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Micologia geral

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Características gerais dos fungos de importância veterinária 
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A Medicina Veterinária e a Medicina Humana
X
Doenças causadas por fungos
Qual a participação do veterinário nesse contexto?
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Características 
dos
fungos
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DEFINIÇÃO BÁSICA DE FUNGO
São organismos aclorofilados, eucarióticos, unicelular a filamentoso, que usualmente se reproduzem assexuadamente ou sexuadamente. São suscetíveis aos agentes antimicóticos e, geralmente, não o sendo aos agentes antibacterianos. 
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DEFINIÇÃO BÁSICA DE FUNGO
Semelhança com células animais devido a presença de substâncias quitinosas na parede na maior parte dos fungos e a capacidade de depositar glicogênio 
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CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Thielaviopsis inibido
por Burkholderia cepacia
Staphylococcus aureus 
Inibido por Penicilium
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Sob a denominação de micoses agrupam-se uma série de enfermidades muito variadas quanto às suas manifestacões clínicas, que são produzidas por fungos, tanto miceliais (ou filamentosos) como unicelulares (leveduras)(ou leveduriformes). Trata-se de um grupo de enfermidades de importância crescente, fundamentalmente pelas seguintes razões:
1ª) São micro-organismos ubíquos na natureza, com ampla distribuição no ambiente, e portanto, de erradicação impossível.
2ª) Sua presença no homem só será considerada como habitual em indivíduos sãos. O problema surge quando se trata de indivíduos imunodeprimidos por qualquer razão (fundamentalmente em transplantados e, em geral, pacientes submetidos a terapias imunossupresoras agressivas), é cada vez mais habitual na prática da Medicina humana.
3ª) O leque de alterações que um mesmo fungo pode dar lugar é vastíssimo. Como exemplo podemos citar as aspergiloses, que afetam diferentes órgãos, com alterações tanto locais (aspergiloma), como sistêmicas (renais, pulmonares, sistema nervoso central -SNC, etc) inclusive alérgicas.
4ª) Problemática que apresenta o diagnóstico destas enfermidades, ante a dificuldade de relacionar os conceitos clinicamente tão diferentes no indivíduo de presença / infeccão / enfermidade.
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5ª) Dificuldade na prevenção destas enfermidades, com ausência quase total de vacinas (limitadas neste momento ao campo animal, somente a uns poucos processos e com eficácia variável).
6ª) Problemática do tratamento: o número de fármacos antifúngicos disponíveis atualmente é muito inferior ao de antibacterianos, com alta dificuldade para sua obtenção, com efeitos secundários, e com a possibilidade de surgir resistências da mesma forma que aconteceu com os antibióticos no tratamento frente as bactérias.
Todas elas nos leva a considerar que qualquer isolamento fúngico não é significativo por si mesmo, sendo que deve ser considerado em conjunto com outras provas
laboratoriais e evidências clínicas.
O surgimento da AIDS e o grande avanço nos transplantes supõe-se que as enfermidades fúngicas alcancem uma importância de primeiro plano na Medicina
humana. Infelizmente, até o momento não tem acontecido o mesmo na Medicina Veterinaria, onde em muitos casos são consideradas pelos profissionais
clínicos como não importantes ou de pouca relevância.
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MICROBIOTA NORMAL = MICROFLORA INDÍGENA
	Sem produzir doença no hospedeiro
		Mutualismo
MICROBIOTA TRANSITÓRIA
	Colonização horas a semanas mas não permanentes
CONDIÇÕES ESPECIAIS
	Patógenos oportunistas
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Propriedades do hospedeiro que dificultam a colonização por micro-organismos
 
Pele e membranas mucosas
pH entre 5,0 e 6,0, descamação e ressecamento.
Presença de secreções com propriedades antimicrobianas, devido presença de lisozima, IgA, ácidos graxos, concentrações relativamente altas de sais.
 
Trato respiratório
Pelos, produção de muco, cílios, presença de tecidos linfóides, reflexos protetores (tosses e espirros), membrana mucosa ciliada do trato respiratório inferior, macrófagos (M) alveolares, lisozima e IgA.
 
Trato intestinal
pH ácido do estômago, efeito antibacteriano de enzimas pancreáticas, da bile e de secreções intestinais, peristaltismo, renovação de células epiteliais, quantidade de micro-organismos que compõem a microbiota intestinal, imunidade específica fagocítica, humoral e mediada por células.
 
Trato genitourinário
pH da urina, presença de uréia e outros solutos, fluxo urinário, extensão da uretra em machos, estado hipertônico da medula renal, influência de estrógenos, pH ácido do conteúdo vaginal.
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Fungos e o meio ambiente
Os três principais grupos de fungos conhecidos:
Bolores (mofos)
Leveduras
Cogumelos
Os fungos, do ponto de vista patogênico, em animais têm um 
significado menos importante em relação a
bactérias e vírus. Atenção para pacientes animais imunossuprimidos e humanos com AIDS
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Airborne microorganisms
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Classificação e principais propriedades dos fungos
Grupo		Nome vulgar	Tipo de 		Exemplos
				 esporo 				
Ascomicetos	Fungo em saco	ascosporo	Neurospora, Saccharomyces
Basidiomycetos	em clava, cogum	basidiosporo	Agaricus (fungo comestível)
						Cryptococcus neoformans
						Malassezia pachydermatis
Zygomycetos	mofo de pão	zygosporo	Mucor, Rhizopus
Oomycetos	pseudofungo 
		aquático		Oosporo		Pythium insidiosum
Deuteromycetos	fungo imperfeito	não conhecido	Penicillium, Aspergillus, Candida
Chytridiomicetos			Zoosporos	Batrachochytrium dendrobatidis 
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Grupo mais numeroso de fungos, ocorrem nos mais variados habitats.
Característica básica é a formação de esporos sexuais (ascosporos) dentro do asco (estrutura em forma de saco)
O talo vegetativo pode ser unicelular (leveduriforme) ou micelial (predominante)
Micélios septados, bem desenvolvidos, perfurados por um poro;
Parede celular composta, predominantemente, por quitina nas formas miceliais e mananas e glucanas nos fungos leveduriformes;
Ascomicetos
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Deuteromicetos (Fungos imperfeitos)
Estado assexuado ou anamorfo de desenvolvimento, caracterizado por formas específicas de conídios ou esporos
Estado sexual desconhecido. Muitas espécies de Aspergillus têm o 
estado sexual conhecido (teleomorfo)
Hifas septadas presentes
Estado sexual não está presente
Esporos assexuados: Conídios, artrosporos, clamidosporos, blastosporos
Esporos sexuados ausentes
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Ao lado dos ascomicetos compõem um grande número de fungos;
Presença de quitina na parede celular, hifas septadas presentes, presença de poro central nos septos, potencial para anastomose das hifas vegetativas (somatogamia), produção de corpos de frutificação complexos e macroscópicos (maioria);
Estado sexual presente
Esporos assexuados: 	conídios
			artrosporos 
			
Esporos sexuados: 	basidiosporos
Basidiomicetos
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Não possuem quitina na parede celular e sim celulose e glucanas são os 
principais componentes
Hifas são asseptadas (ou raramente septadas)
Reprodução assexuada pela formação de zoosporos biflagelados
			
Zoosporos são formados dentro ou a partir de esporângios
Reprodução sexuada pela formação de oosporos (esporo de repouso 
diplóide), parede espessa, originário da fecundação do oogônio (gametângio
Feminino) pelo anterídio (gametângio masculino)- para assegurar a sobrevi-
vência do fungo no solo.
Oomicetos
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Bolores ou Mofos
São fungos filamentosos e estão em toda parte na natureza (vistos
em pães, queijos e frutas)
Os filamentos crescem principalmente nas extremidades
Cada filamento se denomina hifa
Conjunto de hifas = micélio (pode ser visto a olho nú)
Na parte aérea das hifas estão os conídios (esporos assexuais), 
pigmentadas e resistentes ao ressecamento e funcionam como 
dispersores do fungo no ambiente. Aparência de poeira com cores 
variadas.
Os esporos sexuados dos mofos são chamados gametângios
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Cogumelos
São basidiomicetos filamentosos com corpos frutificados e podem ser comestíveis.
Fonte de alimento em vários países
Vivem na natureza na forma saprófita no solo e troncos de árvores
Os esporos são carreados pelos ventos iniciando o crescimento
micelial em solo úmido e substratos favoráveis 
Dos esporos um micélio extenso seguido de dois micélios haplóides resultando uma célula contendo dois núcleos  início do corpo frutificado (aparência típica de cogumelo)
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Leveduras
São fungos unicelulares, maioria classificada como Ascomicetos
Geralmente são células esféricas, divisão por brotamento (budding) dando origem a nova célula  aumento tamanho  separação
Maioria se reproduz como célula única mas em alguns casos pode formar filamentos. Só nesta forma algumas características podem ser expressas. Ex. Candida albicans - nesta fase é patogênica
Leveduras se distinguem de bactérias pelo tamanho e núcleo
Algumas leveduras apresentam reprodução sexual matting (fusão de duas céls. = zigoto) 
Leveduras convivem na natureza em harmonia e simbioticamente com alguns animais (insetos principalmente) porém causam doenças em outros.
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Como os demais eucariototos, o núcleo dos fungos possui nucléolos e vários cromossomas. As células em hifa podem ser anucleadas, binucleadas e multinucleadas. Como em outros organismos eucariotos, os fungos possuem mitocôndria, ribossomas e centríolos
A parede celular dos fungos consiste de quitina, quitosana, glicanas, manana, e outros componentes em várias combinações. Os fungos são heterotróficos ou quimiorganotróficos (requerem compostos orgânicos pré-formados como fonte de carbono). Os fungos não contém clorofila.
Fungos são aeróbios estritos
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São células eucarióticas, insensíveis aos antibióticos, não-móveis, não-fotossintéticos, imóveis, pH ótimo 6.0 (podendo variar), tempt. ótima 20-30ºC (os patogênicos toleram 37ºC), de crescimento lento em laboratório (varia de dias a semanas)
Classificação dos fungos e principais características de colônias e células de fungos
	.principais grupos de fungos:
		-leveduras
		-bolores (filamentosos)
		-cogumelos
	.a maioria vive em ambiente terrestre (solo)
	.parasitas de plantas, animais e homem
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Parede celular
.Assemelha-se à parede celular de plantas
. Quitina - N-acetilglucosamina
	- localização: sobre tufos microfibrilares semelhantes à celulose
	- outras glicanas: mananas, galactosanas, quitosanas em outros fungos
constituindo suas paredes.
	- 80-90% polissacarídeos, com proteínas, fosfolipídios (camada dupla), polifosfatos e íons inorgânicos que irão constituir o cimento matricial da parede celular.
. Importância da constituição de parede em fungos:
	.Biotecnologia - pesquisas engenharia genética
	.Como modelo de eucariotos em pesquisa
	.Propósitos industriais
. Os fungos são heterotróficos – aproveitam a energia contida nas ligações químicas de vários nutrientes
. Muitas espécies crescem em extremos ambientais com pH baixo ou alto e tempt.
extremas
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Organelas
.Além de membrana celular os fungos possuem no citoplasma:
	Núcleo
	Retículo endoplasmático
	Aparelho de Golgi
	Mitocôndrias e vacúolos
Todas delimitadas por membranas de constituição semelhante às membranas celulares
	Outros elementos citoplasmáticos incluem os ribossomos, livres no citossol ou aderidos à membrana do retículo endoplasmático rugoso, além de microfilamentos associados a microtúbulos que compõem o citoesqueleto dos fungos.
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Conídios de Penicillium notatum em microscopia de varredura com fluorescência
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Colônias do fungo do gênero Penicillium: organismos que produzem a penicilina, o primeiro antibiótico descoberto pelo homem
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Afeltra, J., Verweij, P.E. (in press) Antifungal activity of nonantifungal drugs. 
European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases 
Potential targets of nonantifungal agents in fungi 
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ASPECTOS IMPORTANTES NA CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS FUNGOS
1) NUTRIÇÃO E FISIOLOGIA
 
	Os fungos são microrganismos heterotróficos com grande parte deles aeróbios obrigatórios embora possam crescer lentamente em atmosfera reduzida de oxigênio. 
	Não realizam fotossíntese e a nutrição é feita por absorção, via parede, produzindo então enzimas que hidrolisam uma grande variedade de substratos para torná-los assimiláveis. 
Para seu desenvolvimento e manutenção exigem fonte de carbono e nitrogênio. O carbono tem a função de construção do material plástico ou energético. Os carboidratos mais utilizados para este fim são a glicose, sacarose, maltose, amido e celulose. Elementos como ferro, zinco, manganês, cobre, molibdênio e cálcio são exigidos em pequenas quantidades. Certos fungos requerem fatores de crescimento que não conseguem sintetizar como vitaminas (tiamina, biotina, riboflavina, ácido pantotênico). 
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Os fungos são seres heterotróficos retirando os nutrientes do meio ambiente circundante. Através de digestão enzimática externa transformam as substâncias de maneira que possam ser absorvidas. De maneira geral necessitam de 4 elementos básicos: H, O, C e N, além de outros elementos em menor quantidade: P, S, K, Mg, Fe, Zn, Mn, Cu, Mb, sendo que alguns fungos necessitam ainda de determinados fatores de crescimento, como por exemplo a tiamina. De maneira geral, para seu crescimento, necessitam de uma fonte orgânica de C e de uma orgânica ou inorgânica de N. 
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ASPECTOS IMPORTANTES NA CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS FUNGOS
	Como fonte de nitrogênio algumas espécies utilizam sais de amônio ou nitratos (nitrogênio orgânico) e outras exigem substratos nitrogenados como as peptonas do meio de cultura. Os fungos podem acumular como substâncias de reserva carboidratos e lipídeos em seu micélio.
 
	A água é fundamental para o crescimento fúngico podendo ser captada da atmosfera ou do meio nutritivo embora certos fungos sobrevivam em ambientes desidratados onde então produzem certos tipos de elementos reprodutivos para situações desfavoráveis ou podem entrar em vida latente. Portanto, o grau de umidade do meio é um fator determinante em todo o ciclo de vida dos fungos. Existem fungos chamados halófilos que crescem em ambientes com grande quantidade de sal e aqueles que toleram meios com grandes quantidades de açúcar. 
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ASPECTOS IMPORTANTES NA CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS FUNGOS
A temperatura de crescimento abrange uma larga faixa, porém os fungos de importância médica são mesófilos (20 a 30 C).
 
O pH mais favorável ao crescimento fúngico está entre 5 e 7, embora a maioria dos fungos tolere amplas variações de pH. 
 
	O tempo de crescimento dos fungos é mais lento que o das bactérias e suas culturas precisam em média de 7 a 15 dias de incubação.
		
Muitas espécies exigem luz para seu desenvolvimento. Entretanto, encontram-se outras que podem ser inibidas ou mesmo indiferentes à presença de luminosidade. Os fungos podem elaborar vários metabólitos dentre os quais antibióticos (penicilina), e micotoxinas (aflatoxinas) com ampla aplicação biotecnológica e farmacêutica. 
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2) ATIVIDADE BIOQUÍMICA
 
Em condições aeróbias a via glicolítica é responsável por 30% da glicólise enquanto que em condições de anaerobiose é usada uma via alternativa (Embden-Meyerhof). Estas atividades estão relacionadas com a identificação de espécies de leveduras onde o fungo utiliza C ou N como fonte de nutrientes por via aeróbia (assimilação) e/ou anaeróbia (fermentativa) utilizando açúcares. 
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Auxanograma
Método utilizado para testar a assimilação de diferentes fontes de C e N, e é muito utilizado para a identificação da maioria das leveduras; produção de urease, para diferenciação de algumas espécies de dermatófitos; produção de proteinase, fosfolipase e outras enzimas utilizadas na biotipagem de leveduras e outros fungos. 
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3) REPRODUÇÃO E CRESCIMENTO
	
A classificação dos
fungos baseia-se nas características dos órgãos reprodutivos da fase sexuada e características morfológicas da fase assexuada e micélio.
	
Os fungos, em geral os filamentosos, podem se reproduzir em ciclos sexuais, assexuais e com menor freqüência o ciclo parassexual. As leveduras são geralmente unicelulares e se reproduzem por brotamento ou gemulacão, podendo a reprodução ser assexuada ou sexuada. A reprodução se faz por meio de órgãos de frutificação como esporos, conídios, gametas. Entretanto a maioria dos fungos é potencialmente capaz de obter crescimento em partes de seu micélio (conjunto de hifas) que forma o corpo do fungo e através do desenvolvimento a partir de um fragmento ou da ponta da hifa. 
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Reprodução assexuada (Fase Anamorfa ou Imperfeita)
 
	Os órgãos de frutificação são formados por diferenciação da hifa através de células reprodutivas especializadas e não sexuadas como conídios, blastoconídios e artroconídios. Este método de reprodução é o mais freqüente e mais importante para a multiplicação e manutenção das espécies, assim como sua disseminação, ocorrendo em condições próprias ao seu desenvolvimento. Os chamados fungos Imperfeitos se utilizam muito deste tipo de reprodução. 
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Reprodução sexuada (Fase Teleomorfa ou Perfeita)
 
	Envolve a união de dois núcleos compatíveis. É um tipo de reprodução esporádica que através de recombinação genética serve para aperfeiçoamento (variabilidade) das espécies, melhor adaptação ao meio, especialização contínua, ocorrendo em condições desfavoráveis sendo importante para a diversidade das espécies. Ocorre nos chamados fungos perfeitos.
 
Muitos fungos possuem as duas fases reprodutivas podendo ser obtidas em laboratório, outros, contudo, necessitam de mais estudos para esclarecer o tipo de reprodução. 
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Isolamento e subcultivo de fungos
O meio deve ser seletivo para evitar o crescimento de bactérias e fungos
de crescimento rápido.
Agar Sabouraud dextrose é o mais comum. pH 5 - 6.0 (inibe bactérias)
	.adicionar cloranfenicol ou gentamicina
Actidiona (ciclohexamida) adicionada ao meio (2%) ação anti-fúngica 
para alguns fungos contaminantes e outros fungos patogênicos 
(Zygomicetos, Aspergillus sp., Cryptococcus neoformans) e outros 
dimórficos (Blastomyces dermatidis)
TSB Agar + sangue utilizado para o cultivo de fungos dimórficos. 
Incubado a 37ºC auxilia na conversão de crescimento micelial a fase 
leveduriforme
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Temperatura de crescimento
37ºC é seletivo para alguns fungos. 
Os patogênicos que invadem tecido animal toleram 37ºC
Outros patogênicos preferem Tª de incubação mais baixa
Incubação a 37ºC detém muitos fungos não-patogênicos
Cuidado se usar algum tipo de material para embalar a placa
de cultivo -> tem que trocar diariamente -> O2 é necessário.
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Inoculação
Pode ser utilizado uma alça e inóculo pode ser um cultivo tal
como para inoculação de bactérias.
Isolamento de Bolores (mould) -> a superfície do agar deve 
ser arranhada em cruz em vários pontos com auxílio de
lâmina estéril.
Amostras de pelos, tecidos ou raspados devem ser 
colocadas nessas arranhaduras
Subcultivo
Leveduras: semelhante a bactérias para obter culturas puras.
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Subcultivo
Bolores
Colônias que esporulam: crescem do centro para periferia e os esporos, em geral, conferem a coloração característica da colônia
Com auxílio de alça umedecida na parte estéril do cultivo o material é coletado da colônia e afundado na superfície do agar no centro da nova placa a ser utilizada se o fungo é de crescimento rápido ou em quatro segmentos da placa para os de crescimento mais lento ou produzem pequenas colônias.
Colônias que não esporulam: coletar as hifas da periferia da colônia original (no centro o material pode ser inviável) -> Cortar um bloco de agar -> colocado na nova placa com o lado superior da colônia virado p/ cima em orifício previamente cortado no agar. A hifa retoma o crescimento na nova superfície.
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Métodos para exame de aspectos microscópicos
de colônias de fungos
Dissecação ao miscroscópio - placa direto sem a tampa (Atenção)
Método de montagem úmida com uso de LPCB (lactofenol azul de algodão) -> colônia -> lamínula -> as estruturas são coradas LPCB
Fita tipo TAPE (Durex) Atenção
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Técnica de cultura em lâmina (tudo autoclavado):
-bastão de vidro dobrado na placa contendo pedaço de papel filtro 
fundo lâmina vidro e lamínula.
pedaço (bloco) de agar cortado [c/ tubo ensaio (18X150mm)] 
colocado no centro da lâmina inocular esporos ou porção de 
colônias em 4 pontos do bloco colocar lamínula sobre o bloco 
umedecer o papel filtro c/ água dest. estéril tampar a placa e incubar
observar diariamente para não deixar secar e ver o crescimento.
Após crescimento retirar a lamínula cuidadosamente e colocar sobre
lâmina nova contendo LPCB (lactofenol azul de algodão)  pressionar
levemente  usar esmalte incolor para selar a lamínula  deixar secar 
 microscopia 
OBS.: se a lâmina de vidro original apresentar crescimento, tbém pode
servir de montagem  retirar o bloco de agar  add 1 gota de LPCB e 
colocando outra lamínula  levar ao microscópio.
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Colorações
Mais utilizadas:
Gram
Giemsa
Tinta da Índia (ou da China – nanquin) ou Nigrosina (líquor)
Panótico
Metanamina prata
Visualização direta em microscópio através de KOH; azul de lactofenol
Para tecidos em cortes histológicos: HE (hematoxilina/eosina), Grocott-Gomori, impregnação com prata, corante de Gridley, etc.
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Principais características a serem observadas nos cultivos em placa de Petri
Observações macroscópicas:
1-Meio de cultura utilizado
2-Tempo de cultivo e temperatura de incubação
3-Aspecto da colônia:
a)Circulares, elevadas, sulcadas ou pregueadas, zonadas (faixas concêntricas de aspecto e cor diferentes);
b) Planas não-sulcadas; bordas lisas ou onduladas;
c) Elevadas, convexas, centro saliente;
d) Crateriformes, com centro recortado;
e) Sulcos radiais; bordas lisas ou onduladas;
f) Cerebriformes, plana e/ou ondulada.
4- Pigmento:
a) Anverso
b) Verso
5- Pigmento difuso no meio de cultura.
6- Gotículas (exudato) escassas e/ou abundantes, transparentes, opacas, brilhantes ou coloridas
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Principais características a serem observadas nos cultivos em placa de Petri
Observações macroscópicas: continuação
7- Textura:
Granulosa (como areia fina)
Pulverulenta (como talco ou farinha)
Velutina (aveludada)
Cotonosa (aspecto de algodão)
Glabrosa (membranosa e/ou coriácea)
Feltrada (aspecto de feltro)
Camurça
Cremosa (leveduras)
8- Tamanho da colônia (o diâmetro é mensurado com paquímetro):
Crescimento limitado;
Invasor.
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Principais características a serem observadas nos cultivos em placa de Petri
Observações microscópicas:
1- Hifa
Diâmetro;
Pigmento presente (ocre e marrom, amarelas, verdes, etc); pigmento ausente (hialinas)
Septadas ou não.
2- Conidióforo:
a) Simples;
b) Ramificado;
c) Extremidades dilatadas ou não (vesículas presentes ou não)
3- Conídios:
Microconídios (forma e tamanho);
Macroconídios (forma e tamanho).
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Principais características a serem observadas nos cultivos em placa de Petri
Observações microscópicas:continuação
4- Clamidosporos
Isolados, terminais ou em cadeias
5- Ascos e ascósporos (forma, tamanho, tonalidade, número de ascósporos por asco, septos-presentes ou não e ornamentação)
6- Outras características importantes para o diagnóstico de gênero e espécie.
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Definições importantes
Hifas resultam da germinação de um conídio de um fungo (filamentoso) que encontra condições ideiais e adequadas, germinando e formando um tubo - hifa
	-Podem ser contínuas (ou cenocíticas) e septadas (ou tabicadas), pigmentadas ou hialinas; outras formas incluem: em raquete, espiral, candelabro, pectinadas, piriforme, etc. (ornamentações)
Função das hifas: 
	-são vegetativas, absorvem os nutrientes do meio e
transforma em energia e subprodutos necessários ao metabolismo biossintético; armazenamento de nutrientes.
	-multiplicação do fungo, sofrem maior número de septações, ocorrendo a separação das células por fragmentação, denominados de artrosporos, que funcionam como conídios. Cada um dá origem a novo micélio quando em meio adequado.
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Micélio – crescimento linear, dando origem a ramificações formando um emaranhado – micélio; visível a olho nú o micélio se desenvolve dando origem as colônias. Parte vegetativa dos fungos.
Conidióforos: hifas que originam
e sustentam os conídios.
Conídios:são esporos imóveis
assexuados
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Clamidosporos: são esporos cuja função é de resistência para o fungo no ambiente. É uma modificação das hifas em células de parede espessa, globosos grandes, armazenam substâncias de reserva e material genético para formação de novo indivíduo. É um esporo assexual
Asco: célula em forma de clave ou bolsa, contendo ascósporos geralmente com número determinado de 2, 4, 8 ou 16. Caracteriza os Ascomicetos.
Ascocarpo: corpo frutífero contendo no interior os ascos com ascósporos; quando fechados (c/ ostíolo) são os peritécios e sem ostíolo são os cleistotécios e gimnotécios.
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Definições importantes
Esporo: propágulo derivado de modo assexuado ou sexuado; quando derivado de modo assexuado, o processo de clivagem é o que geralmente ocorre.
Esporangióforo: hifa em que se formam os esporângios
Esporângio: órgão em forma de saco, de reprodução assexuada de zigomicetos, no interior do qual se formam um ou mais esporangiósporos
Esporangiósporos: esporos produzidos no interior do esporângio.
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Objetivos
Identificar os fungos mais comuns no nosso meio ambiente; algumas dessas espécies podem causar infecções, intoxicações ou fenômenos alérgicos. São frequentemente isoladas do ar e são contaminantes usuais de cultivos microbianos.
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Multiplicação
Os fungos podem se reproduzir tanto na forma sexuada como assexuadamente.
Os esporos podem ter origem tanto sexual como assexual. 
Esporos assexuais incluem: ascosposros, basidiosporos, oosporos e zigosporos utilizados para determinar o relacionamento filogenético entre eles.
Reprodução sexual ocorre pela fusão de dois núcleos haplóides (cariogamia)- seguida da divisão meiótica de 2 núcleos diplóides; os esporos assexuais são produzidos em células tipo sacciforme (esporângios) e são chamados esporangiosporos. A reprodução assexuada resulta da divisão do núcleo por mitose.
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Patogênese
Desenvolveram muitos mecanismos para colonizar os hospedeiros, animal e homem.
-Crescimento a 37ºC é uma das mais importantes; 
-produção de queratinase permite aos dermatófitos digerirem queratina na pele, pelos e unhas;
-dimorfismo permite que muitos fungos existentes na natureza como bolores mudem para a forma leveduriforme no hospedeiro e se torne patogênicao; exceção C. albicans (adesinas); C. neofromans (cápsula GXM)
Fungos podem se espalhar localmente como os dermatófitos na pele ou como micetomas eumicóticos no tecido subcutâneo. 
Sporothrix schenkii, patógeno subcutâneo, espalha-se via linfáticos locais.
Os fungos causadores das micoses sistêmicas causam primeiro as infecções pulmonares; são fagocitados pelos macrófagos alveolares-> não são destruídos -> disseminam-se via hematógena para locais distantes, exceto C. neoformans que se dissemina sem ser fagocitado. 
A reação alérgica que alguns fungos causam ao hospedeiro seria outra forma de patogênese.
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Defesas do hospedeiro
Enquanto alguns fungos têm potencial patogênico maior que outros, o status imunológico do hospedeiro é de suma importância para determinar se o organismo causará a doença e ajudará a determinar a severidade da infecção
Ambas as respostas humoral e mediada por células (CMI) são importantes no controle de infecções fúngicas, contudo, a CMI é considerada a mais importante. Hospedeiros c/ deficiência na CMI são mais suscetíveis que aqueles portadores de deficiência humoral.
Barreiras não-específicas devem ser vencidas pelo fungo antes uma resposta imune específica ser elicitada. Incluem: pele intacta, ácidos graxos insaturados, competição com bactérias da flora normal e taxa de renovação epitelial; as membranas mucosas são cobertas por fluidos contendo substâncias antifúngicas; céls epiteliais de superfícies mucosas contém cílios que removem ativamente microrganismos.
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Diagnóstico
Apresentação clínica é a principal fonte do diagnóstico; exame microscópico das amostras de raspados, corrimento vaginal ou lavados brônquicos podem revelar, dermatomicose, candidíase ou histoplasmose respectivamente; raios X revelam infecções pulmonares por fungos; em alguns casos biópsias são requeridas; cultura combinada c/ visualização microscópica de amostras ou biópsias são freqüentemente usadas, para confirmação; sorologia também pode ser usada para detecção de antígenos fúngicos ou anticorpos específicos.
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Controle
Prevenção e tratamento são incluídos no controle das infecções por fungos. 
Prevenção inclui evitar ambientes e condições que conduzam crescimento de fungos; manutenção de áreas hospitalares livres de esporos (infecções nosocomiais); animais (ou humanos) imunocomprometidos devem ser manejados adequadamente de acordo com a doença que são portadores; 
Pacientes tratados com quimioterápicos (câncer, AIDS e transplantados) podem necessitar de prevenção com drogas antifúngicas (azoles, alilaminas e morfolinas são inibidores de biossíntes de ergosterol); polienos formam complexos c/ ergosterol na membrana; inibidores síntese de DNA e RNA (5-fluorocitosina) ou mitose (griseofulvina).
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