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Curso de Português no Ensino Médio

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Prévia do material em texto

1 
APRESENTAÇÃO 
 
Caro (a) aluno (a), 
 
 Você está iniciando seu curso de Português no Ensino Médio, seja bem-
vindo ! 
 Queremos caminhar ao seu lado para auxiliá-lo e juntos fazer 
descobertas e vencer novos desafios. 
 Sabemos que a Língua Portuguesa está presente em nosso dia-a-dia, em 
nossa comunicação, portanto é importante que saibamos usá-la e interpretá-la 
corretamente para compreendermos melhor o mundo em que vivemos. 
 Pensando nisso é que elaboramos 13 módulos contendo: 
 ▪ Literatura Brasileira 
 ▪ Leitura e Produção de Texto 
 ▪ Estudo da Norma Padrão (gramática) 
 Lembre-se: o seu esforço e a sua dedicação são os fatores mais 
importantes para o seu desenvolvimento e crescimento pessoal. 
 Desejamos que você consiga vencer ainda mais facilmente o desafio 
desse mundo em constante evolução. 
 Estamos aqui para colaborar com esse desafio. 
 Então vamos começar ! 
 Boa sorte ! 
 
Equipe de Português : 
 
Cristiane, Ilza, Ivânia, Maura e Sandra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
 Como estudar Português 
 
 INSTRUÇÕES 
 
 
 
 
 
1. Leia atentamente todos os assuntos dos módulos; 
 
2. Se houver necessidade, para assimilar melhor o assunto, faça as atividades em seu 
caderno. NÃO ESCREVA E NEM RASURE A APOSTILA, pois você a trocará e 
outro aluno irá usá-la; 
 
3. Depois que você terminar as atividades, consulte o gabarito de respostas que está 
no final da apostila. Você que irá corrigir os exercícios; 
 
4. Consulte o dicionário quando encontrar uma palavra desconhecida; 
 
5. As redações devem ser feitas com capricho ! Não se esqueça de fazer um rascunho 
antes da redação final. 
 
6. Para se submeter às avaliações, você deverá apresentar tudo o que foi solicitado, em 
seu caderno. 
 
7. Sempre que houver dúvidas, procure esclarecê-las com o professor; 
 
8. Freqüente a biblioteca da escola e utilize os recursos que nela estão disponíveis. 
 
Bom estudo ! Bom aproveitamento ! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
MÓDULOS 05 E 06 
 
 
 
ÍNDICE 
 
Literatura Brasileira 
 
� Romantismo – Poesia.....................................................mód. 05 
 Romantismo – Prosa.......................................................mód. 06 
 
Leitura e interpretação de texto 
 
� Texto descritivo 1.............................................................mód. 05 
 Texto descritivo 2.............................................................mód. 06 
 
Estudando a norma padrão 
 
� Termos integrantes da oração..........................................mód. 05 
 Termos acessórios da oração...........................................mód. 06 
 Termos independentes da oração.....................................mód. 06 
 
 
 
 
 
� 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
ROMANTISMO 
 
 
 Dá-se o nome de Romantismo ao período literário que durou desde 1836 a 1881 (séc. 
XIX). 
 
 Mas, você saberia diferenciar o termo romantismo da escola literária Romantismo? 
 
 Não!!! 
 
 Então, antes de mais nada, é necessário fazer uma distinção entre essas palavras. 
 
 A palavra romantismo é o comportamento caracterizado pelo sonho, pelo devaneio, por 
uma atitude emotiva diante das coisas, que pode ocorrer em qualquer época da história. É 
nesse sentido que se fala, hoje, em música, cinema e telenovela romântica. 
 
 O movimento histórico Romantismo designa uma tendência geral da vida e da arte; é 
um estilo delimitado no tempo, um estilo de época do século XIX. 
 Nesse período, mais que em qualquer outro, o artista procurou focalizar em suas obras 
um dos mais nobres sentimentos de ser humano que é o amor. Nunca antes, na história 
literária, o sentimento amoroso fora tão valorizado. 
 
 
 
 
 
 São inúmeras as características do Romantismo, uma vez que a liberdade e a 
independência, que estão no fundamento da atitude romântica, tornam o período rico e variado. 
 Influenciados por fatos sociais e políticos, o artista romântico volta-se para seu interior e, 
numa atitude individualista, retrata uma realidade criada pela sua imaginação e emoção. 
 Daí surgem algumas características do Romantismo brasileiro, que veremos a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO 
 5 
1. Subjetivismo 
 
 É o culto do “eu”, pois o artista expressa seus sentimentos, sonhos e emoções de 
forma individualista, contrapondo-se ao universalismo da era Clássica. 
 
 “Acordo do meu sonho tormentoso 
 E choro o meu sonhar! 
 E fecho os meus olhos, e de novo intento 
 O sonho reatar. 
 (...)”. 
(Gonçalves Dias) 
 
2. Sentimentalismo 
 
 A razão cede lugar à emoção. Há a supervalorização do amor e aparece, às vezes, a 
religiosidade. 
 
 “Lerás porém algum dia 
 Meus versos d’alma arrancados 
 D’amargo pranto banhados, 
 Com sangue escritos...” 
(Gonçalves Dias) 
 
3. Nacionalismo 
 
 Retrata a supervalorização da terra, do índio (indianismo), a exaltação da natureza, o 
saudosismo (volta ao passado do Brasil-Colônia). 
 Observe alguns desses traços nacionalistas presentes nessa estrofe do poema 
“Canção do Exílio”. 
 
“Minha terra tem palmeiras 
 Onde canta o sabiá 
As aves que aqui gorjeiam 
 Não gorjeiam como lá.” 
(Gonçalves Dias) 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
4. Idealização 
 
 Do herói - o índio brasileiro é dotado de valores e ações tais quais os heróis europeus 
medievais. A exaltação de valores, às vezes, está além das limitações humanas. 
 
“Valente na guerra 
 Quem há como eu sou? 
 (...) 
Quem golpes daria 
 Fatais como eu dou?” 
(Gonçalves Dias) 
 
 Do mundo – o artista busca refúgio num mundo imaginário, na morte. O desejo de 
evasão, de fuga da realidade se manifesta. 
 
 “Por isso, é morte, eu amo-te e não temo. 
 Por isso, é morte, eu quero-te comigo. 
 Leva-me à região da paz horrenda 
 Leva-me ao nada, leva-me contigo.” 
(Junqueira Freire) 
 
 Da mulher – é retratada como sendo pura, angelical, carinhosa, inatingível, criada 
pela imaginação do artista. 
 
“Se uma lágrima as pálpebras me inunda, 
 Se um suspiro nos seios treme ainda 
 É pela virgem que sonhei... que nunca 
 Aos lábios me encostou a face linda!” 
(Álvares de Azevedo) 
 
5. Liberdade de expressão 
 
 Os poetas abandonam valores, idéias de caráter universal e se expressam de acordo 
com as suas emoções e desejos. 
 Quanto à forma, a poesia abandona o rigor clássico da métrica, da rima e apresenta 
uma linguagem mais simples, coloquial. 
 
 
 
 
 
 7 
 
 “Não sabes criança? Estou louco de amores... 
 Prendi meus afetos, formosa Pepita. 
Mas, onde? No templo, no espaço, nas névoas 
 Não rias, prendi-me 
Num laço de fita.” 
 (Castro Alves) 
 
 
 Essas características fundem-se em momentos e obras distintos durante o período 
romântico. Para facilitar o estudo do Romantismo, vamos dividi-lo em poesia e prosa. 
 
 
ROMANTISMO– POESIA 
 
 O período romântico dedicado à poesia é dividido em três momentos. 
 São eles: 
� PRIMEIRA GERAÇÃO 
� SEGUNDA GERAÇÃO 
� TERCEIRA GERAÇÃO 
 
Vamos, agora, ver cada uma dessas gerações separadamente. 
 
 
 
 
 
 Os escritores dessa geração dão preferência a temas nacionalistas, indianistas, 
religiosos. 
 
 
 Autor de destaque: Gonçalves Dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRIMEIRA GERAÇÃO : NACIONALISTA OU INDIANISTA 
 8 
Observe como Gonçalves Dias abordou a temática nacionalista, exaltando a pátria 
através de elogios à natureza e idealizando a figura indígena: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Nosso céu tem mais estrelas, 
 Nossas várzeas têm mais flores, 
 Nossos bosques têm mais vida, 
 Nossa vida mais amores.” 
 
“Um dia vivemos! 
O homem que é forte 
Não tema da morte; 
Só teme fugir; 
No arco que entesa 
Tem certa uma presa, 
Quer seja tapuia, 
Condor ou tapir.” 
 
AUTOR E OBRA 
Gonçalves Dias (1823-1864) 
 Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias, Maranhão. Era filho de 
um comerciante português e de uma cafuza (mestiça de negro e índio). 
 Fez seus primeiros estudos na sua cidade natal e depois foi para 
Coimbra cursar Direito. Lá, iniciou suas atividades literárias e escreveu, 
entre outros o poema “Canção do Exílio”. 
 Em 1845, quando retornou ao Brasil, publicou sua primeira obra 
verdadeiramente romântica: “Primeiros Cantos”. 
 Viveu uma grande paixão por Ana Amélia a quem lhe fora negado o 
casamento por preconceito racial; afinal, ele era um mestiço. 
 Em 1862, retornou à Europa em busca de tratamento. 
 De volta ao Brasil, morreu num naufrágio de navio, próximo ao 
Maranhão. 
 
 9 
 
 
 
 
 
 É chamada de ultra-romântica ou byroniana devido a influência de Lord Byron, poeta 
inglês que tinha o pessimismo como temática em suas obras. 
 Marcada por profundo sentimentalismo, os escritores desta geração preferiam temas que 
abordassem a morte, a solidão, a tristeza o mistério e o sonho. Por isso, ficou conhecida, 
também, como geração “mal-do-século”. 
 
 
 Autor de destaque: Álvares de Azevedo. 
 
 
 Leia agora, um fragmento do poema “Adeus, meus sonhos!” de Álvares de Azevedo, onde 
o poeta, numa atitude pessimista, deseja a morte como solução para seus amores e sonhos 
não concretizados. 
 
 
 
ADEUS, MEUS SONHOS! 
 
 
 
“Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! 
 Não levo da existência uma saudade! 
 E a tanta vida que meu peito enchia 
 Morreu na minha triste mocidade! 
 (...) 
 
 Que resta, meu Deus? Morra comigo 
 A estrela de meus cândidos amores 
 Já que não levo no meu peito morto 
 Um punhado sequer de murchas flores!” 
 
 
 
 
 
 
SEGUNDA GERAÇÃO: ULTRA-ROMÂNTICA OU BYRONIANA 
 10
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Agora vamos ler e analisar um poema de Álvares de Azevedo. 
 
Se eu morresse amanhã 
 
Se eu morresse amanhã, viria ao menos 
 Fechar meus olhos minha triste irmã ; 
 Minha mãe de saudades morreria 
 Se eu morresse amanhã ! 
 
 
 
AUTOR E OBRA 
Álvares de Azevedo (1831-1852) 
 
 Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo. Era o 
segundo filho de uma família de classe média. 
 Aos três anos, deparou-se com a morte do irmão recém-nascido, 
restando-lhe apenas a irmã a quem se refere, muitas vezes, em seus 
poemas. 
 Aos dezesseis anos, iniciou sua produção literária. Morreu antes 
de completar vinte e um anos, no Rio de Janeiro, vítima de tuberculose 
e de um tumor na fossa ilíaca por ter sofrido uma queda de cavalo. 
 Como poeta da segunda geração, sua temática representa o 
verdadeiro mal-do-século na poesia, sobretudo em relação ao amor 
idealizado e à morte como fuga de suas insatisfações. 
ESTUDO DO TEXTO 
 11
Quanta glória pressinto em meu futuro! 
Que aurora de porvir e que manhã ! 
 Eu perdera chorando essas coroas 
 Se eu morresse amanhã! 
 
 Que sol! Que céu azul! Que doce n’ alva 
 Acorda a natureza mais louçã! 
 Não me batera tanto amor no peito 
 Se eu morresse amanhã! 
 
 Mas essa dor da vida que devora 
 A ânsia de glória, o dolorido afã... 
 A dor no peito emudecera ao menos 
 Se eu morresse amanhã! 
 
 (Álvares de Azevedo) 
 
Vocabulário: 
Afã : trabalho, lida, cansaço, fadiga 
Louçã: fresca, vigorosa, graciosa 
Alva : a primeira luz da manhã 
Porvir: futuro 
 
 
 Curiosidade: O poema “Seu eu morresse amanhã” foi escrito por Álvares de 
Azevedo poucos dias antes de sua morte. No dia do enterro do poeta, foi lido pelo 
escritor Joaquim Manuel de Macedo. 
 
 
 
 
 
 
 � Agora, responda em seu caderno � : 
 
 1. Na 1ª estrofe, o eu-lírico mostra uma expectativa negativa em relação à atitude das 
pessoas no dia de sua morte. Copie o verso que confirma essa afirmativa. 
 
 
 
 
ATIVIDADE I 
 12
 2. Observe: “Eu perdera chorando essas coroas”. O eu-lírico lamenta a perda de “coroas” caso 
morra. “Essas coroas”, na 2ª estofe, para ele são: 
 
a-( ) glória, futuro, céu, sol. 
b-( ) céu, doce n’alva, glória, aurora. 
c-( ) glória, manhã, porvir, céu azul. 
 
 
 3. No poema, os elementos da natureza que representam vida em oposição ao desejo de 
morte são: 
 
a- ( ) sol, irmã, doce n’alva, natureza louçã. 
b- ( ) sol, céu azul, doce n’alva, natureza louçã. 
c- ( ) glória, manhã, porvir, céu azul. 
 
 
 4. A morte aparece como solução para a angústia do eu-lírico. Que verso da 4ª 
estrofe conota essa idéia? 
______________________________________________________ 
 
 
 5. “Se eu morresse amanhã” é um poema que fala do pessimismo e da morte. Como se 
chama a geração romântica que abordou essa temática? 
 
______________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 Essa geração ficou conhecida como condoreira por ter como símbolo o condor 
(ave de alto vôo). Assim como o condor, os escritores dessa geração, através da arte literária, 
alçaram vôos em busca da liberdade, denunciando injustiças e fazendo suas reivindicações 
sociais. 
 
 
 
 
 
TERCEIRA GERAÇÃO: CONDOREIRA 
 13
 Logo, a temática desse período está ligada às questões sociais e políticas, tais como a 
abolição da escravatura e o pensamento republicano. 
 
 
 Autor de destaque: Castro Alves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Vamos, agora, ler partes de um dos poemas mais conhecidos de Castro Alves, “O Navio 
Negreiro”. 
 
 
 
 
 
 
O autor e a obra 
Castro Alves (1844 – 1871) 
 
 Antonio Frederico de Castro Alves nasceu em Curralinho, 
Bahia. Era filho de médico. Iniciou o curso de Direito em Recife e o 
concluiu em São Paulo. 
 Paralelamente aos estudos, iniciou sua carreira de poeta, 
destacando-se como excelente declamador e revolucionário. 
 Castro Alves se destacou, principalmente, por suas poesias de 
caráter social. Voltado para a problemática da escravidão, ganhou o 
cognome de “Poeta dos Escravos”.O estilo condoreiro de Castro Alves, sobretudo na poesia 
abolicionista, apresentou um vocabulário amplo, rico em figuras de 
linguagem(metáforas,hipérboles,comparações,etc.),numa sonoridade 
marcante. 
 Nos poemas de Castro Alves, a temática amorosa é tratada de 
forma sensual e erótica. 
 
 14
 O poema relata o sofrimento dos negros e as péssimas condições a que eram 
submetidos quando transportados da África para o Brasil. 
 
 Procure conhecer todo o poema, pois revela muita beleza e emoção. 
 
 
 
O Navio Negreiro 
 
 
Era um sonho dantesco... O tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho, 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar do açoite... 
Legiões de homens negros como a noite 
Horrendos a dançar... 
 
 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue da mãe: 
Outras, moças... mas nuas, espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs. 
 
 
Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus... 
Ó mar! Por que não apagas 
Co’a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão?... 
Astros! Noites! Tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão!... 
 
 
 
 
 
 
 15
São os filhos do deserto 
Onde a terra esposa a luz. 
Onde vive em campo aberto 
A tribo dos homens nus... 
São os guerreiros ousados, 
Que com tigres mosqueados 
Combatem na solidão... 
Ontem simples, fortes, bravos... 
Hoje míseros escravos 
Sem ar, sem luz, sem razão... 
 
 
 
CURIOSIDADE SOBRE O POEMA “O NAVIO NEGREIRO” 
 
“O Navio Negreiro – tragédia no mar é o exemplo mais vibrante da poesia condoreira. Escrito 
em abril de 1868, esse poemeto épico refere-se a uma situação anterior a 1850, ano em que o 
tráfico negreiro foi proibido. O poema tornou-se o mais forte grito de indignação utilizado pela 
campanha abolicionista.” 
Emília Amaral 
 
 
Vocabulário: 
 
Dantesco: que lembra coisas terríveis descritas pelo escritor Dante Alighieri no “Inferno” de 
sua obra Divina Comédia. 
Tombadilho: parte do navio destinada a alojamentos. 
Luzerna: grande luz, clarão. 
Açoite: chicote, vergasta. 
Espectro: fantasma; figura imaterial, real ou 
imaginária, que povoa o pensamento. 
Tufão: vendaval, furacão. 
Mosqueado: que tem malhas ou manchas escuras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16
REVISANDO A LITERATURA 
 
 Agora, responda em seu caderno algumas questões sobre o que você aprendeu nesta 
unidade 05. 
 
 
1) Qual o período literário que durou o Romantismo? 
 
 
2) Cite as características do Romantismo? 
 
 
3) O período romântico dedicado à poesia é dividido em três momentos. Quais são estes 
momentos? 
 
 
4) Cada momento teve seu autor de destaque. Quem foram eles? 
 
Muito bem! Confira suas respostas no gabarito, no final da apostila. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18
 
 
 
 
 
 Os textos que você vai ler e analisar, procuram retratar através de imagens criadas pela 
sensibilidade do descritor, lugares, pessoas, objetos, os seres em geral. É a atividade lingüística 
da descrição. 
 Descrever é detalhar, individualizar, levando o leitor a sentir, a imaginar, a visualizar o 
objeto descrito. Por isso, o ato de descrever baseia-se na percepção, nos cinco sentidos. 
 
 
 
 
 
 
 O texto que propomos, a seguir apresenta de forma belíssima esse processo de criação e 
construção de imagens pela linguagem. Leia-o com atenção. 
 
 
 
 
 
 
 
Minha terra tem encantos, 
Tem belezas naturais, 
Tem jardins, fluviais recantos 
E riquezas minerais... 
Nas indústrias tem potência; 
Tem igrejas para os fiéis, 
Tem escolas, luz da ciência, 
Nos esportes tem lauréis. 
 
 
 Refrão 
 
O seu solo é um manancial 
Fonte de riquezas mil, 
 
 
 
TEXTO DESCRITIVO 
Visão – audição – tato – paladar – olfato 
Hino de Votorantim 
Letra e Música: Lecy de Campos 
 19
O seu clima é tropical 
É um pedaço do Brasil, 
E por isso com fervor 
Hei de amar até o fim 
Essa terra de esplendor 
Este meu Votorantim. 
 
 
Sons de máquinas, usinas 
E de águas a rolar, 
Em sussurros de surdinas 
Pelo espaço a reboar; 
São acordes de vitória 
Num arcano musical, 
Proclamando a sua glória 
E pujança sem igual 
 
 
Chaminés que, fumegantes 
Estão sempre a evidenciar 
As indústrias operantes 
Que engrandecem o lugar, 
Onde um povo exuberante 
Que labuta sem cessar, 
Construiu esse gigante 
Portentoso e singular. 
 
 
 
 
Vocabulário: 
Laurel: coroa de louros; láurea, lauréola. 
Manancial: nascente de água; olho-d'água; fonte. 
Reboar: fazer eco; repercutir, retumbar. 
Arcano: segredo, mistério. 
Pujança: grandeza, poderio, magnificência. 
Exuberante: animado, vivo. 
Portentoso: maravilhoso, prodigioso. 
 
 
 
 
 20
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O texto que você leu é um hino feito para homenagear a cidade. Neste hino, o autor 
percorre os caminhos de sua memória emotiva e expressa toda a sua emoção e sensibilidade 
ao descrever um momento da cidade de Votorantim, em versos que nos levam a imaginar e a 
recriar uma época dessa cidade que tanto ele amou. 
 
 
 
 
 
1. No poema predominam aspectos: 
 
a- ( ) narrativos 
b- ( ) descritivos 
c- ( ) argumentativos 
 
 
2. Justifique a questão anterior assinalando a alternativa correta. 
 
a- ( ) o poema narra os fatos acontecidos em Votorantim. 
b- ( ) o poema descreve e caracteriza de forma subjetiva 
 a cidade de Votorantim. 
 
 
 
 
 
 
LECY DE CAMPOS 
 
 Nascido em Sorocaba (SP), em 11 de outubro de 1913, 
Lecy de Campos, autor da letra e da música do Hino de 
Votorantim, viveu neste município desde 1929. Faleceu em 
1991. 
 O Hino de Votorantim, por ele composto, foi oficializado 
em 28 de junho de 1972, através da lei municipal nº 213. 
 A Praça de Eventos leva o seu nome, em homenagem 
a quem soube amar e dignificar esta cidade. 
Atividade II 
 21
3. Releia o refrão e identifique o sentimento predominante que os versos expressam: 
 
a- ( ) Amor 
b- ( ) Saudade 
c- ( ) Tristeza 
d- ( ) Admiração 
 
4. O autor descreve uma época da cidade, como se retratasse um momento instantâneo de 
Votorantim. Essa época refere-se: 
 
a- ( ) ao passado 
b- ( ) à atualidade 
 
 
 
 
 
 
5. Certamente você gostou do hino. Copie a estrofe que você considera a mais bonita, a de 
maior criatividade e inspiração. 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________ 
 
 
 
 Descreva a rua onde você mora ou trabalha ou onde passou sua infância. Fale das casas, 
das pessoas, de partes que lhe trazem lembranças. Relate algo acontecido ali, alguma cena 
que ficou marcada em você. Lembre-se de como era há alguns anos e de como é agora. 
 Enfim, transforme em emoções, o retrato de sua rua. Escreva de 15 a 20 linhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 No texto descritivo, o autor procura transmitir ao leitor 
suas impressões sobre o objeto descrito, através de imagens 
captadas pelos sentidos. Para isso, usa muita adjetivação e 
comparações expressivas. 
Redação - Produzindo seu próprio texto 
 22
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23
 
 
 Nesta unidade, estudaremos também os termos integrantes da oração: o objeto direto, o 
objeto indireto,o complemento nominal. Sem eles, a informação não fica completa, com 
sentido. 
 Para podermos entender mais sobre esse assunto, vamos ler o trecho a seguir: 
 
 
• O ar do avião é seco. Pingue soro fisiológico nas narinas a cada duas horas para 
evitar que as mucosas se ressequem, facilitando a entrada de micróbios. O 
mesmo vale para os olhos (use colírio). 
• Tomar água e outros líquidos deixa o organismo sempre hidratado. O 
recomendado é um copo a cada duas horas. Evite bebida alcoólica, que, entre 
outras coisas, contribuem para a desidratação. 
• Se o vizinho de poltrona tosse e espirra o tempo todo, não tenha vergonha de 
usar a máscara cirúrgica. É a melhor forma de se proteger de microorganismos 
transmitidos por via aérea. 
• Em vôos longos, é sempre aconselhável fazer caminhadas pelo corredor para 
evitar a formação de coágulos nas pernas, que poderão, no futuro, provocar 
problemas mais sérios. 
 
 
Revista Época On line , 17, maio, 1999. 
 
 
 
 � Responda em seu caderno � : 
 
 1) Localize no texto os complementos das seguintes formas verbais: 
a. pingue ________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 24
b. tomar _________________________________________________ 
c. evite __________________________________________________ 
d. contribuem _____________________________________________ 
c. proteger (-se) ___________________________________________ 
 
 Os complementos verbais que foram localizados recebem o nome de objeto, que pode 
ser direto ou indireto. 
 Vejamos, então, a sua classificação. 
 
 
 
 
 É o termo da oração que completa um verbo transitivo direto sem o auxílio de uma 
preposição. Observe: 
 
Pingue soro fisiológico. 
 � � 
 V.T.D Obj. Direto 
 
 Tomar água e outros líquidos. 
 � � 
 V.T.D Obj. Direto 
 
 
 
 
 É o termo da oração que completa um verbo transitivo indireto, através de uma 
preposição. Observe: 
 
 
Contribuem para desidratação. 
 � � � 
 V.T.I (prep.) Obj. Indireto 
 
 
 
 
 
OBJETO DIRETO 
OBJETO INDIRETO 
 25
 
Proteger-se de microorganismos. 
 � � � 
 V. T. I (prep.) Obj. Indireto. 
 
 Como você pode observar os verbos que foram completados acima, têm como 
complementos verbais, objetos diretos ou indiretos. 
 
 NÃO SE ESQUEÇA! 
 Principais preposições que acompanham um objeto indireto: com, por, ao, de, da, para, 
em, à, sobre, etc. 
 
 
 
 
 
 
O PRONOME OBLÍQUO NA FUNÇÃO DE OBJETO 
 
 
 Os pronomes oblíquos o, a, os, as são utilizados para substituir o objeto direto, enquanto 
os pronomes oblíquos lhe, lhes são utilizados para substituir o objeto indireto. 
 Os outros pronomes oblíquos me, te, se também podem exercer a função de objeto. 
 
 
Emprestei o livro. 
 � � 
 V. T. D Obj. Direto 
 
 Emprestei- o. 
 � 
 Obj. Direto 
 
 
 
O assunto interessa ao aluno. 
 � � � 
 Sujeito V. T. I Obj. Indireto 
 
 O assunto interessa-lhe. 
 � 
 Obj. Indireto 
 
 26
 
 
 
O texto seguinte trata da divisão do trabalho nas sociedades indígenas: 
 
 
 
 As tarefas ligadas à produção dos alimentos, 
dos utensílios e à prestação dos serviços são 
definidas em função do sexo. Em antropologia, diz-
se que, nessas sociedades, há uma divisão sexual 
do trabalho (em oposição àquelas em que há uma 
divisão social do trabalho, em que grupos ou classes 
sociais ocupam posições diferentes no processo de 
produção). Há, portanto, tarefas femininas e tarefas 
masculinas. Mesmo quando acontece de as 
atividades masculinas serem mais prestigiadas que 
as femininas, isso não chega a instaurar uma 
desigualdade entre homens e mulheres, pois não 
chega a haver, entre eles, relações de exploração. O 
que a divisão sexual do trabalho expressa é a 
complementaridade entre homens e mulheres no 
processo de produção. 
 
SILVA, Aracy Lopes da. A questão indígena na sala de aula. São Paulo, Brasiliense,1987, p.153-4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPLEMENTO NOMINAL 
 27
Veja: 
 
 produção dos alimentos 
 dos utensílios 
 
 
 
 � Responda em seu caderno � : 
 2. O substantivo produção exige um complemento? Por quê? 
______________________________________________________ 
 
 O termo que completa o sentido do substantivo produção é um complemento nominal. 
O complemento nominal é um termo que completa o sentido de um nome e vem ligado a ele 
por meio de uma preposição. 
 
 O complemento nominal completa o sentido de substantivos, adjetivos e advérbios. 
 
 
 prep. 
 
 Tenho amor ao trabalho. 
 � � � 
 verbo (nome) complemento nominal 
 
 prep. 
 
Vivo satisfeito com a vida. 
 � � � 
 verbo (adjetivo) complemento nominal 
 
 
 
 
 Estrutura do complemento nominal 
 
 1. 
 2. 
 3. 
Substantivo 
Adjetivo 
Advérbio 
 
Preposição 
 
Complemento nominal 
 1.Tenho 
 2.Estou 
 3.Votou 
respeito 
contente 
contrariamente 
para com 
com 
ao 
os mais velhos. 
os resultados. 
nosso candidato. 
 
 
 28
 → LEMBRE-SE: 
 
 O complemento nominal, como o próprio nome indica, está completando um nome 
(substantivo, adjetivo ou advérbio). 
 
 
 
 
 
 
 
Responda em seu caderno. � 
1. Classifique as palavras sublinhadas abaixo usando este código: 
 
 (D) objeto direto (I) objeto indireto 
 
a- ( ) Não preciso de sua ajuda. 
b- ( ) Vou tentar encontrar os culpados. 
c- ( ) Alguém o viu no teatro. 
d- ( ) Mandei-lhe um recado ontem. 
e- ( ) Vou rasgar este documento. 
 
 
2. Com relação às palavras sublinhadas abaixo, coloque: 
 
(a) para complemento nominal 
(b) para objeto indireto 
 
 
1- ( ) Ele era muito útil à comunidade. 
2- ( ) Ela não respondeu às minhas cartas. 
3. ( ) Nunca lhe pediram satisfações. 
4. ( ) Ela não tem mais confiança em ninguém. 
5. ( ) A notícia agradou ao estudante. 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE III 
 29
3. Nos exercícios abaixo, assinale a resposta correta para a função sintática do termo 
sublinhado. 
 
 
A) Ela me contou os pormenores da briga. 
 
a- ( ) objeto indiretob- ( ) objeto direto 
c- ( ) complemento nominal 
 
B) Agiu favoravelmente ao réu. 
 
a- ( ) objeto direto 
b- ( ) objeto indireto 
c- ( ) complemento nominal 
 
 
 
C) Sempre gostei de seus primos. 
 
a- ( ) objeto direto 
b- ( ) objeto indireto 
c- ( ) complemento nominal 
 
 
 Agora, confira as suas respostas com o gabarito no final desta apostila.☺ 
 
PARABÉNS! 
VOCÊ TERMINOU ESTA UNIDADE! 
☺☺☺☺ ☺☺☺☺ ☺☺☺☺ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO 
 
 
 Na unidade anterior, você teve seus primeiros conhecimentos sobre o estilo literário 
Romantismo. Aprendeu sobre suas principais características e alguns autores da poesia. 
 Vale lembrar que foi durante o Romantismo que a prosa literária ganhou expressividade. 
 Gradualmente se desenvolviam os centros urbanos, principalmente o Rio de Janeiro, e o 
novo público se formando: jovens estudantes, mulheres da corte, aristocratas rurais, 
profissionais liberais, militares, funcionários públicos. 
 Primeiramente surge o folhetim (histórias publicadas em capítulos nos jornais diários) 
que, depois, foi se modificando de acordo com as transformações culturais e as novas 
exigências do público. 
 Em 1844, foi publicado o 1º romance brasileiro chamado “ A Moreninha”, de Joaquim 
Manuel de Macedo. 
 Joaquim Manuel de Macedo inaugurou entre nós o chamado romance urbano, aquele que 
tem como cenário a cidade grande. No caso, o Rio de Janeiro, sede do Império. Essa categoria 
será cultivada por outros escritores do período. 
 
 Conheçamos um pouco mais sobre o autor: 
 
 
 
 
 
 Nasceu em Itaboraí (RJ). Diplomou-se em Medicina, mas nunca exerceu a profissão. Foi 
professor do Colégio Pedro II, a instituição de ensino mais conhecida daquele estado na época. 
Exerceu duas vezes o cargo de deputado, foi também poeta, jornalista, historiógrafo, além de 
professor e escritor de livros didáticos. Morreu no Rio de Janeiro, em 1882. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROMANTISMO - PROSA 
 32
 Vamos, agora, ler o resumo da obra: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
José de Alencar, nosso mais importante prosador romântico, considerava Macedo “um 
mestre”. A convivência que se iniciou nessa época entre os escritores contribui para a formação 
de uma literatura nacional. 
 
 
 
 
 Falando em José de Alencar , saberemos a seguir, um pouco mais sobre este autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O enredo é simples: três estudantes de Medicina – 
Augusto, Filipe e Leopoldo – passam um feriado na casa da avó de 
Filipe, numa ilha. Augusto, que se considerava muito inconstante 
no terreno amoroso, faz uma aposta: se ficasse apaixonado por 
uma mulher durante mais de quinze dias, escreveria um romance 
contando a história dessa paixão. Conhece Carolina (a 
Moreninha), por quem se apaixona. O único obstáculo à união dos 
dois é uma promessa de fidelidade feita por Augusto a uma 
menina que conhecera tempos atrás e cujo paradeiro e 
identidade ignora. No final, ocorre a coincidência que resolve o 
conflito: a tal menina era a própria Moreninha. 
A MORENINHA 
 � Joaquim Manuel de Macedo, além de A Moreninha, 
também escreveu O Moço Loiro (1845), Os dois amores (1848) e 
algumas peças de teatro. 
 
 33
 
 
 
 
 
 
 
JOSÉ DE ALENCAR 
 
 
 
 José Martiniano de Alencar nasceu em Mecejana, Ceará. Era filho de uma união ilícita. O 
pai era padre, abandonou o celibato e ingressou na carreira política, mudando-se para o Rio de 
Janeiro onde José de Alencar iniciou seus estudos elementares. Mais tarde, foi para São Paulo 
cursar Direito, porém a maior parte de sua vida viveu no Rio de Janeiro. 
 Assim como o pai, José de Alencar ingressou na carreira política chegando a ocupar o 
cargo de Ministro da Justiça (1868 – 1870). 
 Foi também professor, crítico, advogado, teatrólogo, mas principalmente, um grande 
romancista. 
 Morreu em 1877, vítima de tuberculose. 
 
 
 
José de Alencar em suas obras, procurou retratar a vida na corte, ambientes urbanos e 
regionais, o índio, a natureza tropical. 
 
 Para compreendermos melhor as características indianistas de José de Alencar, 
leremos e analisaremos um fragmento da obra, “Iracema”. 
 
 Iracema, nome da personagem, é anagrama de América e símbolo do Brasil. 
 
Conhecido também como “lenda do Ceará”, através desta história, José de Alencar quis 
nos fazer conhecer, poeticamente, as origens de sua terra natal. 
 
 
 
 
 
 
O AUTOR 
 34
 Conheça um pouco da história lendo um trecho da obra quando Iracema conhece Martim. 
 
 
 
 
 
 
 
Iracema 
 José de Alencar 
 
 Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. 
 Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da 
graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. 
 O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como 
seu hálito perfumado. 
 Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, 
onde campeava sua guerreira tribo da grande nação tabajara, o pé grácil e nu, mal roçando 
alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. 
 Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava–lhe o corpo a 
sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre 
esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o 
canto. 
 Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol 
não deslumbra; sua vista perturba–se. 
 Diante dela e todo a contemplá–la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não 
algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos 
olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem–lhe o corpo. 
 Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de 
sangue borbulham na face do desconhecido. 
 Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da 
mágoa que causara. A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que 
gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando 
consigo a ponta farpada. 
 O guerreiro falou: 
 — Quebras comigo a flecha da paz? 
 
 
 
 
 
 
TEXTO I 
 35
 — Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a 
estas matas, que nunca viram outro guerreiro como tu ? 
 — Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já 
possuíram, e hoje têm os meus. 
 — Bem–vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à 
cabana de Araquém, pai de Iracema. 
 ©2000 Enciclopédia 
Koogan-HouaisDigital 
 
 
 
 
Vocabulário 
 
Iracema (*): em guarani significa “lábios de mel” – de ira, “mel, e tembe,” lábios “. Tembe na 
composição altera-se em ceme; é também anagrama da palavra América”. 
Jati (*): pequena abelha que fabrica delicioso mel. 
Ipu (*): assim chamam ainda hoje no Ceará a certa qualidade de terra muitofértil, que forma 
grandes coroas ou ilhas no meio dos tabuleiros e sertões, e é de preferência procurada para a 
cultura, 
Tabajara (*): senhor das aldeias; de taba, “aldeia”, e jará, “senhor”. 
Oiticica (*): árvore frondosa, apreciada pela deliciosa frescura que derrama sua sombra, 
Esparziam (*): espalhavam, derramavam, difundiam. 
Sesta (*): hora que se descansa ou dorme após o almoço. 
Ignotos (*): desconhecidos, ignorados. 
Lesta (*): rápida, ligeira, ágil. 
Uiraçaba (*): pequeno estojo para guardar as flechas. 
Quebrou a flecha (*): era entre os indígenas a maneira simbólica de estabelecerem a paz entre 
as diversas tribos, ou mesmo entre dois guerreiros inimigos. 
 
 
 
 
(*) Os verbetes assinalados são do próprio José de Alencar, nas notas ao romance 
Iracema. 
 
 
 
 
 
 
 
 36
 
 
 
 
 
 
 
 � Responda em seu caderno: 
 
1. Para caracterizar Iracema, José de Alencar utiliza-se dos elementos da natureza. 
Relacione os traços físicos da 2ª coluna aos elementos comparativos da 1ª coluna: 
 
(a) asa da graúna 1-( ) comprimento do cabelo 
(b) talhe da palmeira 2-( ) lábios 
(c) favo de jati 3-( ) agilidade 
(d) baunilha 4-( ) sorriso 
(e) de mel 5-( ) cor dos cabelos 
(f ) ema selvagem 6-( ) hálito 
 
 
2. Quando Iracema avista o guerreiro branco pela 1ª vez, ela estava 
 
a- ( ) caçando 
b- ( ) tomando banho 
c- ( ) repousando 
 
 
 3. Que fato, no texto, perturba a paz de Iracema e dá início ao conflito? 
 
 
 
 4. Ao deparar-se com Iracema, o guerreiro branco é atingido por uma flecha atirada por ela. 
Por que ele não revidou? 
 
 
 
 5. O que o guerreiro branco disse à Iracema mostrando ter conhecimento de um costume 
indígena? 
 
 
 
 
ATIVIDADE I 
 37
 6. Iracema, no fragmento lido, 
 
 a-( ) é vista de forma preconceituosa pelo guerreiro branco. 
 b-( ) é idealizada como mulher inacessível. 
 c-( ) é retratada como elemento da natureza com a qual se integra. 
 d-( ) é uma índia feroz de maus instintos, mas que o guerreiro 
 branco tenta dominar. 
 e-( ) é retratada objetivamente sem o sentimentalismo do escritor. 
 
 
 7. Que raças estão simbolizadas no encontro de Iracema e Martim? 
 
 
 8. Assinale as características do Romantismo que podemos perceber 
 no fragmento lido: 
 
 a-( ) indianismo 
 b-( ) religiosidade 
 c-( ) idealização do herói 
 d-( ) saudosismo 
 e-( ) exaltação à natureza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38
 Você estudou um fragmento do romance indianista de Alencar. Agora, lerá um 
resumo da obra “Senhora”, romance urbano, e verá como o escritor retrata os costumes, os 
valores e os conflitos sociais da sociedade carioca da época. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENHORA 
 “Aurélia Camargo é uma moça pobre e órfã de pai, noiva 
de Fernando Seixas. Seixas é um bom rapaz, porém tem o 
desejo de ascender rapidamente na escala social e, por isso 
troca Aurélia por outra moça de dote mais valioso. Aurélia 
passa a desprezar todos os homens, e eis que, com a morte 
de um avô , torna-se milionária e, por isso, uma das mulheres 
mais cortejadas dos cortes do Rio de Janeiro. Como vingança, 
manda oferecer a Seixas um dote de cem contos, mas sem 
que fosse revelado o nome da noiva, só conhecido no dia do 
casamento. Seixas aceita e se casam; porém na noite de 
núpcias, Aurélia revela-lhe seu desprezo. Seixas cai em si e 
percebe o quanto fora vil em sua ganância. Vivem como 
estranhos na mesma casa durante onze meses, mas 
socialmente formam o “casal perfeito”. Ao longo desse 
período, Seixas trabalha arduamente até conseguir obter a 
quantia que recebera como sinal pelo “acordo”. Devolve os 
cem mil-réis à esposa e se despede dela. Nesse momento, 
porém, Aurélia revela-lhe seu amor. Os dois, agora igualados 
no amor e na honra, podem desfrutar o casamento, que ainda 
não havia se consumado.” 
 Cereja et alli, 1999:97 
 
 
 39
REVISANDO A LITERATURA 
 
 Agora, responda em seu caderno as questões sobre o que você aprendeu nesta unidade 
06. 
 
 
1)Em que período a prosa literária ganhou mais expressividade? 
 
 
2) Qual foi o primeiro romance brasileiro e, em que ano foi publicado? 
 
 
3) José de Alencar, foi o nosso mais importante prosador romântico. O que ele retratava 
em suas obras? 
 
 
 4)Qual a principal obra de José de Alencar? E como ficou conhecida esta obra? 
 
 
 
 
Muito bem! Confira suas respostas no gabarito, no final da apostila. 
 
 
 
 40
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41
 Na unidade anterior, você leu e analisou um texto descritivo sobre a cidade. Nesta, 
leremos uma crônica jornalística. 
 
 
O ciclista audaz 
 Nélida Piñon 
 
 
 Deixo o hotel apressada. Da calçada observo o movimento dos carros. Os ruídos da 
cidade e a neurose coletiva extenuam-se. Olho os homens ao volante de seus ridículos carros. 
Eles avançam em direção ao túnel novo, abandonam a luminosidade de Copacabana antes de 
mergulhar no escuro da própria alma. 
 Na rua, três ciclistas emergem do trafégo insensato. Sob intrépida direção, suas 
bicicletas celebram os rituais da vida e da velocidade. Presa àquele espetáculo de audácia, 
sigo-os atenta. Aqueles homens, grudados às respectivas, aparentam desprezar as regras 
intransigentes da existência. 
 Um deles atraiu-me a atenção. Vestido de verde, com um tecido colado ao corpo, recorda-
me um periquito perdido na densa e ingrata floresta. Parece-me de longe o mais afoito de 
todos. Sem demonstrar respeito pelos carros, ele arrisca a vida com gosto, saliva de puro gozo. 
Costura em meio ao tráfego como sua avó, no passado, decerto cerzira, meticulosa, a meia 
furada do marido. 
 Observo, contudo, que a despeito do seu destemor, do seu espírito de aventura, algo lhe 
falta no corpo, na bicicleta. E o que podia ser, se de fato pedala com desenvoltura. É uma seta 
de prata disparada por um arqueiro ansioso. 
 Ao analisar seu corpo, constato ausência da perna direita. Para onde terá ido essa perna, 
excursionando pela terra? Fascinada por semelhante desatino, que redime em parte a espécie 
humana, reverencio nele o herói há muito buscado por mim. Um herói de pedigree modesto, 
sem aura trágica, conspurcado apenas pelas agruras do cotidiano. E que embora seja filhado 
de uma brasilidade humilhada, não renuncia aos prazeres com os quais sonha a cada 
amanhecer, tão logo abandona o seu casebre. Sem dúvida um homem que, na ânsia de viver o 
melhor da sua biografia, enfrenta a morte como se a pudesse derrotar. 
 Aflito e exaltado, ele ultrapassa os morros. Persegue a própria sombra projetada à frente, 
e que norteia os seus devaneios. Neste esforço de exceder-se, o ciclista como que querendo 
alcançar o mar, instala-se no barco da sua imaginação, singra solitário em busca do velocino 
de ouro. Igual Jasão, herói grego, ele demonstra vocação de apreender os mitos que surgem 
sob forma do carros, velocidade, fantasia, o caos de uma cidade. Na condição de herói 
anônimo, cabe-lhe praticar atos miúdos, sem conseqüência. Gestos que importam a ele apenas, 
no seu destino sem glória. Desprovido de eloqüência, suas atitudes, porém quebram os 
grilhões da pobreza, do porvir sem água corrente, sem conforto, sem as moedas da 
estabilidade. Ajudam a trasladá-lo, por instantes, para o céu, até o reino da visão poética. Para 
que eu jamais o esqueça.’Gazeta do Povo. Curitiba, 5ª feira, 08/08/96, p. 28. 
 42
 
 
Vocabulário: 
 
Extenuar: enfraquecer, debilitar, gastar. 
Emergir: aparecer, surgir. 
Intrépida: corajosa, firme. 
Audácia: ousadia,atrevimento. 
Intransigente: intolerante, inflexível, rígido. 
Densa: escura,espessa, compacta. 
Afoito: corajoso,ousado. 
Cerzir: costurar. 
Meticulosa: cautelosa, cuidadosa, minuciosa. 
Arqueiro: combatente que luta com arco. 
Desatino: disparate, loucura. 
Reverenciar: acatar, respeitar. 
Aura: zona luminosa em torno de um corpo. 
Conspurcar: mancha, corromper, perverter. 
Agrura: obstáculos, dissabor, amargura, aflição. 
Devaneio: fantasia, sonho. 
Exceder: superar, ultrapassar. 
Singrar: navegar. 
Velocino: pele de carneiro. 
Eloqüência: capacidade de falar e exprimir-se com facilidade,comover por meio da palavra. 
Grilhão: corrente que prende, algema. 
Porvir: o futuro. 
Trasladar: transferir, transportar, mudar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Releia o texto integralmente e consulte o vocabulário caso você desconheça o significado 
de alguma palavra ou não consiga inferir pelo contexto. (Não é necessário consultar o 
significado de toda palavra desconhecida, a não ser que esse desconhecimento esteja 
dificultando a sua compreensão ou que essa palavra esteja repetida várias vezes sendo, 
portanto, uma palavra-chave). 
 
 
 Compreender o significado de palavras, expressões é essencial para a construção do 
sentido global dos textos que você lê. As questões 1 e 2 privilegiam esse tipo de conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Como foi escrito no início, o que você leu foi uma crônica 
jornalística. 
 Na crônica, o autor comenta fatos do cotidiano, procurando 
transmitir esses fatos de modo bastante pessoal, refletindo sobre 
os mesmos através de sua visão de mundo, de seus valores. 
 A autora da crônica, a escritora Nélida Piñon pertence à 
Academia Brasileira de Letras e escreve, regularmente, para 
jornais e revistas de grande circulação. 
 Nesse texto, como você observou, um fato chama a atenção 
da cronista que, através de aspectos predominantemente 
descritivos, procura refletir sobre a realidade, sobre o dia-a-dia 
de nossa gente. 
 
ATIVIDADE II 
 44
 Agora, responda em seu caderno: 
 
1. A cronista descreve um momento de uma cidade. 
 
a) Que cidade está sendo descrita? Como você a identificou? 
 
 
b) Que particularidade da cidade ela observa e descreve? 
 
 
c) A que espetáculo de audácia ela se refere? 
 
 
d) Que constatação ela faz ao observar um dos três ciclistas? 
 
 
 e) Dê as características físicas e psicológicas do ciclista. 
 
 
 f) Explique o título. 
 
♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥ 
 
 
 Não só saber o significado das palavras é importante para chegarmos à compreensão do 
que lemos. Também importante é conhecer, por exemplo, outros textos a que o autor faz 
referência, outros assuntos, fatos, conceitos, a que o texto remete. É o que chamamos de 
conhecimento do mundo. Ter esse conhecimento é essencial para a leitura compreensiva. 
 No texto lido, a cronista faz referência a Jasão, herói grego e ao velocino de ouro. 
(velocino = pele de carneiro). 
 
 
 
 Vamos, resumidamente, ler a história de Jasão: 
 
 Diz a mitologia grega que o velocino de ouro estava guardado 
por um dragão. Para recuperar a coroa de seu reino, Jasão tinha 
que ir em busca do velocino de ouro. Jasão saiu, então, em um 
barco, enfrentando os perigos do mar e todos os obstáculos que 
vinham pela frente, em busca da pele de ouro do carneiro. 
 45
2. Agora, faça a associação dessa história com a descrição do ciclista audaz: 
 
a) A quem o ciclista é comparado? 
 
b) Que perigos do trânsito, enfrentados pelo ciclista são relacionados aos perigos do 
mar e aos obstáculos que Jasão enfrentou? 
 
c) Jasão é um herói grego, cantado em prosa e em verso. E o ciclista, que espécie 
de herói é? 
 
3. No texto “O ciclista audaz” a intencionalidade é: 
 
 a) ( ) descrever as peripécias dos ciclistas. 
 b) ( ) descrever a agitação do trânsito. 
 c) ( ) refletir sobre o trânsito perigoso, a audácia dos ciclistas e 
 associar essas idéias à luta diária de um cidadão comum ao 
 enfrentar as adversidades da vida. 
 
 
4. Coerente com a resposta anterior, assinale o que você considera ser o tema do texto. 
 
a) ( ) A agitação do trânsito. 
b) ( ) A busca da felicidade. 
c) ( ) O heroísmo anônimo e cotidiano do cidadão comum. 
 
5. E para você, o que é ser um herói? Comente, justificando a sua opinião. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47
 Na unidade anterior estudamos, os termos integrantes da oração, tais como: objeto 
direto e indireto e outros. 
 Agora, estudaremos os termos acessórios da oração: adjunto adverbial, aposto e o 
termo independente da oração: vocativo. 
 
 
 
 
 
 Observe os exemplos abaixo: 
 
 Os convidados chegaram tarde. 
 verbo adjunto adverbial. 
 
 Os alunos saíram da sala. 
 verbo adjunto adverbial 
 
 Compraram as frutas na feira. 
 verbo adjunto adverbial 
 
 
 As palavras destacadas são chamadas de adjunto adverbial. 
 
 Saiba que, o adjunto adverbial é o termo da oração que se refere ao verbo, ligando-se 
a ele com ou sem preposição, e tem a função de indicar uma determinada circunstância. 
Veja. 
 
 O adjunto adverbial, quando expresso por um advérbio, pode também se referir a 
adjetivo ou advérbio, como nos exemplos a seguir: 
 
 
 Era uma aluna pouco expansiva. 
 adj. adv adjetivo 
 
 
 Falaram muito bem. 
 adj. adv adjetivo 
 
 
 
 
 
ADJUNTO ADVERBIAL 
 48
 
 
 
 Existem muitos tipos de advérbios, mas os mais comuns são: 
 
1. de tempo (Quando?) 
 
 Hoje, ontem, amanhã, agora, já, antes depois, tarde, cedo, logo, outrora sempre, 
nunca, jamais, etc. e as expressões que indiquem tempo. 
 
2. de lugar (Onde?) 
 
 Aqui, lá, cá, debaixo, dentro, fora, longe, perto, além, adiante, etc. e as expressões 
que indiquem lugar. 
 
3. de modo (De que modo?) 
 
 Bem, mal, assim, devagar, depressa, atentamente, propositalmente, tranqüilamente, 
amavelmente, etc. e as expressões que indiquem modo. 
 
4. de intensidade (Quanto?) 
 
 Muito, pouco, mais, menos, bastante, demasiado, demais, meio, assaz, etc. e as 
expressões que denotem quantidade ou intensidade. 
 
5. de afirmação 
 
 Sim, certamente, realmente, etc. 
 
6. de negação 
 
 Não 
 
7. de dúvida 
 Talvez, acaso, porventura, provavelmente,etc. 
 
 
 
TIPOS DE ADVÉRBIOS 
ATENÇÃO: 
Os advérbios exercem na 
frase, a função de 
adjuntos adverbiais. 
 49
LOCUÇÕES ADVERBIAIS 
 
 As expressões que indicam circunstâncias de tempo, lugar, modo, intensidade, 
afirmação, negação, dúvida são também advérbios (adjuntos adverbiais). 
 
Observe: 
1.Os jequitibás cresciam no solo do sertão. 
 (Os jequitibás cresciam onde? “no solo do sertão” é um adjunto adverbial de lugar).2. Ele saiu às oitos da manhã. 
 (Ele saiu quando? “às oitos da manhã” é um adjunto adverbial de tempo). 
 
 
 
Observe os exemplos: 
 
1.João Cardoso, bom velho, era amigo de novidades. 
 
2.Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, é cidade populosa. 
 
 A expressão “bom velho” está explicando (esclarecendo) um nome anterior João 
Cardoso. 
 Assim também “a capital do Rio Grande do Sul” está explicando (esclarecendo) o 
nome anterior. 
 
 As expressões “bom velho e capital do Rio Grande do Sul” são apostos. A palavra ou 
expressão que explica (esclarece) um termo, geralmente anterior, chama-se aposto. O 
aposto costuma vir depois de vírgulas ou travessões. 
 
 
 
APOSTO 
 50
 
Vocativo 
Agora observe as frases: 
 Olá! Amigo! Espere, homem! Ora, Antônio ,espere! 
 
 As palavras assinaladas são vocativos. 
 Vocativo é a palavra ou expressão que usamos para chamar alguém. Há sempre a 
presença da vírgula separando os vocativos. 
 
ATIVIDADE III 
 
1. Observe os termos em destaque e relacione as colunas. 
a) Hortência, a rainha do basquete, dribla os preconceitos 1.( ) vocativo 
b) “Meu amor que torta divina”! 2.( ) Adjunto adverbial 
(c) Temos confiança em nossos jogadores. 3 ( ) Objeto indireto 
(d) Você sempre foi muito eficiente. 4. ( ) Aposto 
(e) Carlos mostrou seu quarto ao amigo. 5. ( )Complemento nominal 
 
 2. Nas frases abaixo, escreva a circunstância expressa pelo adjunto adverbial sublinhado. 
a. “Seis semanas depois, uniram eles seus destinos”. 
 
b. Compraram as frutas na feira. 
 
c. Eles não saíram de casa. 
 
d. Talvez ele faça o exercício corretamente. 
 
 
TERMO INDEPENDENTE DA ORAÇÃO 
 51
3. Nos exercícios abaixo. Assinale a reposta correta para a função sintática do termo 
sublinhado. 
 
 a) Vamos, garotos, entrem na sala de aula! 
 
a) ( ) aposto 
b) ( ) vocativo, 
c) ( ) adjunto adverbial 
 
 b) Pedro II, Imperador do Brasil, morreu no exílio. 
 
a) ( ) vocativo 
b) ( ) aposto 
c) ( ) adjunto adverbial 
 
c) Alguns homens saíram às pressas do recinto. 
 
a) ( ) adjunto adverbial 
b) ( ) aposto 
c) ( ) vocativo 
 
 
 
PARABÉNS! 
VOCÊ TERMINOU ESTE MÓDULO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52
 
 
ATIVIDADE I 
 
1- Fechar meus olhos minha triste irmã, 
Minha mãe de saudade morreria. 
2- c 
 
3- b 
 
4- A dor do peito emudecera ao menos. 
 
5- Ultra-romântica ou byroniana. 
 
REVISANDO A LITERATURA 
 
1- 1836 a 1881. 
 
2- Subjetivismo, sentimentalismo, nacionalismo, idealização do mundo, da mulher e 
do herói. 
 
3- 1ª Geração: Nacionalista ou indianista; 
2ª Geração: Ultra-romântica ou byroniana; 
3ª Geração: Condoreira. 
 
4- 1ª Geração: Gonçalves Dias; 
2ª Geração: Álvares de Azevedo; 
3ª Geração: Castro Alves. 
 
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO 
ATIVIDADE II 
 
 1-b 
 
 2-b 
 
 3-a 
 
 4-a 
 
 5-pessoal 
GABARITO – MÓDULO 05 
 53
ESTUDANDO A NORMA PADRÃO 
 
� Responda em seu caderno: 
1. a) soro fisiológico 
 b) água 
c) bebida alcoólica 
d) para a desidratação 
e) de microorganismo 
 
2. Sim. Para completar o sentido da palavra. 
 
ATIVIDADE III 
1. a) I 
 b) D 
 c) D 
 d) I 
 e) D 
 
2. 1. a 
2. b 
3. b 
4. a 
5. b 
 
3. a) b 
b) c 
c) b 
 
 
 
ATIVIDADE I 
 1) 1. b 
 2. e 
 3. f 
 4. c 
 5. a 
 6. d 
 
 2) c 
 
 
3) Um rumor suspeito. 
GABARITO – MÓDULO 06 
 54
4) Porque o gesto de Iracema foi rápido. 
 
5) “ – Quebras comigo a flecha da paz?” 
 
6) c 
 
7) Raça Indígena e raça branca. 
 
8) a – c – e 
 
REVISANDO A LITERATURA 
 
1) No período do Romantismo. 
 
2) Em 1844, “A moreninha”. 
 
3) A cidade grande, no caso, o Rio de Janeiro, sede do Império. 
 
4) “Iracema”, conhecida como lenda do Ceará. 
 
 
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO 
 
Atividade II 
 
1) a) Rio de Janeiro, Copacabana. 
 b) Os ruídos e a neurose coletiva. 
 c) Suas bicicletas celebram os rituais da vida e da velocidade. 
 d) Condição de herói anônimo, cabe-lhe praticar atos miúdos sem conseqüências. 
 e) vestido de verde, com um tecido colado ao corpo, ele arrisca a vida com gosto 
 de saliva de puro gozo. 
 f) um ciclista que enfrentava a morte como se a pudesse derrotar. 
 
2) a) a Jasão. 
 b) herói, ele demonstrava vocação de apreender os mitos que surgem sob forma de 
carros, velocidade, fantasia, o caos de uma cidade. 
c) herói anônimo. 
3) c 
 
4) c 
 
5) resposta pessoal. 
 55
 
 
ESTUDANDO A NORMA PADRÃO 
 
 Atividade III 
 
1) a) 4 
 b) 1 
 c) 5 
 d) 2 
 e) 3 
 
2) a) tempo 
 b) lugar 
 c) negação 
 d) dúvida - modo 
 
3) a) b - vocativo 
 b) b - aposto 
 c) a - adjunto adverbial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 56
 
 
 
 
Para você pensar ... 
 
 
 " O Sucesso 
 
significa nunca parar, 
 
ou seja, sempre ir 
 
em busca de algo mais ." 
 
 
 
 
EQUIPE DE PORTUGUÊS / CEESVO 
 
CRISTIANE - ILZA - IVÂNIA - MAURA E SANDRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57
 
 
 
 
 
 
 
 58
 
 59
APRESENTAÇÃO 
 Caro (a) aluno (a), 
 
 Você está iniciando seu curso de Português no Ensino 
Médio, seja bem-vindo ! 
 Queremos caminhar ao seu lado para auxiliá-lo e 
juntos fazer descobertas e vencer novos desafios. 
 Sabemos que a Língua Portuguesa está presente em 
nosso dia-a-dia, em nossa comunicação, portanto é 
importante que saibamos usá-la e interpretá-la 
corretamente para compreendermos melhor o mundo em 
que vivemos. 
 Pensando nisso é que elaboramos 13 módulos 
contendo: 
 ▪ Literatura Brasileira 
 ▪ Leitura e Produção de Texto 
 ▪ Estudo da Norma Padrão (gramática) 
 Lembre-se: o seu esforço e a sua dedicação são 
os fatores mais importantes para o seu desenvolvimento e 
crescimento pessoal. 
 Desejamos que você consiga vencer ainda mais 
facilmente o desafio desse mundo em constante 
evolução. 
 Estamos aqui para colaborar com esse desafio. 
 Então vamos começar ! 
 Boa sorte ! 
 
Equipe de Português : 
 
Cristiane, Ilza, Ivânia, Sandra e Maura 
 
 
 60
 Como estudar Português 
 
 
 INSTRUÇÕES 
 
 
 
 
 
1. Leia atentamente todos os assuntos dos módulos; 
 
2. Se houver necessidade, para assimilar melhor o assunto, faça as 
atividades em seu caderno. NÃO ESCREVA E NEM RASURE A 
APOSTILA, pois você a trocará e outro aluno irá usá-la; 
 
3. Depois que você terminar as atividades, consulte o gabarito 
de respostas que está no final da apostila. Você que irá 
corrigir os exercícios; 
 
4. Consulte o dicionário quando encontrar uma palavra 
desconhecida; 
 
5. As redações devem ser feitas com capricho ! Não se esqueça 
de fazer um rascunho antes da redação final. 
 
6. Para se submeter às avaliações, você deverá apresentar tudo o 
que foi solicitado, em seu caderno. 
 
7. Sempreque houver dúvidas, procure esclarecê-las com o 
professor; 
 
8. Freqüente a biblioteca da escola e utilize os recursos que nela 
estão disponíveis. 
 
Bom estudo ! Bom aproveitamento ! 
 
 5 
 
 
 Nesta unidade, você vai conhecer o Realismo, estilo literário que, 
ao contrário do Romantismo, baseia-se em fatos da vida real. 
 Tratar de temas polêmicos não é privilégio dos escritores atuais, já 
em 1881, os autores realistas escreviam romances, contos, crônicas, 
poesias, retratando os problemas vividos pelos homens. 
 Eça de Queiroz, escritor realista de Portugal, escreveu: 
 “Outrora uma novela romântica, em lugar de estudar o homem, 
inventa-o. 
 Hoje, o romance estuda-o na sua realidade social.” 
 
� Veja os quadros: 
 
O estilo 
 
 O realismo é contra o tradicionalismo romântico. Esperava-se que a 
Literatura fosse científica, um meio de conhecimento da realidade. 
 
 Os escritores usavam seus personagens para, através deles, criticar as 
injustiças cometidas pela burguesia, pelo clero. 
 
 Tinham como preocupação constante a observação da realidade 
concreta do país, sem as idealizações dos românticos. 
 Pretendiam que a linguagem fosse simples, direta, com pouco uso do 
sentido conotativo. Sempre, como destaque, estava a observação do 
elemento psicológico do tipo brasileiro no fim do Império. 
REALISMO (1881 – 1902) 
 
 
 
Romantismo 
���� 
Imagina os fatos 
Idealiza o homem 
� 
Sonho de uma época 
� 
Fantasia 
 
 
Realismo/Naturalismo 
� 
 
Analisa os fatos 
Observa e estuda o homem. 
� 
Retrato de uma época. 
� 
Preocupação com a verdade. 
 6 
 Sempre que falarmos de Realismo, estaremos falando de Machado de 
Assis, pois foi o melhor representante do estilo Realista. 
O AUTOR E OBRA 
 
 Escreveu, na década de 1860, todas as suas comédias, irônicos 
episódios do cotidiano em que já aparece sua decidida e definitiva recusa às 
convenções sociais. 
 Nos anos 1870 e 1880, os contos e romances de sua fase romântica — 
Contos fluminenses, Ressurreição, A mão e a luva, Helena e Iaiá Garcia — 
esboçam, em finos retratos femininos, a força do papel social como segunda 
Machado de Assis, Joaquim Maria (1839-1908), romancista, contista, 
dramaturgo e poeta que alcançou o ponto mais alto e equilibrado da 
prosa realista brasileira. Nasceu no morro do Livramento, Rio de Janeiro, 
filho de um pintor mulato e uma lavadeira açoriana. Órfão de ambos na 
primeira infância, foi criado por uma mulher chamada Maria Ignês. Frágil, 
gago, epilético, Machado de Assis tornou-se um adulto reservado e 
tímido. Alfabetizou-se em uma escola pública e recebeu aulas de francês 
e latim, mas foi um autodidata em sua vasta cultura literária. Aos 16 anos 
trabalhava como tipógrafo-aprendiz na Imprensa Nacional. Antes dos 20 
anos, já era jornalista no Correio Mercantil. Casou-se, aos 30 anos, com a 
portuguesa Carolina Xavier de Novais, sua companheira de vida e 
inspiradora da bela personagem dona Carmo, do livro Memorial de Aires. 
 
 7 
e imposta natureza e as pressões que impelem os personagens a mudar de 
status ou classe social. 
 Entre 1878 e 1880, antes do salto qualitativo que representa o romance 
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), criou contos e poemas que se 
tornaram obrigatórios em todas as antologias da língua portuguesa. Este 
período é marcado pelo humor muito pessoal, o distanciamento crítico, a 
sutileza de análise de atitudes e comportamentos humanos, tudo mesclado a 
uma fina ironia em relação aos valores sociais. Exemplos disso são os 
contos Filosofia de um par de botas, O alienista e os poemas A mosca azul e 
Círculo vicioso. 
 Seguiram-se, entre outros, Histórias sem data (1884) e os romances 
Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904), em que a 
crescente riqueza de temas e possibilidades narrativas vai desenhando, em 
fina ironia, a sociedade e as forças do inconsciente que movem os interesses 
de posição, prestígio, dinheiro e poder pelos quais esfalfam-se os homens, 
gerando um mundo em que o pobre, o louco e o diferente são sempre 
expulsos ou abandonados. 
 A essa altura, já considerado um dos maiores escritores brasileiros e 
com grande prestígio no meio intelectual, Machado de Assis fundou, com 
outros escritores, a Academia Brasileira de Letras, da qual foi o primeiro 
presidente. Promoveu poetas e escritores novos — apesar de continuar 
marcante seu temperamento “casmurro” e, ao final de sua vida, demonstrar 
também um certo desligamento das questões políticas. Em seu último 
romance, Memorial de Aires (1908), Machado de Assis revelou sua 
desencantada, filosófica, mas quase terna compreensão e aceitação da 
fragilidade e da futilidade humanas. 
 Considerado o pai do Realismo brasileiro, Machado de Assis nos 
deixou muitas obras que foram divididas em duas fases. 
 
 
 
 
 8 
Primeira fase – ciclo romântico 
 
Até 1880 
 
 Embora o seu estilo não seja tão sentimentalista, suas obras, nesta 
fase, são consideradas românticas. 
 
 São os romances: Ressurreição, A mão e a Luva. Helena e Iaiá Garcia. 
E os livros de contos: Historia da Meia Noite e Contos Fluminenses. 
 
 
Segunda fase – ciclo realista 
 
A partir de 1881 
 
 Nesta fase, Machado de Assis aprimora-se como escritor. Seus 
personagens são fortes psicologicamente. Agem com egoísmo, 
pessimismo, vulgaridade e dissimulação. 
 
 Utiliza - se de capítulos curtos, frases curtas. Há uma conversa 
direta com o leitor, fazendo sempre a análise da sociedade e a critica 
aos valores românticos. 
 
 Além de Memórias Póstumas de Brás Cuba que foi a primeira obra 
desta fase, Machado escreveu: Dom Casmurro, sua obra mais conhecida e 
importante. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa consagrada obra. 
 
 
RESUMO DA OBRA 
 
Dom Casmurro 
 
 “Publicado em 1900, Dom Casmurro é narrado em primeira pessoa. 
Bentinho conta a sua própria história, a partir de flashback da velhice para a 
adolescência. 
 Órfão de pai, cresceu num ambiente familiar muito carinhoso - tia 
Justina, tio Cosme, José Dias -, recebendo todos os cuidados da mãe , 
D.Glória, que o destinara à vida sacerdotal. 
 Entretanto, Bentinho não quer ser padre – namora a vizinha, Capitu, e 
quer se casar com ela. D. Glória, presa a uma promessa que fizera, aceita a 
idéia inteligente de José Dias de enviar um escravo ao seminário, para ser 
ordenado no lugar de Bentinho. 
 9 
 
 Livre do sacerdócio, o moço se forma em Direito e acaba se casando 
mesmo com Capitu. O casal viveu muito bem, Bentinho progredindo, mantém 
amizade com Escobar e Sancha. A vida segue o seu curso. Nasce-lhe um 
filho, Ezequiel. 
 Escobar morre e, durante o seu enterro, Bentinho começa a achar 
Capitu estranha: surpreende-se contemplando o cadáver de uma forma que 
ele interpreta como apaixonada. 
 A partir do episódio, Bentinho se consome em ciúmes e tem início uma 
crise no casamento. Ezequiel se torna cada vez mais parecido com Escobar 
– o que precipita em Bentinho a certeza de que ele não é seu filho. Em 
conseqüência disso, o casal se separa. Capitu e Ezequiel vão para a 
Europa. Algum tempo depois ela morre. 
 Já moço, Ezequiel volta ao Brasil para visitar o pai, que constata a 
semelhança entre filho e o antigo colega de seminário. Ezequiel morre no 
estrangeiro. Bentinho cada vez mais fechado em sua duvida, ganha o 
apelido de “Casmurro” e se põe a escrever o livro de sua vida”. 
 
Literatura História e Texto 2 – Samira Y.Campedelli.Uma das características de Machado de Assis é escrever 
capítulos curtos. Vamos exemplificar com um capitulo de Dom 
Casmurro. 
 
 
 
Estudo do texto 
 
 
OLHOS DE RESSACAOLHOS DE RESSACAOLHOS DE RESSACAOLHOS DE RESSACA 
 
 Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis 
despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. 
Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, 
amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria 
arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns 
instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira 
lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas... 
 10
 As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as 
depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de 
carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha 
também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais 
os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como 
a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da 
manhã. 
 
 Enciclopédia Koogan-Houaiss 
Digital 
 
ATIVIDADE I 
 
 Você leu um dos capítulos do romance Dom Casmurro, intitulado ”Olhos 
de Ressaca”. Agora, responda em seu caderno. 
 
 
 1. Há nesse trecho um destaque especial para um personagem que estava 
no velório. Ela é: 
 
a-( ) a personagem Capitu. 
b-( ) o próprio narrador. 
c-( ) Escobar, o defunto. 
d-( ) Sancha, a viúva. 
________________________________________________________ 
 
2. O narrador percebe que Capitu: 
a-( ) age com tamanha dor como se fosse a viúva, porém não quer 
demonstrar seu sofrimento. 
b-( ) finge descaradamente para enganar os presentes no velório. 
c-( ) está no velório apenas para consolar a amiga. 
d-( ) fica calada sem demonstrar sentimento algum. 
 
__________________________________________________________ 
 
 
3. A figura de linguagem empregada pelo narrador na expressão ...”mas 
grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora...” é 
a-( ) hipérbole porque exagera. 
b-( ) eufemismo porque ameniza a linguagem para chocar. 
c-( ) antítese porque dá uma idéia de oposição. 
d-( ) comparação porque compara os olhos de Capitu à onda do mar. 
__________________________________________________________ 
 11
 
4. Assinale a única alternativa que não está correta. 
Percebemos que o narrador 
a-( ) enxugou as lágrimas e ficou observando atentamente as reações mais 
íntimas de Capitu. 
b-( ) foi ao velório com único propósito de acompanhar o sepultamento do 
amigo. 
c-( ) observa a dor da viúva ao despedir-se do marido. 
d-( ) vê que há em Capitu um sofrimento tão grande ou maior que o da 
viúva. 
 
 
 
ATIVIDADE II 
 
1.Sobre Machado de Assis é correto afirmar que: 
 
a-( ) é mestre em estudar seus personagens psicologicamente, descobrindo 
sua intenções secretas, seus desejos mais ocultos. 
b-( ) percebia a mediocridade da classe dominante e denunciava de forma 
irônica e indireta, mostrando o egoísmo, dissimulação, a hipocrisia , os 
interesses corruptos existentes nesta classe. 
c-( ) é um excelente escritor em linguagem narrativa, seu estilo é perfeito. 
Utilizava de recursos técnicos, tais como: a quebra da estrutura linear, a 
fragmentação dos episódios, a onipresença do narrador. 
d-( ) idealizava a figura feminina, colocando a mulher como ser perfeito, 
inatingível. 
 
__________________________________________________________ 
 
2. Sobre os escritores realistas, sabemos que: 
 
a-( ) discordam das atitudes do clero, dos burgueses e da linha de 
pensamento românticos. 
b-( ) são deterministas e materialistas, isto é, defendem a idéia de que o 
homem é um ser determinando pelo ambiente em que vive, pela carga 
hereditária e pelo momento. 
c-( ) vêem a natureza como um lugar acolhedor e a morte como a libertação 
para seus males. 
d-( ) investigam a psicologia e o sentimento dos personagens, afirmando que 
apenas a razão consegue responder aos seus questionamentos. 
 
 
 12
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Você vai conhecer agora uma estética literária que assumiu o Realismo 
integralmente, só que foi além. 
 Para os Naturalistas, a denúncia era muito mais importante que o 
estilo. E assim focalizaram em suas obras os aspectos mais chocantes do 
indivíduo: as taras, os desvios de comportamento, os problemas mais tristes e 
degradantes que vive o ser humano. 
 
 Veja agora, um trecho de “O Cortiço” do escritor naturalista, Aluísio 
Azevedo. 
 
Você estudou a vida e um pouco das obras de Machado de 
Assis. Sabemos que este escritor é valioso demais para que seu 
conhecimento fique apenas nesta unidade de estudo. 
Procure outras obras didáticas para ampliar seus conhecimentos, 
certo? 
NATURALISMO 
 13
 
 “A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a 
“Machona”, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, 
anca de animal do campo. Tinha duas filhas, uma casada e separada do 
marido. Ana das Dores, a quem só chamavam a “das Dores”, e outra 
donzela ainda, a Nenen, e mais um filho, o Agostinho, menino levado dos 
diabos, que gritava tanto ou melhor que a mãe. A das Dores morava em 
sua casinha à parte, mas toda a família habitava o cortiço.” 
 
 Neste trecho, temos uma pequena amostragem do estilo do escritores 
naturalistas. O lado mais cruel da existência humana é a matéria prima da 
obra literária naturalista. 
 
 
 “Também cantou. E cada verso que vinha de sua boca de mulata 
era um arrulhar choroso de pomba no cio. E o Firmo bêbado de volúpia, 
enroscava-se todo ao violão, e o violão e ele se gemiam com o mesmo 
gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas as vozes de bichos 
sensuais num desespero de luxúria que penetrava até ao tutano com 
língua “finíssima de cobra.” 
 
 Você percebe que o escritor naturalista apresenta o homem reduzido ao 
nível animal, numa atitude anti-romântica que idealizava o homem, 
promovendo-o ao ser superior da Terra. 
 Há pesquisadores que afirmam: “o escritor naturalista se expressa como 
um médico a quem cabe dissecar cadáveres.” 
 
 
 
O AUTOR E A OBRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (1857 – 1913) 
 
 14
 
 Aluísio de Azevedo nasceu em São Luís, Maranhão. Estudou no Liceu 
Maranhense onde recebeu excelente formação. Tinha como vocação, a arte e 
a pintura. 
 Com 19 anos, foi para o Rio de Janeiro e dedicou – se ao desenho e à 
pintura na Imperial Academia de Belas Artes. 
 Contribuiu para jornais como: Semana Ilustrada, Zig Zag, O Mequetrefe, 
O Fígaro. 
 Voltou para o Maranhão em 1878 após a morte de seu pai. 
 Em sua cidade natal, passou a colaborar na imprensa local e ajudou a 
fundar o jornal anticlerical “O pensador”. 
 
 Em 1881, Aluísio de Azevedo inaugura o Naturalismo com a obra “O 
Mulato”, na qual explora o preconceito de cor na sociedade maranhense. 
 Consagrou – se, também, com as obras Casa de Pensão e O Cortiço. 
Nesta, o próprio cortiço é o personagem central. É ele que comanda a vida e o 
destino de todos que nele residem. Esta obra consegue ser um retrato urbano 
do Brasil pouco antes da Abolição e da Proclamação da República. 
 
 A tragédia em seus romances não vem de caracteres morais (de 
dentro), vem do fatalismo das doutrinas deterministas (de fora).

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