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Lev Vygotsky e o Socioconstrutivismo

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Edição Nº139
Janeiro/ Fevereiro de 2001
	
	
	divulgação
	
	
A obra do psicólogo russo que ressaltou o papel da sociedade no processo de aprendizado ganha destaque com as comemorações do centenário de seu nascimento e a expansão do socioconstrutivismo
No interior da Rússia pós- revolucionária, nos anos 20, um professor de ginásio que amava as artes se fazia uma pergunta fundamental: como o homem cria cultura? Dono de uma inteligência brilhante, ele buscou a resposta na Psicologia e acabou por elaborar uma teoria do desenvolvimento intelectual, sustentando que todo conhecimento é construído socialmente, no âmbito das relações humanas. O nome do professor era Lev Vygotsky e sua obra é hoje a fonte de inspiração do sócioconstrutivismo, uma tendência cada vez mais presente no debate educacional. A repercussão que o pensamento de Vygotsky vem obtendo possui a força de uma redescoberta. Nascido há um século, morreu em 1934, aos 37 anos. Sua obra enfrentou décadas de silêncio imposto pelo regime stalinista. Apenas em meados dos anos 60 seus livros chegaram ao Ocidente. Só então o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), lamentando que os dois não tivessem se conhecido, leu e comentou os elogios e as críticas que Vygotsky lhe fizera em 1932. 
Natureza social 
No Brasil, Vygotsky é estudado há pouco mais de uma década. Segundo a pedagoga Maria Teresa Freitas, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que pesquisou a difusão do trabalho dele por aqui, suas idéias chegaram no fim dos anos 70, trazidas por estudiosos que as conheceram no exterior. Mas sua obra só começou a ser divulgada, de fato, nos anos 80, ao mesmo tempo em que a linha educacional construtivista se expandia, impulsionada pela psicóloga argentina Emilia Ferreiro, discípula de Piaget. Embora não tenha elaborado uma pedagogia, Vygotsky deixou idéias sugestivas para a educação. Atento à "natureza social" do ser humano, que desde o berço vive rodeado por seus pares em um ambiente impregnado pela cultura, defendeu que o próprio desenvolvimento da inteligência é produto dessa convivência. Para ele, "na ausência do outro, o homem não se constrói homem".
Conhecimento e sempre intermediado
Para Vygotsky, a vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem de ser biológico em ser humano. É pela APRENDIZAGEM nas relações com os outros que construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental. Segundo o psicólogo, a criança nasce dotada apenas de FUNÇÕES PSICOLÓGICAS ELEMENTARES, como os reflexos e a atenção involuntária, presentes em todos os animais mais desenvolvidos. Com o aprendizado cultural, no entanto, parte dessas funções básicas transforma-se em FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES, como a consciência, o planejamento e a deliberação, características exclusivas do homem. Essa evolução acontece pela elaboração das informações recebidas do meio. Com um detalhe importantíssimo, ressaltado pela psicóloga Cláudia Davis, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP): "As informações nunca são absorvidas diretamente do meio. São sempre intermediadas, explícita ou implicitamente, pelas pessoas que rodeiam a criança, carregando significados sociais e históricos". Isso não significa que o indivíduo seja como um espelho, apenas refletindo o que aprende. "As informações intermediadas são reelaboradas numa espécie de linguagem interna", explica o pedagogo João Carlos Martins, diretor pedagógico do Colégio São Domingos, de São Paulo. "É isso que caracterizará a individualidade". Por isso a linguagem é duplamente importante para Vygotsky. Além de ser o principal instrumento de intermediação do conhecimento entre os seres humanos, ela tem relação direta com o próprio desenvolvimento psicológico. Maria Teresa Freitas resume: "Nenhum conhecimento é construído pela pessoa sozinha, mas sim em parceria com as outras, que são os mediadores". 
Segundo Vygotsky, a evolução intelectual é caracterizada por saltos qualitativos de um nível de conhecimento para outro. A fim de explicar esse processo, ele desenvolveu o conceito de ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL, que definiu como a "distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes". Trocando em miúdos, Cláudia Davis diz: "A zona proximal é a que separa a pessoa de um desenvolvimento que está próximo, mas ainda não foi alcançado'. 
DESENVOLVIMENTO REAL 
É determinado por aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha porque já tem um conhecimento consolidado. Se domina a adição, por exemplo, esse é um nível de desenvolvimento real 
ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL 
É a distância entre o desenvolvimento real e o potencial, que está próximo mas ainda não foi atingido 
O MEDIADOR 
É quem ajuda a criança concretizar um desenvolvimento que ela ainda não atinge sozinha. Na escola, o professor e os colegas mais experientes são os principais mediadores 
DESENVOLVIMENTO POTENCIAL 
É determinado por aquilo que a criança ainda não domina, mas é capaz de realizar com auxílio de alguém mais experiente. Por exemplo, uma multiplicação simples, quando ela já sabe somar 
POR QUE O NOME SOCIOCONSTRUTIVISMO? 
Esse termo (ou, como prferem alguns especialistas, sociointeracionismo) é usado para fazer distinção entre a corrente teórica de Vygotsky e o construtivismo Jean Piaget. Segundo Maria, ambos são construtivistas em suas concepções do desenvolvimento intelectual. Ou seja, sustentam que a inteligência é construída a partir das relações recíprocas do homem com o meio. Os dois se opõem tanto à teoria empirista (para a qual a evolução da inteligência é produto apenas da ação do meio sobre o indivíduo) quanto à concepção racionalista (que parte do princípio de que já nascemos com a inteligência pré-formada). Para o ser humano, segundo Vygotsky, o meio é sempre revestido de significados culturais. Por exemplo, o objeto armário (meio) não tem sentido em si. Só tem o sentido cultural) que lhe damos, como serr útil ou inútil, valioso ou não, rústico ou sofisticado e assim por diante. E os significados culturais só são aprendidos com a participação dos mediadores. O fator cultural, básico para Vygotsky, e pouco enfatizado por Piaget, é a diferença central entre os dois teóricos construtivistas. Ambos divergem também quanto à seqüência dos processos de APRENIDIZAGEM e de DESENVOLVIMENTO MENTAL. Para Vygotsky, é o primeiro que gera o segundo. Em suas palavras, "o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis". Piaget, ao contrário, defende que é o desenvolvimento progressivo das estruturas intelectuais que nos torna capazes de aprender (fases pré-operatóra ou lógico-formal). 
A escola é inútil se fica só no que a criança sabe
Além do fato de ser professor, a preocupação de Vygotsky com a educação tinha também motivos políticos, pois era um de seus compromissos revolucionários. "Ele queria acelerar, pela educação, o desenvolvimento da Rússia, então atrasada e iletrada!", comenta Cláudia Davis. Coerentemente, sua teoria explica a evolução intelectual como um processo constante que pode ser impulsionado também com à ajuda externa. 
"Nessa perspectiva, a educação não fica à espera do desenvolvimento intelectual da criança", diz João Carlos. "Ao contrário, sua função é levar o aluno adiante, pois quanto mais ele aprende, mais se desenvolve mentalmente. "Segundo Vygotsky, essa demanda por desenvolvimento é característica das crianças. Se elas próprias fazem da brincadeira um exercício de ser o que ainda não são, a escola que se limita ao que elas já sabem é inútil. 
Priorizando as interações entre os próprios alunos e deles com o professor, o objetivo da escola, então, é fazer com que os CONCEITOS ESPONTÂNEOS,que as crianças desenvolvem na convivência social, evoluam para o nível dos CONCEITOS CIENTÍRICOS. "Nesse sentido, o educador assume o papel de mediador privilegiado na formação do conhecimento", explica Cláudia. 
A obra de Vygotsky, que reúne cerca de setenta textos, só voltou a ser publicada na antiga URSS em 1956, mesmo assim parcialmente. Atualmente prepara-se a edição integral de todos os seus trabalhos. Além de dois de seus principais livros, o mercado brasileiro dispõe de dezenas de títulos, nacionais estrangeiros, a respeito de suas teorias. Veja algumas indicações bibliográficas:
A Formação Social da Mente, Lev Vygotsky, Martins Fontes, tel. (011) 239- 3677, 17,50 reais 
Pensamento e Linguagem, Lev Vygotsky, Martins Fontes, tel. (011) 239- 3677,17,50 reais 
Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem, Yygotsky, Luria e Leontiev, Ícone Editora e Editora da USP, tel. (011) 813-8837, 26 reais 
A Linguagem e o Outro no Espaço Escolar - Vygotsky e a Construção do Conhecimento, Ana Smolka e Mari Cecilia Goes, Papirus, tel. (019) 231 3500, 18 reais 
O Pensamento de Vygotsky e Bakhtin no Brasil, Maria Teresa de Assunção Freitas, Papirus, tel. (0192) 570-2877, 19 reais 
Psicologia na Educação, Claudia Davis e Zilma Oliveira, Cortez, tel. (011) 864-0111, 13,50 reais 
Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento - Um Processo Sócio-Histórico, Marta Kohl de Oliveira, Scipione, tel. (011) 239-1700,13,40 reais 
Vygotsky e a Educação, Luis Moll, Artes Médicas, tel. (051) 330-344,@ 39 reais
Vygotsky - Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação, Teresa Cristina Rego, Vozes, tel. (011) 258-7070, 10 reais 
Vygotsky - Uma Síntese, Renê Van Der Veer e Jaan Vaisiner, Loyola, tel. (011) 6914-1922, 30 reais 
	
	
PIAGET E VYGOTSKY
Diferenças e semelhanças 
Do que foi visto, é possível afirmar que tanto Piaget como Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente. Há, no entanto, grandes diferenças na maneira de conceber o processo de desenvolvimento. As principais delas, em resumo, são as seguintes:
 
A)                QUANTO AO PAPEL DOS FATORES INTERNOS E EXTERNOS NO DESENVOLVIMENTO
Piaget privilegia a maturação biológica; Vygotsky, o ambiente social, Piaget, por aceitar que os fatores internos preponderam sobre os externos, postula que o desenvolvimento segue uma seqüência fixa e universal de estágios. Vygotsky, ao salientar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se variando esse ambiente, o desenvolvimento também variará. Neste sentido, não se pode aceitar uma visão única, universal, de desenvolvimento humano.
 
B)                             QUANTO À CONSTRUÇÃO REAL
Piaget acredita que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, de acordo com o estágio de desenvolvimento em que esta se encontra. A visão particular e peculiar (egocêntrica) que as crianças mantêm sobre o mundo vai, progressivamente, aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada, objetiva. Vygotsky discorda de que a construção do conhecimento proceda do individual para o social. Em seu entender a criança já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos ou crianças mais experientes. A construção do real é, então, mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança. Desta forma, procede-se do social para o individual, ao longo do desenvolvimento.
 
C)                QUANTO AO PAPEL DA APRENDIZAGEM
Piaget acredita que a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele. Com isso, ele minimiza o papel da interação social. Vygotsky, ao contrário, postula que desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente, de modo que, quanto mais aprendizagem, mais desenvolvimento.
 
D)                QUANTO AO PAPEL DA LINGUAGEM NO DESENVOLVIMENTO E Á RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E PENSAMENTO
Segundo Piaget, o pensamento aparece antes da linguagem, que apenas é uma das suas formas de expressão. A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensorimotores e não da linguagem.Esta só pode ocorrer depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais, subordinando-se, pois, aos processos de pensamento. A linguagem possibilita à criança evocar um objeto ou acontecimento ausente na comunicação de conceitos.Piaget, todavia, estabeleceu uma clara separação entre as informações que podem ser passadas por meio da linguagem e os processos que não parecem sofrer qualquer influência dela. Este é o caso das operações cognitivas que não podem ser trabalhadas por meio de treinamento específico feito com o auxílio da linguagem. Por exemplo, não se pode ensinar, apenas usando palavras, a classificar, a seriar, a pensar com responsabilidade.
Já para Vygotsky, pensamento e linguagem são processos interdependentes, desde o início da vida. A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores: ela dá uma forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação. Neste sentido, a linguagem, diferentemente daquilo que Piaget postula, sistematiza a experiência direta das crianças e por isso adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em andamento.
 
Síntese das idéias da Vygotsky
 
Para Vygotsky, a cultura molda o psicológico, isto é, Determina a maneira de pensar. Pessoas de diferentes culturas têm diferentes perfis psicológicos. As funções psicológicas de uma pessoa são desenvolvidas ao longo do tempo e mediadas pelo social, através de símbolos criados pela cultura. A linguagem representa a cultura e depende do intercâmbio social. Os conceitos são construídos no processo histórico e o cérebro humano é resultado da evolução. Em todas as culturas, os símbolos culturais fazem a mediação. Os conceitos são construídos e internalizados de maneira não linear e diferente para cada pessoa.Toda abordagem é feita de maneira de maneira holística (ampla) e o cotidiano é sempre em movimento, em transformação. È a Dialética.A palavra é o microcosmo, o início de tudo e tem vários significados, ou seja, é polissêmica; a mente vai sendo substituída historicamente pala pessoa, que é sujeito do seu conhecimento.
Vygotsky desenvolveu um grande trabalho, reconhecido pelos estudiosos sobre a formação de conceitos. Os conceitos espontâneos ou do cotidiano, também chamados de senso comum, são aqueles que não passaram pelo crivo da ciência. Os conceitos científicos são formais, organizados, sistematizados, testados pelos meios científicos, que em geral são transmitidos pela escola e que aos poucos vão sendo incorporados ao senso comum. Trabalha com a idéia de zonas de desenvolvimento. Todos temos uma zona de desenvolvimento real, composta por conceitos que já dominamos. Vamos imaginar que numa escala de zero a 100, estamos no 30; esta é a zona de desenvolvimento real nossa. Para os outros 70, sendo o nosso potencial, Vygotsky chama de ZONA de DESENVOLVIMENTO PROXIMAL. Se uma pessoa chega ao 100, a sua Zona de Desenvolvimento Proximal será ampliada, porque estamos sempre adquirindo conceitos novos. Estabelece três estágios na aquisição desses conceitos.O 1º é o dos Conceitos Sincréticos, ainda psicológicos evolui em fases e a escrita acompanha. Uma criança de,aproximadamente, três anos de idade escreve o nome da mãe ou do pai, praticando a Escrita Indecifrável, ou seja, se o pai é alto, ela faz um risco grande, se a mãe é baixa, ela risca algo pequeno.Aproximadamente aos 4 anos de idade, a criança entra numa nova fase, a Escrita Pré-silábica, que pode ser Unigráfica: semelhante ao desenho anterior, mas mais bem elaborado; Letras Inventadas: não é possível ser entendido, porque não pertence a nenhum sistema de signo; Letras Convencionais: jogadas aleatoriamente sem obedecer a nenhuma seqüêncialógica de escrita.
No desenvolvimento, aos 4 ou 5 anos, a criança entra na fase da Escrita Silábica, quando as letras convencionais representam sílabas, não separa vogais e consoantes, faz uma mistura e às vezes só maiúsculas ou só minúsculas.
Com aproximadamente 5 anos, a criança entra em outra fase, a Escrita Silábica Alfabética. Neste momento a escrita é caótica, faltam letras, mas apresenta evolução em relação à fase anterior.
Com mais ou menos 6 anos de idade, a criança entra na fase da Escrita Alfabética: já conhece o valor sonoro das letras, mas ainda erra.Somente com o hábito de ler e escrever que esses erros vão sendo corrigidos.Ferreiro aconselha não corrigir a escrita da criança durante as primeiras fases. No início, ela não tem estrutura e depois vai adquirindo aos poucos. Nesse instante o erro deve ser trabalhado, porque a criança está adquirindo as estruturas necessárias.
Sobre educação de adultos, considera que as fases iniciais já foram eliminadas, porque mesmo sendo analfabeta, a pessoa conhece números e letras.
Considera a Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygotsky, a lei de equilíbrio e desequilíbrio de Piaget e a internalização do conhecimento. Trabalha com hipóteses, no contexto, com visão de processo, aceitando a problematização, dentro da visão Dialética holística.
Teoria Piagetiana
 A Psicologia de Piaget está fundamentada na idéia de equilibração e desequilibração. Quando uma pessoa entra em contato com um novo conhecimento, há naquele momento um desequilíbrio e surge a necessidade, de voltar ao equilíbrio. O processo começa com a assimilação do elemento novo, com a incorporação às estruturas já esquematizadas, através da interação. Há mudanças no sujeito e tem início o processo de acomodação, que aos poucos chega à organização interna. Começa a adaptação externa do sujeito e a internalização já aconteceu. Um novo desequilíbrio volta a acontecer e pode ser provocada por carência, curiosidade, dúvida etc. O movimento é dialético (de movimento constante) e o domínio afetivo acompanha sempre o cognitivo (habilidades intelectuais), no processo endógeno.
 Piaget trabalhou o desenvolvimento humano em etapas, períodos, estágios etc.
 
Erro na teoria Piagetiana
 Se uma pessoa erra e continua errando, uma das três situações está ocorrendo:
· Se a pessoa não tem estrutura suficiente para compreender determinado conhecimento, deve-se criar um ambiente melhor de trabalho, clima, diálogo, porque é impossível criar estruturas necessárias. EX: não se deve ensinar conhecimentos abstratos, teorias complicadas para uma criança que ainda não atingiu a faixa etária esperada, que se encontra no período das operações concretas;
· Se a pessoa possui estruturas em formação, o professor deve trabalhar com a idéia de que o erro é construtivo, deve fazer a mediação, ajudando o aluno a superar as dificuldades;
· Se a pessoa possui estruturas e não aprende, os procedimentos estão errados. O professor fará intervenção para que o aluno tome consciência do erro. Em muitos casos quem deve mudar os seus procedimentos é o professor
Por Renata Gonçalves
A CONTRIBUIÇÃO DA TEORIA SÓCIO-INTERACIONISTA DE VIGOTSKY
PARA A EDUCAÇÃO ON LINE
Siony Da Silva
Mestre em Educação - Docente do CEFETSP
Maria Helena Palma de Oliveira
Doutora em Psicologia da Aprendizagem e Docente da UNIBAN 
	
	
	
	
	Este artigo pretende enfocar o processo ensino-aprendizagem sob a ótica da teoria sócio-interacionista de Vigotsky e o desdobramento do trabalho desse autor. Vigotsky (1998) postulava que os processos psicológicos superiores aparecem primeiramente nas relações sociais sob a forma de processos interpessoais, passando para processos intrapessoais ou individuais. Os cursos na modalidade on line que utilizam os recursos das NTIC (Novas Tecnologias de Informação e Comunicação) podem beneficiar-se desses fundamentos teóricos, pois possuem estruturas de interação entre alunos, professores, ambiente computacional e sistemas de signos que favorecem as relações sociais e o aprendizado. 
Palavras-chave: sócio-interacionismo; interação; novas tecnologias de informação e comunicação; educação on line
The aim of this article is to focus on the teaching-learning process according to Vigotsky’s socio-interactionist theory and his work development. Vigotsky (1998) claimed that the superior psychocological processes first appear in social relationships under the form of interpersonal processes, turning into intrapersonal or individual processes. Online courses which employ NICT (new information and communication technologies) can benefit from these theoretical bases once there are interactional structures among students, teachers, computational environment and sign systems that aid social relationships and learning.
Key words: socio-interactionism; interaction; new information and communication technologies; online education.
 
I. Introdução
 
A atual sociedade da informação, caracterizada pelo uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC), está promovendo transformações na forma de as pessoas se comunicarem, entreterem e adquirirem conhecimento. O mundo da educação não pode ignorar esta realidade tecnológica nem como objeto de estudo e, muito menos, como instrumento para a formação de cidadãos que já se organizam nesta sociedade através de ambientes virtuais. (Garcia, 2001a).
A escola, como parte integrante dessa sociedade, com a preocupação de formar cidadãos críticos, reflexivos e responsáveis pelo seu aprendizado, tem de se adequar a esse novo ambiente, criando mecanismos didático-pedagógicos que favoreçam o aprendizado de forma dinâmica e contínua, com aprendizado para toda a vida. A educação a distância abre um caminho importante: satisfazer o direito que toda pessoa tem de ter acesso à educação, em qualquer etapa de sua vida e de acordo com suas necessidades e interesses. (Garcia, 2001b:161)
Como conseqüência, a introdução das NTIC, na área educacional, "contribui para o re-pensar e para a re-construção da prática educativa, modificando a concepção de professor, de aluno, de escola, de universidade". (Borges e Fontana, 2003)
Nesse contexto, a incorporação das NTIC na educação deve vir acompanhada de uma reflexão do ato de ensinar e deverá estar condicionada ao planejamento didático-pedagógico da instituição, caso contrário as NTIC podem ser consideradas um elemento estranho e desprovido de sentido no processo de ensino-aprendizagem. No intuito de contribuir para reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem on line com o uso das NTIC, apresentam-se a seguir alguns pontos fundamentais da teoria sócio-interacionista de Vigotsty. 
II. Teoria sócio-interacionista de Vigotsky e educação on line
Os cursos na modalidade de EaD que utilizam os recursos das NTIC possuem estruturas de interação entre alunos, professores, ambiente computacional e sistemas de signos que favorecem as relações sociais.
Vigotsky (1998) postulava que os processos psicológicos superiores aparecem primeiramente nas relações sociais sob a forma de processos intermentais, passando para processos intramentais ou individuais.
A justificativa da origem social nos processos psicológicos superiores origina-se, segundo Vigotsky, na mediação feita pelos instrumentos que podem ser físicos (ferramentas que controlam o ambiente) ou psicológicos (signos, em especial a linguagem), sendo essa relação do ser humano com os instrumentos ativa e transformadora. (Salvador, 1994)
Os signos são estímulos artificiais por meio dos quais o ser humano controla e regula sua conduta de acordo com o significado a eles atribuído. Esse processo diferencia a espécie humana das demais espécies, por permitir o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores, com a passagem do controle do ambiente para o controle individual de forma ativa e consciente. (Ratner, 1995)
Esse sistema de signos tem uma origem social, elaborado no decorrer da evolução históricae cultural da espécie humana, caracterizando sua utilização em determinadas situações, para determinados grupos de pessoas que os domina, e são capazes de transmiti-los.
Se os processos psicológicos superiores típicos da espécie humana se constituem como tal graças à mediação semiótica – a mediação com a ajuda do uso dos signos – e esses signos são de natureza e origem social e cultural, os processos psicológicos superiores serão processos de natureza de origem social e cultural. (Mestres e Onrubia, 1999: 101)
A linguagem, como sistema de símbolos, tem uma função inicialmente comunicativa, sendo um meio de expressão, compreensão e comunicação social. Essa linguagem sofre uma transição: de uma linguagem social passa para uma linguagem interior. O sujeito internaliza e reorganiza uma função psicológica do plano interpessoal para o plano intrapessoal, não ocorrendo nessa transição uma simples transferência do conteúdo externo para o interno, pois o externo é reconstruído interiormente, originando um processo psicológico novo. (Baquero, 1998)
A passagem do processo interpessoal (processo social) para o intrapessoal (processo individual) ocorre através da internalização, que é "a reconstrução interna de uma operação externa".(Vigotsky, 1998: 74) Tanto a linguagem oral como a escrita são compostas de símbolos utilizados na comunicação humana e, ao serem internalizadas, criam novas formas de pensamento. A internalização das atividades socialmente enraizadas e historicamente desenvolvidas constitui o aspecto característico da psicologia humana. (Vigotsky, 1998: 76)
Portanto, o trabalho de Vigotsky enfatiza as qualidades da espécie humana, em realizar transformações de forma ativa nos "diferentes contextos culturais e históricos". Isso é possível graças ao desenvolvimento das funções superiores. Ou seja, através da internalização do processo do conhecimento, criam-se características particulares de existência social humana, refletindo-se na cognição e possibilitando ao indivíduo compartilhar com outros membros de seu grupo social o "entendimento que ele tem da experiência comum do grupo". (Steiner e Souberman, 1998: 177)
A aprendizagem é, portanto, um processo social que se realiza por meio das possibilidades criadas pelas mediações do sujeito e dado contexto sócio-histórico que o rodeia, pois como destaca Ratner (1995: 16), o indivíduo não se defronta com as coisas como uma consciência solitária. Ele é membro de uma comunidade social e depende de outras pessoas para ajuda material, comportamental e psicológica. O indivíduo molda sua reação aos estímulos a partir de materiais, padrões de comportamento, conceitos, aspirações e motivos que foram organizados socialmente.
Mas, para que o aprendizado ocorra de fato, há necessidade de que o conteúdo que é ministrado ao aluno tenha significado e que esse conteúdo possa criar novas potencialidades como fontes futuras de significados, em um processo contínuo e dinâmico de atribuição de significados. Salvador (1994:149) destaca que, segundo Ausubel e seus colaboradores, "construímos significados cada vez que somos capazes de estabelecer relações ‘substantivas e não-arbitrárias’ entre o que aprendemos e o que conhecemos. Assim, a maior ou menor riqueza de significados que atribuiremos ao material de aprendizagem dependerá da maior ou menor riqueza e complexidade das relações que formos capazes de estabelecer".
Os significados e sentidos que são construídos pelos alunos são resultados de uma interação de vários elementos, entre os quais o aluno, o conteúdo e o professor. O aluno é elemento ativo na construção de seu conhecimento, através do contato com o conteúdo e da interação feita no grupo; o conteúdo favorece a reflexão do aluno, e o professor é o responsável pela orientação da construção de significados e sentidos em determinada direção.
A construção de significados e sentidos tem, portanto, lugar num contexto de comunicação interpessoal. Estes processos são fortemente impregnados e orientados pelas formas culturais existentes nessa comunicação que sofrem constantemente modificações.
Vigotsky define dois níveis de desenvolvimento: o real e o potencial. O nível de desenvolvimento real é a capacidade de as pessoas solucionarem problemas sozinhas, sendo "... o nível de desenvolvimento das funções mentais da criança (ou indivíduo) que se estabeleceram como resultado de certo ciclo de desenvolvimento já ‘completado’". (Vigotsky, 1998: 111). Dito de outra forma, o nível de desenvolvimento real define as funções que já amadureceram e o nível de desenvolvimento potencial define as funções que possuem as bases necessárias para serem desenvolvidas. Esse processo define o que Vigotsky chama de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) que, nas palavras do soviético, é 
a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (Vigotsky, 1998: 112)
Como a criação da ZDP é dinâmica e ocorre em um meio social com mediação de símbolos, uma mesma pessoa pode possuir vários níveis de ZDP, de acordo com as pessoas com quem interatua, os signos utilizados por ela e a forma de atuação, sendo possível a existência em um mesmo indivíduo de várias ZDP. Além disso, cada nova criação desses níveis poderá gerar novas conexões, alimentando novos desenvolvimentos potenciais e reais, permitindo novos avanços do indivíduo em níveis superiores do desenvolvimento.
... uma determinada pessoa pode mostrar diferentes níveis de desenvolvimento potencial e entrar em diferentes ZDP em função do indivíduo com quem interatua e de como se manifesta esta interação. Além do mais, as pessoas não possuem um único nível geral de desenvolvimento potencial, mas diferentes níveis – e diferentes ZDP possíveis – em relação a diferentes âmbitos do desenvolvimento, tarefas e conteúdos. (Mestres e Onrubia, 1999: 108)
Onrubia (1998), com base no conceito de Vigotsky, destaca a importância de ensinar no propósito de criar as ZDP e nelas intervir. Assim, caracteriza os seguintes elementos no processo ensino-aprendizagem: aluno, professor e ambiente colaborativo.
- Aluno: é ativo no processo, pois constrói e reformula o aprendizado, incorporando esse conhecimento para novas situações ao longo de sua vida;
- Professor: atua estimulando, incentivando e elaborando atividades que desafiam a tomada de decisão pelo aluno, decisões essas que agem na ZDP; o professor deverá, sempre que possível, adequar metodologias e recursos para que o objetivo do aprendizado seja atingido, sempre em um clima de respeito mútuo e colaboração; a atividade deve propiciar a criação de sentidos para o conteúdo ministrado; a relação afetivo-emocional também é um fator importante a ser considerado e, para isso, o professor deverá estar atento às diferenças individuais e às necessidades de cada aluno em particular, além de propiciar o contato entre os participantes do curso. Para tanto, há necessidade de um planejamento criterioso do conteúdo, bem como de estratégias de ensino, e é preciso também que esse planejamento seja do conhecimento do aluno. Portanto, há necessidade de se planejarem várias estratégias para que o aluno possa construir seu conhecimento ao longo do processo, pois
..a ZDP não é uma propriedade deste ou daquele participante na interação ou de alguma de suas atuações, consideradas individual e isoladamente, mas é criada na própria interação em função tanto das características dos esquemas de conhecimento sobre a tarefa ou conteúdos trazidos pelo participante menos competente, como dos tipos e graus de suporte e de instrumentos e recursos de apoio utilizados pelo participante mais competente. Daí podermos falar, para uma dada pessoa (ou para um determinado aluno, situando-nos no âmbito da sala de aula), não de uma ZDP, mas de múltiplas ZDP, em função da tarefa e do conteúdo em questão, dos esquemasde conhecimento em jogo e das formas de ajuda empregadas ao longo da interação. (Onrubia, 1998: 128)
Além disso, o professor deverá avaliar constantemente o planejamento no decorrer do curso e sempre que necessário introduzir modificações conforme as necessidades levantadas nessa avaliação.
- Ambiente cooperativo: deve existir um ambiente em que os alunos possam se manifestar, verbalizando e justificando suas posições frente aos conteúdos, pois, quando o aluno verbaliza e no caso da comunicação com as NTIC, utilizando a linguagem escrita para exteriorizar seus pensamentos, tem oportunidade de refletir mais especificamente sobre suas certezas e dúvidas. Esse procedimento permite que os alunos possam aprender com seus colegas, refletindo sobre tais posições e contrapondo-as em relação às suas, em uma atividade de reflexão, articulação e reelaboração dos seus conhecimentos, aprendendo e ensinando em um processo interativo.
Especificamente na interação professor-aluno, Onrubia (1998) coloca a importância do ajuste da ajuda no processo de aprendizagem. O ajuste deve ocorrer de modo sincronizado no processo de construção de significados pelo aluno, ou seja, a ajuda se ajusta a cada momento à situação e às características da atividade mental do aluno. É preciso que a possibilidade de intervenção do professor esteja conectada aos esquemas de conhecimento do aluno, aos significados e sentidos que este último atribui ao aprendizado e que, assim, a ajuda seja capaz de mobilizar tais esquemas, significados e sentidos, no intuito de forçar a reestruturação dos mesmos a partir de novas aquisições. 
Outro ponto importante é que a mesma se alicerce sobre desafios alcançáveis. Esses desafios devem ser abordáveis, isso é, o professor deve ter certeza de que o aluno tem a base necessária para avançar e interiorizar o novo conteúdo. Além disso, devem ser dados com base em apoios intelectuais e emocionais, que funcionam como instrumentos de ajuda.
O professor atua incentivando e motivando a participação dos alunos na construção do conhecimento, além de desafiar os alunos a pesquisar e adquirir novos conhecimentos. Além disso, o professor, sempre que necessário, cria "andaimes" para colaborar na aprendizagem, em um ambiente com vários recursos mediáticos. Estes passam a ser símbolos que ao serem internalizados criarão novas possibilidades de significados para cada aluno.
O emprego das NTIC na educação possibilita a criação de ambientes novos com estruturas flexíveis, abertas, integrando várias mídias e possibilitando a interação entre os participantes do processo. Mas o uso da tecnologia reforça a existência de um projeto educativo com definição de perfil de alunos, objetivos, parâmetros pedagógicos, conteúdo e avaliação dos conteúdos que serão ministrados, além de ajustes no decorrer do processo ensino-aprendizagem.
III. Considerações finais
A educação on line pode estar alicerçada nos fundamentos da teoria sócio-interacionista de Vigotsky, que postula que os processos psicológicos aparecem primeiro nas relações sociais, e que utilizam tanto os instrumentos físicos, que podem alterar o ambiente, como os psicológicos, que alteram as capacidades mentais; nos dois casos com o necessário apoio da linguagem verbal. Nesse sentido, a educação on line com o emprego das NTIC oferece as condições necessárias para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de modo eficiente e eficaz, mas, para que esse objetivo seja alcançado, há necessidade de que o curso seja estruturado com processos interativos que favoreçam a construção de um ambiente de conhecimento e colaboração entre os participantes, ambiente em que o professor possa orientar e acompanhar o aprendizado do aluno, ajustando a ajuda na construção de novos conhecimentos sempre que necessário. 
O emprego das NTIC na educação por si só não substitui o professor, pelo contrário, integra-o em um outro conceito de curso que favorece a criação de uma aprendizagem para a autonomia, com participação ativa do aluno em seu próprio aprendizado. Embora o acompanhamento do aluno nesse processo não seja presencial, deve manter a sensibilidade e a afetividade necessárias aos relacionamentos humanos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BORGES, M. K.; FONTANA, K. B. Interatividade na prática: a construção de um texto colaborativo, por alunos da educação a distância. In: X Congresso Internacional de educação a distância. Porto Alegre, 2003. Em: http://www.abed.org.br/congresso2003. Acesso em maio 2004.
GARCIA, L. A. Formación a distancia para el nuevo milenio. ¿Cambios radicales o de procedimiento? In: Virtual Educa 27-29 jun, 2001,a. Em: http://www.virtual-educa.net/html/princip6.htm. Acesso em abril 2002.
________.Educación a distancia: ayer y hoy. In: ENTONADO, F. B. Sociedad de la información y educación, 2001,b. Em: http://tecnologiaedu.us.es/bibliovir/pdf/soc_ed.pdf. Acesso em maio 2004.
MESTRES, M. M.; ONRUBIA, J. G. Desenvolvimento pessoal e educação. In: SALVADOR, C. C. et al. Psicologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
ONRUBIA, J. Ensinar: criar zona de desenvolvimento proximal e nelas intervir. In: COLL, C. et al. O construtivismo na sala de aula. 5. ed. São Paulo: Ática, 1998, p. 123-151.
RATNER, C. A psicologia sócio-histórica de Vygotsky. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
STEINER, V. J; SOUBERMAN, E. Posfácio. In: VYGOTSKY, L.A. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
SALVADOR, C. C. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. 
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
 
Para contato com as autoras:
Siony Da Silva
siony@cefetsp.br
Maria Helena Palma de Oliveira 
mhelenapalma@terra.com.br
	
 
A Teoria de Vygotsky
põe em pauta a discussão do papel do social no desenvolvimento mental 
o papel da educação, do professor e da aprendizagem 
funções psicológicas superiores 
auto-observação, intencionalidade, planejamento, capacidade de pensamento abstrato, metacognição 
indivíduo ser capaz de pensar sobre o seu próprio pensamento
Vygotsky
Duas questões básicas da teoria: 
funções psicológicas têm base na atividade cerebral 
a cultura, que faz parte da natureza humana através de um processo histórico 
visão do homem funcionando necessariamente com outros, inserido em um contexto social
Vygotsky
a linguagem infantil sugere que, por um longo periodo de tempo, a palavra para as crianças é uma propriedade do objeto, mais que um símbolo deste 
as crianças captam a estrutura externa da palavra-objeto, mais cedo que sua estrutura simbólica interna 
a fala interior se desenvolve mediante o acúmulo lento de mudanças estruturais e funcionais, tornando-se em estruturas básicas de seu pensamento
PENSAMENTO DETERMINADO PELA LINGUAGEM 
a natureza conceitual do pensamento ocorre devido a linguagem 
“ nossas descobertas indicam que a fala egocêntrica não permanece por muito tempo como um mero acompanhamento da atividade da criança. Além de ser um meio de expressão e de liberação de tensão, torna-se um instrumento do pensamento, no sentido do próprio termo - a busca e o planejamento do problema”

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