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Organizações Internacionais e Solução de Controvérsias

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Aula 04
Relações Internacionais p/ AFC/CGU - Prevenção da Corrupção e Ouvidoria
Professor: Ricardo Vale
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AULA 04: ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1-Palavras Iniciais 1 
2- Teoria Geral das Organizações Internacionais 2 - 16 
3- Organização das Nações Unidas (ONU) 17 - 34 
4- Meios Pacíficos de Solução de Controvérsias 34 - 50 
5- Lista de Questões e Gabarito 51 - 63 
 
Olá, amigos do Estratégia Concursos! Tudo bem? 
É sempre uma grande satisfação estar aqui com vocês! Dando 
continuidade ao nosso curso, focado no concurso da CGU, estudaremos na aula 
de hoje sobre as Organizações Internacionais e Meios Pacíficos de 
Solução de Controvérsias. 
Boa aula a todos! 
Ricardo Vale 
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
http://www.facebook.com/rvale01 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo!” 
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1- TEORIA GERAL DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: 
1.1- Generalidades: 
Uma das grandes tendências evolutivas do Direito Internacional do 
pós-Segunda Guerra Mundial é a institucionalização, que se caracteriza pelo 
fato de que ele deixa de regular apenas as relações interestatais, tornando-se 
mais presente nas organizações internacionais.1 
A complexidade das relações internacionais advinda da globalização 
gerou nos Estados a percepção de que há problemas comuns da 
humanidade, os quais não podem ser resolvidos por nenhum deles 
isoladamente. Segundo Accioly, as organizações internacionais multiplicam-se 
à medida que aumenta a conscientização a respeito dos problemas 
especificamente internacionais. Tais problemas, por não poderem ser 
enfrentados por um só Estado, exigem a cooperação internacional2. Nesse 
sentido, como forma de dar efetividade aos acordos celebrados, criando 
uma estrutura capaz de monitorá-los, e, ao mesmo tempo, estabelecer um 
foro para discussões, os Estados criam as organizações internacionais. 
Embora as primeiras organizações internacionais tenham surgido no 
século XIX, foi somente a partir da segunda metade do século XX que estas 
começaram a proliferar. Atualmente, as Organizações Internacionais são 
consideradas importantes sujeitos de direito internacional público e sua 
relevância no cenário internacional cresce cada vez mais, fruto do aumento das 
relações internacionais e da cooperação entre os Estados. 
Mas qual seria a definição de organização internacional? 
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 
estabelece um conceito bem simples, segundo o qual as organizações 
internacionais são organizações intergovernamentais. Apesar de não estar 
errado, a doutrina majoritária entende que esse conceito não é suficiente para 
descrever essas entidades. 
Um conceito bem mais complexo nos é apresentado por Mazzuoli, 
segundo o qual organização internacional é uma “associação voluntária de 
Estados, criada por um convênio constitutivo e com finalidades pré-
determinadas, regida pelas normas do direito internacional, dotada de 
personalidade jurídica distinta da dos seus membros, que se realiza em 
organismo próprio, dotada de autonomia e especificidade, possuindo 
ordenamento jurídico interno e órgãos auxiliares, por meio dos quais realiza os 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: 
Editora Revista dos Tribunais, 2010 
2 ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de 
Direito Internacional Público, 17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009 
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propósitos comuns dos seus membros, mediante os poderes próprios que lhes 
são atribuídos por estes.“3 
Bem extenso esse conceito, não é mesmo? De fato, ele é bem 
complexo, mas nos permite identificar as principais características das 
organizações internacionais. São elas: 
1) São associações voluntárias de Estados: As organizações 
internacionais surgem como consequência da manifestação de vontade de 
sujeitos de direito internacional público, isto é, de Estados. Dessa forma, não 
podem ser constituídas de pessoas jurídicas de direito interno, sejam elas 
pessoas físicas ou jurídicas. 
Nesse ponto, deve-se fazer uma distinção entre as organizações 
internacionais e as ONG’s. As ONG’s, embora possam ter forte atuação 
internacional, são pessoas jurídicas de direito interno e podem ter, em sua 
constituição, entes diversos dos Estados. 
2) São criadas por convênio constitutivo: As organizações 
internacionais surgem a partir da celebração de tratados multilaterais, os quais 
são usualmente denominados tratados constitutivos. O tratado constitutivo é o 
que dá vida a uma organização internacional, podendo ser considerado uma 
verdadeira “Constituição” para esse organismo. 
É no tratado constitutivo que se define, dentre outros, a estrutura da 
organização, o processo decisório, os objetivos e as competências dos seus 
órgãos. Para Rezek, a existência de uma organização internacional tem apoio 
no seu tratado constitutivo, cuja principal virtude consiste em haver-lhe dado 
vida.4 
Por vezes, o tratado que institui uma organização internacional lhe 
atribui explicitamente personalidade jurídica de direito internacional. 
Entretanto, isso não é algo que seja obrigatório e a personalidade jurídica das 
organizações internacionais nasce, muitas vezes, de forma implícita, a partir 
da definição de seus órgãos e respectivas competências. Se uma organização 
internacional possui capacidade para celebrar tratados em seu próprio nome, 
existe aí forte indicativo de sua personalidade internacional. 
3) Possuem personalidade jurídica distinta da dos seus 
membros: As organizações internacionais possuem personalidade jurídica 
de direito internacional derivada, já que surgem a partir da vontade de 
alguns Estados, que as criam por meio de um tratado, o qual podemos chamar 
de tratado constitutivo. 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3
!MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: 
Editora Revista dos Tribunais, 2010 
4 REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª ed, rev. e atual. 
São Paulo: Saraiva, 2008 
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Segundo Marcelo Dias Varella, as organizações internacionais 
possuem personalidade internacional objetiva, isto é, oponível a toda a 
sociedade internacional, inclusive para os Estados que dela não são membros.5 
Nesse sentido, considera-se que a existência de uma organização internacional 
independe de seu reconhecimento. 
Em virtude de terem personalidade jurídica própria, as organizações 
internacionais possuem autonomia em suas decisões, as quais são emanadas 
abstraindo-se da vontade individual de cada um de seus membros em prol de 
uma vontade coletiva. Assim, diz-se que as organizações internacionais 
possuem vontade própria, independente da vontade de seus membros. 
Modernamente, as decisões das organizações internacionais são 
consideradas, por parte da doutrina, como fonte do direito 
internacional
público, apesar de não terem sido relacionadas pelo art. 38 do 
Estatuto da CIJ. 
Por possuírem personalidade jurídica de direito internacional, as 
organizações internacionais possuem capacidade para usufruir direitos e 
contrair obrigações no plano internacional. Nesse sentido, possuem 
capacidade para celebrar tratados, a qual está regulada pela Convenção de 
Viena de 1986. 
A atuação no plano internacional dessas organizações não é 
tão ampla quanto a dos Estados soberanos. Enquanto os Estados podem 
celebrar tratados relativamente a qualquer objeto, contanto que este seja lícito 
(que não viole as normas jus cogens), as organizações internacionais detêm 
capacidade convencional restrita, limitada aos objetivos e propósitos para os 
quais foram criadas.6 
As organizações internacionais possuem, ainda, a prerrogativa de 
enviar e receber representantes diplomáticos, isto é, possuem direito de 
legação ativo e passivo. 
4) São instituições permanentes: As organizações internacionais 
são entidades criadas com objetivos determinados em seu tratado constitutivo 
e, portanto, devem ser estruturadas para alcançá-los. Nesse sentido, seria 
incoerente que as organizações internacionais fossem entidades de natureza 
“ad hoc”. Inegavelmente, a estabilidade das relações internacionais reclama a 
existência de instituições permanentes, adequadamente estruturadas para 
alcançar determinados fins. 
Quanto ao seu objeto, as organizações internacionais são 
extremamente heterogêneas, pois não visam a uma finalidade comum. 
Segundo Rezek, seus objetivos variam entre a suprema ambição da ONU – 
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5 VARELLA, Marcelo Dias. Direito Internacional Público, São Paulo: Saraiva, 2009 
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!VARELLA, Marcelo Dias. Direito Internacional Público, São Paulo: Saraiva, 2009!
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manter a paz entre os povos, preservar-lhes a segurança, e fomentar seu 
desenvolvimento econômico – até o modestíssimo objetivo de uma UPU – 
ordenar o trânsito postal extrafronteiras.7 
Analisando-se a estrutura das organizações internacionais, 
percebemos que dois órgãos tem se mostrado essenciais em sua constituição: 
a Assembleia Geral e a Secretaria. 
A Assembleia Geral é o foro onde os Estados-membros participam 
efetivamente da organização internacional, expressando seus pontos de vista 
através do voto. Na Assembleia Geral, são adotadas as decisões mais 
relevantes das organizações internacionais. Este órgão não é permanente, mas 
temporário, reunindo-se ordinariamente – de forma periódica – ou ainda em 
caráter excepcional. 
A Secretaria é o órgão responsável pelo apoio operacional à 
organização internacional. Possui funcionamento permanente e seus 
funcionários estão desvinculados dos seus Estados-membros – princípio da 
neutralidade. 
Logicamente, a estrutura das organizações internacionais é 
definida pelo seu próprio acordo constitutivo, não havendo uma regra 
para determiná-la. Se observarmos, por exemplo, a OMC ou a ONU, veremos o 
quão complexas são suas estruturas institucionais. 
Um órgão que é muito comum em organizações internacionais de 
abrangência universal, como a ONU e a OMC, é um Conselho Permanente, 
que exerce competências executivas e de maneira ininterrupta. Vejamos, por 
exemplo, a OMC! Quando a Conferência Ministerial – que equivaleria a uma 
assembleia geral – não está reunida, suas atribuições são desempenhadas pelo 
Conselho Geral – que se trata de um conselho permanente. 
O Conselho Permanente dessas organizações internacionais pode ser 
integrado por representantes de todos os Estados-membros ou por 
representantes de apenas alguns. O Conselho de Segurança da ONU – que se 
trata de um conselho permanente – é, por exemplo, um órgão formado por 
representantes apenas de alguns Estados-membros. 
Atualmente, é bastante comum que existam, no âmbito de 
organizações internacionais, mecanismos de solução de controvérsias. 
Trata-se da tendência de jurisdicionalização do direito internacional, cujo 
objetivo central é garantir a efetividade das normas jurídicas. A título de 
exemplo, citamos a Corte Internacional de Justiça (no âmbito da ONU), o 
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!REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª ed, rev. e atual. 
São Paulo: Saraiva, 2008 
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Órgão de Solução de Controvérsias (no âmbito da OMC) e a Corte 
Interamericana de Direitos Humanos (no âmbito da OEA).8 
 
1.2- Classificação das Organizações Internacionais: 
As organizações internacionais são entidades com objetivos e áreas 
de atuação diferenciadas. Algumas delas exercem suas funções somente em 
âmbito regional; outras têm alcance universal, não ficando sua atuação 
limitada a uma região. 
Segundo Francisco Rezek9, as organizações internacionais podem ser 
classificadas quanto ao seu alcance e quanto ao seu domínio temático. Quanto 
ao alcance, elas podem ser organizações internacionais de alcance 
universal ou organizações internacionais de alcance regional. 
Organizações internacionais de alcance universal seriam aquelas que 
têm uma propensão para reunir em torno de si a totalidade dos Estados 
soberanos. Como exemplos de organizações internacionais de alcance 
universal podemos citar a ONU (Organização das Nações Unidas), a OMC 
(Organização Mundial de Comércio), a OMA (Organização Mundial de Aduanas) 
e a OIT (Organização Internacional do Trabalho) 
Organizações internacionais de alcance regional, ao contrário, são 
aquelas que reúnem unicamente países de uma determinada região, como por 
exemplo, a OEA (Organização dos Estados Americanos), o BID (Banco 
Interamericano de Desenvolvimento) e o MERCOSUL. 
Quanto ao domínio temático, podemos classificar as organizações 
internacionais em organizações de vocação política ou organizações de 
vocação específica. 
As organizações internacionais de vocação política são aquelas que 
têm como objetivo principal a preservação da paz e segurança mundiais. Como 
exemplos de organizações internacionais de vocação política podemos citar a 
ONU (Organização das Nações Unidas) e a OEA (Organização dos Estados 
Americanos). 
As de vocação específica, por sua vez, seriam aquelas que se ocupam 
de temas mais especializados – finalidade econômica, financeira, cultural ou 
estritamente técnica. Exemplos de organizações internacionais de vocação 
específica seriam a OMC (Organização Mundial de Comércio), a OIT 
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!VARELLA, Marcelo Dias. Direito Internacional Público, São Paulo: Saraiva, 2009!
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!REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª Ed, rev. e atual. 
São Paulo: Saraiva, 2008 
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(Organização Internacional do Trabalho) e a OMA (Organização Mundial de 
Aduanas). 
As organizações internacionais de alcance universal e domínio 
específico são as “agências especializadas” da ONU – UNESCO, UNICEF, 
FAO. Normalmente, os mesmos membros que fazem parte da ONU integram 
também essas organizações internacionais de alcance universal e domínio 
específico, o que permite que decisões tomadas no âmbito da ONU 
estabeleçam diretrizes para essas organizações. Cabe destacar
que as 
agências especializadas da ONU possuem personalidade jurídica de 
direito internacional própria. 
As organizações internacionais de alcance regional e domínio político 
são aquelas que buscam, em escala regional, manter a paz e a segurança 
entre seus membros – OEA (Organização dos Estados Americanos) e OUA 
(Organização da Unidade Africana), por exemplo. 
As organizações internacionais de alcance regional e domínio 
específico seriam as organizações regionais de cooperação e integração 
econômica, como a União Europeia, a ALADI (Associação Latino-Americana de 
Integração), o NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) e o 
MERCOSUL. 
Segundo a classificação de Accioly10, as organizações internacionais 
podem ter objetivos generalizados ou específicos. A ONU seria o melhor 
exemplo de organização de objetivos generalizados, possuindo esfera de 
atuação que se estende a várias áreas diferentes – cooperação econômica, 
social, política e científica. 
Ainda segundo o mesmo autor, as organizações internacionais podem 
classificar-se segundo o seu processo decisório em supranacionais e 
intergovernamentais. Exemplo de organização supranacional é a União 
Europeia, que possui órgãos que proferem decisões que são automaticamente 
vinculantes e obrigatórias para todos os Estados-membros, 
independentemente de ratificação. O MERCOSUL, por sua vez, é uma 
organização intergovernamental, o que resulta no fato de que as decisões de 
seus órgãos deverã ser internalizadas no ordenamento jurídico de todos os 
seus membros para que possam entrar em vigor. 
As organizações internacionais também podem ser classificadas, 
quanto à participação dos Estados, em abertas ilimitadamente (é possível o 
ingresso de qualquer Estado), abertas limitadas (é autorizado o ingresso de 
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Direito Internacional Público, 17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009!
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apenas alguns Estados) ou fechadas (não se permite o ingresso de nenhum 
Estado além dos membros originários). 11 
 
1.3- O processo decisório nas organizações internacionais: 
A tomada de decisões em organizações internacionais é um processo 
diferenciado em relação à tomada de decisões de um país em seu direito 
interno. Ao contrário do que ocorre nos Parlamentos, em que as decisões são 
adotadas normalmente por maioria, no âmbito das organizações 
internacionais, o princípio majoritário nem sempre opera com efetividade.12 
O processo decisório no âmbito das organizações internacionais 
depende do tratado constitutivo de cada uma delas. No âmbito da OMC, 
por exemplo, a regra geral é que as decisões sejam adotadas por consenso. 
Em outras organizações internacionais, o quórum decisório é diverso, conforme 
previsto no tratado constitutivo. 
É interessante observar que o processo decisório previsto no 
tratado constitutivo reflete a estrutura de poder no âmbito da organização 
internacional. Na ONU, por exemplo, os membros permanentes do Conselho de 
Segurança possuem o chamado “direito de veto”, evidenciando uma assimetria 
de poder entre os Estados. Já na OMC, a adoção de decisões mediante 
consenso torna as relações comerciais, a princípio, mais democráticas. 
Nem todas as decisões das organizações internacionais são 
obrigatórias. Existem aquelas que têm caráter facultativo, que 
simplesmente enunciam princípios e planos de ação. Apesar de dotadas de 
força política, as decisões facultativas não têm força jurídica e podem ser 
descumpridas por um Estado-membro sem que isso acarrete responsabilização 
internacional. 
Com efeito, o direito internacional somente é coercitivo e executório 
para aqueles que se submetem à sua jurisdição. Assim, muitas vezes, uma 
decisão é adotada em uma organização internacional pela maioria de seus 
membros, mas aqueles Estados que não são a ela favoráveis, não se deixam 
submeter por tal decisão. 
 
 
 
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Editora Revista dos Tribunais, 2010 
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1.4- Relação entre as organizações internacionais e países: 
Ao contrário dos Estados, que possuem um território, as organizações 
internacionais são, nas palavras de Rezek13, carentes de uma base territorial. 
Nesse sentido, para que possam desempenhar suas atividades, é 
necessário que os órgãos constitutivos das organizações internacionais sejam 
instalados fisicamente no território de algum Estado. Para que a organização 
internacional se instale, no entanto, no território desse Estado, é necessário a 
celebração de um tratado bilateral entre este e a organização, conhecido como 
acordo de sede. Cabe destacar que o acordo sede pode ser celebrado entre a 
organização internacional e qualquer Estado, que não precisa, 
necessariamente, ser um Estado-membro. 
Nada impede que uma organização internacional celebre vários 
acordos de sede e seus órgãos estejam localizados em países diferentes. A 
ONU, por exemplo, celebrou acordos de sede não só com os Estados Unidos – 
onde está localizada sua sede principal -, mas também com a Suíça – o seu 
escritório na Europa está localizado em Genebra – e com os Países Baixos – a 
Corte Internacional de Justiça está instalada em Haia. 
As organizações internacionais possuem privilégios tanto no seu lugar 
de sede quanto no território de outros Estados, sejam estes Estados-membros 
ou não. Os representantes das organizações internacionais gozam de 
privilégios semelhantes àqueles concedidos aos integrantes do corpo 
diplomático de um Estado. Da mesma forma, as instalações e os bens 
móveis das organizações internacionais possuem a garantia de 
inviolabilidade. 
Com relação à imunidade à jurisdição estatal, há uma diferença 
essencial quanto à forma que esta se aplica aos Estados e às organizações 
internacionais. Conforme já estudamos, a doutrina mais moderna considera 
que o Estado somente possui imunidade à jurisdição quanto pratica atos de 
império (e não quando pratica atos de gestão!). Seguindo essa ideia (de 
imunidade relativa), o STF já decidiu que o Estado estrangeiro não goza de 
imunidade à jurisdição brasileira em causas de natureza trabalhista. 
As organizações internacionais também gozam de imunidade à 
jurisdição estatal. No entanto, trata-se aqui de imunidade absoluta, que 
engloba assuntos de natureza trabalhista ou qualquer outro. Dessa forma, no 
caso das organizações internacionais, as causas de natureza trabalhista não 
excepcionam a regra imunizante. Cabe destacar que, ao contrário do que 
ocorre em relação aos Estados – cuja imunidade deriva de regra costumeira -, 
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!REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª ed, rev. e atual. 
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a imunidade das organizações internacionais decorre de seu tratado 
constitutivo ou de tratados bilaterais específicos.14
Quanto à responsabilidade internacional, a doutrina entende que as 
organizações internacionais podem ser responsabilizadas 
internacionalmente em virtude de atos ilícitos. Todavia, ainda hoje há 
dificuldades acerca do tema! 
Para ilustrar tais dificuldades, façamos uma regressão temporal ao 
ano de 1999, quando a OTAN bombardeou Kosovo. Tendo a ex-Iuguslávia 
levado o caso à CIJ, esta Corte declarou a limitação de sua competência 
contenciosa às questões interestatais. Isso resultou na impossibilidade de 
se responsabilizar a OTAN à época. 
No que diz respeito às finanças de uma organização internacional, 
estas resultam de contribuições dos seus Estados-membros. Como regra geral, 
as contribuições dos membros não são iguais, mas obedecem à capacidade 
contributiva de cada um, levando-se em consideração, portanto, a 
capacidade econômica de cada Estado membro. A título de exemplo, enquanto 
os Estados Unidos arcam com cerca de 22% da receita total da ONU, o Brasil 
contribui com aproximadamente 1,6% desse total. 
 
1.5- Admissão e Retirada de membros: 
O tratado constitutivo de uma organização internacional é o 
instrumento hábil para determinar como ocorre a admissão de novos 
membros. Segundo Rezek, três são os aspectos que se deve analisar no que 
diz respeito à admissão de um membro à organização internacional15: 
a) Limites de abertura do tratado constitutivo: muitas 
organizações internacionais admitem membros em virtude de critérios 
geográficos ou geopolíticos. A OEA, por exemplo, somente permite a adesão de 
Estados americanos – critério geográfico. A Liga Árabe, por sua vez, admite 
qualquer Estado árabe – critério geopolítico. Existem organizações 
internacionais que são mais amplas em seus critérios para admissão de novos 
membros, como o caso da ONU, que admite qualquer Estado pacífico que seja 
amante da paz e que aceite as obrigações impostas pela carta, se entenda 
capaz de cumpri-las e esteja disposto a fazê-lo. 
b) Condições de ingresso: o interessado em ingressar em uma 
organização internacional deve manifestar sua vontade de aderir ao seu 
tratado constitutivo. A adesão de um Estado ao tratado constitutivo de uma 
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!REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª ed, rev. e atual. 
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organização internacional deverá ser, em regra, efetuada sem reservas, as 
quais são incompatíveis com o objeto do tratado. Isso porque se um Estado 
adere parcialmente ao tratado constitutivo de uma organização 
internacional, isso gera um desequilíbrio entre os membros, já que é de se 
supor que os pactuantes originários adotaram integralmente o seu texto. 
c) Aceitação da adesão pelos demais membros: se um Estado 
possui os requisitos necessários para aderir a uma organização internacional e 
ainda manifesta sua vontade em fazê-lo, a única pendência que resta é que ele 
seja aceito pelos outros membros. O tratado constitutivo da organização 
internacional define qual é o órgão competente para aceitar a adesão de novos 
membros. Na ONU, a adesão de um Estado ocorre por decisão da Assembleia 
Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança. 
A retirada voluntária de um Estado-membro de uma organização 
internacional, ou seja, a denúncia do tratado constitutivo da organização 
possui dois condicionantes principais: 
a) Aviso prévio da retirada voluntária: entre a manifestação da 
vontade de um Estado em retirar-se da organização internacional e a efetiva 
ruptura do vínculo, existe um lapso temporal. 
b) Atualização de contas: o membro que se retira de uma 
organização internacional não poderá sair devendo alguma coisa. Ele tem que 
regularizar sua situação financeira perante a organização internacional. 
 
1.6- Sanções: 
Se um membro age contrariamente aos princípios e normas de uma 
organização internacional, este deverá ser sancionado. Sua atitude 
desrespeitosa para com a organização e para com os outros membros não 
poderá simplesmente “passar em branco.” 
As formas de sanção são definidas nos acordos constitutivos das 
organizações internacionais e são aplicadas mediante decisão da própria 
organização. Usualmente, são aplicáveis dois tipos de sanções: a suspensão de 
concessões e a expulsão da organização. 
No art. 5º da Carta da ONU, existe a previsão de que um Estado 
tenha os direitos e privilégios decorrentes de sua condição de membro 
suspensos, através de decisão da Assembleia Geral da ONU, mediante 
recomendação do Conselho de Segurança. 
Outra forma de sanção prevista na Carta da ONU se refere à 
suspensão do direito de voto em Assembleia Geral do Estado em atraso no 
pagamento da parcela que deve à receita da organização. 
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Por fim, como exemplo da possibilidade de sanção na forma de 
expulsão, destacamos o art. 6º da Carta da ONU, que estabelece que o 
Estado-membro das Nações Unidas que viole persistentemente os 
princípios contidos na referida Carta, poderá ser expulso da 
organização pela Assembléia Geral, mediante recomendação do 
Conselho de Segurança. 
Vejamos como esse assunto já foi cobrado em prova! 
 
1. (Juiz do Trabalho / TRT 5a Região – 2013) Dada a natureza da 
personalidade jurídica das organizações internacionais, considera-se 
reconhecida sua personalidade mesmo por Estados que não tenham 
ratificado seu tratado constitutivo. 
Comentários: 
A personalidade jurídica das organizações internacionais é objetiva, ou seja, é 
oponível a toda a sociedade internacional, inclusive para aqueles Estados 
que delas não forem membros (não tiverem ratificado seu tratado 
constitutivo). Questão correta. 
2. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003)- As organizações 
internacionais exprimem vontade própria – distinta da de seus 
Estados-membros –ao agir nos domínios em que desenvolve sua ação. 
Tal se dá tanto nas relações com seus membros, quanto no 
relacionamento com outros sujeitos do direito internacional. 
Comentários: 
As organizações internacionais possuem personalidade jurídica de 
direito internacional distinta da dos Estados que a integram. Dessa forma, 
também exprimem sua vontade de forma autônoma, independentemente da 
vontade de seus membros. Questão correta. 
3. (Instituto Rio Branco- 2010)- Em atendimento ao princípio da 
igualdade soberana dos Estados, toda decisão de uma organização 
internacional deve ser adotada por unanimidade ou consenso. 
Comentários: 
Nem todas as decisões das organizações internacionais são tomadas 
por unanimidade ou por consenso. É possível que elas sejam adotadas por 
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maioria ou, ainda, por quórum diverso, previsto em seu tratado constitutivo. 
Dessa forma, a questão está errada. 
4. (Consultor Legislativo / Senado Federal- 2002)- Desprovidas de 
base territorial, as organizações internacionais pactuam acordos de 
sede com os Estados-membros, passando, automaticamente, a gozar 
de imunidades e privilégios semelhantes àqueles dispensados ao corpo 
diplomático e às instalações de um Estado soberano. 
Comentários: 
Os acordos de sede
podem ser celebrados com qualquer Estado, 
inclusive um não-membro. Questão errada. 
5. (Consultor Legislativo / Senado Federal- 2002)- Toda 
organização internacional tem seu próprio conjunto de regras jurídicas 
internas, do mesmo modo que o Estado soberano tem seu próprio 
direito nacional. Todavia, o fundamento jurídico desse conjunto de 
regras está nos tratados constitutivos das referidas organizações. 
Comentários: 
As organizações internacionais têm suas origens em um tratado 
constitutivo, que define o seu conjunto de regras jurídicas internas. Assim, o 
tratado constitutivo funciona como se fosse um “regimento interno”, dispondo 
sobre a estrutura institucional da organização internacional, competências dos 
órgãos, processo decisório, admissão e retirada de membros, sanções, etc. A 
questão está, portanto, correta. 
6. (Instituto Rio Branco- 2010)- O MERCOSUL é uma organização 
dotada de personalidade jurídica de direito internacional. 
Comentários: 
De fato, o MERCOSUL é uma organização internacional dotada de 
personalidade jurídica de direito internacional. Destaque-se que a 
personalidade jurídica foi expressamente atribuída ao MERCOSUL pelo 
Protocolo de Ouro Preto. Questão correta. 
7. (Consultor Legislativo / Senado Federal- 2002)- Em face do 
desenvolvimento historicamente constatado das organizações 
internacionais na sociedade internacional, tende-se a considerar seus 
atos decisórios como fontes do direito das gentes, na medida em que 
criem direitos e obrigações no âmbito de sua atuação. 
Comentários: 
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As decisões das organizações internacionais são modernamente 
conhecidas pela doutrina como fontes do direito internacional público. Como 
exemplo, citamos as Resoluções da ONU e da OIT. Questão correta. 
8. (Instituto Rio Branco- 2010)- Todos os atos adotados no seio de 
uma organização internacional são juridicamente obrigatórios para 
seus Estados-membros; caso violados, podem acarretar a 
responsabilidade internacional do Estado. 
Comentários: 
Algumas decisões tomadas por organizações internacionais têm 
caráter facultativo e não vinculam juridicamente seus membros. Questão 
errada. 
9. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados - 2002)- As 
organizações internacionais são instituídas por meio de um tratado 
multilateral, denominado tratado constitutivo, que em geral estabelece 
os objetivos e as regras para a instituição dos principais órgãos e 
dispõe sobre os direitos e deveres dos Estados-membros. 
Comentários: 
O que dá vida à organização internacional, estabelecendo seus 
objetivos e regras gerais é o tratado constitutivo. Questão correta. 
10. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados - 2002)- As 
organizações internacionais dispõem, necessariamente, de uma única 
sede, estabelecida por meio de tratado bilateral com um dos Estados-
membros, denominado acordo da sede. 
Comentários: 
As organizações internacionais podem ter várias sedes, celebrando 
acordos de sede com vários Estados. Questão errada. 
11. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados - 2002)- Às 
organizações internacionais são concedidos privilégios e imunidades 
similares aos dos Estados. 
Comentários: 
As organizações internacionais, assim como os Estados soberanos, 
possuem imunidade de jurisdição e de execução. A única diferença é que, 
enquanto a imunidade estatal deriva de regra de direito costumeiro, a 
imunidade das organizações internacionais advém de um tratado específico. A 
questão está, portanto, correta. 
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12. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados - 2002)- A receita 
das organizações internacionais resulta basicamente das contribuições 
(cotizações) dos Estados-membros, estabelecidas de acordo com o 
princípio da capacidade contributiva. 
Comentários: 
As finanças de uma organização internacional resultam das 
contribuições dos Estados-membros. Como regra geral, cada Estado-membro 
contribui de forma compatível com sua capacidade econômica, ou seja, as 
contribuições são estabelecidas pelo princípio da capacidade contributiva. 
Questão correta! 
13. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2002)- Em 
razão de sua própria natureza, as organizações internacionais não 
estão sujeitas a ação de responsabilidade internacional. 
Comentários: 
As organizações internacionais podem sim ser responsabilizadas 
internacionalmente pela prática de ilícitos internacionais. Questão errada. 
14. (Juiz do Trabalho / TRT- 5ª Região-2006)- As organizações 
internacionais são associações voluntárias de sujeitos de direito 
internacional, constituídas por atos internos de cada sujeito. 
Comentários: 
As organizações internacionais não são pessoas jurídicas de direito 
interno, mas sim possuem personalidade jurídica de direito internacional, 
sendo criados por meio de um tratado constitutivo. Questão errada. 
15. (Juiz Federal / TRF- 1ª Região-2009) As imunidades de jurisdição 
e execução de organizações internacionais têm base no direito 
costumeiro. 
Comentários: 
As imunidades de jurisdição e execução dos Estados é que tem base 
no direito costumeiro. As imunidades das organizações internacionais estão 
previstas em seu tratado constitutivo ou em tratados bilaterais específicos. 
Questão errada. 
16. (Juiz Federal / TRF- 1ª Região-2009) Organizações internacionais 
não podem ser responsabilizadas diretamente por seus atos. 
Comentários: 
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As organizações internacionais, enquanto sujeitos de direito 
internacional público, podem sim ser responsabilizadas por seus atos. Questão 
errada. 
17. (Questão Inédita)- Assinale a alternativa correta sobre 
organizações internacionais: 
a) A ONU é uma organização internacional de alcance universal e domínio 
específico, qual seja garantir a paz e segurança internacionais. 
b) A Assembleia Geral é um órgão permanente presente nas organizações 
internacionais onde os Estados-membros manifestam suas vontades mediante 
voto. 
c) As organizações internacionais possuem imunidade de jurisdição no país 
onde têm sede, inclusive nas causas de natureza trabalhista. 
d) Uma organização internacional só passa a ter personalidade jurídica quando 
há previsão expressa no seu tratado constitutivo. 
e) Os Estados-membros contribuem, como regra geral, de forma igualitária 
para a receita das organizações internacionais. 
Comentários: 
A letra A está errada porque a ONU é uma organização internacional 
de alcance universal e domínio político. Organizações com domínio específico 
seriam aquelas que se especializam em uma determinada matéria, como, por 
exemplo, a OIT, que trata especificamente das questões trabalhistas. 
A letra B está errada porque a Assembleia Geral é um órgão 
temporário, que se reúne em sessões ordinárias e extraordinárias. 
A letra C está correta! As organizações internacionais possuem 
imunidade à jurisdição estatal, inclusive nas questões trabalhistas. Os Estados, 
ao contrário, possuem imunidade de jurisdição, mas não em relação às 
questões trabalhistas. Esse inclusive é o entendimento da jurisprudência do 
STF sobre o assunto. 
A letra D está errada, porque uma organização internacional possui 
personalidade jurídica independentemente
de expressa previsão no seu tratado 
constitutivo. 
A letra E está errada porque cada Estado-membro contribui para a 
receita das organizações internacionais na medida de sua capacidade 
econômico-financeira em respeito ao princípio da capacidade contributiva. 
 
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2- ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU): 
A Organização das Nações Unidas surgiu após a Segunda Guerra 
Mundial para substituir a Liga das Nações, organização internacional que 
funcionou em Genebra após a Primeira Guerra Mundial. 
Era totalmente natural que, após um período de tantos flagelos como 
a 2ª Guerra Mundial, os países se reunissem em torno de uma organização que 
buscasse a paz e a harmonia internacional. 
Assim surgiu a ONU, que nada mais é do que uma associação de 
Estados reunidos com os seguintes objetivos: 
1- Manter a paz e a segurança internacionais. 
2-Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no 
respeito ao princípio da igualdade e de autodeterminação dos povos. 
3-Conseguir uma cooperação internacional para resolver os 
problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário 
e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e as 
liberdades fundamentais para todos. 
4-Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a 
consecução desses objetivos. 
O estatuto da ONU é a Carta das Nações Unidas, assinada em São 
Francisco em 26 de junho de 1945. Segundo o referido diploma, poderão ser 
admitidos como membros todos os Estados “amantes da paz” que aceitem as 
obrigações contidas na Carta e que a juízo da Organização estiverem aptos e 
dispostos a cumprir tais obrigações. 
A personalidade jurídica da ONU não está prevista em sua 
carta constitutiva, tendo sido reconhecida pelo Parecer Consultivo da CIJ 
de 1949, no conhecido caso do conde Folke Bernadotte. Na oportunidade, a 
CIJ reconheceu que a ONU possuía personalidade jurídica de direito 
internacional e, portanto, gozava de legitimidade para pleitear reparação de 
danos em razão do assassinato do seu representante no Oriente Médio, o 
conde Folke Bernadotte. 
Quanto às formas de sanção no âmbito da ONU, podemos apresentar 
três situações diferentes; 
1) Quando um membro violar persistentemente os princípios 
da Carta da ONU, poderá ser expulso pela Assembléia Geral, mediante 
recomendação do Conselho de Segurança. 
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2) Suspensão do exercício dos direitos e privilégios de 
membro pela Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho 
de Segurança: quando for levada a efeito ação preventiva ou coercitiva por 
parte do Conselho de Segurança. 
3)- Suspensão do direito de voto em Assembléia Geral : quando 
um Estado estiver em atraso no pagamento da parcela que deve à receita da 
organização. Atrasou o pagamento, não vai poder votar! 
São seis os órgãos especiais das Nações Unidas: Assembléia Geral, 
Conselho de Segurança, Corte Internacional de Justiça, Secretariado, Conselho 
Econômico e Social e o Conselho de Tutela. A seguir, falaremos um pouco 
sobre as funções e atribuições de cada um desses órgãos: 
 
2.1- Assembléia Geral: 
A Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) é o órgão 
intergovernamental, plenário e deliberativo da Organização das Nações Unidas, 
sendo composto por todos os países membros, cada um com direito a um 
voto. 
A Assembléia Geral se reúne em sessões ordinárias, uma vez por 
ano, e em sessões extraordinárias, quando as circunstâncias o exigirem. As 
sessões extraordinárias são convocadas pelo Secretário-Geral, a pedido do 
Conselho de Segurança ou da maioria dos estados-membros. 
O processo decisório na Assembléia Geral ocorre da seguinte 
maneira: 
1) Decisões tomadas pela maioria simples dos membros presentes 
e votantes. 
2) Questões Importantes: 2/3 dos membros presentes e votantes. 
Observe que, no âmbito da Assembleia Geral da ONU, cada Estado-
membro tem direito a um voto, o que é decorrência da aplicação do 
princípio da igualdade entre os Estados. 
A Assembléia Geral das Nações Unidas é o órgão encarregado das 
seguintes funções: 
- Discutir e fazer recomendações sobre qualquer assunto dentro das 
finalidades da ONU. 
- Considerar princípios gerais de cooperação na manutenção da paz e 
segurança internacionais 
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- Elaborar recomendações sobre a solução pacífica de qualquer litígio 
internacional. 
- Aprovar o orçamento da ONU. 
- Eleger os membros não-permanentes do Conselho de Segurança da 
ONU. 
 
2.2- Conselho de Segurança: 
O Conselho de Segurança da ONU possui 10 membros não 
permanentes e 5 membros permanentes (China, Estados Unidos, França, 
Reino Unido e Rússia). Os membros não-permanentes do Conselho de 
Segurança são eleitos pela Assembleia Geral e cumprem um mandato de dois 
anos. 
As decisões do Conselho de Segurança da ONU poderão ser 
processuais e não-processuais. 
Nas decisões não-processuais, assim consideradas as decisões 
mais importantes, exige-se o voto afirmativo de 9 (nove) dos 15 (quinze) 
membros do Conselho de Segurança da ONU, sendo que deverão estar 
incluídos os votos afirmativos de todos os membros permanentes. Os membros 
permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e 
Reino Unido) detêm, portanto, o chamado “direito de veto”. O “direito de 
veto” é prerrogativa única dos membros permanentes do Conselho de 
Segurança, podendo qualquer um deles impedir a adoção de uma decisão, se 
opondo à maioria ou unanimidade dos outros membros. 
Nas decisões processuais, por sua vez, exige-se tão somente o 
voto afirmativo de 9 (nove) dos 15 (quinze) membros do Conselho de 
Segurança da ONU, não havendo nestas o direito de veto pelos membros 
permanentes. 
O processo decisório no âmbito do Conselho de Segurança está 
definido no art.27 da Carta da ONU: 
Artigo 27 
1. Cada membro do Conselho de Segurança terá um voto. 
2. As decisões do conselho de Segurança, em questões 
processuais, serão tomadas pelo voto afirmativo de nove 
Membros. 
3. As decisões do Conselho de Segurança, em todos os outros 
assuntos, serão tomadas pelo voto afirmativo de nove membros, 
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inclusive os votos afirmativos de todos os membros permanentes, 
ficando estabelecido que, nas decisões previstas no Capítulo VI e 
no parágrafo 3 do Artigo 52, aquele que for parte em uma 
controvérsia se absterá de votar. 
As decisões do Conselho de Segurança da ONU são 
obrigatórias, vinculando todos os membros das Nações Unidas 
independentemente de seu consentimento. Todavia, elas não podem 
violar a própria Carta da ONU e as normas imperativas de direito internacional 
(jus cogens). A apreciação da licitude das resoluções do Conselho de 
Segurança pode ser feita pela Corte Internacional de Justiça ou, ainda, por 
outros tribunais internacionais. 
De acordo com o art.39 da Carta da ONU, o Conselho de Segurança 
determinará a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de 
agressão, e fará recomendações ou decidirá que medidas deverão
ser tomadas 
a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. 
A Carta das Nações Unidas tem como um de seus princípios basilares 
a solução pacífica de controvérsias. A autorização do uso da força armada 
pelo Conselho de Segurança da ONU somente ocorrerá quando as medidas de 
caráter pacífico se revelarem inadequadas ou insuficientes. 
O uso da força é admitido em direito internacional somente em 
situações excepcionais: em caso de legítima defesa ou de segurança 
coletiva. A primeira está prevista no art. 51 da Carta da ONU, que estabelece 
que um Estado poderá agir em legítima defesa, individual ou coletiva, quando 
ocorrer um ataque armado. A segunda, por sua vez, está prevista nos art. 42 
da Carta da ONU. 
A legítima defesa possui limites definidos pela Carta da ONU, 
pressupondo 4 (quatro) condicionantes16: 
- Uma agressão atual ou iminente: agressão não precisa, 
necessariamente, já ter ocorrido. Uma agressão pode ser considerada iminente 
quando há fortes indícios de que ela está prestes a ocorrer. 
- Uma resposta proporcional ao ataque 
- A comunicação imediata do ato ao Conselho de Segurança da ONU. 
- A limitação da resposta até que o Conselho de Segurança tome 
medidas efetivas para o estabelecimento da paz e da segurança internacional. 
A segurança coletiva, por sua vez, é prevista em três situações 
diferentes: ameaça à paz internacional, ruptura da paz e diante de atos 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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de agressão17. Prevê a Carta da ONU uma gradação das ações para a 
resolução do conflito, iniciando pelas negociações e passando a outras formas 
de pressão não-militares - isolamento do Estado, interrupção do comércio e 
das relações diplomáticas, como exemplo. O uso da força armada, por meio do 
envio de tropas, é o último recurso admitido. 
Artigo 42 
No caso de o Conselho de Segurança considerar que as medidas 
previstas no Artigo 41 seriam ou demonstraram que são 
inadequadas, poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas, 
navais ou terrestres, a ação que julgar necessária para manter ou 
restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal ação poderá 
compreender demonstrações, bloqueios e outras operações, por 
parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos Membros das 
Nações Unidas. 
 
2.3- Corte Internacional de Justiça: 
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o principal órgão judiciário 
das Nações Unidas e tem como competência central solucionar controvérsias 
entre seus Membros. 
A CIJ será composta de um corpo de juízes independentes, eleitos 
sem atenção à sua nacionalidade, dentre pessoas que gozem de alta 
consideração moral e possuam as condições exigidas em seus respectivos 
países para o desempenho das mais altas funções judiciárias ou que sejam 
jurisconsultos de reconhecida competência em direito internacional (art.2º do 
Estatuto da CIJ). 
 
Se a banca examinadora disser que a Corte Internacional 
de Justiça é o único órgão judiciário das Nações Unidas, 
ela estará tentando te enganar. A CIJ não é o único 
órgão judiciário da ONU, mas sim o principal órgão 
judiciário das Nações Unidas. 
Segundo o art. 3º do Estatuto da CIJ, a Corte será composta por 
quinze membros, não podendo figurar entre eles dois nacionais do 
mesmo Estado. Cabe destacar que um juiz da mesma nacionalidade que 
uma das partes na controvérsia conserva o direito de nela atuar. No entanto, 
se isso ocorrer, a outra parte poderá escolher uma pessoa para atuar como 
juiz. Assim, se houver uma controvérsia entre Brasil e Argentina, um juiz 
brasileiro integrante da CIJ poderá participar do julgamento. Entretanto, a 
Argentina terá o direito de escolher alguém para atuar como juiz. Se entre os 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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!VARELLA, Marcelo Dias. Direito Internacional Público, São Paulo: Saraiva, 2009!
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juízes da Corte nenhum for nacional dos Estados litigantes, cada um dos 
Estados tem o direito de escolher um juiz. 
A CIJ tem competência para apreciar todos os litígios que a ela forem 
submetidos, assim como todos os assuntos previstos na Carta das Nações 
Unidas e nos tratados e convenções vigentes. No desempenho de suas 
atribuições, a Corte Internacional de Justiça irá aplicar normas de 
direito internacional aos casos em concreto. 
Somente os Estados poderão submeter uma controvérsia à 
Corte Internacional de Justiça, não podendo uma organização internacional 
postular perante este órgão. 
Podemos dividir a competência da Corte Internacional de Justiça em 
duas: competência contenciosa e competência consultiva. 
1- Competência contenciosa: por meio desta competência, a CIJ 
delibera sobre litígios que a ela tiverem sido encaminhados. Esse é o 
entendimento do art.38 do Estatuto da CIJ, que determina que compete à CIJ 
decidir, de acordo com o direito internacional, as controvérsias que lhe 
forem submetidas. 
 
 1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito 
internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, 
aplicará: 
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que 
estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados 
litigantes; 
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral 
aceita como sendo o direito; 
c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações 
civilizadas; 
d) sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias 
e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, 
como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de 
decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto 
concordarem. 
Um exemplo de uma controvérsia submetida à apreciação da CIJ seria 
a situação em que um país A é vítima de agressão armada por parte do país B 
e alega que isso representa uma violação à sua soberania e integridade 
territorial, o que é contrário à Carta das Nações Unidas. Outro exemplo seria 
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se um país A e um país B discordassem quanto aos limites de suas fronteiras 
marítimas. Citamos ainda como exemplo a demanda apresentada à CIJ pelo 
Equador contra a Colômbia devido à pulverização aérea de herbicidas tóxicos 
na fronteira entre os dois países. 
A competência da CIJ abrange todas as questões que as partes 
lhe submetam, bem como todos os assuntos especialmente previstos 
na Carta das Nações Unidas ou em tratados e convenções em vigor. 
Dessa forma, não interessa se a controvérsia gira em torno de tratados 
comerciais ou tratados ambientais. 
Em razão do princípio da soberania, não há obrigatoriedade de 
que os Estados se submetam à jurisdição da Corte Internacional de 
Justiça, ou seja, é decisão de cada um deles se submeter ao sistema 
jurídico internacional. Essa falta de competência compulsória da CIJ está 
prevista, inclusive, no art.36, parágrafo 2º do Estatuto da referida corte, que 
diz o seguinte: 
2. Os Estados, partes do presente Estatuto, poderão, em 
qualquer momento, declarar que reconhecem como 
obrigatória, ipso facto e sem acordos especiais,
em relação a 
qualquer outro Estado que aceite a mesma obrigação, a 
jurisdição da Corte em todas as controvérsias de ordem 
jurídica que tenham por objeto: 
a) a interpretação de um tratado; 
b) qualquer ponto de direito internacional; 
c) a existência de qualquer fato que, se verificado, constituiria 
violação de um compromisso internacional; 
d) a natureza ou extensão da reparação devida pela ruptura de 
um compromisso internacional. 
A interpretação que se deve fazer do art. 36,§ 2º é a de que cada 
Estado tem autonomia para definir se reconhece ou não como obrigatória a 
jurisdição da Corte Internacional de Justiça (CIJ). Caso reconheça, dizemos 
que este Estado aderiu à “cláusula facultativa de jurisdição obrigatória”. 
A partir daí, ele se submete automaticamente à jurisdição da CIJ. 
“Entendi, Ricardo! Mas e se um Estado não aderir a essa cláusula, o 
que acontece?” 
Ótima pergunta, meu amigo! Nessa situação, o Estado terá que 
declarar sua submissão à jurisdição da CIJ caso a caso. É o que acontece 
com o Brasil, que não aderiu à “cláusula facultativa de jurisdição obrigatória”. 
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Segundo Accioly18, percebe-se nesse dispositivo do Estatuto da CIJ a 
“claúsula opcional” de competência, que consiste em uma declaração de cada 
Estado em que são estipulados os limites em que reconhece a compulsoriedade 
da CIJ, bem como as áreas em que não reconhece a competência da Corte. 
As decisões da CIJ somente serão obrigatórias para as partes 
litigantes e a respeito do caso em questão, ou seja, não possuem eficácia 
erga omnes, ficando limitadas ao caso em concreto. A sentença proferida 
pela Corte é definitiva e inapelável. Podem, entretanto, existir dúvidas 
quanto ao sentido e ao alcance da sentença, o que deverá ser 
interpretado pela Corte mediante pleito de qualquer das partes na 
controvérsia. 
2-Competência consultiva: a Corte Internacional de Justiça possui 
também competência para emitir parecer consultivo sobre questões de direito 
internacional. As questões sobre as quais for pedido o parecer consultivo da 
Corte serão a ela submetidas por meio de petição escrita, que deverá conter 
uma exposição do assunto sobre o qual é solicitado o parecer e será 
acompanhada de todos os documentos que possam elucidar a questão. Quem 
possui legitimidade para solicitar uma opinião consultiva à CIJ são os 
órgãos da ONU e as organizações internacionais do Sistema ONU. Na 
maior parte das vezes, quem solicita esse parecer consultivo é a Assembléia 
Geral da ONU. 
Segundo Accioly19, o procedimento para se requerer um parecer 
consultivo à Corte é bem mais simples que o procedimento contencioso, 
bastando três requisitos: 
- a pergunta à Corte deverá versar sobre direito internacional; 
- a pergunta deve ser feita de forma clara e objetiva; e 
- a entidade que faz a consulta deve ser habilitada a fazê-lo. 
Destaque-se que os pareceres da CIJ não são obrigatórios, 
sendo apenas indicativos da posição da Corte no exame de um caso concreto a 
ser apreciado no futuro. Os Estados e organizações internacionais podem 
ser admitidos no processo na condição de amicus curiae, apresentando 
exposições escritas e orais. 
 
 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
18
! ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de 
Direito Internacional Público, 17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009!
19
! ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de 
Direito Internacional Público, 17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009!
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2.4- Secretariado: 
O Secretariado da ONU tem sua sede em Nova York, sendo o órgão 
administrativo dessa organização internacional. Compõe-se de um Secretário 
Geral e do pessoal exigido pelos trabalhos da organização. 
O Secretário Geral é o principal funcionário administrativo da 
organização, sendo indicado pela Assembléia Geral, mediante recomendação 
do Conselho de Segurança. O Secretário-Geral poderá chamar a atenção do 
Conselho de Segurança para qualquer assunto que em sua opinião possa 
ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais. 
De acordo com o art.102 da Carta da ONU, todo tratado e acordo 
internacional concluído por qualquer membro das Nações Unidas 
deverá ser registrado e publicado pelo Secretariado dentro de prazo o 
mais breve possível. O registro e publicação de um tratado no Secretariado 
da ONU, além de contribuir com a transparência da prática convencional, é 
condição sine qua non para que se possa invocar o texto do tratado perante 
qualquer órgão das Nações Unidas. 
 
2.5- Conselho Econômico e Social: 
O Conselho Econômico e Social é composto por 54 membros eleitos 
pela Assembléia Geral. Possui as seguintes atribuições: 
- Elaborar estudos e relatórios a respeito de assuntos internacionais 
de caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitários e conexos. No 
que diz respeito a esses assuntos, poderá fazer recomendações à Assembléia 
Geral, aos membros das Nações Unidas e às agências especializadas. 
- Poderá fazer recomendações no que diz respeito às questões 
relacionadas ao respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais. 
- Poderá preparar projetos de convenções a serem submetidos à 
Assembléia Geral sobre assuntos de sua competência. 
-Poderá convocar conferências internacionais sobre assuntos de sua 
competência. 
 
2.6- Conselho de Tutela: 
Segundo o que se depreende da Carta das Nações Unidas, o Conselho 
de Tutela é o órgão das Nações Unidas a quem cabia a supervisão da 
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administração dos territórios que se encontravam sob o regime de tutela 
internacional. 
Atualmente, como não mais existem territórios sob tutela, o Conselho 
de Tutela não mais exerce suas atribuições, embora ainda exista formalmente. 
 
18. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) A ONU, 
instituída pela Carta de São Francisco, em 1945, ao final da Segunda 
Guerra Mundial, resultou do primeiro projeto de criação de uma 
organização internacional. 
Comentários: 
De fato, a ONU foi criada após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, não se 
pode afirmar que ela resultou do primeiro projeto de criação de organização 
internacional. Antes da ONU, há haviam sido criadas outras organizações 
internacionais, como é o caso da Liga das Nações (sua antecessora) e a OIT 
(Organização Internacional do Trabalho). Questão errada. 
19. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) 
Conforme dispõe a Carta das Nações Unidas, a qualificação de um voto 
para cada Estado nacional na Assembleia Geral das Nações Unidas 
constitui uma forma de aplicação do princípio da igualdade entre os 
Estados. 
Comentários: 
Na Assembleia Geral da ONU, cada Estado tem direito a um voto, o que 
denota a aplicação do princípio da igualdade entre os Estados. Questão 
correta. 
20. (AFC-TCU/2000) As decisões não processuais do Conselho de 
Segurança da Organização das Nações Unidas – ONU serão tomadas 
pelo voto afirmativo: 
a) dos membros permanentes do Conselho de Segurança 
b) dos Estados-Membros da ONU 
c) de 2/3 dos Estados-Membros presentes e votantes 
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d) de nove membros, inclusive os votos afirmativos de todos os membros 
permanentes. 
e) dos sete países mais desenvolvidos 
Comentários: 
Os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (E.U.A, 
Reino Unido, França, Rússia e China) possuem o que nós costumamos chamar 
de “poder de veto”, o que quer dizer que qualquer um desses países pode 
frustrar o processo decisório através do voto negativo. 
Logo, para que uma decisão seja adotada pelo Conselho de 
Segurança, é necessário que: 
1)- Todos os membros permanentes do Conselho de Segurança 
votem favoravelmente a ela. 
2)- É necessário o voto afirmativo de 9 (nove) dos seus 15 (quinze) 
membros. 
Juntando as duas condições, podemos resumir o processo decisório 
no âmbito desse órgão da ONU através de uma única frase, muito bem 
expressa na letra D: “As decisões não processuais do Conselho de Segurança 
da ONU serão tomadas pelo voto afirmativo de nove membros, inclusive os 
votos afirmativos de todos os membros permanentes.” 
21. (AFRFB/2005) O Estado-membro das Nações Unidas que viole 
persistentemente os princípios contidos na Carta daquele organismo 
internacional está sujeito à sanção, que decorre de recomendação de 
instância interna daquele organismo, mediante procedimento que se 
caracteriza, a saber: 
a) a sanção consiste em aplicação de multa, pela Assembléia Geral, de quem 
também parte a recomendação para a aplicação da referida sanção. 
b) a sanção consiste na perda de todas as ajudas e subsídios internacionais 
mediados pela Organização das Nações Unidas, a partir de recomendação da 
Assembléia Geral, a ser confirmada pelo Conselho de Segurança. 
c) a sanção consiste na suspensão por tempo indeterminado da participação do 
Estado penalizado na Organização das Nações Unidas, a partir de proposta da 
Assembléia Geral, que será encaminhada para confirmação do Conselho de 
Segurança. 
d) a sanção consiste em determinação da perda de direito de voto na 
Assembléia Geral, por parte do Estado penalizado, a partir de recomendação 
de dois terços dos membros da Organização das Nações Unidas. 
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e) a sanção consiste em possibilidade de expulsão da Organização das Nações 
Unidas, pela Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de 
Segurança. 
Comentários: 
Vejam só, meus amigos, o que foi cobrado na prova de AFRFB 2005! 
A pergunta é: o que acontece quando um membro viola persistentemente os 
princípios contidos na Carta da ONU? Qual será sua sanção? 
A resposta nos é dada pelo art.6º da Carta da ONU, que dispõe que: 
“O Membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os 
Princípios contidos na presente Carta, poderá ser expulso da Organização pela 
Assembléia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança.” Como 
podemos ver, é justamente o que está previsto na letra E. 
22. (ACE/1998) São órgãos especiais da Organização das Nações 
Unidas (ONU): 
a) o Conselho de Tutela e a Conferência Internacional do Trabalho 
b) a Corte Internacional de Justiça e o Conselho Econômico e Social 
c) o Conselho Econômico e Social e a Conferência Ministerial 
d) a Conferência Ministerial e a Assembléia Geral 
e) a Assembléia Geral e a Conferência Internacional do Trabalho 
Comentários: 
São órgãos das ONU: i) Assembléia Geral; ii) Conselho de Segurança; 
iii) Corte Internacional de Justiça; iv) Secretariado; v) Conselho Econômico e 
Social; vi) Conselho de Tutela. A resposta correta é, portanto, a letra B. 
23. (PFN-2006)- De acordo com a Carta das Nações Unidas, de 1945, 
a Assembleia Geral: 
a) será composta de quinze membros, observando-se que a República da 
China, a França, o Reino Unido, a Rússia, a Inglaterra e os Estados Unidos são 
membros permanentes. 
b) será constituída por todos os membros das Nações Unidas. 
c) é composta por cinquenta e quatro membros das Nações Unidas, eleitos 
pelo Conselho Econômico e Social, respeitando-se a presença dos membros 
permanentes. 
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d) será constituída por todos os países signatários da Carta, com exceção da 
Suíça e de países que estejam fiscalização internacional, no que toca o 
desrespeito à pauta de direitos humanos. 
e) será composta pelos signatários originários da Carta, como membros 
permanentes, e por signatários supervenientes, como membros aderentes, 
outorgando-se direito de voto àqueles primeiros. 
Comentários: 
A Assembleia Geral é um órgão intergovernamental, plenário e 
deliberativo das Nações Unidas, sendo composto por todos os Estados-
membros da ONU, cada um com direito a um voto, o que torna a letra B a 
resposta correta. 
24. (Instituto Rio Branco-2010)- Considere a situação hipotética em 
que o Estado A decide acionar o Estado B, perante a Corte 
Internacional de Justiça (CIJ), em razão do descumprimento, por parte 
do segundo, de tratado sobre restituição de obras de arte. Com relação 
a essa situação, julgue C ou E. 
( ) A ação somente pode ser conhecida se ambos os Estados tiverem aceito a 
cláusula facultativa de jurisdição obrigatória. 
( ) Caso nenhum juiz da CIJ seja nacional dos dois Estados em questão, esses 
Estados poderão indicar juízes ad hoc previamente aprovados pelo Conselho de 
Segurança. 
( ) Julgada a causa, a sentença é obrigatória para as partes em litígio. 
( ) Segundo o Estatuto da CIJ, a matéria em litígio não é de sua competência. 
Comentários: 
A primeira assertiva está errada. Se ambos os Estados tiverem 
aceito a cláusula facultativa de jurisdição obrigatória, isso significa que eles 
estarão automaticamente submetidos à jurisdição da CIJ. No entanto, também 
é possível que eles declarem se submeter à jurisdição da CIJ no caso concreto. 
A segunda assertiva está errada. De fato, se nenhum juiz da CIJ for 
nacional dos Estados em litígio, eles poderão indicar juízes “ad hoc”. No 
entanto, tais juízes não precisam ser previamente aprovados pelo Conselho de 
Segurança. 
A terceira assertiva está correta. As sentenças da CIJ são 
obrigatórias e irrecorríveis. 
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A quarta assertiva está errada. As competências da CIJ abrangem 
todas as questões que as Partes lhe submetam, bem como todos os assuntos 
previstos na Carta da ONU e em tratados e convenções em vigor. 
25. (Consultor Legislativo / Senado Federal - 2002)- A jurisdição da 
Corte Internacional de Justiça está vinculada à assinatura da cláusula 
facultativa de jurisdição obrigatória. Nesse sentido, considere, por 
hipótese, que o Estado X, membro da ONU e signatário de cláusula de 
aceitação antecipada da jurisdição da Corte, tenha sido demandado 
pelo Estado Y, não-signatário da referida cláusula. Nessa situação, o 
Estado Y não poderá recusar a jurisdição da Corte. 
Comentários: 
Um Estado que não tenha aceito a cláusula facultativa de jurisdição 
obrigatória poderá, no caso concreto, recusar a se submeter à jurisdição da 
CIJ. Questão errada. 
26. (OAB-2007)- A Corte Internacional de Justiça tem uma 
competência contenciosa e uma competência consultiva. Na primeira, 
somente podem ser partes perante a Corte:
a) organizações internacionais intergovernamentais. 
b) Estados 
c) empresas internacionais e pessoas privadas. 
d) organizações não-governamentais. 
Comentários: 
Somente os Estados podem submeter questões à competência 
contenciosa da CIJ. Logo, a resposta é a letra B. 
27. (AGU-2009)- A ONU deve exercer papel relevante na resolução de 
conflitos, podendo, inclusive, praticar ação coercitiva para a busca da 
paz. 
Comentários: 
A ONU admite o uso da força em direito internacional em situações 
excepcionais: em caso de legítima defesa ou de segurança coletiva. A legítima 
defesa está prevista no art. 51 da Carta da ONU, enquanto a segurança 
coletiva está explícita no art. 42 da mesma norma internacional. A segurança 
coletiva é prevista em três situações diferentes: ameaça à paz internacional, 
ruptura da paz e diante de atos de agressão. Questão correta. 
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28. (Consultor Legislativo / Senado Federal - 2002)- As agências 
especializadas da Organização das Nações Unidas são desprovidas de 
personalidade jurídica própria em direito das gentes. 
Comentários: 
As agências especializadas da ONU possuem personalidade jurídica de 
direito internacional própria. Questão errada. 
29. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados- 2002)- As 
empresas transnacionais e, em determinadas circunstâncias, as 
pessoas humanas poderão figurar como partes perante a Corte 
Internacional de Justiça, motivo pelo qual são consideradas pessoas 
do direito internacional público. 
Comentários: 
Somente possuem capacidade postulatória perante a CIJ os Estados. 
Questão errada. 
30. (Juiz Federal 1ª Região- 2009)- Considerando que a Assembleia-
Geral da ONU tenha solicitado parecer consultivo à Corte Internacional 
de Justiça a respeito da utilização de armas químicas em conflitos 
internacionais, assinale a opção correta. 
a) O parecer consultivo da Corte será obrigatório para todos os membros da 
ONU. 
b) Somente o Conselho de Segurança das Nações Unidas tem competência 
para solicitar parecer consultivo envolvendo conflitos internacionais. 
c) Parecer consultivo sobre a mesma temática pode ser solicitado diretamente 
por membro da ONU. 
d) Estados podem ser admitidos a comparecer no procedimento perante a 
Corte e apresentar exposições escritas e orais. 
e) O procedimento para apreciação de pareceres consultivos difere caso seja 
solicitado pela Assembléia-Geral ou pelo Conselho de Segurança. 
Comentários: 
Letra A: errada. Os pareceres consultivos da CIJ não são obrigatórios, 
mas tão somente indicam qual seria a posição desse tribunal em um suposto 
caso concreto. 
Letra B: errada. As Organizações internacionais do Sistema da ONU e 
os órgãos da própria ONU poderão solicitar parecer consultivo à CIJ. 
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Letra C: errada. Os Estados-membros da ONU não podem solicitar 
parecer consultivo a essa organização internacional, já que o Estatuto da CIJ 
não reconhece sua capacidade postulatória para esse fim. 
Letra D: correta. O Estatuto da CIJ admite que Estados e 
organizações internacionais participem do processo na condição de amicus 
curiae, apresentando exposições escritas e orais. 
Letra E: errada. Não há qualquer diferença processual em relação a 
pareceres solicitados pela Assembleia Geral ou pelo Conselho de Segurança. 
31. (OAB-2007)- Entre as questões importantes a serem decididas 
pela Assembleia Geral das Nações Unidas, encontram-se as 
recomendações relativas à manutenção da paz e da segurança 
internacionais, a eleição dos membros não-permanentes do Conselho 
de Segurança, a admissão de novos membros, bem como a suspensão 
de direitos e privilégios de membros e sua expulsão. Nessas questões, 
a Assembleia decide por: 
a) maioria dos membros presentes e votantes. 
b) dois terços dos membros presentes e votantes. 
c) dois terços dos membros presentes e votantes e os membros permanentes 
do Conselho de Segurança. 
d) nove votos afirmativos, neles incluídos os membros permanentes do 
Conselho de Segurança. 
Comentários: 
Cuidado com essa questão! Ela quer saber qual o processo decisório 
no âmbito da Assembleia Geral (e não no Conselho de Segurança da ONU!). As 
questões importantes serão decididas pela Assembleia Geral mediante 
voto de dois terços dos membros presentes e votantes. Logo, a resposta 
é a letra B. 
32. (ACE-2001)- A Carta de São Francisco, tratado constitutivo da 
ONU, concede à organização personalidade jurídica de direito 
internacional. 
Comentários: 
A Carta de São Francisco não concedeu, expressamente, 
personalidade jurídica de direito internacional à ONU. A personalidade jurídica 
dessa organização internacional foi reconhecida por meio de um Parecer 
Consultivo da CIJ. Questão errada. 
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33. (ACE-2001)- A admissão como membro da ONU está aberta a 
todos os Estados e organizações internacionais amantes da paz que 
aceitarem as obrigações da ONU. 
Comentários: 
As organizações internacionais não podem ser membros da ONU. 
Questão errada. 
34. (ACE-2001) – O Conselho de Segurança da ONU, cuja principal 
responsabilidade é a manutenção da paz e segurança internacionais, 
compõe-se de cinco membros permanentes e de dez membros eleitos 
pela Assembleia Geral para um período de dois anos. 
Comentários: 
De fato, o Conselho de Segurança da ONU possui 5 membros 
permanentes e 10 membros não-permanentes. Os 10 membros não-
permanentes são eleitos pela Assembleia Geral para um período de 2 anos. 
Questão correta. 
35. (ACE-2001)- O Secretário Geral da ONU, principal funcionário 
administrativo da organização, tem a última palavra em caso de 
intervenção armada para manter ou restabelecer a paz e a segurança 
internacionais. 
Comentários: 
O órgão competente para dar a palavra final em ações de 
manutenção ou restabelecimento da paz e segurança internacionais é o 
Conselho de Segurança da ONU. Questão errada. 
36. (Questão Inédita)- “A Corte Internacional de Justiça é o 
resultado de décadas de sedimentação da ideia de órgão jurisdicional 
capaz de assegurar solução de controvérsias entre Estados. Criada em 
1945, a CIJ constitui o principal órgão judicial da Organização das 
Nações Unidas.” (ACCIOLY, Hildebrando. Manual de Direito 
Internacional Público). 
Levando-se em consideração as atribuições da CIJ, assinale a 
alternativa incorreta: 
a) Somente Estados poderão levar uma controvérsia à apreciação da Corte 
Internacional de Justiça, não sendo admissível que uma organização 
internacional participe como parte perante a referida Corte. 
b) As decisões da CIJ serão tomadas sempre pela maioria dos juízes presentes. 
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c) A Corte poderá dar parecer consultivo sobre qualquer questão jurídica a 
pedido do órgão que, de acordo com a Carta nas Nações Unidas ou por ela 
autorizado, estiver em condições de fazer tal pedido. 
d) A competência da Corte abrange todas as questões que as partes lhe 
submetam, bem como todos os assuntos especialmente previstos na Carta

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