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PRATICA SIMULADA TRABALHO 4

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Plano	de	Aula:	AÇÃO	DE	CONSIGNAÇÃO	EM	PAGAMENTO
PRÁTICA	SIMULADA	II	(TRABALHO)	-
CCJ0148
Título
AÇÃO	DE	CONSIGNAÇÃO	EM	PAGAMENTO
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
4
Tema
AÇÃO	DE	CONSIGNAÇÃO	EM	PAGAMENTO
Objetivos
O	 aluno	 deverá	 ser	 capaz	 de	 identificar	 e	 elaborar,	 diante	 do	 caso
concreto	 apresentado,	 a	 peça	 processual	 adequada,	 ou	 seja,	 uma
petição	 inicial	 de	 rito	 especial	 denominada	 Ação	 de	 Consignação	 em
Pagamento,	com	base	na	estrutura	e	peculiaridades	pertinentes	a	esse
tipo	de	ação.
Estrutura	do	Conteúdo
1.	Os	 procedimentos	 no	 processo	 do	 trabalho	 se	 dividem	em	dois,	 a
saber:
1.1-	Procedimentos	comuns:	Os	procedimentos	comuns	se	dividem	em
sumário,	sumaríssimo	e	ordinário.	O	procedimento	sumário	está	previsto
no	 artigo	 2º	 da	 Lei	 nº	 5.584	 de	 1970,	 é	 também	 conhecido	 como
dissídio	de	alçada,	pois	se	aplica	as	causas	cujo	valor	não	exceda	a	2
(dois)	 salários	mínimos,	 não	 é	muito	 usual	 dada	 a	 impossibilidade	 da
apresentação	 de	 recursos,	 sendo	 admissível	 somente	 o	 recurso	 para
discutir	 matéria	 constitucional,	 ou	 seja,	 recurso	 extraordinário.	 O
procedimento	sumaríssimo,	a	seu	turno,	foi	instituído	pela	Lei	nº	9.957
de	2000,	a	qual	incluiu	os	artigos	852-A	a	852-I	na	CLT,	sendo	admissível
aos	procedimentos	cujo	valor	não	exceda	a	quarenta	salários	mínimos,
tendo	como	principais	pontos	a	necessidade	de	liquidez	dos	pedidos,	a
correta	 identificação	 da	 parte	 demandada,	 ambos	 sob	 pena	 de
arquivamento	da	reclamação	trabalhista	e	a	impossibilidade	do	oitiva	de
mais	de	duas	testemunhas	por	parte.	Por	fim,	o	procedimento	ordinário
é	o	mais	usual,	inclusive	nas	provas	da	OAB,	estando	previsto	no	artigo
837	 e	 seguintes	 da	 CLT.	 Em	 todo	 o	 caso,	 ao	 que	 interessa	 a	 essa
matéria,	 a	 petição	 inicial	 deverá,	 sempre,	 obedecer	 os	 requisitos
insculpidos	no	artigo	319	do	CPC/15.
1.2-	Procedimentos	Especiais:	os	procedimentos	especiais	são	aqueles
em	que	o	direito	material	aparece	com	maior	destaque	na	conformação
do	formalismo	processual,	estão	previstos	tanto	na	CLT,	quanto	em	leis
esparsas,	tais	como	o	mandado	de	segurança,	a	ação	de	consignação
em	pagamento,	o	inquérito	para	a	apuração	de	falta	grave,	os	dissídios
coletivos,	 dentre	 outros.	 Em	 que	 pesem	 as	 diversas	 diferenças	 nos
procedimentos	 especiais,	 importante	 ressaltar	 que	 a	 petição	 inicial
deverá	 sempre	 preencher	 os	 requisitos	 genéricos	 previstos	 no	 artigo
319	do	CPC/15.
2.	Da	Ação	de	Consignação	em	Pagamento:	art.	539	a	549	do	CPC/15	e
art.	334	a	345	Código	Civil.
2.1	 Conceito:	 é	 o	 instrumento	 processual	 hábil	 a	 extinguir	 uma
obrigação	 quando	 caracterizada	 a	 mora	 do	 credor	 (mora	 accipiendi),
mediante	o	depósito	da	quantia	ou	coisa	devida,	o	qual,	sendo	aceito
pelo	 credor	 ou	 reconhecido	 como	 válido	 e	 suficiente	 por	 sentença
judicial,	 tem	 o	 condão	 de	 liberar	 o	 devedor,	 sendo	 considerada	 uma
forma	de	pagamento	indireto	das	obrigações.
2.2.	 Considerações:	 a	 ação	 de	 consignação	 em	 pagamento	 é	 muito
utilizada	 no	 direito	 do	 trabalho	 quando	 o	 empregado	 se	 recusa	 a
receber	 as	 verbas	 rescisórias.	 Com	 isso,	 o	 empregador	 exime-se	 de
arcar	com	a	multa	do	artigo	477,	§8º	da	CLT.	Também	é	usual	quando	o
empregado	se	furta	ao	recebimento	de	salários	para	que	o	empregador
incorra	em	falta	grave,	prevista	no	artigo	483,	“d”	da	CLT,	caracterizando,
por	conseguinte,	caso	de	rescisão	indireta	do	contrato	de	trabalho.
2.2.	A	Consignação	poderá	ser	proposta	sempre	que:	“CC	-	Art.	335.	A
consignação	tem	lugar:	I	-	se	o	credor	não	puder,	ou,	sem	justa	causa,
recusar	receber	o	pagamento,	ou	dar	quitação	na	devida	forma;	II	-	se	o
credor	não	for,	nem	mandar	receber	a	coisa	no	lugar,	tempo	e	condição
devidos;	 III	 -	 se	 o	 credor	 for	 incapaz	 de	 receber,	 for	 desconhecido,
declarado	ausente,	ou	residir	em	 lugar	 incerto	ou	de	acesso	perigoso
ou	difícil;	IV	-	se	ocorrer	dúvida	sobre	quem	deva	legitimamente	receber
o	 objeto	 do	 pagamento;	 V	 -	 se	 pender	 litígio	 sobre	 o	 objeto	 do
pagamento.”
2.2	 Competência:	 Via	 de	 regra,	 para	 as	 obrigações	 decorrentes	 da
relação	trabalhista,	será	competente	para	o	conhecimento	da	ação	de
consignação	 em	 pagamento	 uma	 das	 Varas	 do	 Trabalho	 ou	 Juízo
Estadual	com	a	competência	trabalhista.
2.3.	Peculiaridades:	(regra)
autor/devedor	(empregador)	=	CONSIGNANTE
réu/credor	(empregado)	=	CONSIGNATÁRIO
CONSIGNADO	=	valor	ou	bem	objeto	da	consignação
2.4.	Roteiro	para	elaboração	da	Ação	de	Consignação	em	Pagamento:
(artigos	539	e	seguintes	CPC	c/c	artigo	769	CLT	c/c	334	e	335	CC	c/c	IN
27/05	do	TST)
1)	ENDEREÇAMENTO
2)	QUALIFICAÇÃO	DO	CONSIGNANTE/	ADVOGADO
3)	NOME	DA	PEÇA	EM	DESTAQUE
4)	QUALIFICAÇÃO	DO	CONSIGNATÁRIO
5)	COMPETÊNCIA	DA	JUSTIÇA	DO	TRABALHO	–	art.	114,I,	CRFB/88
6)	FATOS
7)	ESPECIFICAÇÃO	DOS	CRÉDITOS	CONSIGNADOS
8)	HONORÁRIOS	(artigo	546	CPC	c/c	art.	85,	caput	e	§2°do	CPC	c/c	art.
5°	IN	27/05	TST	e	Súmula	219,	III,	TST).
9)	PEDIDOS
10)	ENCERRAMENTO	
Aplicação	Prática	Teórica
José,	 funcionário	 da	 empresa	 LV,	 admitido	 em	 11/05/2015,	 ocupava	 o
cargo	 de	 recepcionista,	 com	 salário	 mensal	 de	 R$	 1.200,00.	 Em
19/06/2016,	 José	 afastou-se	 do	 trabalho	 mediante	 a	 concessão	 de
benefício	 previdenciário	 de	 auxílio-doença.	 Cessado	 o	 benefício	 em
20/07/2016	 e	 passados	 dez	 dias	 sem	 que	 José	 tivesse	 retornado	 ao
trabalho,	a	empresa	convocou-o	por	meio	de	notificação,	recebida	por
José	mediante	aviso	de	recebimento.	José	não	atendeu	à	notificação	e,
completados	 trinta	 dias	 de	 falta,	 a	 empresa	 LV	 expediu	 edital	 de
convocação,	 publicado	 em	 jornal	 de	 grande	 circulação,	 mas,	 ainda
assim,	 José	 não	 retornou	 ao	 trabalho.	 Preocupada	 com	a	 rescisão	 do
contrato	 de	 trabalho,	 com	 a	 baixa	 da	 CTPS,	 com	 o	 pagamento	 das
parcelas	decorrentes	e	para	não	incorrer	em	mora,	a	empresa	procurou
profissional	 da	 advocacia.	 Considerando	 a	 situação	 hipotética	 acima
apresentada,	 na	 qualidade	 de	 advogado(a)	 da	 empresa	 LV,	 elabore	 a
peça	 processual	 adequada	 a	 satisfazer-lhe	 judicialmente	 o	 interesse,
ciente	de	que	José	nunca	usufruiu	férias.	(39º	Exame	OAB	adaptado)

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