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CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT 
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS 
Aula 07 
Olá, Pessoal! 
Esta é a sétima e última aula do curso de Administração Pública para AFRFB e 
AFT. Gostaria de agradecer vocês pela confiança no nosso trabalho e espero 
que o curso tenha não só atendido suas expectativas, como superado. Espero 
que o esforço compense e que vocês consigam a tão sonhada vaga de Auditor 
Fiscal. Nessa aula, vamos ver os seguintes itens: 
Aula 07 - 14/09: 12. Controle da Administração Pública. 13. Ética no 
exercício da função pública. 
Aqueles que não conseguiram acompanhar o ritmo das aulas, não se 
preocupem, pois estarei respondendo perguntas no fórum por mais algumas 
semanas. 
Boa Aula e até a próxima! 
Sumário 
1 ÉTICA NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚBLICA 2 
1.1 ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 3 
1.2 ÉTICA DA CONVICÇÃO X ÉTICA DA RESPONSABILIDADE 11 
1.3 SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL 16 
1.4 CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL 17 
1.5 CÓDIGO DE ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL 21 
2 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 27 
2.1 CONTROLE EXTERNO 28 
2 .2 CONTROLE INTERNO 32 
3 QUESTÕES 35 
3.1 ÉTICA NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚBLICA 35 
3 .2 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 47 
3 .3 LISTA DAS QUESTÕES 52 
3 .4 GABARITO 60 
4 LEITURA SUGERIDA 60 
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1 Ética no exercício da função pública 
Pessoal, neste item do edital pode cair muita coisa, mas o que tem mais 
chances de cair é o Código de Ética do servidor Público Federal. Por isso, 
concentrem suas atenções nele, leiam ele atentamente. Eles gostam de cobrar 
a letra da lei mesmo. Contudo, também podem cair conceitos ligados à ética, 
como veremos aqui. 
Para entrarmos neste novo tópico, vamos começar conceituando o termo 
"ética". Ele é derivado da palavra grega Ethos, que significa modo de ser, 
caráter. Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade. O 
termo grego ethos tem como correlato no latim o termo morale, com o mesmo 
significado de conduta, ou relativo aos costumes. Ética e moral são termos 
com uma relação muito próxima. Muitas vezes, moral e ética são empregadas 
como sinônimos. Ambas, num sentido amplo, são consideradas como de 
caráter normativo ou prescritivo, definindo quais comportamentos são 
aceitáveis. O caráter prescritivo significa que elas definem previamente, por 
meio de normas, preceitos, regras, o que é aceitável ou não. 
Contudo, temos que tomar cuidado, porque ética e moral, num sentido 
restrito, deixam de ser a mesma coisa. Em um sentido mais estrito a moral diz 
respeito aos costumes, valores e normas de conduta específicos de uma 
sociedade ou cultura, enquanto que a ética constitui o estudo da moral. 
Marcondes, no Dicionário Básico de Filosofia, afirma que: 
A moral está mais preocupada na construção de um conjunto de prescrições 
destinadas a assegurar uma vida em comum justa e harmoniosa 
A moral nasceu do termo "costumes" em latim. Isso porque ela está ligada às 
prescrições que determinada sociedade foi construindo ao longo de sua 
evolução. Uma aplicação disso no direito administrativo pode ser observada no 
princípio da moralidade, que defende que, quando a Administração Pública 
adota determinada conduta costumeiramente, rotineiramente, mesmo que não 
prevista em lei, esta conduta se transforma em um direito do administrado, 
que a administração continue a agir dessa forma. 
Como a moral está ligada aos costumes, ela varia com o tempo - o que é 
considerado aceitável hoje no Brasil, não o era há 50 anos - e com o lugar - o 
que é aceitável no Brasil não é no Afeganistão. 
Já a ética, num sentido restrito, diferentemente da moral, trata de estudar 
sobre a aceitação de alguns comportamentos como legítimos. Assim, a ética 
pode ser entendida como Filosofia da Moral, ou seja, um pensamento reflexivo 
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sobre os valores e as normas que regem a sua conduta. Segundo o Dicionário 
Aurélio: 
Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana 
susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja 
relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto. 
Portanto, a ética constitui aqui a ciência da moral, buscando analisar como em 
determinados momentos em determinadas sociedades se formou a moral, 
quais os valores por trás dela, e o que pode ser considerado como 
universalmente válido. 
José Matias-Pereira enumera as seguintes diferenças entre a moral e a ética: 
• Ética é princípio; moral são aspectos de condutas específicas. 
• Ética é permanente; moral é temporal; 
• Ética é universal; moral é cultural; 
• Ética é a regra; moral é a conduta da regra; 
• Ética é teoria; moral é prática. 
1.1 ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Um texto usado pela ESAF nas questões é "O aprimoramento da conduta ética 
no serviço público federal", de João Geraldo Piquet Carneiro, que está na 
leitura sugerida desta aula. O autor afirma que "O trabalho de prevenção 
pressupõe": 
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Pressupostos da Prevenção 
• a fixação de regras claras de conduta geral, a serem observadas em 
toda a administração; 
• a identificação pormenorizada, por setor, órgão e função, de quais são 
os padrões éticos a serem observados pelos detentores de cargos de 
confiança e pelo corpo funcional de cada órgão de governo; 
• o acompanhamento sistemático, através de instrumentos próprios de 
auditoria, da observância dessas regras de conduta; 
• a criação de instrumentos institucionais pedagógicos de esclarecimento 
sobre o conteúdo de normas éticas; 
• o estabelecimento de regras flexíveis para correção de desvios 
verificados, principalmente quando se tratar de transgressões de menor 
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Ao analisar as medidas no campo da ética no serviço público que estão sendo 
tomadas por diferentes países, Carneiro agrupa-as em três grandes categorias: 
• alguns países direcionam sua estratégia para a revisão abrangente do 
quadro institucional e de procedimentos, com vistas a identificar as 
deficiências existentes na administração das questões éticas; é o caso 
da Inglaterra, da Noruega, dos Países Baixos, da Finlândia e dos 
Estados unidos; • 
• outros países — em particular a Austrália e a Nova Zelândia — dirigiram 
suas estratégias para o contexto de reformas da administração pública, 
nas quais a questão ética é tratada apenas como parte de novos 
modelos gerenciais e de novas políticas de recursos humanos; 
• numa terceira categoria, estão países como México e Portugal, que 
adotaram medidas no campo ético, a partir de um contexto em que 
inexistia o arcabouço jurídico necessário, ou em que este não era 
observado. 
Podemos observar que no primeiro grupo estão os países que primeiro 
investiram no modelo pós-burocrático, ou seja, a reforma do Estado, a 
mudança das formas de controle deve abranger também uma mudança nas 
concepções de ética. No segundo grupo, estão países que reformaram o 
sistema de ética dentro da reforma da administração pública. 
Alguns fatores são importantes para que estas medidas sigam em frente. O 
compromisso político é o primeiro deles. Inglaterra, Estados Unidos, Noruega e 
Países Baixos trataram de dar certa envergadura às iniciativas políticas, como 
forma de mobilizar o funcionalismo e sensibilizar
a opinião pública. Nessa 
mesma direção, a Austrália lançou um "Guia de Responsabilidades Ministeriais" 
para ser distribuído às autoridades empossadas na cúpula dos ministérios. 
Outra manifestação tangível do compromisso político é a alocação de recursos 
materiais e humanos adequados para garantir a montagem e sustentação de 
uma estrutura gerencial no campo ético. 
Outro fator é o Arcabouço jurídico. No campo jurídico, há diferenças 
importantes entre os países. Em todos, porém, existe a preocupação de 
distinguir as transgressões de natureza penal daquelas apenas de caráter 
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potencial; 
• a transparência desses instrumentos, de tal forma que a opinião pública 
possa acompanhar a evolução dos trabalhos realizados". 
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administrativo ou civil. Em todos os países, o tratamento processual da 
infração ética observa a separação entre o processo penal, de um lado, e o 
administrativo, de outro. Há, no entanto, diferenças em relação a quem cabe 
investigar ou acionar a justiça. 
Outra preocupação compartilhada pelos países é no sentido de criar ou 
valorizar dispositivos legais e procedimentais destinados a conferir crescente 
transparência às ações governamentais, de forma a permitir que a sociedade 
delas tome conhecimento mais fácil. Com isto reforça-se a prestação de contas 
(accountability) inclusive no plano ético. 
Em certos países, a capacidade de controle externo foi reforçada pela figura do 
Ombudsman, que tem a incumbência de receber e investigar denúncias. Numa 
linha paralela, há iniciativas destinadas a permitir que o próprio funcionário 
possa denunciar irregularidades, com garantias de confidencialidade e proteção 
(whistle-blowing), ou buscar aconselhamento. 
Em relação aos Códigos de conduta, o tratamento varia de país para país. 
Alguns países editaram códigos de conduta de caráter geral nos últimos anos 
(Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos e Portugal). Noruega e 
Países Baixos descentralizaram suas iniciativas e determinaram que cada órgão 
preparasse seu próprio código. 
Programas de treinamento no campo ético têm recebido crescente atenção nos 
países pesquisados. Relatórios apresentados indicaram que nem a legislação, 
nem os procedimentos administrativos, nem os padrões de conduta exigidos 
são do pleno conhecimento do servidor — fato que revela a necessidade de um 
trabalho pedagógico de difusão das normas éticas entre os servidores. 
Há grande variedade de órgãos encarregados de questões éticas nos países 
pesquisados: comitês parlamentares e ministeriais ou mesmo agências 
independentes. Suas funções podem variar entre fiscalização, aconselhamento 
ou promoção, assim como a combinação de todas elas. Mais comuns são as 
instâncias de aconselhamento ou consultoria, havendo um órgão coordenador 
de assuntos éticos que supervisiona a função dos órgãos setoriais. 
O último fator é a lnfraestrutura Ética, composta dos seguintes elementos: 
• arcabouço legal; 
• mecanismos referentes à responsabilidade (accountability mechanisms); 
• participação e escrutínio público (vigilância da sociedade e dos meios de 
comunicação); 
• compromisso político; 
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• códigos de conduta; 
• socialização profissional (educação e treinamento); 
• condições de serviço (ambiente e moral do serviço público); 
• existência de órgão coordenador de ética. 
Contar com uma adequada "infraestrutura ética" é a base para o 
desenvolvimento de um programa de promoção da ética eficaz, que pressupõe 
transparência e accountability e envolve: 
1. Gestão - Condições sólidas para o serviço público, por meio de uma 
política efetiva de recursos humanos e que contemple uma instância 
central voltada para a ética. 
• 
2. Orientação - Engajamento das lideranças, códigos que exprimam 
valores e padrões e socialização profissional, por meio de educação 
e treinamento. 
3. Controle - Quadro normativo que garanta a independência dos 
procedimentos de investigação e processo, prestação de contas e 
envolvimento do público. 
Não obstante a diversidade histórica e cultural e as diferenças de caráter 
político e administrativo, podem ser identificadas algumas características 
comuns que constituem a espinha dorsal da gestão da ética, que tem por 
objetivo o estabelecimento de um padrão ético efetivo. A gestão da ética 
transita em um eixo bem definido, constituído por: 
1. Valores éticos - Representam a expectativa da sociedade quanto à 
conduta dos agentes públicos. 
2. Normas de conduta - Desdobramento dos valores, funcionam como 
um caminho prático para que os valores explicitados sejam 
observados, muitas vezes sob a forma de códigos de conduta. 
3. Administração - Tem o objetivo zelar pelos valores e normas de 
conduta, assegurando sua efetividade. 
Quanto se fala em ética no sentido mais estrito, tal qual aparece em 
expressões com "ética do servidor público", está-se em geral referindo a um 
padrão que serve de guia para a conduta de um determinado grupo. A 
aprovação de um código de conduta é o meio pelo qual um dado grupo 
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explicita seus compromissos de relacionamento com suas partes (clientes, 
fornecedores, colaboradores, etc.). 
Não há receita para um código de conduta, contudo, ele costuma reunir 
valores éticos, regras de conduta e aspectos diversos de sua administração. 
Em geral todo código de conduta apresenta um conjunto de deveres e 
obrigações na área cinzenta que vai além do simples cumprimento do que já 
está disposto nas leis. Assumindo que o cumprimento da lei é o mínimo da 
ética, ou ainda que o objetivo não é o mero cumprimento da lei, mas seu 
"bom" cumprimento, a área por excelência dos códigos de conduta é o terreno 
cinzento entre o que é legal, mas não é moral. 
Entre os valores éticos mais frequentes nas administrações públicas podemos 
encontrar: imparcialidade, legalidade, integridade, transparência, eficiência, 
equidade, responsabilidade, justiça. 
Princípios para a gestão ética no serviço público: 
O Conselho da OCDE adotou, em 23 de abril de 1998, uma Recomendação 
sobre o Aperfeiçoamento da Conduta Ética no Serviço Público. A 
Recomendação baseia-se em um conjunto de Princípios para a Gestão da Ética 
no Serviço Público estabelecido pelo Comitê de Gestão Pública, preparados 
para auxiliar os países membros a revisarem seus sistemas de gestão da ética. 
• Os padrões éticos para o serviço público devem ser claros: 
Os servidores públicos devem conhecer os princípios e padrões básicos que, 
espera-se, sejam aplicados a seu trabalho, assim como os limites dos 
comportamentos aceitáveis. Uma declaração de padrões e princípios éticos 
fundamentais, concisa e amplamente difundida, que oriente o serviço público, 
por exemplo, na forma de um código de conduta, pode atender a semelhante 
objetivo ao permitir uma compreensão comum no âmbito do governo e da 
comunidade em geral. 
• Padrões éticos devem se refletir no arcabouço legal: 
O arcabouço legal é a base para a comunicação dos padrões e princípios de 
comportamento mínimos, obrigatórios a cada servidor público. Leis e 
regulamentos devem estipular os valores fundamentais do serviço público e 
prover os aparatos necessários de orientação, investigação, ação disciplinar e 
execução judicial. 
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• Deve-se proporcionar orientação ética aos servidores públicos: 
A socialização profissional deve contribuir para o desenvolvimento do 
discernimento e das habilidades necessárias, que permitam aos servidores 
públicos aplicar os princípios éticos em circunstâncias concretas. Atividades de 
treinamento fomentam a consciência ética e podem desenvolver habilidades 
essenciais para a análise ética e o raciocínio moral. O aconselhamento 
imparcial pode contribuir para a criação de um ambiente no qual os servidores 
públicos sintam maior disposição para enfrentar e solucionar tensões e 
problemas éticos. Mecanismos de orientação e de consulta interna devem ser 
disponibilizados, de modo a ajudar os servidores públicos a aplicar os padrões 
éticos básicos no ambiente de trabalho. 
• 
• Os servidores públicos devem conhecer seus direitos e obrigações ao 
denunciar atos ilícitos: 
Os servidores públicos devem conhecer seus direitos e obrigações, no 
momento da denúncia de atos ilícitos efetivos ou suspeitos cometidos no 
serviço público. Tais direitos e obrigações devem incluir regras e 
procedimentos claros a serem seguidos pelos funcionários, e uma cadeia 
formal de responsabilidade. Os servidores públicos também precisam saber 
que tipo de proteção lhes será disponibilizada em caso de denúncia de atos 
ilícitos. 
• O compromisso político com a ética deve reforçar a conduta ética dos 
servidores: 
Os líderes políticos têm por responsabilidade manter elevado padrão de decoro 
no cumprimento de seus deveres oficiais. Seu compromisso é demonstrado 
pelo exemplo e pela adoção de ações somente disponíveis no nível político. 
são exemplos: por meio da negociação de arranjos legislativos e institucionais 
que reforcem o comportamento ético e prevejam sanções para atos ilícitos, 
pela provisão de apoio e recursos adequados para a execução, no âmbito do 
governo, de atividades relacionadas à ética, e ao evitar a exploração de regras 
éticas e leis para fins políticos. 
• O processo de tomada de decisões deve ser transparente e aberto à 
fiscalização: 
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O público tem o direito de saber como as instituições públicas aplicam o poder 
e os recursos conferidos às mesmas. A fiscalização pela população deve ser 
facilitada por processos transparentes e democráticos, supervisão pela 
legislatura e acesso à informação pública. A transparência deve ser promovida 
por meio de medidas como sistemas de divulgação de informações e pelo 
reconhecimento do papel de uma mídia ativa e independente. 
• Devem ser definidas diretrizes claras para a interação entre os setores 
público e privado: 
Regras claras que definam os padrões éticos devem orientar o comportamento 
dos servidores públicos com respeito ao relacionamento com o setor privado, 
por exemplo, no tocante a licitações públicas, contratação externa de serviços 
ou condições de emprego público. A crescente interação entre os setores 
público e privado demanda maior atenção aos valores do serviço público e a 
exigência de que os parceiros externos respeitem esses mesmos valores. 
• Os gestores devem demonstrar e promover a conduta ética: 
Um ambiente organizacional no qual elevados padrões de conduta sejam 
encorajados, por meio do provimento de incentivos apropriados para o 
comportamento ético, tais como condições de trabalho adequadas e avaliações 
de desempenho eficazes, exerce impacto direto sobre a prática corriqueira dos 
valores e padrões éticos do serviço público. A este respeito, os gestores 
desempenham um papel importante, ao proporcionarem a seus subordinados 
um padrão de liderança consistente e adotarem um comportamento exemplar, 
em termos de ética e conduta em seu relacionamento profissional com líderes 
políticos, outros servidores públicos e os cidadãos. 
• As políticas, procedimentos e práticas de gestão devem promover a conduta 
ética: 
As políticas e práticas de gestão devem demonstrar o comprometimento da 
organização com padrões éticos. Não basta aos governos possuir estruturas 
baseadas unicamente em regras ou no compromisso. Os sistemas de 
compromisso por si só podem encorajar inadvertidamente alguns servidores 
públicos a simplesmente agir nos limites da ilicitude, argumentando que, se 
não estão violando as leis, sua conduta é ética. As políticas governamentais 
devem não somente delinear os padrões mínimos, determinantes dos limites 
de tolerância para as ações de certo funcionário, mas também articular 
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claramente um conjunto de valores do serviço público aos quais os 
funcionários devem aspirar. 
• As condições do serviço público e a gestão de recursos humanos devem 
promover a conduta ética: 
As condições de emprego no serviço público, tais como perspectivas de 
carreira, ascensão profissional, remuneração adequada e políticas de gestão 
dos recursos humanos, devem estimular um ambiente que propicie o 
comportamento ético. A utilização consistente de princípios básicos, tais como 
o mérito, no processo contínuo de recrutamento e ascensão profissional, 
contribui para operacionalizar a integridade do serviço público. 
• Mecanismos de prestação de contas adequados devem estar disponíveis no 
serviço público: 
Os servidores públicos devem prestar contas por suas ações a seus superiores 
e, de modo mais amplo, à população. A prestação de contas deve enfocar 
tanto o comprometimento com as regras e princípios éticos como a consecução 
dos resultados. Mecanismos de prestação de contas podem ser internos a uma 
agência ou aplicáveis a todo o governo, ou podem ser providos pela sociedade 
civil. Mecanismos que promovam a prestação de contas podem ser concebidos 
para prover controles apropriados, permitindo ao mesmo tempo uma gestão 
adequadamente flexível. 
• Devem existir procedimentos e sanções apropriados aplicáveis a condutas 
ilícitas: 
Mecanismos para a detecção e a investigação independente de atos ilícitos, tais 
como a corrupção, são parte necessária de uma infraestrutura ética. São 
necessários procedimentos e recursos fidedignos para o monitoramento, a 
denúncia e a investigação de situações de desrespeito a regras do serviço 
público, assim como sanções administrativas ou disciplinares proporcionais que 
desencorajem a conduta ilícita. Os gestores devem exercer apropriadamente 
sua capacidade de discernimento ao lançar mão desses mecanismos para a 
adoção de ações necessárias. 
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1.2 ÉTICA DA CONVICÇÃO X ÉTICA DA RESPONSABILIDADE 
A maior parte dos autores que estudou a burocracia no final do Século XIX e 
início do Século XX defendia a separação entre política e burocracia. Os 
políticos seriam responsáveis pelas decisões relativas aos fins, ou seja, aos 
objetivos finais que uma sociedade deseja perseguir. Já os burocratas seriam 
responsáveis pelas decisões sobre os meios, sobre como alcançar tais fins. A 
visão desses autores, que podem ser enquadrados nas Teorias do Controle 
Político da burocracia, se baseia muito na afirmação de Woodrow Wilson, ex-
presidente dos EUA e que foi um dos pioneiros no estudo da administração 
pública por lá. Segundo ele, "políticos não devem se meter na administração, 
assim como administradores não devem se meter na política". 
Deve existir essa separação porque a definição dos fins é feita principalmente 
por meio da racionalidade substantiva (ética da convicção), enquanto
a 
escolha dos meios segue a racionalidade instrumental (ética da 
responsabilidade). Para entendê-las melhor, vamos ver os quatro tipos de 
ação social classificados por Weber: 
Estes dois tipos de ética se baseiam nos tipos de ação social. Segundo Weber, 
esta pode ser determinada: 
• De modo racional, referente a fins: por expectativas quanto ao 
comportamento de objetos do mundo exterior e de outras pessoas, 
utilizando essas expectativas como "condições" ou "meios" para 
alcançar fins próprios, ponderados e perseguidos racionalmente; 
• De modo racional referente a valores: pela crença consciente no valor 
- ético, estético, religioso - absoluto e inerente a determinado 
comportamento como tal, independentemente do resultado; 
• De modo afetivo, especialmente emocional: por afetos ou estados 
emocionais atuais; 
• De modo tradicional: por costume arraigado. 
Nas duas últimas temos a base dos tipos de dominação tradicional e 
carismática. Nas duas primeiras, temos a base da ética da responsabilidade e a 
da convicção, respectivamente. Assim, podemos dizer que estes dois tipos de 
ética também são relacionados com os tipos de racionalidade. A ética da 
convicção está tem como critério a racionalidade substantiva. Já a ética de 
responsabilidade corresponde tem como critério fundamental a racionalidade 
instrumental. 
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Podemos observar que a ação social racional referente a fins tem como 
princípio a escolha dos meios mais adequados para se alcançar determinado 
fim. Assim, as escolhas que são feitas aqui são sempre orientadas para a 
obtenção de um resultado. Já a ação social racional referente a valores tem 
como princípio o valor absoluto, não se preocupando com o resultado da ação. 
Segundo Weber: 
Age de maneira puramente racional referente a valores quem, sem 
considerar as consequências previsíveis, age a serviço de sua convicção 
sobre o que parecem ordenar-lhe o dever, a dignidade, a beleza, as 
diretivas religiosas. 
Assim, as escolhas são feitas com base num valor supremo. Chamada também 
de "ética das últimas finalidades", está alicerçada em valores inegociáveis, 
coerentes com princípios que devem ser seguidos cegamente pelos atores. 
Normalmente, são valores religiosos ou políticos. A ética da convicção é aquela 
que adota determinados valores como absolutos, por isso que ela recebe o 
nome de "ética do valor absoluto". Por exemplo, se não comer carne humana é 
um valor absoluto, não poderemos fazê-lo em nenhum momento. Assim, caso 
um grupo fique perdido na selva e seja necessário comer a carne de um dos 
integrantes que tenha falecido para que os outros sobrevivam, isto iria contra 
a ética da convicção. 
Weber afirma que os agentes, além de acreditarem firmemente em seus 
valores, estão convencidos de que suas funções, atividades e trabalho devem 
sustentar a validade e continuidade deles. O fim da ação (o valor) coincide com 
o meio utilizado para alcançá-lo: "isto é, em termos religiosos, o cristão faz o 
bem e deixa os resultados ao senhor". Dessa forma, na ação orientada racional 
referente a valores, o agente não se responsabiliza pelas consequências de 
suas ações, já que ele estava apenas obedecendo a um valor absoluto. De 
acordo com Weber: 
a ética absoluta simplesmente não pergunta quais as consequências. Esse 
ponto é decisivo. 
Podemos dizer que na ética da convicção os fins não justificam os meios, ou 
seja, quando formos adotar determinada ação, devemos considerar os atos de 
acordo com os valores que aceitamos como corretos. 
Já na ética da responsabilidade, os fins passam a justificar os meios. Por isso 
que ela é chamada por muitos de ética da conveniência, os valores não seriam 
considerados em todos os momentos. Assim, consiste em uma ética pela qual 
os agentes atuam de acordo com os desejos e fins almejados, 
independentemente dos meios que devem utilizar para alcançá-los. A máxima 
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da ética da responsabilidade é "dos males o menor" ou "fazer o melhor 
possível para o maior número de pessoas". 
No livro "A Escolha de Sofia", a personagem está presa em um campo de 
concentração com os dois filhos e é forçada a fazer uma escolha um pouco 
macabra: escolher um dos filhos para ser mandado para a câmara de gás. Se 
não escolhesse nenhum, iriam todos. Ela escolhe salvar o filho mais forte, que 
teria mais chances de sobreviver. Sua decisão foi baseada numa ética da 
responsabilidade, pois permitiu que um filho morresse para que o outro 
sobrevivesse. Ele foi contra um valor que na maioria das vezes seria absoluto 
para nós pais: não enviar o filho para a morte. 
A racionalidade instrumental se preocupa com o "como", sem questionar o 
porquê, ou seja, não analisa a validade do objetivo que está sendo perseguido, 
que saber apenas a forma mais eficiente de chegar até ele. 
Carlos Vasconcelos diferencia as duas éticas da seguinte forma: 
Racionalidade Instrumental: processo que acima de tudo visa resultados, 
fins específicos. Em última análise, esta racionalidade se resume em um 
cálculo de adequação meios-fins, onde os fins são dados a priori e a 
dinâmica do raciocínio se dirige à instrumentalização dos recursos para 
atingir esses fins; 
Racionalidade Substantiva: um processo diverso da adequação meio-fim e 
voltado, primordialmente, à elaboração de referências que servem de base 
para expectativas de valores, ao menos em tese, independentes das 
expectativas de sucesso imediato, gerando ações que se orientam para as 
propriedades intrínsecas dos atos. 
Segundo o autor, a razão instrumental é o próprio substrato das burocracias 
organizadas e, no domínio da teoria organizacional, o compromisso com a 
racionalidade instrumental leva a um falso pragmatismo - a busca desenfreada 
pelas soluções dos problemas organizacionais acaba por ocultar a essência dos 
mesmos, isto é, a sua razão de ser. 
A racionalidade substantiva consiste em processos de associação que 
permitem elaborar quadros de referências que acabam por resultar nos fins, 
objetivos e metas que serão operacionalizados pela racionalidade instrumental. 
Para Manhein, este tipo de racionalidade designa uma ação social derivada da 
capacidade reflexiva e crítica do indivíduo. Em princípio, a pessoa não está 
presa a objetivos. Muitos autores criticam a racionalidade instrumental porque 
ela limitaria a autonomia do indivíduo em questionar, ele estaria preso a 
modelos pré-concebidos. Segundo Guerreiro Ramos: 
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O movimento da transmutação da racionalidade substantiva - um atributo 
natural do ser humano que se manifesta pela utilização do senso ético e 
através da qual as pessoas pautavam suas ações - para a racionalidade 
instrumental, na qual prevalece a busca pelo sucesso individual, 
desprendido do julgamento ético e norteada pelo comportamento das 
pessoas através das leis de mercado - traz como resultado, à sociedade 
contemporânea, o fato de que o indivíduo se tornou uma criatura que se 
comporta, pois, na perspectiva da razão como produto social, a capacidade 
individual do julgamento ético foi transferida para comportamentos 
socialmente desejados. 
segundo Manhein: 
a racionalidade funcional está despojando o indivíduo de sua capacidade 
crítica e de sadio julgamento na proporção do desenvolvimento da 
industrialização, deixando ao mesmo pouca escolha além da desistência da 
própria autonomia e de sua própria interpretação dos eventos,
em favor 
daquilo que os outros lhe dão. 
A racionalidade funcional é outro nome da racionalidade instrumental. Vamos 
aplicar esses conceitos agora na nossa análise acerca da separação entre 
política e administração. 
Como afirma Vasconcelos, a racionalidade substantiva é voltada para a 
"elaboração de referências que servem de base para expectativas de valores", 
ou seja, é a partir dela que são definidos os objetivos, as referências que irão 
guiar a ações da administração pública. Essa racionalidade é típica dos 
políticos, a quem cabe definir os fins, pois foram escolhidos como 
representantes da sociedade e possuem legitimidade para isso. 
Já a burocracia parte da racionalidade instrumental, pois cabe a ela escolher os 
meios mais eficientes para alcançar os objetivos. Enquanto a escolha dos fins 
deve ser política, originada da disputa por parte dos grupos de interesse da 
sociedade, a escolha dos meios deve ser técnica, voltada para a eficiência. 
A partir do momento que a burocracia usurpa o poder político e passa a tomar 
decisões relativas a fins, há uma distorção. Ela estará utilizando uma 
racionalidade instrumental para definir os quadros de referência, por isso que 
muito colocam como uma disfunção da burocracia o fato dela ser "auto-
referida", ou seja, ela mesma estaria definindo os objetivos a serem 
perseguidos. Segundo Humberto Falcão Martins: 
A implementação burocrática do estado moderno, segundo um enfoque 
weberiano, deu-se no domínio preponderante da racionalidade funcional, 
instrumentalizando premissas de valor definidas fora de seu alcance, na 
arena política. A burocracia weberiana se caracteriza essencialmente por ser 
uma instância micro-social fundada exclusivamente na racionalidade 
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funcional, que lida com fatos, não valores, e meios, não fins. Os políticos 
estabelecem valores na arena da barganha política enquanto que os 
burocratas, em contrapartida, são "agentes neutros" cuja tarefa é executar, 
com precisão técnica e imparcialidade, as deliberações que emergem 
daquela barganha. Política e administração, fins e meios, valor e fato, são 
radicalmente separados nesta perspectiva porque os sistemas burocráticos 
seriam incapazes de processar finalidades e, mesmo se o fossem, tenderiam 
a sobrepor suas regras operacionais às finalidades, numa frontal 
descaracterização da política. 
O modelo burocrático de administração é criticado por muitas teorias do século 
XX devido a esse caráter de interferência burocrática nas decisões políticas. E 
por isso que se fala que o modelo gerencial tentaria retomar a racionalidade 
substantiva, retirando dos burocratas a escolha dos fins. Eles teriam ampla 
autonomia, mas na escolha dos meios. Os objetivos devem estar muito 
claramente definidos. Ainda segundo Martins: 
A disfunção estrutural mais comumente atribuída ao contexto da crise da 
administração pública consiste na inversão dialética da racionalidade 
burocrática. Primeiro, no sentido de que embora formatada para processar 
meios, adquiriu uma responsabilidade deliberativa maior que sua 
capacidade. Segundo, como consequência, passou a deliberar segundo sua 
ótica exclusivamente instrumental, sobrepondo-se à política e à sociedade. 
Racionalidade Substantiva 
Ética da Convicção 
Racionalidade Instrumental 
Ética da Responsabilidade 
• Ética do valor absoluto; das 
últimas finalidades; 
• Os fins não justificam os meios; 
• Analisa as propriedades 
intrínsecas dos atos; 
• Não se preocupa com as 
consequências; 
• Típica dos políticos - definição dos 
fins. 
• Racionalidade funcional, do meio 
mais eficiente para certo objetivo; 
• Os fins justificam os meios; 
• Foca no como, sem questionar o 
porquê; 
• Olha para as consequências: fazer 
o melhor para mais pessoas; 
• Típica dos burocratas - definição 
dos meios. 
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1.3 SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL 
O Sistema de gestão da ética do Poder Executivo Federal brasileiro deve ser 
entendido de forma separada dos demais poderes e esferas de governo, uma 
vez que estes têm independência e gestão própria. 
Este sistema pode ser relacionado com o art. 30 do DL 200, que vimos na 
página 06 da aula 03. Vimos que o DL organizou a administração pública na 
forma de sistemas, buscando coordenar as atividades-meio dos diferentes 
órgãos. Haveria um órgão central do sistema, que teria as funções de 
orientação normativa, supervisão técnica e fiscalização. 
O Sistema de gestão ética evoluiu, especialmente na última década, a partir do 
momento em que houve a criação da Comissão de Ética Pública (CEP), através 
do Decreto sem número de 26 de maio de 1999. 
Inicialmente, a CEP procurou definir um padrão ético focado na Alta 
Administração Pública Federal, representado pelo Código de Conduta da Alta 
Administração Federal. A razão para que se iniciassem os trabalhos pela alta 
administração se baseia no fato de que a conduta dessas autoridades, 
ocupantes dos mais elevados postos da estrutura do Estado, serve como 
exemplo a ser seguido pelos demais servidores públicos. Estes, embora 
sujeitos às diversas normas fixadoras de condutas exigíveis, tais como o 
Estatuto do Servidor Público Civil, a Lei de Improbidade e o próprio Código 
Penal Brasileiro, além de outras de menor hierarquia, ainda assim, sempre se 
sentirão estimulados por demonstrações e exemplos de seus superiores. 
O Decreto que criou a CEP foi praticamente revogado pelo Decreto 6.029 de 
2007, que instituiu o Sistema de Gestão Ética do Poder Executivo Federal: 
Art. 1° Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo 
Federal com a finalidade de promover atividades que dispõem sobre a 
conduta ética no âmbito do Executivo Federal, competindo-lhe: 
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública; 
II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a 
transparência e o acesso à informação como instrumentos fundamentais 
para o exercício de gestão da ética pública; 
III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e 
interação de normas, procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética 
pública; 
IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de 
incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão da ética 
pública do Estado brasileiro. 
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Fazem parte do Sistema: 
Art. 2° Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal: 
I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo Decreto de 26 de maio 
de 1999; 
II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho 
de 1994; e 
III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos 
do Poder Executivo Federal. 
A CEP é integrada por sete brasileiros que preenchem os requisitos de 
idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência em administração 
pública, designados pelo Presidente da República, para mandatos de três anos, 
não coincidentes, permitida uma única .recondução. A atuação no âmbito da 
CEP não enseja qualquer remuneração para seus membros e os trabalhos nela 
desenvolvidos são considerados prestação de relevante serviço público. O 
Presidente da CEP tem o voto de qualidade nas deliberações da Comissão. 
À CEP compete atuar como instância consultiva do Presidente da República e 
Ministros de
Estado em matéria de ética pública; administrar a aplicação do 
Código de Conduta da Alta Administração Federal, devendo submeter ao 
Presidente da República medidas para seu aprimoramento; dirimir dúvidas a 
respeito de interpretação de suas normas, deliberando sobre casos omissos; 
apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo com as 
normas nele previstas, quando praticadas pelas autoridades a ele submetidas; 
dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal; coordenar, 
avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder 
Executivo Federal; aprovar o seu regimento interno; e escolher o seu 
Presidente. 
1.4 CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL 
O Código de Conduta da Alta Administração Federal tem uma concentração 
expressiva no tema conflito de interesses. A razão disso pode ser explicada no 
fato de que, de modo geral, todos os países democráticos enfrentam crescente 
ceticismo da opinião pública a respeito do comportamento dos administradores 
públicos e da classe política. Essa tendência parece estar ligada principalmente 
a mudanças estruturais do papel do Estado como regulador da atividade 
econômica e como poder concedente da exploração, por particulares, de 
serviços públicos antes sob regime de monopólio estatal. Em consequência, o 
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setor público passou a depender cada vez mais do recrutamento de 
profissionais oriundos do setor privado, o que exacerbou a possibilidade de 
conflito de interesses e a necessidade de maior controle sobre as atividades 
privadas do administrador público. 
As normas deste Código aplicam-se às seguintes autoridades públicas: 
1. Ministros e Secretários de Estado; 
2. Titulares de cargos de natureza especial, secretários-executivos, 
secretários ou autoridades equivalentes ocupantes de cargo do 
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível seis; 
3. Presidentes e diretores de agências nacionais, autarquias, inclusive 
as especiais, fundações mantidas pelo Poder Público, empresas 
públicas e sociedades de economia mista. 
É previsto no CCAAF que no exercício de suas funções, as autoridades públicas 
devem pautar-se pelos padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à 
integridade, à moralidade, à clareza de posições e ao decoro, com vistas a 
motivar o respeito e a confiança do público em geral. Os padrões éticos são 
exigidos da autoridade pública na relação entre suas atividades públicas e 
privadas, de modo a prevenir eventuais conflitos de interesses. 
No CCAAF há diversas previsões relativas à situação patrimonial. 
Art. 4° Além da declaração de bens e rendas de que trata a Lei no 8.730, de 10 de 
novembro de 1993, a autoridade pública, no prazo de dez dias contados de sua 
posse, enviará à Comissão de Ética Pública - CEP, criada pelo Decreto de 26 de 
maio de 1999, publicado no Diário Oficial da União do dia 27 subsequente, na 
forma por ela estabelecida, informações sobre sua situação patrimonial que, real 
ou potencialmente, possa suscitar conflito com o interesse público, indicando o 
modo pelo qual irá evitá-lo. 
Art. 5° As alterações relevantes no patrimônio da autoridade pública deverão ser 
imediatamente comunicadas à CEP, especialmente quando se tratar de: 
I - atos de gestão patrimonial que envolvam: 
a) transferência de bens a cônjuge, ascendente, descendente ou parente na linha 
colateral; 
b) aquisição, direta ou indireta, do controle de empresa; ou 
c) outras alterações significativas ou relevantes no valor ou na natureza do 
patrimônio; 
II - atos de gestão de bens, cujo valor possa ser substancialmente alterado por 
decisão ou política governamental. 
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§ 1° É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado 
por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade pública 
tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função, inclusive 
investimentos de renda variável ou em commodities, contratos futuros e moedas 
para fim especulativo, excetuadas aplicações em modalidades de investimento que 
a CEP venha a especificar. 
Há previsões também no que se refere à remuneração. 
Art. 7° A autoridade pública não poderá receber salário ou qualquer outra 
remuneração de fonte privada em desacordo com a lei, nem receber transporte, 
hospedagem ou quaisquer favores de particulares de forma a permitir situação 
que possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade. 
Parágrafo único. É permitida a participação em seminários, congressos e eventos 
semelhantes, desde que tornada pública eventual remuneração, bem como o 
pagamento das despesas de viagem pelo promotor do evento, o qual não poderá 
ter interesse em decisão a ser tomada pela autoridade. 
O tema recebimento de presentes também foi previsto no Código. 
Art. 9° É vedada à autoridade pública a aceitação de presentes, salvo de 
autoridades estrangeiras nos casos protocolares em que houver reciprocidade. 
Parágrafo único. Não se consideram presentes para os fins deste artigo os brindes 
que: 
I - não tenham valor comercial; ou 
II - distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia, 
propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas 
comemorativas, não ultrapassem o valor de R$ 100,00 (cem reais). 
As divergências entre autoridades públicas são resolvidas internamente, 
mediante coordenação administrativa, não lhes cabendo manifestar-se 
publicamente sobre matéria que não seja afeta a sua área de competência. É 
vedado à autoridade pública opinar publicamente a respeito da honorabilidade 
e do desempenho funcional de outra autoridade pública federal e do mérito de 
questão que lhe será submetida, para decisão individual ou em órgão 
colegiado. 
Em relação a expressar sua opinião: 
Art. 12. É vedado à autoridade pública opinar publicamente a respeito: 
I - da honorabilidade e do desempenho funcional de outra autoridade pública 
federal; e 
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II - do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão individual ou em 
órgão colegiado. 
Há regras ainda a respeito do momento posterior à saída do cargo, durante o 
período de "quarentena": 
Art. 14. Após deixar o cargo, a autoridade pública não poderá: 
I - atuar em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, inclusive 
sindicato ou associação de classe, em processo ou negócio do qual tenha 
participado, em razão do cargo; 
II - prestar consultoria a pessoa física ou jurídica, inclusive sindicato ou 
associação de classe, valendo-se de informações não divulgadas 
publicamente a respeito de programas ou políticas do órgão ou da entidade 
da Administração Pública Federal a que esteve vinculado ou com que tenha 
tido relacionamento direto e relevante nos seis meses anteriores ao 
término do exercício de função pública. 
Art. 15. Na ausência de lei dispondo sobre prazo diverso, será de quatro 
meses, contados da exoneração, o período de interdição para atividade 
incompatível com o cargo anteriormente exercido, obrigando-se a 
autoridade pública a observar, neste prazo, as seguintes regras: 
I - não aceitar cargo de administrador ou conselheiro, ou estabelecer 
vínculo profissional com pessoa física ou jurídica com a qual tenha mantido 
relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores
à 
exoneração; 
II - não intervir, em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, 
junto a órgão ou entidade da Administração Pública Federal com que tenha 
tido relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores à 
exoneração. 
Em relação às penalidades: 
Art. 17. A violação das normas estipuladas neste Código acarretará, 
conforme sua gravidade, as seguintes providências: 
I - advertência, aplicável às autoridades no exercício do cargo; 
II - censura ética, aplicável às autoridades que já tiverem deixado o cargo. 
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela 
CEP, que, conforme o caso, poderá encaminhar sugestão de demissão à 
autoridade hierarquicamente superior. 
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1.5 CÓDIGO DE ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER 
EXECUTIVO FEDERAL 
0 Decreto 1.171 de 22 de junho de 1994 aprovou Código de Ética Profissional 
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Portanto, ele aplica-se 
apenas ao Poder Executivo Federal, e não se aplica aos Poderes Judiciário e 
Legislativo, nem a Estados e Municípios. Contudo, o Código alcança, além da 
administração direta, também a indireta: autarquias, fundações, empresas 
públicas e sociedades de economia mista. 
Vamos dar uma olhada no Código de Ética: 
Regras Deontológicas 
A primeira seção trata das "regras deontológicas". Segundo o Dicionário 
Houaiss, deontológico significa: 
Conjunto de deveres profissionais de qualquer categoria profissional 
minuciados em códigos específicos 
São as regras fundadas na moral e no tratado dos deveres. As regras 
deontológicas são as seguintes: 
1 - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios 
morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no 
exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da 
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão 
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. 
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua 
conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e 
o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas 
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no 
art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. 
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o 
bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem 
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do 
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. 
IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta 
ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como 
contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como 
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elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como 
consequência, em fator de legalidade. 
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve 
ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como 
cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado 
como seu maior patrimônio. 
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se 
integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos 
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou 
diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse 
superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em 
processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de 
qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, 
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, 
imputável a quem a negar. 
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou 
falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou 
da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre 
o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre 
aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. 
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço 
público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga 
seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da 
mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, 
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa 
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa 
vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus 
esforços para construí-los. 
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que 
compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de 
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não 
caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas 
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. 
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus 
superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a 
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios 
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tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência 
no desempenho da função pública. 
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de 
desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem 
nas relações humanas. 
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, 
respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber 
colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o 
crescimento e o engrandecimento da Nação. 
Podemos perceber que estas regras dão bastante atenção ao Princípio da 
Moralidade. Não basta a atuação do servidor público ser legal, é preciso 
também que ela também busque sempre o interesse público e que se baseie 
na honestidade. 
Deveres do Servidor Público 
A Seção II traz os deveres do servidor público. A Lei 8.112/90 também traz 
deveres do servidor público, só que estatutário. 
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: 
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público 
de que seja titular; 
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou 
procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, 
principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na 
prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim 
de evitar dano moral ao usuário; 
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu 
caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e 
a mais vantajosa para o bem comum; 
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão 
dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; 
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de 
comunicação
e contato com o público; 
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se 
materializam na adequada prestação dos serviços públicos; 
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g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a 
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, 
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, 
cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, 
de causar-lhes dano moral; 
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra 
qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder 
Estatal; 
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, 
interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou 
vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e 
denunciá-las; m 
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa 
da vida e da segurança coletiva; 
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca 
danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; 
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato 
contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; 
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos 
mais adequados à sua organização e distribuição; 
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do 
exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; 
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da 
função; 
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação 
pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; 
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as 
tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança 
e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. 
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; 
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam 
atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos 
usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; 
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u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade 
com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as 
formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; 
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência 
deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. 
Das Vedações ao Servidor Público 
XV - É vedado ao servidor público; 
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e 
influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; 
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos 
que deles dependam; 
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou 
infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; 
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito 
por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; 
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu 
conhecimento para atendimento do seu mister; 
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou 
interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os 
jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou 
inferiores; 
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda 
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer 
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua 
missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; 
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para 
providências; 
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em 
serviços públicos; 
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; 
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer 
documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; 
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m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu 
serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; 
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; 
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a 
honestidade ou a dignidade da pessoa humana; 
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a 
empreendimentos de cunho duvidoso. 
Comissões de Ética 
O Decreto 1.171/94 dispôs sobre as comissões de ética: 
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e 
indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à 
plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da 
respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados 
titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. 
Já o Código de Ética dispôs que: 
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, 
indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que 
exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma 
Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética 
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio 
público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de 
procedimento susceptível de censura. 
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados 
da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua 
conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos 
os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. 
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de 
censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por 
todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. 
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por 
servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato 
jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, 
ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente 
a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, 
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as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. 
2 Controle da Administração Pública 
Segundo Zanela Di'Pietro, o controle da Administração Pública, seja ele interno 
ou externo, é: 
o poder de fiscalização e correção que sob ela exercem os órgãos dos 
Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a 
conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo 
ordenamento jurídico. 
Esse controle é
exercido não só sobre os órgãos do Poder Executivo, mas 
também do Legislativo e do Judiciário, quando exerçam atividades 
administrativas. Portanto, este controle abrange a Administração Pública em 
sentido amplo, ou seja, tanto os órgãos governamentais quanto os 
administrativos. 
A finalidade desse controle é garantir que sejam observados os princípios 
administrativos, como os previstos no art. 37 da CF88 - legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
O controle pode ser classificado de acordo com o órgão que o exerce, como 
administrativo, legislativo ou judicial. Também podemos falar em controle 
social, que é o controle exercido diretamente pela sociedade. 
Também pode ser classificado de acordo com o momento em que é exercido. O 
controle prévio ocorre antes da prática dos atos administrativos. Também 
chamado de preventivo ou a priori, ocorre quando a o ato ainda não entrou em 
vigor, ou seja, encontra-se em processo de formação, através da autorização 
prévia. É o controle que se exerce como condição para que o ato adquira 
eficácia. Como exemplo, temos os seguintes dispositivos constitucionais: 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, 
a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele 
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei 
complementar; 
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se 
ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; 
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; 
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XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de 
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; 
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas 
com área superior a dois mil e quinhentos hectares. 
O controle concomitante é realizado durante a realização do ato administrativo, 
acompanhando-o. Também chamado de Pari Passu, caracteriza-se pelo fato de 
o controle ser efetuado no momento em que a conduta administrativa está 
sendo praticada. Há nos dias atuais uma grande tendência de a fiscalização 
acompanhar - quase em tempo real - o processamento da despesa pública. 
Temos como exemplo o acompanhamento da execução orçamentária. O 
Tribunal de Contas da União prevê o acompanhamento em seu Regimento 
Interno: 
Art. 241. Acompanhamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo 
Tribunal para: 
I - examinar, ao longo de um período predeterminado, a legalidade e a 
legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, 
quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; e 
II - avaliar, ao longo de um período predeterminado, o desempenho dos 
órgãos e entidades jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas, 
projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de 
economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados. 
Por fim, o controle a posteriori, ou repressivo, busca avaliar atos já praticados, 
quando o ato já provoca seus efeitos. É a forma mais comum de controle dos 
gastos públicos. Tal controle posterior tem como objetivo corrigir, desfazer ou 
apenas confirmar os atos já praticados. 
Outra classificação importante do controle é a diferenciação entre interno e 
externo. O primeiro se realiza dentro do próprio poder, já o segundo ocorre na 
relação entre os três poderes, dentro do princípio da separação dos poderes. 
2.1 CONTROLE EXTERNO 
A teoria da divisão dos poderes, de Montesquieu, se baseia em dois pilares. De 
um lado, parte-se da ideia central de que uma mesma unidade não pode 
exercer mais de uma função estatal. O Executivo e o Legislativo não podem ser 
exercidos por uma mesma unidade porque esta poderia instituir leis tirânicas 
para executá-las tiranicamente. Se o Judiciário estivesse ligado ao Legislativo, 
o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz 
seria legislador. Estando ligado ao Executivo, o juiz poderia ter a força de um 
opressor. 
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Tudo isso corresponde à primeira dimensão da divisão dos poderes de 
Montesquieu: atribuir as distintas funções estatais a distintas unidades 
decisórias. Mas, logo Montesquieu se dá conta da limitação dessa formulação, 
porque simplesmente mantendo a exclusividade das distintas funções estatais 
em favor de distintas unidades decisórias, logo haverá a possibilidade de que 
uma das unidades se imponha às demais. A solução que ele oferece é a criação 
de mecanismos que forneçam uma necessária relação entre as unidades 
estatais no desempenho de suas funções. Assim, por exemplo, o controle do 
Legislativo sobre a execução das leis, as interferências do Executivo na 
duração e no momento da reunião da unidade legislativa, a realização de 
certos julgamentos por parte do legislativo, e o poder, em favor do executivo, 
de vetar as leis aprovadas no legislativo. Temos aqui o sistema de "freios e 
contrapesos", que visa a assegurar um equilíbrio na atuação dos três Poderes, 
sem sobreposição de qualquer deles em relação aos demais. 
Segundo a CF88: 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, 
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções 
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 
Temos aqui o controle externo exercido pelo Congresso Nacional, que abrange 
a fiscalização COFOP - contábil, orçamentária, financeira, operacional e 
patrimonial. 
A fiscalização Contábil está relacionada à aplicação dos recursos públicos 
conforme as técnicas contábeis, verificando se os balanços e demonstrativos 
contábeis dos órgãos e entidades da Administração Pública refletem as 
variações econômico-financeiras de seu patrimônio, bem como o resultado 
financeiro do exercício, em conformidade com os princípios da contabilidade 
pública. 
Já o aspecto Financeiro está relacionado ao fluxo de recursos (ingressos e 
saídas) geridos pelo administrador, independentemente de serem ou não 
recursos orçamentários. Enquanto o aspecto Orçamentário analisa a aplicação 
dos recursos públicos conforme as leis orçamentárias, acompanhando a 
arrecadação dos recursos e sua aplicação. 
A fiscalização Operacional está relacionada à verificação do cumprimento de 
metas, resultados, eficácia e eficiência da gestão dos recursos públicos, busca 
analisar o desempenho dos gestores públicos. Esta é uma novidade da CF88, 
pelo meio da qual é feito o acompanhamento da execução dos projetos e 
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programas governamentais. Com este tipo de fiscalização, o TCU afastou-se do 
estrito controle de legalidade para adentrar a aspectos ligados ao mérito das 
decisões dos gestores da Administração. Assim, não basta verificar se a 
despesa cumpriu as formalidades legais e sim se a gestão de recursos foi 
eficaz e eficiente. 
Por fim, o aspecto Patrimonial está relacionado ao controle e conservação dos 
bens públicos. Aqui o conceito de patrimônio é bastante amplo, envolvendo 
também, além dos bens dominiais, os bens de uso do povo, neles incluído o 
próprio meio ambiente. Também em relação ao aspecto patrimonial temos as 
privatizações, ou seja,
de alienações do Patrimônio Público, de sorte que 
caberá aos órgãos de controle avaliar a regularidade da operação. 
Ainda segundo a CF88: 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública 
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, 
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome 
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
Estes aspectos são os relacionados às pessoas sujeitas à fiscalização. Todas as 
pessoas, FÍSICAS ou JURÍDICAS, PÚBLICAS ou PRIVADAS, estão obrigadas a 
prestar contas em razão de UTLIZAREM, ARRECADAREM, GUARDAREM 
GERENCIAREM ou ADMINISTRAREM bens e valores públicos. 
Não interessa se a pessoa que está administrando os recursos públicos 
pertença à Administração Pública. O que importa, para efeito de incidência da 
fiscalização e do controle, é que os recursos sejam públicos. 
Voltando à CF88: 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
O controle externo do Congresso Nacional é realizado com o auxílio do Tribunal 
de Contas da União. Mas então, o TCU é uma entidade subordinada ao 
Legislativo? Para o concurso, temos que entender que o TCU é um órgão 
auxiliar, mas sem subordinação ao Legislativo. É um órgão independente, 
integrante da administração direta. 
Como competências do TCU, a CF88 estabelece: 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, 
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a 
contar de seu recebimento; 
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por 
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, 
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incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder 
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio 
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de 
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as 
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das 
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as 
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato 
concessório; 
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de 
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas 
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e 
demais entidades referidas no inciso II; 
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo 
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do 
tratado constitutivo; 
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União 
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a 
Estado, ao Distrito Federal ou a Município; 
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por 
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, 
sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; 
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou 
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, 
entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; 
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências 
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; 
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a 
decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; 
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos 
apurados. 
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A informação mais importante do inciso I é que o TCU não JULGA as contas do 
Presidente. Ele somente emite parecer prévio sobre elas. O responsável pelo 
julgamento é o Congresso Nacional, conforme o art. 49 da CF. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e 
apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; 
2.2 CONTROLE INTERNO 
Para José Afonso da Silva: 
A constituição estabelece que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, 
manterão, de forma integrada, o controle interno. Trata-se de controle de 
natureza administrativa, exercido sobre funcionários encarregados de 
executar os programas orçamentários e da aplicação do dinheiro público, 
por seus superiores hierárquicos: ministros, diretores, chefes de divisão etc. 
Segundo Hely Lopes Meirelles: 
O controle Interno objetiva a criação de condições indispensáveis à eficácia 
do controle externo e visa a assegurar a regularidade da realização da 
receita e da despesa, possibilitando o acompanhamento da execução do 
orçamento, dos programas de trabalho e a avaliação dos respectivos 
resultados. É, na sua plenitude, um controle de legalidade, conveniência, 
oportunidade e eficiência. 
O controle interno é o que cada Poder exerce sobre seus próprios atos. Esse 
controle normalmente é feito pelo sistema de auditoria, que acompanha a 
execução do orçamento, verifica a legalidade na aplicação do dinheiro público e 
auxilia o Tribunal de Contas no exercício de sua missão institucional. 
Podemos observar que Meirelles inclui no controle interno o controle de 
conveniência e oportunidade, que estão ligados ao mérito do ato 
administrativo. Segundo a Súmula n° 473 do STF: 
A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios 
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, 
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos 
adquiridos, e ressalvada, em qualquer caso, a apreciação judicial. 
Temos aqui a autotulela administrativa. Já o sistema de controle interno 
consiste na ação realizada por órgão com essa atribuição, integrante da 
estrutura administrativa. Segundo a CF88: 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma 
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: 
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I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a 
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; 
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e 
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e 
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos 
públicos por entidades de direito privado; 
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem 
como dos direitos e haveres da União; 
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
Assim, cada um dos poderes terá um sistema de controle interno, e esse 
sistema se exercerá de forma integrada entre os três poderes. 
As competências dos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do 
Poder Executivo Federal estão definidas no Decreto 3.591/2000: 
Art. 11. Compete à Secretaria Federal de Controle Interno: 
I - propor ao Órgão Central a normatização, sistematização e padronização

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