Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Presidente da República PAULO RENATO SOUZA Ministro da Educação LUCIANO OLIVA PATRÍCIO Secretário Executivo RUY LEITE BERGER FILHO Secretário de Ensino Médio e Tecnológico IARA GLÓRIA AREIAS PRADO Secretária de Ensino Fundamental 2 Branca 3 WILSON CHOERI Diretor-Geral do Colégio Pedro II MARCO ANTONIO BRANDÃO FERNANDES Secretário de Ensino GENTIL JOSÉ SALLES MACHADO Departamento de Administração LUIZ ALMÉRIO WALDINO DOS SANTOS Coordenadoria de Recursos Humanos RUI MARCH Chefe de Gabinete 4 Branca 5 Direção das Unidades Escolares na elaboração do Projeto 1999/2000. Diretores das Unidades Escolares II e III Unidade Escolar Centro Vera Maria Ferreira Rodrigues Unidade Escolar Engenho Novo II Jorge Luis Rodrigues Dimuro Unidade Escolar Humaitá II Maria Helena Soares Sampaio Unidade Escolar São Cristóvão II Ana Maria Campos Arnaud Unidade Escolar São Cristóvão III Oscar Halac Unidade Escolar Tijuca II Ney Julião Barroso Coordenadoras Setoriais das Unidades Escolares I Unidade Escolar Engenho Novo I Diva da Cunha Fonseca Unidade Escolar Humaitá I Leda Cristina de Freitas Miranda Parente Aló Unidade Escolar São Cristóvão I Marcia Maria Granja França Unidade Escolar Tijuca I Maria Lucia Soares Martins 6 Secretaria de Ensino na elaboração do Projeto 1999/2000. Secretário de Ensino Marco Antonio Brandão Fernandes Subsecretária de Ensino Esther Ozon Monfort Subsecretária de Planejamento Silvia Beatriz Alexandra Becher Costa Assessoria de Projetos Especiais Heloisa Fesch Menandro Revisão de Texto Claudia Regina Manzolillo Madeira Supervisão do Setor de Orientação Educacional Maria Marta Mendes Nascimento Supervisão do Setor Técnico de Ensino e Avaliação Neyde da Conceição Concílio de Almeida 7 Chefias dos Departamentos Pedagógicos na elaboração do Projeto 1999/2000 Biologia e Ciências Selem Cade Desenho e Educação Artística Yolanda Dutra de Medeiros Educação Física e Folclore José Mauro de Sá Oliveira Educação Musical Mirian Orofino Santos Gomes Filosofia Aldir Carvalho Filho Física Sidney Paulo Alves Drago Geografia Antonio Rodrigues da Silva História Ângela Maria Montico Cruz Línguas Anglo-Germâmicas Heloisa Nascimento A. B. Levcovitz Línguas Neolatinas Estrangeiras Maria Luiza Ramiarina Matemática Neide da Fonseca Parracho Sant’Anna Português e Literaturas de Língua Portuguesa Helena Godoy Primeiro Segmento do Ensino Fundamental Elizabeth Maria França Borges Química Eliana Myra de Moraes Soares Sociologia Benjamin Marcos Emiliano Lago Ciências da Computação e Iniciação ao Trabalho Silvia B. A. Becher Costa 8 Direção das Unidades Escolares 2001 Diretores das Unidades Escolares II e III Unidade Escolar Centro Vera Maria Ferreira Rodrigues Unidade Escolar Engenho Novo II Jorge Luis Rodrigues Dimuro Unidade Escolar Humaitá II Maria Helena Soares Sampaio Unidade Escolar São Cristóvão II Ana Maria Campos Arnaud Unidade Escolar São Cristóvão III Vera Lúcia Lopes Medalha Unidade Escolar Tijuca II Oscar Halac Coordenadoras Setoriais das Unidades Escolares I Unidade Escolar Engenho Novo I Diva da Cunha Fonseca Unidade Escolar Humaitá I Leda Cristina de Freitas Miranda Parente Aló Unidade Escolar São Cristóvão I Ana Lúcia Senos de Mello Unidade Escolar Tijuca I Maria Estela Lopes de Brito 9 Secretaria de Ensino 2001 Secretário de Ensino Marco Antonio Brandão Fernandes Subsecretária de Ensino Esther Ozon Monfort Subsecretária de Planejamento Silvia Beatriz Alexandra Becher Costa Assessoria de Projetos Especiais Gloria Maria Alves Ramos Mirian Orofino Santos Gomes Supervisão do Setor de Orientação Educacional Andréa Bandeira Supervisão do Setor Técnico de Ensino e Avaliação Neyde da Conceição Concílio de Almeida Consultoria de Projetos Especiais Heloisa Fesch Menandro 10 Chefias dos Departamentos Pedagógicos 2001 Biologia e Ciências Selem Cade Desenho e Educação Artística Marli Cardoso Rodrigues Educação Física e Folclore Marcio Nogueira de Sá Educação Musical Anna Cristina Cardozo da Fonseca Filosofia Rogier da Silva Viegas Física Sidney Paulo Alves Drago Geografia Antonio Rodrigues da Silva História Beatriz Boclin Alves dos Santos Línguas Anglo-Germâmicas Magda Rigaud Pantoja Massunaga Línguas Neolatinas Estrangeiras Maria Luiza Ramiarina Matemática Neide da Fonseca Parracho Sant’Anna Português e Literaturas de Língua Portuguesa Helena Godoy Primeiro Segmento do Ensino Fundamental Elizabeth Maria França Borges Química Eliana Myra de Moraes Soares Sociologia Maria Lucia Martins Pandolfo Ciências da Computação e Iniciação ao Trabalho Silvia B. A. Becher Costa 11 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO COLÉGIO PEDRO II SUMÁRIO Apresentação do Diretor Geral 13 Introdução 15 1. HISTÓRICO – Escola: espaço de memória 17 2. CARACTERIZAÇÃO – Escola: espaço de diferenças 23 2.1. Rede física 25 2.2. Corpo docente 27 2.3. Corpo discente 29 2.4. Formas de acesso 30 2.5. Convênios e parcerias com outras instituições 31 3. ANÁLISE DA REALIDADE – Escola: espaço de contradições 37 3.1. Perfil docente: indicadores diversos na caracterização do educador 39 3.2. Uma abordagem sócio-econômica e cultural do alunado 40 3.3. Diagnóstico educacional: índices comparativos reprovação/ evasão 56 3.4. Diagnóstico escolar 56 3.5. Entraves institucionais/propostas/metas 69 4. FUNDAMENTOS DO PROJETO – Escola: espaço de cidadania 75 4.1. Fundamentos legais 77 4.2. Fundamentos teórico-filosóficos 78 4.3. Fundamentos metodológicos 82 5. PROPOSTA CURRICULAR – Escola: espaço de conhecimento 87 5.1. Ensino Fundamental 91 5.1.1. Primeiro Segmento 91 5.1.2. Segundo Segmento 175 5.2. Ensino Médio 343 6. ESTRUTURA CURRICULAR – Escola: espaço de organização 543 7. AVALIAÇÃO – Escola: espaço de inclusão 581 8. CORPO DOCENTE – Escola: espaço de magistério 605 12 Branca 13 APRESENTAÇÃO A Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação ao ser promulgada não encontrou o Colégio Pedro II estagnado ou vivendo de “glórias passadas”. Muitas das suas inovações, há mais de uma década, já estavam incorporadas à Estrutura Curricular e à dinâmica do processo ensino aprendizagem, como resultantes do “1° Encontro Pedagógico do Colégio Pedro II”. Escrevíamos ao lançar o lema “Novo Velho Colégio Pedro II”: “Novo no sentido de incorporar o acervo de conhecimentos que a ciência, a tecnologia, e as ciências humanas e comportamentais colocaram modernamente à disposição da Educação; Novo no sentido de perquirir metodologia, conteúdos programáticos e ação educativa ajustada à realidade brasileira; Velho no aspecto de não abdicar da cultura humanística de sua origem, de não abrir mão da densidade e da profundidade na transmissão de conhecimentos; Velho a fim de não se deixar levar por modismos educacionais, muitas vezes sem lastro na experiência e de origem espúria. Dialeticamente Novo e Velho na busca diacrônica e sincrônica de seu destino como instituição nacional”. Atingidos os objetivos que emergiram do “1° Encontro Pedagógico dos Professores do Colégio Pedro II”, eles de novo se reuniram no “2° Encontro Pedagógico”, tendo por norte o“Futuro Velho” Colégio Pedro II assim substantivado: “Futuro no aspecto de manter simultaneamente a visão perspectiva e prospectiva dos fatos e do direcionamento histórico em seus desdobramentos humanos, sociais, políticos, econômicos, culturais e técnicos-científicos. Futuro no entendimento e na projeção da realidade educacional atual e na visão, em verdadeira grandeza, do que virá amanhã. Velho na medida que ouve e sedimenta as lições do passado e as transforma em arquétipos a servirem de modelo para o futuro quejá está se tornando presente”. Agora, vencida árdua jornada, estamos apresentando o nosso Projeto Político-Pedagógico dentro dos parâmetros curriculares emanados da LDB e do Conselho Nacional de Educação. E inovar é audacioso. Tornar-se-á efetivo? O futuro dirá, mas é preciso ter em mente Ortega y Gasset, quando afirma: “Reforma não é apenas correção de abusos, mas criação de novos usos”. 14 A atual conjuntura não nos facilitará a criação de novos usos, na medida em que o professor for ignorado como peça estratégica na reestruturação do desenvolvimento social e centro de gravidade e de impulsos renovadores da sociedade brasileira e mantido na condição de quase paria social e aviltado em sua ação, sem ele malogrados todos nossos esforços acadêmicos na tentativa de criar e renovar. Já se disse alhures que “o homem é o único animal melancólico, porque só a ele é dada a capacidade de comparar o que fez com aquilo que poderia ter feito”. No futuro, quando os historiadores analisarem o papel exercido pelo Colégio Pedro II na evolução da Educação Brasileira, registrarão que, no passado, seu brilho provinha do fulgor individual dos membros de douta Congregação. Nos dias que correm, entretanto, o individualismo cede lugar ao trabalho coletivo altamente profissional de um corpo de educadores preocupados em conduzir no Colégio o esforço educativo que leve pela Educação, o Brasil ao encontro das condições que o ajudem a romper sua dependência científica, tecnológica e cultural que nos impede, ainda, de ocupar lugar de destaque entre as nações desenvolvidas. Nesse processo, descobrirão, então, que em tempo algum o Colégio perdeu seu antigo brilho. Pelo contrário: fomos capazes de ser audaciosos sem padecer de melancolia. Wilson Choeri Diretor Geral do Colégio Pedro II Outubro de 2000 15 INTRODUÇÃO Os textos que formam este documento foram elaborados após terem sido ouvidas as vozes de todos os segmentos da comunidade do Colégio Pedro II presentes às reuniões para discussão de seu Projeto Político-Pedagógico. Dessa forma, os textos representam o reflexo das opiniões de todos aqueles que se dispuseram a contribuir e a participar em um processo coletivo de construção. Alguns registros das múltiplas vozes que se fizeram ouvir durante a elaboração do Projeto exemplificam o desejo de transformações e o nível de amadurecimento dos participantes em relação à proposta. Assim, destacamos os seguintes fragmentos: “Existe um engajamento efetivo de muitos, porque sentem que sua construção levará à melhoria da qualidade do processo educacional;” “(...) vem ao encontro de anseios anteriores para definição de uma linha pedagógica no Colégio;” (...) porque somos parte de um contexto que nos convoca a refletir e porque ansiamos por mudanças”; e “pelo fato de estarmos discutindo a partir de uma orientação institucional, pois todos anseiam pela manutenção da qualidade de ensino e por uma escola mais consciente de si própria”. Mas, em contrapartida, registramos que “o engajamento está longe de ser o ideal diante da falta de perspectivas da conjuntura atual, o que provoca um certo desânimo tanto dos educadores como dos alunos”; e que “existe uma distância entre o que se propõe, o que desejamos e o que é possível realizar para que o Projeto seja coerente e viável.” (Depoimentos da comunidade) Este documento é, portanto, expressão de um processo democrático de discussão e elaboração de um projeto político- pedagógico para cuja implementação ainda há muito que caminhar. Entretanto, percebemos que tal fato não causa esmorecimento. Com certeza, isso move toda a comunidade envolvida a empenhar-se, cada vez mais, com vistas a oferecer o melhor a nossos alunos, como sempre se caracterizou o trabalho desenvolvido no Colégio Pedro II. Rio de Janeiro, outubro de 2000 16 Branca 17 Escola: Espaço de Memória 1 - Histórico 18 Branca 19 1. HISTÓRICO O Colégio Pedro II, fundado em 2 de dezembro de 1837, localizado no Rio de Janeiro, constitui-se hoje em uma autarquia federal do MEC, cuja missão é ministrar ensino público e gratuito nos níveis Fundamental e Médio. A história do Colégio Pedro II confunde-se com a própria história da Educação brasileira, especialmente no que diz respeito ao ensino público. Suas raízes remontam ao século XVIII. O Professor Aluísio Jorge do Rio Barbosa, em sua “Nótula Histórica” sobre o Colégio Pedro II, relata: “Em 1739, há 250 anos, fundava-se o Colégio dos Órfãos de São Pedro por inspiração de D. Antonio de Guadalupe, 4º Bispo do Rio de Janeiro. Em 1766, ganhou novas instalações na Capela de São Joaquim, aproximadamente no local onde se encontra o Colégio Pedro II – Unidade Centro. Transformou-se, então, no Seminário de São Joaquim, dando continuidade à atividade moral, religiosa e intelectual anteriormente iniciada. Por ato de D. João VI, foi arbitrariamente extinto, em 1818. O Príncipe Regente, o futuro D. Pedro II, em 1821, o restabeleceu. Dez anos depois, em 1831, foi remodelado e passou a ser administrado pelo Governo Imperial. Em 1837, Bernardo Pereira de Vasconcelos, grande ministro do Império, apresentou à assinatura do Regente Pedro de Araújo Lima o decreto que reorganizava completamente o Seminário de São Joaquim que recebeu o nome de COLÉGIO PEDRO II, em homenagem ao Imperador-menino, no dia de seu aniversário – 2 de dezembro.” Inaugurado com a presença do Imperador, das Princesas, suas irmãs, de todo o Ministério, do Regente e de outros dignitários do Império, o Colégio foi organizado segundo os padrões educacionais europeus, espelhando-se na estrutura do Collège Henri IV, de Paris. O Imperial Colégio Pedro II foi criado para servir de modelo às “aulas avulsas” e a outros estabelecimentos de ensino do Município da Corte e das Províncias. O Colégio foi dividido, em 1857, em duas seções: Externato e Internato. A criação do Internato teve como objetivo ampliar o número de vagas do Colégio, contribuindo para a necessária formação cultural dos representantes das elites regionais. E acrescenta o Professor Aluísio Jorge do Rio Barbosa: “Em 1858, o Internato começou a funcionar na Chácara do Engenho Velho, na rua São Francisco Xavier, próximo ao Largo da Segunda-Feira, na Tijuca. De lá, em 1888, transferiu-se para o Campo de São Cristóvão, onde se encontram, hoje, as modernas instalações da Direção-Geral e as Unidades Escolares de São Cristóvão. As antigas instalações de Internato foram destruídas por um incêndio em 1961. Com a Proclamação da República, em 1889, o Colégio teve seu nome mudado. Passou a denominar-se Instituto Nacional de Instrução Secundária, e, posteriormente, Ginásio Nacional. Em 1911, voltou a ter seu glorioso nome de origem - COLÉGIO PEDRO II.” 20 Durante a República Velha, viveu o Colégio um período de crise institucional, uma vez que sua identidade de “colégio padrão” de ensino foi “apagada” pelas sucessivas “equiparações” de colégios oficiais dos estados ao Ginásio Nacional. Ao longo do tempo, contudo, o Colégio Pedro II sempre ocupou lugar de destaque no cenário educacional brasileiro. Foi o único estabelecimento de ensino secundário a outorgar a seus formandos o “grau de bacharel em Letras” e depois o título de “bacharel em Ciências e Letras”, deferência que permitia o ingresso direto de seus alunos em cursos superiores. Em 1925, a Reforma da Educação Rocha Vaz criou o Conselho Nacional do Ensino que, na Seção de Ensino Superior e Secundário, tinha como membros natos os Diretores, um catedrático e um docente do Colégio Pedro II. Daquele período até a década de 50, os estabelecimentos de ensino particular poderiam solicitar ao Ministério a formação de uma banca para validação dos exames, desde que provassem que seus programas de ensino eram iguais aos do Colégio Pedro II, razão pela qual designavam-no “Colégio Padrão do Brasil”. O Externato,nos Governos de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek, teve necessidade de aumentar as Seções, visando à ampliação da oferta de vagas. Foram criadas, em 1952, as Seções Norte e Sul e, em 1957, a Seção Tijuca. Na década de 60, o Internato transformou-se em Semi-internato, que, posteriormente, foi também extinto, passando a funcionar em regime de Externato. Em 1979, as Seções passaram a ser designadas Unidades de Ensino, de acordo com o bairro em que se localizavam: Centro, Engenho Novo, Humaitá, São Cristóvão e Tijuca. O Colégio Pedro II caracterizou-se por ter sempre proporcionado ensino humanístico, sem prejuízo das disciplinas científicas. Seu corpo docente, integrado por professores renomados, como, Joaquim Manoel de Macedo, Barão do Rio Branco, Capistrano de Abreu, Euclides da Cunha, Antenor Nascentes, Manuel Bandeira, Aurélio Buarque de Holanda, Celso Cunha, Rocha Lima, Cândido Jucá e Evanildo Bechara, dentre tantos outros, esteve sempre em consonância com as melhores idéias produzidas no âmbito da Educação sem, contudo, se deixar influenciar por mudanças precoces que viessem a prejudicar a qualidade do ensino. Em 1976, o Colégio implantou a Profissionalização no 2º grau, determinada pela Lei nº 5.692/71. Ao publicar o plano de Habilitações Básicas, no entanto, a Congregação, órgão máximo e de caráter deliberativo, expediu parecer alertando sobre o risco de uma educação técnica de má qualidade, em função da carência de equipamentos somada à falta de pessoal docente especializado. Previu, por assim dizer, as dificuldades para o cumprimento de um dispositivo legal, criado sem uma conexão com a realidade, o que depois foi reconhecido pelo próprio Ministério, ao tornar a profissionalização opcional, em 1982. Em 1984, foi criada, em São Cristóvão, a primeira Unidade de Ensino do Primeiro Segmento do Ensino Fundamental (da Classe de Alfabetização à 4ª série). Nos anos subseqüentes, criaram-se as demais Unidades deste segmento: Humaitá (1985), Engenho 21 Novo (1986) e Tijuca (1987). E, para atender à demanda da clientela, em 1999, o campus da Unidade São Cristóvão reformula-se, dividindo-se em Unidades Escolares I, II e III, assim passando a formar o Complexo Cultural de São Cristóvão, com uma quadra poliesportiva, onde se realizam competições, e três bibliotecas, com um acervo notável. No final dos anos 90, valorizando as inúmeras atividades artísticas e os eventos culturais promovidos pelo CPII, inaugurou-se o Espaço Cultural 177, situado no prédio da Direção Geral, destinado a acolher e divulgar a pluralidade de linguagens das diversas Artes e suas manifestações. Exposições de trabalhos discentes sucedem exposições de pintores consagrados. Recentemente, o Colégio abrigou reproduções de obras de Cândido Portinari, de quem nosso alunado pôde apreciar a maestria e a sensibilidade pictórica. Neste espaço de atualização da memória do Colégio Pedro II, citamos alguns ex- alunos inscritos na história política do país deste século: Francisco de Paula Rodrigues Alves, Marechal Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha e Washington Luiz, ex-Presidentes da República. Em diversos campos de atuação, destacam-se alunos que dignificam o nome de nossa Instituição Federal de Ensino, e, dentre tantos, poderíamos citar: Afonso Arinos de Melo Franco, Alceu de Amoroso Lima, Caribé, Cecil Thiré, Gilberto Braga, Hélio Beltrão, Italo Zappa, Mario Lago, Pedro Nava e Turíbio Santos. Em sua trajetória, o Colégio Pedro II destaca-se como formador de cidadãos brasileiros que honram o nome da Instituição. Essa é, indiscutivelmente, a marca de identidade que permanece através do tempo, não constituindo, portanto, tão-somente uma característica de determinada faixa de tempo na história do Colégio. Ressaltamos alguns nomes, ex-alunos ilustres, no entanto, é essencial que não nos esqueçamos de tantos outros nossos ex-alunos, cidadãos comuns, que construíram sua história de vida a partir da formação educacional proporcionada pelo Colégio. Rever a história dos cento e sessenta e três anos desta Instituição Federal de Ensino é, de certa forma, estabelecer uma ponte entre passado e presente, aproveitando as lições que emanam dessa retrospectiva. Renovar estruturas para alcançar metas de eficiência no processo educacional representa uma de suas características significativas, preparando- se, assim, o Colégio Pedro II para cumprir sua missão e levá-la a bom termo face aos desafios sócio-econômicos e culturais deste novo milênio. 22 Branca 23 2 - Caracterização Escola: Espaço de Diferenças 24 Branca 25 2. CARACTERIZAÇÃO 2.1. REDE FÍSICA O Colégio Pedro II – CPII – é um complexo escolar composto, atualmente, de dez Unidades: Centro; Engenho Novo I e II; Humaitá I e II; São Cristóvão I, II e III; Tijuca I e II. As Unidades Escolares I ministram ensino da Classe de Alfabetização até a 4ª série do Ensino Fundamental; as Unidades Escolares II oferecem ao alunado ensino da 5ª à 8ª série e o Ensino Médio; a Unidade Escolar III, componente do Complexo Escolar São Cristóvão, oferece, especificamente, Ensino Médio. O efetivo discente, em 2000, é de 12.327 alunos, sendo 4.811 do Ensino Médio. A Unidade Escolar Centro, a mais antiga, situa-se junto ao centro econômico e empresarial da cidade e à zona portuária do Rio de Janeiro. Em função da localização, torna-se fácil o acesso do alunado a importantes centros de cultura, como a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes, o Teatro Municipal, o Centro Cultural da Light, a Casa França-Brasil e o Centro Cultural Banco do Brasil. Também já se tornou uma tradição a participação desses alunos nos movimentos políticos que sempre ocorreram naquela área. Há, também, nas proximidades da referida Unidade, um Centro de Formação Profissional – o Senac, para onde muitos alunos acorrem no sentido de buscar uma habilitação profissional (datilografia, informática, desenho técnico etc). As Unidades Escolares localizadas em São Cristóvão têm em seu ambiente externo um dos principais pólos industriais da cidade. Habitado pela nobreza nos tempos do Império, São Cristóvão é um bairro residencial que liga o centro do Rio aos subúrbios da Leopoldina e à Baixada Fluminense. Há que se destacar, nessa região, a Quinta da Boa Vista, onde se situam o Jardim Zoológico e o Museu Nacional. Nas cercanias, encontram-se também o Museu do Primeiro Reinado e o Observatório Nacional. As Unidades Escolares Humaitá I e II situam-se na Zona Sul da cidade, corredor de acesso às zonas turísticas mais importantes do Rio de Janeiro. Nas proximidades, ficam a Casa de Rui Barbosa e o Jardim Botânico. As Unidades Escolares Tijuca I e II localizam-se em área residencial de classe média, com centros comerciais e de prestação de serviços característicos da região, problematicamente circundada por favelas. O bairro da Tijuca concentra um grande número de instituições de ensino fundamental e médio, além da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Geograficamente inseridas em uma área eminentemente residencial, que funciona como passagem para os subúrbios da Central e para bairros da zona oeste, através de vias modernas de acesso, as Unidades Escolares Engenho Novo I e II congregam camadas sociais diversas. 26 No Colégio Pedro II, o Ensino Fundamental funciona em dois turnos, com uma carga horária ampla – cinco horas diárias, incluindo aulas aos sábados a partir da 5ª série. O Ensino Médio oferece ainda, em quatro Unidades Escolares, a opção do 3º turno (noturno) para alunos que trabalham durante o dia. O Currículo Pleno do Ensino Fundamental inclui atividades de Informática, Laboratório de Ciências, Educação Física, Educação Artística, Educação Musical e Sala de Leitura, desde a Classe de Alfabetização, além das áreas de conhecimentos regulares. No 2º segmento, os alunos também recebem aulas de Desenho, Inglês e Francês. No Ensino Médio, alémdas disciplinas regulares, são oferecidas aulas de Sociologia, Filosofia, Desenho, Espanhol e Arte. Como atividades extracurriculares, desenvolvem-se Alemão, Teatro, Dança, Coral e Introdução à Informática. O Colégio Pedro II implantou o Ensino Técnico em Informática e o Pós-Secundário, também nessa área. Ambos funcionam no 3º turno da Unidades Escolares São Cristóvão III e Engenho Novo II. Por suas características tão peculiares e por ministrar ensino público de qualidade, o Colégio Pedro II torna-se altamente disputado pelas famílias de crianças e jovens de diversas localidades da cidade do Rio de Janeiro e, até mesmo, de municípios vizinhos. Além disso, a forma de ingresso de alunos, por sorteio, na Classe de Alfabetização, e a localização, em áreas mais populares, de algumas Unidades Escolares (Centro, Engenho Novo e São Cristóvão) possibilitam o acesso de alunos oriundos de famílias de baixa renda a uma educação pública de qualidade. O Colégio Pedro II dedicou os últimos dois anos ao processo de reexame de suas diretrizes de avaliação e à discussão e elaboração de seu Projeto Político-Pedagógico, que ora apresentamos, para ser implementado a partir do ano 2001. 27 2.2. CORPO DOCENTE: Distribuição por Unidades Escolares, Disciplinas e Departamentos 2.2.1. POR UNIDADE ESCOLAR UNIDADES ESCOLARES I ENGENHO NOVO I 65 HUMAITÁ I 62 SÃO CRISTÓVÃO I 107 TIJUCA I 70 SUBTOTAL 304 UNIDADES ESCOLARES II CENTRO 90 ENGENHO NOVO II 99 HUMAITÁ II 128 SÃO CRISTÓVÃO II 144 SÃO CRISTÓVÃO III 101 TIJUCA II 112 SUBTOTAL 674 Unidades Escolares I 304 Unidades Escolares II 674 TOTAL 978 28 O Colégio possui uma estrutura departamental que abriga todos os docentes (mesmo aqueles que se encontram em funções de Direção, Chefias e Assessorias), de acordo com sua formação, nos respectivos Departamentos. Atualmente, conta com 16 (dezesseis) Departamentos Pedagógicos, alguns encarregados de mais de uma disciplina. 2.2.2. POR DEPARTAMENTO E DISCIPLINA DEPARTAMENTO DISCIPLINA Nº PROF. PRIMEIRO SEGMENTO 271 LÍNGUA PORTUGUESA PORTUGUÊS 85 E LITERATURAS LATIM 07 GREGO 03 LÌNGUAS NEOLATINAS FRANCÊS 26 ESTRANGEIRAS ESPANHOL 06 LINGUAS INGLÊS 51 ANGLO-GERMÂNICAS ALEMÃO 01 MATEMÁTICA - 65 CIÊNCIAS E BIOLOGIA - 70 FÍSICA - 32 QUÍMICA - 39 GEOGRAFIA - 53 HISTÓRIA - 61 FILOSOFIA - 09 SOCIOLOGIA - 19 DESENHO E DESENHO GEOMÉTRICO 42 EDUCAÇÃO ARTÍSTICA ARTES VISUAIS 27 EDUCAÇÃO MUSICAL - 34 EDUCAÇÃO FÍSICA - 65 CIÊNCIAS DA INFORMÁTICA 08 COMPUTAÇÃO E CONTABILIDADE E INICIAÇÃO AO ORGANIZAÇÃO DE TRABALHO EMPRESAS 03 PSICOLOGIA 01 TOTAL 978 29 2.3. DISTRIBUIÇÃO DO CORPO DISCENTE • 1º SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL O Colégio Pedro II conta com quatro unidades escolares que ministram o ensino das séries iniciais do Ensino Fundamental, da Classe de Alfabetização à 4ª série. As quatro Unidades Escolares I, carinhosamente chamadas de “PEDRINHOS”, atendem atualmente a um total de 101 turmas (cerca de 2.500 alunos), assim distribuídas: UNIDADES ESCOLARES CA 1ª 2ª 3ª 4ª TOTAL ENGENHO NOVO I 4 4 4 5 5 22 HUMAITÁ I 4 4 4 4 4 20 SÃO CRISTÓVÃO I 8 8 7 7 8 38 TIJUCA I 4 4 4 5 4 21 TOTAL 20 20 19 21 21 101 • 2º SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL Dando continuidade às primeiras séries do Ensino Fundamental, o Colégio Pedro II conta também com o segmento da 5ª à 8ª série em todas as suas Unidades. Atualmente, o Colégio abriga 133 turmas de alunos nessa fase intermediária de escolaridade, assim distribuídas: Unidades 5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE TOTAL Escolares 1º t 2º t Tt 1º t 2º t Tt 1º t 2º t Tt 1º t 2º t Tt 1º t 2º t Tt UEC - 2 2 - 2 2 3 - 3 3 - 3 6 4 10 UESCII 6 4 10 5 5 10 6 6 12 6 7 13 23 22 45 UETII 2 3 5 3 4 7 4 3 7 3 3 6 12 13 25 UEENII 3 3 6 4 3 7 4 4 8 4 5 9 15 15 30 UEHII 2 3 5 3 2 5 4 3 7 3 3 6 12 11 23 TOTAL 13 15 28 15 16 31 21 16 37 19 18 37 68 65 133 30 • ENSINO MÉDIO Em prosseguimento às últimas séries do Ensino Fundamental, o Colégio Pedro II oferece o Ensino Médio em todas as suas Unidades, possuindo atualmente uma clientela de 134 turmas de alunos desse nível de escolaridade, assim distribuídas: Unidades 1ª SÉRIE 2ª SÉRIE 3ª SÉRIE TOTAL Escolares 1º t 2º t 3º t Tt 1º t 2º t 3º t Tt 1º t 2º t 3º t Tt 1º t 2º t 3º t Tt Centro - 7 - 7 5 - - 5 4 - - 4 9 7 - 16 SCIII 8 9 2 19 7 7 2 16 5 5 3 13 20 21 7 48 TII 3 3 2 8 5 4 2 11 5 3 3 11 13 10 7 30 ENII 3 3 4 10 - - 3 3 - - 3 3 3 3 10 16 HII 3 4 2 9 3 3 1 7 5 - 3 8 11 7 6 24 TOTAL 17 26 10 53 20 14 8 42 19 8 12 39 56 48 30 134 Nas Unidades Escolares Engenho Novo II e São Cristóvão III, existem, no 3º turno, 30 e 36 alunos, respectivamente, cursando módulos relativos ao CTPD (Curso Técnico em Processamento de Dados). 2.4. FORMAS DE ACESSO (Demanda/Atendimento) O ingresso dos alunos para as classes de alfabetização é feito através de sorteio público para o qual a única exigência é com relação à faixa etária do candidato, cujo limite está previsto em edital. Dessa forma, o Colégio permite o acesso de uma clientela bastante heterogênea, o que garante a riqueza da diversidade do corpo discente. O ingresso do alunado, na 5ª série, realiza-se através de: ➔ acesso natural para alunos provenientes da 4ª série do Colégio; ➔ concurso de seleção para alunos não pertencentes ao Colégio. O ingresso do alunado, no Ensino Médio, realiza-se através de: ➔ acesso natural pela promoção da 8ª série do próprio Colégio; ➔ concurso de seleção para alunos não pertencentes ao Colégio. 31 A seguir, apresentamos a relação entre a demanda (número de alunos inscritos) e o atendimento feito pelo Colégio nas três séries de ingresso, nos últimos cinco anos. 1996 1997 1998 1999 2000 INSC. VAG INSC. VAG INSC. VAG INSC. VAG INSC. VAG CA 2750 236 2758 189 3059 220 3225 200 4568 220 5ªs 3208 246 4279 300 4364 360 5671 225 7267 240 1ªs 1988 283 3123 240 2798 283 2946 107 4998 235 Essas duas formas de ingresso possibilitam uma clientela heterogênea, tanto no que se refere ao nível sócio-econômico quanto à área geográfica de proveniência. Atualmente, o Colégio conta com uma maioria de alunos pertencentes a várias faixas de classe média (em curva ascendente nos últimos anos) e alunos das camadas menos favorecidas, residentes nas zonas centro, norte, sul e oeste do Rio de Janeiro e em outros municípios (ver item 3.2: Uma abordagem sócio-econômica e cultural). O ingresso dos alunos é também efetuado de modo a atender às transferências previstas em lei. A mobilidade horizontal (passagem de uma Unidade Escolar para outra) é permitida, desde que o aluno apresente motivos e o Colégio tenha condições de atender. 2.5. CONVÊNIOS, PARCERIAS E PROJETOS COM OUTRAS INSTITUIÇÕES Os alunos do Colégio Pedro II participam de vários projetos institucionais. Cabe ao SOE das Unidades Escolares a responsabilidade pelas etapas de divulgação, esclarecimento, seleção, acompanhamento e avaliação desses alunos. Para melhor visualização de nosso trabalho, anexamos um quadro com os principais convênios e projetos desenvolvidos com o CPII: 32 CONVÊNIOS/ INSTITUIÇÕES UNIDADES TOTAL DE PARCERIAS PARTICIPANTES ENVOLVIDAS ALUNOS POC Centro Humaitá II Iniciação Universitário Tijuca II Científica da Tijuca São Cristóvão III Centro 08 PROVOC Biologia Unidade Técnico- Engenho Novo II Científica da Humaitá II Fundação São Cristóvão III Oswaldo Cruz Tijuca II Centro 34 Física - CBPF Centro Brasileiro Tijuca IIde Pesquisas Físicas Centro Química - CENPES Centro de Pesquisas da Petrobrás Centro e Humaitá II 05 PUC/RJ PUC/RJ Humaitá II 10 CIEE Centro de Integração Centro Escola Empresa Engenho Novo II Humaitá II Tijuca II São Cristóvão III 20 CEFET/RJ Escola Técnica Centro Federal do Engenho Novo II Rio de Janeiro Humaitá II Tijuca II São Cristóvão III 179 SENAI Curso Técnico Engenho Novo II CETIQT Modular Humaitá II Tijuca II São Cristóvão III 17 33 BREVE DESCRIÇÃO DOS CONVÊNIOS E PROJETOS: 1. POC – Programa de Orientação Científica É uma atividade de pesquisa com alunos da 1ª Série do Ensino Médio, organizada pelo Centro Universitário da Tijuca. Tem como objetivo colocar o aluno em contato com o conhecimento e experiências da atualidade. Com o espírito de pesquisa, o aluno desenvolve um trabalho na área de sua preferência sob orientação teórico-prática de professores, pós- graduados e universitários. As áreas oferecidas são: Direito, Computação Gráfica, Engenharia Eletrônica, Marketing, Astronáutica, Engenharia Mecânica, Física, Astronomia, Matemática, Informática, Medicina, Engenharia de Produção, Química, Engenharia Nuclear, Engenharia Civil, Formação de Executivos e outras. 2. PROVOC – Programa de Orientação Científica O Programa de Vocação Científica tem o objetivo de despertar o estudante no interesses pela pesquisa, possibilitar a participação dele no desenvolvimento de pesquisas cientificas e proporcionar a vivência do trabalho de laboratório por parte de estudantes, possibilitando-lhes integrar a teoria e a prática. O Programa oferece vagas limitadas para as áreas de Biologia, Física e Química aos alunos de 1ª série do Ensino Médio interessados em ingressar na área de pesquisa. O Programa se divide em duas partes: Iniciante e Avançado. Os alunos do Colégio Pedro II fazem o trabalho nos dois estágios, sendo alguns aproveitados e obtendo bolsas do CNPq, mesmo que já tenham saído do Colégio Peero II, ao término do Ensino Médio. 3. PUC – Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro Na Unidade Escolar Humaitá II e na Unidade Escolar Centro, desenvolve-se um trabalho com alunos do Ensino Médio e do 1º Período do Curso de Engenharia da PUC/RJ, na disciplina Introdução à Engenharia. Foram selecionados previamente 10 (dez) alunos da Unidade Escolar Humaitá II para o trabalho realizado durante o ano letivo e 3 (três) alunos da Unidade Escolar Centro. 4. OBSERVATÓRIO NACIONAL É um estágio oferecido a alunos de 2ª e 3ª Séries do Ensino Médio daUnidade Escolar São Cristóvão III, que tenham interesse na área de Computação Aplicada à Astronomia no Observatório Nacional. estudantes que tenham interesse por Astronomia e noções de programação em Linguagem Pascal e Fortran. O estágio tem duração de 6 meses com uma carga horária de 20 horas semanais. Os alunos recebem uma remuneração mensal e, ao final do estágio, um certificado expedido pelo CNPq. Em 2000, cerca de 5 alunos participaram. 34 5. MUSEU NACIONAL É um programa de Iniciação Científica - PIC JÚNIOR no Museu Nacional (UFRJ) direcionado a alunos da 2ª Série do Ensino Médio da Unidade Escolar São Cristóvão III e Humaitá II. Tem como objetivo proporcionar aos alunos a possibilidade de freqüentarem os Laboratórios do Museu Nacional, vivendo o cotidiano dos pesquisadores e participando de experimentos despertando o interesse pela pesquisa científica. Em 2000, cerca de 20 alunos participaram. 6. INES – Instituto de Educação dos Surdos – e ABBR – Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação As duas instituições assessoram o Colégio Pedro II e fazem o acompanhamento de alunos portadores de necessidades educativas especiais, suprindo algumas de suas carências, com o objetivo de facilitar-lhes a aprendizagem e a integração aos demais. 7. CIEE – Centro de Integração Empresa Escola do Rio de Janeiro Facilita a inserção de alunos oriundos do Ensino Médio no mercado de trabalho. 8. UNIVERCIDADE A UNIVERCIDADE (Faculdade da Cidade) concede Bolsa-Auxílio para os alunos do Colégio Pedro II interessados nos cursos ofertados pela instituição. O percentual de desconto depende da média aritmética alcançada pelo aluno no decorrer do Ensino Médio: 100% de bolsa para alunos com média de 8,5 a 10; 75% para alunos com média de 7,0 a 8,4; e 50% de bolsa para alunos com média de 6,0 a 6,9. 9. SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – e CETIQT – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil Os alunos do CPII fazem uma prova de seleção classificatória, da qual constam as seguintes disciplinas: Matemática, Física, Química e Biologia. Os candidatos ocupam as vagas de acordo com suas opções de curso e sua classificação na seleção. São oferecidas, também, 12 (doze) vagas para o curso superior de Engenharia Têxtil, através de processo de seleção. 10. CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica Os alunos do Colégio Pedro II através de concurso interno, podem complementar seus estudos nos cursos técnicos oferecidos pelo CEFET. O Convênio existe desde 1998 e prevê a troca de alunos pertencentes às duas instituições de ensino, pelo princípio da reciprocidade. 35 11. ORIENTAÇÃO VOCACIONAL O processo de Orientação Vocacional é desenvolvido nas Unidades Escolares, através de dinâmicas de grupo, vivências e testagens, em grupos de 05 (cinco) a 20 (vinte) alunos no máximo. Com duração de 20 (vinte) horas de trabalho, incluindo a Informação Profissional, conta com a participação de profissionais específicos. 12. SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial Oferece palestras/cursos de orientação para inserção dos jovens no mercado de trabalho. 13. ESTÁGIOS PARA LICENCIADOS E ESTUDANTES DO CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE 1º SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL: O CPII recebeu 352 estudantes para estágios de observação e co-participação em 1999, sendo 92,7% oriundos de Instituições Públicas e 7,3% de Instituições Privadas. Dentre as instituições atendidas, podemos citar: UFRJ, UERJ, UFF, UNI-RIO, Conservatório Brasileiro de Música e Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Existem ainda convênios que funcionam com vistas ao encaminhamento e à oferta de estágio a alunos do curso técnico em Processamento de Dados. 36 Branca 37 3 - Análise da Realidade Escola: Espaço de Contradições 38 Branca 39 3. ANÁLISE DA REALIDADE 3.1. PERFIL DOCENTE: INDICADORES DIVERSOS NA CARACTERIZAÇÃO DO EDUCADOR 3.1.1. QUADRO NUMÉRICO DE DOCENTES POR SEXO FEMININO MASCULINO TOTAL TOTAL 690 290 980 PERCENTUAL 70,41 29,59 100% 3.1.2. QUADRO NUMÉRICO DE DOCENTES POR FAIXA ETÁRIA (DATA BASE: 01/03/2000) FAIXA QUANTIDADE PERCENTUAL (%) Até 25 anos 13 1,33 De 26 a 30 anos 19 1,94 De 31 a 40 anos 311 31,73 De 41 a 50 anos 379 38,67 De 51 a 60 anos 200 20,41 Maior de 60 anos 58 5,92 TOTAL 980 100 3.1.3. QUADRO NUMÉRICO DE DOCENTES POR TEMPO DE ADMISSÃO FAIXA QUANTIDADE PERCENTUAL (%) Até 1980 72 7,35 De 1981 a 1985 296 30,20 De 1986 a 1990 167 17,04 De 1991 a 1995 305 31,12 Após 1995 140 14,29 TOTAL 980 100 40 3.1.4. QUADRO NUMÉRICO DE DOCENTES POR REGIME DE TRABALHO REGIME DE TRABALHO 20 horas 108 40 horas 307 Dedicação Exclusiva 563 TOTAL 978 3.1.5. QUADRO NUMÉRICO DE DOCENTES POR GRAU DE ESCOLARIDADE ESCOLARIDADE PERCENTUAL (%) Normal 0,2% Graduação 24,9% Aperfeiçoamento 0,2% Especialização 53,8% Mestrado 19,5% Doutorado 1,6% 3.2. UMA ABORDAGEM SÓCIO-ECONÔMICA E CULTURAL DO ALUNADO 3.2.1. INTRODUÇÃO: Para a realização do relatório, definimos as questões básicas daquelas presentes nodocumento “Uma abordagem sócio-cultural da comunidade discente do Colégio Pedro II”, para caracterizar nosso alunado. São elas: 1. Perfil sócio-econômico do aluno do Colégio Pedro II 1.1. Condições de moradia 1.2. Número de cômodos da moradia 1.3. Número de TV em cores 1.4. Número de computadores 1.5. Número de automóveis 1.6. Tempo de deslocamento até a escola 2. Perfil cultural do aluno do Colégio Pedro II 2.1. Nível de instrução do pai/responsável 2.2. Nível de instrução da mãe/responsável 41 Nas Unidades II e III, repete-se o que foi destacado nas Unidades I, com relação aos pais com 3º Grau, incluindo-se agora a Unidade Centro que tem cerca de 70% dos pais de alunos com essa característica. • ANÁLISE DAS QUESTÕES 1. PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DO ALUNO DO CPII 1.1. CONDIÇÕES DE MORADIA UNIDADES I Ues Alugada Cedida Com parentes Própria UETI 28,85% 2,56% 5,13% 63,46% UESCI 24,51% 5,59% 8,06% 61,84% UEHUI 30,25% 7,14% 3,36% 59,24% UEENI 20,58% 6,05% 7,02% 66,34% UNIDADES II/III Ues Alugada Cedida Com parentes Própria UETII 18,29% 1,71% 11,86% 69,14% UESCII 23,48% 5,05% 4,43% 67,04% UESCIII 23,41% 2,20% 3,17% 71,22% UEHUII 22,22% 6,45% 6,45% 64,87% UEENII 20,60% 4,51% 4,51% 70,39% UEC 15,67% 4,39% 4,70% 75,24% 42 1.2. NÚMERO DE CÔMODOS DA MORADIA UNIDADES I Ues Um Dois Três Quatro Cinco Seis ou + UETI 0,64% 3,21% 30,13% 23,72% 16,67% 25,64% UESCI 0,82% 5,11% 15,16% 21,42% 26,36% 31,14% UEHUI 1,26% 6,72% 18,91% 31,93% 16,81% 24,37% UEENI 0,49% 3,16% 24,76% 22,57% 21,36% 27,67% Nas Unidades I, há predomínio de residências com 6 ou mais cômodos, excetuando- se a Unidade Humaitá I com maior porcentagem de residências com 4 cômodos. Destaca- se o fato de que, em Humaitá I, encontramos o também maior número de residências com apenas um cômodo (1,26%). UNIDADES II/III Ues Um Dois Três Quatro Cinco Seis ou + UETII 0,56% 4,52% 31,07% 30,51% 14,12% 19,21% UESCII 0,72% 3,93% 20,04% 21,49% 22,11% 31,71% UESCIII 0,49% 2,94% 21,32% 27,21% 19,36% 28,68% UEHUII 0,72% 6,14% 21,66% 23,83% 20,94% 26,71% UEENII 0,22% 4,09% 20,43% 22,37% 23,01% 29,89% UEC 0,31% 2,51% 17,24% 18,50% 19,44% 42,01% Nas Unidades Escolares II, há predomínio de moradias com 06 ou mais cômodos, com exceção da Unidade Escolar Tijuca II, com moradias de 03 cômodos. 43 1.3. NÚMERO DE TV EM CORES UNIDADES I Ues 1 aparelho 2 aparelhos 3 ou + Nenhum UETI 16,03% 46,79% 36,54% 0,64% UESCI 29,37% 42,90% 27,56% 0,17% UEHUI 18,14% 49,37% 32,07% 0,42% UEENI 22,79% 41,67% 33,82% 1,72% Verifica-se que, em todas as Unidades I, há predominância de residências com dois aparelhos de TV em cores (entre cerca de 41% a 50%). UNIDADES II/III Ues 1 aparelho 2 aparelhos 3 ou + Nenhum UETII 15,25% 54,24% 29,94% 0,56% UESCII 21,34% 43,61% 34,54% 0,52% UESCIII 20,49% 41,95% 36,83% 0,73% UEHUII 14,03% 39,57% 46,04% 0,36% UEENII 23,01% 38,28% 38,28% 0,43% UEC 10,60% 35,42% 53,61% 0,31% Nas Unidade Escolares II e III, verificamos a predominância de residências com 3 ou mais aparelhos de TVs em cores (entre cerca de 29% e 54% das residências). 44 1.4. NÚMERO DE COMPUTADORES UNIDADES I Ues Um Dois ou + Nenhum UETI 46,79% 1,28% 51,92% UESCI 27,14% 1,32% 71,55% UEHUI 44,12% 8,32% 47,06% UEENI 39,66% 2,68% 57,66% Nas Unidades Escolares I, a maioria das residências não possui computadores (acima de 47%). A Unidade Escolar São Cristóvão I, com um percentual de 71% das famílias sem computador, destaca-se das demais. UNIDADES II/III UEs Um Dois ou + Nenhum UETII 63,64% 2,27% 34,09% UESCII 44,47% 1,43% 54,10% UESCIII 49,14% 2,70% 48,16% UEHUII 56,47% 10,07% 33,45% UEENII 49,89% 3,24% 46,87% UEC 64,40% 6,81% 28,79% Nas Unidades II/III, a maioria das residências possui computador, com exceção de SCII, cuja maioria (54,10%) não possui tal recurso tecnológico. 45 1.5. NÚMERO DE AUTOMÓVEIS UNIDADES I UEs Um Dois Três ou + Nenhum UETI 56,77% 13,55% 0,65% 29,03% UESCI 45,03% 8,28% 0,83% 45,86% UEHUI 53,36% 8,82% 1,26% 36,55% UEENI 52,43% 9,47% 0,73% 37,38% Nas Unidades Escolares I, predominam famílias com um automóvel, excetuando-se a Unidade Escolar São Cristóvão I cujos percentuais de famílias com um e sem nenhum automóvel são praticamente iguais (cerca de 45% cada um). UNIDADES II/III UEs Um Dois Três ou + Nenhum UETII 71,26% 8,62% 1,15% 18,96% UESCII 51,13% 10,35% 1,13% 37,40% UESCIII 48,28% 11,82% 2,22% 37,68% UEHUII 51,44% 12,59% 3,24% 32,73% UEENII 50,43% 17,60% 1,07% 30,90% UEC 50,78% 17,13% 1,87% 30,22% Nas Unidades Escolares II/III, a maioria das famílias possui apenas um automóvel (entre cerca de 48% e 72%). 46 1.6. TEMPO DE DESLOCAMENTO ATÉ A ESCOLA UNIDADES I UEs - de 30’ 30’ a 60’ 60’ a 90’ + de 90’ UETI 73,38% 22,08% 3,25% 1,30% UESCI 42,79% 47,21% 8,20% 1,80% UEHUI 63,45% 33,19% 2,94% 0,42% UEENI 65,13% 27,36% 6,05% 1,45% Nas UEs I, a maioria dos alunos gasta menos de 30 minutos no trajeto casa/escola, excetuando-se os alunos da UE São Cristóvão I cuja maioria gasta entre 30 a 60 minutos no percurso. UNIDADES II/III UEs - de 30’ 30’ a 60’ 60’ a 90’ + de 90’ UETII 64,94% 28,16% 5,75% 1,15% UESCII 48,21% 41,54% 8,31% 1,95% UESCIII 30,88% 52,70% 14,71% 1,72% UEHUII 75,45% 21,30% 2,53% 0,72% UEENII 67,45% 24,89% 6,17% 1,49% UEC 34,58% 52,34% 10,90% 2,18% Nas Unidades Escolares II, a maioria gasta menos de 30 minutos no trajeto. Exceções: Centro e São Cristóvão III, com predomínio da faixa entre 30 a 60 minutos (52,34% e 52,70%). 47 2. PERFIL CULTURAL DO ALUNO DO COLÉGIO PEDRO II 2.1. NÍVEL DE INSTRUÇÃO DO PAI/RESPONSÁVEL UNIDADES I Ues Analf. 1ºG/C 1º G/I 2ºG/C 2º G/I 3ºG/C 3ºG/I Pós/Gr. UETI 0,68% 8,90% 2,05% 21,72% 4,11% 32,19% 21,23% 8,90% UESCI 1,01% 10,81% 11,15% 30,07% 9,12% 19,93% 12,16% 5,74% UEHUI 1,32% 4,85% 7,05% 17,62% 3,96% 36,56% 15,42% 13,22% UEENI 0,49% 5,93% 4,69% 27,65% 7,90% 31,11% 12,84% 9,38% As Unidades Escolares Tijuca I e Humaitá I têm entre cerca de 62% e 66% dos pais de alunos com 3º grau (Completo, Incompleto ou Pós-Graduação). Na Unidade Escolar Engenho Novo I, 54% dos pais estão nessa faixa; na Unidade Escolar São Cristóvão I, o percentual atinge apenas 38% dos pais. UNIDADES II/III Ues Analf. 1ºG/C 1º G/I 2ºG/C 2º G/I 3ºG/C 3ºG/I Pós/Gr. UETII 0,58% 2,89% 3,47% 20,81% 5,20% 42,20% 14,45% 10,40% UESCII 0,54% 8,42% 7,56% 28,08% 8,32% 27,43% 11,23% 8,42% UESCIII 0,26% 11,58% 6,05% 25,26% 4,74% 33,16% 10,00% 8,95% UEHUII 0,77% 5,02% 4,25% 17,76% 3,47% 40,54% 5,02% 23,17% UEENII 0,22% 6,43% 5,32% 24,61% 8,43% 31,71% 10,86% 12,42% UEC 0,68% 3,73% 3,05% 18,31% 4,07% 46,10% 11,19% 12,88% Nas UEs II e III, repete-se o quadro das UEs I, incluindo-se agora a UE Centro, com cerca de 70% dos pais de alunos com essa característica. 48 2.2. NÍVEL DE INSTRUÇÃO DA MÃE/RESPONSÁVEL UNIDADES I Ues Analf. 1ºG/C 1º G/I 2ºG/C 2º G/I 3ºG/C 3ºG/I Pós/Gr. UETI 0,69% 6,25% 4,86% 23,61% 5,56% 34,03% 13,89% 11,11% UESCI 0,67% 6,67% 13,50% 29,67% 10,50% 20,00% 12,00% 7,00% UEHUI 0,44% 4,39% 8,77% 22,81% 5,26% 33,33% 11,40% 13,60% UEENI 0,74% 7,43% 7,92% 27,97% 6,19% 29,95% 12,38% 7,43% Repete-se com as mães dealunos das UEs I um quadro similar ao dos pais, com relação à escolaridade. UNIDADES II/III Ues Analf. 1ºG/C 1º G/I 2ºG/C 2º G/I 3ºG/C 3ºG/I Pós/Gr UETII 1,15% 1,72% 2,87% 24,14% 4,02% 40,23% 14,37% 11,49% UESCII 0,43% 9,89% 8,72% 30,85% 9,04% 25,74% 8,83% 6,49% UESCIII 0,52% 11,17% 8,05% 36,36% 4,16% 25,71% 6,49% 7,53% UEHUII 1,52% 5,30% 7,95% 18,76% 3,41% 31,44% 10,61% 21,21% UEENII 0,44% 6,21% 7,54% 27,05% 7,54% 27,05% 10,42% 13,75% CENTRO 0,32% 3,51% 5,11% 20,45% 5,43% 45,05% 7,35% 12,78% Repete-se com as mães de alunos das Unidades II/III um quadro similar ao dos pais, com relação à escolaridade. 49 • CONCLUSÃO A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394/96 indica, de uma forma incisiva, a necessidade de que todas as escolas definam o seu projeto político-pedagógico em conjunto com a comunidade escolar. Conhecer quem é esta comunidade, estabelecer um diálogo com todos os sujeitos sociais participantes do processo de escolarização nesta instituição tornou-se urgente, principalmente em um tempo marcado por mudanças profundas na sociedade que estão alterando, não apenas o quadro econômico, mas influindo nas relações dos homens entre si e nas relações dos homens com o mundo. O Colégio Pedro II representa historicamente um dos marcos na educação pública de qualidade neste país. Ao longo de seus 163 anos, as características do aluno, naturalmente, têm se modificado em função das condições políticas, econômicas e sociais do país, determinando, na atualidade, a exigência de um levantamento periódico do perfil discente. Com o objetivo de caracterizar o aluno, utilizou-se, em 1998, nas Unidades Escolares, durante o processo de matrícula, a aplicação de um instrumental denominado “Uma abordagem sócio-cultural da comunidade discente do Colégio Pedro II” para subsidiar ações pedagógicas e administrativas relacionadas com: - o projeto pedagógico da instituição e de cada Unidade Escolar; - os planos de trabalho dos diversos setores que compõem as Unidades Escolares; - as reflexões sobre Currículo Formal e Currículo Oculto da instituição; - o processo de avaliação; - as interações da escola com a sociedade. As ações pedagógicas e administrativas necessitam de um confronto do perfil de aluno oriundo do senso comum, construído ao longo da história do Colégio Pedro II, com os dados reais a serem coletados periodicamente. Tal confronto contribui para que se defina uma filosofia educacional que, não descaracterizando a identidade histórica do CPII, esteja adequada às responsabilidades que a escola, os educadores e a educação devem assumir na contemporaneidade – um mundo de pluralidades culturais – e, logo, a exigir solidariedade e respeito maiores, integrando um processo de humanização construído a partir do conhecimento do outro, tornado possível com base na identificação das diferenças e das peculiaridades da comunidade com a qual a escola interage. Os dados obtidos através do documento de 1998, “Uma abordagem sócio-cultural da comunidade discente”, são analisados a seguir. QUESTÕES UTILIZADAS PARA ANÁLISE: 1. Perfil sócio-econômico do aluno do CPII 1.1. Condições de moradia 1.2. Número de cômodos da moradia 1.3. Número de TV em cores 1.4. Número de computadores 1.5. Tempo de deslocamento até a escola 50 2. Perfil cultural do aluno do CPII 1.1. Nível de instrução do pai/responsável 1.2. Nível de instrução da mãe/responsável Essa análise será segmentada através das Unidades Escolares I e II, tendo em vista as diferenças evidenciadas durante a coleta de dados, ressaltando-se que, no quesito “perfil cultural”, optou-se pela identificação da escolaridade dos pais. • UNIDADES ESCOLARES I O aluno mora em casa própria, com predomínio de residências com 6 ou mais cômodos, destacando-se que, na Unidade Humaitá, há uma maior porcentagem de residências com 4 cômodos, assim como maior número de residências com apenas 1 cômodo. As residências têm, em sua maioria, dois aparelhos de TV em cores; cerca de 50% não possui computador, destacando-se que, na Unidade São Cristóvão, o percentual é maior: 71% das famílias não possui computador. As famílias dos alunos têm predominantemente um carro, à exceção da Unidade Escolar São Cristóvão cujos percentuais de famílias com e sem automóvel são praticamente iguais, cerca de 45% cada. Nas Unidades Escolares I, a maioria dos alunos gasta menos de 30 minutos no trajeto casa-escola, o que faz supor que, na faixa etária característica do segmento, a escolha das Unidades é condicionada prioritariamente pela proximidade da residência. Na Unidade Escolar São Cristóvão, no entanto, localizada num bairro que não é tipicamente residencial, há um número expressivo de alunos que consomem um tempo maior no deslocamento, provavelmente devido à utilização de algum meio de transporte. Em relação à escolaridade dos pais, nas Unidades Escolares Tijuca e Humaitá, cerca de 65% dos pais têm escolaridade superior (completo, incompleto, pós-graduação). Na Unidade Escolar Engenho Novo, esse item atinge 54% dos pais e, em São Cristóvão, apenas 38% estão nessa mesma faixa de escolaridade. • UNIDADES ESCOLARES II O aluno das Unidades II e III reside, na maioria, em casa própria, com 6 ou mais cômodos, exceção feita à Unidade Tijuca onde a maior porcentagem é de residências com 3 cômodos. Quanto ao item TV em cores, há predomínio entre 2 e 3 aparelhos. No item Computadores, há um equilíbrio entre os que têm 1 computador e os que não possuem, excetuando-se a Unidade Escolar São Cristóvão II, onde a maioria das pessoas não possui tal recurso tecnológico. 51 A maioria das famílias possui apenas um automóvel; os alunos gastam menos de 30 minutos no trajeto casa-escola, com exceção dos alunos das UEs Centro e São Cristóvão, que gastam entre 30 a 60 minutos no percurso. Quanto à escolaridade dos pais, repete-se o que se destacou nas UEs I, em relação ao ensino superior, incluindo-se a UE Centro em que cerca de 70% dos pais de alunos tem essa característica. O grau de escolaridade do pai e da mãe de aluno da Unidade Humaitá revela um índice de analfabetismo elevado, sendo o maior entre as Unidades Escolares. Concluímos, então, que o aluno do CPII, em sua grande maioria, reside em casa própria com um número de cômodos em torno de quatro a seis, possuindo dois aparelhos de TV em cores. O computador, ainda em processo de incorporação como mais um bem material, apresenta um percentual equilibrado entre os que já adquiriram e os que ainda não o têm. As famílias possuem, predominantemente, um automóvel. O tempo consumido pelo aluno no trajeto moradia-escola gira em torno de 30 a 60 minutos. Quanto ao nível de instrução dos pais, tanto o pai quanto a mãe concluíram, em sua grande maioria, o 3º Grau, incluindo-se, nesses dados, cursos de pós-graduação. A seguir, apresentamos os gráficos globais da Instituição que foram utilizados neste trabalho. Estão à disposição, na Secretaria de Ensino, os gráficos específicos relativos às Unidades Escolares. 52 Relatório das Condições de Moradia Total de Alunos que Responderam: 4033 Corresponde a: 33,93% do total de alunos da Unidade Escolar Alugada 22,66% Cedida 4,81% Mora com parentes 5,50% Própria 67,02% Relatório do Números de Cômodos Total de Alunos que Responderam: 4026 Corresponde a: 33,87% do total de alunos da Unidade Escolar 1 cômodo 0,62% 2 cômodos 4,15% 3 cômodos 20,87% 4 cômodos 23,25% 5 cômodos 21,34% 6 ou mais cômodos 29,98% 22.66% 4.81% 5.50% 67.03% 20.67% 23.25%21.34% 29.98% 4.15% 0.62% 53 Relatório de Número de TV a Cores Total de Alunos que Responderam: 4024 Corresponde a: 33,86% do total de alunos da Unidade Escolar 1 Televisor 20,80% 2 Televisores 42,52% 3 ou maisTelevisores 36,11% Nenhum Televisor 0,57% Relatório de Número de Computadores Total de Alunos que Responderam: 4034 Corresponde a: 33,94% do total de alunos da Unidade Escolar 1 micro 45,84% 2 ou mais micros 3,35% Nenhum micro 50,82% 0.57% 36.11% 42.52% 20.80% 45.84% 3.35% 50.81% 54 Relatório de Número de Automóveis Total de Alunos que Responderam: 4028 Corresponde a: 33,89% do total de alunos da Unidade Escolar 1 carro 51,17% 2 carros 11,59% 3 ou mais carros 1,34% Nenhum carro 35,90% Total de Alunos que Responderam: 4044 Corresponde a: 33,04% do total de alunos da Unidade Escolar Relatório de Tempo Gasto Moradia/CPII De 30 a 60 minutos 37,73% De 60 a 90 minutos 7,64% Mais de 90 minutos 1,58% Menos de 30 minutos 53,04% 51.17% 11.59% 1.34% 35.90% 53.05% 1.58% 7.64% 37.73% 55 Relatório de Instrução da Mãe/Responsável Relatório de Instrução do Pai/Responsável Total de Alunos que Responderam: 3900 Corresponde a: 32,81% do total de alunos da Unidade Escolar Total de Alunos que Responderam: 3852 Corresponde a: 33,41% do total de alunos da Unidade Escolar 1º grau completo 7,55% 1º grau incompleto 6,41% 2º grau completo 25,03% 2º grau incompleto 6,85% 3º grau completo 31,44% 3º grau incompleto 11,73% Nenhum estudo 0,62% Pós-graduação e/ou Doutorado 10,36% 1º grau completo 7,18% 1º grau incompleto 8,44% 2º grau completo 27,77% 2º grau incompleto 7,08% 3º grau completo 28,90% 3º grau incompleto 10,23% Nenhum estudo 0,54% Pós-graduação e/ou Doutorado 9,87%0.54% 9.87% 7.18% 8.44% 27.77% 7.08% 28.90% 10.23% 11.73% 0.62% 31.44% 6.85% 25.03% 6.41% 7.55% 10.36% 56 3.3. DIAGNÓSTICO EDUCACIONAL 3.3.1. ÍNDICES DE REPETÊNCIA GERAL (%) 1998 1ª a 4ª Série 5ª a 8ª Série Ensino Médio Colégio Pedro II 4,4% 5,9% 5,5% Estado do Rio de Janeiro 12,4% 12,3% 10,5% Brasil 11,6% 7,5% 6,4% 3.3.2. TAXA DE ABANDONO (EVASÃO: DADOS DO CENSO ESCOLAR/99) 1998 1ª a 4ª Série 5ª a 8ª Série Ensino Médio Colégio Pedro II 0,05% 0,48% 1,4% Estado do Rio de Janeiro 5,7% 9,3% 14,8% Brasil 9,2% 10,6% 13,7% 3.4. DIAGNÓSTICO ESCOLAR 3.4.1. INTRODUÇÃO Para a elaboração deste Projeto Político-Pedagógico, coube ao STEA (Setor Técnico de Ensino e Avaliação) levantar e analisar alguns aspectos da realidade cotidiana do Colégio Pedro II, fornecendo um Diagnóstico Escolar obtido da avaliação dos próprios agentes (técnicos e docentes) que a vivenciam. Para alcançar esse objetivo, foi necessária uma reflexão sobre a metodologia mais adequada a ser utilizada. Optou-se, então, pela construção de uma “Matriz de Levantamento de Dados”, que funcionaria como instrumento para a coleta de informações e que, conseqüentemente, forneceria o diagnóstico pretendido. 57 3.4.2. METODOLOGIA UTILIZADA 3.4.2.1. MONTAGEM DA MATRIZ O STEA partiu para uma pesquisa de campo, envolvendo as Unidades Escolares I, II e III do CPII. A Matriz de Levantamento de Dados constou de nove quesitos, selecionados de acordo com a sua importância. Cada quesito se compôs de vários itens, como exposto no quadro seguinte: Nº QUESITOS Nº ITENS 1. Objetivos da Unidade Escolar 09 2. Administração 08 3. Orientação Educacional 06 4. Setor Técnico de Ensino e Avaliação 08 5. Coordenação Pedagógica 07 6. Organização do Currículo - Planejamento 13 7. Avaliação e progresso do aluno 14 8. Qualidade de vida e aprendizagem em sala de aula 10 9. Exercício da Regência 15 Cada item recebeu uma pontuação de 0 a 4. Os resultados obtidos receberam tratamento estatístico através de médias aritméticas simples. 3.4.2.2. OPERACIONALIZAÇÃO DA MATRIZ A matriz foi aplicada ao Corpo Docente, aos técnicos do STEA e do SOE de todas as UEs envolvidas. Do universo do CPII, conseguiu-se uma amostra de: Nº UNIDADES ESCOLARES Nº DE MATRIZES DEVOLVIDAS PERCENTUAL 1. Centro 33 42% 2. Engenho Novo I 37 65% 3. Engenho Novo II 48 51% 4. Humaitá I 53 95% 5. Humaitá II 49 48% 6. São Cristóvão I 50 55% 7. São Cristóvão II 23 25% 8. São Cristóvão III 75 75% 9. Tijuca I 47 78% 10. Tijuca II 35 35% Total 450 56,9% 58 Cada Unidade elaborou, então, a sua própria análise, que, depois, reunida às demais, produziu dois documentos, a saber: Análise da realidade das Unidades I. Análise da realidade das Unidades II e III. Foram elaborados quadros com as médias obtidas em cada segmento. De posse desses quadros, produziu-se, então, o quadro geral que possibilitou a análise da realidade pretendida. Os dados que se seguem abaixo são a síntese do cômputo geral dos resultados das dez Unidades I, II e III. Na síntese geral foram, considerados: a) pontos positivos, os itens cuja média aritmética simples ficou acima de 3.0 (75%) b) nós críticos, aqueles cuja média aritmética simples ficou abaixo de 2.0 (50%). 3.4.3. ANALÍSE CRÍTICA A elaboração do documento síntese foi peculiar, tendo em vista que o mesmo baseou- se em realidades que apresentam divergências estruturais concretas e bastante nítidas em suas estratégias e objetivos. As Unidades I e as Unidades II e III mostram perfis diferentes. Seguiu-se uma metodologia especial, a fim de incluir os três segmentos na estatística, sem distorcer a autenticidade e a fidedignidade dos dados obtidos. Comparando a tabulação de cada Unidade I, individualmente, verificou-se que a opinião dos professores sobre os itens de maior e de menor preferência apresentou convergência, demonstrando similaridade nos perfis da realidade de cada uma dessas Unidades. Quando comparados item a item, na maioria das vezes, encontrou-se unanimidade. Quando isto não aconteceu, houve, pelo menos, semelhança entre duas Unidades. Isto demonstrou que nenhuma delas apresentou perfil distante do conjunto. A escolha acertada do critério de tabulação através de médias aritméticas ficou comprovada pela ausência de distorções. No cômputo geral das médias, entre as quatro Unidades I, a maior média (item de maior preferência) ficou com a Orientação Educacional – item 10: “Planeja e operacionaliza, com o STEA e a Direção, os Conselhos de Classe”. Todos demonstraram conhecer bem esta tarefa do Setor e concordaram que ela é bem executada. O item de menor preferência (nó crítico) foi em relação à Organização do Currículo – item 5: “Os alunos não participam de modo sistemático no estudo, planejamento e avaliação do Currículo.” Isso demonstrou, também, que há total concordância entre as quatro Unidades I. Comparando a tabulação das Unidades II e III, verificou-se que a opinião dos professores e técnico-administrativos do SOE e STEA sobre os itens de maior e de menor 59 preferência apresentou algumas divergências. Ao comparar os quesitos, encontramos semelhança entre três Unidades. Apenas a Unidade Escolar Tijuca II apresentou perfil distante do conjunto na maioria das perguntas propostas. No cômputo geral das médias, entre as seis Unidades II e III, a maior média (item de maior preferência) ficou com o item 01 – Direção da Unidade: “Atua em tempo integral”. A menor média (nó crítico) foi em relação à Organização do Currículo – item 5: “Os alunos participam de modo sistemático no estudo, planejamento e avaliação do Currículo”, demonstrando que o aluno não participa da formulação dessas atividades. Apesar das divergências entre as UEs I e UEs II e III, houve concordância na menor média (nó crítico). Os três segmentos destacaram que o aluno apenas operacionaliza o que lhe passam, sem a oportunidade de opinar, quando possível, sobre o que gostaria de receber, que conteúdos gostaria que fossemmais enfatizados, de acordo com a sua área de interesse. Ocorreram algumas distorções em certas médias, em algumas Unidades, em relação aos itens de maior e de menor preferência. De acordo com o levantamento feito, concluímos que as UEs Engenho Novo II e São Cristóvão III foram as que tiveram menor índice de distorções, enquanto que as UEs Centro, São Cristóvão II e Tijuca II mostraram grandes distorções em relação às médias apresentadas no estudo. Em seguida, apresentamos a síntese dos itens de maior preferência e dos “nós críticos”, no cômputo geral do CPII. Podemos acompanhá-la através da Matriz para Levantamento de Dados, já preenchidcom as médias obtidas nos itens mencionados na análise de cada quesito. A sigla NC assinala os “nós críticos” apontados. Na transcrição dos itens de menor preferência (nós críticos) foi alterada a redação, com a introdução do advérbio não, objetivando enfatizar o caráter negativo do resultado. 60 01. OBJETIVOS DA UNIDAE ESCOLAR 4 3 2 1 0 1. Estão expressos de forma escrita 1,96 (NC) 2. São formulados de modo cooperativo pelos alunos,professores, administradores e pais 1,72 (NC) 3. Estão sujeitos a contínuos estudos e revisões 4. Favorecem o crescimento físico, social e emocional 2,61 (NC) 5. Favorecem a construção da cidadania do aluno da 2,61 mesma forma que o seu crescimento cognitivo 6. Contemplam as diferenças individuais, os interesses, 2,24 as habilidades e as necessidades dos alunos 7. Acentuam a vida e os valores democráticos 2,54 8. Atendem às expectativas da Unidade Escolar 9. Estão em consonância com os objetivos do CPII 2,77 QUESITO 01 – OBJETIVOS DA UNIDADE ESCOLAR - Itens mais pontuados: 09 (média 2,77), 04 (média 2,61), 05 (média 2,61) e 07 (média 2,54), transcritos abaixo, foram considerados apenas razoáveis, já que não atingiram 75% da preferência dos entrevistados. - Os nós críticos concentram-se nos itens 02 (média 1,72) e 01 (média 1,96). • Transcritos, revelam os seguintes pontos negativos: 02. Os objetivos da Unidade Escolar não são formulados de modo cooperativo pelos alunos, professores, administradores e pais. 01. Não estão expressos de forma escrita. 61 ADMINISTRAÇÃO DIREÇÃO DA UE 4 3 2 1 0 1. Atua em tempo integral 3, 63 2. Encoraja todos os professores e técnicos a 3, 09 participarem da formulação das diretrizes na Unidade Escolar 3. Ajuda os professores à obtenção de materiais 2, 99 didáticos 4. Ajuda os servidores recém-chegados a se 2, 64 orientarem na Unidade Escolar e na comunidade 5. Encoraja e facilita o crescimento dos 2, 80 profissionais em serviço 6. Tem interesse pelos problemas pessoais e pelo bem-estar de todos os servidores 7. Promove a cooperação entre a Escola e a Comunidade 8. Utiliza-se dos Serviços da Orientação 3, 23 Educacional e da Supervisão Escolar para solucionar os problemas de ensino e aprendizagem QUESITO 02 – ADMINISTRAÇÃO - Itens melhor pontuados: 01 (média 3,63), 08 (média 3,23) e 02 (média 3,09). - Itens menos pontuados: 04 (média 2,64), 05 (média 2,80) e 03 (média 2,99) não podem ser considerados nós críticos, porque tiveram mais de 50% da preferência dos entrevistados. 62 03. ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 4 3 2 1 0 9. Acompanha os alunos e turmas em situações 3, 31 que interferem no processo ensino-aprendizagem 10. Planeja e operacionaliza, com o STEA e a 3, 43 Direção, os Conselhos de Classe 11. Propõe seminários, conferências, reuniões para 2, 32 análise e estudo dos problemas da aprendizagem 12. Auxilia todos os servidores na procura de 2, 73 soluções para as dificuldades 13. Contribui para a melhoria do processo de 3, 00 ensino-aprendizagem 14. Dispõe de consultores para ajudar na 2, 11 solução de problemas QUESITO 03 – ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL - Itens mais pontuados foram: 10 (média 3,43), 09 (média 3,31) e 13 (média 3,00). - Itens que alcançaram as menores médias: 14 (média 2,11), 11 (média 2,32) e 12 (média 2,73); não podem ser considerados nós críticos, porque tiveram, também, mais de 50% da preferência dos entrevistados. 63 04. SETOR TÉCNICO DE ENSINO E 4 3 2 1 0 AVALIAÇÃO/ STEA 1. Proporciona oportunidades para a reflexão sobre 2,74 o trabalho pedagógico realizado 2. Acompanha, junto aos Coordenadores Pedagógicos, 2,61 o cumprimento dos respectivos programas 3. Acompanha, articulado com o SOE, os Coordenadores Pedagógicos e os Professores no desempenho dos alunos cujo rendimento escolar encontra-se em defasagem em relação ao grupo da série 4. Acompanha o desenvolvimento das atividades de 2,79 apoio/recuperação oferecidas aos alunos com baixo (UEs rendimento em interação com os Coordenadores II,III) Pedagógicos 5. Elabora gráficos, tabelas, relatórios, fichas, etc., 3, 26 sobre o rendimento escolar, de modo a proporcionar análises junto com os Coordenadores Pedagógicos, Professores e Turmas 6. Acompanha os projetos pedagógicos em andamento 2,79 na Unidade Escolar 7. Fornece à Direção da Unidade Escolar, dentro 3,20 dos limites de sua área de atuação, os insumos necessários à tomada de decisão 8. Subsidia a Equipe e operacionaliza a dinâmica 3,55 dos Conselhos de Classe. QUESITO 04 – SETOR TÉCNICO DE ENSINO E AVALIAÇÃO - Itens mais pontuados foram: 08 (média 3,35), 05 (média 3,26) e 07 (média 3,20) - Itens de menor preferência foram: 02 (média 2,61), 01 (média 2,74), 06 (média 2,79) e 04 (média 2,79). - O item 04 só aparece nas UEs II e III, onde não existe um processo de recuperação. 64 05. COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA 4 3 2 1 0 1. Promove a integração entre os componentes 3, 15 ( I ) da equipe. 3,28 (II, III) 2. Supervisiona o trabalho didático-pedagógico 3, 34 ( I ) da equipe 3,22 (II, III) 3. Identifica dificuldades que impeçam o 3, 25 desenvolvimento do processo educacional, discutindo alternativas de solução 4. Coordena reuniões de planejamento e encontros 3, 47 ( I ) semanais, estimulando a participação do grupo 3,28 (II , III) 5. Participa de reuniões e outros eventos 3,45 relacionados à disciplina, à Unidade Escolar e/ou ao CPII, mantendo a equipe atualizada Quanto às informações obtidas 6. Planeja atividades didático-pedagógicas com 3,48 (I ) a equipe, de acordo com a proposta de trabalho 3,11( II, III) do Departamento 7. Responsabiliza-se pelo trabalho da Equipe na 3,32 elaboração dos instrumentos de avaliação da aprendizagem QUESITO 05 – COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA - Este quesito mostrou discrepância entre as UEs I e as UEs II e III, nos itens 1, 2, 4 e, sobretudo, no 6, fato perfeitamente compreensível, tendo em vista que as atribuições dos Coordenadores Pedagógicos das UEs I diferenciam-se das atribuições dos Coordenadores das Unidades Escolares II e III. - Itens mais pontuados foram: 5 (média 3,45), 4 (média 3,37) e 7 (média 3,32). - Com relação aos itens: 6 (média 3,11), somente para as Unidades II e III; 1 (média 3,15), somente para as Unidades I; 3 (média 3,25); 2 (média 3,22), somente para as Unidades II e III, apesar de terem suas médias situadas acima de 75% da preferência dos entrevistados, no contexto geral do quesito, situaram-se entre os menos pontuados. 65 06. ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO 4 3 2 1 0 PLANEJAMENTO 1. A comunidade escolar tem seempenhado no 2,47 estudo, no planejamento e na avaliação do Currículo (UEs II,III) 2. A comunidade escolar estuda suas condições, as necessidades e recursos de que dispõe como uma parte do Currículo 3. O estudo das necessidades dos alunos é acentuado no planejamento do Currículo 4. Os pais participam de modo sistemático no estudo, 1,17 planejamento e avaliação do Currículo (NC) 5. Os alunos participam sistematicamente do estudo, 1,12 planejamento e avaliação do Currículo (NC) 6. O Currículo dá continuidade e seqüência na 2,93 aprendizagem das disciplinas 7. A organização curricular prevê espaço para o planejamento, desenvolvimento e avaliação de atividades interdisciplinares 8. Os horários são flexíveis permitindo que se 1,73 utilizem fatos não previstos (NC) 9. Reserva-se tempo escolar para que as equipes trabalhem em projetos de aperfeiçoamento curricular 10. O planejamento das atividades docentes é feito 3,11 pelos próprios professores 11. Os professores têm oportunidades de trabalhar em 2,54 projetos de acordo com seus interesses 12. A carga horária é compatível com o trabalho que se pretende desenvolver 13. A grade curricular atende às expectativas da Comunidade Escolar QUESITO 06 – ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO – PLANEJAMENTO - Apenas o item 10, com média 3,11, pode ser considerado ponto positivo. - Com relação aos nós críticos destacaram-se: itens 05 (média 1,12), 04 (média 1,17) e 08 (média 1,73). • Transcritos, revelam os seguintes pontos negativos: 5. Os alunos não participam sistematicamente do estudo, planejamento e avaliação do Currículo. 04. Os pais não participam de modo sistemático no estudo, planejamento e avaliação do Currículo. 08. Os horários não são flexíveis, não permitindo que se utilizem fatos não previstos. 66 7. AVALIAÇÃO E PROGRESSO DO ALUNO 4 3 2 1 0 1. O processo de avaliação é contínuo 3,25 2. O aluno é esclarecido sobre os objetivos, 2,97 instrumentos e momentos da avaliação (UEs II,III) 3. Os alunos participam, sob orientação do 2,54 professor, na avaliação do seu próprio progresso (UEs I) 4. A Unidade Escolar oferece aos alunos 1,77 recuperação paralela (NC) (UEs II, III) 5. O professor se utiliza de uma variedade de 3,14 instrumentos e processos de avaliação. 6. A informação acerca dos alunos é obtida regularmente dos pais, servidores e agentes da comunidade 7. Os professores usam as informações que têm 2,53 sobre os alunos para adaptar o ensino às diferenças individuais 8. O planejamento é refeito a partir dos resultados da avaliação 9. As informações são dadas aos pais em reuniões, 3,17 cartas pessoais ou entrevistas 10. Envio de relatórios aos pais sempre que há necessidade 11. Relatórios aos pais são exatos, de forma diagnóstica e construtiva 12. Os pais e os alunos compreendem os objetivo 1,98 de cada área do currículo (NC) 13. O professor domina as áreas de avanço do aluno avaliado 14. Os professores têm domínio da avaliação diagnóstica, da avaliação formativa e da avaliação somativa, em toda plenitude QUESITO 07 – AVALIAÇÃO E PROGRESSO DO ALUNO - Itens mais pontuados: 01 (média 3,25), 09 (média 3,17) e 05 (média 3,14). - Com relação aos nós críticos, destacaram-se: 04 (média 1,77) somente para as Unidades Escolares II e III; e 12 (média 1,98) para todas as Unidades • Transcritos, revelam os seguintes pontos negativos: 4. A Unidade Escolar não oferece aos alunos recuperação paralela. 12. Os pais e os alunos não compreendem os objetivos de cada área do currículo. 67 8. QUALIDADE DE VIDA 4 3 2 1 0 APRENDIZAGEM NA SALA DE AULA 1. As relações humanas, nas salas de aula, são 2,75 agradáveis, livres de tensões e bem favoráveis ao ensino 2. Os alunos têm liberdade para errar, fazer 3,64 perguntas, contar suas experiências e revelar os seus sentimentos reais 3. O professor ajuda o aluno a estabelecer objetivo relevantes, pelos quais empreenda esforços 4. O aluno é estimulado a fazer escolhas, a exercitar 3,24 sua iniciativa e assumir responsabilidades 5. Estimula-se o aluno para trabalhar até o limite de sua capacidade 6. O ambiente físico de sala de aula é bom, saudável, 2,13 confortável, agradável e favorável à aprendizagem 7. As atividades de sala de aula são variadas, 2,74 estimulantes e os alunos participam com interesse, (UEs demonstrando prazer II,II) 8. Os alunos desenvolvem habilidades através de seu uso em situações significativas 9. São utilizadas diferentes dinâmicas de grupo para 2,75 satisfazer os interesses, necessidades e habilidades dos alunos 10. O professor seleciona variados recursos de 3,08 aprendizagem para atender aos objetivos traçados QUESITO 08: QUALIDADE DE VIDA/ APRENDIZAGEM EM SALA DE AULA - Itens mais pontuados: 02 (média 3,64), 04 (média 3,24) e 10 (média 3,08). - Não apresentou nós críticos. Itens 06 (média 2,13), 07 (média 2,74), apenas para as Unidades Escolares II e III, 01 (média 2,75) e 09 (média 2,75) foram os de menor preferência ente os entrevistados, situando-se entre 50% e 75% do total. 68 9. O EXERCÍCIO DA REGÊNCIA 4 3 2 1 0 1. Manejo da sala de aula com a utilização de diversos procedimentos de ensino 2. Preparo das aulas, oferecendo propostas de situações-problema de interesse dos alunos 3. Utilização adequada do material didático para atender aos objetivos traçados 4. Realização de aulas práticas relacionando conteúdo e cotidiano 5. Relação entre aulas práticas e conteúdos teóricos 6. Elaboração de material didático adequado e 2,97 estimulante 7. Uso de diferentes fontes bibliográficas 8. Familiaridade com a bibliografia de sua área 3,34 específica 9. Habilidade de avaliar os alunos mantendo 3,39 comportamento ético 10. Habilidade de interpretar as informações 3,27 oriundas dos alunos 11. Capacidade de argumentação respeitando a opinião de terceiros 12. Esclarecimento de dúvidas dos alunos mantendo 3,39 uma atitude crítica 13. Capacidade de despertar interesse dos alunos pela disciplina 14. Desenvolvimento de atitude de pesquisa nos alunos 3,03 15. Participação ativa dos alunos em ações de 2,99 socialização do conhecimento QUESITO 09 – O EXERCÍCIO DA REGÊNCIA - Itens mais pontuados: 09 (média 3,39), 12 (média 3,39), 08 (média 3,34) e 10 (média 3,27). - Itens de menor preferência: 06 (média 2,97), 15 (média 2,99) e 14 (média 3,03). 69 3.4.4. CONCLUSÃO Este Diagnóstico Escolar, incumbência do STEA, foi executado, apesar das inúmeras dificuldades típicas e atípicas de uma Instituição com o porte, as diferenças e as características do Colégio Pedro II. Privilegiaram-se aqueles que se dispuseram a participar, respondendo aos questionamentos levantados, cuja opinião permitirá montar o perfil atual do Colégio Pedro II e vislumbrar o que se deseja para esta Instituição. Para as equipes dos STEAs, sintonizadas em torno de um mesmo objetivo, muitas foram as barreiras a serem ultrapassadas. No final, as respostas obtidas revelaram elevado padrão de expectativas por parte dos Professores e Técnicos. A variabilidade de julgamentos se deu conforme o “estado de humor” de quem estava julgando, dando origem a respostas que se poderiam chamar de incoerentes, mas que tiveram o seu
Compartilhar