outras rubricas, dificultando uma avaliação 
correta. 
Para aumentar esta transparência, a LRF criou dois relatórios 
obrigatórios: o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) e o Relatório 
Resumido de Execução Orçamentária (RREO). 
Entretanto, uma das mais importantes previsões da LRF não foi criado 
até o momento ± o Conselho de Gestão Fiscal ± órgão que teria como 
função acompanhar e avaliar a gestão fiscal dos entes estatais. 
Este conselho deverá ser uma instância que possa esclarecer e 
detalhar os procedimentos a serem tomados por todos os entes, facilitando 
uma padronização dos critérios de contabilização e facilitando o trabalho 
dos tribunais de contas por todo o país, além dos diversos analistas que se 
dedicam a analise da gestão fiscal dos entes públicos. 
 
 
Benefícios Tributários e Expansão das Despesas Obrigatórias 
 
A LRF criou um normativo que buscou o detalhamento e o controle 
da renúncia de receita e do comprometimento com despesas de caráter 
continuado. 
Através do seu artigo n°14, por exemplo, a LRF estabelece que a 
concessão de benefícios ou incentivos de natureza tributária deve estar 
acompanhada da estimativa do impacto orçamentário-financeiro no 
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois anos seguintes e da 
 
4 (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 95 
demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita 
da lei orçamentária. 
Se isso não ocorrer, a concessão deve, alternativamente, estar 
acompanhada de medidas de compensação da renúncia de receita por meio 
de aumento da receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da 
base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. 
Este dispositivo busca gerar um cuidado maior do gestor público com 
o planejamento fiscal e tributário, com análises mais técnicas da viabilidade 
de cada renúncia ou sua compensação com outras receitas. 
Na realidade, isto quase nunca ocorre da maneira prevista na lei. A 
medição do impacto de uma renúncia é algo bastante complexo. Como 
calcular o impacto de uma renúncia de receita que ainda não é gerada 
efetivamente? Por exemplo, um benefício fiscal para uma empresa 
fabricante de chips de computador. Isto é principalmente difícil no caso de 
novas empresas. 
Ou seja, considere uma empresa que ainda não atua no ente (vamos 
imaginar, o estado da Bahia) e passa a funcionar lá. O benefício fiscal 
começa a existir com a empresa passando a operar. Mas antes de sua 
operação, nenhuma receita existia (a empresa não estava funcionando). 
Pelo entendimento majoritárioda LRF, todo o benefício concedido 
para a empresa deveria ser estimado e compensado. Mas existem 
divergências doutrinárias sobre como isto deveria ser feito na prática. 
Muitas justificativas são dadas aos órgãos de controle, mas a 
ferramenta ainda é mal utilizada e o planejamento fiscal ainda não ocorre 
da maneira originalmente desejada. 
A própria falta de capacitação dos órgãos executores para executar 
tais análises compromete esse instrumento. Além disso, os próprios órgãos 
de controle ainda não estão suficientemente prontos para controlar esse 
processo de análises. 
 
 
Despesas com Pessoal 
 
Uma das maiores preocupações da LRF foi com a despesa de pessoal. 
Esse é um tipo de despesa que, além de ser substancial para todos os entes 
estatais, é de difícil alteração no curto prazo. Nossa legislação não permite 
que o Estado faça demissões em massa como ocorre na iniciativa privada. 
Além disso, após a contratação de um servidor este provavelmente 
SHUPDQHFHUi�QD�³IROKD´�SRU�GH]HQDV�GH�DQRV��$VVLP��D�/5)�LQVWLWXLX�OLPLWHV�
FRQVLGHUDGRV�³DGHTXDGRV´�SDUD�HVWDV�GHVSHVDV�� 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 95 
Os principais aspectos da LRF que se relacionam com a despesa de 
pessoal são5: 
¾ A despesa de pessoal não pode exceder aos seguintes 
percentuais da receita corrente líquida: 50% para a União e 
60% para Estados e Municípios; 
¾ Fixação de limites para cada um dos Poderes e para o Ministério 
Público; 
¾ Vedação de aumento de despesa com pessoal nos 180 dias 
anteriores ao fim do mandato; 
¾ Limite prudencial: se a despesa atingir 95% do limite máximo, 
fica vedada a concessão de vantagens e reajustes salariais, as 
contratações, etc.; 
¾ Prazo de dois quadrimestres para eliminar excesso de despesa 
com pessoal; 
¾ Penalidade para o ente que não se ajustar em dois 
quadrimestres: não recebe transferência voluntária, não obtém 
garantia para empréstimos e não contrata operação de crédito. 
Estas restrições realmente serviram para um comportamento mais 
responsável de diversos entes com suas despesas de pessoal. As restrições 
da LRF condicionaram os governantes a não conceder certos aumentos 
VDODULDLV�HP�pSRFDV�GH�³DSHUWR´�ILVFDO��EHP�FRPR�D�SRVWHUJDU�FRQFXUVRV�H�
nomeações. 
Apesar de certos casos de despesas que extrapolam o limite ainda 
acontecerem, são poucos casos em comparação com o total de estados e 
municípios. 
Uma preocupação que ainda existe é a prática de alguns entes de 
ID]HU� XPD� ³FRQWDELOLGDGH� FULDWLYD´� SDUD� TXH� R� governo seja enquadrado 
dentro dos limites da lei. 
Outra contradição é o aparente conflito de interesses que existe no 
fato de que os órgãos de controle responsáveis por zelar pelo cumprimento 
dos limites da lei (Poder Judiciário, Tribunais de Contas, Ministério Públicos, 
etc.) têm o interesse, de certo modo, de que estes limites não sejam 
ultrapassados6. 
Isto decorre do fato de que, o limite do ente estatal sendo 
ultrapassado, estes próprios órgãos de controle não poderiam conceder 
aumentos de salários aos seus servidores e nem contratar outros 
funcionários. 
 
5 (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 
6 (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 95 
 
Restos a Pagar 
 
De acordo com o artigo n° 42 da LRF, o governante não pode, nos 
dois últimos quadrimestres do final de seu mandato, assumir novas 
obrigações sem que tenha disponibilidade de caixa para pagá-las. 
Obviamente, este GLVSRVLWLYR�EXVFD�HYLWDU�TXH�R�JRYHUQDQWH�³HVWRXUH´�
R�FDL[D�GR�JRYHUQR�DV�YpVSHUDV�GD�HOHLomR�H�HQWUHJXH�R�JRYHUQR�³IDOLGR´�
para seu sucessor. Esta prática era bastante comum antes da LRF e foi, se 
não abolida, reduzida. 
De acordo com a STN7, 
³Essa medida produziu efeitos logo após a edição 
da LRF. Em 1999, último ano antes da entrada em 
vigor da LRF, os Municípios encerraram o ano com 
passivo financeiro líquido (conceito similar ao de 
restos a pagar) de 17,4% da receita corrente 
líquida. Em 2003, esse passivo havia caído para 
apenas 1,2% da receita corrente líquida�´ 
Entretanto, nem tudo são flores. Para evitar serem responsabilizados 
por estes restos a pagar, muitos governantes passaram a cancelar 
empenhos de serviços já prestados pelos fornecedores. 
Assim, apresentavam contas equilibradas aos órgãos de controle ao 
passar o governo para seu sucessor. O fornecedor, em posse dos 
documentos que comprovavam seu direito de receber, acaba recorrendo ao 
MXGLFLiULR�H�JDQKDQGR�D�FDXVD��(VVH�VHULD�XP�³MHLWLQKR´�para burlar a LRF. 
2XWUR�³HVTXHPD´�VHULD�VLPSOHVPHQWH�GHL[DU�GH�SUHVWDU�VHUYLoRV�SDUD�
a população nos últimos meses antes da transferência do governo. Serviços 
como limpezas de praças e ruas, seriam descontinuados. O pessoal 
terceirizado seria demitido (sendo que muitos órgãos seriam impactados 
diretamente, perdendo grande parte de seu quadro de pessoal). 
Além disso, contas de água e luz, dentre outros fornecedores 
frequentes, GHL[DP�GH�VHU�SDJRV�SDUD�TXH�DV�FRQWDV�³IHFKHP´��,VWR�DFDED�
gerando um problema pDUD�R�SUy[LPR�PDQGDWiULR��TXH�WHUi�GH�³DUUXPDU�D�
FDVD´�TXDQGR�WRPDU�SRVVH�� 
Dentro deste cenário, acredito que fica claro que a LRF é um grande 
instrumento, mas que ainda temos que aprimorar a estrutura institucional 
e legal para que tenhamos uma efetiva responsabilidade fiscal e 
orçamentária no nosso país. 
 
7 (STN, 2003) apud (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 95 
 
Ética. 
 
A Ética pode ser definida como um estudo ou uma reflexão, científica 
ou filosófica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas8. De certa 
IRUPD��D�pWLFD�YHP�GH�³GHQWUR´�GR�VHU�KXPDQR��$VVLP�VHQGR��UHODFLRQD-se 
com os valores que cada pessoa tem. 
Já a moral, termo relacionado com a ética (mas não sinônimo, em 
sentido restrito), é relativa aos costumes e normas de comportamento 
FRQVLGHUDGRV�FRQVHQVXDLV�QD�VRFLHGDGH�QR�PRPHQWR��2�WHUPR�³PRUDO´�p�
derivado do latim (moris���-i�D�SDODYUD�³pWLFD´�p�GHULYDGD�GR�JUHJR�³ethos´�� 
Os dois conceitos, em sentido amplo, buscam apresentar os 
comportamentos considerados aceitáveis em uma determinada sociedade 
e em determinado tempo. Entretanto, em sentido mais restrito, os dois 
conceitos são distintos. 
A moral se relaciona, em sentido restrito, com os costumes 
aceitos em cada sociedade ou grupo humano. Como os costumes 
mudam, a moral também se altera com o tempo. 
Por outro lado, a ética refere-se aos conhecimentos advindos da 
análise do comportamento humano e dos valores morais, enquanto a moral 
tem por base as regras, a cultura e os costumes seguidos ordinariamente 
pelo homem, variando com o tempo. Logo, a ética depende do contexto da 
ação. 
Assim, o que era considerado imoral no Brasil dos anos 50 (por 
H[HPSOR��R�EHLMR�PDLV�³FDOLHQWH´�QD�WHOHYLVmR��DWXDOPHQWH�p�FRQVLGHUDGR�
aceitável. A mesma dinâmica ocorre quando falamos de sociedades 
diferentes. 
Algo pode ser considerado perfeitamente aceitável em uma sociedade 
e imoral em outros lugares (muitos países proíbem a venda de bebidas 
alcoólicas, por exemplo). 
Já a ética, em sentido estrito, p�FRQVLGHUDGD�FRPR�R�³HVWXGR�GD�
PRUDO´. Seria, portanto, o estudo dasrazões que levaram certos 
comportamentos a serem aceitos e quais poderiam ser os comportamentos 
universalmente aceitáveis. 
As questões éticas nos envolvem a todo o momento. Quais são os 
comportamentos aceitáveis em nossa sociedade? Como devemos nos 
 
8 (Valls, 2008) 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 95 
portar em relação ao próximo ou em nosso trabalho? Todas estas dúvidas 
estão ligadas ao conceito de ética. 
Se a ética e a moral (em sentido amplo) estão ligados aos costumes 
e valores de uma sociedade, não deixam de se transformar quando estes 
costumes e valores mudam. Assim, a ética (ou a moral) não é uma só, algo 
universal. É derivada dos valores e costumes de cada sociedade e evolui 
com o passar do tempo. 
Por fim, de acordo com Sanchez9��³D ética é a teoria ou ciência do 
comportamento moral dos homens em sociedade". Logo, segundo o autor, 
confirma-se a relação da moral com a ética. 
Vamos ver uma questão? 
 
1 - (ESAF - ANEEL ± ANALISTA - 2006) Assinale a opção correta. 
a) Ética e moral, num sentido amplo, são palavras sinônimas. 
Referem-se aos valores que regem a conduta humana, tendo 
caráter normativo ou prescritivo. 
b) Ética e moral, num sentido amplo, são palavras sinônimas. 
Referem-se ao estudo dos princípios que explicam regras de 
conduta consideradas como universalmente válidas. 
c) A ética, num sentido restrito, está preocupada na construção de 
um conjunto de prescrições destinadas a assegurar uma vida em 
comum justa e harmoniosa. 
d) A ética, num sentido restrito, diz respeito aos costumes, valores 
e normas de conduta específicas de uma sociedade ou cultura. 
e) A moral, num sentido restrito, está preocupada em detectar os 
princípios que regem a conduta humana. 
 
A letra A esti�FRUUHWD��$�SDODYUD�³pWLFD´�p�GHULYDGD�GR�WHUPR�JUHJR�
³HWKRV´��DR�SDVVR�TXH�D�SDODYUD�³PRUDO´�p�GHULYDGD�GR�WHUPR�ODWLQR�³PRULV´�� 
Esses termos são, realmente, muitas vezes utilizados como 
sinônimos e são, em sentido amplo, conceitos conexos, com uma 
característica de prescrição. Tanto a ética quanto a moral buscam 
apresentar os comportamentos considerados aceitáveis em uma sociedade. 
$� OHWUD� %� HVWi� HUUDGD�� SRLV� R� ³estudo dos princípios que explicam 
regras de conduta consideradas como universalmente válidas´ diz respeito 
ao conceito de ética, em sentido restrito. A letra C está incorreta, pois este 
é o conceito de moral em sentido restrito (e de ética no sentido amplo). Do 
mesmo modo, a letra D está incorreta. 
 
9 (Vázquez, 2002) 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 95 
Finalmente, a letra E também está errada. É a ética, em sentido, 
restrito, que estudará e detectará os princípios que regem a conduta 
humana. O gabarito é, assim, a letra A. 
 
2 - (FESMIP-BA ± MPE-BA ± ANALISTA ± 2011) Examine as 
assertivas abaixo. 
 
,��$VVLP�FRPR�D�SDODYUD�³PRUDO´�YHP�GR�ODWLP��PRs, moris), a 
SDODYUD�³pWLFD´�YHP�GR�JUHJR��HWKRV��H�DPEDV�VH�UHIHUHP�D�
costumes, indicando as regras do comportamento, as diretrizes de 
conduta a serem seguidas. 
 
II. A moral social trata dos valores e das normas de conduta que 
são exigidas do indivíduo para realizar sua personalidade. 
 
III. As normas éticas são aquelas que prescrevem como o homem 
deve agir. 
 
IV. A norma ética possui, como uma de suas características, a 
impossibilidade de ser violada. 
 
Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas. 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) II e III. 
e) II e IV. 
 
A primeira frase está correta, pois tanto a ética quanto a moral estão 
ligadas aos costumes e aos comportamentos esperados em uma sociedade. 
Já a segunda frase está incorreta, pois a ética não está ligada a este 
REMHWLYR�GH�TXH�R�LQGLYtGXR�³UHDOL]H�VXD�SHUVRQDOLGDGH´��6H�FDGD�XP�IL]HU�R�
TXH�³GHU�QD�WHOKD´��QmR�WHUHPRV�XPD�VRFLHGDGH�pWLFD��QmR�p�PHVPR"�'HVWD�
maneira, a terceira frase está certa. 
A última frase está equivocada, pois a ética pode sim ser violada, não 
é mesmo? (essa estava de graça...). O gabarito é mesmo a letra B. 
 
3 ± (CESPE - ANTAQ ± TODOS OS CARGOS ± 2014) A ética é a ciência 
do comportamento moral dos homens em sociedade. 
 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 95 
Vimos que, conforme Sanchez10�� ³D ética é a teoria ou ciência do 
comportamento moral dos homens em sociedade". Logo, segundo o autor, 
confirma-se a relação da moral com a ética. Gabarito, portanto, questão 
correta. 
 
4 ± (CESPE - TC-DF - TÉCNICO ± 2014) A ética ocupa-se, 
independentemente do contexto da ação, da melhor maneira de 
agir, garantindo os melhores resultados por meio dos princípios que 
sustentam uma justa ou correta atuação. 
 
A ética refere-se aos conhecimentos advindos da análise do 
comportamento humano e dos valores morais, logo, dependerá do 
contexto da ação para ocupar-se da melhor maneira de agir. Gabarito, 
portanto, questão errada. 
 
5 ± (CESPE - TC-DF - TÉCNICO ± 2014) Os valores morais são 
historicamente construídos pelas sociedades, como forma de 
organizar a convivência e garantir, tanto quanto possível, o bem-
estar do indivíduo consigo mesmo e em suas relações com as outras 
pessoas. 
 
A moral, também conhecida como um conjunto de regras que regem 
o comportamento de uma pessoa ou coletividade (regras de convívio), sofre 
alterações ao longo do tempo. 
Logo, está correto em afirmar que os valores morais são 
historicamente construídos pelas sociedades e, mesmo que a regra não seja 
obedecida, sua relevância é conhecida. Gabarito, portanto, questão correta. 
 
6 ± (CESPE - DEPEN ± AGENTE - 2013) A ética refere-se a um 
conjunto de conhecimentos advindos da análise do comportamento 
humano e dos valores morais, enquanto a moral tem por base as 
regras, a cultura e os costumes seguidos ordinariamente pelo 
homem. 
 
A ética representa uma série de conhecimentos do comportamento 
do homem. Já a moral possui relação com um conjunto de preceitos, 
culturas e costumes, sendo, portanto, variável. Gabarito, portanto, questão 
correta. 
 
10 (Vázquez, 2002) 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 95 
 
Ética da Convicção e Ética da Responsabilidade 
 
Vamos ver agora a diferença entre estes dois tipos de ética: a ética 
da responsabilidade e a ética da convicção (ou do valor absoluto). 
Quem criou estes dois conceitos foi Weber. Para ele, a ética da convicção 
adotaria os valores como absolutos. 
Desse modo, se temos a vida humana como um valor absoluto, não 
poderíamos atentar contra a vida em nenhuma situação. O aborto de fetos 
anencéfalos (que nascem sem cérebro), por exemplo, seria um assassinato 
para quem se baseia neste tipo de ética. 
De acordo com o autor, este tipo de ética seria baseado em valores 
inegociáveis, que deveriam ser cegamente observados por todos os 
indivíduos. Estes valores seriam observáveis principalmente na religião e 
na política (entendida como a defesa de ideologias).De acordo com Weber11, 
"a ética absoluta simplesmente não pergunta quais 
as consequências. Esse ponto é decisivo" 
Ou seja, nesWH�WLSR�GH�pWLFD�QmR�SRGHPRV�³QHJRFLDU´�QRVVRV�YDORUHV��
Não importa que o resultado de nossas convicções nos resulte em um 
cenário catastrófico ± teremos de segui-las! 
Já a ética da responsabilidade colocaria os valores em um tipo de 
hierarquia. Nada seria absoluto. O valor da vida, como qualquer outro, teria 
de ser colocado em análise quanto aos outros valores envolvidos no caso 
em questão (por exemplo, a vida da mãe). 
Tivemos esta discussão há pouco na nossa sociedade, não é verdade? 
De um lado estavam as pessoas que acreditam que o aborto nestes casos 
não seria aceitável e de outro lado pessoas que pensavam que o melhor 
seria preservar a mãe nos casos em que a vida da criança seria impossível. 
Assim, a ética da responsabilidade seria preocupada com os 
resultados derivados das nossas escolhas. Muitas vezes, temos escolhas 
que são difíceis e teríamos de escolher visando o melhor resultado final, 
mesmo que tenhamos de tomar decisões que não nos agradam. 
A ética da responsabilidade nos levaria a tentar fazer R� ³PHOKRU�
SRVVtYHO´��EXVFDU�R�UHVXOWDGR�GH�DFRUGR�FRP�DV�FRQWLQJrQFLDV�GR�PRPHQWR��
Este seria o tipo de ética prevalente nas atividades parlamentares e no ato 
de governar. 
 
11 (Weber, 1967) 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 95 
O político poderia ter uma convicção muito grande da importância da 
defesa do meio ambiente, por exemplo. O problema é que não deteria o 
poder de, sozinho, definir a política pública para a defesa dos seus 
interesses. 
Como depende do apoio de outros parlamentares, este político 
depende de negociações e deverá fazer concessões para que tenha pelo 
menos parte do que deseja. Essas concessões são normais no Congresso 
Nacional. Esse tipo de negociação seria baseado então na ética da 
responsabilidade. 
Muitos autores criticam a ética da responsabilidade, que consideram 
FRPR�D�pWLFD�GR�³RSRUWXQLVPR´�RX�GD�FRQYHQLrQFLD��0DV�:HEHU�HUD�PXLWR�
crítico da ética da convicção. Para ele, este tipo de ética teria causado 
diversas guerras e decisões catastróficas, pois não há preocupação com os 
resultados finais, apenas em manter vivos os valores. 
De acordo com Weber12, 
³'HYHPRV� VHU� FODURV� TXDQWR� DR� IDWR� GH� TXH� WRGD�
conduta eticamente apropriada pode ser guiada por 
uma de duas máximas fundamentalmente e 
irreconciliavelmente diferentes: a conduta pode ser 
orientada para uma "ética das últimas 
finalidades", ou para uma "ética da 
responsabilidade". Isso não é dizer que uma ética 
das últimas finalidades seja idêntica à 
irresponsabilidade, ou que a ética de 
responsabilidade seja idêntica ao oportunismo sem 
princípios. Naturalmente, ninguém afirma isso. Há, 
porém, um contraste abismal entre a conduta 
que segue a máxima de uma ética dos 
objetivos finais ± isto é, em termos religiosos, 
³R�FULVWmR�ID]�R�EHP�H�GHL[D�RV�UHVXOWDGRV�DR�
6HQKRU´�± e a conduta que segue a máxima de 
uma responsabilidade ética, quando então se 
tem de prestar contas dos resultados 
previsíveis dos atos cometidos´ 
Vamos voltar então para o caso dos políticos. De acordo com o autor, 
a ética da convicção seria seguida pelo político em sua campanha política 
± quando defende seus valores arduamente. 
Já na sua atuação governamental, ele teria de atender a diversos 
interesses, entrar em acordo com pessoas que não pensam como ele, etc. 
Assim sendo, acabaria seguindo a ética das responsabilidades. 
 
12 (Weber, 1967) 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 95 
-i�D�EXURFUDFLD��RV�DJHQWHV�S~EOLFRV��WHULD�³HP�WHRULD´�Ge seguir a 
ética da responsabilidade. Isto decorre do fato de que a burocracia é 
baseada no caráter racional-legal. Ou seja, deveria utilizar seus recursos 
buscando os fins desejados. 
Na prática, no entanto, o que vemos é que a burocracia ± os agentes 
públicos ± se apegam demasiadamente as normas legais, aos 
regulamentos, sem preocupação com os resultados deste comportamento. 
Vamos ver algumas questões agora? 
7 - (ESAF ± TCU - AFC - 2002) A racionalização burocrática 
consolidou, entre os funcionários do Estado, a ética da convicção, 
traduzida pelo predomínio de uma visão tecnicista do processo 
legislativo; já entre os políticos prevalecia a ética das 
responsabilidades, mais afeita às negociações e soluções de 
compromisso entre demandas conflitantes. Isso dificultava as 
relações entre Executivo e Legislativo, gerando conflitos 
institucionais e paralisia decisória. 
 
$�SULPHLUD�SDUWH�GD�IUDVH�HVWi�FRUUHWD��2�SUHGRPtQLR�GH�XPD�³YLVmR�
WHFQLFLVWD�GR�SURFHVVR�OHJLVODWLYR´��RX�VHMD��D�LQWHUSUHWDomR�WpFQLFD�GDV�OHLV 
H[LVWHQWHV�OHYD�D�XPD�³REHGLrQFLD�FHJD´�DRV�UHJXODPHQWRV��(VWH�SRQWR�HVWi�
mesmo ligado a uma ética da convicção. 
 A segunda parte da questão também está correta. As negociações 
políticas no ambiente do parlamento realmente estão inseridas dentro da 
ética da responsabilidade. 
Entretanto, a frase final está incorreta. Como a burocracia segue 
³ILHOPHQWH´�D�OHJLVODomR��QmR�RFRUUHP�HVWHV�FRQIOLWRV�HQWUH�RV�SROtWLFRV�H�RV�
agentes públicos. O gabarito, portanto, é questão errada. 
 
8 - (ESAF ± TCU - AFC - 2002) O caráter racional-legal está 
diretamente relacionado à ética da convicção ou do valor absoluto. 
 
A questão está incorreta porque o caráter racional-legal está ligado a 
gestão dos recursos na busca dos fins desejados. Se existe uma 
preocupação central com os resultados, estamos nos referindo a uma ética 
da responsabilidade ± e não de uma ética da convicção. 
Dessa forma, o gabarito é questão errada. 
 
Código de Ética do Servidor Público Federal 
 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 95 
Continuando, a maioria das questões de concurso sobre este tema se 
baseia no Decreto 1.171 de 199413. Desta forma, irei comentar o Código 
de Ética do Servidor Público Federal e algumas questões ligadas a ele, 
além do Decreto 6.029/200714. Abaixo, deixo o link para quem quiser baixar 
D�³OHL�VHFD´� 
Infelizmente, as questões ligadas a este tema são quase todas 
³GHFRUHED´��FRPR�LUmR�YHU�DEDL[R��$VVLP�VHQGR��UHFRPHQGR�XPD�OHLWXUD�GR�
decreto um pouco antes da prova, para que estes assuntos estejam na 
³PHPyULD�TXHQWH´�GH�YRFrV�� 
Seção I 
³Das Regras Deontológicas 
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais 
são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo 
ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. 
Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e 
da tradição dos serviços públicos.´ 
 
Vejam que, para o código de ética, não basta que o servidor se 
comporte de modo ético apenas dentro do setor público onde 
trabalha. É necessário se manter ético também em sua vida privada, pois 
este representa o serviço público perante a sociedade. 
Ao dispor que um dos primados é a eficácia, o Código não está 
querendo impor fazer apenas o que deve ser feito, mas, sim, que o servidor 
não poderá praticar atos que sejam considerados errados. 
Por fim,não há hierarquia entre os primados citados. Isto é, a 
consciência dos princípios morais não se sobressai à eficácia, por exemplo, 
e vice-versa. 
 
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. 
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o 
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o 
honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da 
Constituição Federal. 
 
Esta parte mostra que o servidor público sempre deve estar atento 
DRV�GHVYLRV�pWLFRV��PHVPR�TXH�YHQKDP�³UHYHVWLGRV´�GH� OHJDOLGDGH��9HMD�
como o próximo inciso confirma esta noção: 
 
 
13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm 
14 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 95 
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, 
devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio 
entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá 
consolidar a moralidade do ato administrativo. 
 
Desta forma, não basta ser legal. Deve ser legal e moral ao 
mesmo tempo. No entanto, o interesse público e o bem comum são a 
finalidade de qualquer ato administrativo. 
Por fim, procura-se alcançar o equilíbrio entre a legalidade e a 
finalidade com o intuito de gerar a consolidação da moralidade do ato 
administrativo praticado. 
 
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou 
indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, 
que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua 
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência em fator de legalidade. 
 
A moralidade deve ser associada integralmente à legalidade pelo 
servidor público na prática de um ato administrativo. 
 
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser 
entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, 
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior 
patrimônio. 
 
O que o código tenta mostrar nesse inciso é que o servidor público 
dever prestar um bom trabalho, uma vez que ele também será beneficiado 
pela qualidade do atendimento da Administração Público, no papel de 
cidadão. 
 
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na 
vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta 
do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom 
conceito na vida funcional. 
 
Vejam novamente este noção de que, para o servidor público, a 
conduta privada integra a vida funcional. 
Assim sendo, o servidor deve se manter ético em todas as instâncias 
de sua vida, de modo honesto e íntegro, inclusive quando estiver fora do 
horário de trabalho ou até de férias. 
 
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse 
superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo 
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 95 
administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão 
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. 
 
Vejam que, fora os casos em que a publicidade deve ser resguardada 
legalmente, este é um requisito de eficácia e moralidade de um ato 
administrativo. 
 
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, 
ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da 
Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder 
corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até 
mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. 
 
Neste caso, o servidor deverá preservar a verdade como forma de 
evitar qualquer tipo de conduta opressora ou mentirosa, que levaria a 
corromper a dignidade de uma pessoa ou até mesmo de um país. 
Dessa forma, nota-se que é permitido que a publicidade seja afastada 
em casos resguardados pela lei. Entretanto, não é permitido omitir a 
verdade, ok? 
 
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público 
caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos 
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar 
dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido 
ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao 
Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu 
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. 
 
Um dos deveres de um servidor publico é o de atender com presteza, 
prestando as informações requeridas, exceto, claro, aquelas protegidas por 
sigilo, zelando pela economia de material e conservando o patrimônio 
público. 
Da mesma forma, a deterioração de bem público por descuido ou má 
vontade constitui ofensa ao equipamento e instalações, assim como ao 
Estado e a todos que se dedicaram para sua construção. Constitui-se, 
portanto, falta de ética, pois cabe, ao servidor público, zelar tanto pela 
economia do material, quanto pela conservação do patrimônio público. 
 
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor 
em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra 
espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a 
ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos 
serviços públicos. 
 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 95 
Como vimos, os servidores devem tratar a todos de maneira cortês. 
Deste modo, não só o descuido com a coisa pública, como os atrasos 
injustificados são considerados falta de ética. Desta forma, fica proibido o 
servidor de se ausentar no serviço, sem que o chefe imediato autorize. 
 
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus 
superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a 
conduta negligente Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às 
vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da 
função pública. 
 
Um dos deveres de um servidor público é o de cumprir as ordens de 
seus superiores, a não ser que se mostrem totalmente ilegais. 
 
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de 
desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações 
humanas. 
 
Qualquer servidor público tem como alguns de seus deveres: a 
assiduidade e a pontualidade. 
 
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando 
seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua 
atividade pública é a grande oportunidade parao crescimento e o engrandecimento da 
Nação. 
 
Estes últimos três incisos tratam do comportamento do servidor 
perante seus chefes e colegas de trabalho. Assim sendo, deve existir 
respeito e atenção às ordens dos superiores. Além disso, o servidor não 
deve se ausentar do serviço sem justificativa, pois isto também é 
considerado uma atitude antiética. 
Vamos ver algumas questões sobre este tema? 
9 - (CESPE - INPI ± TODOS OS CARGOS ± 2013) O equilíbrio entre 
o objetivo e o orçamento previsto poderá consolidar a moralidade 
do ato administrativo na conduta do servidor público. 
 
Na verdade, o que o Decreto n° 1.171, de 1994, que aprovou o 
Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, dispôs 
no inciso III das Regras Deontológicas foi o seguinte: 
³,,,�- A moralidade da Administração Pública não se 
limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser 
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem 
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 95 
finalidade, na conduta do servidor público, é que 
poderá consolidar a moralidade do ato 
DGPLQLVWUDWLYR´ 
Dessa forma, podemos perceber que não é o equilíbrio entre o 
objetivo e o orçamento que poderá consolidar a moralidade do ato 
administrativo na conduta do servidor público, mas sim, o equilíbrio entre 
a legalidade e a finalidade. O gabarito é questão errada. 
 
10 - (CESPE - INPI ± TODOS OS CARGOS ± 2013) Entre os primados 
maiores, que devem nortear o servidor público no exercício da 
função, estão o decoro e a eficácia. 
 
Pessoal, tais primados estão contidos nas regras deontológicas 
constantes no Código de Ética do Servidor Público Federal. Tais regras 
fundamentam-se nos valores morais que o servidor público civil do Poder 
Executivo Federal deva seguir. 
Além do decoro e da eficácia, os outros valores seriam: 
¾ A dignidade, 
¾ O zelo e 
¾ A consciência dos princípios morais. 
Dessa forma, o gabarito é questão correta. 
 
11 - (CESPE - TJ-AC ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± 2012) A conduta do 
servidor público, no exercício do cargo ou função, ou fora dele, deve 
orientar-se por valores como dignidade, decoro, zelo, eficácia e 
consciência dos princípios morais. 
 
Essa questão também pode ser respondida com a leitura do inciso I 
das regras deontológicas do Código de Ética profissional, não vejamos: 
³Das Regras Deontológicas 
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a 
consciência dos princípios morais são primados 
maiores que devem nortear o servidor público, 
seja no exercício do cargo ou função, ou fora 
dele, já que refletirá o exercício da vocação do 
próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos 
e atitudes serão direcionados para a preservação da 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 95 
honra e da tradição dos serviços públicos´. 
O gabarito, dessa forma, é questão correta. 
 
12 - (FCC ± ALESP ± CONHECIMENTOS GERAIS ± 2010) Ética é o 
conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um 
indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. A respeito de 
ética, considere: 
I. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos 
princípios morais são primados maiores que devem nortear o 
servidor público. 
II. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do 
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato 
administrativo. 
III. A moralidade na Administração Pública se limita à distinção 
entre o bem e o mal, não devendo ser acrescida da ideia de que o 
fim é sempre o bem comum. 
IV. A função pública deve ser tida como exercício profissional e, 
portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. 
V. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a 
comunidade não deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio 
bem-estar, embora, como cidadão, seja parte integrante da 
sociedade. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I, II, e IV. 
b) I, III e IV. 
c) II, III e V. 
d) II, IV e V. 
e) III, IV e V. 
 
9HMDP� FRPR� HVWD� TXHVWmR� p� XP� ³FWUO-c ctrl-Y´� GR� 'HFUHWR� �������
Portanto, as duas primeiras frases estão corretas. Na terceira frase, a banca 
UHWLURX�R�³QmR´�GR�WHUFHLUR�Lnciso. De acordo com o texto legal: 
 
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à 
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da 
idéia de que o fim é sempre o bem comum. O 
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta 
do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do 
ato administrativo.´ 
 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 95 
 Assim sendo, esta assertiva está incorreta. Já a quarta frase está 
correta. Entretanto, a quinta frase está errada. O trabalho desenvolvido 
pelo servidor deve sim ser entendido como acréscimo de seu próprio bem-
estar. Desta forma, o nosso gabarito é a letra A. 
 
13 - (CESPE ± STM ± ANALISTA ± 2011) A ausência de publicidade 
nos atos administrativos enseja, necessariamente, 
comprometimento ético. 
 
(VWD�TXHVWmR�WHP�XPD�³SHJDGLQKD´. O princípio da publicidade tem 
algumas exceções, como assuntos de segurança nacional. Assim, não é, 
necessariamente, antiético deixar de tornar público um ato administrativo. 
O gabarito é questão errada. 
 
14 - (FCC ± ALESP ± CONHECIMENTOS GERAIS ± 2010) Considere 
as seguintes afirmativas: 
 
O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus 
superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, 
evitando a conduta negligente 
 
PORQUE 
 
os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às 
vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência 
no desempenho da função pública. 
 
É correto concluir que 
a) as duas afirmativas são falsas. 
b) a primeira afirmativa é falsa e a segunda verdadeira. 
c) a primeira afirmativa é verdadeira e a segunda é falsa. 
d) as duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a 
primeira. 
e) as duas afirmativas são verdadeiras e a segunda não justifica a 
primeira. 
 
Esta questão nada mais é do que o inciso XI da primeira seção do 
Decreto 1.171. Veja abaixo o texto original: 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 95 
³XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às 
ordens legais de seus superiores, velando atentamente 
por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta 
negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de 
desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e 
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da 
função pública.´ 
Como as duas frases da questão estão corretamente descritas, as 
duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. Deste modo, o 
gabarito é a letra D. 
 
15 - (CESPE ± STM ± ANALISTA ± 2011) Os integrantes da comissão 
de ética deverão, durante o desempenho das atividades de membro 
da comissão, se afastar do exercício de outras funções. 
 
Questão incorreta! Não existe esta necessidade de afastamento para 
a participação em uma comissão de ética. O gabarito é questão errada.16 ± (FCC ± DNOCS ± AGENTE ADM ± 2010) No que concerne às 
Regras Deontológicas estabelecidas no Código de Ética Profissional 
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, é correto 
afirmar que 
a) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a 
comunidade deve ser entendido como obrigação, 
independentemente do seu próprio bem-estar, já que, como 
funcionário público, integrante do Poder Executivo, o êxito desse 
trabalho é requisito essencial à manutenção de seu cargo, não 
dizendo respeito ao seu patrimônio e a sua vida particular. 
b) a remuneração do servidor público é custeada pelos tributos 
pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por 
isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa 
se integre no Direito, sendo dissociável de sua aplicação e de sua 
finalidade. 
c) a moralidade da Administração Pública não se limita à distinção 
entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é 
sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, 
na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a 
moralidade do ato administrativo. 
d) toda pessoa tem direito à verdade, sendo que o servidor poderá 
omiti-la, caso seja contrária aos interesses da própria pessoa 
interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode 
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo da opressão, que 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 95 
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a 
de uma Nação. 
e) deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução 
que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a 
formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na 
prestação do serviço, é comum e normal e, portanto, não causa 
dano moral aos usuários dos serviços públicos e nem mesmo 
configura atitude contra a ética ou ato de desumanidade. 
 
No caso da primeira frase, o êxito de seu trabalho deverá ser 
considerado seu maior patrimônio, de acordo com o inciso n° 5. Assim 
VHQGR��D�OHWUD�$�HVWi�HUUDGD��2�HUUR�GD�OHWUD�%�HVWi�QD�SDODYUD�³GLVVRFLiYHO´��
A palavra correta é indissociável. 
Entretanto, a letra C está correta. Já a letra D é absurda, pois 
obviamente o servidor não poderá omitir uma informação se for contrária 
ao interesse do administrado. O mesmo ocorre na letra E, pois a ocorrência 
de filas e demoras não é normal nem ético. Portanto, o nosso gabarito é 
mesmo a letra C. 
Continuando nossa aula, vamos ver mais uma parte do Código de 
Ética: 
Seção II 
Dos Principais Deveres do Servidor Público 
 XIV - São deveres fundamentais do servidor público: 
 a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de 
que seja titular; 
 b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim 
ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante 
de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em 
que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; 
 
O significado da palavra procrastinar nada mais é do que protelar ou 
demorar. Logo, o ato de procrastinar deve ser evitado e o servidor terá que 
agir de modo célere, agilizando o atendimento ao usuário de serviço 
público. 
 
 c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, 
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais 
vantajosa para o bem comum; 
 
Prestem bastante atenção nesta última frase. Entre duas opções, 
deve ser escolhida aquela mais vantajosa para o bem comum. Portanto, 
se cair na prova que deverá ser escolhido o melhor para o Estado ou a para 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 95 
a Administração Pública ou até mesmo para o órgão em que você trabalha, 
a questão estará errada, ok? 
 
 d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão 
dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; 
O andamento da gestão de bens, serviços ou direitos de uma 
coletividade que esteja a cargo de um servidor não pode encontrar 
resistência que não seja justificada. O retardo no processo ou na execução 
de serviço deve ser evitado. 
 
 e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de 
comunicação e contato com o público; 
 
Busca-se que qualquer usuário de serviço público entenda o que as 
regras da Administração. Para isso, a linguagem, os símbolos utilizados, 
devem ser de fácil compreensão por qualquer um. 
 
 f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se 
materializam na adequada prestação dos serviços públicos; 
 
Os valores morais e ideais do comportamento do homem 
devem ser observados durante o trabalho de um servidor para que ele se 
paute durante o exercício de sua função. 
 
 g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a 
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem 
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, 
religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano 
moral; 
 h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra 
qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; 
 
Vejam que, apesar de ter de respeitar a hierarquia, o servidor pode 
e deve representar contra seus superiores quando estes faltarem com a 
ética. Vejam como o próximo inciso confirma isso: 
 
 i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, 
interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens 
indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; 
 
O servidor deve cumprir as ordens de seu superior hierárquico, a não 
ser que estejam agindo dentro da ilegalidade. Se isso ocorrer, fica o 
servidor obrigado a representá-lo contra ilegalidade e abuso de poder, 
resistindo a qualquer pressão que venha sofrer, de qualquer um, em 
decorrência de ações aéticas. 
 
 j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa 
da vida e da segurança coletiva; 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 95 
Desta forma, mesmo que em greve, o servidor deve manter os 
serviços básicos de saúde e segurança pública funcionando 
adequadamente. 
 l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca 
danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; 
 m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário 
ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; 
 
Cabe ao servidor público, informar, à autoridade superior, qualquer 
irregularidade que vier a tomar conhecimento em virtude do cargo em que 
ocupa. Além da denúncia, ele deverá exigir que alguma providência seja 
tomada para sanar a irregularidade. 
 
 n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais 
adequados à sua organização e distribuição; 
 
O servidor público tem o dever de conservar o patrimônio público e 
de zelarpela economia do material utilizado durante o expediente. 
 
 o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do 
exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; 
 
O servidor público deve manter-se atualizado. Para isso, cabe a ele 
realizar cursos, participar de palestras, ler a legislação atualizada, para se 
aperfeiçoar e, assim, realizar sua função com maior eficiência. 
 
 p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função; 
 
Até a melhoria dos processos de trabalho está relacionada com o 
comportamento ético que um servidor deve apresentar. O mesmo ocorre 
em relação ao vestuário. 
 
 q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a 
legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; 
 
$TXL�FDEH�R�PHVPR�FRPHQWiULR�GD�DOtQHD�³R´��$WXDOL]DU-se sempre, 
seja por meio de cursos, seja por meio de leituras sobre legislação vigente. 
 
 r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as 
tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e 
rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. 
 s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; 
 
As atividades de um servidor podem sofrer fiscalização de outro órgão 
desvinculado ao que ele atue. Para tanto, o servidor não pode obstruir o 
trabalho do colega, devendo facilitar a fiscalização, entregando papelada e 
documentações solicitadas, permitindo acesso a salas e arquivos 
necessários para o exercício da função. 
 
 t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam 
atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários 
do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 95 
 u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com 
finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades 
legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; 
 
O servidor, obviamente, não pode se utilizar dos poderes e benesses 
do cargo para benefício próprio. 
 
 v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência 
deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. 
Vamos ver mais uma questão sobre o Código de Ética: 
17 - (CESPE - ANVISA ± TÉCNICO ADMINISTRATIVO ± 2007) Por 
meio do exercício dos princípios e valores morais no trabalho, como 
ser probo, reto, leal e justo, entre outros, o servidor, além de 
desenvolver suas capacidades, habilidades e competências, projeta 
também seus valores éticos. 
 
Vejam que as questões da banca são tiradas do Código de Ética. Com 
a leitura do Decreto, confirmamos tudo o que foi dito no enunciado. 
Dessa forma, o servidor deverá desempenhar suas atribuições a 
tempo, com rapidez, perfeição e rendimento, sendo probo, reto, leal e 
justo, decidindo sempre pela melhor e mais vantajosa opção para o bem 
comum. O gabarito, portanto, é questão correta. 
 
18 - (CESPE - TJ-RR ± NÍVEL SUPERIOR ± 2012) O servidor público 
que age contra a injustiça, ainda que em prejuízo próprio, 
demonstra um comportamento ético. 
 
De acordo com o Decreto n° 1.171/1994, servidor público deve ser 
probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, 
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a 
melhor e a mais vantajosa para o bem comum. 
Logo, mesmo que em prejuízo próprio, ele demonstrará um 
comportamento ético. O gabarito, portanto, é questão correta. 
 
19 - (FCC ± MRE ± OFCHAN ± 2009) NÃO é considerada regra 
deontológica, dentre outras, destinada ao servidor público civil do 
Poder Executivo federal: 
a) A publicidade de todo e qualquer ato administrativo constitui 
requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão 
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a 
negar. 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 95 
b) O servidor deve prestar toda a atenção às ordens legais de seus 
superiores, velando por seu cumprimento e evitando conduta 
negligente, sendo que o descaso e o acúmulo de desvios revelam 
imprudência no desempenho funcional. 
c) Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho 
é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre 
conduz à desordem nas relações humanas. 
d) Toda pessoa tem direito à verdade, motivo pelo qual o servidor 
não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses 
da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. 
e) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao 
serviço público caracterizam o esforço pela disciplina, sendo que 
tratar mal uma pessoa que paga seus tributos é causa de dano 
moral. 
 
(VWD�TXHVWmR�WHP�XPD�³PDOGDGH´��1D�YHUGDGH��R�~QLFR�HUUR�p�TXH��DR�
contrário do que está escrito na letra A, não são todos os atos que devem 
ser tornados públicos. 
Como o próprio Decreto descreve, existem situações em que os atos 
devem ser mantidos em segredo (casos de segurança nacional, 
investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração 
Pública). Desta forma, o gabarito é a letra A. 
Vamos continuar com os comentários ao Código de Ética: 
Seção III 
Das Vedações ao Servidor Público 
XV - E vedado ao servidor público; 
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, 
para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; 
 
O uso do cargo ou função, quando utilizados para obter vantagens 
para si ou para terceiros, pode ser enquadrado no crime de Corrupção 
Passiva. 
 
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que 
deles dependam; 
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a 
este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; 
 
Estes primeiros incisos são bastante óbvios e por isso mesmo, não 
costumam ser muito cobrados. 
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por 
qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; 
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu 
conhecimento para atendimento do seu mister; 
 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 95 
O inciso D se refere a atrasos injustificados. Além disso, se o servidor 
SRGH�DWHQGHU�DR�FLGDGmR�KRMH��QmR�GHYH�GHL[DU�SDUD�DPDQKm��-i�D�OHWUD�³e´ 
se mostra interessante. De acordo com ela, o servidor não pode deixar de 
utilizar os avanços científicos ao seu alcance no atendimento do seu dever. 
 
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou 
interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados 
administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; 
 
Assim sendo, o servidor deve ser imparcial com todas as pessoas com 
quem se relacionar dentro do trabalho (eu sei, é mais fácil falar do que 
fazer!). 
 
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, 
gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, 
familiares ou qualquerpessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar 
outro servidor para o mesmo fim; 
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; 
 
O ato de modificar ou adulterar dados de um documento também é 
crime previsto penalmente. Então muito cuidado, pois, mesmo que não o 
faça diretamente, só o fato de permitir o acesso para que outro o faça, já 
é considerado crime. 
 
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em 
serviços públicos; 
 
Estes três últimos itens lidam com desvios penais. Fica tranquilo em 
entender ser proibição imputada a servidor, não é mesmo? 
 
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; 
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer 
documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; 
 
Se o servidor retirar qualquer objeto ou documento ou bem móvel de 
uma repartição pública, sem autorização, estará incorrendo no crime de 
Peculato. 
 
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em 
benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; 
 
Se o servidor utilizar informações sigilosas ou privilegiadas que 
obteve no serviço, ou em função do cargo que ocupe, incorrerá no crime 
de Violação de sigilo funcional. Pessoal, vira e mexe, vemos denúncias de 
crimes como este na televisão, não é verdade? 
 
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 95 
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a 
honestidade ou a dignidade da pessoa humana; 
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de 
cunho duvidoso. 
 
Vejam novamente que mesmo os atos ocorridos quando o servidor 
estiver fora do seu trabalho não são permitidos e serão considerados 
infrações éticas. 
Vamos a mais algumas questões? 
20 - (CESPE - MMA ± ANALISTA AMBIENTAL II ± 2011) As 
disposições desse código não se restringem à conduta do servidor 
público no âmbito do local de trabalho e às funções precipuamente 
exercidas. Nesse código, também constam, entre as vedações que 
compreende, as que dizem respeito a servidor embriagar-se fora do 
serviço habitualmente e a ligar seu nome a empreendimentos de 
cunho duvidoso. 
 
O item XV, da seção III do Código de Ética, traz as vedações que o 
servidor público se submete. Dentre elas, temos a proibição de apresentar-
se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente e exercer atividade 
profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho 
duvidoso. 
Dessa forma, observamos que a conduta de um servidor deve ser 
pautada pela ética, mesmo que não colida com a lei. Portanto, mesmo fora 
de horário de expediente, o servidor deve manter sua conduta de modo 
ético, com retidão e transparência. O gabarito, portanto, é questão correta. 
 
21 - (CESPE - IBAMA ± TÉCNICO ADMINISTRATIVO ± 2012) É dever 
do servidor público atuar em benefício da comunidade, sem levar 
em conta interesses particulares, seus ou dos cidadãos. 
 
O servidor público deve ser impessoal, buscando o bem comum 
quando da prática de seus atos. Dentro dessa linha, ele não poderá obter 
qualquer tipo de favorecimento, mesmo que seja pra outra pessoa, em 
função do cargo que ocupe. 
Da mesma forma, fica proibido utilizar-se de informações 
privilegiadas em benefício próprio ou de terceiros, como, por exemplo, 
comprar títulos públicos, sabendo que eles terão seus valores aumentados 
por atos do governo nos dias seguinte, dando maiores rentabilidades aos 
portadores. Assim sendo, o gabarito é questão correta. 
 
CAPÍTULO II 
Das Comissões de Ética 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 95 
 
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta 
autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições 
delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada 
de orientar e aconselhar sobre aética profissional do servidor, no tratamento com as 
pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de 
imputação ou de procedimento susceptível de censura. 
 
Assim sendo, todos os órgãos e entidades da Administração Federal 
e até entidades que exerçam atribuições delegadas pelo poder público 
devem ter uma comissão de ética. 
 
XVII - Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e respectivos 
suplentes, poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que 
considerar passível de infringência a princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda 
conhecer de consultas, denúncias ou representações formuladas contra o servidor público, 
a repartição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem 
recomendáveis para atender ou resguardar o exercício do cargo ou função pública, desde 
que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados administrativos, 
qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas 
regularmente constituídas. 
 
Portanto, a comissão pode instaurar de ofício um processo para 
averiguar infrações éticas. Qualquer cidadão, desde que seja identificado, 
pode representar para a comissão. 
 
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da 
execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta Ética, para 
o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos 
próprios da carreira do servidor público. 
 
A promoção de um servidor poderá estar pautada no relato de 
conduta dele fornecido pela Comissão de Ética a quem for responsável pelos 
procedimentos de instrução do ato de promoção. 
 
XIX - Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a apuração de 
fato ou ato que, em princípio, se apresente contrário à ética, em conformidade com este 
Código, terão o rito sumário, ouvidos apenas o queixoso e o servidor, ou apenas 
este, se a apuração decorrer de conhecimento de ofício, cabendo sempre recurso ao 
respectivo Ministro de Estado. 
 
Desta forma, o resultado dos processos poderá ser utilizado para 
instruir processos de promoções, entre outros. Os procedimentos da 
comissão terão o rito sumário, ou seja, acelerado. 
 
XX - Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, poderá 
a Comissão de Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a Comissão 
Permanente de Processo Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e, 
cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, o 
servidor público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O 
60112474403
Administração Pública p/ CGU - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 
 
Prof. Rodrigo Rennó 
www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 95 
retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará comprometimento ético da 
própria Comissão, cabendo à Comissão de Ética do órgão hierarquicamente superior o seu 
conhecimento e providências. 
 
Se o caso for grave ou reincidente, a comissão poderá inclusive 
encaminhar o caso à entidade de classe que o servidor seja inscrito (Por 
exemplo: o CRO no caso dos servidores que sejam dentistas). 
 
XXI - As decisões da Comissão de Ética, na análise de

Continue navegando