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Valor Bruto da Produção de Produtos Produzidos pela Agricultura Familiar (em °/0) I 18 4 16 7 15 8 Fonte: MDAil CRA - Novo R trato d Apicultura Familiar: 0 Brasil R descoberto 52 49 40 32 ▪ Fumo • Mandioca E9 Feijão • Saiam CNC. Leoa • Milho O AveslOves O Soja • Arraz DCafé 25 AMBIENTE AMBIENTE FLORESTADO URBANO Legenda' —e Fluxo de "Rua fl ArMazenagem DREW, D. Processos ingeraDvas Harlem • MVIO art,I,It Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 1998 p 91.95. (AMIMAM A O wea; catectnad o/SÁ; fig coff ~mil Geografia — Caudio Custódio Chuvas Acidas: Ocorrem pela emissão de óxidos de enxofre através da queima de combustíveis fósseis (termelétricas, petroquímicas e siderúrgicas), além da emissão de óxidos de nitrogênio pelo escapamento dos veículos automotivos. Tais gases combinam-se com o vapor d'água da atmosfera e, ao condensar-se, precipita uma chuva mais ácida que promove a corrosão de estruturas metálicas, concreto, fiação e monumentos, além de problemas de pele nos seres humanos. A chuva ácida também atua no meio rural, destruindo florestas, prejudicando plantações, e contaminando o solo, lagos e o lençol freático. Ciclo da Água: além da contaminação, a impermeabili zação do solo COM desmatament os e ocupação desordenada aumenta o escoamento superficial das águas das chuvas que as galerias pluviais, insuficientes e entupidas de lixo, não conseguem fazer a drenagem eficiente do intensificado volume d'água, causando enchentes e ampliando problemas sociais, de saúde pública, econômicos e, claro, ambientais. Em encostas de morros podem ocorrer deslizamentos de terras e blocos de pedras, provocando desabamentos e soterramentos com perdas de vidas, perda material, interrupção de vias de circulação e etc. A retirada excessiva de água do lençol freático pode gerar ainda o fenômeno da subsidência, ou seja, a compactação das estruturas geológicas pelo peso da cidade provocando rebaixamento de estruturas e gerando rachaduras em construções e comprometendo a segurança de prédios e casas. Outros Problemas Ambientais Urbanos Além dos problemas atmosféricos e da água no meio urbano, há que considerar também as poluições sonora visual e, principalmente, a questão do lixo. A necessidade de destinar um fim ao lixo urbano é urgencial, sendo perfeitamente possível a reciclagem deste produto da sociedade de consumo. A resolução do problema do lixo envolve a prática da separação dos tipos de dejetos para que ocorra uma coleta seletiva e destiná-los as possíveis reciclagens: a matéria orgânica pode ser transformada em biogás e/ou adubo e as várias reutinzações do plástico, do metal e do vidro devendo ser enquadrados numa perspectiva de mudanças dos padrões de consumo. O transporte do lixo também deve separar os rejeitos industriais, hospitalares e residenciais para sua Melhor desfinação. A armazenagem exige interdição dos lixões e implementar aterros sanitários para o tratamento do chorumeie reutilização da área posteriormente. PRODUÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO: A QUESTÃO AGRÁRIA A modernização agrícola do Brasil Com a expansão industrial-urbana brasileira do pós-li Guerra Mundial, a participação da agropecuária no Produto Interno Bruto decresceu paulatinamente e ainda definiu-lhe funções, subordinando-a às necessidades do capital financeiro-industrial, determinando um processo de modernização agrícola e dependência do campo â cidade. O campo tornou-se fornecedor de matérias-primas para as indústrias, o que provocou a valorização de culturas industriais como cana, laranja e soja, em detrimento das culturas alimentícias para o mercado interno (feijão, arroz e mandioca). As primeiras são as que exigem mais capitais e terras, mas também são as mais lucrativas; ao passo que as culturas tradicionais conhecem declínio em face do baixo poder aquisitivo da população brasileira e das políticas de contenção de preços da cesta básica, ficando reservado aos agricultores familiares e com péssimos rendimentos. O setor agropecuário, ao se modernizar, torna-se mercado consumidor do setor industrial, já que necessita crédito e insumos variados (tratores, fertilizantes, sementes, agrotoxicos...) para ampliar a escala produtiva. Este fator gera uma competitividade no campo, onde os menos capitalizados e/ou desprovidos de técnica tendem a se endividar e perder as terras, gerando uma concentração fundiária pelos mais competitivos. Além disso a mecanização substitui o trabalho humano, causando desemprego (ou trabalhos temporários, em épocas de safra) e êxodo, fazendo do campo um fornecedor de mão- de-obra para a economia urbana. Nas últimas três décadas cresceu a importância da agropecuária como gerador de divisas (moeda forte internacionalmente) com exportações e auxiliando no pagamento do serviço da divida externa - em maior parte utilizada no meio urbano. Esta função diversificou a pauta de exportação agrícola brasileira, assumindo importância, além do café, a soja, o suco de laranja, carnes, cacau, açúcar e o fumo. As relações de trabalho no campo Apesar da penetração do capitalismo no campo, transformando-o, as relações de trabalho não se tornam todas assalariadas, resistindo outras formas de relações, como por exemplo os pequenos proprietários familiares. EVOLUÇÀ0 DA PRODUÇA0 BRASILEIRA DE CANA-DE-AÇUCAR E MANDIOCA. 45 40 35 30 25 20 15 1D 5 1 - 1 - 100 i De I RE -5 -15 20 1990 1992 1994 1996 1999 2000 2002 C Cana-d.•açúcar P oduç o do ano cl 1990 -100. PE1 Mo ndioca (JOGO, 2003.) G eo gr af ia - IA P C U R SO S 33 WWVV.IAPCURSOS.COM ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA - 2003 eil.t•tne,U2 Ovrst:€2.mlfrseta ESA MENOS CE =O (•trIS EM: E MIS r."3~ -7,5* A1L,- ;\2 • gesrè-, it%1Li[rdy fdi4m. _ wb le • ":": r NÉMINI. mia ulrion,4 fiundtánus Maria flana Gemias. 2000. L".1. 0.(efor cea-rori (2.61‘0^ CA! etM'Clinal geografia - aitutio Custódio Estes camponeses familiares representam mais de 50% da força de trabalho agrícola nacional, de um total de cerca de 15 milhões de trabalhadores rurais. Estas unidades familiares de produção dispõem de pequenos estabelecimentos (inferiores a 50 hectares) e cultivam gêneros alimentícios para o mercado interno, conferindo- lhes baixissimos rendimentos e obrigando-lhes a ter que complementar a renda como trabalhadores temporários nas grandes fazendas. O número de assalariados permanentes da PEA agrícola brasileira é muito reduzido (em torno de 10%), e compõe-se de administradores, manobristas de tratores e semeadeiras, indicando a incipiência da relação tipicamente capitalista no campo. A parceria relação não- assalariada onde o pequeno camponês sem-terra e família (e muitas vezes também pequenos proprietários), sob contrato, exploram uma propriedade rural e "pagam" ao proprietário com parte da produção (chama-se meeiro se for metade da produção, e terceiro, caso seja um terço). Semelhante à parceria, o arrendamento também corresponde a exploração da terra em terreno particular de outrem, mas pago em dinheiro (como um "aluguel"). As propriedades em parceria e arrendadas correspondem a pouco menos de 10% das propriedades rurais do país, totalizando em torno de 2% da área total dos estabelecimentos rurais, evidenciando seu caráter minifundiário e subsistente. Os trabalhadores temporários são aqueles contratados sazonalmente para a colheita, em especial. Correspondem a cerca de 25% da mão-de-obra rural, composta por pequenos proprietários, posseiros e parceiros buscando aumentar seus rendimentos mas, em essência,são os volantes (ou bóias-frias) a maior parcela desta força de trabalho: vivem migrando de região em região em busca de serviço ou são os que vivem nas periferias das cidades, expulsos do campo pela mecanização e/ou concentração fundiária. Todos tem em comum o fato de receberem o salário como diaristas ou por tarefa, além do extenuante - e mal pago - trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar, algodão, café, laranja ou frutoas tropicais de exportação. Outro tipo de trabalho temporário é a peonagem, em que trabalhadores são recrutados - especialmente no Nordeste - e levados para a Amazônia para desmatamento e outras atividades temporárias, tornando-se "presos" pelas dividas contraídas com transporte, moradia e alimentação e configurando-se num verdadeiro trabalho escravo (a chamada "escravidão por dívida"). A questão fundiária brasileira Cerca de 45% do território brasileiro é ocupado por propriedades agropecuárias, constituindo-se numa das maiores áreas agricultáveis do planeta; no entanto apenas algo em torno de 15% da área destes estabelecimentos voltada para a agricultura (o que corresponde a menos de 10% do território nacional!), sendo o restante composta de matas e pastagens mas, frequentemente, subutilizadas e/ou servindo apenas como "reserva de valor" (especulação). Apesar de uma área agrícola tão extensa, há cerca de 20 milhões de trabalhadores rurais sem terras e pelo menos 40% da população se alimenta de forma precária, aquém das necessidades básicas (sendo que metade destes - em torno de 30 milhões de brasileiros - sofrem com a fome!). A base destes e outros problemas do país, como a urbanização caótica, o desemprego e o subemprego, está na extrema concentração fundiária que domina o pais a 500 anos, onde 1% dos proprietários detém aproximadamente 42% das áreas agrícolas do país, ai incluindo 37 superlatifundios com mais de 100 mil hectares cada, perfazendo quase 14% da área disponível! É na história em que se encontram as raizes desta concentração de terras, já que vigorou do século XVI a 1822 o sistema de sesmarias em que as terras eram cedidas em grandes extensões pela coroa aos nobres, empreendendo assim a ocupação territorial do pais de forma privada e baseada no latifúndio exportador. Com a Independência extinguiu-se as sesmarias e, não havendo leis fundiárias até 1850, disseminou-se a posse pelos empobrecidos do Império (ex-escravos, imigrantes, trabalhadores rurais...). Como a posse da terra era o principal sinônimo de poder na época, os latifundiários viram seu poder político-econômico ameaçado e instauraram a Lei de Terras em 1850, sob a qual o acesso terra somente pode ser feito através da compra, vedando esse acesso aos despossuidos e limitando-o aos "coronéis" pecuaristas, cafeicultores, cacaueiros e canavieiros (aliás enriquecidos devido â Lei Eusébio de Queirós do mesmo ano e que, ao impedir o tráfico negreiro, tornou supervalorizado o preço dos muitos escravos que possuíam e que serviam como bens junto a empréstimos do governo para adquirir mais terras). Em 1962, sob o governo João Goulart, foi criado o Estatuto do Trabalhador Rural, estendendo os direitos trabalhistas aos camponeses (carteira assinada, salário mensal, 13° salário etc.). Apesar de justa a medida, os latifundiários optaram por modernizar a produção agrícola e gerando a expulsão de milhares de colonos que viviam nas grandes propriedades sob regime semi-assalariado, ampliando significativamente o número de sem-terras, bóias-frias, da e incrementando a urbanização do período. A partir de 1964, com o Estatuto da Terra imposto pela ditadura militar, a questão agrária passa a ser enfocada sob a ótica geopolitica, numa perspectiva de intervenção estatal que desestruturasse os movimentos sociais do período (rurais e urbanos). A "reforma agrária militar" da década de 60 constou, num primeiro momento, da necessidade de uma classificação rural para viabilizar a distribuição fundiária e mecanismos legais para a desapropriação das terras improdutivas e latifúndios. G eo gr af ia - IA P C U R S O S WWW.IAPCURSOS.COM 34 LH4Dofte p.irs Cl^pCOM kxuUrrncea,, , ~1,r-9Ra 1-311., ha! El 49c~ dsc,skala e :e ara Freab.rin e Esoreats“ochaorezice I.P mte akpd10 E A9nr.,..v.ciairo'n~to. ▪ mtc. otraassaast•novilara ntIrpr.ia iSt,X,D ao' awanani) w.alça nnadr,c,e~a0o5 o otr4et en enc. "il geografia — Cláudio Custódio G eo gr af ia - IA P CU R S O S Foi criada a noção de módulo rural: um tamanho de terra variável conforme a região inserida (em função da distância de mercado, fertilidade, infra-estrutura...), mas que fosse o suficiente para garantir a subsistência e o progresso social a uma família composta de quatro pessoas. Com base no módulo rural, criou-se a noção de minifúndio, em que o a área da propriedade ê inferior ao módulo da região e, portanto, também insuficiente à subsistência/progresso social; o latifúndio por exploração é uma propriedade superior ao módulo em até 600 vezes, e alem disso se mantém mal ou sem exploração da terra (voltada à especulação); o latifúndio por dimensão supera as 600 vezes do módulo regional e, como o anterior, é voltado especulação; e ainda a noção de empresa rural, superior ao módulo em até 600 vezes mas explorada racionalmente. O segundo momento mais importante do Estatuto da Terra foi a promoção de projetos de colonização na fronteira agrícola da Amazônia como tentativa de resposta aos movimentos camponeses nordestinos e do centro-sul, mas que em verdade foi uma forma de manter a estrutura fundiária concentradora intacta nas áreas de tensão e remeter os excluidos do campo às âreas marginais do centro econômico. Sob o lema de "levar os homens sem terra do Nordeste para as terras sem homens da Amazônia", promoveu-se o acesso â bacia dos rios Tocantins e Xingu (leste e sul amazônico) através da abertura de estradas como a Cuiabá-Santarém e a Transamazônica, além de projetos oficiais e particulares de assentamentos no norte matogrossense e Rondônia (Programa Polonoroeste); sob a perspectiva geopolitica do "integrar para não entregar" do Projeto de Integração Nacional (PIN - 1970). Na franja amazônica os camponeses excluídos da modernização agrícola do centro-sul, ou os expulsos do Nordeste pela estrutura fundiâria arcaica, instalaram-se como pequenos proprietários e posseiros, o que valorizou as terras e posteriormente assistiram à chegada de falsificadores de títulos de propriedades (grileiros) e fazendeiros, reconduzindo a uma violenta reconcentração de terras, tornando as áreas periféricas da Amazônia nos maiores focos de violência no campo brasileiro. Violência estimulada pelo próprio governo, que abandonou os projetos iniciais de colonização e passou a somente promover megaprojetos agropecuários a partir de meados dos anos 70 - especialmente com subsídios da Sudam, no vale do Tocantins-Araguaia - valorizando ainda mais as terras e sendo instrumento juridico dos poderosos locais ao ignorar a "jagunçagem" e/ou participar de massacres a camponeses sem-terras ao reprimir manifestações ou fazer valer mandatos de reintegração de posse aos latifundiários. Na década de 80, como fim da ditadura militar, com a Nova República a partir de 1985 e a nova Constituição do Brasil em 1988, a bandeira da reforma agrária foi novamente bradada politicamente, mas no entanto, revelou-se um instrumento burocrático limitado, já que, segundo os termos da lei, só seriam destinadas â reforma agrária as propriedades com provadamente improdutivas, possibilitando entraves burocráticos â difícil comprovação de que uma terra é ou não produtiva (além de gerar casos de superfaturamentodo valor de terras para efeito de desapropriação). Nos governos Fernando Henrique Cardoso a proposta de alinhamento às condições postas pela globalização, substituindo o processo de desapropriação de terras improdutivas por uma reforma agrária "de mercado", em que o camponês deve financiar (a juros de mercado) a compra de propriedades (dos latifundiários) junto ao Banco da Terra (por sua vez financiado pelo Banco Mundial). Porém esta tentativa de estabelecer o modelo da farm norte-americana implica no crescente endividamento e dependência do trabalhador rural ao mercado e, ao contrário do setor nos EUA e Europa, sem subsídios do Estado, acabando por gerar falência dos agricultores menos competitivos e reconcentrando a terra. Este quadro de exclusão social e concentração de terras está na base dos atuais problemas sociais, econômicos e ambientais do pais (na cidade ou no campo), e os movimentos de resistência a este modelo de apropriação do território existem já com os indígenas - os grandes expropriados/exterminados - e os quilombolas desde o século XVI, ou ainda gerando distorções como o messianismo e o banditismo (como o cangaço) como alternativa de vida. Nas décadas de 50 e 60 do século XX importantes movimentos rurais como as Ligas Camponesas se estruturaram no país, porém sofrendo violenta repressão com a ditadura militar. Foi nos anos 70, em resposta a violenta concentração fundiâria que assolou a região Sul do pais com a modernização agrícola (especialmente com a introdução da soja), que nasceu o Movimento dos Sem-Terra (MST), assumindo uma difusão e organização nacional, descentralizada com representantes locais e regionais (cerca de 21 lideres) congregando cerca de 4 milhões de familias (em torno de 20 milhões de pessoas) sob o lema de que "terra não se ganha, se conquista". O MST se opõe à reforma agrária de mercado que visa a instalação da "terra de negócio", através de uma constante luta social pela noção de "terra de trabalho", cujo sentido não é a terra enquanto fonte de lucro capitalista, mas um meio de vida e de produção de alimentos para uma economia nacional, priorizada ao mercado interno e á distribuição de renda, através de uma democratização ao acesso à terra desapropriando todos os latifúndios e estabelecendo um tamanho máximo da propriedade, democratizando o acesso ao capital e à educação no meio rural, além de alterar o atual padrão tecnológico utilizado (dependente de agrotóxicos e das transnacionais) em favor da preservação ambiental e da saúde dos camponeses e dos consumidores. Com base em um socialismo cristão não-marxista influenciado pela corrente da Teologia da Libertação (dos movimentos eclesiais de base como a Comissão Pastoral da Terra), os assentament os conseguidos pelo MST se tornam modelos em cooperativas, agroindústria e educação. WVV1N.IAPCURSOS.COM 35 REGIÃO SUDESTE - ZONAS AGROPECUÁRIAS 03 Oeste PeuIlsta (Demandem Mineiro (Dem de mines CMone da Mete Mineira (3) Horta de mines CAIele do Pa caiba aeineede titoranee I ES RJ. SP) REGIÃO SUL - AGROPECUÁRIA 1. NORTE PARANAENSE • A1.000A0 • COA • TRIOS • CAFÉ • MOO I PLANALTO SUBTROPICAL • soa • MILHO • POUCUL11lRRAWTAB.LEGUMEL4 • wiptocumou • TRIGO A. CAMPANHA GAÚCHA ',IGUARIA Cintia:NA MODERNA IDOVIIMEOVIN4 • ~Os •textà :MIGO 4. BAIXADA LITORÂNEA URBINO.INDUSTRIAL ykri O -4; Lar correu-gari IA O . /Lr ceirestrot/ geografia — Cadio Custódio Além disso promovem ocupações de propriedades improdutivas e acampamentos nas áreas mais explosivas ou de concentração de posseiros como o Bico do Papagaio (PA) e o Pontal do Paranapanema (SP), respectivamente. O governo obviamente promove perseguição política e reprime violentamente as manifestações e ocupações promovidas pelos sem-terras, sob a defesa incondicional da propriedade e tendo o apoio quase unânime da imprensa nacional, que procura minimizar e desqualificar uma das maiores manifestações populares deste fim de século, apoiada internacionalmente por dezenas de sérias instituições comprometidas com a sociedade (ONG's, sindicatos) e que questiona este modelo depredador da natureza e da própria condição humana, cuja base está exatamente na relação de apropriação da terra. A organização Espacial do campo brasileiro As áreas junto ao centro econômico nacional (o centro-sul) apresentam uma agropecuária moderna, com culturas e criações que agregam aplicação de insumos (agrotõxicos, sementes, rações, vacinas etc) que requerem capitais, e destinando a produção â indústria e mercado urbano. É nesta região geoeconõmica onde se concentra também a agroindústria, numa plena integração da produção rural e sua transformação local. Ilhas de modernidade agrícola ocorrem no Agreste/Zona da Mata e Sertão "irrigado", mas com o predomínio da agricultura comercial tradicional no litoral (a plantation). O sistema de subsistência (que na verdade sempre prevê um pequeno excedente) é disseminado pelo pais, com destaque para as áreas de atração de migrantes na zona de fronteira agricola amazônica e em área tradicionais no Agreste e "brejos" do Sertão nordestino e do médio vale do rio Amazonas. Nas regiões de cerrado e caatinga, bem como nas áreas desmatadas da fronteira agrícola predomina a pecuária extensiva tradicional, de baixa produtividade e utilizando a terra como reserva de valor. Na vasta região Amazônica predomina o extrativismo (madeira, borracha, castanha etc), se estendendo para o Nordeste com o babaçu (MA) e carnaúba (PI, CE e RN) junto aos vales dos rios Parnaiba, Jaguaribe, Apodi-Mossoró e Piranhas-Assu, atêm do extrativismo em resquícios da Mata Atlântica no sul da Bahia (madeira) e no Sudeste/Sul (pa mito, madeira). A Região Sudeste por razões óbvias revela-se uma das áreas onde a agropecuária é mais avançada, com agropecuária moderna e forte presença da agroindústria, como a região do Oeste Paulista marcado pela policultura comercial moderna (milho, arroz, algodão, amendoim, café) e regiões 'especializadas' em agroindústrias canavieira ou de laranja, além do noroeste paulista, caraterizado pela pecuária de corte modernizada abastecendo ampla rede de frigoríficos. As muitas cidades médias da região sustentam boa parte da indústria alimentícia e garantem o fornecimento de milhares de braços nas ofertas sazonais de emprego nas colheitas e se caracterizando, portanto, numa região de intensas manifestações de bóias-frias e conta também com uma das principais áreas de tensão pela posse da terra que é o Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do estado de São Paulo. Em Minas Gerais identifica-se as seguintes subregiões: o Triângulo mineiro é como se fosse uma extensão do noroeste paulista, caracterizado pela modernização da pecuária com aplicação de zootecnia nos métodos de criação e rizicultura junto aos rios Paranaíba e Grande; já o Sul de Minas ê identificado pela pecuária intensiva integrada às indústrias de laticínios e também se configura como a principal região produtora de café na atualidade. a Zona da mata Mineira abrange também o leste do Rio de Janeiro e do Espirito Santo, caracterizando-se por uma policultura mas com destaque â cafeicultura; o Norte de Minas apresenta um quadro semelhante ao sertão baiano tanto na paisagem natural (clima, vegetação, hidrografia) quanto na estrutura fundiária com a predominância do latifúndio pecuarista tradicional, caracterizando-se numa área de repulsão populacional (em especial do Vale do Jequitinhonha) para empregarem-se como bóias-frias no oeste paulista. A região do Vale do Paraíba paulista e fluminense, a exemplo do sul mineiro, configura-se como produtor de leite e derivados destinados aos mercados da megalópoleem formação. A Baixada Litorânea subdividem-se em três: no litoral capixaba estende-se produção cacaueira do sul baiano, no litoral norte do Rio de Janeiro (região de Campos) predomina a cana-de-açúcar e no Vale do Ribeira, em São Paulo, região de ocupação japonesa, caracterizada pelo cultivo de chá e banana e a região mais pobre do estado paulista. A Região Sul apresenta uma agropecuária diversificada e complexa, embasando o forte setor secundário da região. O pequeno produtor rural está completamente integrado às agroindústrias locais, destinando toda a produção para uma empresa (frigorifico, óleo vegetal, ração ...), adotando o padrão exigido pela indústria e tendo que recorrer ao sistema financeiro para manter os insumos (vacinas, rações, hormônios, sementes, pesticidas etc) e, portanto, configurando o Sul como área de exclusão e repulsão dos camponeses menos competitivos. O Norte Paranaense configurou-se desde a primeira metade do século XX pela expansão da cafeicultura paulista, dividindo hoje espaço com a produção de algodão em regiões de colonização japonesa como Londrina e Maringá; o Planalto Subtropical estende-se do Paraná ao Rio Grande do Sul, marcado pela colonização imigrante européia, originalmente policultora e hoje constituindo o verdadeiro celeiro agrícola do país, com predominância absoluta do milho e da soja, intercalada da pecuária (suínos, aves), além de fumo, trigo e vinhas no estado gaúcho; a Campanha Gaúcha corresponde â região extremo sul do Brasil, domínio das pradarias e das 'grandes propriedades (estâncias) pecuaristas especialmente de corte, com raças bovinas européias intercaladas â criação ovina, além de plantio de arroz e trigo. G eo gr af ia - I A P C U R SO S 36 vvinnN.IAPCURSOS.COM SUB.REGIÕES NORDESTINAS 1.41, Geografia — CUudio Custódio I Ai o /h off tenconOr/ Região Centro-Oeste: Lavouras Temporárias, Extrativismo Vegetal e Rebanho Bovino (2006) • «MILHO ALGODA Q /4.?„ CANA-DE/ f.Pri CARVÃQ 160VLNOG Ç. 2 #.rj‘rj "PeTftt-- • AÇÚCAR VEGETAL • CARVÃO - 'CANA.DE: 01111111dIdê~talar gor 2000 Oentladas) •'• nern'TIKiterel2dVA:::•••••••8 enn ' C.= Adaptado de. Alias da Questão Agréria - 2008 (http //wr, r): \ :7 -» SOJA — OU. 4344 Mdul ALGODÃO—, BOVINOS o eoanhe err•20.1t. 1102.5,.$1 FcI unesp brineragatlasiagropocuana Oiro) SOJA I, '4001 Animo oégrorros) Na organização agropecuária da Região Nordeste há nifida diversificação conforme as Sub- regiões Nordestinas, influenciada também pelos diversos tipos climáticos que ocorrem na região e do processo de ocupação histórica. A Zona da Mata é historicamente domínio das plantafions canavieira em sua porção setentrional e cacaueira ao sul, marcadas pela migração sazonal proveniente do Agreste e do Sertão e empregando-se como bóias- frias. No entanto estas atividades tornam-se estagnadas COM a decadência do Proâlcool (fazendo OS usineiros acumularem dividas por não conseguir competir com as modernas usinas paulistas) e a praga da vassoura-de-bruxa somada a forte concorrência dos produtores do Golfo da Guiné, reduzindo os preços internacionais do cacau (muitas propriedades acabam formando pastagens, desmatando a Mata Atlântica do sul baiano, que sombreia o cacau). Outra atividade crescente no litoral da Zona da Mata é a criação de camarões em viveiros em áreas de manguezais, com consequente ampliação da depredação dos mangues. O Agreste é ocupado predominantemente por pequenas propriedades policultoras de subsistência e alguns produtos comerciais como o algodão e café (este último na porção meridional da sub-região), além da pecuária leiteira semi- intensiva, destinados ao abastecimento da Zona da Mata e das importantes cidades do Agreste como Campina Grande, Caruaru, Feira de Santana, Vitória da Conquista, entre outros "empórios comerciais" desta faixa de transição entre o litoral úmido e o interior semi-árido. O Sertão Nordestino é caracterizado pela presença histórica do latifúndio pecuarista extensivo, além da produção agricola policultora nos "brejos" (regiões de maior altitude e, portanto, mais úmidas); porém desde os anos 80 a fruticultura irrigada voltada á exportação (uva, manga, melão, maracujá e outras) nas regiões do médio rio São Francisco (com pólos em Petrolina e Juazeiro) e no Vale do Açu, no Rio Grande do Norte, vem se firmando como importante fonte de divisas do Sertão, as custas de uma concentração fundiária e utilização de mão-de-obra temporária na época das colheitas. O Meio Norte é bastante diversificado: rizicutura nas várzeas dos rios Mearim e Pindaré, extrativismo do babaçu no oeste maranhense e, em sua porção meridional, a recente sojicultura no cerrado por migrantes da região sul; no Piauí predomina o extrativismo da carnaúba no vale do rio Parnaiba e a pecuâria extensiva na maior parte do estado. A Região Centro-Oeste possui uma agropecuária marcada pela grande propriedade e integrada à economia paulista, especialmente as regiões do pantanal, o entorno de Campo Grande-Dourados (MS), estendendo-se ao sul do Mato Grosso (região de Rondonopolis) até o sul goiano, onde predominam a pecuária extensiva melhorada e agricultura mecanizada da soja, arroz, milho e até trigo, além do cultivo da cana-de-açúcar e café. Na porção norte da região (Mato Grosso e norte de Goiás) predominam as propriedades especulativas com pecuária superextensiva ou mesmo o extrativismo (madeira, especialmente) nas áreas de floresta. A Região Norte, a exemplo do Centro-Oeste, em sua franja amazônica caracteriza-se por ser a atual fronteira agrícola, chocando os pequenos proprietários e posseiros pioneiros (subsistentes) com a expansão do latifúndio improdutivo. As regiões tradicionais de agricultura são a Zona Bragantina entre Belém e a divisa com o Maranhão, caracterizada pelo cultivo de pimenta-do-reino por imigrantes japoneses, que mais recentemente procuram cultivar também produtos locais como o cupuaçu. O Médio Amazonas é tradicionalmente ocupado pela subsistência e o cultivo comercial da juta e da malva, das quais se extrai fibra têxtil. Em Rondônia predominam as culturas familiares (arroz, feijão, mandioca). A pecuária ê praticada de forma extensiva nas áreas de projetos agropecuários da bacia do Tocantins-Araguaia e em Rondônia, além dos campos de Roraima, utilizando raças zebuinas; em Marajó, nas várzeas, predomina a pecuária bufalina. O extrativismo vegetal é disseminado pela região, principalmente o da madeira (de forma predatória), castanha do Pará, da borracha e do açaí. 1. Observe o organograma a seguir Industrialização brasileira (Plano de metas) Ampliação de infraestrutura básica Construção de Construção de hidrelétricas rodovias Fonte Banca Elaborada° da UPE. G eo gr af ia - IA P C U R S O S WWVVJAPCURSOS.COM 37 Velório das 19 vitimas o relhor cactrfori geografia — CCáudio Custódio O measr toe cogeafrod Ele representa um período da industrialização brasileira, que instaurou uma política conhecida como a) Integralismo. b) Toyotismo. c) Nacionalismo. d) Fordismo. e) Desenvolvimentismo. 2. Esse produto percorreu ampla região, desde o Morro da Tijuca, no Rio de Janeiro, no primeiro quartel do século XIX, até o norte do Paraná, onde praticamente cessou sua marcha na década de 1970. Nesse período, seu percurso deixou marcas significativas na paisagem: vasta rede urbana e densa malha ferroviária, solos empobrecidos pela erosão, florestas dizimadas e extensivas pastagens, quase sempre de baixa produtividade. (Jurandyr L. S. Ross. Ecogeografia do Brasil, 2009.Adaptado.) O excerto refere-se â produção do espaço brasileiro relacionada ao ciclo econômico a) da borracha. b) da cana-de-açúcar. c) do café. d) do ouro. e) do algodão. 3. Assinale a alternativa correta sobre a presença de agrotóxicos e de sementes transgênicas na agricultura brasileira. a) O uso de agrotóxicos e sementes transgênicas associa- se à busca de maior produtividade, sobretudo em áreas de fronteira agrícola. b) As sementes transgênicas e o uso de agrotóxicos adequados ampliaram o interesse de países da União Europeia pelos produtos agrícolas brasileiros. c) O uso de agrotóxicos no Brasil reduziu a necessidade de aproveitamento das sementes transgênicas nos cultivos agrícolas de grãos no pais. d) Por ser signatário de acordos internacionais, o Brasil reduziu o uso de agrotóxicos e sementes transgênicas em áreas próximas a mananciais. 4. Leia o texto a seguir: ÓRFÃOS DA CANA Mecanização da lavoura cria legião de ex-boias-frias Desempregados no país e com problemas de saúde Sem vagas de trabalho, migração para SP trava "Se cana enriquecesse, eu seria milionário. Trabalhei 26 anos direto, cortando 18 toneladas por dia. Tenho dores na coluna e um braço torta Foi só o que consegui ganhar", disse Geraldo Melchiades, 52 anos. Eram milhares. Mas, com o aumento vertiginoso da mecanização das lavouras, foram praticamente expulsos dos canaviais. Uma legião de Geraldos, Raimundos e Josês viu suas vidas tomarem outros rumos por causa das maquinas. Não foram derrotados só pela tecnologia, mas perderam espaço também devido a um acordo, que restringiu a queima da palha da cana, responsável por fumaça, fuligem e gases tóxicos, e obrigou as usinas a se mecanizarem cada vez mais. Fqnte: Jornal Folha de São Paulo, 30/06/2017. Adaptado. De acordo com os fatos apresentados no texto, é CORRETO afirmar que a modernização tecnológica da agricultura brasileira a) apresentou resultados socioambientais de diminuição de impactos negativos, como a degradação dos solos e dos recursos hídricos, além da minimização dos problemas causados â saúde humana pelos agrotóxicos. b) aumentou a mecanização do campo brasileiro, resultando na gradual eliminação dos boias-frias do cenário rural, sobretudo nas áreas agrícolas paulistas, gerando um reordenamento no processo migratório socioespacial. c) intensificou o percentual de lavouras não mecanizadas no Centro-Sul, tornando essas áreas espaços atrativos para migrações de milhares de pequenos posseiros, parceiros e arrendatários. d) diminuiu as desigualdades regionais no pais, reorientando a ocupação e utilização de terras para produção, tornando a região Nordeste e a Amazônia áreas concentradoras de fluxos migratórios. e) desencadeou o avanço das fronteiras agrícolas na Amazônia, diminuindo o número de grandes propriedades ligadas ás empresas multinacionais, resultando em menor expansão de atividades extrativistas. 5. Em abril de 1996, 19 camponeses sem-terra foram mortos pela policia militar no episódio que ficou mundialmente conhecido como Massacre de Eldorado de Carajás, ocorrido no sudeste do Pará. Os participantes do Movimento dos Sem Terra faziam uma caminhada até a cidade de Belém, quando foram impedidos pela policia de prosseguir. Mais de 150 policiais foram destacados para interromper a caminhada, o que levou a uma ação repressiva extremamente violenta. Adaptado de anistiaorg.br. Ato em solidariedade às 10 vítimas redebrasilatual.conbr G eo gr af ia - IA P C U RS O S 1NWW.IAPCURSOS.COM 38 XÊ O orriXer cor toguren/ geografia — Caulio Custódio o ore fier coficarrod Dez posseiros foram assassinados em maio de 2017 durante uma ação policial de reintegração de posse em um acampamento na Fazenda Santa Lúcia, no Pará, segundo informações da Comissão Pastoral da Terra. A reintegração foi realizada pelas Policias Civil e Militar do estado. agenciabrasil.ebc.com.br Como indicam os episódios retratados nas reportagens, os conflitos pela posse da terra no Brasil nas últimas décadas persistem. Esses conflitos são decorrentes do seguinte processo: a) desqualificação do trabalhador rural b) encarecimento de insumos agrícolas c) reformulação de legislação especifica d) concentração da propriedade fundiária 6. Leia o texto a seguir: Conflitos no campo deixam 59 mortos e violência é a maior em 13 anos Em 2016, os conflitos agrários causaram a morte de 59 pessoas em todo o País. O indice é o mais alto desde 2003, quando 71 pessoas foram assassinadas em conflitos no campo. Em 2015, haviam sido 50 assassinatos, 14 a mais que no ano anterior. O Estado de Roraima ocupa o topo da lista dos mais violentos, vindo em seguida Maranhão e Pará. Fonte: Jornal Estado de São Paulo, janeiro de 2017. Adaptado. Sobre o conteúdo apresentado no texto e o modo como as propriedades rurais estão distribuídas pelo território brasileiro, é CORRETO afirmar que a estrutura fundiária do país a) é caracterizada pela desconcentração de terras e pela existência majoritária de minifúndios rurais, cuja produção agricola é, em geral, destinada ao mercado externo da América do Norte e da Europa. b) apresenta a menor concentração de terras da América Latina e mantém a equidade na distribuição por regiões do pais, com indicas de produtividade bastante altos e grande potencial para a produção agropecuária. c) possui a maior parte de suas terras concentradas por latifundiários, fato que permite situações de desigualdades e conflitos sociais com trabalhadores que reivindicam a reforma agrária. d) viabiliza a real necessidade de ocupação dos trabalhadores do campo, sobretudo nas regiões Norte e Centro-Oeste, para fins de produção agropecuária, impedindo, dessa forma, a concentração de grilagens. e) registra, por meio dos censos agropecuários do país, que, entre o período do governo militar e o inicio do século XXI, houve uma grande diminuição da concentração fundiária nas regiões Norte e Sul. 7. As descobertas em águas ultraprofundas de jazidas de petróleo e gás natural na área geológica do Pré-Sal e fruto de longos anos de pesquisa da Petrobrás na atividade exploratória offshore no Brasil e confirma que o pais se tornou uma das únicas nações a dominar a tecnologia de exploração petrolifera em águas profundas e ultraprofundas. Considerando os aspectos dessas descobertas e a decisão governamental brasileira de readequar o marco regulatorio nas etapas de exploração e de produção da indústria brasileira de petróleo e de gás natural, assinale a afirmação verdadeira. a) Os principais reservatórios do Pré-Sal, localizados especialmente nos litorais do Nordeste e do Norte do Brasil, são ultraprofundos e se situam abaixo da lâmina de água e abaixo da camada de sal. b) As novas perspectivas abertas com o Pré-Sal estimularam o Governo Federal a estabelecer algumas mudanças regulatorias, sendo a mais importante delas o aumento da participação de empresas estrangeiras na prospecção e produção de petróleo e gás natural. c) Os poços exploratórios do Pré-Sal, principalmente aqueles encontrados na Bacia de Santos, apesar de acumularem grandes porções de petróleo e gás natural, são condensados e pouco atrativos comercialmente, em função da baixa qualidade dos reservatórios. d) Em vista do papel essencial da Petrobras para o sucesso exploratório do Pré-Sal e do volume de recursos envolvidos, o Governo Federal desenhou um aparato regulatório para exploração exclusiva da empresa, resultando em uma maior participação estatal na apropriação da renda gerada por petróleo e gás natural. 8. Em virtude de suas características físico-naturais, o Cerrado brasileiro permaneceu distante dos interesses econômicos do país por muitotempo. Somente a partir do ano de 1970 esse domínio morfoclimático foi totalmente integrado ao processo produtivo e inserido no contexto da produção agrícola do país. O principal elemento natural que impediu a sua incorporação imediata à economia do pais foi a) as temperaturas elevadas, que não permitiam a germinação de produtos como a soja e o trigo b) o relevo acidentado, que impedia o processo de mecanização e correção dos solos. c) os baixos indicas pluviométricos, que eram insuficientes para a produção agrícola. d) a acidez dos solos, que dificultava a produção agrícola sem o uso da adubação química. e) a distância da região em relação aos centros de consumo e a falta de infraestrutura de transporte. 9. O fenômeno da mobilidade populacional vem, desde as últimas décadas do século XX, apresentando transformações significativas no seu comportamento, não só no Brasil como também em outras partes do mundo. Esses novos processos se materializam, entre outros aspectos, na dimensão interna, pelo redirecionamento dos fluxos migratórios para as cidades médias, em detrimento dos grandes centros urbanos; pelos deslocamentos de curta duração e a distâncias menores; pelos movimentos pendulares, que passam a assumir maior relevância nas estratégias de sobrevivência, não mais restritos aos grandes aglomerados urbanos. OLIVEIRA, L. A. P.; OLIVEIRA, A. T. R. Reflexões sobre os deslocamentos populacionais no BrasiL Rio de Janeiro: IBGE, 2011 (adaptada). A redefinição dos fluxos migratórios internos no Brasil, no período apontado no texto, tem como causa a intensificação do processo de a) descapitalização do setor primário. b) ampliação da economia informal. c) tributação da área residencial citadina, d) desconcentração da atividade industrial. e) saturação da empregabilidade no setor terciário. G eo gr af ia - IA P C U R SO S VVVVIN.IAPCURSOS.COM 39 NO ADI AM A tErRI3n litÉrtia NiliesTra cisFrKgi min 1 o d au on mia o a I region is, mp i-ndo s is nda es erdto ai Pts:È O go; er geografia — Ciáudio Custódio ur co‘cvn'd 10. Analise o diagrama a seguir Assinale os itens a seguir que conceituam o novo processo correspondente ás atividades produtivas nas escalas nacional e regional brasileiras. 1. Desconcentração da produção industrial e centralização econômica. 2. Reestruturação urbana e reestruturação das cidades. 3. Diminuição das periferias urbanas. 4. Escalas territoriais metropolitanas desvinculadas do setor quaternário. 5. Concentração espacial das unidades de produção industrial. Estão CORRETOS a) 1 e 2, apenas. b) 1 e 3, apenas. c) 2, 3 e 4, apenas. d) 1, 4 e 5, apenas. e) 1,2] 3,4 es. 11. O período que vai de 1956 a 1967 é considerado como a primeira fase da industrialização pesada no Brasil. Barjas Negri. Concentração e desconcentração industrial em São Paulo— 1880-1990. Campinas: Unicamp, 1996. Sobre as características da industrialização brasileira no período de 1956 a 1967, é correto afirmar que a) houve uma associação entre investimentos no setor estatal e a entrada de capital estrangeiro, que propiciaram a instalação de plantas produtoras de bens de capital. b) a instituição do Plano de Metas, que teve como principal finalidade incrementar a incipiente industrialização do Rio de Janeiro e de São Paulo, marcou politicamente esse momento do processo. c) partiu do Estado Brasileiro, de caráter fortemente centralizador e nacionalista, a criação das condições para a nascente indústria têxtil que se instalava no pais, por meio de diversos incentivos e isenções fiscais. d) ocorreu a implantação de multinacionais do setor automobilístico, que se concentraram em São Paulo, principalmente ao longo do eixo da Estrada de Ferro Santos-Jundiai, em direção a Ribeirão Preto. e) se trata de uma fase marcada pela política de "substituição de importações", uma vez que se deu um incremento da indústria nacional, pela abundância de mão de obra. 12. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi fundada em abril de 1941, durante o governo Getúlio Vargas, com o financiamento estadunidense, em troca da cessão do uso do porto de Natal (RN) como base militar dos Estados Unidos no decorrer da Segunda Guerra Mundial. Essa siderúrgica foi construída no município de a) Cubatão, localizado no estado de São Paulo, entre a capital e o porto de Santos, maior porto brasileiro na ocasião. b) Carajás, no interior do estado do Pará, para aproveitar a maior reserva mundial de minério de ferro, situada naquela localidade. c) Volta Redonda, situado entre São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores cidades brasileiras na época, e próximo ao Quadrilátero Ferrífero. d) São Paulo, capital do estado mais rico da federação naquele período e maior consumidor de produtos siderúrgicos e metalúrgicos da América Latina. e) Salvador, capital do país naquele momento, grande centro financeiro e industrial, cortado pelas linhas da Rede Ferroviária Federal, que abasteciam os fornos da companhia. 13. A diversidade de atividades relacionadas ao setor terciário reforça a tendência mais geral de desindustrialização de muitos dos países desenvolvidos sem que estes, contudo, percam o comando da economia. Essa mudança implica nova divisão internacional do trabalho, que não é mais apoiada na clara segmentação setorial das atividades econômicas. RIO, G. A. P. A espacialidade da economia. In: CASTRO, I. E.: GOMES. P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org. ). Olhares geográficos: modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012 (adaptado). Nesse contexto, o fenômeno descrito tem como um de seus resultados a a) saturação do setor secundário. b) ampliação dos direitos laborais. c) bipolarização do poder geopolifico. d) consolidação do domínio tecnológico. e) primarização das exportações globais. 14. A Companhia Siderúrgica Nacional — Usina Presidente Vargas — e a cidade de Volta Redonda formam desde os anos 1940 um só complexo. A cidade foi construída pelo Estado à imagem e semelhança da usina, que traçou para o complexo a função de espaço disciplinar da massa trabalhadora nele empregada, extensiva como exemplo a toda a classe trabalhadora brasileira. De uma certa forma, o complexo vem para atuar como um grande laboratório de experiências necessárias à constituição da moderna sociedade brasileira como uma sociedade do trabalho avançada. MOREIRA, R. Formação espacial brasileira. Rio de Janeiro: Consequência, 2012, p. 213. Adaptado. G eo gr af ia - IA P C U R S O S wirinN.eapcuRSOS.COM 40 A formação desse complexo urbano-industrial expressa uma política territorial que a) aplica preceitos do neoliberalismo econômico. b) antecipa ações do nacional-desenvolvimentismo. c) reforça valores da descentralização democrática. d) refuta decisões de planejamento do governo central. e) privilegia intervenções de expansão das exportações. 15. No Brasil, a exemplo de vários outros países, avanços cientificos e tecnológicos vêm sendo fomentados por meio de arranjos territoriais, denominados tecnopolos, caracterizados por a) centros de inovação voltados, majoritariamente, ao aperfeiçoamento de trabalhadores do terceiro setor b) áreas conurbadas, localizadas nos Estados do Pará, Tocantins e Mato Grosso. c) centros tecnológicos que reúnem, num mesmo lugar, atividades de pesquisa e desenvolvimento, em áreas de alta tecnologia, como institutos e centros de pesquisa, empresas e universidades, que facilitam os contatos pessoais e institucionais entre esses meios, produzindo uma economia de aglomeração ou de concentração espacial do desenvolvimento tecnológico. d) centros tecnológicos especializados na disseminaçãode novas tecnologias voltadas ao aumento da produtividade de culturas tradicionais, realizadas em áreas rurais de latifúndios. e) centros de pesquisa e desenvolvimento que absorvem população economicamente ativa sem qualificação e desempregada. 16. A partir da Segunda Guerra Mundial, a indústria ganhou importância no processo econômico brasileiro. O Plano de Metas, elaborado no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), impulsionou o crescimento econômico a partir da adoção de diversas medidas. Foi/Foram destaque nesse período: a) Privatização de indústrias estatais de base, como a Companhia Siderúrgica Nacional. b) Criação de poios industriais, com a finalidade de dispersão, como a Zona Franca de Manaus. c) Adoção de inovações tecnológicas, como a indústria aeroespacial no Sudeste. d) Abertura ao capital estrangeiro e estimulo à indústria, como a automobilística. e) Políticas nacionalistas e de intervenção estatal, como a criação da Petrobras. 17. A segurança alimentar perseguida por cada agrupamento humano ao longo da história passa a depender atualmente de algumas poucas corporações multinacionais que passam a deter uma posição privilegiada nas novas relações sociais e de poder. Essa concentração de dependência no ano de 2001 se aplica a cada um dos quatro principais grãos — trigo, arroz, milho e soja, — de forma que cerca de 90% da alimentação da população mundial procede de apenas 15 espécies de plantas e de 8 espécies de animais. PORTO-GONÇALVES, C.W. Geografia da riqueza, fome e meio ambiente. In: OLIVEIRA, A. U.; MARQUES, M. 1. M. (Org.). O campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela; Paz e Terra, 2004 (adaptado). Uma medida de segurança alimentar que contesta o modelo descrito é o(a) a) estimulo â mecanização rural. b) ampliação de áreas de plantio. c) incentivo à produção orgânica. d) manutenção da estrutura fundiária. e) formalização do trabalhador do campo. 18. A expansão da fronteira agrícola chega ao semiárido do Nordeste do Brasil com a implantação de empresas transnacionais e nacionais que, beneficiando-se do fácil acesso a terra e água, se voltam especialmente para a fruticultura irrigada e o cultivo de camarões. O modelo de produção do agro-hidronegocio caracteriza-se pelo cultivo em extensas áreas, antecedido pelo desmatamento e consequente comprometimento da biodiversidade. Disponível em: www.abrasco.org.br. Acesso em: 22 out. 2015 (adaptado). As atividades econômicas citadas no texto representam uma inovação técnica que trouxe como consequência para a região a a) intensificação da participação no mercado global. b) ampliação do processo de redistribuição fundiária c) valorização da diversidade biológica. d) implementação do cultivo orgânico. e) expansão da agricultura familiar. 19. Com base nos conhecimentos acerca da estrutura fundiária das macrorregiões brasileiras, marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas. ) A Região Sul tem a estrutura fundiária mais bem distribuída do pais que, em parte, resulta de sua colonização por imigrantes europeus, uma vez que esses reproduziram o padrão agrário familiar do pais de origem. ) O meio rural da Região Norte teve uma ocupação mais recente, com a distribuição de terras devolutas a posseiros e grileiros, resultando em uma fraca concentração fundiária. ( ) Na Região Centro-Oeste, a expansão da agricultura de grãos reforçou a concentração de terras que já marcava a região pela pecuária extensiva. ( ) A Região Nordeste mantém números de concentração de terras semelhantes ao indice nacional, muito em decorrência do histórico de monoculturas para exportação e de grandes propriedades pastoris no sertão. ) A concentração de terras na Região Sudeste é totalmente proveniente da expropriação que favorece o êxodo rural na região. A alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é a a)F—V—F—F—V b)F—V—V—F—V c) V — V — F —V — F d)V— F —V — V —F e)F— F—V— F—V 20. Analisando a mecanização do trabalho, uma pesquisa no Estado de São Paulo do lEA (Instituto de Economia Agrícola) revelou que a implantação da colheita mecânica no corte de cana provocou reflexos na demanda de cortadores de cana-de-açúcar. Na safra 2013/14 a demanda por trabalhadores foi estimada em 51,7 mil cortadores, cerca de 18 mil a menos em relação à safra 2012/13. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br. O at fio; e.- to4,4.-sarl tnari geografia — Candi° Custódio a na°, re.c.rsari li - WWW.IAPCURSOS.COM 41 G eo gr af ia - IA P C U R SO S O nixo,rta e./ n cogn,ros. geografia — Caudio Custódio A leitura do texto e os conhecimentos sobre as atividades agropecuárias paulistas e brasileiras permitem afirmar que a) as pequenas e médias propriedades são as que têm apresentado maiores índices de mecanização descaracterizando a tradicional agricultura familiar. b) tem ocorrido no campo uma prática cada vez mais comum: o avanço das máquinas agrícolas tem reduzido sensivelmente as áreas de plantio. c) a expansão do uso de máquinas é uma das justificativas apresentadas pelos fazendeiros para a dispensa de boias- frias e contrafação de trabalhadores formais. d) atualmente, no campo, tem ocorrido dois processos concomitantes mas opostos: forte expansão das áreas de cultivo e fraco aumento da produtividade agrícola. e) onde o processo de mecanização do campo se intensifica e é irreversível, crescem as questões sociais relacionadas ao desemprego e ao êxodo rural. Gabarito: Resposta da questão 1: [E] O Plano de Metas foi adotado na década de 1950 pelo governo de Juscelino Kubistchek. Foi um período de alto crescimento da economia impulsionado pelo desenvolvimentismo (keynesianismo) em que o Estado forte indutor do crescimento do PIB. Na época destacaram-se o investimento em infraestrutura de transportes (rodovias), energia (hidrelétricas), expansão industrial e atração de empresas transnacionais (automóveis e eletrodomésticos). O Brasil foi um dos países de maior crescimento econômico ao longo do século XX, todavia, observa baixo crescimento e crises econômicas graves a partir de meados da década de 1970. Resposta da questão 2: [C] A alternativa [C] está correta porque o café foi cultivado no Vale do Paraíba no século XIX, deslocando-se para o norte do Paraná na década de 1950 e principalmente para Minas Gerais e Espirito Santo na década de 1970 e nesse processo, foi o responsável pela dinâmica econômica dessas regiões, atrelando a elas a implantação de infraestrutura e urbanização, ao mesmo tempo que provocava expressivo impacto ambiental. As alternativas incorretas são: [B], porque a borracha se desenvolveu na região norte; [13], porque a cana de açúcar está associada à zona da mata nordestina no periodo colonial; [D], porque o ouro está associado à Minas Gerais no século XVIII; [E], porque o algodão foi cultivado a partir do século XVIII com destaque no Maranhão. Resposta da questão 3: [A] O agronegócio brasileiro ganhou alta produtividade devido a diversos fatores como mecanização, biotecnologia (inclusive o uso de transgênicos), uso de fertilizantes, utilização de agrotóxicos e até de sensoriamento remoto nos últimos anos. A fronteira agrícola se expandiu no Cerrado e na Amazônia, impulsionada pelas exportações de commodities, levando ao desmatamento parcial dos biomas e contaminação progressiva do solo, dos seres vivos e dos recursos hídricos por agrotoxicos. Resposta da questão 4: [B] No interior de São Paulo (regiões central, norte e oeste), ocorre um progressivo avanço da mecanização da colheita da cana-de-açúcar. Assim, a modernização agrícola elimina empregono campo, causando o desemprego de milhares de boias-frias (trabalhadores temporários submetidos ao trabalho degradante com baixos salários, longas jornadas e ambiente insalubre). A mecanização do complexo sucroalcooleiro (produção de açúcar e etanol) causa impacto no mercado de trabalho e muda os fluxos migratórios, ocorre uma redução dos fluxos de trabalhadores nordestinos para o inferior paulista e aumenta o êxodo rural para as cidades, potencializando problemas urbanos. Era necessário que o processo de mecanização fosse acompanhado de reforma agrária com o objetivo de fixar população rural em pequenas propriedades. Resposta da questão 5: [D] O Brasil é um pais onde permanece grande concentração fundiária ao longo da história. Apesar da implantação de programas de reforma agrária, as iniciativas foram insuficientes. A má distribuição de terras, a pobreza rural, a modernização do campo com eliminação de empregos em grandes propriedades, a ineficácia do poder judiciário e da segurança pública na mediação dos conflitos estão entre as causas da violência no campo. São frequentes os casos de assassinatos de posseiros, membros de movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), indígenas, sindicalistas e ambientalistas. Nos últimos anos, os conflitos mais graves aconteceram no Bico do Papagaio (sudeste do Pará, oeste do Maranhão e norte de Tocantins), norte de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Bahia. Resposta da questão 6: [C] O Brasil é caracterizado pela concentração fundiária desde o período colonial. A Amazônia, o Centro-Oeste e parte do Nordeste são regiões com predomínio de grandes propriedades em área. A insuficiência de reforma agrária ao longo da história e a pobreza rural estão entre as causas da violência no campo motivada por disputas pela posse da terra. A maioria dos assassinatos de trabalhadores, posseiros, sem-terra e indigenas é ordenada por latifundiários e grileiros. Os estados mais violentos nos últimos anos são: PA, RR, MT, MA e MS. Resposta da questão 7: [B] Nos anos 2000, o governo federal anunciou a descoberta do petróleo da camada pré-sal, uma das maiores reservas de petróleo do mundo. O pré-sal localiza-se em grande profundidade, entre 6 e 7 km, em rochas sedimentares que estão cobertas de uma camada de sal. O objetivo seria transformar o Brasil em grande exportador de petróleo e de produtos petroquímicos. No projeto original, a Petrobras teria no minimo 30% de cada campo do pré-sal, empresas privadas, inclusive transnacionais poderiam entrar como investidoras e de modo complementar. Tratava-se de um projeto desenvolvimenfista (keynesiano) e com teor nacionalista. Todavia, com a mudança de governo em 2016, com política econômica neoliberal, as regras mudaram, e empresas transnacionais podem entrar como operadoras e investidoras na totalidade de qualquer campo do pré-sal. O argumento é que a Petrobras não teria condições para assumir o investimento em vários campos e que seria necessário atrair capital estrangeiro. Resposta da questão 8: [D] O domínio morfoclimático e fitogeográfico do Cerrado ocupa grande parte do Centro-Oeste e trechos do Sudeste e Nordeste do Brasil. É caracterizado pelo predomínio de planaltos com chapadas, clima tropical e ecossistema do Cerrado. - INWW.IAPCURSOS.COM 42 G eo gr af ia - IA P C U R S O S Os solos são ácidos, pobres em nutrientes e alguns com alto teor de alumínio. Portanto, o solo era o principal fator ¡imitante â expansão da agricultura. Com o desenvolvimento da biotecnologia, calagem (adição de cal para correção da acidez) e aplicação de fertilizantes, foi possível o agronegócio se expandir no domínio do Cerrado nas últimas décadas. Assim, o Brasil tornou-se importante exportador de produtos como soja e algodão. Todavia, uma das consequências foi o desmatamento de quase 50% do bioma Cerrado. Resposta da questão 9: [D] A alternativa [D] está correta porque a mobilidade mencionada caracteriza o processo de desmetropolização, resultado dentre outros fatores da desconcentração industrial a partir da década de 1990. As alternativas incorretas são: [A], porque não ocorreu descapitalização do setor primário suas atividades; [B], porque a mobilidade se dá por empregos formais; [C], porque os tributos municipais não são causa de migrações; [E], porque o setor terciário é o que oferece maior empregabilidade na economia. Resposta da questão 10: [A] As afirmativas [1] e [2] estão corretas porque a nova dinâmica territorial da produção industrial no Brasil gera desconcentração industrial e, consequentemente, crescimento das cidades médias. As afirmativas [3], [4] e [5] estão incorretas porque não ocorreu a diminuição das periferias metropolitanas; as metrópoles continuam exercendo liderança do setor quaternário (tecnologia); e ocorreu desconcentração das unidades produtivas. Resposta da questão 11: [A] A afirmativa [A] está correta porque no período indicado, desenvolve-se um modelo econômico em que o capital estatal é direcionado para indústrias de base e infraestrutura (transportes, comunicações e energia) e o capital transnacional para bens duráveis, criando o perfil industrial brasileiro. As afirmativas incorretas são: [8], porque o Plano de Metas teve como objetivo o desenvolvimento industrial do país; [C], porque no período indicado, destacou-se as indústrias de bens de capital e bens de consumo, particularmente as de automotores e eletroeletrônica; [D], porque as multinacionais de automotores se concentraram no ABC paulista; [E], porque o período foi marcado pelo incremento da indústria estrangeira. Resposta da questão 12: [C] No governo de Getúlio Vargas, foi implantada a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). A CSN fez parte de uma estratégia da intervenção do Estado na economia para estimular a industrialização do país inicialmente através da indústria de base. A CSN localiza-se em Volta Redonda, região do Vale do Paraíba, estado do Rio de Janeiro. Resposta da questão 13: [D] A alternativa [D] está correta porque a redução da produção industrial em valores absolutos, (fenômeno denominado desindustrialização) dos países desenvolvidos se dá pela terceirização da produção ou transferência das unidades fabris para países que oferecem vantagens mais competitivas, contudo, o espaço da produção industrial é substituído pelos centros tecnológicos criando uma nova divisão internacional do trabalho, onde a economia é controlada pelo Norte por meio do domínio tecnológico. As alternativas incorretas são: [A], porque não ocorre a saturação da produção industrial, mas sua terceirização; [8], porque a desindustrialização resulta em menor empregabilidade e consequentemente redução dos direitos laborais; [C], porque o texto não faz referencia ao sistema de poder da geopolitica; [E], porque a desindustrialização nos países subdesenvolvidos resulta na reprimarização da balança comercial, porém, nos desenvolvidos configura a ascensão do setor quaternário. Resposta da questão 14: [B] Na década de 1940, a industrialização do Brasil foi caracterizada por importante intervenção do Estado na economia através da criação de empresas estatais de bens intermediárias (indústria pesada). Era o nacional- desenvolvimentismo no estilo keynesiano com substituição de importações e protecionismo durante a Era Vargas. Um dos exemplos foi a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) instalada em Volta Redonda, Vale do Paraíba, Rio de Janeiro. A produção de aço era fundamental para o crescimento da indústria nos ramos de bens de consumo posteriormente. Resposta da questão 15: [C] Os tecnopolos são cidades ou regiões que concentram setores de alta tecnologia como informâtica,biotecnologia, aeronáutica e aeroespacial. São áreas que dispõe de mão de obra qualificada formada em universidades e institutos tecnológicos, são exemplos as regiões de Campinas e do Vale do Paraíba (onde localiza-se São José dos Campos) em São Paulo. Resposta da questão 16: [D] A alternativa [D] está correta porque o Plano de Metas de JK baseou-se em um tripé de investimentos onde o capital estatal foi direcionado para infraestrutura e indústrias de base, o capital estrangeiro para indústria de bens duráveis como a de automotores, e o capital nacional privado para bens não duráveis. As alternativas incorretas são: [A], porque as privatizações ocorreram na década de 1990; [8], porque a Zona Franca de Manaus foi criada no governo militar; [C], porque as industrias tecnológicas foram criadas na década de 1990; [E], porque a criação da Petrobrás ocorreu no governo Vargas. Resposta da questão 17: [C] A agricultura orgânica, sustentável ou agroecologica é uma das alternativas ao agronegócio convencional que causa danos ambientais e de saúde graves. A agricultura orgânica não utiliza transgênicos, fertilizantes industrializados e agrotóxicos. Também é realizada em pequenas e médias propriedades, valorizando a fixação de população rural, a renda das famílias, uma estrutura fundiária mais equilibrada e maior conservação do meio ambiente (solo, recursos hídricos e biodiversidade). Resposta da questão 18: [A] No Nordeste, aconteceu grande avanço do agronegôcio e agro-hidronegôcio nas últimas décadas. São exemplos, a fruticultura irrigada e vinicultura no médio São Francisco (PE e BA), soja (região MAPITOBA) e carcinicultura (criação de camarão em cativeiro no CE, RN e BA). O avanço destas atividades é, em parte, explicado pelo crescimento da demanda do mercado interno brasileiro e extemo através da intensificação das exportações de commodities e outras matérias primas para países desenvolvidos e emergentes. VVVVIN.IAPCURSOS.COM 43 " I • G eo _g ra tia - IA P C U R SO S A È rswis#, O na°, ~urzes/ geografia - aludi° Custódio O ortaor em' ectrow.usi +eu-mss. 4 - IS M ISCO 1WD 1E40 10510 19E0 1970 ISSO 0000 2300 231 =O 4 unUrTr6 0.efier e, tocante/ geografia — Caludio Custódio O -A„ e; doe flori G eo gr af ia - IA P C U R S O S Resposta da questão 19:[D] [V] A doação de terras aos imigrantes no século passado foi um dos fatores que garantiu uma distribuição mais simétrica da terra. [F] Grileiros e posseiros ocupam áreas de terceiros e a estrutura fundiária na região é concentrada. [V] A modernização da produção aliada â cultura de grãos reforça a concentração fundiária. [V] A concentração fundiária no nordeste ê um produto histórico desde os tempos coloniais. [F] O sudeste se caracteriza pelo predomínio de médias e grandes propriedades. Resposta da questão 20: [E] A alternativa [E] está correta porque a mecanização é um processo irreversível nas áreas adotadas, e por sua vez, gera desemprego e conflitos socioespaciais. As alternativas incorretas são: [A], porque o maior indica de mecanização está associado às grandes propriedades; [B], porque a mecanização não reduz áreas de produção; [C], porque a mecanização resulta na dispensa da mão de obra e não na contratação; [D], porque ocorre expansão da produção e da produtividade. POPULAÇÃO BRASILEIRA Formação da população brasileira A formação da população brasileira quanto â composição étnica deriva da miscigenação dos diversos grupos étnicos nativos ("índios"), africanos (negros") e europeus ("brancos") majoritariamente, além dos orientais. As comunidades indígenas foram completamente desterritorializadas e expropriadas historicamente, sendo os principais perdedores do processo civilizatôrio (de estimados cinco milhões em 1500, para menos de 400 mil indios na atualidade) e sendo confinados em reservas sob a tutela do Estado, que "cuida" dos indígenas e, obviamente, de suas riquíssimas terras. BR/1317: JAPAS' DE 7.137ALIDADE, DE 313R11‘DADE E DE CRESCIMEMIC VEGETATWO DA POPULAÇÃO [Por 0 020 haortontes; Acaptadc de: ADAS, Me bem: ALAS. Sérgio 1rolaboradoz1. Panoram geográfico do Brasil: contradições, impasses e desafios socioespariais. 55, Paulo, Moderna, 10-3.3, p. 173 Os antepassados escravos da comunidade afro-brasileira, como sabemos, sofreram uma migração forçada para as plantations do pais e foram completamente desumanizados: não eram trabalhadores do ponto de vista capitalista pois não detinham a própria força de trabalho; eram considerados instrumento de trabalho e não gente; não eram cidadãos já que não possuíam direitos políticos. Esses grupos indígenas e negros e seus descendentes tornaram-se, em maioria massiva, o absurdo contingente excluído da riqueza do pais, cotado entre as maiores economias do mundo e entre os piores em condições de vida de sua sociedade.A intensa miscigenação ocorrida entre os grupos étnicos resultou numa sociedade majoritariamente mestiça e que até hoje vem buscando uma identidade num contexto de unidade na diversidade cultural/regional. O racismo velado atinge de forma discriminatória os nativos e afro-descendentes, já que o padrão de dominação histórica dos brancos conferiu a estes, especialmente, melhores padrões de vida e de oportunidades. Crescimento populacional Afê os anos 60 o Estado estimulava a natalidade, numa época de criação do mercado interno e inicio da industrialização, ao manter auxilio a familias numerosas e criação do salário-família: a criança seria o operário do futuro! A ditadura militar, por sua vez, fazia espécie de jogo duplo: no plano internacional se pronunciava a favor da distribuição de renda mas internamente aprofundou brutalmente a concentração de riquezas e ainda buscou não assumir um controle da natalidade perante sua base política que foi a sociedade católica conservadora, totalmente contrária ao controle da natalidade. Procurou, legalmente, deixar a cargo da família a decisão do planejamento familiar, com o Estado provendo os meios. Em verdade a ditadura, aliada incondicional ao capital transnacional, estimulou entidades civis de cunho claramente neomalthusianos como a Bemfam e hospitais beneficentes a promoverem a esterilização feminina e a distribuição de pílulas anticoncepcionais, e difundindo o uso dos dispositivos intra-uterinos, especialmente de forma agressiva nas regiões mais pobres do pais (até 1989, cerca de 50% das mulheres em idade fértil, no RN, estavam esterilizadas). Com a nova república, pós 1985, inicia-se flexibilização das politicas demográficas com o serviço de saúde pública oferecendo operações de vasectomia e laqueadura de trompas e nos anos 90 o serviço público passou a realizar abortos em caso de risco de vida â mãe, má formação do feto ou de violência sexual. A imigração para o Brasil foi um fator fundamental no crescimento da população do pais em fins do século XIX e inicio do XX. O primeiro estímulo do Estado à imigração foi durante a estadia da família real (inicio do século XIX): a corte européia, branca e pretensamente superior, sentia-se incomodada pela maioria negra, índia e mestiça e tratou de atrair grupos de suíços e alemães ás regiões do Rio de Janeiro (onde fundaram Nova Friburgo) e Espirito Santo, além da instalação de açorianos no litoral da região sul. No contexto do Império, até meados do século XIX, o grande fluxo imigrante ocorreu para o sul, com a chegada de italianos (Serra Gaúcha), alemães (Vale dos Sinos-RS e do tajai-SC) e eslavos (Paraná). .13a, s Entrada de imigrantes no Brasil (1808) - 1975) E10 1 1 , 60 C.35l1 31109. innAmmutpcuRsciá.com 44 b-.J! O nderear cosurra 12 nf4c cn ceennot/geografia - aludi() Custódio O grande fluxo imigrante, no entanto, ocorre com o desenvolvimento da cafeicultura paulista a partir de 1850 e impulsionada após a Lei Áurea (1888) e se estendendo até a Lei de Cotas (1934). Tratou-se do fluxo de italianos, espanhóis e portugueses principalmente, que se estabeleceram como colonos nas fazendas de café e, num segundo momento, como operários e operárias nas primeiras fábricas na capital paulista. Os japoneses também vieram para o Brasil, instalando-se especialmente em São Paulo (capital - Bairro da Liberdade e arredores hortigranjeiros, além do oeste paulista em fazendas de café e algodão e Vale do Ribeira dedicando-se a plantações de chá e banana), mas também fundando colônias na Zona Braganfina no Pará. Apôs a segunda guerra mundial ocorreu um breve fluxo de imigrantes italianos e japoneses. Estes últimos fundaram colônias no litoral leste nordestino, como o vale do Pium, em Parnamirim, dedicando-se à produção hortigranjeira. Nos anos 70 e 80, em função da expansão da soja e da conseqüente concentração fundiária na Região Sul, houve um fluxo de migrantes camponeses para o Paraguai (os "brasiguaios") e, lá, também miserabilizados por posterior concentração de terras retornam em parte para o Brasil, engrossando o número de excluidos do campa Desde os anos oitenta, em face do colapso econômico iniciado na "década perdida" devido à abusiva elevação dos juros da divida externa, a emigração supera a imigração, com os fluxos destinando-se os países desenvolvidos: EUA, União Européia e Japão. Com o salto tecnológico dos tigres asiáticos da primeira leva, um fluxo de sul coreanos instalou-se também em São Paulo na década em questão, trabalhando inicialmente como operários de industrias têxteis de fundo de quintal e, na década seguinte, tornaram- se eles próprios donos de confecções e empregam bolivianos e paraguaios (trabalho escravo) que vivem clandestinamente em São Paulo devido facilidades de transporte entre os vizinhos e o Brasil, tornando-se um fluxo interno ao Mercosul. Estruturas etária, ativa e de género O Brasil apresenta-se com uma estrutura etária intermediária, com redução da natalidade e aumento da expectativa de vida, transformando o aspecto de sua pirâmide demográfica, com o estreitamento de sua base e o alargamento do topo. No entanto é uma aproximação quantitativa das pirâmides do mundo rico, pois qualitativamente observa-se que a redução da natalidade não foi acompanhada de uma melhoria no sistema educacional, criando uma massa de população desqualificada na fase adulta. A expectativa de vida da população brasileira vem aumentando (quase 70 anos), mas não em função de expressiva melhoria na qualidade de vida, mas um aumento da longevidade em função dos avanços da medicina. O Estado defronta-se com necessidade de investimentos ligados, portanto, questão da melhoria da qualidade do ensino, investimentos na área geriátrica e de leitos à população adulta, bem como a questão previdenciária (a reforma da previdência) e, especialmente, a geração de empregos, G eo gr af ia - IA P CU RS O S BRASIL - POPULA O POR FAVA ErPflI 1980 BRASIL - POPUIA . O POR FAIXA ETARIA 1991 [ BRASIL - POMA .0 ~- POR FAVA ETARIA • ••• 2000 males MON na DOM mons 411.4141 El IN 1=11 as ma me, 4',44 ma ale1044 5044 4$41 ~ 4344 4141 4044 lieleell 4044 3441144 . 4044 1131 ellelle »a 38/21 5014 10.54 IAM 1143 SM AN 115.11 soai n' li se 14044 illeill~116013 11.01 $4 10.14 JCIV041 iens JOYDN5g 14 • . 16 1 3 1.6. 04 04 04 1. 3: 03 10 5 . O 3 1.j.,•1 IS ;1 e 4 i .1 ; l'Ét.11. Ilt I.2 R ; 436 Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade BRASIL- 2010 • Mais de 100 anos 95 a 99 anos 90 a 94 anos 7 247 SI 520 .14 354 7.3%1 0.1%1 36% 3.1% 10 250 15 835 211 sas 85 a 09 anos 31635Ir 62% le 1.5% 533724 80 a 04 anos 661.023 .).4%. 7,5% •fl5,343 75 a 79 anos 1 733 513 3,8% 3.6% 13U 337 'D a 74 anos 13337 375 1.2% 1.1% 0.374.204 659 69 anos 22. Se5 1.2% 1 4% 2.315.745 609 6=2 anos 3.341 334 1 '0% eleellee 1.3% 3469119 55 a 59 anos 3 230 344 2.3% 373 575 Soa 54 anos • 534 335 2.5% 0.8% 5375 477 45 a 49 anos 5.003 '313 37% -3 141 333 40 a 44 anos 1 303 573 3.5% 0.533.737 asa 39 anos 1.713 313 3-5% 3.7% 7121 210 So a 34 anos 7 717 157 4 1% 4.2% 5.020.555 25 a 29 anos 3.253 325 4.4% •.5% 3.043403 20 a 24 anos 5033 227 4.5% 3.614013 15 a 19 anos 5.553 115 • 444 3.4.32.372 10 a 14 anos 9.725 413 4.6% 4.4% 3.441.345 5 a 9 anos 7,6.34 na • 3% 50% 7,345 231 O a 4 anos 7 310.337 3.7% 33% 0.770.172 145 WWW.IAPCURSOS.COM Neadas de Sede l 61e de 70 Década &Ude 20 stitt, 41» iffik , ki/4,6 g 44S.) L.4.1Á O ne arTgiti Geografia — CUudio Custódio cff" Quanto á estrutura ativa o Brasil apresenta uma hipertofia do setor terciário, ou seja, um grande contingente de desempregados e subempregados, em serviços temporários e sem garantias trabalhistas (trabalho informal), em geral com baixa qualificação e baixos salários, em pequenos estabelecimentos descapitalizados. O processo industrial apoiado na expansão/atração transnacional, que chegou com indústrias modernizadas e atraiu intenso êxodo rural, mas não absorveu no mesmo ritmo, ampliando, portanto o terciário dos ambulantes (camelôs), pastoradores de carros, vendedores em semáforos (ainda mais nos anos 90 com as posturas neoliberais ampliando falências e desemprego). A questão de gênero apesar dos avanços culturais proporcionados pela urbanização e aumento da participação da mulher na População Economicamente Ativa, cumpre observar que as mulheres ainda ocupam, de modo geral, funções de baixa e média qualificação profissional, especialmente no setor terciário: trabalho domestico secundado pelo comércio, educação e saúde. Além disso os salários femininos são, em média, mais baixos que os masculinos e a taxa de mulheres em idade ativa sem rendimento é o dobro da masculina (o trabalho doméstico não remunerado herdado da sociedade patriarcal), afora que as mulheres cumprem ainda dupla- jornada de trabalho. Cresce também o número de mulheres chefes-de-familia, responsáveis pelo principal rendimento para o sustento familiar, tanto pelo aumento do desemprego nos anos 90, quanto pelas mudanças no padrão familiar com o aumento de divórcios e separações. Territorialmente a condição da mulher vai variar conforme, basicamente, o "padrão" socioeconômico: nas regiões mais pobres se encontram as maiores barreiras de emancipação feminina. Migrações internas Com relação às migrações internas, desde a época colonial havia mobilidade interna acompanhando os principais ciclos econômicos, da expansão para o interior nordestino á saga da borracha amazônic a e mesmo das fazendas de café paulistas, tendo a Região Nordeste como área de repulsão populacional motivada estagnação e concentração econômico-fundiária. Os grandes fluxos de migrantes do pais — e especialmente o nordestino — ocorreram a partir das décadas de 40 e 50 para o Sudeste industrial, gerando fluxo continuo de mão-de-obra barata e sustentando a metropolização do Rio de Janeiro e São Paulo. Outros fluxos de migrações inter-regionais importantes são, por exemplo, o fluxo dos "soldados da borracha" do Nordeste para a Amazônia como esforço de guerra para com os aliados na Segunda Guerra Mundial e, principalmente, a interiorização estimulada pela ocupação do centro-oeste: na década de 40 como expansão da economia paulista e criação de colônias agrícolas do Estado em Ceres (GO) e Dourados (MS); na década de 50 a criação de Brasília, abertura
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