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Atletismo Uni 2

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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Unidade II
3 PROVAS DE PISTA: CORRIDAS
Para o estudo das provas de atletismo, começaremos pelas corridas de pista e finalizaremos com as 
corridas de rua.
As corridas representam uma das formas naturais do homem de se locomover de modo mais rápido 
possível. Por isso, sempre foi uma atividade muito importante, usada como forma de sobrevivência por 
nossos ancestrais para caçar, guerrear e ainda como brincadeira pelas crianças nas aldeias.
Para os gregos antigos, a corrida era admirada pela beleza plástica de seus movimentos; estes foram 
reproduzidos em muitos utensílios domésticos, como vasos de cerâmica e metais, que marcaram a 
antiga cultura grega.
Como competição, as corridas aconteceram já nos primeiros jogos olímpicos da Grécia Antiga, em 
776 a.C. A prova de velocidade possuía 192 metros, o que correspondia à volta do estádio; mais tarde 
foram acrescidas a prova do dualo (ida e volta) e também as provas de resistência, que correspondiam 
de 8 a 24 estádios, ou seja, 4600 metros.
Na ocasião, já havia uma série de preocupações com a técnica da corrida, que era refletida nas obras 
de arte da época. Nelas, observam‑se detalhes técnicos da postura para correr, movimentar os braços e 
para a colocação dos pés no chão.
Os espartanos avaliavam os homens de acordo com sua capacidade de correr nas competições. As 
mulheres competiam longas distâncias, já as crianças atuavam em distância curtas.
Nos tempos modernos, os ingleses foram os primeiros a mostrar interesse pelas corridas de longa 
duração: utilizavam mensageiros bem preparados que percorriam grandes distâncias para a entrega de 
correspondências e que, como corredores, participavam de competições profissionais. Essas competições 
envolviam grandes apostas.
Surgem, assim, os primeiros nomes de corredores que fizeram a história do atletismo a partir 
do século XVIII. As corridas começaram a ser praticadas em outros países e em outros continentes, 
originando extraordinários corredores, como Paavo Nurmi e Emil Zatopeke, imbatíveis nas corridas de 
longas distâncias. Os ingleses começaram a incursionar nas provas mais curtas, como a milha, e ainda na 
velocidade, o que contribuiu para as constantes adaptações até se chegar ao formato atual.
Hoje as corridas oficiais realizadas na pista começam com a velocidade de 100 metros e vão até os 10.000 
metros, as mais longas. Já as corridas com distâncias superiores são identificadas como corridas de rua.
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Unidade II
Para entender as características particulares de cada uma das provas de corridas, é necessário 
classificá‑las de acordo com os padrões de regulamento, técnica e aspectos fisiológicos envolvidos no 
tipo de esforço empreendido.
3.1 Classificação das provas de corridas
3.1.1 Quanto à organização
•	 Balizadas: são as provas curtas de até uma volta na pista, representadas pelas distâncias de 100, 
200 e 400 metros rasos; 100 m (F) e 110 m (M), mais os 400 m (M e F), que se completam com 
o revezamento 4 x 100 m (M e F). Além dessas provas, existem outras parcialmente balizadas, 
são as corridas de 800 m, balizada apenas até o fim da primeira curva, e o revezamento 4 x 
400 m, que é balizada para o primeiro corredor da equipe e até o fim da primeira curva para 
o segundo corredor.
•	 Não balizadas: são as provas de 1500 m rasos, 3000 m com obstáculos, 5000 m e 10.000 m rasos.
Figura 8 – Vista da pista com suas raias onde se desenvolvem as corridas balizadas
3.1.2 Quanto ao desenvolvimento
•	 Rasas: são as corridas em que o atleta corre toda a prova sem ter que suplantar nenhum tipo de 
obstáculo durante todo o percurso da corrida; são as provas de 100, 200, 400, 800, 1500, 5000 e 
10.000 m rasos.
•	 Com obstáculos: correspondem às provas de 100 m (F), 110 m (M) e 400 m (M e F) com 
barreiras, nas quais o corredor deve ultrapassar dez barreiras, e à prova de 3000 m com 
obstáculos com quatro obstáculos pesados em cada volta, na qual o quarto obstáculo tem 
um fosso de água na frente.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
3.1.3 Quanto ao ritmo
•	 velocidade pura: 100 e 200 metros;
•	 velocidade prolongada: 400 metros;
•	 meio fundo: 800 e 1500 metros;
•	 fundo: 5000 e 10.000 metros;
•	 grande fundo: maratona (42.195 metros).
3.1.4 Quanto ao esforço fisiológico
São provas que envolvem as capacidades predominantes no tipo de esforço solicitado:
•	 velocidade pura: 100 e 200 metros;
•	 velocidade prolongada: 400 e 800 metros;
•	 resistência anaeróbica: 5000, 10.000 metros e a maratona.
3.1.5 Corridas em pista coberta (200 metros) ou de competições indoor
•	 corridas: 60, 400, 800, 1500 e 3000 metros rasos; 60 metros com barreiras e revezamento 4 x 400m;
•	 saltos: distância, triplo, altura e com vara;
•	 arremesso de peso;
•	 provas combinadas: pentatlo e heptatlo.
Figura 9 – Pista coberta para as competições indoor
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3.1.6 Quanto ao piso
•	 Pistas: piso sintéticos, ao ar livre (abertas) e recintos fechados (cobertas ou indoor);
•	 Em terrenos variados: corridas de rua e cross‑country.
 Saiba mais
Para ampliar o conhecimento sobre a divisão e composição dos grupos 
de provas que compõem o atletismo, leia o livro Atletismo: corridas, de 
Fernandes (2003a).
3.2 Técnica das corridas rasas
Como visto anteriormente, a corrida é uma forma natural do homem se locomover com mais rapidez 
que o caminhar, que é a maneira mais comum.
Todos os humanos possuem uma maneira ou estilo próprio para utilizarem esses recursos naturais 
de locomoção, porém, quando se trata de correr em disputas esportivas, alguns detalhes técnicos devem 
ser observados porque proporcionam uma forma mais eficiente e produtiva para percorrer a distância 
desejada e chegar mais rápido ao destino final.
Analisando a ação de andar e correr, a diferença principal está no fato de que, ao caminhar, um dos 
pés estará sempre em contato com o chão, enquanto que, correndo, durante o ciclo da passada, o corpo 
passa por uma fase aérea, ou seja, o pé de trás deixa o chão antes que o da frente toque o solo para 
efetuar o contato anterior da passada.
Na figura a seguir, observamos o ciclo completo da passada na corrida. O ciclo se inicia com a 
impulsão realizada no pé esquerdo (a) – sapato preto –, enquanto a perna direita – sapato branco – é 
projetada flexionada (a, b) para cima e à frente. Nesse instante, o pé de trás deixa o solo e acontece o 
momento aéreo da corrida (b), os dois pés estão no ar, e na sequência a perna direita se estende (c), 
buscando alcançar a maior distância possível para tocar o solo mais longe e ampliar a passada. Depois, 
começa a passada seguinte a partir da letra (e) observada na figura.
A) B) C) D) E)
Figura 10 – Fases da técnica na corrida
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Além desse detalhe vital, para fazer uma análise completa de toda a técnica da corrida, outras regras 
precisam ser levadas em consideração.
Uma técnica correta para correr deve satisfazer quatro regras importantes: descontração, equilíbrio, 
coordenação e eficácia.
•	 Descontração: o ato de correr solicita a participação de alguns músculos ou grupos musculares, 
enquanto que os demais músculos devem estar mais descontraídospossível para que não haja um 
desgaste desnecessário do uso de energia, que melhora as condições de esforços para a realização 
da técnica.
•	 Equilíbrio: a cabeça é de grande importância para o equilíbrio geral do corpo e, consequentemente, 
tem grande influência para o equilíbrio do corredor; com isso, deve ser posicionada de forma a 
favorecer a estabilidade do corpo durante a corrida. Para isso, ela deve estar em linha com o eixo 
do corpo com o olhar dirigido aproximadamente a 15 m à frente.
•	 Coordenação: todos os movimentos do corpo devem estar em sintonia para proporcionar uma 
técnica refinada sem desgastes desnecessários, porém, a colocação e a movimentação dos braços 
estão intimamente ligadas ao das pernas, em que se busca coordenar a movimentação dos braços 
ao ritmo das passadas.
•	 Eficácia: a amplitude dos movimentos executados pelo corredor deve estar relacionada ao uso 
racional das possibilidades do corpo, o que resulta num gesto orgânico mínimo adequado ao 
ritmo desejado.
Para atingir esses importantes requisitos e adquirir uma boa técnica, alguns pontos devem ser 
observados, como a ação total do corpo, bem como seu ângulo de inclinação, movimento dos braços e 
das pernas e colocação dos pés.
3.2.1 Ação total do corpo
Esse requisito técnico não é decisivo para o resultado final da corrida, mas pode contribuir desde 
que o conjunto de todos os movimentos do corpo sejam realizados no sentido da corrida, ou seja, para 
frente e em linha reta. Para isso, os pés devem estar apontados para frente, os braços se movimentando 
flexionados e sem cruzar exageradamente na frente do corpo e, finalmente, sem oscilações nos ombros 
e nos quadris.
3.2.2 Ângulo de inclinação do corpo
O ângulo de inclinação do corpo para frente deve ser natural, determinado em razão do ritmo da 
corrida. O ponto ideal da inclinação pode ser identificado observando‑se a formação de uma linha reta 
composta pela perna que está apoiada atrás, o tronco e a cabeça.
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3.2.3 Movimento dos braços
Os braços se movimentam de forma paralela, flexionados aproximadamente em 90º, sem se cruzarem 
adiante do tronco. Os movimentos são realizados exclusivamente nas articulações dos ombros e nunca 
na dos cotovelos.
Na falta de condição das pernas, já no fim da corrida, a movimentação dos braços é de grande 
importância, a tal ponto que alguns corredores, ao encerrarem a prova, dizem que terminaram correndo 
com os braços.
3.2.4 Movimento das pernas
As pernas possuem uma movimentação que se caracteriza pelo ritmo empregado na corrida.
Nas corridas de ritmo mais cadenciado, como nas de longas distâncias, as pernas se movimentam 
ligeiramente flexionadas, porque as passadas são mais curtas e por isso não há necessidade de se 
elevar tão alto os joelhos. Assim, o apoio dos pés no chão é feito com predomínio dos calcanhares, 
caracterizando a técnica pendular de movimentação das pernas.
Nas corridas de médias distâncias, que no atletismo correspondem às provas de meio‑fundo, 800 
e 1500 metros, os braços se colocam um pouco mais flexionados e as mãos totalmente descontraídas. 
Como o ritmo da prova é mais rápido, as passadas se tornam mais amplas e, com isso, os joelhos se 
elevam um pouco mais alto que nas corridas de fundo. Dessa forma, os pés devem fazer o contato com 
o chão pela sua parte média.
Finalmente, nas corridas de velocidade, que são realizadas em máxima intensidade, as passadas 
devem ser mais amplas possíveis, o que exige uma grande elevação dos joelhos. Por isso, o contato no 
chão é feito pela parte anterior dos pés (ponta), enquanto que as mãos se colocam espalmadas, mais 
contraídas que os outros tipos de corridas.
3.3 Técnica das corridas de velocidade
As corridas de velocidade, no atletismo, envolvem as provas de velocidade pura, 100 e 200 metros 
rasos, e de velocidade prolongada, os 400 metros rasos, para adultos. Nas categorias inferiores, 50 e 
75 metros.
São classificadas como provas de velocidade pura, que é a velocidade inata de um indivíduo, o que 
a torna fundamental na seleção de futuros corredores. Significa a máxima capacidade de deslocamento 
na unidade de tempo sem perdas aparentes de energias, que, segundo muitos estudos, é conseguida 
entre 40 a 70 metros.
Além da velocidade pura, essas provas envolvem uma série de variantes, como a velocidade de 
reação, velocidade em relação aos movimentos cíclicos, em relação a movimentos acíclicos e velocidade 
de força.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
A velocidade de reação está presente no momento da saída e pode ser medida a partir do tiro de 
partida e o primeiro movimento do corredor para dar a largada, o que significa, nesse caso, a capacidade 
de reagir o mais rápido possível a um estímulo acústico (tiro), mas pode ser também um estímulo visual 
ou tátil.
A velocidade de movimetnos cíclicos é alta e a movimentação se repete sempre da mesma maneira. 
Caracteriza‑se nos movimentos técnicos, sempre iguais e precisos, que o corredor realiza durante toda 
a distância percorrida.
A velocidade de movimentos acíclicos é alta e a movimentação é repetida de maneira diferente, 
como é o caso da efetivação de um drible, uma finta e outras formas muito comuns nos esportes.
Já a velocidade de força tem relação com a capacidade da realização de trabalhos de alta intensidade 
contra uma determinada resistência; está presente na fase de aceleração no início da corrida, o que a 
torna muito importante e até decisiva nas corridas de 100 e 200 m.
Todas essas variantes devem ser trabalhadas na preparação dos velocistas e devem ser completadas 
com o treinamento técnico.
A técnica das corridas de velocidade envolve dois componentes, que são a técnica da corrida e a 
técnica para correr em velocidade.
3.3.1 Técnica da corrida
A técnica da corrida é dividida em três fases: saída, desenvolvimento e chegada. Todas elas estão 
fortemente relacionadas entre si e são decisivas no resultado final, assim, todos os detalhes de cada uma 
delas devem ser muito bem trabalhados.
3.3.1.1 Saída – 1ª fase
Diferentemente das corridas de meio fundo e fundo, as corridas de velocidade são provas curtas 
aplicadas em velocidade máxima. Essa fase da corrida é decisiva para o resultado final, visto que a 
definição do vencedor é concretizada por décimos de segundo, o que reveste de grande importância os 
detalhes técnicos da partida.
É conhecida como saída baixa, porque os corredores partem de uma posição agachada e apoiam os 
pés em um bloco de partida.
Uma técnica correta requer o posicionamento ideal dos apoios dos pés no bloco de partida 
com uma adequada distância entre eles que possibilite conforto para o corredor quando ele 
estiver posicionado para efetuar a largada, além da preocupação com a posição do corpo, braços 
e cabeça.
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Unidade II
A distância entre o apoio dos pés no bloco caracteriza três tipos de saída, que podem ser identificadas 
como saída curta, média e longa.
•	 Saída curta: pouco usada, caracteriza‑se pela proximidade em que os pés estão posicionados nos 
apoios do bloco de partida; a ponta do pé de trás fica na direção do calcanhar do pé da frente e 
os quadris mais elevados, acima da linha dos ombros no momento do comando “prontos”.
•	 Saída média: a mais aplicada, é identificada pela colocação do joelho da perna de trás na direção 
da ponta do pé da frente. Ao comando de “prontos”, os quadris se elevam pouco acima da linha 
dos ombros.
•	 Saída longa: mais utilizada por corredoreslongilíneos, nela se observa que o joelho da perna de 
trás é posicionado na direção do calcanhar da perna da frente e os quadris se elevam na altura da 
linha dos ombros.
A) B) C) D)
Figura 11 – Procedimentos para a saída do bloco nas corridas de velocidade
Ressaltamos os aspectos da figura anterior destacando‑os com as respectivas letras indicadas.
•	 “Às suas marcas” (A): posicionar‑se no bloco de partida com o joelho da frente no chão e ficar 
imóvel.
•	 “Prontos” (B): eleva o quadril e aguarda o tiro de partida, imóvel.
•	 “Tiro” (C): é dada a largada impulsionando‑se para frente.
•	 Iniciada a corrida (D).
Os procedimentos para a realização da partida em uma competição devem estar de acordo com as 
regras oficiais comandadas pelo juiz de partida, os quais consistem no seguinte:
•	 Os corredores têm um tempo para preparar e testar a posição do seu bloco. Após esse procedimento, 
todos se colocam em pé atrás do bloco aguardando a voz de comando do juiz.
•	 O juiz, colocado no lado de dentro da pista, diz “às suas marcas”, e todos os corredores ocupam 
sua posição no bloco.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
•	 Após todos estarem imóveis nos seus blocos, o juiz diz: “prontos”, e os corredores elevam os 
quadris; quando todos estiverem completamente imóveis, o juiz aciona sua arma e, assim, é dado 
o tiro de partida.
3.3.1.2 Desenvolvimento – 2ª fase
Essa fase corresponde à realização da corrida propriamente dita; então, a preocupação se volta para 
a técnica para correr em velocidade, que veremos em sequência.
A velocidade da corrida é um produto da distância e da frequência das passadas, cuja proporção 
varia nos diferentes momentos de uma mesma corrida e entre um atleta e outro (DYSON, 1978).
A amplitude da passada se refere à distância desta na corrida e depende de alguns fatores, como a 
constituição, o peso, a potência, a flexibilidade e a coordenação do corredor; a maioria desses fatores 
pode ser melhorada através de exercícios específicos e educativos.
Um dos fatores que tornam Usain Bolt um fenômeno na história do atletismo é a amplitude de 
suas passadas. Estudos mostram que a amplitude delas é de 2,45 metros em média, enquanto seus 
maiores adversários têm, em média, 2,20 a 2,23 metros, o que significa uma diferença decisiva para o 
sucesso desse corredor. Em cada passada, ele tira uma vantagem de 20 cm, que por si só já garante, 
praticamente, a vitória em qualquer disputa.
Figura 12 – Largura da passada de Usain Bolt, com 2,43 m de média, e seus adversários, com 2,23 m
Contrariamente, a frequência das passadas pode ser minimamente melhorada por depender 
de fatores inatos relacionados à constituição física do atleta. Dependendo dessa constituição, 
ele já nasce com mais ou menos capacidade de velocidade, principalmente em relação à 
quantidade ou proporção de fibras musculares brancas de contração veloz na composição de 
sua musculatura.
Portanto, para melhorar o desempenho na fase do desenvolvimento da corrida, os exercícios devem 
visar ao treinamento que possa aumentar a distância e a frequência das passadas.
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Unidade II
3.3.1.3 Chegada – 3ª fase
Essa fase, principalmente nas corridas mais rápidas (100 e 200 metros), na maioria das competições, 
decide a classificação dos participantes. Devido a esse detalhe, é preciso haver uma justa preocupação 
com a técnica de finalizar a corrida, em especial as de velocidade, uma vez que a maioria dos oito 
concorrentes termina praticamente junto e, assim, a definição fica por conta de uma melhor utilização 
da técnica de chegada.
Pela regra oficial, a chegada é definida pela passagem do tronco do corredor no plano vertical da 
linha de chegada. Assim, uma boa técnica é aquela que possibilita ao corredor, no momento exato, 
projetar em primeiro lugar o seu tronco (excluindo a cabeça, pescoço, braços, mãos, pernas ou os pés), 
além da linha de chegada.
Para tal, a técnica mais aplicada é a chegada com projeção do tronco à frente, que consiste na ação 
pela qual, ao aproximar‑se da linha de chegada, o corredor projeta seu tronco adiante de todo o corpo, 
muito antes dos pés atingirem a linha final, o que possibilita ao corredor, em um momento de decisão, 
tirar vantagem de uma boa utilização de sua maestria técnica.
Figura 13 – Chegada com projeção do tronco à frente
Muitas vezes torna‑se difícil definir a olho nu qual foi o vencedor e, por isso, nessas provas, é 
utilizado o sistema de foto finish, que não possibilita nenhum tipo de dúvida.
A) B) C)
Figura 14 – Visão da corrida completa e suas fases na corrida de velocidade: saída (A), desenvolvimento (B) e chegada (C)
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
3.4 Técnica para correr em velocidade
Todos os meios fundamentais de corrida, desde o sprint mais curto até as distâncias mais longas, 
atêm‑se a princípios mecânicos básicos, cujo conhecimento é importante não somente para entender 
a corrida em si, como também para analisar outras provas atléticas e desportivas que derivam dos 
movimentos inatos da corrida.
O movimento de corrida é produzido por uma combinação de forças: 
internamente, a força muscular, que produz uma troca na reação do solo e 
vence a resistência devido à viscosidade dos músculos, a tensão das fáscias, 
ligamentos e tendões, etc.; externamente, a força da gravidade, a resistência 
do ar e as forças exercidas pelo solo contra o calçado do corredor e por isso o 
corredor usa calçados com cravos na sola para assegurar o máximo de força 
para frente (DYSON, 1978).
Para correr em velocidade, tecnicamente falando, é preciso considerar alguns fatores essenciais, que 
se resumem na ação total do corpo, o que envolve uma unidade formada pela linha de inclinação do 
corpo, posição da cabeça, direção do olhar, movimentação das pernas e forma de colocar os pés no chão. 
Esse conjunto de ações deve contribuir para a realização de movimentos para frente em linha reta, feitos 
sem perda aparente de energia usada desnecessariamente.
•	 Inclinação do corpo para frente
O ângulo de inclinação do corpo durante a corrida de velocidade é uma característica natural 
utilizada para tomada de equilíbrio. Nos metros iniciais, é mais inclinado e, à medida que se 
acelera a corrida, a inclinação também diminui. A inclinação ideal é aquela em que todo o 
corpo forme uma linha reta a partir do ponto de apoio no chão do pé que está atrás, quadril, 
tronco e cabeça.
No caso das corridas de velocidade, essa inclinação é pouco mais acentuada que nas demais 
corridas por causa da amplitude das passadas, que são maiores.
•	 Movimentação das pernas
A forma de movimentação das pernas também é definida pelo ritmo da corrida e pela distância 
das passadas. Dessa forma, nas corridas de velocidade, em que as passadas são mais amplas, 
ocorre maior elevação do joelho da perna da frente e o calcanhar se aproxima mais da parte 
posterior da coxa, o que sugere que o movimento dos pés descreva um círculo (por isso, é 
conhecida como técnica circular de movimentação das pernas). Esses detalhes influenciam 
a colocação dos pés no chão, já que nessas corridas o contato do pé é feito com sua parte 
anterior e com a lateral externa, o que justifica a colocação dos cravos apenas na parte da 
frente das sapatilhas para correr em velocidade.
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Unidade II
•	 Movimento dos braços
A movimentação dos braços se constituiem um papel fundamental nas corridas de velocidade. 
Eles devem estar flexionados no máximo em 90º e se movimentar no sentido da corrida, 
coordenados com a movimentação das pernas; são úteis para equilibrar o movimento, 
compensando a rotação dos quadris e absorvendo as reações provocadas pelo impulso das 
pernas sobre o solo.
A) B)
Figura 15 – Técnica das corridas de velocidade: inclinação do corpo, 
posição dos braços e cabeça, elevação do joelho (A) e colocação do pé (B)
 Lembrete
Para uma boa técnica de corrida alguns pontos devem ser observados, 
como a ação total do corpo, ângulo de inclinação do corpo, movimento dos 
braços e das pernas e colocação dos pés.
3.5 Metodologia para ensino, desenvolvimento e treinamento da velocidade
Neste tópico serão mostrados exemplos de exercícios para que o aluno possa entender a metodologia 
utilizada em várias finalidades.
Na etapa de iniciação, com crianças de até 10 anos de idade, não se deve ter preocupação com os 
aspectos técnicos, mas, sim, despertar o senso de velocidade.
Para isso, devem ser utilizados todos os tipos de jogos e brincadeiras que envolvam 
velocidade. Muitas dessas brincadeiras as crianças já fazem naturalmente com seus amigos, 
nas ruas, recreios nas escolas, festas, etc. Quando aplicadas por um professor, deve haver 
organização e regras.
A partir dos 14 anos, na etapa de desenvolvimento, tem início a evolução e a melhora da técnica. 
Para isso, começam a ser empregados os exercícios educativos, também conhecidos como exercícios de 
coordenação para velocidade.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Vejamos os exercícios educativos para corridas de velocidade:
•	 Trotar 15 metros em linha elevando o joelho da perna direita flexionada na altura da cintura e 
voltar caminhando para o ponto inicial para repetir o exercício. Fazer uma série de dez repetições.
•	 Repetir a série elevando o joelho esquerdo.
•	 Repetir o exercício trocando a cada dois tempos a perna que eleva o joelho.
•	 Repetir, só que agora fazer a elevação do calcanhar contra a parte de trás da coxa.
•	 Repetir, alternando uma elevação do joelho e uma de calcanhar tocando na parte de trás da coxa.
•	 Aumentar para 20 metros a distância a ser percorrida para repetir todos esses exercícios em duas 
partes, sendo que na primeira executa‑se apenas a metade do exercício, na segunda, deve‑se correr 
em ritmo moderado o restante do percurso. A corrida deve ser feita levando em consideração os 
aspectos técnicos.
•	 Fazer o skipping, que é como correr sem sair do lugar, durante um tempo curto, observando as 
posições corretas da técnica.
 Observação
Todos esses exercícios devem ser realizados em linha rigorosamente reta, 
com os braços flexionados em 90º, linha do corpo inclinada ligeiramente 
à frente e sempre usar a ponta dos pés para fazer o contato com o chão.
3.6 Regras de competição
As corridas de velocidade, quanto à organização, são classificadas como provas balizadas, o que 
implica que o corredor deve se manter correndo em sua raia do início ao fim da prova.
Para chegar à final nas provas balizadas, serão realizadas fases preliminares (séries) de acordo com 
o número de participantes.
O corredor deverá se manter em sua raia durante toda a corrida. Caso ele cometa uma invasão da 
raia vizinha, será desclassificado.
Se cometer alguma irregularidade durante a saída, o atleta será desqualificado e receberá um cartão 
vermelho. Exceção será feita no caso das provas combinadas, nas quais ele receberá um cartão amarelo 
de advertência e será desqualificado na reincidência.
Em todas as provas de pista deve ser medida a velocidade do vento para homologação de recordes.
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Unidade II
A chegada será definida quando o corredor ultrapassar seu tronco no plano vertical da linha de 
chegada, ficando excluídos o pescoço, cabeça, braços, pernas e pés.
Essas regras são apenas aquelas mais comuns para a orientação de qualquer participante.
3.7 Técnica das corridas de meio fundo
As corridas de meio fundo, também conhecidas como corridas de meias distâncias, são representadas 
oficialmente no atletismo pelas provas de 800 e 1500 metros rasos.
Essas provas envolvem resistência e velocidade, em especial os 800 metros. Segundo Mansilla (1994), 
um corredor dessa prova precisa ter uma ótima velocidade (principalmente nos 400 metros rasos) e ser 
capaz de correr os 1500 metros com dignidade. São provas que, além dos fatores fisiológicos, envolvem 
capacidade tática e predisposição psicológica.
3.7.1 Saída – 1ª fase
Diferentemente das corridas de velocidade, a saída dessas provas não é decisiva para o resultado 
final e, por isso, os corredores fazem a saída em pé (sem uso dos blocos de partida).
As vozes de comando do juiz de partida são as mesmas das demais corridas. O corredor se coloca 
em pé, atrás da linha de partida e, ao ouvir a voz de “às suas marcas”, o corredor se aproxima da linha, 
coloca um pé à frente e fica com as pernas ligeiramente flexionadas e com o braço contrário também 
adiantado. Após todos os corredores se posicionarem e ficarem imóveis, é dado o tiro de partida.
A prova de 800 metros é uma prova balizada até o fim da primeira curva da pista, quando acaba o 
balizamento; portanto, correm oito corredores em cada série. Para os 1500 metros não há balizamento.
3.7.2 Desenvolvimento – 2ª fase
As técnicas para correr essas provas são parecidas com as de velocidade, mas por serem desenvolvidas 
em um ritmo menos veloz, as passadas não são tão amplas. Assim, a ação total do corpo envolve alguns 
aspectos particulares para a técnica dessas corridas:
•	 O corpo deve estar bastante relaxado e menos inclinado que nas corridas de velocidade para que 
não haja um desgaste desnecessário de energia.
•	 Os braços se movem com naturalidade em coordenação com o movimento das pernas. 
Descontraídos e flexionados, juntamente com as mãos relaxadas, seus movimentos devem ser 
para frente, no sentido da corrida.
•	 Como o corpo não se inclina muito à frente, as passadas não são tão amplas. Devido a isso, o 
apoio dos pés no chão é feito na parte média do pé.
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3.7.3 Chegada – 3ª fase
Essa fase não é tão decisiva quanto nas corridas de velocidade, porém é vital estar muito atento aos 
metros finais da prova; no caso de precisar disputar a colocação na linha de chegada, o corredor deve 
optar pela técnica mais adequada para o momento, que pode ser a chegada normal ou a com projeção 
do tronco à frente.
3.8 Técnica das corridas de fundo
As corridas de fundo são representadas oficialmente pelas provas de 5000 e 10.000 metros 
rasos. São provas de longa duração e intensidade média, portanto denotam esforços de natureza, 
predominantemente, aeróbica.
Como são corridas longas, é necessário que o corredor utilize da melhor maneira possível todas as 
suas reservas, o que torna muito importante a técnica para correr:
•	 Braços: flexionados em um ângulo inferior a 90º, devem se movimentar de forma paralela no 
sentido da corrida e bem relaxados.
•	 Tronco: em posição ereta ou pouco inclinado para frente.
•	 Pernas: devem se movimentar de forma pendular, porque as passadas são mais curtas devido à 
longa distância da prova. Com isso, os joelhos não se elevam tanto e o calcanhar também não se 
aproxima muito da parte de trás da coxa.
•	 Pés: por conta da menor amplitude das passadas, o contato dos pés com o chão é feito inicialmente 
pelo calcanhar e se distribuipor toda sua extensão, terminando na ponta.
Nesse grupo de corridas ainda se acrescentam as corridas de grande fundo, que são as provas 
mais longas do atletismo não classificadas como provas de pista, pois são praticadas em outros 
ambientes com pisos variados, como asfalto, calçamentos, estradas de terra etc.; sendo classificadas 
como provas de rua e o exemplo clássico dessas são a maratona (42 quilômetros) e a meia maratona 
com 21 quilômetros.
A colocação ideal dos pés no solo ainda é assunto de muitas pesquisas nos laboratórios de biomecânica, 
patrocinados especialmente pelas grandes indústrias de calçados esportivos na busca constante do 
melhor tipo de calçado para cada distância de corridas.
Na figura a seguir, são apresentadas as formas de pisada utilizadas na técnica das principais distâncias 
de competições oficiais.
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Unidade II
A) B) C)
Figura 16 – Colocação dos pés no solo nas diferentes provas de corridas
Considerando as respectivas letras da figura anterior, temos: (A) corridas de velocidade – 50 
a 400 metros; (B) corridas de meio fundo – 800 e 1500 metros; (C) corridas de fundo – acima de 
1500 metros.
3.9 Técnica das corridas com obstáculos
Como foi visto na classificação das provas de corridas, essas provas são compostas de dois tipos de 
obstáculos: as corridas com barreiras e aquelas com obstáculos propriamente ditos.
As corridas com barreiras – 100 m (F), 110 m (M) e 400 m (M e F) – são as provas clássicas dessa 
especialidade, desenvolvidas com muita beleza plástica.
Dentre todas as provas do atletismo, são as mais recentes que compõem a modalidade, cujas 
primeiras referências, de acordo com Fernandes (2003a), falam sobre uma celebração que foi executada 
no Ethon College, nos Estados Unidos, em 1837. Há ainda outro destaque, o de uma competição na qual 
afeiçoados do atletismo disputaram em 1853 uma corrida com 50 obstáculos com 1,06 m de altura, que 
é a mesma de hoje para a prova dos 110 m.
Mais tarde, ficou instituído que essa prova deveria constar de dez barreiras com 1,06 m de altura. 
Essas barreiras eram coletivas, tomavam toda a largura da pista e eram fixas no chão. Causavam muitas 
quedas com lesões graves quando os corredores esbarravam nelas, o que levou os organizadores a 
substituirem esse tipo de barreira por outra individual e em forma de cavalete, que caía ao ser tocada, 
mas mesmo assim causava lesões.
Apenas no ano de 1935 foi utilizada a barreira em forma L (letra ele), que contribuiu definitivamente 
para o sucesso e evolução dessa prova até chegar na forma oficial atual.
De acordo com as regras da Iaaf, a barreira deve ser de metal ou material parecido, com uma 
haste de madeira ligando suas extremidades superiores e com um peso. Ainda, caso seja tocada 
pelo corredor, deve ser derrubada com uma força de apenas 3,6 a 4,0 kg.
A partir daí, com essa definição, as mudanças passaram a acontecer na técnica usada pelos corredores 
para passarem sobre as barreiras.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
3.10 Técnica das corridas com barreiras
As corridas com barreiras, quando comparadas a outras disciplinas do atletismo como as corridas 
rasas, o lançamento de disco e o salto em distância, apresentam um histórico relativamente novo, 
pois essas disciplinas eram praticadas desde a época da Grécia Antiga (FERNANDES, 2003a; SANTOS; 
MATTHIESEN, 2013).
Assim como diversas disciplinas do atletismo, não se sabe certamente o início desse tipo de prova, 
porém as primeiras referências sobre as corridas com algum tipo de barreira ou obstáculos são do início 
do século XIX, da Universidade de Oxford, na Inglaterra (SANTOS; MATTHIESEN, 2013).
Esse tipo de corrida era bastante popular entre os estudantes ingleses. A história descrita é que 
Halifax Wyatt, um aluno do colégio D’Exeter, após participar de uma prova hípica, decidiu refazer o 
percurso da prova a pé, saltando os obstáculos que realizou com seu animal (SANTOS; MATTHIESEN, 
2013).
A ideia foi disseminada entre os jovens de Oxford, e em 1850 foi celebrado um grande evento 
chamado de Steeple‑chase pedestre, que era uma corrida com 2 milhas de distância e possuía 24 
obstáculos. A prova ocorria em um campo com muita dificuldade de mobilidade, pois o trajeto foi 
concebido em uma área com lama quase intransponível, e somente era possível vencê‑la sobre um 
cavalo (SANTOS; MATTHIESEN, 2013).
Em 1853, houve uma prova de corrida com 50 obstáculos, com altura de 1,06 metros entre Oxford e 
Cambrigde. Pouco tempo depois, em 1888, na França, foi aceita uma prova em que era preciso efetuar 
a passagem sobre dez barreiras com 1,06 metros de altura (FERNANDES, 2003a).
Mesmo com a padronização da altura dos obstáculos, eles eram fixados no chão, e ainda causavam 
muitos acidentes e contusões nos atletas. Os obstáculos formavam uma barreira única que transpassava 
a pista toda. Alguns anos depois, as barreiras passaram a ser individuais, mas continuavam fixas ao solo, 
exibindo os mesmos problemas e perigos aos competidores (FERNANDES, 2003a).
No início do século XX, o interesse por esta disciplina cresceu, assim os obstáculos foram trocados 
por um implemento mais leve. Então, em qualquer contato do atleta com ele, o aparelho cairia no chão. 
Com isso, o esportista não poderia derrubar mais que três barreiras, pois isso causaria sua desclassificação 
(FERNANDES, 2003a).
Além da alteração do peso das barreiras, em 1930, as barreiras que apresentavam um padrão “T” 
foram substituídas pelas barreiras em formato de “L”, inventada pelo treinador H. Hillman, contribuindo 
para uma maior confiança dos atletas, que não tinham mais a preocupação em se machucar ao bater nas 
barreiras. Tais fatores promoveram o aumento da velocidade das provas (FERNANDES, 2003a; SANTOS; 
MATTHIESEN, 2013).
A prova masculina de 110 metros com barreira faz parte do programa olímpico desde 1986, e a prova 
feminina (com 100 metros) foi inserida em 1932, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (MATTHIESEN, 2004).
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Já a prova de 400 metros ocorre desde os Jogos Olímpicos de Paris (1900), e a prova feminina de 
mesma distância foi incorporada somente em 1984, nos Jogos de Los Angeles (MATTHIESEN, 2014).
Atualmente, os recordes nas provas são:
Tabela 2 
Prova Atleta (ano) Tempo
Masculino
110 m Aries Merritt (2012) 12.80 seg
400 m Kevin Young (1992) 46.78 seg
Feminino
100 m Kendra Harrison (2016) 12.20 seg
400 m Yuliya Pechenkina (2003) 52.34 seg
Fonte: Iaaf (2015).
Sobre a análise técnica, com as modificações das barreiras no início do século XX, a passagem sobre 
elas também passou por algumas alterações, principalmente devido à maior velocidade que os atletas 
desenvolveram. Então, alguns deles criaram características peculiares, destacando‑os na evolução 
técnica da disciplina (FERNANDES, 2003; SANTOS; MATTHIESEN, 2013).
Vejamos alguns exemplos:
•	 1886 – Arthur Crome, de Oxford: utilizava a perna com o joelho estendido no ataque à barreira.
•	 1891 – A. F. Copland: realizava a flexão de joelho da perna de ataque.
•	 1898 – A. Kraenzlein, da Universidade da Pensilvânia: deslocava‑se com muita velocidade, 
transpondo a barreira com a perna de ataque estendida, adotando três passadas entre as barreiras.
•	 1920 – E. Thomson, Canadá: usava uma acentuada inclinação de tronco e extensão dos braços à 
frente durante a transposição da barreira.
•	 1941 – F. Walcott: corredor de baixa estatura, utilizava os braços estendidos à frente, porém 
sem grande inclinação do tronco. Suaperna de passagem era o ponto principal de sua técnica, 
e isso também foi adotado por outros atletas de mesma característica. Quando passava pela 
barreira, ele trazia a perna em direção ao tronco, e com este movimento consegue imprimir 
uma velocidade maior.
Com essas descrições, é possível identificar alguns elementos técnicos que compõem o atletismo.
As provas de barreira são provas de velocidade. Ao ultrapassar uma sequência de barreiras, o esportista 
procura realizar essa tarefa sem a mínima perda de velocidade e ainda tentando conservar seu centro de 
gravidade paralelo ao solo, mesmo no momento da transposição.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
As provas de barreiras podem ser divididas em suas distâncias, com 100, 110 e 400 metros. Apesar 
de apresentarem algumas similaridades técnicas, o ritmo empregado entre as barreiras varia devido às 
diferentes alturas, e é preciso fazer algumas alterações técnicas.
Uma prova de corridas com barreiras possui quatro fases em comum:
•	 Saída: é utilizada uma saída baixa, semelhante às provas de velocidade.
•	 Da saída ao ataque à primeira barreira: nesta etapa, o corredor deve vencer determinada distância, 
que irá variar de prova para prova.
•	 Entre as barreiras: todas as barreiras estão dispostas uniformemente dentro da respectiva raia, ou seja, 
as barreiras têm a mesma distância entre si. De acordo com as distâncias, esses espaços são alterados.
•	 Da última barreira à chegada: ao passar pela última barreira, o corredor precisa terminar a distância da 
prova até a linha de chegada. Semelhante às provas rasas, o atleta deve manter a maior velocidade possível.
13,00 m 10,50 m8,50 m 8,50 m8,50 m 8,50 m8,50 m 8,50 m8,50 m 8,50 m 8,50 m
Figura 17 – Distâncias da largada até a 1a barreira, entre as barreiras e 
da última barreira até a chegada em uma prova de 100 metros com barreiras
Antes de investigarmos os aspectos técnicos, é importante destacar que a barreira deve ser transposta 
mantendo o movimento em um plano horizontal e mais paralelo ao solo, e não saltar sobre ela, ou seja, 
tendo uma movimentação com predominância no plano vertical. Além disso, é essencial cumprir três 
regras básicas (FERNANDES, 2003):
•	 abordar a barreira sem diminuir a velocidade;
•	 ao fazer a transposição, permanecer em suspensão sobre a barreira o menor tempo possível por 
meio de uma elevação da pelve;
•	 após a transposição, colocar‑se na melhor posição para dar continuidade à corrida sem qualquer 
tipo de velocidade.
Para transpor as barreiras, é preciso manter os movimentos básicos de uma corrida rasa, tendo 
como ponto principal o devido equilíbrio do velocista com o contato com o solo, e também a cada novo 
contato após a transposição, devendo permanecer o menor tempo possível com o corpo no ar.
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É óbvio que não podemos nos esquecer de outros fatores, como: a forma como o corpo sai do chão 
para iniciar o ataque à barreira, a inclinação do tronco à frente do obstáculo, a rapidez com que a perna 
atinge o solo e se dirige a ele após a passagem, e, por fim, a perna de passagem. Desse modo, vimos que 
representa uma ação acíclica dentro de um ciclo de passadas de corrida.
Diante dessas alegações, é necessário ter atenção ao ponto de impulsão para o início da 
passagem, o que varia de atleta para atleta dependendo da estatura, flexibilidade, mobilidade e 
velocidade. A segunda parte está relacionada à forma pela qual se passa a barreira, que ressalta os 
seguintes componentes:
•	 Perna de ataque: vai à frente e é lançada em direção da barreira para depois ser estendida quando 
estiver sobre ela. Quando o centro de gravidade do corredor passar a barreira, a perna de ataque 
vai seguir em direção ao solo, buscando a recuperação.
Figura 18 – Importante observar a perna que vai à frente em direção à barreira
•	 Perna de passagem: é a perna de trás, e esta, ao sair do contato com o solo, o joelho se flexiona 
no plano horizontal para a lateral, deslizando no ar, tendo a mesma trajetória do corpo. Após a 
passagem do centro de gravidade pela barreira e apoio da perna de ataque, a perna de passagem 
segue à frente para dar prosseguimento da corrida com uma passada ampla.
•	 Braços: são utilizados na forma de oposição às pernas de ataque e de passagem. Assim, a perna 
que vai à frente (ataque) e o braço contrário acompanha a perna que está atrás (passagem).
•	 Tronco: quando a perna de ataque busca seu posicionamento para iniciar a transposição, o tronco 
começa a se inclinar sobre esta perna, formando um movimento do tipo canivete. Quanto mais 
fechado for esse ângulo, mais facilitada será a transposição. Após a passagem, o tronco volta a se 
elevar, buscando a posição para a corrida.
A descrição realizada de cada componente tem como objetivo saber como cada segmento do corpo 
atua durante a transposição, porém é impreterível saber que eles estão ligados e que a movimentação 
errônea de um deles vai interferir na cadeia de movimentos.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Na imagem adiante, é possível observar desde a impulsão com a elevação da perna de ataque e a 
oposição de braços (A). Então, nota‑se o ataque sendo efetuado com a perna que está estendida à frente 
junto à inclinação do tronco em direção à perna de ataque e extensão do braço à frente (B). Depois, a 
perna de ataque segue em direção ao solo, e a perna de passagem avança com o joelho flexionado, em 
uma abertura lateral paralela ao solo, passando rente à barreira (C). Ao terminar a transposição, a perna 
de ataque continua a percorrer em direção ao solo, enquanto a perna de passagem é trazida rumo ao 
tronco para iniciar o movimento para uma próxima passada (D). Por fim, a perna de ataque toca o solo, 
o tronco volta para a posição ereta a fim de realizar a corrida, e a perna de passagem vai à frente do 
tronco para efetuar o apoio para a corrida (E).
A) B) C) D)
E)
Figura 19 – Fases da transposição da barreira
Para as provas de 100 e 110 metros, com o início da saída baixa até a transposição da primeira 
barreira, é preciso atentar para alguns detalhes: o atleta tem que estar ciente do número de passadas 
que ele tem que executar até a primeira barreira para garantir desde a primeira transposição que o 
ataque seja feito com a perna de ataque.
Normalmente a perna que vai à frente na saída baixa é a mesma perna de ataque. Em alto nível, 
a quantidade varia entre sete a oito passadas. Se o esportista realizar sete passadas, é essencial fazer 
a inversão das pernas na saída baixa. A última passada é fundamental para o desenvolvimento do 
restante da prova.
A segunda parte da prova é a sequência de transposições entre as barreiras, que tem um total de 
dez transposições.
Com a definição da perna de ataque e a perna de passagem, nesta etapa da prova é primordial 
que o atleta consiga manter um ritmo, principalmente coordenando o número de passadas entre cada 
barreira, tentando garantir uma manutenção de velocidade.
Esse ritmo entre as barreiras, para esportistas de alto nível, é realizado com três passadas, pois ele 
atacará a barreira com a mesma perna de ataque. Lembrando que as distâncias entre as barreiras são de 
8,50 e 9,14 metros, ou seja, dependendo da altura do atleta, ele pode sentir desconforto para desenvolver 
essa distância em três passadas. Poderá executar quatro passadas, porém ele terá que alternar a perna de 
ataque e passagem em cada passagem por barreira, além de realizar mais movimentos, comparando‑se 
a esportistasque fazem três passadas, resultando em um gasto energético maior.
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Unidade II
Além da coordenação das passadas entre as barreiras, durante a transposição é vital que o competidor 
mantenha sua movimentação o mais próximo possível do plano horizontal, pois esta é uma prova com 
grande velocidade. Se ele não projetar seu corpo durante a transposição no plano horizontal, e sim para 
o plano vertical, ele vai perder velocidade e tempo na transposição, resultando um tempo maior de seu 
corpo no ar, ou seja, não tendo aceleração.
O fato é que o atleta deve desenvolver e treinar bastante essa fase da corrida com barreira para obter 
um ótimo ritmo na prova.
A última etapa é a transposição da última barreira até a linha de chegada. Nesta fase, é como 
se fosse uma prova de corrida rasa, na qual o atleta não tem mais barreiras para transpor. Após 
esta última transposição, é essencial que ele execute algumas passadas com menor comprimento 
para conseguir mais aceleração e assim ir aumentando gradualmente o comprimento até a linha 
de chegada.
Para as provas de 400 metros, em que se tem a saída baixa também, deve‑se ter consistência, ou seja, 
diferente das provas mais curtas, nas quais a velocidade é crucial, neste tipo de prova a consistência de 
um ritmo é muito importante.
Na fase de saída até a primeira barreira, que tem 45 metros, o número de passadas varia entre 21 a 
24 passadas, dependendo da estatura do indivíduo.
Na segunda parte da prova, a distância entre as barreiras é de 35 metros. A prova apresentará duas 
curvas, pois nos 400 metros realiza‑se uma volta completa na pista. Nesta prova, o atleta precisa criar 
a capacidade de efetuar a transposição com ambas a pernas, pois, devido à fadiga que a prova impõe, 
deve‑se alternar o ritmo das passadas.
Nesta segunda etapa, por causa da distância, não é obrigatória uma transposição tão 
vigorosa como nas provas de 100 e 110 metros. O esportista não precisa fazer uma transposição 
com grande componente no plano horizontal justamente por não haver a necessidade de uma 
velocidade grande.
A última etapa tem a mesma situação descrita para as provas de 100 e 110 metros, nas 
quais é indispensável uma pequena aceleração e aumento gradativo da velocidade até a linha 
de chegada.
Para Matthiesen (2014), os principais erros são:
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Quadro 1 
Correções de alguns erros comuns
Erros Correções
Saltar ao invés de transpor a barreira
O aluno não deve atacar a barreira, nem muito perto nem 
muito longe, e terá que manter o centro de gravidade o 
mais próximo da barreira no momento da transposição.
Medo para realizar a transposição
A prova exige coordenação e ritmo. Para o aluno adquirir 
segurança, precisa realizar vários exercícios com ataque 
e passagem sobre a barreira. Tais barreiras são feitas de 
cordas e tubos plásticos e com alturas diversas.
Flexão exagerada da perna de ataque
O aluno não pode atacar a barreira estando muito 
próximo a ela, além da execução de exercícios para a 
flexibilidade da articulação do quadril e joelho.
A perna de passagem não estar paralela ao solo
No movimento da perna de passagem, deverá ocorrer 
uma abdução (elevação lateral com o joelho flexionado), 
com o calcanhar próximo do quadril. É necessário realizar 
exercícios de flexibilidade e da técnica da perna de 
passagem.
Tronco ereto no momento da transposição
O tronco deverá fazer uma ligeira flexão no momento 
da transposição. O aluno tem que criar a consciência das 
dificuldades quando executa o movimento com o tronco 
ereto quando comparado com o movimento efetuado 
com o tronco flexionado.
Diminuir a velocidade após a transposição da barreira Fazer exercícios de aceleração após a transposição da barreira.
3.11 Metodologia para o ensino e desenvolvimento da técnica
No atletismo, é necessário um bom aprendizado das especificidades técnicas. Para tal, é vital que os 
alunos e atletas tenham um desenvolvimento paralelo à flexibilidade, coordenação, velocidade e ao ritmo.
A introdução das barreiras propriamente ditas se faz somente quando os alunos tenham o 
domínio do aspecto técnico. Antes, o trabalho é exercido com o auxílio de cordas e obstáculos. 
Ambos os instrumentos não apresentam uma altura elevada para sua transposição e a altura será 
aumentada progressivamente.
Os exercícios e atividades descritas a seguir obedecem às observações já relatadas, assim há uma 
progressão na complexidade em relação aos movimentos e às técnicas empregadas para cada atividade. 
Vejamos como são as atividades:
•	 Exercício 1: fixam‑se vários obstáculos, como bancos, colchões, plintos de ginástica, e o aluno terá 
que se deslocar de um para outro saltando sem cair no chão. Além de saltar, pode rastejar, saltitar 
e trepar nos obstáculos, ou seja, utilizar suas habilidades fundamentais.
•	 Exercício 2: distribuem‑se bambolês no local da aula, e o aluno deverá entrar no bambolê saltando 
com um pé para dentro dele. Também há uma variação para esta atividade: ao invés de entrar no 
bambolê, o aluno terá que saltar para o outro lado do bambolê passando por cima dele.
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•	 Exercício 3: empregam‑se diversos obstáculos de diferentes tamanhos pelo espaço, como bolas, 
bolas medicinais, bancos, colchões e bastões, e os alunos precisam saltar tais barreiras.
•	 Exercício 4: em uma competição, há duas equipes, uma ao lado da outra. Os alunos ficam sentados 
e são divididos em duas partes, formando duas colunas (uma de frente para a outra). Com isso, o 
primeiro deve sair correndo, passar pelo obstáculo que está no meio do caminho e sentar no fim 
da coluna à frente. O obstáculo pode ser uma bola, uma corda, um pequeno banco ou um cone.
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Figura 20 
Quando esse aluno sentar, o primeiro da coluna na qual ele sentou deverá sair e realizar a 
mesma tarefa.
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Figura 21 
Exercício 5: vários bambolês são dispostos pelo espaço, e três deles ficam em linha reta para que 
os alunos corram e coloquem o pé dentro de cada um deles, efetuando as três passadas que serão 
utilizadas entre as barreiras. Pode‑se fazer uma variação: ao invés de ficarem em linha reta, os bambolês 
são fixados em zigue‑zague.
Exercício 6: faz‑se uma linha reta no chão com giz ou corda, e o aluno deve transpor correndo a 
linha que está no chão. O foco dessa atividade é fazer que o aluno execute as três passadas antes de 
realizar a transposição. É preciso observar se os passos são iguais, não apresentando nenhum tipo de 
aceleração ou retardamento do ritmo das passadas.
É interessante introduzir os conceitos de perna de ataque e perna de passagem: a perna que vai à 
frente fica estendida, a outra fica flexionada.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Figura 22 
Exercício 7: aqui temos o mesmo exercício anterior, mas agora o aluno terá que transpor as duas 
linhas. Deverá apresentar uma maior amplitude de movimento, principalmente em relação à extensão 
da perna de ataque, trazendo a perna de passagem.
Figura 23 
Exercício 8: temos a mesma ideia dos exercícios anteriores, mas nesta atividade dois alunos seguram 
as cordas nas extremidades e a elevam até determinada altura, e os outros alunos têm que transpor esta 
barreira feita com a corda. Ela também poderá ser colocada na parte superior do cone para fica presa. É 
precisolembrar ao aprendiz que ele deve coordenar o ritmo que antecede a transposição e a utilização 
das pernas de ataque e passagem.
Exercício 9: com as barreiras, o aluno deverá se posicionar ao lado da barreira e realizar a movimentação 
somente da perna de ataque, passando sobre ela. Se a perna de ataque for à direita, o aluno se posiciona 
do lado esquerdo da barreira, se for à esquerda, ficado lado direito dela. Depois é vital fazer o mesmo 
para a perna de passagem. É importante analisar a movimentação da perna de ataque (flexão e extensão 
em direção à barreira e, após a transposição, o direcionamento para o solo) e da perna de passagem 
(abdução lateral, ficando paralela ao solo durante a transposição e, em seguida, a preparação para 
passada). Trabalhe também a movimentação de braços.
Exercício 10: com as cordas duplas dispostas em linha reta, o aluno deverá transpor uma sequência 
de no mínimo três cordas, realizando a movimentação completa no momento da transposição e a 
manutenção do ritmo, de preferência três passadas entre cada conjunto de corda.
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Figura 24 
Exercício 11: aplica‑se o mesmo exercício anterior, porém com as cordas suspensas.
Exercício 12: realiza‑se o mesmo exercício, porém com as barreiras.
Exercício 13: executa‑se o mesmo exercício, mas com o início sendo efetuado com a saída baixa.
3.11.1 Regras básicas de competição
As provas de corrida com barreiras são determinadas pela regra 168 da Confederação Brasileira de 
Atletismo (CBAT, 2015). De acordo com esta regra, as provas para essa disciplina são:
•	 masculino – 110 e 400 metros;
•	 feminino – 100 e 400 metros.
Em cada prova é preciso transpor dez barreiras, por isso é necessário que cada prova tenha distâncias 
diferentes para as barreiras.
Tabela 3 
Distância da 
prova
Distância da linha 
de saída à primeira 
barreira
Distâncias entre 
as barreiras
Distância da última 
barreira à linha de 
chegada
Masculino
110 m 13,72 m 9,14 m 14,02 m
400 m 45 m 35 m 40 m
Feminino
100 m 13 m 8,50 m 10,50 m
400 m 45 m 35 m 40 m
As categorias que têm provas de corridas com barreiras são: Adulto, Sub‑20 e Sub‑18.
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Final do top arredondado
0,01m – 0,025cm
0,70m máx.
70
m
m
 ±
 5
m
m
1,19m ± 0,01m
0,225m min.
Al
tu
ra
Figura 25 – Exemplos com as medidas de uma barreira
As barreiras são colocadas de modo que a base fique apontada para o lado em que o atleta se 
aproxima, pois, caso o corredor encostar em uma delas, vão cair sem atrapalhá‑lo.
Cada esportista terá que transpor todas as barreiras, caso contrário será desqualificado da prova. 
Além disso, é obrigatório passar sobre a barreira: se passar o pé ou a perna abaixo do plano horizontal 
da barreira, também será desqualificado (Regra 168, 7a). O último motivo para ele ser desqualificado é 
derrubar propositalmente a barreira (Regra 168, 7b).
As barreiras apresentam alturas diferentes para cada categoria.
Tabela 4 
Distância da prova Adultos Sub‑20 Sub‑18
Masculino
110 m 1,067 m 0,991 m 0,914 m
400 m 0,914 m 0,914 m 0,838 m
Feminino
100 m 0,838 m 0,838 m 0,762 m
400 m 0,762 m 0,762 m 0,762 m
A tolerância para a altura das barreiras não pode superar 3 mm, para baixo ou para cima. 
A barra superior da barreira deverá ser pintada em preto e branco ou em cores em contraste à pista 
e ao espaço da prova.
4 CORRIDAS DE REVEZAMENTO
As corridas de revezamento foram concebidas pelos norte‑americanos, que se basearam em vários 
tipos de atividades que praticavam, tais como: competições de cavalos puxando diligências, que iam se 
revezando pelo caminho devido às longas distâncias que tinham que percorrer; as atividades do corpo 
de bombeiros de Massachusetts, dentre outras.
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A ideia de se revezar nessas atividades mais tarde foi aplicada no atletismo. As provas nessa 
modalidade são indispensáveis nas competições, e atualmente são as únicas do atletismo disputadas 
por equipes, em que o fator coletivo é decisivo para as vitórias.
Oficialmente, são duas as provas de corridas de revezamento disputadas em pista: revezamento 
curto: 4x100 metros; revezamentos longos: 4x400 metros.
Além das provas de pista, hoje os revezamentos de longas distâncias disputados nas ruas já são uma 
realidade. Funciona do seguinte modo: cada componente corre uma distância diferente, conforme a 
estratégia da equipe, para totalizar a longa distância percorrida que foi estabelecida no regulamento 
dessa prova.
Tradicionalmente essas duas provas são as mais conhecidas e tecnicamente as mais complexas, 
sendo praticadas por homens e mulheres. Neste livro‑texto faremos uma análise técnica delas.
As equipes de revezamento são compostas de quatro corredores, os quais percorrem uma distância 
semelhante (100 ou 400 metros) conduzindo um bastão oco de 28 a 30 cm de comprimento. O bastão 
tem uma circunferência de 12 a 13 cm e deve pesar 50 gramas, e deve ter uma cor que possa ser vista 
facilmente durante a corrida. Esse bastão deve passar de mão em mão pelos quatro corredores, o que 
caracteriza o revezamento.
A passagem do bastão deve ser realizada no interior de uma área especial dentro da pista, que é 
denominada zona de passagem ou zona de revezamento. É marcada dentro da raia na qual cada 
equipe está correndo. Essa região tem uma distância de 20 metros, que é medida a 10 metros antes e 10 
metros depois da distância a ser percorrida por cada um dos atletas. Portanto, na prova de 4x100 metros, 
existem três zonas de passagem: a primeira é utilizada pelo primeiro e segundo corredor; a segunda, 
pelo segundo e terceiro corredor; a última, para a entrega do bastão do terceiro para o quarto corredor, 
que finaliza a prova.
Ao corredor que vai receber o bastão, é permitido iniciar sua corrida a 10 metros antes do início da 
zona de passagem. Essa zona de 10 metros que antecede à de passagem é chamada de zona opcional.
Antes da zona opcional, existe uma marca pessoal feita por cada corredor usando uma fita adesiva, 
que foi definida com treinamento e serve como referência para o receptor como um sinal para ele iniciar 
sua corrida dentro da zona opcional.
O receptor prepara‑se no início da zona opcional, em posição de arranque, e fica olhando para o 
companheiro que está chegando, e quando este passar pelo handcap, ele inicia sua corrida e não olha 
mais para trás. É uma zona de aceleração. Quando os dois atletas estão na zona de passagem, eles estão 
em velocidade idêntica para realizar a passagem sem perder tempo, ou seja, na maior velocidade entre 
ambos. Isso envolve muito treino.
A prova de 4x100 metros é totalmente balizada, o que determina que a equipe deve correr a prova 
inteira dentro de sua própria raia. Já a prova de 4x400 metros é parcialmente balizada. O primeiro 
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corredor da equipe corre seus 400 metros dentro de sua raia, e o segundo corre balizado até o fim 
da primeira curva da sua raia. Então, a prova deixa de ser balizada e os demais corredores da equipe 
(terceiro e quarto) correm livremente pela pista para concluírem a prova.
Handcap
Zona 
opcional
Raia Raia
Zona de 
passagem
2
2
21 1
1
Segunda 
zona
Terceira 
zona
Linha de 
saída/chegada
Raia 1
Primeira 
zona
Figura 26 – Marcação na pista das zonasde passagem do revezamento 4x100 metros, na raia 1
Nos 4x400 metros existe apenas uma zona de passagem (cada corredor corre uma volta inteira 
na pista, que tem 400 metros de perímetro), que é marcada a 10 metros antes da linha de chegada 
e 10 metros depois da saída, totalizando os 20 metros regulamentares da zona de passagem para 
essa prova.
Zona de passagem 
4 x 400m
chegada e 
saída
Raia 1
Figura 27 – Localização da zona de passagem para revezamento 4x400m, na raia 1
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4.1 Técnica des revezamentos
O revezamento de 4x100 metros é considerado uma das provas clássicas do atletismo e das mais 
aguardadas pelo público, pois em uma equipe normalmente estão presentes quatro dos homens mais 
rápidos do mundo.
Por ser uma prova muito rápida, o entrosamento técnico entre os quatro corredores da equipe deve 
ser apurado, pois um erro, por menor que seja, pode comprometer o resultado na competição.
Assim, no ajuste de todos os detalhes, que fazem da técnica um componente decisivo, é preciso levar 
em consideração um conjunto de ações que compõe a técnica como um todo.
Há duas formas de passagem do bastão, uma utilizada nos revezamentos rápidos, a outra, nos 
menos velozes.
•	 Passagem não visual ou “às cegas”
Recebe essa denominação porque a passagem e a recepção do bastão são feitas sem que o corredor 
da frente olhe para seu companheiro que está chegando para lhe entregar o bastão. É usada nos 
revezamentos rápidos, como é o caso do 4x100m. Os dois atletas correm em velocidade máxima, e 
se o indivíduo da frente precisar olhar para trás, terá que diminuir a velocidade, comprometendo 
o resultado da equipe.
•	 Passagem visual
É utilizada nos revezamentos mais longos, haja vista a troca não exigir uma rapidez máxima como 
no caso anterior. O corredor que está chegando com o bastão faz sua aproximação mais lenta 
porque se desgasta após o esforço despendido durante sua corrida. Ele chega mais lentamente, e 
assim o receptor do bastão também começa sua corrida de modo mais lento. Para não “escapar”, 
olha para trás e observa o companheiro que está chegando com o fito de ter tempo suficiente 
para acelerar e receber o bastão dentro dos limites da zona de passagem.
Além da forma como é feito o revezamento, é imperioso considerar os movimentos efetuados 
pelos dois atletas para realizar a passagem do bastão sem perder tempo e também não correr o 
risco de o bastão cair da mão ao ser entregue.
Para evitar essa situação, deve‑se avaliar qual é o estilo de passagem mais adequado para o 
entrosamento dos corredores.
Diversos estilos foram aplicados, mas sempre outros são testados em busca da perfeição.
Hoje são feitos três tipos ou estilos de passagem: a ascendente, com troca de mãos; a descendente; 
e a passagem horizontal.
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•	 Passagem ascendente
É o estilo mais antigo dos três. As equipes profissionais quase não o utilizam, mas ele é mais fácil 
para os iniciantes.
Recebe esse nome porque o movimento da mão do corredor que faz a entrega é de baixo para 
cima, é um movimento ascendente que identifica o estilo.
Para receber o bastão, o corredor da frente estende o braço para trás, colocando a mão com a 
palma voltada para o companheiro. Fica com os dedos unidos e apontados para o chão, menos o 
polegar, que fica voltado para dentro.
Quando a mão estiver preparada, o corredor de trás estende seu braço e faz um movimento 
de baixo para cima, colocando a extremidade do bastão na mão do companheiro entre o dedo 
indicador e o polegar. Imediatamente após estar com o bastão na mão, esse corredor o transfere 
para a outra mão para posicioná‑lo de forma adequada e entregá‑lo ao corredor seguinte.
Figura 28 – Passagem ascendente usado nos revezamentos 4x100m
Dessa maneira, se o primeiro corredor estiver correndo com o bastão na mão direita, entrega‑o na 
mão esquerda do segundo, e este troca de mão e também vai correr com o bastão na mão direita, 
e assim sucessivamente, até o último corredor. Todos correm com o bastão na mão direita.
Portanto, todos os corredores fazem o mesmo gesto em uma mesma sequência, ou seja, a ação 
é uniforme entre os quatro atletas. Esse mecanismo identifica o método de passagem do bastão, 
conhecido como método uniforme.
•	 Passagem descendente
É a mais usada pela maioria das equipes e recebe essa denominação porque o movimento de 
entrega do bastão é feito de cima para baixo, ou seja, através de um movimento descendente do 
bastão, até a mão do receptor.
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Para receber o bastão, o corredor da frente estende seu braço para trás, colocando‑o voltado para 
seu companheiro, com a palma da mão voltada para cima e com os dedos unidos apontados para 
trás, exceção do polegar, que fica voltado para dentro.
Quando isso acontece dentro da zona de passagem, o corredor de trás coloca a extremidade livre 
do bastão na mão do corredor da frente, que agarra o bastão e segue correndo com ele, e não 
precisa transferi‑lo para a outra mão como na técnica anterior.
Figura 29 – Passagem do bastão no revezamento 4x100m, forma não visual e estilo descendente
Como não há a troca de mão ao transportar o bastão durante a corrida, a sequência das entregas 
e recepções do bastão é feita de forma alternada, ou seja, se o primeiro atleta correr com o bastão 
na mão direita, deverá entregá‑lo na mão esquerda do segundo, que corre com o bastão na mão 
esquerda e o entrega na mão direita do terceiro, e assim até o último corredor, sempre alternando 
a mão que leva o bastão.
Essa sequência define o método de passagem utilizado pela equipe, que é denominado método 
alternado.
•	 Passagem horizontal
É semelhante à passagem descendente em quase todos os sentidos. A única diferença é que, ao 
entregar o bastão, o movimento do braço de quem o entrega é feito como se estivesse empurrando 
o bastão para a mão do companheiro, portanto, através de um movimento de trás para frente no 
sentido horizontal.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Estilo de passagem do 
bastão no revezamento 
4 x 100 metros
Passagem horizontal
Figura 30 – Passagem do bastão no estilo horizontal
 Lembrete
Em todas as técnicas de passagem, a entrega do bastão ao companheiro da 
frente deve ser sempre não mão contrária em relação àquela usada pelo corredor 
que transporta o bastão. Exemplo: se o primeiro corredor está com o bastão na mão 
esquerda, deve entregá‑lo na mão direita do segundo, e assim sucessivamente.
4.1.1 Técnica de revezamento 4x100 metros
O revezamento 4x100 metros é uma grande atração no atletismo.
Exige um entrosamento perfeito entre os atletas. Para efetivá‑lo, entretanto, é preciso que seja 
escolhida a técnica que melhor se adapte aos corredores.
Nesse caso, a forma de passagem deve ser a não visual ou “às cegas”, e o tipo de passagem aplicado 
será o mais adequado entre os três utilizados: passagem ascendente, descendente ou a horizontal.
•	 Desenvolvimento da corrida
Por ser uma prova balizada, cada equipe corre em uma raia durante todo o percurso. A saída é feita 
no início da primeira curva da pista. O segundo corredor corre na reta oposta, o terceiro, na segunda 
curva, e o quarto fecha o revezamento correndo na reta principal para fazer a chegada.
4.1.2 Técnica de revezamento 4x400 metros
É uma clássica representante dos revezamentoslongos. Essa prova possui quatro voltas na pista, e 
cada atleta corre 400 metros, totalizando 1600 metros.
Devido ao longo percurso da corrida, é uma prova parcialmente balizada. O primeiro competidor 
corre balizado, o segundo apenas até o fim da primeira curva, completando sua participação de forma 
não balizada como os outros componentes da sua equipe.
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Tecnicamente, é conhecido como um revezamento lento, pois a passagem do bastão entre os 
corredores se realiza de modo mais vagaroso. Isso ocorre por causa do cansaço do corredor que está 
chegando com o bastão.
Devido a essa condição, o tipo de passagem utilizado é o visual. Nesse caso, o corredor que vai 
receber o bastão inicia sua corrida de forma morosa no início da zona de passagem, sempre olhando 
para o companheiro que vem chegando, para que este tenha tempo de alcançá‑lo dentro da área de 
passagem. Para essa prova, o regulamento não permite que o receptor do bastão inicie a corrida antes 
da zona de passagem como nos revezamentos rápidos, em que é aplicada a zona opcional.
Revezamento 4 x 400
Forma de passagem: visual
Tipo de passagem: ascendente
Zona de passagem (20 m)
Raia
Figura 31 – Passagem visual no revezamento 4x400m
 Observação
Na técnica das corridas de revezamento, é muito importante distinguir 
formas, tipos e métodos de passagem do bastão e as características de cada um.
4.2 Metodologia para ensino da técnica dos revezamentos
4.2.1 Método do jogo
No sistema para o ensino das corridas de revezamento, o uso do método do jogo é muito eficiente e 
motivador para crianças durante o período de formação inicial multilateral especial.
Os jogos utilizados para essa finalidade devem conter os elementos que compõem esse tipo de 
corrida, como o fator equipe, velocidade, entrega do bastão ou coisa semelhante, velocidade de reação 
e o fator competição aplicado de forma pedagógica.
Para entender como devem ser elaborados esses jogos, também conhecidos como estafetas, vamos destacar 
alguns exemplos que possuem a maioria das solicitações presentes nas competições desse tipo de corrida.
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Em relação à organização, deve‑se fazer o seguinte:
•	 Dividir a turma em equipes e subdividi‑las em duas partes, lado a lado, no espaço utilizado 
para o jogo.
•	 Colocar cones para marcar o ponto de saída e de chegada (de 10 a 15 metros de distância) do 
corredor que faz a ação. Todos os participantes ficam de pé, formando uma coluna atrás dos 
cones, de modo que uma parte da equipe esteja de frente para a outra.
Na execução, os primeiros componentes de cada equipe seguram o bastão em uma das mãos, 
aguardando o sinal de início da corrida. Dado o sinal, o corredor parte em velocidade para entregar o 
bastão ao companheiro que está aguardando à frente do grupo atrás do cone.
Assim, um entrega e o outro recebe, até que todos tenham executado essa ação.
Vence a equipe que não cometeu erros e terminou rigidamente na mesma posição na qual iniciou 
o exercício.
Dependendo do número de equipes, devem ser atribuídos pontos para cada colocação. No caso de 
três equipes, temos o seguinte: primeiro lugar: três pontos; segundo: dois; terceiro: um ponto. Todas as 
equipes devem ser pontuadas.
Agora vamos apresentar quatro figuras e suas respectivas explicações.
A) 
Figura 32
Cada equipe está dividida em duas partes, cada uma fica de pé atrás dos cones, uma de frente para 
a outra. O primeiro integrante corre com o bastão e o entrega ao companheiro da equipe, que está do 
outro lado.
Vence a equipe que terminar primeiro e na mesma posição em que iniciou a disputa.
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B) 
Figura 33
A equipe fica sentada atrás do cone. O primeiro corredor parte em velocidade com o bastão na mão, 
contorna um cone distante – a 10/15 metros – e na volta o entrega ao seguinte componente da equipe, 
que está esperando em pé.
Vence a equipe que terminar primeiro com todos os integrantes sentados e de braços cruzados sobre 
os joelhos.
C) 
Figura 34
Do mesmo modo como o exemplo anterior, modifica‑se a posição inicial e final da equipe, que deve 
completar o percurso com todos de pé e formando uma coluna.
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ATLETISMO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
D) 
Figura 35
Aqui temos o mesmo caso anterior, porém a equipe deve esperar sentada, de costas, e terminar 
nessa posição.
 Observação
A posição inicial e final de cada equipe deve ser modificada a cada 
repetição do jogo.
4.3 Regras básicas de competição
Acentuaremos oito regras básicas:
•	 Cada zona de passagem deve ter 20 m de comprimento e com as seguintes medidas: 10 m antes 
e 10 m depois da linha de saída e chegada de cada distância a ser percorrida.
•	 A prova do revezamento 4x100m é corrida inteiramente em raias.
•	 No revezamento 4x400m, a primeira volta é corrida totalmente balizada e a segunda até o 
fim da primeira curva, onde deve haver uma linha inclinada indicando o fim do balizamento 
(raia livre).
•	 No revezamento de 4x100m, com exceção do primeiro corredor, todos os atletas podem começar 
a correr até 10 m (zona opcional) antes da zona de passagem.
•	 No revezamento 4x400m, não será permitido o início da corrida antes da zona de passagem 
do bastão.
•	 O bastão deve ser um tubo liso oco, de forma circular, feito de material rígido, com o comprimento 
mínimo igual a 28 cm e o máximo de 30 cm, com 50 gr de peso.
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Unidade II
•	 O bastão deve ser carregado na mão durante toda a prova. Se for derrubado, deverá ser recuperado 
pelo integrante que o derrubou. Ele pode sair de sua raia para pegar o bastão, desde que não 
atrapalhe o adversário a continuar a corrida.
•	 Os competidores, antes de receber ou após a passagem do bastão, deverão permanecer em suas 
raias ou zonas até que o curso esteja livre para não prejudicar outros integrantes. Caso fique 
comprovado algum prejuízo nessa situação, a equipe será desclassificada.
4.4 Marcha atlética
Normalmente, quando se fala de atletismo, são lembradas as principais provas de corridas, saltos e de 
lançamentos e arremessos. Todavia, como o atletismo propõe uma diversidade de disciplinas, cada uma 
com suas características específicas, a marcha atlética apresenta questões fisiológicas, biomecânicas e 
pedagógicas peculiares (CARNEIRO, 2001).
A marcha atlética muitas vezes é esquecida ou renegada pelos profissionais de Educação Física, 
atuando em ambiente escolar ou não (MATTHIESEN, 2004). Uma característica desta prova são os 
movimentos específicos de ombros e quadril, que não são observados em outras disciplinas do atletismo, 
tornando‑a motivo de ironia e chacota (DUCAL, 1998).
Segundo Granell e Lazcorreta (2004), a marcha atlética é uma progressão na qual se efetua passo 
por passo, de modo que o contato com o solo se mantenha sem interrupção.
Oficialmente as provas de marcha atlética são divididas em duas distâncias: 20 km para homens e 
mulheres, com os 50 km apenas para homens. Caracterizam‑se pela execução de passos, de modo que 
um dos pés do marchador (competidor) mantenha obrigatoriamente contato com o solo, enquanto o 
outro pé se movimenta (VIEIRA, 2007).
A marcha é utilizada com meio de locomoção pelo homem desde o fim do período neolítico. Como

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