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Teoria Geral da Jurisdição e seu estudo 1. Conceito * é função ou atividade desempenhada pelo Estado, por meio do devido processo legal, onde o Estado deve buscar de forma imparcial a aplicação do direito, resolvendo os casos concretos que lhe são apresentados. * é atividade estatal com eficácia vinculativa plena, declarando ou realizando o direito em concreto. * Três enfoques - Poder: Emana soberania do Estado (Monopólio estatal) - Função: incumbência afeta ao órgão jurisdicional de aplicar a lei aos casos concretos por meio do processo. - Atividade: atua por meio de uma sequencia de atos processuais 1.1. características Atividade Substitutiva: O Estado, com sua atuação coativa, substitui a vontade dos indivíduos. Uma vez provocado este e tendo havido de sua parte uma decisão que transitou em julgado, os litigantes nada podem fazer a não ser acolher a interpretação dada por aquele poder; Atividade Instrumental ( Escopo jurídico de atuação do direito): Instrumento de atuação do direito material. ADA: O escopo jurídico da jurisdição é a atuação ( cumprimento, realização) das normas de direito substancial ( material). Atividade declarativa ou executiva: Declara a vontade concreta da lei ou executa comando estabelecido na sentença. Atividade desinteressada e provocada: A jurisdição é inerte para que prevaleça a imparcialidade do juiz. Definitividade: idéia de coisa julgada ( se torna imutável) em regra. 2. Principais Conceitos Teóricos 2.1. Francesco Carnelutti (1879 – 1965) * Em sede de direito processual sua contribuição mais marcante é o seu “Sistema de Direito Processual Civil” que tem como elemento central o conceito de lide. * Ponto central do processo lide. * Jurisdição atividade do Estado voltada à “justa composição da lide” mediante uma sentença de natureza declarativa. * Crítica: Trata-se de uma ideia sedutora em um primeiro momento. Porém o senso comum no caso em tela é traído, eis que a atividade jurisdicional pode ser “movimentada” pelas partes interessadas para resolver situações não litigiosas, desde que a lei tenha exigido essa participação do Estado na administração da vida privada das pessoas (Jurisdição voluntária). Ex: separação consensual. 2.2. Piero Calamandrei (1889 – 1956) * Defendia que a jurisdição é a atividade estatal caracterizada por gerar um efeito que nenhum outro ato estatal tem capacidade de produzir; A COISA JULGADA, ou seja, a imutabilidade do ato decisório jurisdicional, uma vez findas as impugnações (recursos) que a lei prevê. * Crítica: Seria esse, então, o elemento com base no qual se pode classificar a jurisdição e distingui-la das demais funções públicas do Estado? A doutrina crítica respondendo que não. Embora somente os atos jurisdicionais produzam coisa julgada, nem todos os atos jurisdicionais tem essa aptidão, como aqueles que extinguem o processo sem resolução do mérito (art. 267 CPC), e os atos decisórios tomados em procedimento de jurisdição voluntária (não há lide) 2.3. Giuseppe Chiovenda (1872 – 1937) * Dois objetivos: - exame da norma como vontade abstrata de lei (questão de direito); - exame dos fatos que transformam em concreta a vontade da lei (questão de fato). * O resultado da atividade é a atuação da vontade concreta da lei (sentença). * Finalidade da função jurisdicional: Declaração da norma abstrata (lei – legislativo) em norma concreta ( sentença – judiciário). * Assim, para declarar qual a norma jurídica que deve incidir numa situação concreta, o exercício da função jurisdicional pressupõe que se reconheça a existência de fatos e o seu enquadramento em um esquema abstrato, que é a norma jurídica. O órgão jurisdicional, portanto, ao declarar a norma concreta, julga os fatos e sua qualificação ou inserção no mundo do direito. * Exemplificando: Pierre, funcionário público estadual é exonerado de sua função, sendo publicado no Diário Oficial o motivo da dispensa, sem que se tenha dado a ele o direito de se defender, administrativamente, da conduta que lhe foi imputada. Por conta do ocorrido, ajuíza uma ação, em que requer a declaração de nulidade do ato de exoneração, com consequente volta ao serviço. Ao receber a demanda e julgá-la, o magistrado terá de reconhecer a existência dos fatos alegados e seu encaixe no direito da seguinte forma: a) Pierre foi realmente exonerado? O motivo da exoneração foi o alegado por ele? Administrativamente, deu-se a chance para que ele se defendesse? Supondo que ele tenha sido exonerado, pelo motivo alegado, sem chance de defesa, o julgador termina a apreciação fática e passa à segunda das análises, que é a do enquadramento jurídico dessa situação. b) A exoneração sem prévia oportunidade de defesa é juridicamente válida ou afronta algum preceito jurídico? Caso afronte, qual é a consequência devido a essa afronta? Nos termos do art. 5º, LV da Constituição Federal, a atitude do Estado “feriu” o contraditório e ampla defesa o que torna nulo, devendo ser esse efeito ( nulidade do ato) decretado pelo estado-Juiz. * Função Jurisdicional enquadramento jurídico dos fatos narrados pelo autor à lei norma concreta sentença substitutividade da vontade das partes pela vontade do Estado-Juiz 2.4. Elio Fazzalari * Para Fazzalari a jurisdição somente se legitima pelo processo (procedimento em contraditório), ou seja, para se chegar ao provimento final (ato final), há a necessidade prévia de um procedimento previsto em lei e esse procedimento se realizado em contraditório entre autor e réu se transforma em processo. * Função Jurisdicional Provimento Jurisdicional Só se legitima pelo processo (espécie de procedimento realizado em contraditório). * OBS: essa talvez seja a melhor interpretação para se definir a aplicação do direito que se dá por meio do processo. 3. Requisitos (Princípios) da Jurisdição * A apuração dos requisitos para o exercício da atividade jurisdicional é indispensável à validade dos atos praticados pelo juiz, porque tais aspectos entram na configuração da competência do juiz para dirigir os procedimentos e julgar os pedidos conforme a lei. * Os princípios que direcionam toda a atividade jurisdicional podem ser resumidos nos seguintes: 3.1. Investidura * O princípio da investidura determina que o Estado, para exercer a jurisdição, a faça por pessoas que estejam investidas no exercício da função jurisdicional (juiz). * A investidura se faz no Brasil por meio de concurso público de provas e títulos ou pelo sistema do quinto constitucional1 (art. 94 CF/88), ou pela indicação do Presidente da República, no caso de Ministros dos Tribunais Superiores. 3.2. Inércia * O juiz não pode iniciar o processo, sem a provocação da parte (art. 262 CPC – “o processo inicia-se por iniciativa da parte, mas desenvolve-se por impulso oficial). * Assim, para que haja prestação jurisdicional é necessário que o Judiciário seja provocado por meio da dedução da pretensão (petição inicial) e o juiz deve conferir andamento aos autos. * Autor – Dedução da pretensão em juízo (petição inicial) Jurisdição (juiz) confere andamento por impulso oficial * Exceções: Execução trabalhista (art. 878 CLT); Hábeas Corpus de oficio (art. 654, § 2º CPP). 3.3. Vinculação da atividade jurisdicional ao pedido * A prestação da atividade jurisdicional está adstrita aos pedidos (art. 128 CPC – “O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta,sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte”.) * o Juiz não pode “sentenciar”: - Ultra Petita (dar mais que o pedido); - Citra Petita (menos que o pedido); Extra Petita (fora do pedido) 3.3. Aderência 1 Quinto constitucional é o mecanismo que confere vinte por cento dos assentos existentes nos tribunais aos advogados e promotores; portanto, uma de cada cinco vagas nas Cortes de Justiça é reservada para profissionais que não se submetem a concurso público de provas e títulos; a Ordem dos Advogados ou o Ministério Público, livremente, formam uma lista sêxtupla, remete para os tribunais e estes selecionam três, encaminhando para o Executivo que nomeia um desses nomes. Essas indicações são suficientes para o advogado ou o promotor deixar suas atividades e iniciar nova carreira, não na condição de juízes de primeiro grau, início da carreira, mas já como desembargador ou ministro, degrau mais alto da magistratura. * A atividade jurisdicional não pode ser exercida fora dos limites determinados por lei. * Aderência Territorial vincula a jurisdição a um determinado território (comarca, seção, circunscrição) demarca os limites geofísicos de atuação dos juízes. * Ex: TJMG – Comarca de Uberaba -> Uberaba, Água Comprida, Delta, Campo Florido e Veríssimo. TRF: Distribuição geográfica TRF da 1ª Região - sede em Brasília: compreende as seções judiciárias do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins. TRF da 2ª Região - sede no Rio de Janeiro: compreende as seções judiciárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo. TRF da 3ª Região - sede em São Paulo: compreende as seções judiciárias de São Paulo e Mato Grosso do Sul. TRF da 4ª Região - sede em Porto Alegre: compreende as seções judiciárias de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. TRF da 5ª Região - sede em Recife: compreende as seções judiciárias de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. 3.4. Inafastabilidade, Inevitabilidade e Indelegabilidade * Dever-função jurisdicional Função inafastável do Estado (Judiciário) Art.5º, XXXV da CF/88 + art. 126 CPC. * Função inafastável (Judiciário) inevitabilidade útil e eficiente * Pergunta-se: e se a função jurisdicional for ineficiente? “quando o juiz, a qualquer pretexto, retarda a prestação jurisdicional, tornando morosa a resposta do Estado aos pleitos das partes, deveria ser alvo de representação indeclinável do Ministério Público, este, como Instituição Popular essencial à eficácia jurisdicional do Estado e defensora permanente da ordem jurídica ( art. 127 da CF/88), é pessoa legitimada, em primeiríssima qualidade, para promover, ex officio, o procedimento disciplinar conforme determina o art. 198 do CPC. A omissão dos membros do Ministério Público que concorre para tornar evitável a jurisdição, por desídia do órgão jurisdicional ou pretexto de acúmulo de serviço da magistratura, configura crime contra a Administração Pública cuja apuração deveria ocorrer pelo Poder Legislativo ( art. 52, II, CF/88) que poderia destituir o Procurador Geral ( arts. 128, § § 2º e 4º da CF/88), caso este se revele indiferente às iniciativas legais à responsabilização dos prevaricatores.” ( Rosemiro Pereira Leal) * Indelegabilidade: A atividade jurisdicional é uma atividade exclusiva do órgão judiciário. Assim, se a lei disser que a competência para dirimir o conflito é desse judiciário, ele e nenhum juiz podem delegar sua atribuição. 3.5. Juiz (o) natural * Está positivado no art. 5º, LIII: “Ninguém será processado sem sentenciado senão pela autoridade competente”; e no art. 5º, XXXVII da CF/88 que dispõe que “não haverá juízo ou tribunal de exceção”. * Juízo natural estabelecido previamente pela Constituição Federal como criação jurídica do Estado -> arts. 92 a 126 da CF/88 -> cria órgãos jurisdicionais próprios para o processamento e o julgamento de determinadas questões regidas por normas ( materiais) específicas. Garante a aplicação de direitos fundamentais de liberdade, dignidade e ampla defesa Garantias de um Estado Democrático de Direito. 3.6. Imparcialidade * Imparcialidade Dever constitucional do Estado-Juiz (Direito-garantia das partes) Assegura legitimidade do ato jurisdicional * Suspeição e Impedimentos: Arts. 134 e 135 CPC -> institutos que se diferenciam de acordo com o nível de comprometimento que o juiz tem com a demanda. * Impedimento -> art. 134 CPC -> presunção absoluta – Questão de direito de ordem objetiva * Suspeição -> art. 135 CPC -> presunção relativa – Questão de direito de ordem subjetiva. * Segundo Pontes de Miranda é uma enumeração taxativa. Calmon de Passos, no entanto, entende que o rol de impedimentos não é exaustivo, porque engloba toda situação em que haja uma incompatibilidade lógica entre a função de julgar e o papel do juiz no processo, mesmo que não prevista expressamente naqueles dispositivos. * o impedimento é argüível a qualquer tempo, não precluindo (constitui até fundamento para rescisória - art. 485 , II , do CPC), pois é matéria de ordem pública. Como diz Couture, os cidadãos não têm um direito adquirido quanto à sabedoria do juiz, mas têm um direito adquirido quanto à independência, autoridade e responsabilidade do juiz. Ademais, é dever do magistrado declarar-se impedido ou suspeito, podendo alegar motivos de foro íntimo. Para ele não preclui o dever de declarar-se suspeito ou impedido. 3.7. Motivação, Duplo Grau de Jurisdição e persuasão racional do juiz * A persuasão2 do juiz, no Estado Democrático de Direito, é construída pelos critérios que a lei estabelece para seu convencimento ante os fatos e atos examinados. O julgador não pode decidir, assumindo o papel paternalista ou do magister em juízos de desvinculada subjetividade3. * Após as constituições democráticas, aboliram-se os sistemas inquisitório e de livre convencimento, porque historicamente assentados em bases autocráticas e carismáticas de juízos de arbítrio, discricionariedade, conveniência e equidade, sem qualquer suporte no princípio da anterioridade e exterioridade normativas4. * Persuasão racional do juiz Legalidade (Lei) * Provimento Jurisdicional Fundamentação (Lei) – Motivação (Art. 93 IX) * Entrelaça-se aos requisitos analisados o do duplo grau de jurisdição que se desponta como dever estatal de permitir a revisibilidade das decisões judiciais e, consequentemente, o reexame da motivação legal que sustentou o convencimento do juiz para exaração do provimento recorrido5. 4. Jurisdição Contenciosa e Voluntária * Jurisdição Contenciosa: A pretensão colocada ao judiciário no qual se verifica a presença de lide, ou seja, do conflito de interesses. * Jurisdição Voluntária: pretensão colocada no Judiciário no qual não existe lide. Ex: separação judicial consensual; casamento. Papel apenas fiscalizatório do judiciário 2 Persuasão é uma estratégia de comunicação que consiste em utilizar recursos lógico-racionais ou simbólicos para induzir alguém a aceitar uma idéia, uma atitude, ou realizar uma ação. É o emprego de argumentos, legítimos ou não, com o propósito de conseguir que outro(s) indivíduo(s) adote(m) certa(s) linha(s) de conduta, teoria(s) ou crença(s). 3 LEAL, Rosemiro Pereira. Teoria Geral do Processo: primeirosestudos. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Thomson-IOB, 2004. 312 p. 4 LEAL, Rosemiro Pereira. Teoria Geral do Processo: primeiros estudos. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Thomson-IOB, 2004. 312 p. 5 LEAL, Rosemiro Pereira. Teoria Geral do Processo: primeiros estudos. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Thomson-IOB, 2004. 312 p. Cassio Scarpinela Bueno: “ Certo que na chamada “jurisdição voluntária não se visa à atuação do direito mas à constituição de situações jurídicas novas, não propriamente caráter substitutivo ( a intervenção jurisdicional é necessária para dar validade e eficácia a um específico negócio jurídico, não para impor um resultado ou uma decisão); não há lide ( não há conflito), mas, bem diferentemente, há negócio jurídico privado, há consonância de interesses na consecução do negócio jurídico de uma mesma forma, com a obtenção de um mesmo resultado, e não há coisa julgada, isto é, o que vier a ser estabelecido pelo Estado-Juiz não assume foros de imutabilidade.” 5. Jurisdição Comum e Especial * Art. 92 da CF/88 -> cria órgãos jurisdicionais próprios para o processamento e o julgamento de determinadas questões regidas por normas ( materiais) específicas. * Jurisdição especial: Trabalhista ( arts. 111 a 116) Eleitoral ( arts. 118 a 121) Militar ( arts. 122 a 124 e art. 125, § 3º a § 5º * Jurisdição Comum: Aceita a divisão baseada na competência dos diversos órgãos jurisdicionais para julgar determinadas pessoas ou matérias. ( “Justiça Comum” e “Justiça Federal”) 6. Jurisdição Superior e Inferior * É da natureza humana o inconformismo perante decisões desfavoráveis: Muitas vezes, aquele que sai vencido em um processo quer nova oportunidade para demonstrar suas razões e tentar outra vez o ganho de causa ( é o princípio do duplo grau de jurisdição) -> possibilidade de um mesmo processo, após julgamento pelo juiz inferior perante o qual teve inicio, voltar a ser objeto de julgamento, agora por órgãos superiores do Poder Judiciário. * Jurisdição inferior -> aquela exercida pelos juízes que ordinariamente conhecem do processo desde seu início ( competência originária): trata-se, na Justiça Estadual, dos juízes de direito das comarcas distribuídas por todo o Estado, inclusive da comarca da Capital. * Jurisdição Superior -> exercida pelos órgãos a que cabem os recursos contra as decisões proferidas pelos juízes inferiores. OBS: O órgão máximo, na organização judiciária brasileira, e que exerce a jurisdição em nível superior ao de todos os outros juízes e tribunais é o Supremo Tribunal Federal. * órgãos de primeiro grau de jurisdição: pertencem à primeira instância. * órgãos de segundo grau de jurisdição: pertencem à segunda instância. 6. Jurisdição Penal ou Civil * A pretensão em cada processo varia de natureza conforme o direito material ( objetivo/substantivo) em que se fundamenta. Assim, há causas penais, civis, comerciais, administrativas, tributárias, etc. * A doutrina majoritária divide a jurisdição em: Penal ( causas penais, pretensões punitivas) e jurisdição civil ( por exclusão, causas e pretensões não penais). OBS: a expressão jurisdição civil nessa clássica divisão é empregada em sentido bastante amplo, abrangendo toda a jurisdição não penal. Pergunta-se: a) quem exerce a jurisdição penal? R: juízes estaduais comuns, Justiça Militar Estadual, Justiça Militar Federal, Justiça federal e Justiça Eleitoral. b) Quem exerce a jurisdição civil em sentido amplo? R: Justiça Estadual, federal, Trabalhista e Eleitoral. OBS2: A jurisdição civil em sentido estrito é exercida pela Justiça Federal e pela Justiça dos Estados. ÓRGÃOS DA JURISDIÇÃO * Para efeito de uma racionalização da atividade jurisdicional existem diversos órgãos, cada um responsável por dizer determinado direito, para determinadas pessoas, em determinadas localidades, segundos critérios de divisão de atribuições pela CF/88. * Garantias dos magistrados: Vitaliciedade; inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos (art. 95 e incisos da CF) -> somente a partir dessas garantias mínimas o juiz, sentindo-se livre das intempéries externas, terá tranquilidade para cumprir adequadamente a sua missão de pacificação social. * São órgãos da jurisdição: a) Supremo Tribunal Federal ( STF); b) Superior Tribunal de Justiça ( STJ); c) “Justiça Federal” - Tribunais Regionais Federais e juízes federais( TRF’s e Juizes Federais); d) “Justiça do Trabalho” - Tribunal Superior do Trabalho ( TST), Tribunais Regionais do Trabalho ( TRT’s) e Juízes do Trabalho e) “Justiça Eleitoral” - Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tribunais Regionais Eleitorais e Juízes eleitorais; f) “Justiça Militar” - Tribunais e Juízes Militares; g) “Justiça Estadual” - Tribunais e juízes dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ( STF) * Constituição: Art. 101 da CF/88 - 11 (onze) ministros, com idade mínima de trinta e cinco e máxima de sessenta e cinco anos. Sua nomeação é feita pelo Presidente da República, após aprovação da maioria absoluta do Senado Federal. * Órgão que exerce a jurisdição superior máxima no Brasil. * STF: a) Competência originária: Enquanto o primeiro e único órgão a julgar determinados feitos. Art. 102, I da CF. Ex: Infrações penais comuns do Presidente da República; b) Competência recursal: enquanto instância revisora de determinadas causas. Art. 102, II. Ex: Habeas Corpus não aceito pelo STJ. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ( STJ) * Composição: Art. 104 CF/88 - Mínimo de 33 ministros, devendo ser entre trinta e cinco e sessenta e cinco anos no momento da sua nomeação. Sua nomeação é feita pelo Presidente da República, após aprovação da maioria absoluta do Senado Federal. * Órgão hierarquicamente inferior ao STF no sistema recursal, sendo novidade do texto da CF/88, concebido para desafogar o STF. * STJ: a) competência originária: enquanto julgador primeiro e único de certas causas. Art. 105, I da CF/88. Ex: Crimes cometidos pelos governadores. b) Competência recursal: enquanto instância revisora de determinadas causas. Art. 105, II CF. Ex: Habeas Corpus julgados pelos TRF’s ou TJ’s. TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E JUÍZES FEDERAIS * Art. 106 CF/88 -> São órgãos da Justiça Federal: a) Tribunais Regionais Federais e Justiça Federal. * Art. 109 da CF/88 -> Justiça Federal é responsável especialmente por causas envolvendo interesses da União, se suas autarquias e empresas públicas. Também é competente para julgamento de crimes contra a organização do trabalho e disputas indígenas. * Juizes Federais: 1ª instância; TRF: 2º instância. * TRF’s: a) competência originária: Art. 108, II da CF/88 – ex: julgamento de crimes comuns cometidos por juízes federais; b) Competência recursal: Art. 108, II da CF/88. * Composição do TRF: art. 107 CF/88 -> Mínimo de 7 juízes com idade mínima de trinta e máxima de sessenta e cinco, sendo compostos de juízes federais de 1º instância, advogados e membros do MPF. TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO * Art. 11 CF/88 : São órgãos da Justiça do Trabalho -> a) Tribunal Superior do Trabalho ( TST); b) Tribunais Regionais do Trabalho ( TRT’s) e Juízes do Trabalho * Competência: dissídios individuais entre trabalhadores e empregadores ( oriundos da relação de trabalho) * Formação: formado por 27 ministros com idade mínima de 35 e máxima de 65, nomeados pelo presidente da república após aprovação do Senado Federal TRIBUNAIS E JUIZES ELEITORAIS * Art. 118 -> São órgãos da justiça eleitoral: a) TST; b) TER. c) Juízes eleitorais; d) Juntas eleitorais. * Competência: matéria referente a eleições, partidos, perda de mandato, crimes eleitorais.* Composição -> TST: art. 119 CF/88; TRE: art. 120 CF/88 TRIBUNAIS E JUIZES MILITARES * “Justiça Militar” -> a) Superior Tribunal Militar; b) Tribunais Militares Regionais; c) Juizes Militares. * Competência: julgamento dos crimes militares -> art. 124 CF/88 TRIBUNAIS E JUIZES DOS ESTADOS * “Justiça Estadual” -> a) Tribunais dos estados; b) juízes estaduais; * Competência Residual.
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