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Direito Tributário para AFRFB 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto – Aula 01 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 107 
AULA 01 
 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação Inicial 01 
Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 03 
Imunidades Tributárias 04 
Definição 5 
Classificação das imunidades tributárias 14 
Espécies de Imunidades 21 
Imunidade Recíproca 24 
Extensão da Imunidade Recíproca 34 
Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos 48 
Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de 
trabalhadores, instituições de educação e de assistência 
social 
53 
Imunidade cultural 69 
Imunidades Específicas 77 
Questões Propostas 81 
Gabaritos 106 
Bibliografia 107 
 
 
Olá, caro amigo e futuro AFRFB! 
Chegamos à primeira aula do nosso curso de direito tributário para o cargo 
de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB), cargo que 
atualmente ocupo com grande satisfação e orgulho. Espero ter você, em 
breve, como colega de trabalho. Um dos passos fundamentais, contudo, é 
aprender essa deliciosa matéria chamada direito tributário. 
Nessa aula iremos tratar do seguinte tema: 
• Imunidades Tributárias. 
As imunidades tributárias são um dos temas preferidos pelas bancas 
organizadoras de concursos, em especial a ESAF, que sempre aborda o 
tema em suas provas de direito tributário. 
Direito Tributário para AFRFB 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto – Aula 01 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 107 
Nossa aula será composta por uma série de questões comentadas de provas 
passadas da ESAF quanto de outras bancas, para aprofundar ainda mais o 
conhecimento proposto na aula. 
Qualquer dúvida que surgir, peço que me envie o mais breve possível um e-
mail, para que não ocorram atrasos nos seus estudos. Seguem os meus 
dois e-mails: 
aluisioneto@estrategiaconcursos.com.br 
aluisioalneto@gmail.com 
http://www.facebook.com/#!/profile.php?id=100002354992888 
Os comentários às questões propostas e não resolvidas em aula serão 
disponibilizadas em arquivo em separado no site. Espero que façam bom 
proveito, futuro AFRFB! 
Boa sorte! E bons estudos! 
 
 
 
 
 
Direito Tributário para AFRFB 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto – Aula 01 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 107 
Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 
 
A CF/88 define duas espécies de limitações ao poder de tributar: 
• Princípios Constitucionais Tributários; 
• Imunidades Tributárias. 
Essas limitações regulam a chamada incompetência tributária, ou 
competência tributária negativa, uma vez que, ao serem observadas as 
hipóteses nelas previstas, os Entes políticos ficam impossibilitados de fazer 
incidir os tributos previstos nas suas respectivas competências tributárias 
outorgadas expressamente pela CF/88. 
Todas as disposições relativas às limitações constitucionais ao poder de 
tributar estão contidas nos artigos da nossa CF/88 destinados ao Sistema 
Tributário Nacional, quais sejam, do 145 aos 162. 
Vista essa pequena introdução, vamos ao que interessa nessa aula, caro 
aluno. 
Iniciaremos nossos estudos pelas imunidades tributárias. Na aula seguinte 
estudaremos os princípios constitucionais tributários, outro tema que dá 
água na boca dos elaboradores de questões da ESAF. 
Bons estudos! Vamos em frente! 
 
 
 
 
Direito Tributário para AFRFB 
Teoria e questões comentadas 
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Imunidades Tributárias 
 
Nessa aula iremos tratar da primeira espécie de limitação constitucional ao 
poder de tributar: as chamadas imunidades tributárias. Veremos os seguintes 
temas: 
• Definição; 
• Classificação das imunidades tributárias; 
• Espécies de Imunidades; 
• Imunidade Recíproca; 
• Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos; 
• Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, 
instituições de educação e de assistência social; 
• Imunidade cultural; 
• Imunidades Específicas; 
Vamos em frente! 
 
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Teoria e questões comentadas 
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Definição 
 
A imunidade pode ser definida como uma hipótese de não-incidência 
constitucionalmente prevista, configurando-se como uma dispensa do 
pagamento de tributo conferida expressamente pelo legislador 
constitucional, seja originário ou derivado. Guarde bem isso, caro 
aluno!! 
O instituto da imunidade pode ser definido ainda como uma delimitação 
negativa da competência tributária, sendo uma forma qualificada de não-
incidência por vedação constitucional ao poder de tributar. Enquanto esta 
(competência tributária) é o elemento que define em quais situações poderá 
haver a incidência de tributos a serem criados por lei, aquela (imunidade) 
define as situações em que será impossível a tributação pelos entes 
federados. Ou seja, o que a competência tributária permite, a imunidade 
tributária proíbe. Uma deixa, outra não. ☺ 
Logo, podemos resumidamente definir a imunidade como uma 
incompetência tributária, uma vez que “mata na raiz” qualquer tentativa 
de incidência tributária, caro aluno. 
Se a hipótese de incidência fosse uma árvore, a imunidade já impediria o 
próprio ato da lançar a semente no chão. (bichinha poderosa essa imunidade, 
visse...dá até medo) 
Conclusão importantíssima: TODA E QUALQUER 
IMUNIDADE É SEMPRE CONFERIDA PELA 
CF/88, SEMPRE DECORRENTE DESTA, JAMAIS 
POR OUTRO TIPO DE NORMA. NEM MESMO 
POR LEI COMPLEMENTAR, TRATADO 
INTERNACIONAL, LEI ORDINÁRIA, O PAPA, 
DALAI LAMA, GANDHI... NADA NEM NINGUÉM 
CONFERE IMUNIDADE A NÃO SER A CF/88. 
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Agora um ponto importantíssimo: SE ESTÁ NO CORPO DA CF/88 COMO 
UMA DISPENSA DE PAGAMENTO DE TRIBUTO, SEMPRE SERÁ UMA 
IMUNIDADE, AINDA QUE EXPRESSAMENTE NO TEXTO DA NORMA 
CONSTITUCIONAL EXISTA OUTRA NOMENCLATURA. OU NÃO 
CONTENHA NADA EXPRESAMENTE. 
A imunidade fulmina qualquer elemento da relação jurídico-tributária: 
hipóteses de incidência, fato gerador, obrigação tributária, lançamento e 
crédito tributário. Lembre que a árvore nem chega a ser plantada. 
Por sua vez, as imunidades tributárias, juntamente com os princípios 
constitucionais tributários, fazem parte das chamadas limitações 
constitucionais ao poder de tributar, previstas nos artigos 150 a 152 da 
CF/88, sendo clausulas pétreas desta. São garantias asseguradas ao 
contribuinte que impedem o Estado de fazer incidir tributos, assim como 
vários outros princípios e garantias previstas no texto da CF/88. 
A imunidade pode ser estudada ainda por meio dos seus dois aspectos 
básicos: 
• Aspecto Formal, relacionado à característica da imunidade de 
inviabilizar a tributação pelos entes políticos de determinadas situações 
presentes no mundo dos fatos, tendo em vista a falta de competência 
tributária; 
• Aspecto Material, relacionada ao direito atribuído, expressa ou 
implicitamente, pela CF/88 às pessoas e bens de não sofrer a incidência 
tributária. 
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(ESAF/RFB/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO 
BRASIL/2010) Diversos fatos podem resultar na desoneração tributária. 
Assinale, entre as que se seguem, a forma de desoneração tributária pela 
qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por 
força do não exercício da competência a que tem direito o poder tributante. 
a) Imunidade. 
b) Não-incidência. 
c) Isenção. 
d) Alíquota zero. 
e) Remissão. 
A imunidade é conceituada como o instituto tributário que “corta pela raiz” 
qualquer forma de tributação possível sobre determinado sujeito passivo, 
bem, mercadoria, operação ou prestação. Nesses casos, o ente tributante 
“deseja” tributar, mas é impedido em razão da imunidade. 
Entretanto, existem os casos em que não há a incidência tributária em razão 
do não-exercício da competência tributária simplesmente por que não há 
previsão legal (não-incidência propriamente dita) ou quanto o ente político, 
mesmo havendo previsão legal, simplesmente decidiu por não fazer incidir 
determinado tributo sob uma situação específica (isenção. 
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Diante disso, a não-incidência impede que qualquer fato tributário venha a 
ocorrer. Uma vez que nem a hipótese de incidência existe, não chegam a ser 
observados o fato gerador, a obrigação tributária, o lançamento e nem o 
crédito tributário (calma, caro aluno! Esses quatro conceitos vão ser vistos 
mais adiante na aula). 
Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão. 
 
 
“Um minuto, professor!! Mas o que é não-incidência, isenção... assim eu vou 
me perder nos conceitos e misturar tudo!” 
Calma, caro aluno. Foi proposital. Vamos ver agora o que vem a ser não-
incidência, a isenção e, de brinde, a alíquota zero. Guarde bem esses temas. 
Eles costumar ser cobrados em prova. Faça bem a distinção entre eles. 
Vamos em frente! 
 
 
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Não-incidência 
 
Podemos definir a não-incidência tributária como a situação observada no 
mundo dos fatos que não está prevista na norma de incidência dos tributos, 
não estando capitulada como uma ocorrência capaz de fazer surgir a 
obrigação tributária e a consequente relação jurídico tributária entre o Estado 
e o sujeito passivo. Assim, não haverá lançamento nem crédito tributário. 
Dizemos que na não-incidência não há a subsunção do fato à norma, uma vez 
que aquela não está prevista nesta. 
Por exemplo, temos a ato de dirigir caminhões que transportam mercadorias. 
Essa situação não está prevista como uma hipótese de incidência de nenhuma 
norma jurídica tributária, uma vez que dirigir caminhões com mercadorias 
não está previsto na norma de incidência de nenhum imposto. Transportar 
mercadorias, por sua vez, é uma hipótese de incidência do ICMS, imposto de 
competência estadual sobre, em entre outras, a circulação de mercadorias. 
Por fim, a não-incidência pode se dar tanto por falta de competência 
tributária (tendo em vista a presença de uma imunidade tributária, por 
exemplo) quanto pelo não exercício da competência existente e atribuída 
pela CF/88, em razão da facultatividade atribuída ao Ente Federativo quanto 
ao exercício ou não desta. Esse último caso é da não-incidência propriamente 
dita, ou a não incidência stricto sensu. 
A falta de competência seria o caso do exemplo dado anteriormente. Por sua 
vez, o não exercício seria a não criação, por exemplo, pelo Município de 
Macaparana/PE, da lei municipal que preveja a incidência do ISS (imposto 
sobre serviços de qualquer natureza) sobre os serviços prestados no seu 
território. O Município pode instituir e cobrar, mas não o fez por meio de lei, 
portanto, não exercendo a sua competência tributária. 
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Incidência 
 
Se pudéssemos utilizar um operador lógico chamado “não”, poderíamos dizer 
que a incidência é exatamente o contrário da não-incidência. Bãaa ☺ 
Brincadeira à parte, a incidência pode ser definida como a situação ocorrida 
no mundo dos fatos que corresponde a uma hipótese prevista na lei 
tributária, fazendo nascer a obrigação tributária e a consequente relação 
jurídico-tributária. 
Assim, por exemplo, se alei tributária prescreve que auferir renda é uma 
hipótese de incidência do imposto sobre a renda, de competência federal, 
toda vez que auferirmos renda estaremos dando origem à incidência do 
tributo federal. 
Não confunda a incidência com as hipóteses de incidência. Esta está presente 
na lei, capitulando as situações que dão origem ao fato gerador do tributo e a 
consequente tributação. Aquela, a própria situação descrita na norma e 
observada no mundo real. 
 
 
 
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Isenção 
 
A isenção pode ser definida classicamente como a dispensa legal de 
pagamento de tributo devido. Veja bem: LEGAL! Assim, a isenção é sempre 
prevista em lei em sentido estrito do ente competente para instituir e 
cobrar o tributo. 
Mais uma vez, “crianças”, repitam com o tio: A ISENÇÃO É A 
DISPENSA LEGAL DO PAGAMENTO DE TRIBUTO, 
DEVENDO SEMPRE ESTAR PREVISTA EM LEI EM 
SENTIDO ESTRITO DO ENTE COMPETENTE PARA 
INSTITUIR O TRIBUTO. 
A isenção pressupõe o exercício da competência tributária, uma vez que se 
configura como uma dispensa de pagamento prevista em lei. Nesses casos, 
há a incidência tributária e a consequente ocorrência do fato gerador da 
obrigação tributária, mas não pode ser cobrado tributo algum pela Autoridade 
Administrativa. 
Por exemplo, temos o IPVA, que incide sobre a propriedade de veículos 
automotores. Assim, qualquer veículo automotor, em tese, estaria sujeito ao 
IPVA. Acontece que, por exemplo, o benevolente legislador pernambucano 
isentou do pagamento do IPVA os veículos com mais de 30 anos de uso, 
abrindo mão do tributo que seria devido. 
Observe que na isenção ocorre o exercício da competência tributária, há a 
ocorrência do fato gerador, surge a obrigação tributária, mas não há valor 
algum a pagar, simplesmente em razão da isenção conferida. Logo, não há 
lançamento e o consequente crédito tributário. 
Aqui, a árvore chega ser plantada pelo agricultor competente, chega a nascer, 
mas não se desenvolve por completo, mal nascendo meio palmo de tronco. ☺ 
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Por fim, quanto aos institutos da isenção e da imunidade, temos que 
enquanto essa atua no plano da definição da competência tributaria, 
aquela atua no campo do exercício da competência. Guarde muuuito 
bem isso, caro aluno!! 
 
Alíquota Zero 
 
Por fim, temos a alíquota zero, instituto tecnicamentediferente da isenção, 
mas com os mesmos efeitos práticos: o sujeito passivo (que pode ser tanto 
contribuinte como responsável, serão vistos mais adiante no nosso curso) não 
irá pagar valor algum de tributo. 
Há o exercício da competência tributária, a hipótese de incidência tipificada 
na lei, o fato gerador, a obrigação tributária, a base de cálculo e a alíquota 
(alíquota zero também é alíquota ☺), mas não há o crédito tributário a ser 
pago, uma vez que a multiplicação de qualquer valor por zero, dá zero. 
O crédito pode até existir, mas será em valor nulo, zero. Poderá se dar o 
lançamento apenas por uma simples formalidade ou por exigência prevista 
em lei. 
Aqui, a árvore é plantada, nasce, crescem as folhas, mas não temos frutos 
algum a colher e comer (ou tributar, fiscalmente falando). 
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Por exemplo, é comum o legislador federal estipular, para determinados 
produtos, alíquotas de 0% para o imposto de importação. Uma vez que, como 
veremos mais adiante, a alteração das alíquotas desse imposto não necessita 
de lei em sentido estrito, apenas de ato do poder executivo, a alíquota poderá 
ser facilmente aumentada conforme a necessidade e conveniência da 
administração pública. 
Veja o que nos diz o STF, embora o julgado seja apenas indiretamente 
relacionado ao tema: 
“EMENTA Agravos regimentais no recurso extraordinário. IPI. 
Princípio da não cumulatividade. Creditamento. 
Impossibilidade. Correção monetária. Questão constitucional. 
Ocorrência de injustificada oposição do Fisco. Correção 
monetária devida. Recurso, em parte, prejudicado. 1. 
Jurisprudência pacificada no sentido da inexistência do 
direito ao crédito de IPI na aquisição de insumos 
isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota zero. 
Ausência de afronta ao princípio da não cumulatividade. 
Precedentes do Pleno desta Corte. 2. A matéria relativa à 
correção monetária de créditos escriturais tem natureza 
constitucional e a jurisprudência desta Corte entende ser 
devida nos casos de oposição injustificada do Fisco. 3. 
Discussão prejudicada quanto à incidência de correção 
monetária nos créditos escriturais de IPI, relativamente aos 
créditos decorrentes da aquisição dos insumos sujeitos à 
alíquota zero ou não tributados. Inexistente o próprio direito 
ao crédito, não se cogita de sua correção monetária. (RE 
469086 AgR/RS, de 08/11/2011)”. 
Vamos agora à classificação das imunidades. Em seguida veremos as espécies 
de imunidades, de onde vem o grosso das questões de prova sobre o tema 
imunidade tributária. Vamos em frente! 
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Classificação das Imunidades tributárias 
 
As imunidades tributárias podem ser classificadas de várias maneiras, 
conforme se apresentem no texto constitucional e em relação aos tributos 
que especificam. 
A classificação das imunidades tributárias pode ser da seguinte maneira: 
� Objetivas (reais), subjetivas (pessoais) e mistas (pessoais e reais); 
� Gerais (genéricas) e especiais (tópicas); 
� Ontológicas e políticas; 
� Explícitas e implícitas; 
� Condicionadas e Incondicionadas; 
� Excludentes e Incisivas. 
 
As imunidades objetivas, subjetivas e mistas tomam por base o critério 
estabelecido para a concessão, que levará em consideração os objetos, as 
pessoas ou ambos os fatores no momento de ser conceder o benefício. 
A imunidade objetiva é aquela direcionada às coisas, aos bens e às 
mercadorias, tendo como exemplo as mercadorias destinadas ao exterior, que 
são imunes à tributação com o ICMS. É irrelevante a qualidade da pessoa que 
promove a exportação de mercadorias, podendo ser tanto uma multinacional 
aqui instalada como uma empresa de fundo de quintal. 
Por sua vez, as imunidades subjetivas são aquelas que levam em 
consideração as pessoas a serem imunizadas, independentemente da 
natureza do objeto. Como exemplo, temos a imunidade sobre o patrimônio, 
as rendas e os serviços das entidades políticas, sendo imune qualquer bem 
abrangido pelo trinômio, desde que pertencente ao ente político. Em outro 
exemplo, temos um imóvel pertencente à União que é imune ao IPTU, sendo 
devido esse imposto caso o bem seja alienado a pessoa não imune, como um 
particular. 
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Por fim, temos as imunidades mistas, que, para serem usufruídas pelos 
seus beneficiários, tanto qualidades relativas às pessoas quanto aos bens 
devem estar presentes. É o caso, por exemplo, da imunidade quanto ao ITR 
sobre as pequenas glebas rurais definidas em lei, e desde que explorada pelo 
proprietário que não possua outro imóvel. Observe que a imunidade somente 
será usufruída se atendidas às três condições: pequena gleba rural definida 
em lei (relativa ao objeto) e explorada pelo proprietário (relativa à pessoa) 
que não possua outro imóvel (relativa à pessoa). 
As imunidades gerais ou especificas são aquelas que são definidas em 
função da abrangência da imunidade a ser concedida, podendo ser em 
relação a diversos tributos de diversos entes tributantes (imunidades gerais 
ou genéricas), ou em relação à apenas um determinado tributo de um ente 
estatal específico. 
Para as imunidades genéricas ou gerais, temos como exemplo a 
imunidade quanto à instituição de impostos sobre o patrimônio, as rendas e 
os serviços dos entes políticos, vedando qualquer tributação sobre esses bens 
e serviços com impostos. Essa imunidade está prevista no artigo 150, VI, “a” 
a “c”da CF/88. Outro exemplo seria a instituição de impostos sobre livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, a chamada 
imunidade cultural, constante no artigo 150, Vi, “d”. Assim, a tributação com 
impostos de qualquer ente político está impedida por meio da imunidade. 
Já as imunidades específicas ou tópicas têm como exemplo a relativa ao 
ICMS nas operações de exportação de mercadoria para o exterior, na qual há 
apenas um objeto e um tributo presente nos elementos definidores da 
imunidade. 
As imunidades ontológicas e políticas estão relacionadas aos 
princípios contidos na CF/88 e à existência ou não de capacidade 
contributiva das pessoas a que se destinam. 
Direito Tributário para AFRFB 
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As imunidades ontológicas são aquelas que existiriam ainda que a CF/88 
expressamente não as previsse em seu texto, uma vez que são fundamentais 
para a observância dos princípios contidos na nossa Carta Magna de 1988, 
quais sejam, da isonomia e do pacto federativo. Estão, sobremaneira, 
relacionadas às clausulas pétreas da nossa CF/88, afirmando-as ainda mais. 
Como exemplo de imunidade ontológica, temos a imunidade recíproca, que 
veda a instituição, pelos entes políticos, de impostos sobre o patrimônio, os 
serviços e as rendas de uns sobre os outros, reafirmando o pacto federativo e 
protegendo-o contra possíveis arranhões em decorrência da tributação. 
Outra imunidade ontológica seria a concedida às instituições de educação e 
assistência social, tendo em vistaas suas missões sociais e a falta de 
capacidade contributiva desses entes diante dos recursos diminutos que 
dispõe para o alcance de seus objetivos primários (pelo menos em teoria ☺). 
Por sua vez, as imunidades políticas são aquelas que se destinam a 
proteger princípios presentes expressamente na CF/88, mas são decorrentes 
da vontade política do legislador constitucional, e não em virtude da falta de 
capacidade contributiva dos beneficiários. Como exemplo, temos a imunidade 
conferida aos templos de qualquer culto (imunidade religiosa), conferida em 
razão de uma vontade política do legislador frente aos interesses religiosos 
que vigoram no nosso país e na nossa sociedade, expressamente cristã. 
As imunidades explícitas e implícitas estão relacionadas ao fato das 
mesmas estarem ou não descritas expressamente no texto da Carta 
Magna federal. Como regra, temos as imunidades explicitas, não sendo 
encontrada no nosso ordenamento constitucional atual nenhuma imunidade 
implícita. Logo, todas as imunidades hoje existentes são explícitas. 
 
As imunidades condicionadas ou incondicionadas estão relacionadas à 
necessidade de cumprimento ou não de certos requisitos a serem 
estabelecidos em legislação infraconstitucional, por expressa disposição 
constitucional. 
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As imunidades incondicionadas são aquelas que não dependem de 
nenhuma regulamentação, produzindo efeitos imediatos para os seus 
beneficiários, podendo ser usufruídas de imediato. Como exemplo de 
imunidade incondicionada, temos novamente a imunidade recíproca prevista 
para os entes políticos. Para exercê-la, basta ser um ente político, não 
dependendo de nenhuma norma infraconstitucional para ser usufruída. 
Por sua vez, as imunidades condicionadas são aquelas que dependem de 
regulamentação infraconstitucional para poderem ser usufruídas pelos seus 
beneficiários, tendo assim eficácia limitada. Como exemplo, temos a 
imunidade relativa ao ITR quanto às pequenas glebas rurais, que necessitam 
da regulamentação em lei quanto ao que vem a ser uma e as suas 
características. 
Por fim, temos as imunidades excludentes e incisivas, que estão 
relacionadas ao fato de determinados tributos estarem ou não expressamente 
previstos como incluídos nas exceções à possibilidade de tributação, enquanto 
outros estão expressamente proibidos. 
As imunidades excludentes são as que determinam que nenhum imposto 
pode incidir sobre determinado bem, pessoa ou situação, a exceção de um 
tributo, expressamente previsto. É o caso, por exemplo, do IOF nas 
operações com o ouro quando definido como ativo financeiro ou instrumento 
cambial, sendo vedada a incidência de qualquer outro tributo. 
Por sua vez, as imunidades incisivas são aquelas que excluem a incidência 
de determinados tributos sobre um bem, pessoa ou operação, permitindo 
apenas a tributação por alguns tributos. Como exemplo, temos a tributação 
sobre operações relativas a energia elétrica, derivados de petróleo, minerais, 
combustíveis e serviços de telecomunicações do país, sobre as quais somente 
pode incidir o Imposto de Importação (II), de Exportação (IE) e o ICMS. 
Por fim, são auto-aplicáveis as imunidades que não dependem de 
regulamentação infraconstitucional para já surtirem os efeitos previstos pelo 
constituinte, como, por exemplo, a imunidade recíproca. 
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Por sua vez, são não auto-aplicáveis as imunidades que dependem de 
regulação infraconstitucional para poderem ser usufruídas por seus 
beneficiários, tendo como exemplo as imunidades conferidas partidos 
políticos, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e de 
assistência social 
 
 
(FMP – 2007 - Adjunto de Procurador do Ministério Público Especial 
junto ao Tribunal de Contas do RS) Quanto às imunidades: 
(A) são sempre referidas no texto constitucional pela expressão “imunidade”. 
(B) são sempre referidas no texto constitucional pela expressão “isenção”. 
(C) são referidas no texto constitucional através de várias expressões, ora 
como isenção, ora como não incidência, ora como gratuidade, dentre outras. 
(D) são normas que podem ser afastadas pelo legislador ordinário, desde que 
de modo expresso e inequívoco, pois os entes políticos não são obrigados a 
exercer seu direito de não tributar. 
(E) são todas auto-aplicáveis. 
Alternativas a e b) Incorretas. Seja qual for a denominação dada pelo 
texto constitucional, toda e qualquer proteção à incidência de tributos 
prevista no texto da Carta Magna Federal será um imunidade, ainda que o 
legislador constituinte utilize a expressão isenção ou desoneração, ou não use 
nenhum, apenas determinando que sobre determinada situação não incidirá 
tributo algum. Estando no corpo da CF/88, será uma imunidade. 
Alternativa c) Correta. Como comentei, é irrelevante a denominação dada 
no texto. Desonerando a tributação, será uma imunidade. 
Alternativa d) Incorreta. As imunidades são garantias constitucionais dos 
contribuintes, não podendo ser suprimidas ou reduzidas sobre pena de 
afronta ao texto da CF/88. Desse modo, nenhuma espécie de lei poderá 
estabelecer a sua redução. 
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Alternativa e) Incorreta. As imunidades podem ser auto-aplicáveis, quando 
não dependem de regulamentação infraconstitucional para já surtirem os 
efeitos previstos pelo constituinte, ou não auto-aplicáveis, quando dependem 
de regulação infraconstitucional para poderem ser usufruídas por seus 
beneficiários 
 
 
(ESAF/SEFAZ-SP/AGENTE FISCAL DE RENDAS/2009) As imunidades 
tributárias são classificadas em: 
a) ontológicas e políticas. 
b) proporcionais e progressivas. 
c) diretas e indiretas. 
d) cumulativas e não cumulativas. 
e) vinculadas e não vinculadas. 
A classificação das imunidades tributárias pode se dar da seguinte maneira: 
• Objetivas (reais), subjetivas (pessoais) e mistas (pessoais e reais); 
• Gerais (genéricas) e especiais (tópicas); 
• Ontológicas e políticas; 
• Explícitas e implícitas; 
• Condicionadas e Incondicionadas; 
• Excludentes e Incisivas. 
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
As imunidades ontológicas são aquelas que existiriam ainda que a CF/88 
expressamente não as previsse em seu texto, uma vez que são fundamentais 
para a observância dos princípios contidos na nossa Carta Magna de 1988, 
quais sejam, da isonomia e do pacto federativo. Estão, sobremaneira, 
relacionadas às clausulas pétreas da nossa CF/88, afirmando-as ainda mais. 
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Por sua vez, as imunidades políticas são aquelas que se destinam a proteger 
princípios presentes expressamente na CF/88, mas são decorrentes da 
vontade política do legislador constitucional, e não em virtude da falta de 
capacidade contributiva dos beneficiários. Como exemplo, temos a imunidade 
conferida aos templos de qualquer culto (imunidade religiosa), conferida em 
razão de uma vontadepolítica do legislador frente aos interesses religiosos 
que vigoram no nosso país e na nossa sociedade, expressamente cristã. 
As demais características presentes nas alternativas “b” a “e” se referem, 
todas, aos tributos, as quais veremos ao estudar esse tema em aula posterior 
do curso. 
 
 
 
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Espécies de Imunidades 
 
Nossa Constituição Federal de 1988 contém em seu texto diversas 
imunidades, direcionadas aos mais diversos bens, pessoas ou operações, 
estando espalhadas ao longo do corpo constitucional. 
Entretanto, algumas são de maior relevância em concursos, sendo cobradas 
com frequência pelas bancas organizadoras do Brasil afora. Veremos todas 
elas nessa parte da nossa aula. 
As imunidades presentes na CF/88 podem ser divididas da seguinte maneira: 
� Imunidade Recíproca (Artigo 150, VI, “a”, da CF/88) 
� Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos ou dos Templos 
de qualquer culto (Artigo 150, VI, “b”, da CF/88) 
� Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de 
trabalhadores, instituições de educação e de assistência social 
(Artigo 150, VI, “c”, da CF/88) 
� Imunidade cultural (Artigo 150, VI, “d”, da CF/88) 
� Imunidades Específicas (diversos artigos presentes no texto 
constitucional) 
Antes de começar a estudar cada uma das imunidades tributárias, deve ser 
atentado, e conforme você verá mais à frente, caro aluno, as imunidades 
tributárias podem abranger qualquer espécie de tributo, sejam impostos, 
taxas ou contribuições. Veja como isso é cobrado em prova: 
 
 
 
 
 
 
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(ESAF/SRF/AUDITOR FISCAL DO TESOURO NACIONAL/1994) Sobre as 
imunidades tributárias, podemos afirmar que: 
a) não se aplicam às taxas e aos impostos sobre o comércio exterior. 
b) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar. 
c) são extensivas às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados ou não a suas finalidades essenciais. 
d) impossibilitam sejam previstos fatos geradores da obrigação tributária para 
os casos por ela abrangidos. 
e) são hipóteses de não-incidência legalmente qualificada. 
Alternativa a) Incorreta. As imunidades se aplicam tanto às taxas quanto 
aos impostos sobre o comércio exterior. Em relação às taxas, temos a 
imunidade relativa à obtenção de certidões em repartições publicas e quanto 
à celebração do casamento civil (artigo 5º, XXXIV, e 226, §1º, da CF/88, 
respectivamente. 
Quanto ao comércio exterior, temos a imunidade quanto ao imposto de 
importação sobre bens adquiridos por ente políticos, tendo em vista a 
imunidade conferida no texto constitucional. Caso não fiquemos limitados à 
divisão constante no CTN, podemos dizer que, nos impostos sobre o comércio 
exterior, também não incidem o ICMS e o ISS nas operações e prestações 
que destinam bens e serviços ao exterior. Este último, contudo, depende de 
regulamentação por meio de lei complementar federal. 
Alternativa b) Incorreta. Nem complementar nem ordinária, nem por 
nenhum normativo infraconstitucional. As imunidades sempre devem estar 
previstas no corpo da CF/88 para serem consideradas como tais. 
Alternativa c) Incorreta. Para que possam vir a usufruir da imunidade 
quanto ao seu patrimônio, rendas ou serviços, essas entidades devem 
vincular esses três elementos às suas atividades essenciais. A desobrigação 
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dessa vinculação se observa apenas em relação aos Entes Políticos, 
exclusivamente. 
Alternativa d) Correta. Caso a proibição de cobrança de tributos esteja 
prevista no texto constitucional, estaremos diante de uma imunidade 
tributária. Nesta, não teremos fato gerador, hipótese de incidência, obrigação 
tributária, lançamento nem crédito tributário, uma vez que a norma 
constitucional impede tudo isto. A imunidade “corta o mal pela raiz”. Na 
isenção, ainda chegam a existir o fato gerador e a obrigação tributária, sendo 
fulminados o lançamento e o crédito tributário, bem como qualquer 
pagamento que pudesse haver. 
Alternativa e) Incorreta. O texto estaria perfeito se não houve o termo 
legalmente. O correto seria apenas a troca dele por “constitucionalmente”. 
Como comentei na alternativa “b”, somente a constituição traz normas 
imunizantes, nenhum outro normativo mais. Pode até ter os mesmos efeitos 
práticos, como é a isenção, mas não será uma imunidade. 
A partir de agora, quero que tenha atenção redobrada, caro aluno. 
Vamos a cada uma delas! 
 
 
 
 
 
 
 
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Imunidade Recíproca 
 
A primeira imunidade a ser estudada será a recíproca, também chamada de 
imunidade governamental, intergovernamental ou mútua. Essa 
imunidade proíbe a instituição de IMPOSTOS sobre o patrimônio, a rendas e 
os serviços de uma pessoa política sobre os de outra, estando prevista no 
artigo 155, VI, “a”, da CF/88: 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: (...) 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;” 
(Grifos nosso) 
Por sua vez, a imunidade recíproca pode ser classificada como sendo: 
� Subjetiva, uma vez que é direcionada às pessoas políticas (entes 
federativos das três esferas); 
� Incondicionada, já que não é necessário nenhum normativo 
infraconstitucional para que seja gozada pelo seu beneficiário; 
� Ontológicas (ou implícitas), uma vez que configuram afirmações de 
princípios constantes no texto constitucional, sendo consequência direta 
dos princípios constitucionais da capacidade contributiva (uma vez que 
os entes políticos não possuem capacidade contributiva, já que seus 
recursos são destinados à realização das atividades do Estado), do 
princípio federativo do Estado (clausula pétrea da CF/88), da autonomia 
dos Municípios e da supremacia do interesse público sobre o privado. 
Atente bem para o primeiro ponto importante sobre a imunidade recíproca: 
ela alcança apenas os IMPOSTOS, e nenhuma outra espécie tributária. 
Muita atenção aos textos das questões, uma vez que é comum elaborador 
trocar “impostos” por “tributos” e pegar o candidato menos atento. Ou tentar 
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confundir estendendo a imunidade às taxas, contribuições e outras espécies 
tributárias que veremos em outra aula. Atenção! 
Diante disso, é perfeitamente viável a instituição e cobrança, por um 
Município brasileiro, de uma taxa de fiscalização de imóveis cobrada junto aos 
imóveis pertencentes à União e situados no território do Município, por 
exemplo. O mesmo ocorre para uma contribuição de melhoria. 
 
Uma vez que otexto constitucional expressamente se refere aos impostos, a 
imunidade recíproca, como falamos, não pode ser estendida às taxas, às 
contribuições de melhoria e às contribuições previdenciárias, por exemplo, 
conforme entendimento adotado no STF: 
“1. A imunidade tributária recíproca não engloba o 
conceito de taxa, porquanto o preceito constitucional 
(artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da Constituição 
Federal) só faz alusão expressa a imposto. (...). 2. As 
taxas cobradas em razão dos serviços públicos de coleta, 
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos 
provenientes de imóveis, desde que dissociadas da cobrança 
de outros serviços públicos de limpeza são constitucionais 
(RE n. 576.321-QO, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, 
DJe de 13.2.09). 3. As taxas que, na apuração do montante 
devido, adotem um ou mais elementos que compõem a base 
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não se 
verifique identidade integral entre uma base e outra são 
constitucionais. (RE 613287 AgR/RS, de 02/08/2011)” 
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“Impossibilidade de tributação pela Municipalidade, 
independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados 
pela empresa delegatária dos serviços portuários, em face da 
imunidade prevista no art. 150, VI, a, da Constituição 
Federal. Dispositivo, todavia, restrito aos impostos, não 
se estendendo às taxas. Recurso parcialmente provido. 
(RE 253394/SP, de 26/11/2002).” 
“É da jurisprudência do Supremo Tribunal que o princípio da 
imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a) - 
ainda que se discuta a sua aplicabilidade a outros tributos, 
que não os impostos - não pode ser invocado na hipótese 
de contribuições previdenciárias. (ADI 2024/DF, de 
03/05/2007)” 
“1. PASEP. Exigibilidade da contribuição pelas unidades da 
federação, pois a Constituição de 1988 retirou o caráter 
facultativo, bem assim a necessidade de legislação específica, 
para a adesão dos entes estatais ao Programa de Formação 
do Patrimônio do Servidor Público. Precedente do Plenário. 2. 
Imunidade recíproca. Matéria não discutida nas instâncias 
ordinárias. Inovação da lide. Impossibilidade. Inexigibilidade 
do tributo em decorrência de imunidade conferida aos entes 
da federação. Improcedência da pretensão. A imunidade 
tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as 
contribuições. (RE 378144 AgR/PR, de 30/11/2004). 
Entretanto, deve-se atentar bem para quais impostos a CF/88 
LITERALMENTE imuniza um ente da tributação pelos demais. Por essa 
interpretação, apenas os impostos que incidem sobre o patrimônio, a renda e 
os serviços dos Entes políticos estariam acobertados pela imunidade, dentre 
os quais se incluem os seguintes: IPTU, ITR, IR, ITBI, ISS, IPVA e ITCMD. Por 
sua vez, impostos que incidem sobre a circulação e a produção (ICMS, IPI e 
IOF) e sobre o comércio exterior (II e IE) poderão ser livremente cobrados 
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pelos entes políticos quando verificado os fatos geradores. GUARDE BEM 
ISSO, CARO ALUNO!! Caso seja cobrada a literalidade da CF/88, deve ser 
seguido o que consta nesse parágrafo. Caso não, deve ser atentado o que diz 
o parágrafo seguinte. 
Diante disso, o STF entende que a imunidade tributária alcança os 
impostos de maneira geral, e não está restrita a imunidade à divisão 
apresentada no CTN. Assim, temos as seguintes decisões: 
“IMPOSTO - IMUNIDADE RECIPROCA - Imposto sobre 
Operações Financeiras. A norma da alínea "a" do inciso VI do 
artigo 150 da Constituição Federal obstaculiza a incidência 
recíproca de impostos, considerada a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios. Descabe introduzir no 
preceito, a mercê de interpretação, exceção não 
contemplada, distinguindo os ganhos resultantes de 
operações financeiras. (RE 196415 AgR/PR, de 05/03/1996).” 
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPVA. 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO SEM 
FINS LUCRATIVOS. CF, art. 150, VI, c. SÚMULA 279-STF. I. - 
O acórdão entendeu que a parte agravada faz jus à 
imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituição a partir 
do exame do conjunto fático-probatório trazido aos autos. 
Incidência, no caso, da Súmula 279-STF. II. - Não há 
invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da 
imunidade, critérios de classificação dos impostos 
adotados por normas infraconstitucionais, mesmo 
porque não é adequado distinguir entre bens e 
patrimônio, dado que este se constitui do conjunto 
daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem 
adquirido, no mercado interno ou externo, integra o 
patrimônio da entidade abrangida pela imunidade. (AI 
481586 AgR/MG, de 13/12/2005).” 
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“A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da 
Constituição aplica-se às operações de importação de 
bens realizadas por municípios, quando o ente público 
for o importador do bem (identidade entre o 
"contribuinte de direito" e o "contribuinte de fato"). 
Compete ao ente tributante provar que as operações de 
importação desoneradas estão influindo negativamente no 
mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. 
Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à 
concorrência. (AI 518405 AgR/RS, de 06/04/2010).” 
O CTN adota a seguinte divisão quanto aos tributos nele impostos: Imposto 
sobre o patrimônio, impostos sobre a renda, impostos sobre a produção e a 
circulação e impostos sobre o comércio exterior. O que determina a 
imunidade é simplesmente o fato desta proibir a incidência de impostos sobre 
o patrimônio, as rendas e os serviços dos Entes políticos, independentemente 
de ser o imposto sobre a propriedade predial urbana ou o imposto de 
importação. Mesmo sendo um tributo sobre o comércio exterior, caso a 
incidência do imposto de importação venha a influir negativamente no 
patrimônio do ente político (no caso da decisão acima, um Município), é 
devida a imunidade recíproca. 
Por sua vez, temos a seguinte decisão do STF quanto ao fornecimento de 
iluminação pública a aplicação da imunidade recíproca quando ao ICMS 
devido na operação, dado o que dispõe a Súmula 591 do mesmo STF. 
Para essa corte, a imunidade tributária, quanto ao ICMS, abrange apenas os 
entes políticos quando estes configurarem como contribuintes de direito 
(aquele que é eleito pela norma tributária como contribuinte e com a 
consequente obrigação de recolhimento do tributo devido), e não como 
contribuinte de fato (aquele que, sem constar na norma tributária, 
realmente suporta o ônus da tributação, o encargo econômico, repassado 
pelo contribuinte de direito). Vejamos: 
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“(...).1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, 
que me parece juridicamente correta, entende que o 
Município não é contribuinte de direito do ICMS sobre 
serviços de energia elétrica, por isso não se aplica a 
imunidade tributária recíproca Constante na alínea “a” 
doinciso VI do art. 150 da Constituição Federal. (AI 
844401 AgR/Mg, de 22/11/2011).” 
“(...). I - A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição 
somente se aplica ao imposto incidente diretamente sobre 
serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, ou 
seja, na qualidade de contribuinte de direito. II - O Município 
é contribuinte de fato do ICMS relativo aos bens e serviços, 
portanto, não faz jus a imunidade em questão. (AI 805295 
AgR/Mg, de 02/10/2010).” 
“(...). A imunidade tributária recíproca não se aplica ao ente 
público quando este é simples adquirente de produto, serviço 
ou operação onerosa realizada com intuito lucrativo 
("contribuinte de fato"). Pretensão do município de exonerar 
as operações de compra de mercadorias e prestação de 
serviços do pagamento de ICMS realizadas em território 
nacional, por equipará-las à "importação doméstica". Os 
precedentes firmados em relação à Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos - ECT não se aplicam ao contribuinte de 
fato. (AI 518325 AgR/RS, de 06/04/2010).” 
“Súmula 591: A imunidade ou a isenção tributária do 
comprador não se estende ao produtor, contribuinte do 
imposto sobre produtos industrializados.” 
Outra importante decisão do STF diz respeito ao INCRA (Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária) no que diz respeito ao ICMS incidente sobre a 
exploração de unidade agroindustrial. Na decisão, o Supremo entendeu que, 
para essas operações, a entidade seria a contribuinte de direito do imposto 
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estadual de circulação, hipótese em que deveria ser aplicada a imunidade 
recíproca. Lembre-se que a corte estendeu a todos os impostos a imunidade 
ora estudada, sem se restringir ao que determina a divisão conceitual do 
CTN. Veja a decisão: 
“EMENTA Incra. Imunidade tributária. Exploração de unidade 
agroindustrial. Ausência de configuração de atividade 
econômica capaz de impor o regime tributário próprio das 
empresas privadas. 1. A atividade exercida pelo Incra, 
autarquia federal, não se enquadra entre aquelas 
sujeitas ao regime tributário próprio das empresas 
privadas, considerando que a eventual exploração de 
unidade agroindustrial, desapropriada, em área de conflito 
social, está no âmbito de sua destinação social em setor 
relevante para a vida nacional. 2. A imunidade tributária 
só deixa de operar quando a natureza jurídica da 
entidade estatal é de exploração de atividade 
econômica. (RE 242827 AgR/PE, de 02/09/2008).” 
 
 
(FGV/2011/OAB/Exame de Ordem Unificado/Primeira Fase) A 
imunidade recíproca impede que: 
a) a União cobre Imposto de Renda sobre os juros das aplicações financeiras 
dos Estados e dos Municípios. 
b) o Município cobre a taxa de licenciamento de obra da União. 
c) o Estado cobre contribuição de melhoria em relação a bem do Município 
valorizado em decorrência de obra pública. 
d) o Estado cobre tarifa de água consumida em imóvel da União. 
Conforme vimos acima, a imunidade recíproca abrange exclusivamente os 
impostos, impedindo que um ente político cobre impostos sobre o patrimônio, 
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a renda e os serviços dos demais entes políticos. Somente com esse 
conhecimento já era possível excluir as alternativas “b”, “c” e “d”, uma vez 
que se referem, respectivamente, a taxas, contribuições de melhoria e tarifas 
de água. Somente a alternativa “a” nos fala sobre impostos, hipótese 
tributaria que não pode incidir sobre a renda obtida pelos Estados e 
Municípios. 
 
 
(ESAF/AGENTE FISCAL DE RENDAS/ISS/RJ/2010) Sobre a imunidade 
constitucional recíproca, que veda a instituição e a cobrança de impostos 
pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos 
outros, é incorreto afirmar que: 
a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais 
da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às 
operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção 
do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de 
finalidade, a autoridade fiscal tem o poder dever de constituir o crédito 
tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. 
b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se 
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes. 
c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas 
prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem 
atividade econômica em sentido estrito. 
d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando 
as contribuições. 
e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de 
bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do 
bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’). 
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Alternativa a) Correto. Essa alternativa poderia ter sido considerada 
incorreta, uma vez que a imunidade recíproca, quanto aos entes políticos, não 
está restrita apenas às finalidades essenciais destes, sendo indevida apenas 
nos casos em que o patrimônio, a renda ou o serviço estejam relacionados 
com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento 
de preços ou tarifas pelo usuário. 
Essa limitação se observa apenas em relação às autarquias e às fundações, 
bem como às empresas públicas e às sociedades de economia mista para as 
quais a imunidade foi estendida, no caso de executarem serviços de 
prestação exclusiva e obrigatória pelo Estado. 
O restante do texto se mostra correto, uma vez que as entidades, ainda que 
imunes, devem se submeter a quaisquer procedimentos de fiscalização por 
parte da Administração tributária, que adotará as medidas necessárias no 
caso de atos que visem a deturpar a benesse concedida pela CF/88. 
Alternativa b) Correta. Foi o que falamos anteriormente no inicio da 
alternativa “a”, dispondo que a imunidade recíproca e sua extensão às 
autarquias abrange apenas o patrimônio, as rendas e os serviços vinculados 
às finalidades essências ou delas decorrentes. Caso não sejam observadas 
essas características, a imunidade tributária recíproca não será observada. 
Alternativa c) Incorreta. A imunidade tributaria recíproca, em relação às 
empresas públicas, abrange apenas aquelas que prestam serviço exclusivo do 
Estado e de prestação obrigatória por este, sem os quais não será devida a 
imunidade. Como exemplo, temos o caso dos Correios, que executa serviço 
exclusivo do Estado (serviço postal) e de prestação obrigatória pela União. O 
mesmo se observa em relação à INFRAERO. Para essas duas empresas 
públicas, é devida a imunidade recíproca em relação ao seu patrimônio, suas 
rendas e os seus serviços. 
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O SERPRO, por exemplo, empresa públicafederal, executa serviços com 
finalidade econômica, regido por normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, não sendo devida a imunidade recíproca. 
Alternativa d) Correta. É exatamente isso que nos diz o artigo 150, VI, “a”, 
da CF/88, dispondo que “é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos 
outros”. Essa imunidade não se aplica a outras espécies tributárias. 
Alternativa e) Correta. O STF entende que no caso de importação de bens 
pelos Municípios não incide o imposto de importação, uma vez que esse 
também gravaria o patrimônio dessas entidades, indo de encontro ao que 
determina a imunidade recíproca. Um dos argumentos é o de que a 
imunidade não pode ficar restrita à divisão estabelecida pelo CTN (impostos 
sobre o patrimônio e a renda, produção e circulação, comércio exterior e 
especiais). 
O texto constante na alternativa é réplica do que consta, por exemplo, na 
ementa do AI 518405/RS, de 06/04/2010, que assim nos diz: 
“A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da 
Constituição aplica-se às operações de importação de 
bens realizadas por municípios, quando o ente público 
for o importador do bem (identidade entre o 
"contribuinte de direito" e o "contribuinte de fato"). 
Compete ao ente tributante provar que as operações de 
importação desoneradas estão influindo negativamente no 
mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. 
Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à 
concorrência” 
Vamos agora ao que nos diz a CF/88 e o STF sobre a extensão da imunidade 
às autarquias, às fundações e às demais entidade da administração indireta. 
 
 
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EXTENSÃO DA IMUNIDADE RECÍPROCA 
 
A imunidade recíproca é extensiva ainda às autarquias e fundações 
instituídas e mantidas pelos entes políticos também no que se refere ao 
patrimônio, rendas e serviços daquelas. Entretanto, para essas pessoas, 
DIFERENTEMENTE DO QUE CONSTA NA CF/88 PARA AS PESSOAS POLÍTICAS, 
o patrimônio, a renda e os serviços DEVEM ESTAR VINCULADOS ÀS SUAS 
FINALIDADES ESSENCIAIS OU ÀS DELAS DECORRENTES PARA SEREM 
USUFRUÍDAS. 
A previsão acima consta no § 2º do artigo 150 da CF/88, que assim nos diz: 
“§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às 
autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
decorrentes. 
 
 
(CESPE/2009/OAB/Exame de Ordem Unificado - 1/Primeira Fase) O 
princípio constitucional da imunidade recíproca: 
a) não se aplica aos municípios, abrangendo apenas a União, os estados e o 
DF. 
b) aplica-se aos entes políticos que exerçam atividade econômica em 
concorrência com o particular. 
c) não se aplica aos impostos diretos, abrangendo apenas os indiretos. 
d) é extensivo às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder 
público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a 
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
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Questão super literal, que cobrou apenas o conhecimento constante no texto 
do artigo 150, §2º, da CF/88, visto anteriormente. 
Alternativa a) Falsa. A imunidade se aplica a todos os entes políticos. 
Alternativa b) Falsa. São exatamente as hipóteses em que não seria 
aplicada a imunidade. 
Alternativa c) Falsa. A imunidade abrange todos os impostos, desde que 
relacionados ao princípio, sejam eles diretos ou indiretos. 
Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. 
 
 
Esse tema é bastante solicitado em provas de concursos, motivo pelo qual 
deve ser bem assimilado por você, caro aluno. 
 
Diante do que consta no texto do §2º, temos que a imunidade conferida a 
esses dois entes públicos é CONDICIONADA, uma vez que está restrita ao 
patrimônio, à renda e aos serviços vinculados as suas finalidades essenciais 
ou deles decorrentes. Para os entes políticos, não há qualquer restrição 
quando a isso. 
Assim, por exemplo, quanto ao patrimônio de autarquias e fundações não 
utilizados na execução de suas finalidades essenciais, serão cobrados 
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impostos sobre o patrimônio como o IPTU ou o ITR. O mesmo se aplica em 
relação às rendas e aos serviços. 
“Terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais da 
entidade afastam a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da 
Constituição Federal. (RE 375715 ED/DF, de 31/08/2010).” 
Veja ainda o que diz o STF sobre a imunidade recíproca em relação a OAB 
(Ordem dos Advogados do Brasil): 
“1. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos 
Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, 
a da Constituição), na medida em que a OAB desempenha 
atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da 
ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos 
humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle 
disciplinar dos advogados). 2. A imunidade tributária 
recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da 
entidade protegida. O reconhecimento da imunidade 
tributária às operações financeiras não impede a autoridade 
fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela 
entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a 
autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito 
tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. 
Natureza plenamente vinculada do lançamento tributário, que 
não admite excesso de carga. Agravo regimental ao qual se 
nega provimento. (RE 259976 AgR/RS, de 23/03/201)” 
Entretanto, a extensão da imunidade dos entes políticos às autarquias e às 
fundações por eles mantidas não é extensiva quanto ao patrimônio, à renda e 
aos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas 
regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em 
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo 
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar 
imposto relativamente ao bem imóvel. 
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Essa previsão consta no §3º do artigo 150 da CF/88, que assim nos diz: 
“§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior 
não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
relacionados com exploração de atividades econômicas 
regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, ou em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem 
exonera o promitente comprador da obrigação de pagar 
imposto relativamente ao bem imóvel.” (Grifos nosso) 
Essa norma constitucional é de grande importância para concursos, uma vez 
que, a partir dela, a imunidade recíproca foi estendida a algumas 
empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de 
serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
Vejamos! 
Em regra, todasas empresas públicas e as sociedades de economia mista 
estão excluídas da imunidade recíproca, uma vez que exploram atividade 
econômica no mesmo pé de igualdade com as demais empresas. 
Exonerá-las da tributação quanto aos impostos, assim como acontece para os 
entes políticos, autarquias e fundações, seria estabelecer uma forma de 
concorrência desleal com as demais empresas. Logo, regra geral, todas as 
empresas públicas e sociedades de economia mista estão sujeitas ao 
pagamento de impostos. 
 
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Veja o que nos diz o artigo 173 da CF/88 quanto a essas entidades e à sua 
sujeição ao regime jurídico e obrigações das demais empresas: 
“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, 
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só 
será permitida quando necessária aos imperativos da 
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, 
conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa 
pública, da sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias que explorem atividade econômica de 
produção ou comercialização de bens ou de prestação de 
serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e 
pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações 
civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
(...) 
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista não poderão gozar de privilégios 
fiscais não extensivos às do setor privado.” (Grifos 
nosso) 
Ainda quanto ao tema, veja a seguinte decisão do STF: 
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESA BAIANA DE 
DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA. EMPRESA PÚBLICA QUE NÃO 
EXPLORA ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO. O 
Supremo fixou entendimento no sentido de que as 
empresas prestadoras de serviço públicos que não 
exercem atividade econômica em sentido estrito, 
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sujeitam-se ao regime jurídico das empresas publicas, 
inclusive quanto às obrigações trabalhistas e 
tributárias. Precedentes. (RE 433666 AgR/BA, de 
03/11/2009).” 
Acontece que algumas empresas públicas e sociedades de economia mista, 
diante da sua peculiaridade, prestam serviços de prestação obrigatória pelo 
Estado, além de fazê-los de forma também exclusiva. 
Exemplo disso é o serviço de correios, prestado pela Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos (ECT), conforme o artigo 21, X, da CF/88. Assim, 
nenhuma outra empresa poderá prestar o mesmo serviço, apenas o Estado. 
Ademais, esse serviço é de prestação obrigatória pela União, não sendo 
facultada a esta a escolha pela prestação ou não do serviço. 
A ECT foi a primeira entidade de direito privado pertencente à administração 
pública indireta a que o STF reconheceu a imunidade recíproca em razão da 
prestação de serviço público obrigatório e exclusivo pelo Estado. 
Na ocasião, o STF separou as empresas públicas prestadoras de serviços 
públicos das empresas públicas como instrumento de participação do Estado 
na economia (não acobertadas pelo manto da imunidade). As decisões sobre 
o tema nos dizem o seguinte: 
“EMENTA Tributário. Imunidade recíproca. Art. 150, VI, "a", 
da Constituição Federal. Extensão. Empresa pública 
prestadora de serviço público. Precedentes da Suprema 
Corte. 1. Já assentou a Suprema Corte que a norma do art. 
150, VI, "a", da Constituição Federal alcança as empresas 
públicas prestadoras de serviço público, como é o caso da 
autora (ECT), que não se confunde com as empresas públicas 
que exercem atividade econômica em sentido estrito. Com 
isso, impõe-se o reconhecimento da imunidade tributária 
prevista no art. 150, VI, a da Constituição Federal. (ACO 959 
RN, de 17/03/2008).” 
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“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EMPRESA 
BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS: IMUNIDADE 
TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA 
PÚBLICA QUE EXERCE ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA 
PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: DISTINÇÃO. I. 
- As empresas públicas prestadoras de serviço público 
distinguem-se das que exercem atividade econômica. A 
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é 
prestadora de serviço público de prestação obrigatória 
e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida 
pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150, VI, a. 
II. (RE 354897 AgR/RS, de 17/08/2004).” 
Quanto à ECT, temos ainda decisão sobre a extensão da imunidade recíproca 
também em relação aos veículos automotores da entidade, que ficam imunes 
ao IPVA estadual ou distrital: 
“EMENTA AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO QUE RECONHEU A 
INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO DE RECOLHIMENTO DO IPVA. 
IMUNIDADE RECÍPROCA. EMPRESA BRASILEIRA DE 
CORREIOS E TELÉGRAFOS (ECT) (...) 3. A concessão de 
imunidade tributária à Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos é matéria que resta amplamente difundida nesta 
Corte, entendimento esse que foi reafirmado na ACO nº 
789/PI, ocasião em que restou assentada a presença da 
regra de imunidade recíproca a afastar a incidência do 
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 
(IPVA) sobre os veículos de propriedade da agravada, 
independentemente da natureza da atividade 
desempenhada, se serviço público ou atividade de 
cunho privado. (ACO 819 AgR / SE, de 17/11/2011).” 
 
 
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(FCC/2005/PGE-SE/Procurador de Estado) A chamada "imunidade 
recíproca" que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, 
também é extensiva às 
a) autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no 
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
b) sociedades de economia mista e às empresas públicas em qualquer 
hipótese de serviço praticado. 
c) fundações mantidas pela iniciativa privada, sem fins lucrativos, abrangendo 
não só o seu patrimônio, renda ou serviços, mas também todos os fatos que 
não estejam vinculados a sua atividade fim. 
d) pessoas que compõem a Administração Pública Indireta no que se refere 
exclusivamente ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a 
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados. 
e) concessionárias de serviço público no que se refere ao patrimônio, à renda 
e aos serviços relacionados com a exploração de sua atividade econômica. 
A extensão da imunidade recíproca conferida aos Entes Políticos foi concedida 
aos seguintes entes: 
� Autarquias e fundações públicas, quanto ao patrimônio, às rendas e aos 
serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes, 
conforme previsão expressa na CF/88 (artigo 150, §2º); 
� Partidos políticos, inclusive suas fundações, dasentidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem 
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, quanto ao patrimônio, às 
rendas e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas 
decorrentes (artigo 150, VI, “c”, e §4º); 
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� Empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de 
serviços públicos de caráter obrigatório e exclusivo do Estado, como o 
são os Correios e a INFRAERO, por exemplo, conforme decisão do STF, 
quanto ao patrimônio, às rendas e aos serviços vinculados às suas 
finalidades essenciais ou delas decorrentes. 
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
 
 
A imunidade recíproca também foi estendida à INFRAERO (Empresa de 
Infraestrutura Aeroportuária), uma vez que esta presta serviço de infra-
estrutura aeroportuária em regime de monopólio, conferido pela União em 
razão do artigo 21, XII, “c”, da CF/88. 
“RECURSO. Extraordinário. Imunidade tributária recíproca. 
Extensão. Empresas públicas prestadoras de serviços 
públicos. Repercussão geral reconhecida. Precedentes. 
Reafirmação da jurisprudência. Recurso improvido. É 
compatível com a Constituição a extensão de 
imunidade tributária recíproca à Empresa Brasileira de 
Infraestrututa Aeroportuária – INFRAERO, na 
qualidade de empresa pública prestadora de serviço 
público. (ARE 638315 RG/BA, de 09/06/2011).” 
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESA BRASILEIRA 
DE INFRA-ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA - INFRAERO. 
EMPRESA PÚBLICA. IMUNIDADE RECÍPROCA. ARTIGO 150, 
VI, "A", DA CB/88. 1. A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura 
Aeroportuária - INFRAERO, empresa pública prestadora de 
serviço público, está abrangida pela imunidade tributária 
prevista no artigo 150, VI, "a", da Constituição. 2. Não incide 
ISS sobre a atividade desempenhada pela INFRAERO na 
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execução de serviços de infra-estrutura aeroportuária, 
atividade que lhe foi atribuída pela União [artigo 21, XII, "c", 
da CB/88]. (RE 524615 AgR/Ba, de 09/09/2008).” 
Nos mesmos moldes, no julgamento da Ação Cautelar nº 1550-2, em 
06/02/2007, o STF estendeu a imunidade recíproca à sociedade de economia 
mista CAERD (Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia), uma vez que a 
referida entidade é prestadora de serviço público de saneamento básico 
(abastecimento de água e esgotamento sanitário) no Estado Rondônia, de 
prestação exclusiva e obrigatória por este ente federativo. 
Na mesma linha, o STF concedeu a extensão da imunidade recíproca à 
Hospitais estruturados sob a forma de sociedade de economia mista em que 
haja a participação majoritária e controle do poder público e que atendam 
pacientes exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Veja decisões 
da Corte Superior: 
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE 
RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. ENTIDADES 
QUE PRESTAM SERVIÇOS DE SAÚDE. HOSPITAIS. ALEGADA 
AUSÊNCIA DE INTUITO DE EXPLORAÇÃO ECONÔMICA. 
VINCULAÇÃO AO MINISTÉRIO DA SAÚDE. CONFIGURAÇÃO 
COMO ENTIDADE DE INTERESSE PÚBLICO. ART. 150, IV, 'A' 
DA CONSTITUIÇÃO. (RE 580264 RG/RS, de 09/10/2008).“ 
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. IMUNIDADE 
TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. 
SERVIÇOS DE SAÚDE. 1. A saúde é direito fundamental de 
todos e dever do Estado (arts. 6º e 196 da Constituição 
Federal). Dever que é cumprido por meio de ações e serviços 
que, em face de sua prestação pelo Estado mesmo, se 
definem como de natureza pública (art. 197 da Lei das leis). 
2 . A prestação de ações e serviços de saúde por 
sociedades de economia mista corresponde à própria 
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atuação do Estado, desde que a empresa estatal não 
tenha por finalidade a obtenção de lucro. 3. As 
sociedades de economia mista prestadoras de ações e 
serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente 
estatal, gozam da imunidade tributária prevista na 
alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Constituição 
Federal. (RE 580264/RS, de 16/12/2010).” 
Veja outra decisão do STF quanto ao tema: 
“O Plenário desta Corte, no recente julgamento do RE 
253.472/SP, Red. para o acórdão o Min. Joaquim Barbosa, 
reconheceu o direito à imunidade de imóvel pertencente à 
União, mas afetado à CODESP, quanto ao recolhimento do 
IPTU (Informativo 597 do STF). II - O acórdão recorrido está 
em consonância com a jurisprudência desta Corte, no sentido 
de que os imóveis componentes do acervo Patrimonial do 
Porto de Santos são abrangidos pela imunidade prevista no 
art. 150, VI, a, da Constituição por comporem domínio da 
União. (AI 738332 AgR/SP, de 09/11/2010).“ 
Para esses casos, a imunidade foi reconhecida em razão dos imóveis 
pertencentes ao acervo do Porto de Santos comporem o domínio da União, 
embora afetados à CODESP, sendo INDEVIDO o IPTU. 
“EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE 
QUALQUER NATUREZA. ATIVIDADE NOTARIAL. INCIDÊNCIA. 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. Os serviços 
notariais e de registro exercidos em caráter privado e 
mediante delegação sofrem a incidência do ISS. A 
imunidade tributária recíproca não se aplica aos 
notários e aos registradores. Como o único fundamento 
para afastar a lei local sobre a tributação utilizado pelo 
Tribunal de origem versa sobre as questões de fundo próprias 
à tributação (e.g., imunidade), aplica-se ao caso 
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integralmente a orientação firmada na ADI 3.089. (RE 
599527 AgR/PR, de 15/03/2011).” 
“Ação Direta de Inconstitucionalidade (...). Ademais, a 
tributação da prestação dos serviços notariais também 
ofenderia o art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º da Constituição, 
na medida em que tais serviços públicos são imunes à 
tributação recíproca pelos entes federados. As pessoas 
que exercem atividade notarial não são imunes à tributação, 
porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos 
serviços com intuito lucrativo invoca a exceção prevista no 
art. 150, § 3º da Constituição. O recebimento de 
remuneração pela prestação dos serviços confirma, ainda, 
capacidade contributiva. A imunidade recíproca é uma 
garantia ou prerrogativa imediata de entidades 
políticas federativas, e não de particulares que 
executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços 
públicos mediante concessão ou delegação, 
devidamente remunerados. Não há diferenciação que 
justifique a tributação dos serviços públicos concedidos e a 
não-tributação das atividades delegadas. (ADI 3089, de 
13/02/2008).” 
Os dois julgados acima são de grande importância, uma vez que afastam a 
imunidade recíproca em relação aos cartórios e tabelionatos, prestadores de 
serviço público mediante concessão ou delegação, mas que os executam 
mediante remuneração e com fins lucrativos. Assim, resta devido ISS 
sobre os serviços por eles

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