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Alienação Parental I

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A CRIANÇA E O ADOLESCENTE COMO SUJEITOS DA FAMÍLIA DEMOCRÁTICA 
O principio do melhor interesse da criança não esta expresso em legislação mais podemos observa-los elencados em nossa CF. Tais interesses visam assegurar tais direitos a fim de coibir abusos, pois crianças e adolescentes são consideradas hipossuficientes, devendo assim ter sua proteção maximizada. 
 O §8º do artigo 226 da Constituição Federal determina que o Estado deve prestar devida assistência aos membros da família.
 Veja-se: “Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
 § 8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações” 
- A convivência familiar encontra-se garantida como dever da família, da sociedade e do Estado, sendo prevista no artigo 227 da Constituição Federal, e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 19, vejamos: 
‘’Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.’’
 ‘’Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016).’’
A LEI 12.318/10
 No Brasil, especificamente em agosto de 2010, passou a vigorar a Lei de Alienação Parental, a lei 12.318/10 oferecendo ao genitor alienado apoio judicial para esse tipo de pratica. Um dos objetivos dessa lei são preservar os direitos fundamentais das crianças e adolescentes no qual são vítimas desses abusos causados por seus responsáveis (pais, avós ou quem tenha a tutela da criança), punindo e inibindo eventuais descumprimentos dos deveres típicos da autoridade parental. 
Atualmente, essa prática não é considerada crime, sendo vedada o tipo penal pelo Presidente da República, alegando que no ECA já existem bastantes mecanismos para inibir a alienação parental, portanto não existe punição criminal. Mas em determinados casos poderá se caracterizar em algum tipo penal como a calúnia.
 No artigo 2º da Lei 12.318/10, o legislador trás algumas formas exemplificativas de alienação parental como: 
 I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade 
II – dificultar o exercício da autoridade parental
 III – dificultar o contato da criança ou adolescente com genitor
 IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar
 V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço
 VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou o adolescente
 VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. 
A LEI 12.318/10 trás em seu ’Artigo 3º: A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda.
‘’ As providências que poderão ser adotadas pelo juiz caso seja caracterizada a alienação parental estão previstas no art. 6º da Lei 12.318/10:
 - Advertir o alienador
- Ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado
 - Estipular multa ao alienador
- Determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial
 - Determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão
- Determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente
- Declarar a suspensão da autoridade parental. 
CONCLUSÃO
 A Lei 12.318/2010 vem para dar proteção psicológica do menor, visando coibir esse tipo de comportamento tão prejudicial à formação da criança e adolescente e ampliar a proteção integral ofertada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
 A Constituição Federal dispõe como dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

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