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ENSINO DE FÍSICA DEFICIÊNCIA VISUAL PANORAMA DAS PESQUISAS A PARTIR DE 2000, Paola Anjos, Eder Camargo

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XIX Simpósio Nacional de Ensino de Física – SNEF 2011 – Manaus, AM 1 
 
ENSINO DE FÍSICA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: 
PANORAMA DAS PESQUISAS APRESENTADAS NOS PRINCIPAIS 
ENCONTROS E REVISTAS DA ÁREA A PARTIR DO ANO 20001
 
Paola Trama Alves dos Anjos1, Eder Pires de Camargo2 
 
1 Faculdade de Ciências, UNESP – Univ Estadual Paulista, Campus de Bauru, Programa de Pós-
Graduação em Educação para a Ciência (Área de concentração: Ensino de Ciências). E-mail: 
paolatrama@yahoo.com.br 
2 Faculdade de Engenharia, UNESP – Univ Estadual Paulista, Campus de Ilha Solteira, Departamento 
de Física e Química e Faculdade de Ciências, UNESP – Univ Estadual Paulista, Campus de Bauru, 
Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência (Área de concentração: Ensino de 
Ciências). E-mail: camargoep@dfq.feis.unesp.br 
Resumo 
Mesmo sendo a Educação Especial um tema discutido há mais de um século no 
Brasil, as conversas em torno desta temática intensificaram-se nas últimas décadas devido 
a discussões das quais resultaram, entre outros documentos, a Declaração de Salamanca, a 
Lei de Diretrizes e Bases para a Educação, os Parâmetros Curriculares Nacionais e as 
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial para a Educação Básica. Um dos reflexos 
destas discussões e documentos é o aumento do número de alunos com deficiência visual 
no Ensino Regular e é fundamental assegurar a efetiva aprendizagem destes alunos. Dos 
principais eventos da área de Ensino de Ciências e Física, o Simpósio Nacional do Ensino 
de Física (SNEF) foi o único a trazer a discussão da Educação Especial em uma temática 
separada denominada “Ensino de Física e estratégias para portadores de necessidades 
especiais”, em 2005 e 2007. Através da pesquisa em 11 revistas indicadas pela ABRAPEC, 
sendo 8 nacionais e 3 internacionais e em 3 eventos (ENPEC, SNEF e EPEF), 
apresentamos neste trabalho um panorama das pesquisas realizadas sobre o Ensino de 
Física para alunos com Deficiência Visual, no período compreendido entre 2000 e 
julho/2010. 
Palavras-chave: Ensino de Física, Levantamento bibliográfico, Deficiência Visual, 
Inclusão. 
1. Introdução 
A educação especial é um tema discutido no Brasil há mais de um século. 
Com relação às pessoas com deficiência visual, o primeiro registro que há da 
preocupação com a educação destes é de 12 de Setembro de 1854, quando o 
Imperador D. Pedro II criou o Imperial Instituto para Meninos Cegos, no Rio de 
Janeiro, RJ, através do Decreto Imperial nº 1428. O instituto, posteriormente, 
passou a chamar Benjamin Constant, e foi a única instituição para a educação de 
pessoas com deficiência visual até 1926, quando foi criado o Instituto São Rafael, 
em Belo Horizonte, MG (Masini, 1993). 
Nota-se que nas últimas décadas houve um aumento da presença de alunos 
com algum tipo de deficiência (visual, auditiva ou intelectual) nas escolas brasileiras. 
De acordo com o Censo Escolar realizado pelo MEC/INEP tínhamos no Brasil, em 
 
1 Apoios: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES); Grupo de 
Pesquisa em Ensino de Ciências e inclusão escolar (ENCINE- www.fc.unesp.br/encine) 
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2000, 300.520 alunos da Educação Especial matriculados em classes comuns do 
Ensino Regular ou Ensino de Jovens e Adultos. Em 2009 esse número subiu para 
398.155 alunos. Considerando somente a Deficiência Visual, de acordo com o 
mesmo Censo Escolar anteriormente citado, em 2000 eram 8.019 alunos 
matriculados com alguma deficiência visual. No Censo de 2009 são 61.769 alunos, 
sendo 5159 alunos com cegueira e 56.610 com baixa visão. Este fato é resultado de 
discussões que ocorreram na década passada, como a que culminou com a 
Declaração de Salamanca, que contém princípios, políticas e práticas na área das 
necessidades educativas especiais e que, entre outras práticas, cita como benéfica 
a pedagogia centrada na criança, a importância da divulgação e disseminação de 
resultados de pesquisas e práticas docentes e o papel da Universidade no sentido 
de colaborar com essa divulgação (UNESCO, 1994). Adicionalmente, há a Lei de 
Diretrizes e Bases (Brasil, 1996), os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 
1998) e as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica 
(Brasil, 2001), que regulamentam e asseguram direitos às pessoas com deficiências. 
No campo da pesquisa em Ensino de Física, temos como importantes 
marcos o SNEF (Simpósio Nacional de Ensino de Física) e o EPEF (Encontro de 
Pesquisa em Ensino de Física). O SNEF teve sua primeira edição realizada em 
1970, foi um evento trienal até 1985 quando passou a bienal, formato que 
permanece até hoje. A idéia de se realizar o EPEF surge em 1985, quando em um 
encontro informal de pesquisadores em ensino de Física se considerou a 
necessidade da realização de um fórum específico para a discussão da pesquisa 
stricto sensu (NARDI, 2005). Com isso o primeiro EPEF é realizado em 1986, com a 
periodicidade bienal (não houve realização do evento em 1992). 
Com relação à pesquisa em Ensino de Ciências, são fatos importantes a 
criação da ABRAPEC (Associação Brasileira de Pesquisa e Educação em Ciências) 
e o início do ENPEC (Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ciência), ambos 
em 1997. 
Mesmo sendo a Educação Especial uma área em constante expansão, o 
SNEF, nas edições de 2005 e 2007, foi o único evento a tratar do assunto em uma 
temática exclusiva, denominada “Ensino de Física e estratégias para portadores de 
necessidades especiais”. 
Tendo em vista a importância das pesquisas acadêmicas na área 
educacional, este trabalho tem como objetivo levantar as pesquisas feitas 
relacionando o Ensino de Física e a Deficiência Visual e quais os principais temas 
tratados nestas pesquisas. Desta forma, é traçado um panorama da pesquisa em 
Ensino de Física para alunos com Deficiência Visual na última década. 
2. Metodologia 
Neste trabalho apresenta-se o levantamento das pesquisas relacionando o 
Ensino de Física e a Deficiência Visual realizadas entre 2000 e 2010 (considerando 
o que estava disponível até o mês de Julho) e a análise e categorização destas 
pesquisas. Para tal, o trabalho foi dividido em duas etapas: a) levantamento 
bibliográfico e b) classificação dos trabalhos em categorias. 
a) Levantamento bibliográfico 
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Para este levantamento considerou-se as revistas da área indicadas pela 
ABRAPEC, com Qualis igual ou superior a B3. Sendo assim, pesquisaram-se as 
seguintes revistas: Ciência & Educação, Investigações em Ensino de Ciências, 
Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Revista Brasileira de Ensino de Física, 
Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia (RELEA), Revista Ensaio, 
Ciência & Ensino, Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências 
(RBPEC), Revista Enseñanza de la Física, Revista Electrónica de Enseñanza de las 
Ciencias (REEC) e Enseñanza de las Ciencias. Foi feito também, o levantamento 
dos trabalhos apresentados nos últimos 10 anos nos seguintes eventos: ENPEC, 
SNEF e EPEF. Em alguns casos, o período foi inferior a este devido à 
indisponibilidade de acesso à revista ou ao início da revista ser posterior ao ano 
2000. 
Nas revistas e atas dos eventos onde a ferramenta de busca por palavra-
chave estava disponível, esta foi utilizada, sendo a busca realizada pelos seguintes 
termos: deficiência visual,deficiente visual, deficientes visuais, cego, baixa visão, 
inclusão e portadores de necessidades especiais. Quando a ferramenta não estava 
disponível, a busca foi feita através da leitura dos títulos dos trabalhos, buscando as 
palavras-chaves citadas anteriormente. 
Após o levantamento dos artigos e trabalhos, efetuou-se a leitura dos 
resumos dos mesmos, para verificar a relação entre a Deficiência Visual e o Ensino 
de Física. Estes artigos foram contabilizados para fins quantitativos. Por fim, 
efetuou-se a leitura completa dos artigos que atendiam a relação estabelecida para, 
posteriormente, classificá-los em categorias. Em alguns casos o resumo e/ou o 
trabalho completo não estava disponível, nestas situações considerou-se o trabalho 
para efeitos quantitativos, mas este não fez parte da categorização. 
b) Classificação dos trabalhos 
Terminada a leitura completa dos trabalhos, procedeu-se a classificação dos 
mesmos conforme as seguintes categorias: a) a temática envolvida (Mecânica, 
Termodinâmica, Óptica, Ondulatória, Eletromagnetismo, Física Moderna e 
Astronomia) e b) o foco do trabalho (Montagem de materiais/experimentos 
adequados ao ensino de alunos com deficiência visual, Aplicação de 
materiais/experimentos adequados ao ensino de alunos com deficiência visual, 
Concepções Alternativas, Práticas Pedagógicas, Processo Ensino-Aprendizagem e 
Outros). 
3. Resultados 
No levantamento feito junto às revistas, obtivemos um total de 2562 artigos 
publicados sendo que 16 artigos relacionam Ensino de Física e Deficiência Visual, 
correspondendo a 0,62% do total de publicações. A Tabela 1 mostra, por revista, o 
período pesquisado, o total de publicações e a quantidade de publicações 
relacionada ao Ensino de Física para alunos com deficiências visuais em números 
inteiros e porcentagem. 
A maior parte dos artigos analisados nas revistas envolve a temática da 
Mecânica e refere-se ao processo de Ensino-Aprendizagem, como mostram as 
Tabela 2 e 3. Dos 16 artigos selecionados, o da Enseñanza de las Ciencias não 
estava disponível para leitura, sendo contabilizado somente na Tabela 1. 
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Tabela 1: Dados das revistas pesquisadas (período, total de publicações e quantidade de 
publicações relacionadas ao Ensino de Física para alunos com deficiência visual - DV) 
Publicações em Ensino 
de Física para alunos 
com DV Revista 
Período 
Pesquisado 
Total de 
Publicações 
Quantidade % do total
Ciência & Educação 2000 a 2010 292 3 1,03 
Investigações em Ensino de 
Ciências 2000 a 2010 167 2 1,20 
Caderno Brasileiro de Ensino 
de Física 2000 a 2010 314 1 0,32 
Revista Brasileira de Ensino 
de Física 2000 a 2010 695 3 0,43 
RELEA 2004 a 2010 36 0 0 
Revista Ensaio 2000 a 2010 142 1 0,70 
Ciência & Ensino 2000 a 2008 71 0 0 
RBPEC 2001 a 2010 190 2 1,05 
Revista Enseñanza de La 
Física 2006 a 2009 44 1 2,27 
REEC 2002 a 2010 267 2 0,75 
Enseñanza de las Ciencias 2000 a 2010 344 1 0,29 
Total Geral de Publicações 2562 16 0,62 
 
 
 
Tabela 2: Distribuição dos artigos levantados de acordo com a temática. (Total de 
artigos publicados e analisados = 15) 
Temática Nº de Artigos % do Total 
Mêcanica 6 40 
Termodinâmica 0 0 
Óptica 3 20 
Ondulatória 0 0 
Eletromagnetismo 1 6,67 
Física Moderna 1 6,67 
Astronomia 1 6,67 
Indefinida 3 20 
 
 
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Tabela 3: Distribuição dos artigos levantados de acordo com o foco. (Total de 
artigos publicados e analisados = 15) 
Focos N º de Artigos % do Total 
Montagem de experimentos/materiais adequados ao 
ensino de alunos com deficiência visual 3 20 
Aplicação de experimentos/materiais adequados ao 
ensino de alunos com deficiência visual 4 26,67 
Concepções Alternativas 2 13,33 
Práticas Pedagógicas 4 26,67 
Processo Ensino-Aprendizagem 5 33,33 
Outros 0 0 
 
Com relação ao levantamento feito junto às atas dos eventos, obtivemos um 
total de 4452 trabalhos apresentados entre painéis e comunicações orais. Deste 
total, 32 trabalhos estavam relacionados ao Ensino de Física para, correspondendo 
a 0,72% do total de trabalhos. 
A tabela 4 mostra, por evento, o período pesquisado, o total de trabalhos 
apresentados e a quantidade de trabalho relacionada ao Ensino de Física para 
alunos com deficiência visual em números inteiros e porcentagem. 
 
Tabela 4: Dados dos eventos pesquisados (período, total de trabalhos apresentados e 
quantidade de trabalhos relacionada ao Ensino de Física para alunos com deficiência visual 
- DV) 
Trabalhos em Ensino de 
Física para alunos com DV Evento Período Pesquisado 
Total de 
Trabalhos 
Quantidade % do total 
ENPEC 2001 a 2007 2007 8 0,40 
SNEF 2001 a 2009 1784 17 0,95 
EPEF 2000 a 2008 661 7 1,06 
Total Geral de Trabalhos 4452 32 0,72 
 
A maior parte dos trabalhos analisados refere-se à montagem e/ou aplicação 
de experimentos/materiais para o ensino de alunos com deficiência visual e a 
temática da Mecânica, como mostram as Tabela 5 e 6. Dos 32 trabalhos 
selecionados não tivemos acesso a leitura de um trabalho apresentado no IV 
ENPEC (2003), um apresentado no XIV SNEF (2001) e dois trabalhos apresentados 
no VII EPEF (2000), sendo estes contabilizados somente na Tabela 4. 
 
 
 
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Tabela 5: Distribuição dos trabalhos apresentados de acordo com a temática. (Total 
de trabalhos publicados e analisados = 28) 
Temática Nº de Trabalhos % do Total 
Mêcanica 7 21,87 
Termodinâmica 2 6,25 
Óptica 4 12,50 
Ondulatória 0 0 
Eletromagnetismo 6 18,75 
Física Moderna 1 3,12 
Astronomia 1 3,12 
Indefinida 10 31,25 
 
Tabela 6: Distribuição dos trabalhos apresentados de acordo com o foco. (Total de 
trabalhos publicados e analisados = 28) 
Focos N º de Trabalhos % do Total 
Montagem de experimentos/materiais adequados ao 
ensino de alunos com deficiência visual 10 
31,25 
Aplicação de experimentos/materiais adequados ao 
ensino de alunos com deficiência visual 10 
31,25 
Concepções Alternativas 4 12,50 
Práticas Pedagógicas 6 18,75 
Processo Ensino-Aprendizagem 5 15,62 
Outros 3 9,37 
 
Com relação aos focos dos trabalhos, alguns possuíam mais de um dos 
focos relacionados nas Tabelas 3 e 6. Bem como alguns trabalhos possuíam mais 
de uma temática relacionada na Tabela 5. Ainda com relação às temáticas, foram 
considerados como “temática indefinida” os trabalhos que não tratavam de um 
conteúdo específico dentro da Física (conteúdos estes relacionados nas diferentes 
temáticas). 
Apresenta-se a seguir uma breve descrição das subcategorias consideradas 
como foco dos trabalhos: 
• Montagem de experimentos/materiais adequados ao ensino de alunos 
com Deficiência Visual: 
13 trabalhos estão nesta subcategoria. Em linhas gerais os trabalhos trazem 
sugestões de atividades e materiais para o ensino de temas como: queda dos 
objetos, conceito de aceleração, energia, eletricidade, astronomia, entre outros. São 
trabalhos que visam a adaptação de experimentos para garantir a efetiva 
participação dos alunos com deficiência visual nas aulas experimentais. 
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• Aplicação de experimentos/materiais adequados ao ensino de alunos 
com Deficiência Visual: 
14 trabalhos estão relacionados a esta subcategoria. Em geral, a maioria 
dos trabalhos aqui classificados está também presente na categoria anterior. Nesta 
subcategoria os trabalhos fazem análises da aplicação de experimentos adequados 
ao ensino de alunos com deficiência visual, para assim, obterem dados referentes 
ao processo de aprendizagem, de participação dos alunos, de influência da 
experimentação no ensino, entre outros. 
• Concepções Alternativas: 
6 trabalhos buscaram pesquisar sobre as concepções alternativas de alunos 
com deficiência visual com relação a diversos temas. A maior parte dos trabalhos 
busca comparar as concepções alternativas de alunos com deficiência visual as de 
alunos sem deficiência visual. 
• Práticas Pedagógicas: 
12 trabalhos estão nesta subcategoria que traz temas como a abordagem de 
dificuldades para o ensino de física para alunos com deficiência visual, propostas 
para o ensino de diversos temas relacionados a física, as condições necessárias 
para que uma prática docente ocorra em um contexto inclusivo, os desafios e 
perspectivas dos professores no ensino para alunos com deficiência visual, entre 
outros. 
• Processo Ensino-Aprendizagem: 
10 trabalhos foram incluídos nesta subcategoria com trabalhos relacionados 
à considerações sobre o ensino de física, condições para que o ensino de Física 
para alunos com deficiência visual seja efetivo, fatores que influenciam no ensino de 
Física para alunos com deficiência visual, a influência da comunicação no processo 
de ensino-aprendizagem da física, fatores que dificultam o aprendizado do aluno 
com deficiência visual no cotidiano da sala de aula, estratégias de ensino baseadas 
em Vygotsky e em atividades desenvolvidas e elaboração de uma proposta 
metodológica. 
• Outros 
Nesta subcategoria foram classificados 3 trabalhos que não se enquadraram 
nas subcategorias anteriores: Ferreira e Dickman (2007) que discute o ensino de 
física baseado na percepção de professores que lecionam para alunos com 
deficiência visual, Almeida et al. (2009) que traz resultados do trabalho do Grupo de 
Estudos (GE) da UFF e Camargo et al. (2009) que apresenta a implantação de uma 
linha de pesquisa com foco no Ensino de Física para alunos com deficiência visual. 
 
 
 
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4. Conclusões 
Através deste levantamento, observamos que tanto nas revistas nacionais e 
internacionais quanto nos eventos da área de Ensino de Física e Ciências, ainda é 
muito pequeno o número de publicações e apresentações, não chegando a 1% do 
total publicado/apresentado nesta década. A revista com mais publicações, na área 
e período pesquisado é a Investigações em Ensino de Ciências, com 2 artigos 
publicados, correspondendo a 1,20% do total de artigos publicados nesta revista. O 
EPEF é o evento com maior percentual de apresentações, com 7 trabalhos, 
correspondendo a 1,06% do total de trabalhos apresentados. 
Observamos, ainda, que o número de trabalhos apresentados nos eventos, 
não correspondem, necessariamente, à pesquisas diferentes visto que uma mesma 
pesquisa pode gerar diversos trabalhos. Especificamente pudemos avaliar que dos 
28 trabalhos analisados, 3 referem-se a uma única pesquisa (P1) com diferentes 
atividades de ensino, 2 a uma pesquisa de Pós-doutorado (P2), 2 são resultados de 
uma mesma pesquisa junto à licenciandos (P3) e 2 tratam de uma mesma 
montagem de material (P4). Sendo assim, levantamos junto aos eventos, 23 
pesquisas diferentes que geraram 28 trabalhos. 
Quando cruzamos estes dados com os artigos publicados em revistas, 
temos que dos 15 artigos analisados, 2 referem-se a uma pesquisa (P5) 
anteriormente publicada em um dos eventos, 3 referem-se à P1 anteriormente 
citada, 3 referem-se a P3 (que em um segundo momento, gerou mais 4 artigos 
também publicados em revistas). Temos, portanto, em um panorama geral, 43 
trabalhos analisados gerados por 26 pesquisas. 
Diante destes números, podemos inferir que ainda há a necessidade de 
pesquisas que relacionem o Ensino de Física e a Deficiência Visual, visto que na 
última década houve um aumento da presença de alunos com deficiência visual nos 
bancos escolares e é fundamental que se garanta um aprendizado efetivo destes 
alunos. 
Dos 43 artigos e trabalhos analisados, observamos que 10 referem-se, de 
alguma forma, a formação de professores. Este é, ainda, um campo a ser 
pesquisado com maior ênfase, pois o papel do professor é imprescindível para que 
se garanta a inclusão dos alunos com deficiência visual. Estes 10 trabalhos 
relacionaram-se a formação inicial do professor, isto é, foram realizados junto à 
licenciandos. Nenhum trabalho apresentou dados de formação continuada dos 
professores. Considerando que muitos dos docentes não possuíram em sua 
formação inicial conteúdos e conceitos voltados à educação inclusiva, ressaltamos a 
necessidade deste tipo de estudo. 
Esperamos, com este trabalho, contribuir para a área do Ensino de Física 
para alunos com deficiência visual com subsídios para direcionar futuros estudos e 
assim assegurar a efetiva inclusão e aprendizado destes alunos. 
5. Referências Bibliográficas 
BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº. 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. 
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República 
Federativa do Brasil. Brasília, 1996. 
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XIX Simpósio Nacional de Ensino de Física – SNEF 2011 – Manaus, AM 9 
 
BRASIL. Ministério da educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências 
Naturais. Secretária da Educação Fundamental. Brasília, 1998. 
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial 
na Educação Básica. Secretária de Educação Especial – MEC: SEESP, 2001. 
BRASIL. Ministério da Educação. Censo Escolar 2009. INEP – MEC. Disponível 
em: < http://www.inep.gov.br/basica/censo/default.asp>. Acesso em 20 ago. 2010. 
MASINI, E. F. S. A educação do portador de deficiência visual: as perspectivas do 
vidente e do não vidente. Em Aberto. V.13, n.60, p.61-76, Out./Dez. 1993. 
NARDI, R. Memórias da educação em ciências no Brasil: a pesquisa em ensino de 
física. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v.10, n.1, p. 63-101, 
2005. 
UNESCO. Declaração de Salamanca sobre princípios, políticas e práticas na 
área das necessidades educativas especiais. 1994. Disponível em 
<http://www.unesco.org.br>. Acesso em 10 Ago. 2010. 
6. Fontes de Pesquisas Bibliográficas 
ALMEIDA, L.C. et al. Videntes e não videntes: subsídios para um ensino inclusivo. 
In: Simpósio Nacional de Ensino de Física, 18, 2009, Vitória. Atas do XVIII 
Simpósio Nacional de Ensino de Física. Vitória: SBF, 2009. 
CADERNO BRASILEIRO DE ENSINO DE FÍSICA. Florianópolis: UFSC. 2000-2010. 
Disponível em: < http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/>. Acesso em 13 Ago. 
2010. 
CAMARGO, E.P. et al. Ensino de física e deficiência visual: diretrizes para a 
implantação de uma nova linha de pesquisa. In: Simpósio Nacional de Ensino de 
Física, 18, 2009, Vitória. Atas do XVIII Simpósio Nacional de Ensino de Física. 
Vitória: SBF, 2009. 
CIÊNCIA E EDUCAÇÃO. Bauru: FC UNESP/Bauru, 2000-2010. Disponível em 
<http://www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao/index.php>. Acesso em 15 Ago. 2010. 
ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA,7., 2000, Florianópolis. 
Anais...Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM. 
ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 8., 2002, Águas de Lindóia. 
Anais...Águas de Lindóia, 2002. 1 CD-ROM. 
ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 9., 2004, Jaboticatubas. 
Anais...Jaboticatubas, 2004. 1 CD-ROM. 
ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 10., 2006, Curitiba. 
Anais...Curitiba, 2006. 1 CD-ROM. 
ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 11., 2008, Curitiba. 
Anais...Curitiba, 2008. 1 CD-ROM. 
ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 3., 2001, Atibaia. 
Anais...ABRAPEC, 2001. 1 CD-ROM. 
ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 4., 2003, Bauru. 
Anais...ABRAPEC, 2003. 1 CD-ROM. 
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 30 de janeiro a 04 de fevereiro de 2011 
 
XIX Simpósio Nacional de Ensino de Física – SNEF 2011 – Manaus, AM 10 
 
ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 5., 2005, Bauru. 
Anais...ABRAPEC, 2005. 1 CD-ROM. 
ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 6., 2007, Florianópolis. 
Anais...ABRAPEC, 2007. 1 CD-ROM. 
FERREIRA, A.C., DICKMAN, A.G. Ensino de Física a estudantes cegos na 
perspectivas dos professores. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de 
Ciência, 6, 2007, Florianópolis. Atas do VI Encontro Nacional de Pesquisa em 
Educação em Ciências. Florianópolis: ABRAPEC, 2007. 
REVISTA BRASILEIRA DE ENSINO DE FÍSICA. São Carlos: SBF. 2000-2010. 
Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/ojs/index.php/rbef>. Acesso em 16 
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REVISTA BRASILEIRA DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS. Belo 
Horizonte: ABRAPEC. Disponível em: 
<http://www.fae.ufmg.br/abrapec/revista/index.html>. Acesso em 16 Ago. 2010. 
REVISTA CIÊNCIA & ENSINO. Campinas: UNICAMP. 2000-2008. Disponível em: 
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REVISTA ENSAIO: PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS. Belo Horizonte: 
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SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA. 17, 2007, São Luís. Anais... SBF. 
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SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA. 18, 2009, Vitória. Anais... SBF. 
2009. CD-ROM. 
 
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 30 de janeiro a 04 de fevereiro de 2011

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