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Aula 07 Administração Pública p/ AFC/CGU - Todas as áreas Professores: Marco Tulio Bicalho Gomes, Rodrigo Rennó Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 95 Aula 7: Temas Correntes em Administração Pública Olá pessoal, tudo bem? Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens: ¾ Temas Correntes em Administração Pública: ética; Lei da Ficha- Limpa; responsabilidade fiscal; responsabilidade orçamentária. Espero que gostem da aula! 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 95 Sumário Lei da Ficha-Limpa ................................................................................ 3 Responsabilidade Fiscal e Responsabilidade Orçamentária ..................................... 5 Transparência das Informações ................................................................ 6 Benefícios Tributários e Expansão das Despesas Obrigatórias ............................... 7 Despesas com Pessoal .......................................................................... 8 Restos a Pagar ................................................................................. 10 Ética. ............................................................................................. 11 Ética da Convicção e Ética da Responsabilidade............................................ 15 Código de Ética do Servidor Público Federal ............................................... 17 Conflito de interesses. Lei nº 12.813/2013 ..................................................... 37 Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 75 Gabarito .......................................................................................... 93 Bibliografia ...................................................................................... 94 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 95 Lei da Ficha-Limpa O Projeto da lei da Ficha Limpa foi uma das melhores iniciativas da sociedade civil brasileira em prol de um ambiente político mais ético. Esta lei só foi possível após uma grande mobilização e a proposição de um projeto de lei de iniciativa popular. Através da assinatura de mais de 1% dos eleitores nacionais, é possível a proposição de um projeto de lei diretamente ao Congresso Nacional. Por motivos óbvios, isto raramente ocorre (tente conseguir mais de um milhão de assinaturas!). Mas o tema da corrupção no Estado brasileiro já incomoda demais a QRVVD�SRSXODomR��$�HOHLomR�GH�SROtWLFRV�³ILFKD�VXMD´�p�FRUULTXHLUD�HP�QRVVD� democracia. O poder econômico ainda influencia e possibilita muitas candidaturas em diversas regiões pelo país. De acordo com o entendimento anterior, o político só seria ³LQHOHJtYHO´�FRP�R�WUkQVLWR�HP�MXOJDGR�GH�VXD�FDXVD��&RPR�QRVVR�SURFHVVR� legal é moroso e conta com várias instâncias, dificilmente isto acabava ocorrendo. Desse modo, era frequente a postulação de cargos eletivos por indivíduos que respondiam a diversas ações judiciais, muitas delas em segunda ou terceira instância (ou seja, tinha sido considerado culpado por juízes monocráticos, mas estavam recorrendo para outras instâncias). Para tentar mudar este cenário, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) lançou o projeto Ficha Limpa, que propunha a inelegibilidade de qualquer político que tivesse sido condenado em primeira instância. O objetivo era o de demandar uma maior probidade dos candidatos a cargos no país e limpar a política de indivíduos que mostrassem uma postura digna de representantes do povo. De acordo com esse movimento1, ³2�SURMHWR�)LFKD�/LPSD�FLUFXORX�SRU�WRGR�R�SDtV��H� foram coletadas mais de 1,3 milhões de assinaturas em seu favor ± o que corresponde a 1% dos eleitores brasileiros. No dia 29 de setembro de 2009 foi entregue ao Congresso Nacional junto às assinaturas coletadas.³ Este projeto enfrentou inicialmente uma grande resistência da classe política. Poucos pensavam ser possível sua aprovação. Entretanto, o projeto foi ganhando popularidade e a mídia passou a noticiar diariamente 1 Fonte: http://www.fichalimpa.org.br/index.php?op=o_que_e 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 95 D�VLWXDomR�GR�SURMHWR�H�TXDLV�HUDP�RV�SROtWLFRV�TXH�HVWDYDP�³VHJXUDQGR´�R� projeto. Como estávamos em um ano eleitoral, os deputados e senadores consideraram, finalmente, que o custo político (de uma rejeição ao projeto) seria alto demais para eles e este acabou sendo aprovado. No dia 4 de junho de 2010, o presidente Lula acabou sancionando o projeto. Este se tornou a lei complementar n° 135/2010. Recomendo a leitura da mesma no link abaixo: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp135.htm Esta lei revogou alguns artigos da lei complementar n° 64/1990, que estabeleceu critérios de inelegibilidade no processo eleitoral brasileiro. Entretanto, sua sanção deu-se em um ano eleitoral. Neste ano, tivemos eleições para presidente da república, para governadores, para deputados e para senadores. Este fato acarretou diversos questionamentos sobre a validade ou não da nova lei. Seus críticos argumentavam que: ¾ Pelo princípio da anualidade, o processo eleitoral não poderia ser alterado dentro de um prazo menor do que um ano (assim, a lei não deveria valer para as eleições de 2010); ¾ A lei alcançaria fatos que teriam ocorrido antes da sua vigência, inclusive ao aumentar de três para oito anos o prazo que o político condenado ficaria inelegível; ¾ Além disso, alguns argumentavam que a lei era simplesmente inconstitucional, pois feria o princípio da presunção de inocência (assim, só seriam inelegíveis os candidatos condenados com o trânsito em julgado). Ao analisar a questão, o Tribunal Superior Eleitoral considerou que a lei poderia ser aplicada já nas eleições de 2010. Para o TSE, a nova lei não tinha alterado o processo eleitoral, apenas as condições de elegibilidade. Ou seja, o entendimento do TSE foi o de que as condições de elegibilidade não seriam uma pena ao candidato (pois este ainda não seria nem conhecido), mas uma situação a ser verificada no momento da proposição da candidatura. ,QIHOL]PHQWH�� R� SURFHVVR� WHYH� XP� FDPLQKR� PDLV� ³DFLGHQWDGR´� QR� Supremo Tribunal Federal. O STF estava com apenas dez ministros naquele momento e a causa acabou tendo um empate na votação de constitucionalidade. 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 95 Somente com a posse do Ministro Luiz Fux, a lei teve uma definição pelo STF. A lei acabou recebendo sete votos favoráveis e foi considerada constitucional. O STF considerou que a lei não violou o princípio da presunção de inocência. Assim, a OHL�SDVVRX�D�³EDUUDU´�TXDOTXHU�FDQGLGDWR�TXH�Mi�tivesse uma condenação por órgão colegiado (ou seja, alguma condenação em segunda instância). Além disso, a lei passou a considerar inelegível o político que renunciou ao seu mandato, mesmo que isso tenha ocorrido antes do início da validade da lei. Outro aspecto interessante (e que está sendo questionado por parte dos nossos representantes no Congresso) é a inelegibilidade dos políticos que tenham contas de seu mandato rejeitadas pelos órgãos de controle (tribunais de contas). Finalmente, a lei torna inelegível o candidato que tenha sido condenado pelo seu órgão de classe (por exemplo: a OAB no caso dos advogados, o CREA no caso dos engenheiros, etc.). Assim, se o indivíduo recebeu uma pena que o impeça de exercer sua profissão, não poderá se candidatar a um cargo público. A expectativa da sociedade é a de que esta lei sirva para imprimir um novo padrão de conduta ética na política brasileira e paute o comportamento dos agentes políticos nas próximas décadas. Responsabilidade Fiscal e Responsabilidade Orçamentária A responsabilidade fiscal e orçamentária é um dos pilares mais importantes de uma sociedade que deseja ter um desenvolvimento sustentável no longo prazo, fornecendo condições adequadas de bem estar para sua população. Nosso país nem sempre contou com governos e, naturalmente, com instituições e normas que prezavam por uma responsabilidade fiscal e orçamentária. Com isso, grandes dívidas públicas se formaram e nossa economia ILFRX�GHVHVWDELOL]DGD�SRU�GpFDGDV��RV�DQRV�³SHUGLGRV´�GD�GpFDGD�GH����VmR� um exemplo forte deste cenário). Após muitas experiências dolorosas, nossa sociedade conscientizou- se da necessidade de criar normas e instituições voltadas para a promoção dessa responsabilidade com os recursos públicos. A estabilização monetária dos anos 90, com o Plano Real, deixou patente alguns desequilíbrios fiscais de estados e municípios. O processo 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 95 de saneamento das finanças dos entes subnacionais acabou gerando um contexto adequado para uma nova lei que pudesse estabelecer métodos e práticas voltadas para o equilíbrio das contas governamentais e de uma maior transparência. Esta lei foi a Lei de Responsabilidade Fiscal ± LRF ± que foi sancionada em 2000. Entre outros objetivos desta lei, estão2: racionalizar o processo orçamentário, estimular o planejamento das ações governamentais de longo prazo e tentar minimizar os prejuízos que os interesses político-eleitorais causam ao efetivo atendimento da população pelo setor público. A LRF trouxe diversas restrições e limites em seu corpo. Os principais são3: ¾ Despesa com pessoal; ¾ Montante da dívida pública; ¾ Concessão e ampliação de benefícios tributários; ¾ Limitação da execução da despesa orçamentária em caso de frustração da arrecadação prevista; ¾ Assunção de obrigações no final do mandato. Se é inegável que a nova legislação trouxe uma nova cultura de cuidado com os recursos públicos dentro da máquina estatal (além de ser vista pela população como um normativo importante), também é patente que a lei ainda necessita de ser aplicada em toda sua extensão, além de avaliarmos o que falta ser feito para que ela atinja os objetivos pretendidos por nossa sociedade. Abaixo, veremos os principais tópicos tem funcionado e quais são ainda as lacunas que devem ser solucionadas: Transparência das Informações Um dos principais objetivos da LRF é aumentar a transparência da gestão fiscal e orçamentária para os cidadãos. Para isso, é necessário que as informações fornecidas sejam facilmente compreendidas pelos indivíduos, com uma linguagem clara. 2 (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 3 (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 95 A utilização de critérios e metodologias diferentes de ente para ente, a mudança constante de indexadores, dentre outros fatores, pode dificultar a capacidade dos cidadãos de avaliar a gestão pública. De acordo com Khair et Al4, ³$�GLVSRQLELOLGDGH�GH�LQIRUPDo}HV�FRPSLODGas com base em critérios adequados, seguidos de maneira uniforme por todos os entes públicos, é fundamental não apenas para permitir que os analistas estudem e divulguem a situação fiscal de cada ente, avaliando a gestão de prefeitos, governadores e presidentes, mas também para viabilizar a verificação das regras e limites previstos QD�OHL�´ $�IDOWD�GH�FULWpULRV�SRGH�WDPEpP�VHU�XWLOL]DGD�SDUD�³PDsFDUDU´�FHUWDV� despesas excessivas como outras rubricas, dificultando uma avaliação correta. Para aumentar esta transparência, a LRF criou dois relatórios obrigatórios: o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) e o Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO). Entretanto, uma das mais importantes previsões da LRF não foi criado até o momento ± o Conselho de Gestão Fiscal ± órgão que teria como função acompanhar e avaliar a gestão fiscal dos entes estatais. Este conselho deverá ser uma instância que possa esclarecer e detalhar os procedimentos a serem tomados por todos os entes, facilitando uma padronização dos critérios de contabilização e facilitando o trabalho dos tribunais de contas por todo o país, além dos diversos analistas que se dedicam a analise da gestão fiscal dos entes públicos. Benefícios Tributários e Expansão das Despesas Obrigatórias A LRF criou um normativo que buscou o detalhamento e o controle da renúncia de receita e do comprometimento com despesas de caráter continuado. Através do seu artigo n°14, por exemplo, a LRF estabelece que a concessão de benefícios ou incentivos de natureza tributária deve estar acompanhada da estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois anos seguintes e da 4 (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 95 demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária. Se isso não ocorrer, a concessão deve, alternativamente, estar acompanhada de medidas de compensação da renúncia de receita por meio de aumento da receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. Este dispositivo busca gerar um cuidado maior do gestor público com o planejamento fiscal e tributário, com análises mais técnicas da viabilidade de cada renúncia ou sua compensação com outras receitas. Na realidade, isto quase nunca ocorre da maneira prevista na lei. A medição do impacto de uma renúncia é algo bastante complexo. Como calcular o impacto de uma renúncia de receita que ainda não é gerada efetivamente? Por exemplo, um benefício fiscal para uma empresa fabricante de chips de computador. Isto é principalmente difícil no caso de novas empresas. Ou seja, considere uma empresa que ainda não atua no ente (vamos imaginar, o estado da Bahia) e passa a funcionar lá. O benefício fiscal começa a existir com a empresa passando a operar. Mas antes de sua operação, nenhuma receita existia (a empresa não estava funcionando). Pelo entendimento majoritárioda LRF, todo o benefício concedido para a empresa deveria ser estimado e compensado. Mas existem divergências doutrinárias sobre como isto deveria ser feito na prática. Muitas justificativas são dadas aos órgãos de controle, mas a ferramenta ainda é mal utilizada e o planejamento fiscal ainda não ocorre da maneira originalmente desejada. A própria falta de capacitação dos órgãos executores para executar tais análises compromete esse instrumento. Além disso, os próprios órgãos de controle ainda não estão suficientemente prontos para controlar esse processo de análises. Despesas com Pessoal Uma das maiores preocupações da LRF foi com a despesa de pessoal. Esse é um tipo de despesa que, além de ser substancial para todos os entes estatais, é de difícil alteração no curto prazo. Nossa legislação não permite que o Estado faça demissões em massa como ocorre na iniciativa privada. Além disso, após a contratação de um servidor este provavelmente SHUPDQHFHUi�QD�³IROKD´�SRU�GH]HQDV�GH�DQRV��$VVLP��D�/5)�LQVWLWXLX�OLPLWHV� FRQVLGHUDGRV�³DGHTXDGRV´�SDUD�HVWDV�GHVSHVDV�� 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 95 Os principais aspectos da LRF que se relacionam com a despesa de pessoal são5: ¾ A despesa de pessoal não pode exceder aos seguintes percentuais da receita corrente líquida: 50% para a União e 60% para Estados e Municípios; ¾ Fixação de limites para cada um dos Poderes e para o Ministério Público; ¾ Vedação de aumento de despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao fim do mandato; ¾ Limite prudencial: se a despesa atingir 95% do limite máximo, fica vedada a concessão de vantagens e reajustes salariais, as contratações, etc.; ¾ Prazo de dois quadrimestres para eliminar excesso de despesa com pessoal; ¾ Penalidade para o ente que não se ajustar em dois quadrimestres: não recebe transferência voluntária, não obtém garantia para empréstimos e não contrata operação de crédito. Estas restrições realmente serviram para um comportamento mais responsável de diversos entes com suas despesas de pessoal. As restrições da LRF condicionaram os governantes a não conceder certos aumentos VDODULDLV�HP�pSRFDV�GH�³DSHUWR´�ILVFDO��EHP�FRPR�D�SRVWHUJDU�FRQFXUVRV�H� nomeações. Apesar de certos casos de despesas que extrapolam o limite ainda acontecerem, são poucos casos em comparação com o total de estados e municípios. Uma preocupação que ainda existe é a prática de alguns entes de ID]HU� XPD� ³FRQWDELOLGDGH� FULDWLYD´� SDUD� TXH� R� governo seja enquadrado dentro dos limites da lei. Outra contradição é o aparente conflito de interesses que existe no fato de que os órgãos de controle responsáveis por zelar pelo cumprimento dos limites da lei (Poder Judiciário, Tribunais de Contas, Ministério Públicos, etc.) têm o interesse, de certo modo, de que estes limites não sejam ultrapassados6. Isto decorre do fato de que, o limite do ente estatal sendo ultrapassado, estes próprios órgãos de controle não poderiam conceder aumentos de salários aos seus servidores e nem contratar outros funcionários. 5 (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 6 (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 95 Restos a Pagar De acordo com o artigo n° 42 da LRF, o governante não pode, nos dois últimos quadrimestres do final de seu mandato, assumir novas obrigações sem que tenha disponibilidade de caixa para pagá-las. Obviamente, este GLVSRVLWLYR�EXVFD�HYLWDU�TXH�R�JRYHUQDQWH�³HVWRXUH´� R�FDL[D�GR�JRYHUQR�DV�YpVSHUDV�GD�HOHLomR�H�HQWUHJXH�R�JRYHUQR�³IDOLGR´� para seu sucessor. Esta prática era bastante comum antes da LRF e foi, se não abolida, reduzida. De acordo com a STN7, ³Essa medida produziu efeitos logo após a edição da LRF. Em 1999, último ano antes da entrada em vigor da LRF, os Municípios encerraram o ano com passivo financeiro líquido (conceito similar ao de restos a pagar) de 17,4% da receita corrente líquida. Em 2003, esse passivo havia caído para apenas 1,2% da receita corrente líquida�´ Entretanto, nem tudo são flores. Para evitar serem responsabilizados por estes restos a pagar, muitos governantes passaram a cancelar empenhos de serviços já prestados pelos fornecedores. Assim, apresentavam contas equilibradas aos órgãos de controle ao passar o governo para seu sucessor. O fornecedor, em posse dos documentos que comprovavam seu direito de receber, acaba recorrendo ao MXGLFLiULR�H�JDQKDQGR�D�FDXVD��(VVH�VHULD�XP�³MHLWLQKR´�para burlar a LRF. 2XWUR�³HVTXHPD´�VHULD�VLPSOHVPHQWH�GHL[DU�GH�SUHVWDU�VHUYLoRV�SDUD� a população nos últimos meses antes da transferência do governo. Serviços como limpezas de praças e ruas, seriam descontinuados. O pessoal terceirizado seria demitido (sendo que muitos órgãos seriam impactados diretamente, perdendo grande parte de seu quadro de pessoal). Além disso, contas de água e luz, dentre outros fornecedores frequentes, GHL[DP�GH�VHU�SDJRV�SDUD�TXH�DV�FRQWDV�³IHFKHP´��,VWR�DFDED� gerando um problema pDUD�R�SUy[LPR�PDQGDWiULR��TXH�WHUi�GH�³DUUXPDU�D� FDVD´�TXDQGR�WRPDU�SRVVH�� Dentro deste cenário, acredito que fica claro que a LRF é um grande instrumento, mas que ainda temos que aprimorar a estrutura institucional e legal para que tenhamos uma efetiva responsabilidade fiscal e orçamentária no nosso país. 7 (STN, 2003) apud (Khair, Afonso, & Oliveira, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 95 Ética. A Ética pode ser definida como um estudo ou uma reflexão, científica ou filosófica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas8. De certa IRUPD��D�pWLFD�YHP�GH�³GHQWUR´�GR�VHU�KXPDQR��$VVLP�VHQGR��UHODFLRQD-se com os valores que cada pessoa tem. Já a moral, termo relacionado com a ética (mas não sinônimo, em sentido restrito), é relativa aos costumes e normas de comportamento FRQVLGHUDGRV�FRQVHQVXDLV�QD�VRFLHGDGH�QR�PRPHQWR��2�WHUPR�³PRUDO´�p� derivado do latim (moris���-i�D�SDODYUD�³pWLFD´�p�GHULYDGD�GR�JUHJR�³ethos´�� Os dois conceitos, em sentido amplo, buscam apresentar os comportamentos considerados aceitáveis em uma determinada sociedade e em determinado tempo. Entretanto, em sentido mais restrito, os dois conceitos são distintos. A moral se relaciona, em sentido restrito, com os costumes aceitos em cada sociedade ou grupo humano. Como os costumes mudam, a moral também se altera com o tempo. Por outro lado, a ética refere-se aos conhecimentos advindos da análise do comportamento humano e dos valores morais, enquanto a moral tem por base as regras, a cultura e os costumes seguidos ordinariamente pelo homem, variando com o tempo. Logo, a ética depende do contexto da ação. Assim, o que era considerado imoral no Brasil dos anos 50 (por H[HPSOR��R�EHLMR�PDLV�³FDOLHQWH´�QD�WHOHYLVmR��DWXDOPHQWH�p�FRQVLGHUDGR� aceitável. A mesma dinâmica ocorre quando falamos de sociedades diferentes. Algo pode ser considerado perfeitamente aceitável em uma sociedade e imoral em outros lugares (muitos países proíbem a venda de bebidas alcoólicas, por exemplo). Já a ética, em sentido estrito, p�FRQVLGHUDGD�FRPR�R�³HVWXGR�GD� PRUDO´. Seria, portanto, o estudo dasrazões que levaram certos comportamentos a serem aceitos e quais poderiam ser os comportamentos universalmente aceitáveis. As questões éticas nos envolvem a todo o momento. Quais são os comportamentos aceitáveis em nossa sociedade? Como devemos nos 8 (Valls, 2008) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 95 portar em relação ao próximo ou em nosso trabalho? Todas estas dúvidas estão ligadas ao conceito de ética. Se a ética e a moral (em sentido amplo) estão ligados aos costumes e valores de uma sociedade, não deixam de se transformar quando estes costumes e valores mudam. Assim, a ética (ou a moral) não é uma só, algo universal. É derivada dos valores e costumes de cada sociedade e evolui com o passar do tempo. Por fim, de acordo com Sanchez9��³D ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade". Logo, segundo o autor, confirma-se a relação da moral com a ética. Vamos ver uma questão? 1 - (ESAF - ANEEL ± ANALISTA - 2006) Assinale a opção correta. a) Ética e moral, num sentido amplo, são palavras sinônimas. Referem-se aos valores que regem a conduta humana, tendo caráter normativo ou prescritivo. b) Ética e moral, num sentido amplo, são palavras sinônimas. Referem-se ao estudo dos princípios que explicam regras de conduta consideradas como universalmente válidas. c) A ética, num sentido restrito, está preocupada na construção de um conjunto de prescrições destinadas a assegurar uma vida em comum justa e harmoniosa. d) A ética, num sentido restrito, diz respeito aos costumes, valores e normas de conduta específicas de uma sociedade ou cultura. e) A moral, num sentido restrito, está preocupada em detectar os princípios que regem a conduta humana. A letra A esti�FRUUHWD��$�SDODYUD�³pWLFD´�p�GHULYDGD�GR�WHUPR�JUHJR� ³HWKRV´��DR�SDVVR�TXH�D�SDODYUD�³PRUDO´�p�GHULYDGD�GR�WHUPR�ODWLQR�³PRULV´�� Esses termos são, realmente, muitas vezes utilizados como sinônimos e são, em sentido amplo, conceitos conexos, com uma característica de prescrição. Tanto a ética quanto a moral buscam apresentar os comportamentos considerados aceitáveis em uma sociedade. $� OHWUD� %� HVWi� HUUDGD�� SRLV� R� ³estudo dos princípios que explicam regras de conduta consideradas como universalmente válidas´ diz respeito ao conceito de ética, em sentido restrito. A letra C está incorreta, pois este é o conceito de moral em sentido restrito (e de ética no sentido amplo). Do mesmo modo, a letra D está incorreta. 9 (Vázquez, 2002) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 95 Finalmente, a letra E também está errada. É a ética, em sentido, restrito, que estudará e detectará os princípios que regem a conduta humana. O gabarito é, assim, a letra A. 2 - (FESMIP-BA ± MPE-BA ± ANALISTA ± 2011) Examine as assertivas abaixo. ,��$VVLP�FRPR�D�SDODYUD�³PRUDO´�YHP�GR�ODWLP��PRs, moris), a SDODYUD�³pWLFD´�YHP�GR�JUHJR��HWKRV��H�DPEDV�VH�UHIHUHP�D� costumes, indicando as regras do comportamento, as diretrizes de conduta a serem seguidas. II. A moral social trata dos valores e das normas de conduta que são exigidas do indivíduo para realizar sua personalidade. III. As normas éticas são aquelas que prescrevem como o homem deve agir. IV. A norma ética possui, como uma de suas características, a impossibilidade de ser violada. Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas. a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) II e III. e) II e IV. A primeira frase está correta, pois tanto a ética quanto a moral estão ligadas aos costumes e aos comportamentos esperados em uma sociedade. Já a segunda frase está incorreta, pois a ética não está ligada a este REMHWLYR�GH�TXH�R�LQGLYtGXR�³UHDOL]H�VXD�SHUVRQDOLGDGH´��6H�FDGD�XP�IL]HU�R� TXH�³GHU�QD�WHOKD´��QmR�WHUHPRV�XPD�VRFLHGDGH�pWLFD��QmR�p�PHVPR"�'HVWD� maneira, a terceira frase está certa. A última frase está equivocada, pois a ética pode sim ser violada, não é mesmo? (essa estava de graça...). O gabarito é mesmo a letra B. 3 ± (CESPE - ANTAQ ± TODOS OS CARGOS ± 2014) A ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 95 Vimos que, conforme Sanchez10�� ³D ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade". Logo, segundo o autor, confirma-se a relação da moral com a ética. Gabarito, portanto, questão correta. 4 ± (CESPE - TC-DF - TÉCNICO ± 2014) A ética ocupa-se, independentemente do contexto da ação, da melhor maneira de agir, garantindo os melhores resultados por meio dos princípios que sustentam uma justa ou correta atuação. A ética refere-se aos conhecimentos advindos da análise do comportamento humano e dos valores morais, logo, dependerá do contexto da ação para ocupar-se da melhor maneira de agir. Gabarito, portanto, questão errada. 5 ± (CESPE - TC-DF - TÉCNICO ± 2014) Os valores morais são historicamente construídos pelas sociedades, como forma de organizar a convivência e garantir, tanto quanto possível, o bem- estar do indivíduo consigo mesmo e em suas relações com as outras pessoas. A moral, também conhecida como um conjunto de regras que regem o comportamento de uma pessoa ou coletividade (regras de convívio), sofre alterações ao longo do tempo. Logo, está correto em afirmar que os valores morais são historicamente construídos pelas sociedades e, mesmo que a regra não seja obedecida, sua relevância é conhecida. Gabarito, portanto, questão correta. 6 ± (CESPE - DEPEN ± AGENTE - 2013) A ética refere-se a um conjunto de conhecimentos advindos da análise do comportamento humano e dos valores morais, enquanto a moral tem por base as regras, a cultura e os costumes seguidos ordinariamente pelo homem. A ética representa uma série de conhecimentos do comportamento do homem. Já a moral possui relação com um conjunto de preceitos, culturas e costumes, sendo, portanto, variável. Gabarito, portanto, questão correta. 10 (Vázquez, 2002) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 95 Ética da Convicção e Ética da Responsabilidade Vamos ver agora a diferença entre estes dois tipos de ética: a ética da responsabilidade e a ética da convicção (ou do valor absoluto). Quem criou estes dois conceitos foi Weber. Para ele, a ética da convicção adotaria os valores como absolutos. Desse modo, se temos a vida humana como um valor absoluto, não poderíamos atentar contra a vida em nenhuma situação. O aborto de fetos anencéfalos (que nascem sem cérebro), por exemplo, seria um assassinato para quem se baseia neste tipo de ética. De acordo com o autor, este tipo de ética seria baseado em valores inegociáveis, que deveriam ser cegamente observados por todos os indivíduos. Estes valores seriam observáveis principalmente na religião e na política (entendida como a defesa de ideologias).De acordo com Weber11, "a ética absoluta simplesmente não pergunta quais as consequências. Esse ponto é decisivo" Ou seja, nesWH�WLSR�GH�pWLFD�QmR�SRGHPRV�³QHJRFLDU´�QRVVRV�YDORUHV�� Não importa que o resultado de nossas convicções nos resulte em um cenário catastrófico ± teremos de segui-las! Já a ética da responsabilidade colocaria os valores em um tipo de hierarquia. Nada seria absoluto. O valor da vida, como qualquer outro, teria de ser colocado em análise quanto aos outros valores envolvidos no caso em questão (por exemplo, a vida da mãe). Tivemos esta discussão há pouco na nossa sociedade, não é verdade? De um lado estavam as pessoas que acreditam que o aborto nestes casos não seria aceitável e de outro lado pessoas que pensavam que o melhor seria preservar a mãe nos casos em que a vida da criança seria impossível. Assim, a ética da responsabilidade seria preocupada com os resultados derivados das nossas escolhas. Muitas vezes, temos escolhas que são difíceis e teríamos de escolher visando o melhor resultado final, mesmo que tenhamos de tomar decisões que não nos agradam. A ética da responsabilidade nos levaria a tentar fazer R� ³PHOKRU� SRVVtYHO´��EXVFDU�R�UHVXOWDGR�GH�DFRUGR�FRP�DV�FRQWLQJrQFLDV�GR�PRPHQWR�� Este seria o tipo de ética prevalente nas atividades parlamentares e no ato de governar. 11 (Weber, 1967) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 95 O político poderia ter uma convicção muito grande da importância da defesa do meio ambiente, por exemplo. O problema é que não deteria o poder de, sozinho, definir a política pública para a defesa dos seus interesses. Como depende do apoio de outros parlamentares, este político depende de negociações e deverá fazer concessões para que tenha pelo menos parte do que deseja. Essas concessões são normais no Congresso Nacional. Esse tipo de negociação seria baseado então na ética da responsabilidade. Muitos autores criticam a ética da responsabilidade, que consideram FRPR�D�pWLFD�GR�³RSRUWXQLVPR´�RX�GD�FRQYHQLrQFLD��0DV�:HEHU�HUD�PXLWR� crítico da ética da convicção. Para ele, este tipo de ética teria causado diversas guerras e decisões catastróficas, pois não há preocupação com os resultados finais, apenas em manter vivos os valores. De acordo com Weber12, ³'HYHPRV� VHU� FODURV� TXDQWR� DR� IDWR� GH� TXH� WRGD� conduta eticamente apropriada pode ser guiada por uma de duas máximas fundamentalmente e irreconciliavelmente diferentes: a conduta pode ser orientada para uma "ética das últimas finalidades", ou para uma "ética da responsabilidade". Isso não é dizer que uma ética das últimas finalidades seja idêntica à irresponsabilidade, ou que a ética de responsabilidade seja idêntica ao oportunismo sem princípios. Naturalmente, ninguém afirma isso. Há, porém, um contraste abismal entre a conduta que segue a máxima de uma ética dos objetivos finais ± isto é, em termos religiosos, ³R�FULVWmR�ID]�R�EHP�H�GHL[D�RV�UHVXOWDGRV�DR� 6HQKRU´�± e a conduta que segue a máxima de uma responsabilidade ética, quando então se tem de prestar contas dos resultados previsíveis dos atos cometidos´ Vamos voltar então para o caso dos políticos. De acordo com o autor, a ética da convicção seria seguida pelo político em sua campanha política ± quando defende seus valores arduamente. Já na sua atuação governamental, ele teria de atender a diversos interesses, entrar em acordo com pessoas que não pensam como ele, etc. Assim sendo, acabaria seguindo a ética das responsabilidades. 12 (Weber, 1967) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 95 -i�D�EXURFUDFLD��RV�DJHQWHV�S~EOLFRV��WHULD�³HP�WHRULD´�Ge seguir a ética da responsabilidade. Isto decorre do fato de que a burocracia é baseada no caráter racional-legal. Ou seja, deveria utilizar seus recursos buscando os fins desejados. Na prática, no entanto, o que vemos é que a burocracia ± os agentes públicos ± se apegam demasiadamente as normas legais, aos regulamentos, sem preocupação com os resultados deste comportamento. Vamos ver algumas questões agora? 7 - (ESAF ± TCU - AFC - 2002) A racionalização burocrática consolidou, entre os funcionários do Estado, a ética da convicção, traduzida pelo predomínio de uma visão tecnicista do processo legislativo; já entre os políticos prevalecia a ética das responsabilidades, mais afeita às negociações e soluções de compromisso entre demandas conflitantes. Isso dificultava as relações entre Executivo e Legislativo, gerando conflitos institucionais e paralisia decisória. $�SULPHLUD�SDUWH�GD�IUDVH�HVWi�FRUUHWD��2�SUHGRPtQLR�GH�XPD�³YLVmR� WHFQLFLVWD�GR�SURFHVVR�OHJLVODWLYR´��RX�VHMD��D�LQWHUSUHWDomR�WpFQLFD�GDV�OHLV H[LVWHQWHV�OHYD�D�XPD�³REHGLrQFLD�FHJD´�DRV�UHJXODPHQWRV��(VWH�SRQWR�HVWi� mesmo ligado a uma ética da convicção. A segunda parte da questão também está correta. As negociações políticas no ambiente do parlamento realmente estão inseridas dentro da ética da responsabilidade. Entretanto, a frase final está incorreta. Como a burocracia segue ³ILHOPHQWH´�D�OHJLVODomR��QmR�RFRUUHP�HVWHV�FRQIOLWRV�HQWUH�RV�SROtWLFRV�H�RV� agentes públicos. O gabarito, portanto, é questão errada. 8 - (ESAF ± TCU - AFC - 2002) O caráter racional-legal está diretamente relacionado à ética da convicção ou do valor absoluto. A questão está incorreta porque o caráter racional-legal está ligado a gestão dos recursos na busca dos fins desejados. Se existe uma preocupação central com os resultados, estamos nos referindo a uma ética da responsabilidade ± e não de uma ética da convicção. Dessa forma, o gabarito é questão errada. Código de Ética do Servidor Público Federal 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 95 Continuando, a maioria das questões de concurso sobre este tema se baseia no Decreto 1.171 de 199413. Desta forma, irei comentar o Código de Ética do Servidor Público Federal e algumas questões ligadas a ele, além do Decreto 6.029/200714. Abaixo, deixo o link para quem quiser baixar D�³OHL�VHFD´� Infelizmente, as questões ligadas a este tema são quase todas ³GHFRUHED´��FRPR�LUmR�YHU�DEDL[R��$VVLP�VHQGR��UHFRPHQGR�XPD�OHLWXUD�GR� decreto um pouco antes da prova, para que estes assuntos estejam na ³PHPyULD�TXHQWH´�GH�YRFrV�� Seção I ³Das Regras Deontológicas I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.´ Vejam que, para o código de ética, não basta que o servidor se comporte de modo ético apenas dentro do setor público onde trabalha. É necessário se manter ético também em sua vida privada, pois este representa o serviço público perante a sociedade. Ao dispor que um dos primados é a eficácia, o Código não está querendo impor fazer apenas o que deve ser feito, mas, sim, que o servidor não poderá praticar atos que sejam considerados errados. Por fim,não há hierarquia entre os primados citados. Isto é, a consciência dos princípios morais não se sobressai à eficácia, por exemplo, e vice-versa. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. Esta parte mostra que o servidor público sempre deve estar atento DRV�GHVYLRV�pWLFRV��PHVPR�TXH�YHQKDP�³UHYHVWLGRV´�GH� OHJDOLGDGH��9HMD� como o próximo inciso confirma esta noção: 13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm 14 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 95 III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. Desta forma, não basta ser legal. Deve ser legal e moral ao mesmo tempo. No entanto, o interesse público e o bem comum são a finalidade de qualquer ato administrativo. Por fim, procura-se alcançar o equilíbrio entre a legalidade e a finalidade com o intuito de gerar a consolidação da moralidade do ato administrativo praticado. IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência em fator de legalidade. A moralidade deve ser associada integralmente à legalidade pelo servidor público na prática de um ato administrativo. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. O que o código tenta mostrar nesse inciso é que o servidor público dever prestar um bom trabalho, uma vez que ele também será beneficiado pela qualidade do atendimento da Administração Público, no papel de cidadão. VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. Vejam novamente este noção de que, para o servidor público, a conduta privada integra a vida funcional. Assim sendo, o servidor deve se manter ético em todas as instâncias de sua vida, de modo honesto e íntegro, inclusive quando estiver fora do horário de trabalho ou até de férias. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 95 administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. Vejam que, fora os casos em que a publicidade deve ser resguardada legalmente, este é um requisito de eficácia e moralidade de um ato administrativo. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. Neste caso, o servidor deverá preservar a verdade como forma de evitar qualquer tipo de conduta opressora ou mentirosa, que levaria a corromper a dignidade de uma pessoa ou até mesmo de um país. Dessa forma, nota-se que é permitido que a publicidade seja afastada em casos resguardados pela lei. Entretanto, não é permitido omitir a verdade, ok? IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. Um dos deveres de um servidor publico é o de atender com presteza, prestando as informações requeridas, exceto, claro, aquelas protegidas por sigilo, zelando pela economia de material e conservando o patrimônio público. Da mesma forma, a deterioração de bem público por descuido ou má vontade constitui ofensa ao equipamento e instalações, assim como ao Estado e a todos que se dedicaram para sua construção. Constitui-se, portanto, falta de ética, pois cabe, ao servidor público, zelar tanto pela economia do material, quanto pela conservação do patrimônio público. X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 95 Como vimos, os servidores devem tratar a todos de maneira cortês. Deste modo, não só o descuido com a coisa pública, como os atrasos injustificados são considerados falta de ética. Desta forma, fica proibido o servidor de se ausentar no serviço, sem que o chefe imediato autorize. XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. Um dos deveres de um servidor público é o de cumprir as ordens de seus superiores, a não ser que se mostrem totalmente ilegais. XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. Qualquer servidor público tem como alguns de seus deveres: a assiduidade e a pontualidade. XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade parao crescimento e o engrandecimento da Nação. Estes últimos três incisos tratam do comportamento do servidor perante seus chefes e colegas de trabalho. Assim sendo, deve existir respeito e atenção às ordens dos superiores. Além disso, o servidor não deve se ausentar do serviço sem justificativa, pois isto também é considerado uma atitude antiética. Vamos ver algumas questões sobre este tema? 9 - (CESPE - INPI ± TODOS OS CARGOS ± 2013) O equilíbrio entre o objetivo e o orçamento previsto poderá consolidar a moralidade do ato administrativo na conduta do servidor público. Na verdade, o que o Decreto n° 1.171, de 1994, que aprovou o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, dispôs no inciso III das Regras Deontológicas foi o seguinte: ³,,,�- A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 95 finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato DGPLQLVWUDWLYR´ Dessa forma, podemos perceber que não é o equilíbrio entre o objetivo e o orçamento que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo na conduta do servidor público, mas sim, o equilíbrio entre a legalidade e a finalidade. O gabarito é questão errada. 10 - (CESPE - INPI ± TODOS OS CARGOS ± 2013) Entre os primados maiores, que devem nortear o servidor público no exercício da função, estão o decoro e a eficácia. Pessoal, tais primados estão contidos nas regras deontológicas constantes no Código de Ética do Servidor Público Federal. Tais regras fundamentam-se nos valores morais que o servidor público civil do Poder Executivo Federal deva seguir. Além do decoro e da eficácia, os outros valores seriam: ¾ A dignidade, ¾ O zelo e ¾ A consciência dos princípios morais. Dessa forma, o gabarito é questão correta. 11 - (CESPE - TJ-AC ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± 2012) A conduta do servidor público, no exercício do cargo ou função, ou fora dele, deve orientar-se por valores como dignidade, decoro, zelo, eficácia e consciência dos princípios morais. Essa questão também pode ser respondida com a leitura do inciso I das regras deontológicas do Código de Ética profissional, não vejamos: ³Das Regras Deontológicas I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 95 honra e da tradição dos serviços públicos´. O gabarito, dessa forma, é questão correta. 12 - (FCC ± ALESP ± CONHECIMENTOS GERAIS ± 2010) Ética é o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. A respeito de ética, considere: I. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público. II. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. III. A moralidade na Administração Pública se limita à distinção entre o bem e o mal, não devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. IV. A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. V. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade não deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, embora, como cidadão, seja parte integrante da sociedade. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II, e IV. b) I, III e IV. c) II, III e V. d) II, IV e V. e) III, IV e V. 9HMDP� FRPR� HVWD� TXHVWmR� p� XP� ³FWUO-c ctrl-Y´� GR� 'HFUHWR� ������� Portanto, as duas primeiras frases estão corretas. Na terceira frase, a banca UHWLURX�R�³QmR´�GR�WHUFHLUR�Lnciso. De acordo com o texto legal: III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.´ 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 95 Assim sendo, esta assertiva está incorreta. Já a quarta frase está correta. Entretanto, a quinta frase está errada. O trabalho desenvolvido pelo servidor deve sim ser entendido como acréscimo de seu próprio bem- estar. Desta forma, o nosso gabarito é a letra A. 13 - (CESPE ± STM ± ANALISTA ± 2011) A ausência de publicidade nos atos administrativos enseja, necessariamente, comprometimento ético. (VWD�TXHVWmR�WHP�XPD�³SHJDGLQKD´. O princípio da publicidade tem algumas exceções, como assuntos de segurança nacional. Assim, não é, necessariamente, antiético deixar de tornar público um ato administrativo. O gabarito é questão errada. 14 - (FCC ± ALESP ± CONHECIMENTOS GERAIS ± 2010) Considere as seguintes afirmativas: O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente PORQUE os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. É correto concluir que a) as duas afirmativas são falsas. b) a primeira afirmativa é falsa e a segunda verdadeira. c) a primeira afirmativa é verdadeira e a segunda é falsa. d) as duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. e) as duas afirmativas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. Esta questão nada mais é do que o inciso XI da primeira seção do Decreto 1.171. Veja abaixo o texto original: 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 95 ³XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.´ Como as duas frases da questão estão corretamente descritas, as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. Deste modo, o gabarito é a letra D. 15 - (CESPE ± STM ± ANALISTA ± 2011) Os integrantes da comissão de ética deverão, durante o desempenho das atividades de membro da comissão, se afastar do exercício de outras funções. Questão incorreta! Não existe esta necessidade de afastamento para a participação em uma comissão de ética. O gabarito é questão errada.16 ± (FCC ± DNOCS ± AGENTE ADM ± 2010) No que concerne às Regras Deontológicas estabelecidas no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, é correto afirmar que a) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como obrigação, independentemente do seu próprio bem-estar, já que, como funcionário público, integrante do Poder Executivo, o êxito desse trabalho é requisito essencial à manutenção de seu cargo, não dizendo respeito ao seu patrimônio e a sua vida particular. b) a remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, sendo dissociável de sua aplicação e de sua finalidade. c) a moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. d) toda pessoa tem direito à verdade, sendo que o servidor poderá omiti-la, caso seja contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo da opressão, que 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 95 sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. e) deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, é comum e normal e, portanto, não causa dano moral aos usuários dos serviços públicos e nem mesmo configura atitude contra a ética ou ato de desumanidade. No caso da primeira frase, o êxito de seu trabalho deverá ser considerado seu maior patrimônio, de acordo com o inciso n° 5. Assim VHQGR��D�OHWUD�$�HVWi�HUUDGD��2�HUUR�GD�OHWUD�%�HVWi�QD�SDODYUD�³GLVVRFLiYHO´�� A palavra correta é indissociável. Entretanto, a letra C está correta. Já a letra D é absurda, pois obviamente o servidor não poderá omitir uma informação se for contrária ao interesse do administrado. O mesmo ocorre na letra E, pois a ocorrência de filas e demoras não é normal nem ético. Portanto, o nosso gabarito é mesmo a letra C. Continuando nossa aula, vamos ver mais uma parte do Código de Ética: Seção II Dos Principais Deveres do Servidor Público XIV - São deveres fundamentais do servidor público: a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; O significado da palavra procrastinar nada mais é do que protelar ou demorar. Logo, o ato de procrastinar deve ser evitado e o servidor terá que agir de modo célere, agilizando o atendimento ao usuário de serviço público. c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; Prestem bastante atenção nesta última frase. Entre duas opções, deve ser escolhida aquela mais vantajosa para o bem comum. Portanto, se cair na prova que deverá ser escolhido o melhor para o Estado ou a para 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 95 a Administração Pública ou até mesmo para o órgão em que você trabalha, a questão estará errada, ok? d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; O andamento da gestão de bens, serviços ou direitos de uma coletividade que esteja a cargo de um servidor não pode encontrar resistência que não seja justificada. O retardo no processo ou na execução de serviço deve ser evitado. e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; Busca-se que qualquer usuário de serviço público entenda o que as regras da Administração. Para isso, a linguagem, os símbolos utilizados, devem ser de fácil compreensão por qualquer um. f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; Os valores morais e ideais do comportamento do homem devem ser observados durante o trabalho de um servidor para que ele se paute durante o exercício de sua função. g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; Vejam que, apesar de ter de respeitar a hierarquia, o servidor pode e deve representar contra seus superiores quando estes faltarem com a ética. Vejam como o próximo inciso confirma isso: i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; O servidor deve cumprir as ordens de seu superior hierárquico, a não ser que estejam agindo dentro da ilegalidade. Se isso ocorrer, fica o servidor obrigado a representá-lo contra ilegalidade e abuso de poder, resistindo a qualquer pressão que venha sofrer, de qualquer um, em decorrência de ações aéticas. j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 95 Desta forma, mesmo que em greve, o servidor deve manter os serviços básicos de saúde e segurança pública funcionando adequadamente. l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; Cabe ao servidor público, informar, à autoridade superior, qualquer irregularidade que vier a tomar conhecimento em virtude do cargo em que ocupa. Além da denúncia, ele deverá exigir que alguma providência seja tomada para sanar a irregularidade. n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; O servidor público tem o dever de conservar o patrimônio público e de zelarpela economia do material utilizado durante o expediente. o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; O servidor público deve manter-se atualizado. Para isso, cabe a ele realizar cursos, participar de palestras, ler a legislação atualizada, para se aperfeiçoar e, assim, realizar sua função com maior eficiência. p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função; Até a melhoria dos processos de trabalho está relacionada com o comportamento ético que um servidor deve apresentar. O mesmo ocorre em relação ao vestuário. q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; $TXL�FDEH�R�PHVPR�FRPHQWiULR�GD�DOtQHD�³R´��$WXDOL]DU-se sempre, seja por meio de cursos, seja por meio de leituras sobre legislação vigente. r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; As atividades de um servidor podem sofrer fiscalização de outro órgão desvinculado ao que ele atue. Para tanto, o servidor não pode obstruir o trabalho do colega, devendo facilitar a fiscalização, entregando papelada e documentações solicitadas, permitindo acesso a salas e arquivos necessários para o exercício da função. t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 95 u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; O servidor, obviamente, não pode se utilizar dos poderes e benesses do cargo para benefício próprio. v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. Vamos ver mais uma questão sobre o Código de Ética: 17 - (CESPE - ANVISA ± TÉCNICO ADMINISTRATIVO ± 2007) Por meio do exercício dos princípios e valores morais no trabalho, como ser probo, reto, leal e justo, entre outros, o servidor, além de desenvolver suas capacidades, habilidades e competências, projeta também seus valores éticos. Vejam que as questões da banca são tiradas do Código de Ética. Com a leitura do Decreto, confirmamos tudo o que foi dito no enunciado. Dessa forma, o servidor deverá desempenhar suas atribuições a tempo, com rapidez, perfeição e rendimento, sendo probo, reto, leal e justo, decidindo sempre pela melhor e mais vantajosa opção para o bem comum. O gabarito, portanto, é questão correta. 18 - (CESPE - TJ-RR ± NÍVEL SUPERIOR ± 2012) O servidor público que age contra a injustiça, ainda que em prejuízo próprio, demonstra um comportamento ético. De acordo com o Decreto n° 1.171/1994, servidor público deve ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum. Logo, mesmo que em prejuízo próprio, ele demonstrará um comportamento ético. O gabarito, portanto, é questão correta. 19 - (FCC ± MRE ± OFCHAN ± 2009) NÃO é considerada regra deontológica, dentre outras, destinada ao servidor público civil do Poder Executivo federal: a) A publicidade de todo e qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 95 b) O servidor deve prestar toda a atenção às ordens legais de seus superiores, velando por seu cumprimento e evitando conduta negligente, sendo que o descaso e o acúmulo de desvios revelam imprudência no desempenho funcional. c) Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. d) Toda pessoa tem direito à verdade, motivo pelo qual o servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. e) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina, sendo que tratar mal uma pessoa que paga seus tributos é causa de dano moral. (VWD�TXHVWmR�WHP�XPD�³PDOGDGH´��1D�YHUGDGH��R�~QLFR�HUUR�p�TXH��DR� contrário do que está escrito na letra A, não são todos os atos que devem ser tornados públicos. Como o próprio Decreto descreve, existem situações em que os atos devem ser mantidos em segredo (casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública). Desta forma, o gabarito é a letra A. Vamos continuar com os comentários ao Código de Ética: Seção III Das Vedações ao Servidor Público XV - E vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; O uso do cargo ou função, quando utilizados para obter vantagens para si ou para terceiros, pode ser enquadrado no crime de Corrupção Passiva. b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; Estes primeiros incisos são bastante óbvios e por isso mesmo, não costumam ser muito cobrados. d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 95 O inciso D se refere a atrasos injustificados. Além disso, se o servidor SRGH�DWHQGHU�DR�FLGDGmR�KRMH��QmR�GHYH�GHL[DU�SDUD�DPDQKm��-i�D�OHWUD�³e´ se mostra interessante. De acordo com ela, o servidor não pode deixar de utilizar os avanços científicos ao seu alcance no atendimento do seu dever. f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; Assim sendo, o servidor deve ser imparcial com todas as pessoas com quem se relacionar dentro do trabalho (eu sei, é mais fácil falar do que fazer!). g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquerpessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; O ato de modificar ou adulterar dados de um documento também é crime previsto penalmente. Então muito cuidado, pois, mesmo que não o faça diretamente, só o fato de permitir o acesso para que outro o faça, já é considerado crime. i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos; Estes três últimos itens lidam com desvios penais. Fica tranquilo em entender ser proibição imputada a servidor, não é mesmo? j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; Se o servidor retirar qualquer objeto ou documento ou bem móvel de uma repartição pública, sem autorização, estará incorrendo no crime de Peculato. m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; Se o servidor utilizar informações sigilosas ou privilegiadas que obteve no serviço, ou em função do cargo que ocupe, incorrerá no crime de Violação de sigilo funcional. Pessoal, vira e mexe, vemos denúncias de crimes como este na televisão, não é verdade? n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 95 o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. Vejam novamente que mesmo os atos ocorridos quando o servidor estiver fora do seu trabalho não são permitidos e serão considerados infrações éticas. Vamos a mais algumas questões? 20 - (CESPE - MMA ± ANALISTA AMBIENTAL II ± 2011) As disposições desse código não se restringem à conduta do servidor público no âmbito do local de trabalho e às funções precipuamente exercidas. Nesse código, também constam, entre as vedações que compreende, as que dizem respeito a servidor embriagar-se fora do serviço habitualmente e a ligar seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. O item XV, da seção III do Código de Ética, traz as vedações que o servidor público se submete. Dentre elas, temos a proibição de apresentar- se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente e exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. Dessa forma, observamos que a conduta de um servidor deve ser pautada pela ética, mesmo que não colida com a lei. Portanto, mesmo fora de horário de expediente, o servidor deve manter sua conduta de modo ético, com retidão e transparência. O gabarito, portanto, é questão correta. 21 - (CESPE - IBAMA ± TÉCNICO ADMINISTRATIVO ± 2012) É dever do servidor público atuar em benefício da comunidade, sem levar em conta interesses particulares, seus ou dos cidadãos. O servidor público deve ser impessoal, buscando o bem comum quando da prática de seus atos. Dentro dessa linha, ele não poderá obter qualquer tipo de favorecimento, mesmo que seja pra outra pessoa, em função do cargo que ocupe. Da mesma forma, fica proibido utilizar-se de informações privilegiadas em benefício próprio ou de terceiros, como, por exemplo, comprar títulos públicos, sabendo que eles terão seus valores aumentados por atos do governo nos dias seguinte, dando maiores rentabilidades aos portadores. Assim sendo, o gabarito é questão correta. CAPÍTULO II Das Comissões de Ética 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 95 XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre aética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura. Assim sendo, todos os órgãos e entidades da Administração Federal e até entidades que exerçam atribuições delegadas pelo poder público devem ter uma comissão de ética. XVII - Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e respectivos suplentes, poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de infringência a princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou representações formuladas contra o servidor público, a repartição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis para atender ou resguardar o exercício do cargo ou função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas regularmente constituídas. Portanto, a comissão pode instaurar de ofício um processo para averiguar infrações éticas. Qualquer cidadão, desde que seja identificado, pode representar para a comissão. XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta Ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. A promoção de um servidor poderá estar pautada no relato de conduta dele fornecido pela Comissão de Ética a quem for responsável pelos procedimentos de instrução do ato de promoção. XIX - Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a apuração de fato ou ato que, em princípio, se apresente contrário à ética, em conformidade com este Código, terão o rito sumário, ouvidos apenas o queixoso e o servidor, ou apenas este, se a apuração decorrer de conhecimento de ofício, cabendo sempre recurso ao respectivo Ministro de Estado. Desta forma, o resultado dos processos poderá ser utilizado para instruir processos de promoções, entre outros. Os procedimentos da comissão terão o rito sumário, ou seja, acelerado. XX - Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, poderá a Comissão de Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a Comissão Permanente de Processo Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e, cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, o servidor público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 95 retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará comprometimento ético da própria Comissão, cabendo à Comissão de Ética do órgão hierarquicamente superior o seu conhecimento e providências. Se o caso for grave ou reincidente, a comissão poderá inclusive encaminhar o caso à entidade de classe que o servidor seja inscrito (Por exemplo: o CRO no caso dos servidores que sejam dentistas). XXI - As decisões da Comissão de Ética, na análise de
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