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Valor Bruto da Produção de Produtos Produzidos 
pela Agricultura Familiar (em °/0) 
I 	18 4 16 7 15 8 
Fonte: MDAil CRA - Novo R trato d Apicultura Familiar: 0 Brasil R descoberto 
52 49 
40 
32 
▪ Fumo 
• Mandioca 
E9 Feijão 
• Saiam 
CNC. Leoa 
• Milho 
O AveslOves 
O Soja 
• Arraz 
DCafé 
25 
AMBIENTE 
	
AMBIENTE 
FLORESTADO 
	
URBANO 
Legenda' 
—e Fluxo de "Rua 
fl ArMazenagem 
DREW, D. Processos ingeraDvas 
Harlem • MVIO art,I,It Rio de Janeiro. 
Bertrand Brasil. 1998 p 91.95. (AMIMAM 
A 
O wea; catectnad o/SÁ; fig coff ~mil Geografia — Caudio Custódio 
Chuvas Acidas: Ocorrem pela emissão de óxidos de 
enxofre através da queima de combustíveis fósseis 
(termelétricas, petroquímicas e siderúrgicas), além da 
emissão de óxidos de nitrogênio pelo escapamento dos 
veículos automotivos. Tais gases combinam-se com o 
vapor d'água da atmosfera e, ao condensar-se, precipita 
uma chuva mais ácida que promove a corrosão de 
estruturas metálicas, concreto, fiação e monumentos, além 
de problemas de pele nos seres humanos. A chuva ácida 
também atua no meio rural, destruindo florestas, 
prejudicando plantações, e contaminando o solo, lagos e o 
lençol freático. 
Ciclo da Água: além da contaminação, a 
impermeabili 
zação 	do 
solo 	COM 
desmatament 
os 	e 
ocupação 
desordenada 
aumenta o 
escoamento 
superficial 
das águas 
das chuvas 
que 	as 
galerias 
pluviais, 
insuficientes 
e entupidas 
de lixo, não conseguem fazer a drenagem eficiente do 
intensificado volume d'água, causando enchentes e 
ampliando problemas sociais, de saúde pública, 
econômicos e, claro, ambientais. Em encostas de morros 
podem ocorrer deslizamentos de terras e blocos de pedras, 
provocando desabamentos e soterramentos com perdas de 
vidas, perda material, interrupção de vias de circulação e 
etc. A retirada excessiva de água do lençol freático pode 
gerar ainda o fenômeno da subsidência, ou seja, a 
compactação das estruturas geológicas pelo peso da 
cidade provocando rebaixamento de estruturas e gerando 
rachaduras em construções e comprometendo a segurança 
de prédios e casas. 
Outros Problemas Ambientais Urbanos 
Além dos problemas atmosféricos e da água no meio 
urbano, há que considerar também as poluições sonora 
visual e, principalmente, a questão do lixo. A necessidade 
de destinar um fim ao lixo urbano é urgencial, sendo 
perfeitamente possível a reciclagem deste produto da 
sociedade de consumo. A resolução do problema do lixo 
envolve a prática da separação dos tipos de dejetos para 
que ocorra uma coleta seletiva e destiná-los as possíveis 
reciclagens: a matéria orgânica pode ser transformada em 
biogás e/ou adubo e as várias reutinzações do plástico, do 
metal e do vidro devendo ser enquadrados numa 
perspectiva de mudanças dos padrões de consumo. O 
transporte do lixo também deve separar os rejeitos 
industriais, hospitalares e residenciais para sua Melhor 
desfinação. A armazenagem exige interdição dos lixões e 
implementar aterros sanitários para o tratamento do 
chorumeie reutilização da área posteriormente. 
PRODUÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO: A QUESTÃO 
AGRÁRIA 
A modernização 
agrícola 	do 
Brasil 
Com 	a 
expansão 
industrial-urbana 
brasileira 	do 
pós-li 	Guerra 
Mundial, 	a 
participação da 
agropecuária no 
Produto Interno 
Bruto decresceu paulatinamente e ainda definiu-lhe 
funções, subordinando-a às necessidades do capital 
financeiro-industrial, determinando um processo de 
modernização agrícola e dependência do campo â cidade. 
O campo tornou-se fornecedor de matérias-primas para as 
indústrias, o que provocou a valorização de culturas 
industriais como cana, laranja e soja, em detrimento das 
culturas alimentícias para o mercado interno (feijão, arroz e 
mandioca). As primeiras são as que exigem mais capitais e 
terras, mas também são as mais lucrativas; ao passo que 
as culturas tradicionais conhecem declínio em face do baixo 
poder aquisitivo da população brasileira e das políticas de 
contenção de preços da cesta básica, ficando reservado 
aos agricultores familiares e com péssimos rendimentos. 
O setor agropecuário, ao se modernizar, torna-se mercado 
consumidor do setor industrial, já que necessita crédito e 
insumos variados (tratores, fertilizantes, sementes, 
agrotoxicos...) para ampliar a escala produtiva. Este fator 
gera uma competitividade no campo, onde os menos 
capitalizados e/ou desprovidos de técnica tendem a se 
endividar e perder as terras, gerando uma concentração 
fundiária pelos mais competitivos. Além disso a 
mecanização substitui o trabalho humano, causando 
desemprego (ou trabalhos temporários, em épocas de 
safra) e êxodo, fazendo do campo um fornecedor de mão-
de-obra para a economia urbana. 
Nas últimas três décadas cresceu a importância da 
agropecuária como gerador de divisas (moeda forte 
internacionalmente) com exportações e auxiliando no 
pagamento do serviço da divida externa - em maior parte 
utilizada no meio urbano. Esta função diversificou a pauta 
de exportação agrícola brasileira, assumindo importância, 
além do café, a soja, o suco de laranja, carnes, cacau, 
açúcar e o fumo. 
As relações de trabalho no campo 
Apesar da penetração do capitalismo no campo, 
transformando-o, as relações de trabalho não se tornam 
todas assalariadas, resistindo outras formas de relações, 
como por exemplo os pequenos proprietários familiares. 
EVOLUÇÀ0 DA PRODUÇA0 BRASILEIRA 
DE CANA-DE-AÇUCAR E MANDIOCA. 
45 
40 
35 
30 
25 
20 
15 
1D 
5 1 	 - 1 	 - 100 i De I RE -5 
-15 
20 
1990 	 1992 	 1994 	 1996 	 1999 	 2000 	 2002 
C Cana-d.•açúcar 	 P oduç o do ano cl 
	 1990 -100. 
PE1 Mo ndioca 	 (JOGO, 2003.) 
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ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA - 2003 
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Maria flana 	Gemias. 2000. 
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0.(efor cea-rori (2.61‘0^ CA! etM'Clinal geografia - aitutio Custódio 
Estes camponeses familiares representam mais de 50% da 
força de trabalho agrícola nacional, de um total de cerca de 
15 milhões de trabalhadores rurais. Estas unidades 
familiares de produção dispõem de pequenos 
estabelecimentos (inferiores a 50 hectares) e cultivam 
gêneros alimentícios para o mercado interno, conferindo-
lhes baixissimos rendimentos e obrigando-lhes a ter que 
complementar a renda como trabalhadores temporários nas 
grandes fazendas. 
O número de assalariados permanentes da PEA agrícola 
brasileira é muito reduzido (em torno de 10%), e compõe-se 
de administradores, manobristas de tratores e semeadeiras, 
indicando a incipiência da relação tipicamente capitalista no 
campo. 
A parceria 
relação não-
assalariada 
onde 	o 
pequeno 
camponês 
sem-terra e 
família 	(e 
muitas vezes 
também 
pequenos 
proprietários), 
sob contrato, 
exploram 
uma 
propriedade 
rural e "pagam" ao proprietário com parte da produção 
(chama-se meeiro se for metade da produção, e terceiro, 
caso seja um terço). Semelhante à parceria, o 
arrendamento também corresponde a exploração da terra 
em terreno particular de outrem, mas pago em dinheiro 
(como um "aluguel"). As propriedades em parceria e 
arrendadas correspondem a pouco menos de 10% das 
propriedades rurais do país, totalizando em torno de 2% da 
área total dos estabelecimentos rurais, evidenciando seu 
caráter minifundiário e subsistente. 
Os trabalhadores temporários são aqueles contratados 
sazonalmente para a colheita, em especial. Correspondem 
a cerca de 25% da mão-de-obra rural, composta por 
pequenos proprietários, posseiros e parceiros buscando 
aumentar seus rendimentos mas, em essência,são os 
volantes (ou bóias-frias) a maior parcela desta força de 
trabalho: vivem migrando de região em região em busca de 
serviço ou são os que vivem nas periferias das cidades, 
expulsos do campo pela mecanização e/ou concentração 
fundiária. Todos tem em comum o fato de receberem o 
salário como diaristas ou por tarefa, além do extenuante - e 
mal pago - trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar, 
algodão, café, laranja ou frutoas tropicais de exportação. 
Outro tipo de trabalho temporário é a peonagem, em que 
trabalhadores são recrutados - especialmente no Nordeste - 
e levados para a Amazônia para desmatamento e outras 
atividades temporárias, tornando-se "presos" pelas dividas 
contraídas com transporte, moradia e alimentação e 
configurando-se num verdadeiro trabalho escravo (a 
chamada "escravidão por dívida"). 
A questão fundiária brasileira 
Cerca de 45% do território brasileiro é ocupado por 
propriedades agropecuárias, constituindo-se numa das 
maiores áreas agricultáveis do planeta; no entanto apenas 
algo em torno de 15% da área destes estabelecimentos 
voltada para a agricultura (o que corresponde a menos de 
10% do território nacional!), sendo o restante composta de 
matas e pastagens mas, frequentemente, subutilizadas e/ou 
servindo apenas como "reserva de valor" (especulação). 
Apesar de uma área agrícola tão extensa, há cerca de 20 
milhões de trabalhadores rurais sem terras e pelo menos 
40% da população se alimenta de forma precária, aquém 
das necessidades básicas (sendo que metade destes - em 
torno de 30 milhões de brasileiros - sofrem com a fome!). A 
base destes e outros problemas do país, como a 
urbanização caótica, o desemprego e o subemprego, está 
na extrema concentração fundiária que domina o pais a 500 
anos, onde 1% dos proprietários detém aproximadamente 
42% das áreas agrícolas do país, ai incluindo 37 
superlatifundios com mais de 100 mil hectares cada, 
perfazendo quase 14% da área disponível! 
É na história em que se encontram as raizes desta 
concentração de terras, já que vigorou do século XVI a 
1822 o sistema de sesmarias em que as terras eram 
cedidas em grandes extensões pela coroa aos nobres, 
empreendendo assim a ocupação territorial do pais de 
forma privada e baseada no latifúndio exportador. Com a 
Independência extinguiu-se as sesmarias e, não havendo 
leis fundiárias até 1850, disseminou-se a posse pelos 
empobrecidos do Império (ex-escravos, imigrantes, 
trabalhadores rurais...). Como a posse da terra era o 
principal sinônimo de poder na época, os latifundiários 
viram seu poder político-econômico ameaçado e 
instauraram a Lei de Terras em 1850, sob a qual o acesso 
terra somente pode ser feito através da compra, vedando 
esse acesso aos despossuidos e limitando-o aos "coronéis" 
pecuaristas, cafeicultores, cacaueiros e canavieiros (aliás 
enriquecidos devido â Lei Eusébio de Queirós do mesmo 
ano e que, ao impedir o tráfico negreiro, tornou 
supervalorizado o preço dos muitos escravos que possuíam 
e que serviam como bens junto a empréstimos do governo 
para adquirir mais terras). 
Em 1962, sob o governo João Goulart, foi criado o Estatuto 
do Trabalhador Rural, estendendo os direitos trabalhistas 
aos camponeses (carteira assinada, salário mensal, 13° 
salário etc.). Apesar de justa a medida, os latifundiários 
optaram por modernizar a produção agrícola e gerando a 
expulsão de milhares de colonos que viviam nas grandes 
propriedades sob regime semi-assalariado, ampliando 
significativamente o número de sem-terras, bóias-frias, da 
e incrementando a urbanização do período. 
A partir de 
1964, com o 
Estatuto da 
Terra 
imposto pela 
ditadura 
militar, 	a 
questão 
agrária passa 
a 	ser 
enfocada 
sob a ótica 
geopolitica, 
numa 
perspectiva 
de 
intervenção estatal que desestruturasse os movimentos 
sociais do período (rurais e urbanos). A "reforma agrária 
militar" da década de 60 constou, num primeiro momento, 
da necessidade de uma classificação rural para viabilizar a 
distribuição fundiária e mecanismos legais para a 
desapropriação das terras improdutivas e latifúndios. 
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o otr4et en enc. "il geografia — Cláudio Custódio 
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Foi criada a noção de módulo rural: um tamanho de terra 
variável conforme a região inserida (em função da distância 
de mercado, fertilidade, infra-estrutura...), mas que fosse o 
suficiente para garantir a subsistência e o progresso social 
a uma família composta de quatro pessoas. Com base no 
módulo rural, criou-se a noção de minifúndio, em que o a 
área da propriedade ê inferior ao módulo da região e, 
portanto, também insuficiente à subsistência/progresso 
social; o latifúndio por exploração é uma propriedade 
superior ao módulo em até 600 vezes, e alem disso se 
mantém mal ou sem exploração da terra (voltada à 
especulação); o latifúndio por dimensão supera as 600 
vezes do módulo regional e, como o anterior, é voltado 
especulação; e ainda a noção de empresa rural, superior ao 
módulo em até 600 vezes mas explorada racionalmente. 
O segundo momento mais importante do Estatuto da Terra 
foi a promoção de projetos de colonização na fronteira 
agrícola da Amazônia como tentativa de resposta aos 
movimentos camponeses nordestinos e do centro-sul, mas 
que em verdade foi uma forma de manter a estrutura 
fundiária concentradora intacta nas áreas de tensão e 
remeter os excluidos do campo às âreas marginais do 
centro econômico. Sob o lema de "levar os homens sem 
terra do Nordeste para as terras sem homens da 
Amazônia", promoveu-se o acesso â bacia dos rios 
Tocantins e Xingu (leste e sul amazônico) através da 
abertura de estradas como a Cuiabá-Santarém e a 
Transamazônica, além de projetos oficiais e particulares de 
assentamentos no norte matogrossense e Rondônia 
(Programa Polonoroeste); sob a perspectiva geopolitica do 
"integrar para não entregar" do Projeto de Integração 
Nacional (PIN - 1970). Na franja amazônica os camponeses 
excluídos da modernização agrícola do centro-sul, ou os 
expulsos do Nordeste pela estrutura fundiâria arcaica, 
instalaram-se como pequenos proprietários e posseiros, o 
que valorizou as terras e posteriormente assistiram à 
chegada de falsificadores de títulos de propriedades 
(grileiros) e fazendeiros, reconduzindo a uma violenta 
reconcentração de terras, tornando as áreas periféricas da 
Amazônia nos maiores focos de violência no campo 
brasileiro. Violência estimulada pelo próprio governo, que 
abandonou os projetos iniciais de colonização e passou a 
somente promover megaprojetos agropecuários a partir de 
meados dos anos 70 - especialmente com subsídios da 
Sudam, no vale do Tocantins-Araguaia - valorizando ainda 
mais as terras e sendo instrumento juridico dos poderosos 
locais ao ignorar a "jagunçagem" e/ou participar de 
massacres a camponeses sem-terras ao reprimir 
manifestações ou fazer valer mandatos de reintegração de 
posse aos latifundiários. 
Na década de 80, como fim da ditadura militar, com a Nova 
República a partir de 1985 e a nova Constituição do Brasil 
em 1988, a bandeira da reforma agrária foi novamente 
bradada politicamente, mas no entanto, revelou-se um 
instrumento burocrático limitado, já que, segundo os termos 
da lei, só seriam destinadas â reforma agrária as 
propriedades 	com provadamente 	improdutivas, 
possibilitando entraves burocráticos â difícil comprovação 
de que uma terra é ou não produtiva (além de gerar casos 
de superfaturamentodo valor de terras para efeito de 
desapropriação). 
Nos governos Fernando Henrique Cardoso a proposta de 
alinhamento às condições postas pela globalização, 
substituindo o processo de desapropriação de terras 
improdutivas por uma reforma agrária "de mercado", em 
que o camponês deve financiar (a juros de mercado) a 
compra de propriedades (dos latifundiários) junto ao Banco 
da Terra (por sua vez financiado pelo Banco Mundial). 
Porém esta tentativa de estabelecer o modelo da farm 
norte-americana implica no crescente endividamento e 
dependência do trabalhador rural ao mercado e, ao 
contrário do setor nos EUA e Europa, sem subsídios do 
Estado, acabando por gerar falência dos agricultores menos 
competitivos e reconcentrando a terra. 
Este quadro de exclusão social e concentração de terras 
está na base dos atuais problemas sociais, econômicos e 
ambientais do pais (na cidade ou no campo), e os 
movimentos de resistência a este modelo de apropriação do 
território existem já com os indígenas - os grandes 
expropriados/exterminados - e os quilombolas desde o 
século XVI, ou ainda gerando distorções como o 
messianismo e o banditismo (como o cangaço) como 
alternativa de vida. Nas décadas de 50 e 60 do século XX 
importantes movimentos rurais como as Ligas Camponesas 
se estruturaram no país, porém sofrendo violenta repressão 
com a ditadura militar. 
Foi nos anos 70, em resposta a 
violenta concentração fundiâria 
que assolou a região Sul do 
pais com a modernização 
agrícola (especialmente com a 
introdução da soja), que nasceu 
o Movimento dos Sem-Terra 
(MST), assumindo uma difusão 
e organização 	nacional, 
descentralizada com representantes locais e regionais 
(cerca de 21 lideres) congregando cerca de 4 milhões de 
familias (em torno de 20 milhões de pessoas) sob o lema 
de que "terra não se ganha, se conquista". O MST se opõe 
à reforma agrária de mercado que visa a instalação da 
"terra de negócio", através de uma constante luta social 
pela noção de "terra de trabalho", cujo sentido não é a terra 
enquanto fonte de lucro capitalista, mas um meio de vida e 
de produção de alimentos para uma economia nacional, 
priorizada ao mercado interno e á distribuição de renda, 
através de uma democratização ao acesso à terra 
desapropriando todos os latifúndios e estabelecendo um 
tamanho máximo da propriedade, democratizando o acesso 
ao capital e à educação no meio rural, além de alterar o 
atual padrão tecnológico utilizado (dependente de 
agrotóxicos e das transnacionais) em favor da preservação 
ambiental e da saúde dos camponeses e dos 
consumidores. 
Com base em um socialismo cristão não-marxista 
influenciado 
pela corrente 
da Teologia 
da Libertação 
(dos 
movimentos 
eclesiais de 
base como a 
Comissão 
Pastoral da 
Terra), 	os 
assentament 
os 
conseguidos 
pelo MST se 
tornam 
modelos em 
cooperativas, 
agroindústria 
e educação. 
WVV1N.IAPCURSOS.COM 
	 35 
REGIÃO SUDESTE - ZONAS AGROPECUÁRIAS 
03 Oeste PeuIlsta 
(Demandem Mineiro 
(Dem de mines 
CMone da Mete Mineira 
(3) Horta de mines 
CAIele do Pa caiba 
aeineede titoranee I ES RJ. SP) 
REGIÃO SUL - AGROPECUÁRIA 
1. NORTE PARANAENSE 
• A1.000A0 • COA • TRIOS 
• CAFÉ 	• MOO 
I PLANALTO SUBTROPICAL 
• soa 
• MILHO 
• POUCUL11lRRAWTAB.LEGUMEL4 
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A. CAMPANHA GAÚCHA 
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4. BAIXADA LITORÂNEA 
URBINO.INDUSTRIAL 
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O . /Lr ceirestrot/ geografia — Cadio Custódio 
Além disso promovem ocupações de propriedades 
improdutivas e acampamentos nas áreas mais explosivas 
ou de concentração de posseiros como o Bico do Papagaio 
(PA) e o Pontal do Paranapanema (SP), respectivamente. 
O governo obviamente promove perseguição política e 
reprime violentamente as manifestações e ocupações 
promovidas pelos sem-terras, sob a defesa incondicional da 
propriedade e tendo o apoio quase unânime da imprensa 
nacional, que procura minimizar e desqualificar uma das 
maiores manifestações populares deste fim de século, 
apoiada internacionalmente por dezenas de sérias 
instituições comprometidas com a sociedade (ONG's, 
sindicatos) e que questiona este modelo depredador da 
natureza e da própria condição humana, cuja base está 
exatamente na relação de apropriação da terra. 
A organização Espacial do campo brasileiro 
As áreas junto ao centro econômico nacional (o centro-sul) 
apresentam uma agropecuária moderna, com culturas e 
criações que agregam aplicação de insumos (agrotõxicos, 
sementes, rações, vacinas etc) que requerem capitais, e 
destinando a produção â indústria e mercado urbano. É 
nesta região geoeconõmica onde se concentra também a 
agroindústria, numa plena integração da produção rural e 
sua transformação local. Ilhas de modernidade agrícola 
ocorrem no Agreste/Zona da Mata e Sertão "irrigado", mas 
com o predomínio da agricultura comercial tradicional no 
litoral (a plantation). 
O sistema de subsistência (que na verdade sempre prevê 
um pequeno excedente) é disseminado pelo pais, com 
destaque para as áreas de atração de migrantes na zona 
de fronteira agricola amazônica e em área tradicionais no 
Agreste e "brejos" do Sertão nordestino e do médio vale do 
rio Amazonas. Nas regiões de cerrado e caatinga, bem 
como nas áreas desmatadas da fronteira agrícola 
predomina a pecuária extensiva tradicional, de baixa 
produtividade e utilizando a terra como reserva de valor. Na 
vasta região Amazônica predomina o extrativismo (madeira, 
borracha, castanha etc), se estendendo para o Nordeste 
com o babaçu (MA) e carnaúba (PI, CE e RN) junto aos 
vales dos rios Parnaiba, Jaguaribe, Apodi-Mossoró e 
Piranhas-Assu, atêm do extrativismo em resquícios da Mata 
Atlântica no sul da Bahia (madeira) e no Sudeste/Sul 
(pa mito, madeira). 
A Região Sudeste por razões óbvias revela-se uma das 
áreas onde a agropecuária é mais avançada, com 
agropecuária moderna e forte presença da agroindústria, 
como a região do Oeste Paulista marcado pela policultura 
comercial moderna (milho, arroz, algodão, amendoim, café) 
e regiões 'especializadas' em agroindústrias canavieira ou 
de laranja, além do noroeste paulista, caraterizado pela 
pecuária de corte modernizada abastecendo ampla rede de 
frigoríficos. As muitas cidades médias da região sustentam 
boa parte da indústria alimentícia e garantem o 
fornecimento de milhares de braços nas ofertas sazonais de 
emprego nas colheitas e se caracterizando, portanto, numa 
região de intensas manifestações de bóias-frias e conta 
também com uma das principais áreas de tensão pela 
posse da terra que é o Pontal do Paranapanema, no 
extremo oeste do estado de São Paulo. Em Minas Gerais 
identifica-se as seguintes subregiões: o Triângulo mineiro é 
como se fosse uma extensão do noroeste paulista, 
caracterizado pela modernização da pecuária com 
aplicação de zootecnia nos métodos de criação e rizicultura 
junto aos rios Paranaíba e Grande; já o Sul de Minas ê 
identificado pela pecuária intensiva integrada às indústrias 
de laticínios e também se configura como a principal região 
produtora de café na atualidade. a Zona da mata Mineira 
abrange também o leste do Rio de Janeiro e do Espirito 
Santo, caracterizando-se por uma policultura mas com 
destaque â cafeicultura; o Norte de Minas apresenta um 
quadro semelhante ao sertão baiano tanto na paisagem 
natural (clima, vegetação, hidrografia) quanto na estrutura 
fundiária com a predominância do latifúndio pecuarista 
tradicional, caracterizando-se numa área de repulsão 
populacional (em especial do Vale do Jequitinhonha) para 
empregarem-se como bóias-frias no oeste paulista. A 
região do Vale do Paraíba paulista e fluminense, a exemplo 
do sul mineiro, configura-se como produtor de leite e 
derivados destinados aos mercados da megalópoleem 
formação. A Baixada Litorânea subdividem-se em três: no 
litoral capixaba estende-se produção cacaueira do sul 
baiano, no litoral norte do Rio de Janeiro (região de 
Campos) predomina a cana-de-açúcar e no Vale do Ribeira, 
em São Paulo, região de ocupação japonesa, caracterizada 
pelo cultivo de chá e banana e a região mais pobre do 
estado paulista. 
A Região Sul 
apresenta uma 
agropecuária 
diversificada e 
complexa, 
embasando o 
forte 	setor 
secundário da 
região. 	O 
pequeno 
produtor rural 
está 
completamente 
integrado às 
agroindústrias locais, destinando toda a produção para uma 
empresa (frigorifico, óleo vegetal, ração ...), adotando o 
padrão exigido pela indústria e tendo que recorrer ao 
sistema financeiro para manter os insumos (vacinas, 
rações, hormônios, sementes, pesticidas etc) e, portanto, 
configurando o Sul como área de exclusão e repulsão dos 
camponeses menos competitivos. O Norte Paranaense 
configurou-se desde a primeira metade do século XX pela 
expansão da cafeicultura paulista, dividindo hoje espaço 
com a produção de algodão em regiões de colonização 
japonesa como Londrina e Maringá; o Planalto Subtropical 
estende-se do Paraná ao Rio Grande do Sul, marcado 
pela colonização imigrante européia, originalmente 
policultora e hoje constituindo o verdadeiro celeiro agrícola 
do país, com predominância absoluta do milho e da soja, 
intercalada da pecuária (suínos, aves), além de fumo, trigo 
e vinhas no estado gaúcho; a Campanha Gaúcha 
corresponde â região extremo sul do Brasil, domínio das 
pradarias e das 'grandes propriedades (estâncias) 
pecuaristas especialmente de corte, com raças bovinas 
européias intercaladas â criação ovina, além de plantio de 
arroz e trigo. 
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SUB.REGIÕES NORDESTINAS 
1.41, 
Geografia — CUudio Custódio 
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Região Centro-Oeste: Lavouras Temporárias, Extrativismo Vegetal e Rebanho Bovino (2006) 
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Adaptado de. Alias da Questão Agréria - 2008 (http //wr, 
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SOJA 
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Animo oégrorros) 
Na organização agropecuária da 
Região Nordeste há nifida 
diversificação conforme as Sub-
regiões Nordestinas, influenciada 
também pelos diversos tipos 
climáticos que ocorrem na região 
e do processo de ocupação 
histórica. A Zona da Mata é 
historicamente domínio das 
plantafions canavieira em sua 
porção setentrional e cacaueira 
ao sul, marcadas pela 
migração sazonal proveniente 
do Agreste e do Sertão e 
empregando-se como bóias-
frias. No entanto estas 
atividades 	tornam-se 
estagnadas 	COM 	a 
decadência do Proâlcool 
(fazendo 	OS 	usineiros 
acumularem dividas por não 
conseguir competir com as 
modernas usinas paulistas) e a praga da vassoura-de-bruxa 
somada a forte concorrência dos produtores do Golfo da 
Guiné, reduzindo os preços internacionais do cacau (muitas 
propriedades acabam formando pastagens, desmatando a 
Mata Atlântica do sul baiano, que sombreia o cacau). Outra 
atividade crescente no litoral da Zona da Mata é a criação 
de camarões em viveiros em áreas de manguezais, com 
consequente ampliação da depredação dos mangues. O 
Agreste é ocupado predominantemente por pequenas 
propriedades policultoras de subsistência e alguns produtos 
comerciais como o algodão e café (este último na porção 
meridional da sub-região), além da pecuária leiteira semi-
intensiva, destinados ao abastecimento da Zona da Mata e 
das importantes cidades do Agreste como Campina 
Grande, Caruaru, Feira de Santana, Vitória da Conquista, 
entre outros "empórios comerciais" desta faixa de transição 
entre o litoral úmido e o interior semi-árido. O Sertão 
Nordestino é caracterizado pela presença histórica do 
latifúndio pecuarista extensivo, além da produção agricola 
policultora nos "brejos" (regiões de maior altitude e, 
portanto, mais úmidas); porém desde os anos 80 a 
fruticultura irrigada voltada á exportação (uva, manga, 
melão, maracujá e outras) nas regiões do médio rio São 
Francisco (com pólos em Petrolina e Juazeiro) e no Vale do 
Açu, no Rio Grande do Norte, vem se firmando como 
importante fonte de divisas do Sertão, as custas de uma 
concentração fundiária e utilização de mão-de-obra 
temporária na época das colheitas. O Meio Norte é bastante 
diversificado: rizicutura nas várzeas dos rios Mearim e 
Pindaré, extrativismo do babaçu no oeste maranhense e, 
em sua porção meridional, a recente sojicultura no cerrado 
por migrantes da região sul; no Piauí predomina o 
extrativismo da carnaúba no vale do rio Parnaiba e a 
pecuâria extensiva na maior parte do estado. 
A Região Centro-Oeste possui uma agropecuária marcada 
pela grande propriedade e integrada à economia paulista, 
especialmente as regiões do pantanal, o entorno de Campo 
Grande-Dourados (MS), estendendo-se ao sul do Mato 
Grosso (região de Rondonopolis) até o sul goiano, onde 
predominam a pecuária extensiva melhorada e agricultura 
mecanizada da soja, arroz, milho e até trigo, além do cultivo 
da cana-de-açúcar e café. Na porção norte da região (Mato 
Grosso e norte de Goiás) predominam as propriedades 
especulativas com pecuária superextensiva ou mesmo o 
extrativismo (madeira, especialmente) nas áreas de 
floresta. 
A Região Norte, a exemplo do Centro-Oeste, em sua franja 
amazônica caracteriza-se por ser a atual fronteira agrícola, 
chocando os pequenos proprietários e posseiros pioneiros 
(subsistentes) com a expansão do latifúndio improdutivo. As 
regiões tradicionais de agricultura são a Zona Bragantina 
entre Belém e a divisa com o Maranhão, caracterizada pelo 
cultivo de pimenta-do-reino por imigrantes japoneses, que 
mais recentemente procuram cultivar também produtos 
locais como o cupuaçu. O Médio Amazonas é 
tradicionalmente ocupado pela subsistência e o cultivo 
comercial da juta e da malva, das quais se extrai fibra têxtil. 
Em Rondônia predominam as culturas familiares (arroz, 
feijão, mandioca). A pecuária ê praticada de forma 
extensiva nas áreas de projetos agropecuários da bacia do 
Tocantins-Araguaia e em Rondônia, além dos campos de 
Roraima, utilizando raças zebuinas; em Marajó, nas 
várzeas, predomina a pecuária bufalina. O extrativismo 
vegetal é disseminado pela região, principalmente o da 
madeira (de forma predatória), castanha do Pará, da 
borracha e do açaí. 
1. Observe o organograma a seguir 
Industrialização 
brasileira 
(Plano de metas) 
Ampliação de 
infraestrutura 
básica 
Construção de 	 Construção de 
hidrelétricas 	 rodovias 
Fonte Banca Elaborada° da UPE. 
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Velório das 19 vitimas 
o relhor cactrfori geografia — CCáudio Custódio O measr toe cogeafrod 
Ele representa um período da industrialização brasileira, 
que instaurou uma política conhecida como 
a) Integralismo. 
b) Toyotismo. 
c) Nacionalismo. 
d) Fordismo. 
e) Desenvolvimentismo. 
2. Esse produto percorreu ampla região, desde o Morro da 
Tijuca, no Rio de Janeiro, no primeiro quartel do século XIX, 
até o norte do Paraná, onde praticamente cessou sua 
marcha na década de 1970. Nesse período, seu percurso 
deixou marcas significativas na paisagem: vasta rede 
urbana e densa malha ferroviária, solos empobrecidos pela 
erosão, florestas dizimadas e extensivas pastagens, quase 
sempre de baixa produtividade. 
(Jurandyr L. S. Ross. Ecogeografia do Brasil, 2009.Adaptado.) 
O excerto refere-se â produção do espaço brasileiro 
relacionada ao ciclo econômico 
a) da borracha. 
b) da cana-de-açúcar. 
c) do café. 
d) do ouro. 
e) do algodão. 
3. 	Assinale a alternativa correta sobre a presença de 
agrotóxicos e de sementes transgênicas na agricultura 
brasileira. 
a) O uso de agrotóxicos e sementes transgênicas associa-
se à busca de maior produtividade, sobretudo em áreas de 
fronteira agrícola. 
b) As sementes transgênicas e o uso de agrotóxicos 
adequados ampliaram o interesse de países da União 
Europeia pelos produtos agrícolas brasileiros. 
c) O uso de agrotóxicos no Brasil reduziu a necessidade de 
aproveitamento das sementes transgênicas nos cultivos 
agrícolas de grãos no pais. 
d) Por ser signatário de acordos internacionais, o Brasil 
reduziu o uso de agrotóxicos e sementes transgênicas em 
áreas próximas a mananciais. 
4. Leia o texto a seguir: 
ÓRFÃOS DA CANA 
Mecanização da lavoura cria legião de ex-boias-frias 
Desempregados no país e com problemas de saúde 
Sem vagas de trabalho, migração para SP trava 
"Se cana enriquecesse, eu seria milionário. Trabalhei 26 
anos direto, cortando 18 toneladas por dia. Tenho dores na 
coluna e um braço torta Foi só o que consegui ganhar", 
disse Geraldo Melchiades, 52 anos. 
Eram milhares. Mas, com o aumento vertiginoso da 
mecanização das lavouras, foram praticamente expulsos 
dos canaviais. Uma legião de Geraldos, Raimundos e Josês 
viu suas vidas tomarem outros rumos por causa das 
maquinas. Não foram derrotados só pela tecnologia, mas 
perderam espaço também devido a um acordo, que 
restringiu a queima da palha da cana, responsável por 
fumaça, fuligem e gases tóxicos, e obrigou as usinas a se 
mecanizarem cada vez mais. 
Fqnte: Jornal Folha de São Paulo, 30/06/2017. Adaptado. 
De acordo com os fatos apresentados no texto, é 
CORRETO afirmar que a modernização tecnológica da 
agricultura brasileira 
a) apresentou resultados socioambientais de diminuição de 
impactos negativos, como a degradação dos solos e dos 
recursos hídricos, além da minimização dos problemas 
causados â saúde humana pelos agrotóxicos. 
b) aumentou a mecanização do campo brasileiro, 
resultando na gradual eliminação dos boias-frias do cenário 
rural, sobretudo nas áreas agrícolas paulistas, gerando um 
reordenamento no processo migratório socioespacial. 
c) intensificou o percentual de lavouras não mecanizadas 
no Centro-Sul, tornando essas áreas espaços atrativos para 
migrações de milhares de pequenos posseiros, parceiros e 
arrendatários. 
d) diminuiu as desigualdades regionais no pais, 
reorientando a ocupação e utilização de terras para 
produção, tornando a região Nordeste e a Amazônia áreas 
concentradoras de fluxos migratórios. 
e) desencadeou o avanço das fronteiras agrícolas na 
Amazônia, diminuindo o número de grandes propriedades 
ligadas ás empresas multinacionais, resultando em menor 
expansão de atividades extrativistas. 
5. 
Em abril de 1996, 19 camponeses sem-terra foram mortos 
pela policia militar no episódio que ficou mundialmente 
conhecido como Massacre de Eldorado de Carajás, 
ocorrido no sudeste do Pará. Os participantes do 
Movimento dos Sem Terra faziam uma caminhada até a 
cidade de Belém, quando foram impedidos pela policia de 
prosseguir. Mais de 150 policiais foram destacados para 
interromper a caminhada, o que levou a uma ação 
repressiva extremamente violenta. 
Adaptado de anistiaorg.br. 
Ato em solidariedade às 10 vítimas 
redebrasilatual.conbr 
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O orriXer cor toguren/ 
	 geografia — Caulio Custódio 	 o ore fier coficarrod 
Dez posseiros foram assassinados em maio de 2017 
durante uma ação policial de reintegração de posse em um 
acampamento na Fazenda Santa Lúcia, no Pará, segundo 
informações da Comissão Pastoral da Terra. A reintegração 
foi realizada pelas Policias Civil e Militar do estado. 
agenciabrasil.ebc.com.br 
Como indicam os episódios retratados nas reportagens, os 
conflitos pela posse da terra no Brasil nas últimas décadas 
persistem. 
Esses conflitos são decorrentes do seguinte processo: 
a) desqualificação do trabalhador rural 
b) encarecimento de insumos agrícolas 
c) reformulação de legislação especifica 
d) concentração da propriedade fundiária 
6. Leia o texto a seguir: 
Conflitos no campo deixam 59 mortos e violência é a 
maior em 13 anos 
Em 2016, os conflitos agrários causaram a morte de 59 
pessoas em todo o País. O indice é o mais alto desde 2003, 
quando 71 pessoas foram assassinadas em conflitos no 
campo. Em 2015, haviam sido 50 assassinatos, 14 a mais 
que no ano anterior. O Estado de Roraima ocupa o topo da 
lista dos mais violentos, vindo em seguida Maranhão e 
Pará. 
Fonte: Jornal Estado de São Paulo, janeiro de 2017. 
Adaptado. 
Sobre o conteúdo apresentado no texto e o modo como as 
propriedades rurais estão distribuídas pelo território 
brasileiro, é CORRETO afirmar que a estrutura fundiária do 
país 
a) é caracterizada pela desconcentração de terras e pela 
existência majoritária de minifúndios rurais, cuja produção 
agricola é, em geral, destinada ao mercado externo da 
América do Norte e da Europa. 
b) apresenta a menor concentração de terras da América 
Latina e mantém a equidade na distribuição por regiões do 
pais, com indicas de produtividade bastante altos e grande 
potencial para a produção agropecuária. 
c) possui a maior parte de suas terras concentradas por 
latifundiários, fato que permite situações de desigualdades 
e conflitos sociais com trabalhadores que reivindicam a 
reforma agrária. 
d) viabiliza a real necessidade de ocupação dos 
trabalhadores do campo, sobretudo nas regiões Norte e 
Centro-Oeste, para fins de produção agropecuária, 
impedindo, dessa forma, a concentração de grilagens. 
e) registra, por meio dos censos agropecuários do país, 
que, entre o período do governo militar e o inicio do século 
XXI, houve uma grande diminuição da concentração 
fundiária nas regiões Norte e Sul. 
7. As descobertas em águas ultraprofundas de jazidas de 
petróleo e gás natural na área geológica do Pré-Sal e fruto 
de longos anos de pesquisa da Petrobrás na atividade 
exploratória offshore no Brasil e confirma que o pais se 
tornou uma das únicas nações a dominar a tecnologia de 
exploração petrolifera em águas profundas e 
ultraprofundas. 
Considerando os aspectos dessas descobertas e a decisão 
governamental brasileira de readequar o marco regulatorio 
nas etapas de exploração e de produção da indústria 
brasileira de petróleo e de gás natural, assinale a afirmação 
verdadeira. 
a) Os principais reservatórios do Pré-Sal, localizados 
especialmente nos litorais do Nordeste e do Norte do Brasil, 
são ultraprofundos e se situam abaixo da lâmina de água e 
abaixo da camada de sal. 
b) As novas perspectivas abertas com o Pré-Sal 
estimularam o Governo Federal a estabelecer algumas 
mudanças regulatorias, sendo a mais importante delas o 
aumento da participação de empresas estrangeiras na 
prospecção e produção de petróleo e gás natural. 
c) Os poços exploratórios do Pré-Sal, principalmente 
aqueles encontrados na Bacia de Santos, apesar de 
acumularem grandes porções de petróleo e gás natural, são 
condensados e pouco atrativos comercialmente, em função 
da baixa qualidade dos reservatórios. 
d) Em vista do papel essencial da Petrobras para o sucesso 
exploratório do Pré-Sal e do volume de recursos envolvidos, 
o Governo Federal desenhou um aparato regulatório para 
exploração exclusiva da empresa, resultando em uma maior 
participação estatal na apropriação da renda gerada por 
petróleo e gás natural. 
8. 	Em virtude de suas características físico-naturais, o 
Cerrado brasileiro permaneceu distante dos interesses 
econômicos do país por muitotempo. Somente a partir do 
ano de 1970 esse domínio morfoclimático foi totalmente 
integrado ao processo produtivo e inserido no contexto da 
produção agrícola do país. 
O principal elemento natural que impediu a sua 
incorporação imediata à economia do pais foi 
a) as temperaturas elevadas, que não permitiam a 
germinação de produtos como a soja e o trigo 
b) o relevo acidentado, que impedia o processo de 
mecanização e correção dos solos. 
c) os baixos indicas pluviométricos, que eram insuficientes 
para a produção agrícola. 
d) a acidez dos solos, que dificultava a produção agrícola 
sem o uso da adubação química. 
e) a distância da região em relação aos centros de 
consumo e a falta de infraestrutura de transporte. 
9. O fenômeno da mobilidade populacional vem, desde as 
últimas décadas do século XX, apresentando 
transformações significativas no seu comportamento, não 
só no Brasil como também em outras partes do mundo. 
Esses novos processos se materializam, entre outros 
aspectos, na dimensão interna, pelo redirecionamento dos 
fluxos migratórios para as cidades médias, em detrimento 
dos grandes centros urbanos; pelos deslocamentos de 
curta duração e a distâncias menores; pelos movimentos 
pendulares, que passam a assumir maior relevância nas 
estratégias de sobrevivência, não mais restritos aos 
grandes aglomerados urbanos. 
OLIVEIRA, L. A. P.; OLIVEIRA, A. T. R. Reflexões sobre 
os deslocamentos populacionais no BrasiL Rio de Janeiro: 
IBGE, 2011 (adaptada). 
A redefinição dos fluxos migratórios internos no Brasil, no 
período apontado no texto, tem como causa a 
intensificação do processo de 
a) descapitalização do setor primário. 
b) ampliação da economia informal. 
c) tributação da área residencial citadina, 
d) desconcentração da atividade industrial. 
e) saturação da empregabilidade no setor terciário. 
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10. Analise o diagrama a seguir 
Assinale os itens a seguir que conceituam o novo processo 
correspondente ás atividades produtivas nas escalas 
nacional e regional brasileiras. 
1. Desconcentração da produção industrial e centralização 
econômica. 
2. Reestruturação urbana e reestruturação das cidades. 
3. Diminuição das periferias urbanas. 
4. Escalas territoriais metropolitanas desvinculadas do setor 
quaternário. 
5. Concentração espacial das unidades de produção 
industrial. 
Estão CORRETOS 
a) 1 e 2, apenas. 
b) 1 e 3, apenas. 
c) 2, 3 e 4, apenas. 
d) 1, 4 e 5, apenas. 
e) 1,2] 3,4 es. 
11. O período que vai de 1956 a 1967 é considerado como 
a primeira fase da industrialização pesada no Brasil. 
Barjas Negri. Concentração e desconcentração industrial 
em São Paulo— 1880-1990. Campinas: Unicamp, 1996. 
Sobre as características da industrialização brasileira no 
período de 1956 a 1967, é correto afirmar que 
a) houve uma associação entre investimentos no setor 
estatal e a entrada de capital estrangeiro, que propiciaram a 
instalação de plantas produtoras de bens de capital. 
b) a instituição do Plano de Metas, que teve como principal 
finalidade incrementar a incipiente industrialização do Rio 
de Janeiro e de São Paulo, marcou politicamente esse 
momento do processo. 
c) partiu do Estado Brasileiro, de caráter fortemente 
centralizador e nacionalista, a criação das condições para a 
nascente indústria têxtil que se instalava no pais, por meio 
de diversos incentivos e isenções fiscais. 
d) ocorreu a implantação de multinacionais do setor 
automobilístico, que se concentraram em São Paulo, 
principalmente ao longo do eixo da Estrada de Ferro 
Santos-Jundiai, em direção a Ribeirão Preto. 
e) se trata de uma fase marcada pela política de 
"substituição de importações", uma vez que se deu um 
incremento da indústria nacional, pela abundância de mão 
de obra. 
12. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi fundada 
em abril de 1941, durante o governo Getúlio Vargas, com o 
financiamento estadunidense, em troca da cessão do uso 
do porto de Natal (RN) como base militar dos Estados 
Unidos no decorrer da Segunda Guerra Mundial. 
Essa siderúrgica foi construída no município de 
a) Cubatão, localizado no estado de São Paulo, entre a 
capital e o porto de Santos, maior porto brasileiro na 
ocasião. 
b) Carajás, no interior do estado do Pará, para aproveitar a 
maior reserva mundial de minério de ferro, situada naquela 
localidade. 
c) Volta Redonda, situado entre São Paulo e Rio de 
Janeiro, as duas maiores cidades brasileiras na época, e 
próximo ao Quadrilátero Ferrífero. 
d) São Paulo, capital do estado mais rico da federação 
naquele período e maior consumidor de produtos 
siderúrgicos e metalúrgicos da América Latina. 
e) Salvador, capital do país naquele momento, grande 
centro financeiro e industrial, cortado pelas linhas da Rede 
Ferroviária Federal, que abasteciam os fornos da 
companhia. 
13. 	A diversidade de atividades relacionadas ao setor 
terciário reforça a tendência mais geral de 
desindustrialização de muitos dos países desenvolvidos 
sem que estes, contudo, percam o comando da economia. 
Essa mudança implica nova divisão internacional do 
trabalho, que não é mais apoiada na clara segmentação 
setorial das atividades econômicas. 
RIO, G. A. P. A espacialidade da economia. In: CASTRO, I. 
E.: GOMES. P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org. ). Olhares 
geográficos: modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: 
Bertrand Brasil, 2012 (adaptado). 
Nesse contexto, o fenômeno descrito tem como um de seus 
resultados a 
a) saturação do setor secundário. 
b) ampliação dos direitos laborais. 
c) bipolarização do poder geopolifico. 
d) consolidação do domínio tecnológico. 
e) primarização das exportações globais. 
14. A Companhia Siderúrgica Nacional — Usina Presidente 
Vargas — e a cidade de Volta Redonda formam desde os 
anos 1940 um só complexo. A cidade foi construída pelo 
Estado à imagem e semelhança da usina, que traçou para 
o complexo a função de espaço disciplinar da massa 
trabalhadora nele empregada, extensiva como exemplo a 
toda a classe trabalhadora brasileira. De uma certa forma, 
o complexo vem para atuar como um grande laboratório 
de experiências necessárias à constituição da moderna 
sociedade brasileira como uma sociedade do trabalho 
avançada. 
MOREIRA, R. Formação espacial brasileira. Rio de 
Janeiro: Consequência, 2012, p. 213. Adaptado. 
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A formação desse complexo urbano-industrial expressa 
uma política territorial que 
a) aplica preceitos do neoliberalismo econômico. 
b) antecipa ações do nacional-desenvolvimentismo. 
c) reforça valores da descentralização democrática. 
d) refuta decisões de planejamento do governo central. 
e) privilegia intervenções de expansão das exportações. 
15. No Brasil, a exemplo de vários outros países, avanços 
cientificos e tecnológicos vêm sendo fomentados por meio 
de arranjos territoriais, denominados tecnopolos, 
caracterizados por 
a) centros de inovação voltados, majoritariamente, ao 
aperfeiçoamento de trabalhadores do terceiro setor 
b) áreas conurbadas, localizadas nos Estados do Pará, 
Tocantins e Mato Grosso. 
c) centros tecnológicos que reúnem, num mesmo lugar, 
atividades de pesquisa e desenvolvimento, em áreas de 
alta tecnologia, como institutos e centros de pesquisa, 
empresas e universidades, que facilitam os contatos 
pessoais e institucionais entre esses meios, produzindo 
uma economia de aglomeração ou de concentração 
espacial do desenvolvimento tecnológico. 
d) centros tecnológicos especializados na disseminaçãode 
novas tecnologias voltadas ao aumento da produtividade de 
culturas tradicionais, realizadas em áreas rurais de 
latifúndios. 
e) centros de pesquisa e desenvolvimento que absorvem 
população economicamente ativa sem qualificação e 
desempregada. 
	
16. 	A partir da Segunda Guerra Mundial, a indústria 
ganhou importância no processo econômico brasileiro. O 
Plano de Metas, elaborado no governo de Juscelino 
Kubitschek (1956-1961), impulsionou o crescimento 
econômico a partir da adoção de diversas medidas. 
Foi/Foram destaque nesse período: 
a) Privatização de indústrias estatais de base, como a 
Companhia Siderúrgica Nacional. 
b) Criação de poios industriais, com a finalidade de 
dispersão, como a Zona Franca de Manaus. 
c) Adoção de inovações tecnológicas, como a indústria 
aeroespacial no Sudeste. 
d) Abertura ao capital estrangeiro e estimulo à indústria, 
como a automobilística. 
e) Políticas nacionalistas e de intervenção estatal, como a 
criação da Petrobras. 
	
17. 	A segurança alimentar perseguida por cada 
agrupamento humano ao longo da história passa a 
depender atualmente de algumas poucas corporações 
multinacionais que passam a deter uma posição privilegiada 
nas novas relações sociais e de poder. Essa concentração 
de dependência no ano de 2001 se aplica a cada um dos 
quatro principais grãos — trigo, arroz, milho e soja, — de 
forma que cerca de 90% da alimentação da população 
mundial procede de apenas 15 espécies de plantas e de 
8 espécies de animais. 
PORTO-GONÇALVES, C.W. Geografia da riqueza, fome e 
meio ambiente. In: OLIVEIRA, A. U.; MARQUES, M. 1. M. 
(Org.). O campo no século XXI: território de vida, de luta e 
de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela; 
Paz e Terra, 2004 (adaptado). 
Uma medida de segurança alimentar que contesta o 
modelo descrito é o(a) 
a) estimulo â mecanização rural. 
b) ampliação de áreas de plantio. 
c) incentivo à produção orgânica. 
d) manutenção da estrutura fundiária. 
e) formalização do trabalhador do campo. 
18. A expansão da fronteira agrícola chega ao semiárido 
do Nordeste do Brasil com a implantação de empresas 
transnacionais e nacionais que, beneficiando-se do fácil 
acesso a terra e água, se voltam especialmente para a 
fruticultura irrigada e o cultivo de camarões. O modelo de 
produção do agro-hidronegocio caracteriza-se pelo cultivo 
em extensas áreas, antecedido pelo desmatamento e 
consequente comprometimento da biodiversidade. 
Disponível em: www.abrasco.org.br. Acesso em: 22 out. 
2015 (adaptado). 
As atividades econômicas citadas no texto representam 
uma inovação técnica que trouxe como consequência para 
a região a 
a) intensificação da participação no mercado global. 
b) ampliação do processo de redistribuição fundiária 
c) valorização da diversidade biológica. 
d) implementação do cultivo orgânico. 
e) expansão da agricultura familiar. 
19. 	Com base nos conhecimentos acerca da estrutura 
fundiária das macrorregiões brasileiras, marque V nas 
afirmativas verdadeiras e F, nas falsas. 
) A Região Sul tem a estrutura fundiária mais bem 
distribuída do pais que, em parte, resulta de sua 
colonização por imigrantes europeus, uma vez que esses 
reproduziram o padrão agrário familiar do pais de origem. 
) O meio rural da Região Norte teve uma ocupação 
mais recente, com a distribuição de terras devolutas a 
posseiros e grileiros, resultando em uma fraca 
concentração fundiária. 
( 	) Na Região Centro-Oeste, a expansão da agricultura 
de grãos reforçou a concentração de terras que já marcava 
a região pela pecuária extensiva. 
( 	) A Região Nordeste mantém números de concentração 
de terras semelhantes ao indice nacional, muito em 
decorrência do histórico de monoculturas para exportação e 
de grandes propriedades pastoris no sertão. 
) A concentração de terras na Região Sudeste é 
totalmente proveniente da expropriação que favorece o 
êxodo rural na região. 
A alternativa que apresenta a sequência correta, de cima 
para baixo, é a 
a)F—V—F—F—V 
b)F—V—V—F—V 
c) V — V — F —V — F 
d)V— F —V — V —F 
e)F— F—V— F—V 
20. 	Analisando a mecanização do trabalho, uma 
pesquisa no Estado de São Paulo do lEA (Instituto de 
Economia Agrícola) revelou que a implantação da colheita 
mecânica no corte de cana provocou reflexos na demanda 
de cortadores de cana-de-açúcar. Na safra 2013/14 a 
demanda por trabalhadores foi estimada em 51,7 mil 
cortadores, cerca de 18 mil a menos em relação à safra 
2012/13. 
Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br. 
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geografia — Candi° Custódio 	 a na°, re.c.rsari 
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O nixo,rta e./ n cogn,ros. geografia — Caudio Custódio 
A leitura do texto e os conhecimentos sobre as atividades 
agropecuárias paulistas e brasileiras permitem afirmar que 
a) as pequenas e médias propriedades são as que têm 
apresentado maiores índices de mecanização 
descaracterizando a tradicional agricultura familiar. 
b) tem ocorrido no campo uma prática cada vez mais 
comum: o avanço das máquinas agrícolas tem reduzido 
sensivelmente as áreas de plantio. 
c) a expansão do uso de máquinas é uma das justificativas 
apresentadas pelos fazendeiros para a dispensa de boias-
frias e contrafação de trabalhadores formais. 
d) atualmente, no campo, tem ocorrido dois processos 
concomitantes mas opostos: forte expansão das áreas de 
cultivo e fraco aumento da produtividade agrícola. 
e) onde o processo de mecanização do campo se 
intensifica e é irreversível, crescem as questões sociais 
relacionadas ao desemprego e ao êxodo rural. 
Gabarito: 
Resposta da questão 1: [E] 
O Plano de Metas foi adotado na década de 1950 pelo 
governo de Juscelino Kubistchek. Foi um período de alto 
crescimento 	da 	economia 	impulsionado 	pelo 
desenvolvimentismo (keynesianismo) em que o Estado forte 
indutor do crescimento do PIB. Na época destacaram-se o 
investimento em infraestrutura de transportes (rodovias), 
energia (hidrelétricas), expansão industrial e atração de 
empresas transnacionais (automóveis e eletrodomésticos). 
O Brasil foi um dos países de maior crescimento econômico 
ao longo do século XX, todavia, observa baixo crescimento 
e crises econômicas graves a partir de meados da década 
de 1970. 
Resposta da questão 2: [C] 
A alternativa [C] está correta porque o café foi cultivado no 
Vale do Paraíba no século XIX, deslocando-se para o norte 
do Paraná na década de 1950 e principalmente para Minas 
Gerais e Espirito Santo na década de 1970 e nesse 
processo, foi o responsável pela dinâmica econômica 
dessas regiões, atrelando a elas a implantação de 
infraestrutura e urbanização, ao mesmo tempo que 
provocava expressivo impacto ambiental. As alternativas 
incorretas são: [B], porque a borracha se desenvolveu na 
região norte; [13], porque a cana de açúcar está associada à 
zona da mata nordestina no periodo colonial; [D], porque o 
ouro está associado à Minas Gerais no século XVIII; [E], 
porque o algodão foi cultivado a partir do século XVIII com 
destaque no Maranhão. 
Resposta da questão 3: [A] 
O agronegócio brasileiro ganhou alta produtividade devido a 
diversos fatores como mecanização, biotecnologia 
(inclusive o uso de transgênicos), uso de fertilizantes, 
utilização de agrotóxicos e até de sensoriamento remoto 
nos últimos anos. A fronteira agrícola se expandiu no 
Cerrado e na Amazônia, impulsionada pelas exportações 
de commodities, levando ao desmatamento parcial dos 
biomas e contaminação progressiva do solo, dos seres 
vivos e dos recursos hídricos por agrotoxicos. 
Resposta da questão 4: 
[B] 
No interior de São Paulo (regiões central, norte e oeste), 
ocorre um progressivo avanço da mecanização da colheita 
da cana-de-açúcar. Assim, a modernização agrícola elimina 
empregono campo, causando o desemprego de milhares 
de boias-frias (trabalhadores temporários submetidos ao 
trabalho degradante com baixos salários, longas jornadas e 
ambiente insalubre). A mecanização do complexo 
sucroalcooleiro (produção de açúcar e etanol) causa 
impacto no mercado de trabalho e muda os fluxos 
migratórios, ocorre uma redução dos fluxos de 
trabalhadores nordestinos para o inferior paulista e aumenta 
o êxodo rural para as cidades, potencializando problemas 
urbanos. Era necessário que o processo de mecanização 
fosse acompanhado de reforma agrária com o objetivo de 
fixar população rural em pequenas propriedades. 
Resposta da questão 5: [D] 
O Brasil é um pais onde permanece grande concentração 
fundiária ao longo da história. Apesar da implantação de 
programas de reforma agrária, as iniciativas foram 
insuficientes. A má distribuição de terras, a pobreza rural, a 
modernização do campo com eliminação de empregos em 
grandes propriedades, a ineficácia do poder judiciário e da 
segurança pública na mediação dos conflitos estão entre as 
causas da violência no campo. São frequentes os casos de 
assassinatos de posseiros, membros de movimentos como 
o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), 
indígenas, sindicalistas e ambientalistas. Nos últimos anos, 
os conflitos mais graves aconteceram no Bico do Papagaio 
(sudeste do Pará, oeste do Maranhão e norte de 
Tocantins), norte de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, 
Rondônia, Mato Grosso do Sul e Bahia. 
Resposta da questão 6: [C] 
O Brasil é caracterizado pela concentração fundiária desde 
o período colonial. A Amazônia, o Centro-Oeste e parte do 
Nordeste são regiões com predomínio de grandes 
propriedades em área. A insuficiência de reforma agrária ao 
longo da história e a pobreza rural estão entre as causas da 
violência no campo motivada por disputas pela posse da 
terra. A maioria dos assassinatos de trabalhadores, 
posseiros, sem-terra e indigenas é ordenada por 
latifundiários e grileiros. Os estados mais violentos nos 
últimos anos são: PA, RR, MT, MA e MS. 
Resposta da questão 7: [B] 
Nos anos 2000, o governo federal anunciou a descoberta 
do petróleo da camada pré-sal, uma das maiores reservas 
de petróleo do mundo. O pré-sal localiza-se em grande 
profundidade, entre 6 e 7 km, em rochas sedimentares 
que estão cobertas de uma camada de sal. O objetivo seria 
transformar o Brasil em grande exportador de petróleo e de 
produtos petroquímicos. No projeto original, a Petrobras 
teria no minimo 30% de cada campo do pré-sal, empresas 
privadas, inclusive transnacionais poderiam entrar como 
investidoras e de modo complementar. Tratava-se de um 
projeto desenvolvimenfista (keynesiano) e com teor 
nacionalista. Todavia, com a mudança de governo em 
2016, com política econômica neoliberal, as regras 
mudaram, e empresas transnacionais podem entrar como 
operadoras e investidoras na totalidade de qualquer 
campo do pré-sal. O argumento é que a Petrobras não 
teria condições para assumir o investimento em vários 
campos e que seria necessário atrair capital estrangeiro. 
Resposta da questão 8: [D] 
O domínio morfoclimático e fitogeográfico do Cerrado 
ocupa grande parte do Centro-Oeste e trechos do Sudeste 
e Nordeste do Brasil. É caracterizado pelo predomínio de 
planaltos com chapadas, clima tropical e ecossistema do 
Cerrado. 
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Os solos são ácidos, pobres em nutrientes e alguns com 
alto teor de alumínio. Portanto, o solo era o principal fator 
¡imitante â expansão da agricultura. Com o 
desenvolvimento da biotecnologia, calagem (adição de cal 
para correção da acidez) e aplicação de fertilizantes, foi 
possível o agronegócio se expandir no domínio do Cerrado 
nas últimas décadas. Assim, o Brasil tornou-se importante 
exportador de produtos como soja e algodão. Todavia, uma 
das consequências foi o desmatamento de quase 50% do 
bioma Cerrado. 
Resposta da questão 9: [D] 
A alternativa [D] está correta porque a mobilidade 
mencionada caracteriza o processo de desmetropolização, 
resultado dentre outros fatores da desconcentração 
industrial a partir da década de 1990. As alternativas 
incorretas são: [A], porque não ocorreu descapitalização do 
setor primário suas atividades; [B], porque a mobilidade se 
dá por empregos formais; [C], porque os tributos municipais 
não são causa de migrações; [E], porque o setor terciário é 
o que oferece maior empregabilidade na economia. 
Resposta da questão 10: [A] 
As afirmativas [1] e [2] estão corretas porque a nova 
dinâmica territorial da produção industrial no Brasil gera 
desconcentração industrial e, consequentemente, 
crescimento das cidades médias. 
As afirmativas [3], [4] e [5] estão incorretas porque não 
ocorreu a diminuição das periferias metropolitanas; as 
metrópoles continuam exercendo liderança do setor 
quaternário (tecnologia); e ocorreu desconcentração das 
unidades produtivas. 
Resposta da questão 11: [A] 
A afirmativa [A] está correta porque no período indicado, 
desenvolve-se um modelo econômico em que o capital 
estatal é direcionado para indústrias de base e 
infraestrutura (transportes, comunicações e energia) e o 
capital transnacional para bens duráveis, criando o perfil 
industrial brasileiro. As afirmativas incorretas são: [8], 
porque o Plano de Metas teve como objetivo o 
desenvolvimento industrial do país; [C], porque no período 
indicado, destacou-se as indústrias de bens de capital e 
bens de consumo, particularmente as de automotores e 
eletroeletrônica; [D], porque as multinacionais de 
automotores se concentraram no ABC paulista; [E], porque 
o período foi marcado pelo incremento da indústria 
estrangeira. 
Resposta da questão 12: [C] 
No governo de Getúlio Vargas, foi implantada a CSN 
(Companhia Siderúrgica Nacional). A CSN fez parte de uma 
estratégia da intervenção do Estado na economia para 
estimular a industrialização do país inicialmente através da 
indústria de base. A CSN localiza-se em Volta Redonda, 
região do Vale do Paraíba, estado do Rio de Janeiro. 
Resposta da questão 13: [D] 
A alternativa [D] está correta porque a redução da produção 
industrial em valores absolutos, (fenômeno denominado 
desindustrialização) dos países desenvolvidos se dá pela 
terceirização da produção ou transferência das unidades 
fabris para países que oferecem vantagens mais 
competitivas, contudo, o espaço da produção industrial é 
substituído pelos centros tecnológicos criando uma nova 
divisão internacional do trabalho, onde a economia é 
controlada pelo Norte por meio do domínio tecnológico. As 
alternativas incorretas são: [A], porque não ocorre a 
saturação da produção industrial, mas sua terceirização; 
[8], porque a desindustrialização resulta em menor 
empregabilidade e consequentemente redução dos direitos 
laborais; [C], porque o texto não faz referencia ao sistema 
de poder da geopolitica; [E], porque a desindustrialização 
nos países subdesenvolvidos resulta na reprimarização da 
balança comercial, porém, nos desenvolvidos configura a 
ascensão do setor quaternário. 
Resposta da questão 14: [B] 
Na década de 1940, a industrialização do Brasil foi 
caracterizada por importante intervenção do Estado na 
economia através da criação de empresas estatais de bens 
intermediárias (indústria pesada). Era o nacional-
desenvolvimentismo no estilo keynesiano com substituição 
de importações e protecionismo durante a Era Vargas. Um 
dos exemplos foi a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) 
instalada em Volta Redonda, Vale do Paraíba, Rio de 
Janeiro. A produção de aço era fundamental para o 
crescimento da indústria nos ramos de bens de consumo 
posteriormente. 
Resposta da questão 15: [C] 
Os tecnopolos são cidades ou regiões que concentram 
setores de alta tecnologia como informâtica,biotecnologia, 
aeronáutica e aeroespacial. São áreas que dispõe de mão 
de obra qualificada formada em universidades e institutos 
tecnológicos, são exemplos as regiões de Campinas e do 
Vale do Paraíba (onde localiza-se São José dos Campos) 
em São Paulo. 
Resposta da questão 16: [D] 
A alternativa [D] está correta porque o Plano de Metas de 
JK baseou-se em um tripé de investimentos onde o capital 
estatal foi direcionado para infraestrutura e indústrias de 
base, o capital estrangeiro para indústria de bens duráveis 
como a de automotores, e o capital nacional privado para 
bens não duráveis. As alternativas incorretas são: [A], 
porque as privatizações ocorreram na década de 1990; [8], 
porque a Zona Franca de Manaus foi criada no governo 
militar; [C], porque as industrias tecnológicas foram criadas 
na década de 1990; [E], porque a criação da Petrobrás 
ocorreu no governo Vargas. 
Resposta da questão 17: [C] 
A agricultura orgânica, sustentável ou agroecologica é uma 
das alternativas ao agronegócio convencional que causa 
danos ambientais e de saúde graves. A agricultura orgânica 
não utiliza transgênicos, fertilizantes industrializados e 
agrotóxicos. Também é realizada em pequenas e médias 
propriedades, valorizando a fixação de população rural, a 
renda das famílias, uma estrutura fundiária mais equilibrada 
e maior conservação do meio ambiente (solo, recursos 
hídricos e biodiversidade). 
Resposta da questão 18: [A] 
No Nordeste, aconteceu grande avanço do agronegôcio e 
agro-hidronegôcio nas últimas décadas. São exemplos, a 
fruticultura irrigada e vinicultura no médio São Francisco 
(PE e BA), soja (região MAPITOBA) e carcinicultura 
(criação de camarão em cativeiro no CE, RN e BA). O 
avanço destas atividades é, em parte, explicado pelo 
crescimento da demanda do mercado interno brasileiro e 
extemo através da intensificação das exportações de 
commodities e outras matérias primas para países 
desenvolvidos e emergentes. 
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Resposta da questão 19:[D] 
[V] A doação de terras aos imigrantes no século passado foi 
um dos fatores que garantiu uma distribuição mais simétrica 
da terra. 
[F] Grileiros e posseiros ocupam áreas de terceiros e a 
estrutura fundiária na região é concentrada. 
[V] A modernização da produção aliada â cultura de grãos 
reforça a concentração fundiária. 
[V] A concentração fundiária no nordeste ê um produto 
histórico desde os tempos coloniais. 
[F] O sudeste se caracteriza pelo predomínio de médias e 
grandes propriedades. 
Resposta da questão 20: [E] 
A alternativa [E] está correta porque a mecanização é um 
processo irreversível nas áreas adotadas, e por sua vez, 
gera desemprego e conflitos socioespaciais. As alternativas 
incorretas são: [A], porque o maior indica de mecanização 
está associado às grandes propriedades; [B], porque a 
mecanização não reduz áreas de produção; [C], porque a 
mecanização resulta na dispensa da mão de obra e não na 
contratação; [D], porque ocorre expansão da produção e da 
produtividade. 
POPULAÇÃO BRASILEIRA 
Formação da população brasileira 
A formação da população brasileira quanto â composição 
étnica deriva da miscigenação dos diversos grupos étnicos 
nativos ("índios"), africanos (negros") e europeus 
("brancos") majoritariamente, além dos orientais. 
As comunidades indígenas foram completamente 
desterritorializadas e expropriadas historicamente, sendo os 
principais perdedores do processo civilizatôrio (de 
estimados cinco milhões em 1500, para menos de 400 mil 
indios na atualidade) e sendo confinados em reservas sob a 
tutela do Estado, que "cuida" dos indígenas e, obviamente, 
de suas riquíssimas terras. 
BR/1317: JAPAS' DE 7.137ALIDADE, DE 313R11‘DADE 
E DE CRESCIMEMIC VEGETATWO DA POPULAÇÃO 
[Por 0 020 haortontes; 
Acaptadc de: ADAS, Me bem: ALAS. Sérgio 1rolaboradoz1. Panoram geográfico do Brasil: 
contradições, impasses e desafios socioespariais. 55, Paulo, Moderna, 10-3.3, p. 173 
Os antepassados escravos da comunidade afro-brasileira, 
como sabemos, sofreram uma migração forçada para as 
plantations do pais e foram completamente desumanizados: 
não eram trabalhadores do ponto de vista capitalista pois 
não detinham a própria força de trabalho; eram 
considerados instrumento de trabalho e não gente; não 
eram cidadãos já que não possuíam direitos políticos. 
Esses grupos indígenas e negros e seus descendentes 
tornaram-se, em maioria massiva, o absurdo contingente 
excluído da riqueza do pais, cotado entre as maiores 
economias do mundo e entre os piores em condições de 
vida de sua sociedade.A intensa miscigenação ocorrida 
entre os grupos étnicos resultou numa sociedade 
majoritariamente mestiça e que até hoje vem buscando 
uma identidade num contexto de unidade na diversidade 
cultural/regional. O racismo velado atinge de forma 
discriminatória os nativos e afro-descendentes, já que o 
padrão de dominação histórica dos brancos conferiu a 
estes, especialmente, melhores padrões de vida e de 
oportunidades. 
Crescimento populacional 
Afê os anos 60 o Estado estimulava a natalidade, numa 
época de criação do mercado interno e inicio da 
industrialização, ao manter auxilio a familias numerosas e 
criação do salário-família: a criança seria o operário do 
futuro! A ditadura militar, por sua vez, fazia espécie de jogo 
duplo: no plano internacional se pronunciava a favor da 
distribuição de renda mas internamente aprofundou 
brutalmente a concentração de riquezas e ainda buscou 
não assumir um controle da natalidade perante sua base 
política que foi a sociedade católica conservadora, 
totalmente contrária ao controle da natalidade. Procurou, 
legalmente, deixar a cargo da família a decisão do 
planejamento familiar, com o Estado provendo os meios. 
Em verdade a ditadura, aliada incondicional ao capital 
transnacional, estimulou entidades civis de cunho 
claramente neomalthusianos como a Bemfam e hospitais 
beneficentes a promoverem a esterilização feminina e a 
distribuição de pílulas anticoncepcionais, e difundindo o uso 
dos dispositivos intra-uterinos, especialmente de forma 
agressiva nas regiões mais pobres do pais (até 1989, cerca 
de 50% das mulheres em idade fértil, no RN, estavam 
esterilizadas). Com a nova república, pós 1985, inicia-se 
flexibilização das politicas demográficas com o serviço de 
saúde pública oferecendo operações de vasectomia e 
laqueadura de trompas e nos anos 90 o serviço público 
passou a realizar abortos em caso de risco de vida â mãe, 
má formação do feto ou de violência sexual. 
A imigração para o Brasil foi um fator fundamental no 
crescimento da população do pais em fins do século XIX e 
inicio do XX. O primeiro estímulo do Estado à imigração foi 
durante a estadia da família real (inicio do século XIX): a 
corte européia, branca e pretensamente superior, sentia-se 
incomodada pela maioria negra, índia e mestiça e tratou de 
atrair grupos de suíços e alemães ás regiões do Rio de 
Janeiro (onde fundaram Nova Friburgo) e Espirito Santo, 
além da instalação de açorianos no litoral da região sul. No 
contexto do Império, até meados do século XIX, o grande 
fluxo imigrante ocorreu para o sul, com a chegada de 
italianos (Serra Gaúcha), alemães (Vale dos Sinos-RS e do 
tajai-SC) e eslavos (Paraná). 
.13a, s 	Entrada de imigrantes no Brasil (1808) - 1975) 
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C.35l1 31109. 
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O nderear cosurra 12 nf4c cn ceennot/geografia - aludi() Custódio 
O grande fluxo imigrante, no entanto, ocorre com o 
desenvolvimento da cafeicultura paulista a partir de 1850 e 
impulsionada após a Lei Áurea (1888) e se estendendo até 
a Lei de Cotas (1934). Tratou-se do fluxo de italianos, 
espanhóis e portugueses principalmente, que se 
estabeleceram como colonos nas fazendas de café e, num 
segundo momento, como operários e operárias nas 
primeiras fábricas na capital paulista. Os japoneses também 
vieram para o Brasil, instalando-se especialmente em São 
Paulo (capital - Bairro da Liberdade e arredores 
hortigranjeiros, além do oeste paulista em fazendas de café 
e algodão e Vale do Ribeira dedicando-se a plantações de 
chá e banana), mas também fundando colônias na Zona 
Braganfina no Pará. 
Apôs a segunda guerra mundial ocorreu um breve fluxo de 
imigrantes italianos e japoneses. Estes últimos fundaram 
colônias no litoral leste nordestino, como o vale do Pium, 
em Parnamirim, dedicando-se à produção hortigranjeira. 
Nos anos 70 e 80, em função da expansão da soja e da 
conseqüente concentração fundiária na Região Sul, houve 
um fluxo de migrantes camponeses para o Paraguai (os 
"brasiguaios") e, lá, também miserabilizados por posterior 
concentração de terras retornam em parte para o Brasil, 
engrossando o número de excluidos do campa Desde os 
anos oitenta, em face do colapso econômico iniciado na 
"década perdida" devido à abusiva elevação dos juros da 
divida externa, a emigração supera a imigração, com os 
fluxos destinando-se os países desenvolvidos: EUA, União 
Européia e Japão. Com o salto tecnológico dos tigres 
asiáticos da primeira leva, um fluxo de sul coreanos 
instalou-se também em São Paulo na década em questão, 
trabalhando inicialmente como operários de industrias 
têxteis de fundo de quintal e, na década seguinte, tornaram-
se eles próprios donos de confecções e empregam 
bolivianos e paraguaios (trabalho escravo) que vivem 
clandestinamente em São Paulo devido facilidades de 
transporte entre os vizinhos e o Brasil, tornando-se um fluxo 
interno ao Mercosul. 
Estruturas etária, ativa e de género 
O Brasil apresenta-se com uma estrutura etária 
intermediária, com redução da natalidade e aumento da 
expectativa de vida, transformando o aspecto de sua 
pirâmide demográfica, com o estreitamento de sua base e o 
alargamento do topo. 
No entanto é uma aproximação quantitativa das pirâmides 
do mundo rico, pois qualitativamente observa-se que a 
redução da natalidade não foi acompanhada de uma 
melhoria no sistema educacional, criando uma massa de 
população desqualificada na fase adulta. A expectativa de 
vida da população brasileira vem aumentando (quase 70 
anos), mas não em função de expressiva melhoria na 
qualidade de vida, mas um aumento da longevidade em 
função dos avanços da medicina. O Estado defronta-se 
com necessidade de investimentos ligados, portanto, 
questão da melhoria da qualidade do ensino, investimentos 
na área geriátrica e de leitos à população adulta, bem como 
a questão previdenciária (a reforma da previdência) e, 
especialmente, a geração de empregos, 
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Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade 
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Mais de 100 anos 
95 a 99 anos 
90 a 94 anos 
7 247 
SI 520 
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7.3%1 
0.1%1 
36% 
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10 250 
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85 a 09 anos 31635Ir 62% le 1.5% 533724 
80 a 04 anos 661.023 .).4%. 7,5% •fl5,343 
75 a 79 anos 1 733 513 3,8% 3.6% 13U 337 
'D a 74 anos 13337 375 1.2% 1.1% 0.374.204 
659 69 anos 22. Se5 1.2% 1 4% 2.315.745 
609 6=2 anos 3.341 334 1 '0% eleellee 1.3% 3469119 
55 a 59 anos 3 230 344 2.3% 373 575 
Soa 54 anos • 534 335 2.5% 0.8% 5375 477 
45 a 49 anos 5.003 '313 37% -3 141 333 
40 a 44 anos 1 303 573 3.5% 0.533.737 
asa 39 anos 1.713 313 3-5% 3.7% 7121 210 
So a 34 anos 7 717 157 4 1% 4.2% 5.020.555 
25 a 29 anos 3.253 325 4.4% •.5% 3.043403 
20 a 24 anos 5033 227 4.5% 3.614013 
15 a 19 anos 5.553 115 • 444 3.4.32.372 
10 a 14 anos 9.725 413 4.6% 4.4% 3.441.345 
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Quanto á estrutura ativa o Brasil apresenta uma hipertofia 
do setor terciário, ou seja, um grande contingente de 
desempregados e subempregados, em serviços 
temporários e sem garantias trabalhistas (trabalho informal), 
em geral com baixa qualificação e baixos salários, em 
pequenos estabelecimentos descapitalizados. O processo 
industrial apoiado na expansão/atração transnacional, que 
chegou com indústrias modernizadas e atraiu intenso êxodo 
rural, mas não absorveu no mesmo ritmo, ampliando, 
portanto o terciário dos ambulantes (camelôs), pastoradores 
de carros, vendedores em semáforos (ainda mais nos anos 
90 com as posturas neoliberais ampliando falências e 
desemprego). 
A questão de gênero apesar dos avanços culturais 
proporcionados pela urbanização e aumento da 
participação da mulher na População Economicamente 
Ativa, cumpre observar que as mulheres ainda ocupam, de 
modo geral, funções de baixa e média qualificação 
profissional, especialmente no setor terciário: trabalho 
domestico secundado pelo comércio, educação e saúde. 
Além disso os salários femininos são, em média, mais 
baixos que os masculinos e a taxa de mulheres em idade 
ativa sem rendimento é o dobro da masculina (o trabalho 
doméstico não remunerado herdado da sociedade 
patriarcal), afora que as mulheres cumprem ainda dupla-
jornada de trabalho. Cresce também o número de mulheres 
chefes-de-familia, responsáveis pelo principal rendimento 
para o sustento familiar, tanto pelo aumento do desemprego 
nos anos 90, quanto pelas mudanças no padrão familiar 
com o aumento de divórcios e separações. Territorialmente 
a condição da mulher vai variar conforme, basicamente, o 
"padrão" socioeconômico: nas regiões mais pobres se 
encontram as maiores barreiras de emancipação feminina. 
Migrações internas 
Com relação às migrações internas, desde a época colonial 
havia mobilidade interna acompanhando os principais ciclos 
econômicos, da expansão para o interior nordestino á saga 
da 
borracha 
amazônic 
a 	e 
mesmo 
das 
fazendas 
de café 
paulistas, 
tendo a 
Região 
Nordeste 
como área de repulsão populacional motivada estagnação e 
concentração econômico-fundiária. Os grandes fluxos de 
migrantes do pais — e especialmente o nordestino — 
ocorreram a partir das décadas de 40 e 50 para o Sudeste 
industrial, gerando fluxo continuo de mão-de-obra barata e 
sustentando a metropolização do Rio de Janeiro e São 
Paulo. Outros fluxos de migrações inter-regionais 
importantes são, por exemplo, o fluxo dos "soldados da 
borracha" do Nordeste para a Amazônia como esforço de 
guerra para com os aliados na Segunda Guerra Mundial e, 
principalmente, a interiorização estimulada pela ocupação 
do centro-oeste: na década de 40 como expansão da 
economia paulista e criação de colônias agrícolas do 
Estado em Ceres (GO) e Dourados (MS); na década de 50 
a criação de Brasília, abertura

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