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Aborto micótico

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ABORTO MICÓTICO
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	Sinais Clínicos 
 Aspergilose em Bovinos
 
                  Causa aborto decorrente de disseminação hematogênica de placentomas, que constitui uma possível resposta ao fator de crescimento presente no tecido placentário. Há invasão por hifas de vasos sanguíneos produzindo vasculite e placentite hemorrágica necrosante. O feto passa por infecção disseminada com sinais emaciação e desidratação. Os abortos usualmente ocorrem no terço final da gestação e se assemelham a abortos decorrentes de outras causas. Placas cutâneas fetais também ocorrem em outros abortos micóticos. 
 Retenção de placenta
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No útero instala-se nos cotilédones e áreas intercarunculares determinando hiperemia, hemorragia, infiltração de polimorfonucleares e eosinófilos. Posteriormente, necrose entre o córion e a placenta, tendendo causar a separação pela formação de esxudato rico em hifas. 
Não se observam sintomas nas fêmeas antes do abortamento, que ocorre entre o 7º e 8º mês de gestação (terço final da gestação). 
O diagnóstico clínico é realizado através da observação do aspecto da placenta e cotilédones e presença de lesões de pele no feto. Necrose central de cotilédones é comumente observada, assim como espessamento das zonas intercarunculares. 
A primeira observação de lesões na pele do feto foi um aborto por Aspergillus fumigatus. Zonas brancas como acúmulo de penas (agregados) com placas de células epiteliais escamosas.
O prognóstico quanto á fertilidade gestações futuras é bom, pois não há comprometimento na próxima prenhez, provavelmente pela eliminação do fungo, através da regeneração da parede uterina. 
Recomendam-se medidas higiênicas, manejo adequado, alimentação, evitar alimentos mofados.
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Micologia
Fungos podem ser isolados do conteúdo placentário e do líquido amniótico, conteúdo do estômago fetal e de lesões da pele do feto. 
Outros achados a partir de pulmão fetal foram citados.
Esfregaços de conteúdo fetal em placas contendo agar malte acrescido de antibacterianos (cloranfenicol, estreptomicina), incubação a 37 C, observar colônias após 24 h, podem ser úteis no diagnóstico.
O procedimento ideal deverá ser realizado em curto espaço de tempo após o aborto devido a altas contaminações bacterianas do material no solo.
O cultivo do material pode ser feito em agar sangue paralelamente para o isolamento de outros agentes (actinomicetos - Nocardia)
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Epidemiologia
Presença de alta carga de fungos em alimentos oferecidos aos animais podem ser a causa de aborto. Período de incubação: um a dois meses.
Alta concentração de fungos no ambiente onde as vacas estão durante o período de gestação, especialmente os estábulos. Especialmente nas épocas mais frias e verões úmidos, com maior incidência (dobro) de abortamento micótico.
Tratamento
As vacas voltam a prenhez normal na gestação seguinte, sugerindo uma auto-recuperação do animal, por regeneração da parede uterina.
Controle
É sugerido o tratamento do material com antifungicos no momento da fenagem, em locais com altas taxas de abortamentos micóticos.
Evitar oferecimento do material contaminado aos animais.
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2003
Governo
canadense
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Fig. 1. Feto bovino abortado com 6 meses de idade apresentando lesões circulares multifocais de coloração branco-acinzentada na pele (setas), características de infecção micótica.
Fig. 2. Fígado de um feto bovino de 8 meses de idade com inúmeros nódulos de aspecto caseoso dispersos por todo parênquima.
Fig. 3. Numerosas hifas septadas presentes no conteúdo do abomaso de um feto com infecção micótica causada por Aspergillus sp. Contraste de fase, obj. 40.
Fig. 4. Hifas de Aspergillus sp ao redor de um vaso na placenta. Coloração de Grocott, obj. 40.
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Diagnóstico diferencial
Vários patógenos são direta ou indiretamente responsáveis por abortos, que complicam o diagnóstico. 
Os principais patógenos responsáveis por abortos incluem 
virus (IBR- Herpes Vírus Bovinos Tipo 1 Rinotraqueíte Infecciosa Bovina) , BVDV (Vírus da diarréia viral bovina)
bactérias (Brucella abortus, Corynebacterium pyogenes, coliform bacilli, streptococci, Coxiella burnetii, Leptospira hardjo, Ureaplasma diversum, Campilobacter foetus, Borrelia coriaceae, Yersinia pseudotuberculosis, Chlamydia psittaci, Salmonella, Listeria monocytogenes e Haemophilus sp),
parasitas (Distoma hepatica, Trichomonas, Sarcocystis, Neospora), 
fungos (Aspergillus fumigatus, Mortierella wolfii e os gêneros Mucor, Absidia, Rhizopus) e leveduras (Candida spp.).
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OUTROS AGENTES
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Mortierella wolfii
Culturas de crescimento rápido, colônias brancas a acinzentadas, fofas, freqüentemente com superfície de aparência amplamente zoneada ou lobada (aspecto roseta) e sem pigmento no reverso. 
Esporangiósporos tipicamente, delicados, 80-250 um de altura, 6-20 um largura na base, surgindo de rizóides ou alargamentos bulbosos da hifa no substrato, terminando com cluster compacto de ramificações acrotonias (terminal).
Esporângios são usualmente de 15-48 um de diâmetro, com paredes finas (transparentes) e colarete conspícuos está usualmente presente seguindo descência do esporangiósporos. Columelas estão ausentes em geral e esporangiosporos são unicelulares, curtos e cilíndricos, 6-10 x 3-5 um, com uma dupla membrana. 
Clamidoconidios com ou sem apêndices cegos (amebóides) podem estar presentes. 
Zigosporos não observados.
Temperatura: cresce bem a 40-420C; máximo 480C. 
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Gênero Mortierella foi colocada separadamente na família Mortierellaceae.
Mortierella são espécies de fungos comuns do solo com o gênero possuindo cerca de 70 espécies reconhecidas, contudo, M. wolfii é provavelmente a única espécie patogênica para humanos e animais.
Caracterizada por colonias de crescimento rápido cinzas a amareladas, que produzem esporângios delicados e pequenos sem columela, em esporangioforos simples ou ramificados. Esporângio pode ser com um esporo ou vários e o colarete típico deixado após dissolução da parede esporangial. Esporangiosporos são unicelulares globosos e elipsoidais e clamidoconídio pode estar presente.
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Significado Clinico 
Mortierella wolfii é agente causal importante de aborto bovino micótico, pneumonia e micose sistêmica na Nova Zelândia, Austrália, Europa e EUA. Infecções humanas confirmadas não documentadas. M. wolfii também foi isolada de solo, silagem apodrecida, feno. 
Constitui micose oportonista e micose do tipo zigomicose
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Cultivo de Mortierella em
Agar água sem nutrientes
Pode ser bem sucedido
Em laboratório.
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MUCORMICOSE 
Agentes: fungos do gênero Rhizopus, Mucor e Absidia. 
        
É uma doença aguda, pois se manifesta abruptamente, e é na maioria das vezes fatal.    Atinge os vasos sangüíneos, provocando trombose e infarto da região afetada.    Ela se dissemina pelo organismo, com tropismo para o SNC e tubo gastroentérico.    Os fungos encontram-se na natureza e são adquiridos por aspiração dos esporos.   A doença ocorre quando há uma fator subjacente, como diabetes, tumores, uso de corticóides, etc.   
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Rhizopus oryzae
Sinonímia: Rhizopus arrhizus 
 Cultura de Rhizopus oryzae.
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Mucoral de crescimento rápido, entre 2-4 dias. As colônias são algodonosas e podem abranger toda a placa de Petri. São brancas mas quando há maturação dos esporângios tornam-se amareladas, cinzas ou acastanhadas. Não apresentam pigmento no reverso do meio. 
Rhizopus oryzae
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Micro-morfologicamente com hifas largas, não- septadas. Os esporangióforos não são ramificados e geralmente emergem em grupos desde uma base de rizóides. 
Apresentam estolones. A columela é sub-esférica a levemente elipsoidal.
Os esporângios são castanho-escuros, apofisados, com esporangiosporos no interior. Estes são angulares ou
ornamentados, lisos ou estriados. Pode apresentar zigosporos.
É freqüente em solos úmidos, como contaminantes de amostras clínicas e em frutos estragados.
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Importância clínica
São oportunistas em diabéticos . Produzem mucormicose rino-cerebral, e gastrointestinal, aborto micótico em bovinos.
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Absidia corymbifera
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Syncephalastrum racemosum
Syncephalastrum racemosum se encuadra na classe Zygomycetes juntamente com gêneros Absidia, Rhizopus, Mucor e Rhizomucor.
Morfologia macroscópica:
Cresce rapidamente, em três a quatro dias, a temperaturas entre 25º e 37ºC, formando colônias de aspecto lanoso que terminam cobrindo totalmente os meios de cultivo com micélio aéreo, algodonoso e muito entrelaçado.
As colônias são esbranquiçadas tornando-se cinzas ou negras a medida que o fungo cresce. Se assemelham as colônias jovens de Absidia ou Mucor.
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Morfología microscópica:
As hifas são hialinas, irregularmente largas e geralmente asseptadas (exceto algumas colônias velhas). Se ramificam formando ângulos retos.
Os esporangióforos são largos e eretos e apresentam ramificações curtas e curvadas que se encaixam na parte extrema distal formando umas vesículas globosas lisas exceto por umas espículas naquelas juntas aos Merosporângios.
Os Merosporângios são estruturas tubulares cilíndricas e largas (forma de dedo) que irradiam ao redor de toda a vesícula e que contém cada um de 2 a 18 merangiosporas ovóides ou globosas.
Este conjunto de estruturas reprodutivas assemelha a primeira vista as de certas espécies de Aspergillus
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Zygomiceto de crescimento rápido ao igual de Mucor e Rhizopus. Colônia algodonosa que entre os 2-4 dias ocupa toda a placa Petri.
Microscopicamente os esporangióforos que nascem da base dos rizóides, suportam esporângios piriformes com columela semi-esférica ou cônica e apofizadas. Há estolões de onde nascem os rizóides. Esporangiosporos esféricos a ovóides, lisos, raramente equinulados. 
Zigosporos sustentadas por hifas suspensórias. 
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Importância clínica
Em Animais
Tem sido isolado de meningites, lesões subcutâneas e renais, pulmão, aborto micótico bovino. 
Em humanos
Diagnóstico: O exame direto é muito difícil.   Só é possível ser facilmente detectado post-mortem.   
Prognóstico: ruim, geralmente leva a óbito 
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Gênero Aspergillus
Aspergilose
Membros do grupo dos Deuteromicetos;
Difícil de distinguir entre espécies; confunde com Penicillium.
Origem do nome: aspergillum (aspersão) que os padres usam para ungir os fiéis; é origem da forma do fungo.
Gênero com várias espécies importantes tanto do ponto de vista industrial como do patológico. Fungos que servem de fonte para vários produtos biológicos industrializados, tais como enzimas, reagentes químicos e na indústria de alimentos. Outros produzem toxinas carcinogênicas, alguns podem colonizar pulmões em animais e seres humanos.
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ASPEGILOSE,
Aspecto Geral 
 
	A aspergilose foi uma das primeiras micoses animais a ser descrita, auxiliando a focalizar a atenção em causas microbianas de enfermidades, ao tempo em que as bactérias eram ainda curiosidades microscópicas.
	
	A aspergilose é uma micose aguda, subaguda ou crônica, localizada ou generalizada, superficial ou profunda, causada por diferentes espécies de fungo do gênero Aspergillus, sendo a mais freqüentemente patogênica A. fumigatus.
	O A. fumigatus tem particularidade de cresce de forma micelal no hospedeiro. Em cavidades com ar (como vias nasais, sacos aéreos, lesões cavitárias) as estruturas de frutificação podem ser encontradas. È capaz de produzir endotoxinas, hemolisinas e enzimas proteolíticas causando micotoxicose. 
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Etiologia 
            
            Diversas espécies de Aspergillus foram associadas a moléstias em animais.  Aspegillus fumigatus é a espécie mais comumente encontrada em animais com envolvimento primário do trato respiratório. Aspergillus terreus, A. deflectus, A. flavipes foram isolados de cães com aspergilose disseminada.
            Os membros do gênero Aspergillus são saprófitas cosmopolitas, com distribuição mundial. Aspegillus fumigatus cresce mais abundantemente na vegetação apodrecida, compostos e adubos de esgotos, lascas de madeira em decomposição, feno mofado e em montes de adubo orgânico; A.terreus  é comumente encontrado no solo e na vegetação em processo de decomposição. A. deflectus foi isolado apenas do solo. Aspergillus sp produz grandes quantidades de pequenos esporos, que são a fonte de infecção para os pequenos animais.
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Nos mamíferos
No mamíferos o A. fumigatus é a espécie mais freqüentemente isolada nas aspergiloses.. Tem sido diagnosticada em bovinos, eqüinos, ovinos, suínos, coelho e animais silvestres. A localização pulmonar é a mais comum, podendo ocorrer infecções generalizadas, com comprometimento da mucosa intestinal e linfonodos mesentéricos. As lesões são do tipo granulomatosas, caracterizadas pelo desenvolvimento do fungo em uma colônia, envolvida por reação tecidual do organismo hospedeiro. Os nódulos podem atingir grandes proporções devido ao quadro crônico.
No inverno é mais comum a ocorrência em animais estabulados e alimentados com feno. O feno contaminado com conídeos facilita a contaminação por inalação. No pulmão ocorre a germinação iniciando a formação de nódulo. Os fragmentos de hifas podem formar êmbolos que podem cair na circulação, daí para outros órgãos, produzindo infecção generalizada, incluindo o aborto.
Na clínica de pequenos animais é comum a contaminação do conduto auditivo, causando otite por A. niger principalmente. Fazer o isolamento do fungo para diagnóstico seguro, principalmente nos casos mais rebeldes. (OTOMAX MR)
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Transmissão 
 
            A aspergilose é adquirida de fontes ambientais, geralmente por inalação ou ingestão. A maioria das mastites causada por Aspergillus advém da inoculação intramamária. Infecções intra-uterinas em bovinos são oriundas de disseminação de infecções pulmonares subclínicas ou intestinais. Em galinhas ocorre transmissão pelo ovo.
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Patogenia 
 
            Na infecção pulmonar, o exudato supurativo acumula-se em bronquíolos e em parênquima adjacente. Ele circula as colônias com crescimento micelial e pode estender-se para os vasos sanguíneos e produzir trombos infectados e vasculite, resultando em disseminação. A infecção pode espalhar-se diretamente dentro de espaços aéreos adjacentes. Desenvolvem-se granulomas que são visíveis macroscopicamente como nódulos acinzentados ou esbranquiçados.
            
Lesões nos pulmões das aves consistem em nódulos caseosos. Em membranas serosas, focos caseosos são cobertos por colônias fungicas macroscópicas, acompanhadas de espessamento de membranas. A resposta celular é do tipo supurativa aguda a granulomatosa crônica.
            
Em superfícies mucosas como nas vias nasais e na traquéia, colônias fungicas formam-se na porção superior do tecido necrosado, que é circundado por uma zona hemorrágica.
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Aspectos Imunológicos 
 
            O papel e a importância dos sistemas imunes humoral e celular na resistência a aspergilose não estão esclarecidos. Em seres humanos a aspergilose é, basicamente, uma infecção oportunista associadas a hospedeiros imunocomprometidos. Embora tenham sido demonstrados defeitos do sistema imune em alguns cães com a aspergilose localizada ou nasal, não há associação consistente com estado específico de imunodeficiência. Um aparente defeito na produção de IgA foi demonstrado em Pastores Alemães com aspergilose disseminada e outras afecções crônicas.
Até o momento os procedimentos de imunização não estão disponíveis.
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Sinais Clínicos
Aspergilose em Bovinos
 
                  Causa aborto decorrente de disseminação hematogênica de placentomas, que constitui
uma possível resposta ao fator de crescimento presente no tecido placentário. Há invasão por hifas de vasos sanguíneos produzindo vasculite e placentite hemorrágica necrosante. O feto passa por infecção disseminada com sinais emaciação e desidratação. Os abortos usualmente correm no terço final da gestação e se assemelham a abortos decorrentes de outras causas. Placas cutâneas fetais também ocorrem em outros abortos micóticos.
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 Sinais Clínicos
 Ø     Aspergilose em cães:·   Aspergilose Nasal Canina:         
            Faixa etária para cães afetados com a aspergilose nasal é de 0,5 a 13,5 anos. Há predomínio dos machos nos relatos dos casos registrados. Em geral as raças dolicocéfalas são afetadas mais freqüentemente que as raças braquicéfalas.
            A Aspergilose nasal no cão é moléstia erosiva que causa corrimento nasal crônico. A principio, o corrimento nasal é seroso e posteriormente purulento e freqüentemente encontra-se hemorrágico. Espirros, respiração estertorosa e dor facial são sinais clínicos associados.  
 
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 Sinais Clínicos 
Ø     Aspergilose em cães: (continuação)
·  Aspergilose Disseminada Canina            É causada pela infecção com A. terreus, A. deflectus, A. flavipes. Acredita-se que o trato sanguíneo, invasão da mucosa nasal ou gastrintestinal e a inoculação cutânea direta são as portas de entrada para esta espécie. Qualquer que seja a porta de entrada, a distribuição das lesões sugere via hematógena para a disseminação do fungo.
            Os cães Pastores Alemães estão predispostos ao desenvolvimento da aspergilose disseminada. A idade média de cães afetados é 3,9 anos, com a faixa de 1 a 7 anos, as fêmeas encontram-se em maior número que os machos. Os sinais clínicos mais comuns é perda de peso, anorexia, depressão ou letargia, astenia, febre, dor nas costas e paresia devida a uma discoespondilite fúngica. Osteomielite é uma característica comum, provocando claudicação. Também se observa um quadro neurológico com danos na medula espinhal.
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Aspergilose Aviária
 
                  Afeta muitas espécies de aves, ocasionalmente ocorrendo em epidemias, reflete acentuadamente exposição ou estresse intenso que ocorre em grupos de aves domésticas ou em operações com estes animais ou os efeitos de derramamento de óleo sobre aves marinhas. A doença se manifesta por uma infecção do sistema respiratório, as vezes com disseminação hematogênica. Os sinais são inapetência, indiferença ao meio, perda de peso, dispnéia, diarréia e postura ocasional e comportamento anormais. Os olhos comumente são afetados. A mortalidade pode alcançar 50%, especialmente em aves jovens. Nos casos brandos podem ser vistas apenas respiração ofegante e hiperpnéia.
 
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Patogênese nas aves
Com a movimentação das aves o fungo em suspensão será inalado. Daí para os pulmões, germinando e produzindo hifas. As hifas ramifaicam-se e dão origem a colônias que originam os nódulos miliares.
A fumigatus produz hemolisinas, enzimas proteolíticas e fatores tóxicos, c/ papéis não conhecidos na aspergilose.
A infecção é adquirida nos ambientes contaminados via inalação ou ingestão; é oportunista (de acordo c/ a resposta do hospedeiro) Infecções pulmonares os bronquíolos ficam repletos de exudato supurativo com os nódulos miliares.
Crescimento micelial pode estender nos vasos sangüíneos e ocorre disseminação; 
granulomas podem se desenvolver em muitos órgãos (nódulos amarelo-acinzentados)
Nas aves com os sacos aéreos invadidos por A fumigatus ocorre formação de corpo frutificado deformado.
A doença pode evoluir de forma aguda, principalmente nos animais jovens ou de forma crônica, desenvolvendo processos caseosos (de ocorrência esporádica e mais comum nos animais adultos).
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Infecção de ovos embrionados: 
os embriões contaminados morrem, principalmente por A. fumigatus. A hifa penetra nos poros do ovo e germina no saco de ar impedindo o desenvolvimento do embrião. Cuidados especiais para os produtores de pintos de um dia. Locais de risco: caixa de ovos, incubadoras, cama dos ninhos (melhor areia), caixas de transporte dos pintos, etc.
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Diagnóstico Diferencial
 
    		O diagnóstico diferencial em cães inclui outras doenças infecciosas e, no caso da aspergilose nasal, como lúpus discóide, pênfigo foliáceo e eritomatoso e erupção por fungos. Pode-se fazer o diferencial ainda com: neoplasias nasais, rinite/sinusite bacteriana, peniciliose, corpo estranho, criptococose nasal. 
    		Na infecção pulmonar com nódulos, em lesões mais antigas, as colônias podem ser margeadas por estruturas claviformes acidófilas, assemelhando-se a actinomicose.
  		Esporadicamente ocorrem lesões cutâneas granulomatosas, semelhantes as da tuberculose em bovinos.
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Diagnóstico Laboratorial
 
O diagnóstico pode ser feito através do exame direto. O micélio, as cabeças de frutificação e as conídias freqüentemente podem ser demonstrados em amostras, seja nas preparações em lâminas com KOH a 10% ou com cálcio-fluor branco. Para esfregaços fixados e corados, colorações fungicas {ácido periódico de Schiff} são melhores, o Giemsa é satisfatório e o Gram tem uso limitado. Hifas ramificadas e septadas constituem forte evidencia de aspergilose.
Pode ser identificado também através do cultivo direto, verificando sua forma típica.
Os testes sorológicos são úteis no diagnóstico de aspergilose. Como os testes disponíveis são espécies-específicas, torna-se necessário conhecer qual Aspergillus é esperado. Por exemplo, A. fumigatus é mais observado na aspergilose nasal do cão, enquanto aspergilose generalizada nessa espécie é provocado tanto por A. deflectus quanto por A. terreus. Um Kit para imunodifusão visando a identificação de anticorpos está comercialmente disponível para detecção de anticorpos contra A. fumigatus.
ELISA
PCR
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Tratamento
 
         A forma nasal em cães é tratada topicamente pro meio de instilação de clotrimazol, uma grama é suspensa em 100 ml de polietileno glicol. Esta solução é instilada duas vezes ao dia (nome comercial: Canestem, Clomazen, Micotrizol, Tricostem). O itraconazol pode ser utilizado com sucesso no tratamento de aspergilose nasal, quando o tratamento tópico não for possível, na dose 10 mg/Kg/dia (nome comercial: Itranaz, Sporanox). Pode-se ainda utilizar Cetoconazol e ainda anfotericina B (nome comercial: Fungison, Talsutin) de ação sistêmica.
         A aspergilose nas aves normalmente não é tratado.
         O itraconazol é benéfico no tratamento de aspergilose disseminada.
Para infecções intestinais em suínos, potros e bezerros, nistatina (nome comercial: Mycostatin) oral é recomendada.
         Não há tratamento estabelecido para aspergilose mamária.
     A ceratomicose é tratada por via tópica com solução e pomadas antimicóticas.
         Obs: Anfotericina B – contra indicado em cães com comprometimento ou insuficiência renal pré-existente. 
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Prognóstico
 
         Os agentes antifúngicos azólicos mais recentes aumentaram bastante a percentagem de êxito no tratamento de aspergilose nasal, e o prognóstico para os pacientes com esta afecção é razoável a bom. É mais difícil o tratamento bem sucedido da aspergilose disseminada e a osteomielite por Aspergillus; para tais pacientes justifica-se o prognóstico grave.
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Prevenção e Controle
 
         Evitar exposição em massa de Aspergillus requer eliminação de alimentos para bovinos, particularmente feno e silagem que passam por deterioração visível. O Aspergillus fumigatus apenas alcança altas concentrações em condições de geração “calor biológico”, após eliminação de outras microbiotas. No caso de detritos das aves, estocagem adequada e trocas freqüentes podem impedir tais concentrações
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Isolamento
Agar Sabouraud dextrose c/ ou s/ antibiótico (cloranfenicol)
OBS: os Aspergillus são sensíveis a ciclohexamida; cortar a superfície do ágar em cruz c/ profundidade de
2 mm em 4 - 5 áreas bem separadas da placa; pequenos pedaços tecido são colocados sobre estes cortes e levemente pressionados no agar;
Os Aspergillus causadores de micoses sistêmicas devem ser incubados em condições aeróbicas a 37ºC por até 5 dias; colônias surgem em 2 -3 dias; A fumigatus tolera tempt mais elevada (até 45 ºC) mas outras espécies não crescem nem a 37ºC; fazer placa adicional e incubar a 25ºC p/ crescimento de outras espécies e Aspergillus que possam estar presentes na lesão.
Tratamento e controle
É difícil porém pode ser utilizado o sulfato de cobre em água de bebida (1:5000), nistatina (450.000 U/ litr, como aerosol), cristal violeta na água ou na ração.
Para o controle é indicado o uso de fumigação com formaldeído ou tiabendazole a 10%. 
Digluconato de clorhexidina 1/250 -pulverização de toda a área e trocar a cama por areia.
Desinfecção dos locais de risco com freqüência é o ideal utilizando formol ou tiabendazole.
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Genus/Species: Aspergillus fumigatus Hyphae in cytopathology specimen Branching hyphae. GMS stain, sputum, 400X. 
Aspergillus fumigatus
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Identificação
Aspergillus fumigatus
Colônias macias, brancas inicialmente e tornam-se aveludadas ou granulares e 
brilhantes azul-esverdeadas; colônias mais antigas podem se tornar escuras 
acinzentadas.
Aspergillus niger 
inicialmente colônias brancas e torna-se escuras a medida que os conídios negros 
se formam. O verso permanece cor creme. Distingue de outros fungos.
Aspergillus flavus
micélio aéreo algodonado no início das colônias, tornando-se amarelo-esverdeado 
com textura de aspecto açucarado mais tarde.
Aspergillus terreus
Colônias Inicialmente brancas tornando-se cor de canela e textura de açúcar mais 
tarde com profusa esporulação.
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Aparência microscópica
Coloração em azul lactofenol
Aspergillus fumigatus : conidiosporos tamanho moderado
Aspergillus niger frutificação bem grande parecendo com esferas negras ao
microscópio
Aspergillus flavus com vesículas redondas e esporulação sobre a superfície 
inteira

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