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Universidade Federal de Lavras Departamento de Ciências Exatas – DEX Espelhos e Leis de Reflexão Engenharia de Controle e Automação – 22A Bruno Henrique de Bastos Silva – 201221150 Jéssica Junqueira Benetolo – 201221160 Lavras – MG Outubro – 2014 1 Resumo No presente relatório serão apresentados alguns experimentos com espelhos planos, côncavos e convexos onde pode-se observar o comportamento de feixes de luz ao incidir nesses diferentes espelhos, e com isso poder analisar as leis de reflexão e de Gauss, determinando ângulos de reflexão em espelhos planos e distância focal e distância do centro de curvatura em espelhos côncavos e convexos, utilizando dois métodos: o de lei de Gauss e o de prolongamento de raios refletidos. 2 Introdução Antes que se possa começar analisar o efeito causado pelo uso de espelhos é preciso definir dois tipos de imagem: virtual e real. Imagem virtual é aquela que pode ser observada em um espelho plano, por exemplo, ela existe apenas no nosso cérebro embora pareça existir também no mundo físico. A imagem real por outro lado é aquela que é produzida em uma superfície, como em um monitor. Definido os tipos de imagem é hora de passar à explicação sobre os tipos de espelhos: planos e esféricos (côncavos e convexos). Espelho é aquela superfície que possui a capacidade de refletir a luz para um determinado ponto, sem absorvê-la ou espalhá-la. A figura 01 representa um espelho plano e um objeto O que será refletido. Figura 01 – Esquema de um espelho plano O objeto O, situado a uma distância p do espelho, emite luz em várias direções. Os raios de luz que chegam ao espelho são refletidos e ao fazer-se um prolongamento destes raios para “trás” do espelho é possível encontrar o ponto em que a imagem I se encontrará (distância i), ponto de convergência dos raios prolongados. Como mencionado anteriormente a imagem I (gerada através de um espelho plano) é virtual, pois se trata de uma imagem que não existe no mundo físico. A figura 01 permite observar dois triângulos que compartilham um lado e possuem os ângulos internos iguais, sendo, portanto congruentes. Diante desse fato é possível afirmar com total segurança que p = i. A seguir são estudados os espelhos esféricos que podem ser obtidos a partir de um espelho plano, curvando-o “para dentro” ou “para fora”. Ao curvar um espelho plano “para dentro” obtém-se um espelho côncavo, no outro caso é obtido um espelho convexo. Ao efetuar esse procedimento de curvatura várias características do espelho e da imagem são modificadas. Para o espelho côncavo têm-se as seguintes modificações: O centro de curvatura C (centro da esfera à qual a superfície espelhada pertence) que era infinito para o espelho plano agora assume um valor finito, à frente do espelho; O campo de visão diminui em relação ao espelho plano; A distância da imagem aumenta em relação ao espelho plano; O tamanho da imagem aumenta em relação ao espelho plano. Para o espelho convexo as modificações são as seguintes: Assim como para o espelho côncavo o centro de curvatura deixa de ser infinito, mas neste caso está atrás do espelho; O campo de visão aumenta em relação ao espelho plano; A distância da imagem diminui em relação ao espelho plano; O tamanho da imagem diminui em relação ao espelho plano. Outra característica importante dos espelhos esféricos é a distância focal ou ponto focal. Para o caso do espelho côncavo o ponto focal é o ponto para onde convergem os raios refletidos pelo espelho. No caso do espelho convexo os raios refletidos divergem, o ponto focal, então, é obtido prolongando os raios divergentes para trás do espelho e observando o ponto em que se encontram. A figura 02 mostra as distâncias focais para os dois tipos de espelho citados, em que a imagem (a) se trata de um espelho côncavo enquanto a imagem (b) se trata de um espelho convexo. Figura 02 – Distância focal para espelhos côncavo e convexo Convencionou-se dizer que o ponto focal do espelho côncavo é real, já que os raios realmente se cruzam. Já para o espelho convexo diz-se que o ponto focal é virtual uma vez que o que se cruza é o prolongamento dos raios que na verdade divergem. Embora exista essa diferença na maneira de se encontrar o ponto focal para os dois tipos de espelho, matematicamente ele pode ser obtido da mesma forma, como mostrado na equação 01. Equação 01 – Distância focal para espelhos esféricos Já definido o ponto focal é possível trabalhar a relação entre a distância da imagem e a distância do objeto para o caso dos espelhos esféricos. Ao utilizar diferentes configurações de objeto e espelho (variando a distância que o objeto se encontra do espelho e o tipo do mesmo) é possível obter imagens reais ou virtuais. Define-se como imagem real aquela que se forma do mesmo lado do espelho em que se encontra o objeto, e virtual quando a imagem formada se encontra no lado oposto. Começando pelo caso em que o objeto O está situado entre o ponto focal e a superfície de um espelho côncavo, como pode ser visto na figura 03. Nessa configuração a imagem formada será virtual, atrás do espelho e com a mesma orientação do objeto. Figura 03 – Objeto posicionado entre o ponto focal e a superfície de um espelho côncavo À medida que se afasta o objeto a imagem diminui até que ela desaparece quando o objeto é colocado exatamente sobre o ponto focal. Persistindo o afastamento de forma que o objeto fique antes do ponto focal a imagem formada será real e invertida como pode ser observado na figura 04. Figura 04 – Objeto posicionado antes do ponto focal de um espelho côncavo Os espelhos convexos assim como os planos produzem apenas imagens virtuais independente de onde o objeto é posicionado. Apenas o tamanho da imagem que varia dependendo de onde o objeto está. As distâncias da imagem até o espelho e do objeto até o espelho podem ser relacionadas pela equação 02, chamada Lei de Gauss. Equação 02 – Relação das distâncias do objeto e da imagem em relação ao espelho esférico Como já mencionado o tamanho da imagem produzida por um espelho esférico não é igual ao tamanho do objeto, como ocorre com o espelho plano. Essa diferença de tamanho entre objeto e imagem é chamada de ampliação e é calculada a partir da seguinte equação. Equação 03 – Ampliação de um espelho esférico É possível saber a localização da imagem produzida por um espelho esférico desenhando um diagrama de raios. O diagrama deve ser desenhado com dois dos quatro “raios especiais”: 1) Um raio inicialmente paralelo ao eixo central que ao ser refletido pelo espelho passa pelo ponto focal (raio 1 da figura 05 (a)); 2) Um raio que passa pelo ponto focal e ao ser refletido pelo espelho passa a ser paralelo ao eixo central (raio 2 da figura 05 (a)); 3) Um raio que passa pelo centro de curvatura antes e depois de ser refletido (raio 3 da figura 05 (b)); 4) Um raio que incide no centro do espelho e é refletido com o mesmo ângulo (raio 4 da figura 05 (b)). Figura 05 – Determinação da localização da imagem através do desenho de raios 3 Objetivos O presente experimento teve como objetivo o estudo das leis de reflexão em espelhos plano, côncavo e convexo. 4 Materiais Utilizados 01 Bloco óptico; 01 Superfície refletora conjugada; 01 Disco giratório; 01 Placa de fenda única; 01 Placa de fendas múltiplas (cinco fendas); 01 Espelho côncavo (f = 200 mm); 01 Espelho convexo (f = 50 mm); 01 Aparato para formação da imagem;01 Folha de papel. 5 Esquema de Montagem Figura 06 – Esquema de montagem da primeira parte do experimento Figura 07 – Esquema de montagem da segunda parte do experimento 6 Procedimentos 6.1 Parte 1 – Reflexão em espelho plano Primeiramente os equipamentos foram montados conforme mostrado na figura 06. Então o feixe de luz foi incidido na face plana da superfície refletora conjugada. Através do disco giratório o feixe de incidência teve seu ângulo variado de 10 em 10 graus entre 0º e 80º e então foi observado e anotado o valor do ângulo de reflexão. Os dados obtidos foram então colocados em uma tabela que será exibida e discutida posteriormente. 6.2 Parte 2 – Reflexão em espelhos côncavo e convexo Inicialmente foi montado o equipamento como na figura 07, utilizando a fenda múltipla. Foi colocada uma folha de papel entre o disco giratório e a superfície refletora conjugada. Após a montagem o feixe de luz foi incidido sobre a face côncava, tomando o cuidado de manter o vértice do espelho no centro do disco giratório e que os feixes incidentes estivessem perpendiculares a esse ponto. Então foi feito um esboço da região côncava, bem como dos feixes de luz (incidentes e refletidos) sobre o papel. Por fim retirou-se a superfície refletora de cima da folha e desenhou-se os prolongamentos dos feixes. Todo o procedimento foi repetido, porém fazendo uso da face convexa. 6.3 Parte 3 – Determinação da distância focal em espelhos esféricos Para começar foi disposto em uma linha reta espelho, objeto e aparato de reflexão, no primeiro caso utilizando o espelho côncavo. O espelho foi colocado a uma distância de modo que se conseguisse observar um ponto nítido no aparato. Então foi medido a distancia de objeto e da imagem ao espelho. A distância foi variada três vezes sempre observando o ponto nítido. Os dados foram utilizados para se obter, através da Relação de Gauss (equação 02), a distância focal. Foi feito todo o procedimento novamente, utilizando o espelho convexo dessa vez. 7 Resultados e análises 7.1 Parte 1 – Reflexão em espelho plano Ao se incidir o feixe de luz na parte plana do espelho e variando os ângulos do mesmo obteve-se ângulos de reflexão, podendo assim montar a tabela a seguir. Tabela I - Ângulo de incidência e o seu respectivo ângulo de reflexão. Ângulo de incidência (± 0,5º) Ângulo de reflexão (± 0,5º) 0º 0º 10º 10º 20º 20º 30º 30º 40º 40º 50º 50º 60º 60º 70º 70º 80º 80º Analisando os valores obtidos na tabela I pode-se perceber que o ângulo de incidência é o mesmo que o de reflexão, o que comprova a lei de reflexão para um espelho plano. Sendo que a lei mencionada diz que o raio refletido é coplanar e com a mesma angulação do raio incidido em comparação a normal do espelho. 7.2 Parte 2 – Reflexão em espelhos côncavo e convexo Ao se incidir os cinco feixes de luz sobre a parte côncava, foi observado que os raios convergiram em um ponto específico, onde com o auxílio de uma folha de papel e um lápis foi possível descobrir o ponto de convergência prolongando os feixes, onde o desenho obtido foi incluído em anexo (Anexo A). Com o desenho feito, foi possível obter a distância focal (f) através da medição entre o ponto de convergência dos raios e o espelho côncavo. A distância entre o ponto de convergência (foco) e o espelho se relaciona com o centro de convergência segundo a equação 01 onde então é possível encontrar o centro de curvatura do espelho, que seria o centro do círculo formado pelo prolongamento do espelho. O valor de r encontrado significa a distância entre o centro de curvatura e o espelho como mostrado no esquema da figura 02. Como observado o valor do foco é positivo no eixo das abscissas considerando valores crescentes positivos para a esquerda, ou seja, o foco será real. O foco real significa que ele está à frente do espelho, ou seja, uma imagem poderá ser projetada se colocado um anteparo sobre ele. Os mesmos procedimentos foram feitos incidindo a luz sobre a parte convexa do espelho, observando a divergência dos raios e assim foram traçados os mesmos e o local onde o espelho se encontrava. Com isso foi possível fazer o prolongamento dos raios e encontrar o ponto de convergência e assim medir a distância entre o ponto achado e o espelho, considerando o mesmo eixo das abscissas usado anteriormente, o desenho obtido se encontra em anexo (Anexo B). Juntamente com a equação 01 é possível encontrar o centro de curvatura do círculo formado pelo prolongamento do espelho. O resultado r obtido significa o valor da distância entre o centro do círculo formado pelo prolongamento do espelho e o espelho, ou seja, o raio do círculo, como mostrado no esquema da figura 02. Como observado o foco e o centro do espelho são negativos, pois estão na parte negativa do eixo das abcissas. Este valor se dá devido ao foco e o centro serem virtuais, ou seja, não podem ser projetados em um anteparo colocado sobre aquele ponto. 7.3 Parte 3 – Determinação da distância focal em espelhos esféricos Ao se medir as distâncias entre o objeto e o espelho e da imagem ao espelho, foi possível a montagem da tabela a seguir. Tabela II –Distância entre objeto e espelho e entre imagem e espelho. Distância objeto-espelho (± 0,05cm) Distância Imagem-espelho (± 0,05 cm) 29,50 51,20 33,00 43,60 35,30 41,20 Utilizando a equação 02 foi possível calcular três valores de foco para o espelho utilizado. Primeiro valor de foco Segundo valor de foco Terceiro valor de foco Para se calcular os erros experimentais foi usado o método estatístico do desvio padrão. Onde é a média dos valores e n é a quantidade de valores estudados. Portanto o resultado final do foco com seu devido erro é: 8 Conclusão No experimento que se seguiu os resultados obtidos foram condizentes com as leis formuladas. No caso do espelho plano a teoria diz que os ângulos de incidência devem ser iguais aos ângulos de reflexões e os resultados obtidos comprovam isto. No caso do espelho côncavo os raios incidentes devem convergir em um único ponto, chamado de ponto focal (foco), o que foi alcançado com êxito fazendo o prolongamento dos raios. Com o espelho convexo se obteve o mesmo sucesso, pois o prolongamento dos raios deveria convergir “atrás” do espelho, o que é condizente com a regra, pois o ponto focal do espelho convexo é virtual. Na parte final do experimento ao se calcular o ponto focal do espelho usando a lei de Gauss, também se obteve êxito, uma vez que o desvio padrão possui um valor baixo, ou seja, as medidas variaram pouco. Com um pequeno valor de desvio padrão obtido ainda é possível concluir que o erro experimental é baixo, devido ao fato de as medidas terem variado pouco. Neste caso, então, pode-se afirmar seguramente que a distância focal obtida é bastante próxima da real distância focal que é determinada pelo fabricante do espelho. Bibliografia Tipler P.A, Mosca G.; Fisica para Cientistas e Engenheiros: Energia Eletrostática e Capacitância ; 5ª ed; Rio de Janeiro: LTC, 2006. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos da Física. Vol 4: Eletromagnetismo. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Aulas de Física e Química – Espelhos. Disponível em: < http://www.aulas-fisica- quimica.com/8f_16.html > Acessado em: 20 out. 2014 Só Física – Espelhos esféricos. Disponível em: < http://www.sofisica.com.br/conteudos/Otica/Reflexaodaluz/espelhoesferico.php> Acessado em: 19 out. 2014
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