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Administração e Planejamento em Serviço Social Aula 04 Online

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Aula 4 – Planos de Assistência Social
Introdução
Nesta aula, analisaremos em que consiste o Plano de Assistência Social; os atores envolvidos na elaboração do Plano da Assistência Social e os elementos que compõe a elaboração deste plano. É importante sinalizar que esta aula é de extrema relevância para os futuros profissionais que atuarão na área da Assistência Social.
Planos de Assistência Social
O Plano de Assistência Social insere-se no processo de concretização do Sistema Único da Assistência Social – SUAS e encontra-se articulado à Norma Operacional Básica – NOB SUAS / 2005, expressa a concretização da gestão pública da Política de Assistência Social e da universalização do direito à proteção social. Esse Plano está fundamentado nos princípios e diretrizes da Política Nacional de Assistência Social e na concepção da assistência social como política pública de seguridade social e condição para o desenvolvimento social.
O Plano de Assistência Social – PAS é um componente estratégico para a implantação de um Sistema, visando a negação de uma ação caótica – emergencial e pontual – sem comando, direção, continuidade e sistematização.
O poder público possui a responsabilidade de gestão e formulação da Política Municipal de Assistência Social, a elaboração do Plano Municipal de Assistência Social, a organização e gestão da rede municipal de inclusão e de proteção social, a supervisão, o monitoramento e a avaliação das ações em âmbito local, dentre outras.
O que significa o Plano de Assistência Social?
O Plano da Assistência Social descreve as ações da política, por meio de benefícios, serviços, programas e projetos que irão estruturar o desenvolvimento das ações socioassistenciais, nos municípios em um determinado tempo.
“O Plano de Assistência Social é um instrumento de planejamento estratégico que organiza regula e norteia a execução da PNAS/2004 na perspectiva do SUAS. Sua elaboração é de responsabilidade do órgão gestor da Política que o submete à aprovação do Conselho de Assistência Social reafirmando o princípio democrático e participativo” (PNAS/04:119)
Esse plano possibilita a visualização das prioridades estabelecidas pelos atores, das ações e metas previstas, dos recursos disponíveis e dos parceiros envolvidos, visando à garantia de resultados.
De acordo com Capacita Suas (2008), no contexto de implantação do Sistema Único de Assistência Social, que busca superar a prática assistencialista e clientelista, o Plano é:
O Plano estabelece o trabalho coletivo de uma equipe de atores comprometidos com os diversos segmentos que compõem a Rede de Proteção Social de um determinado Município, buscando a concretização na prática, de objetivos a serem atingidos através da relação de parceria e compromisso social entre o Poder Público e a Sociedade Civil; discussões articuladas em conferências municipais de Assistência Social.
• Instrumento fundamental para a construção de uma política planejada, efetiva e de impacto sobre as situações de vulnerabilidade e risco sociais identificadas nos territórios.
• Parâmetro básico para a democratização do processo decisório.
• Mecanismo para viabilizar a inserção da assistência social ao sistema de planejamento global do município, bem como aos sistemas de planejamento da assistência social nos âmbitos estadual e federal.
De acordo com Cunha appud Avritzer (2006), o Plano de Assistência Social deve ser elaborado e formulado a partir dos parâmetros da Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004) e da Norma Operacional Básica (NOB-SUAS), expressando as necessidades dos usuários.
Nesse sentido, o trabalhador da assistência social e, principalmente, o assistente social deve participar da fase da elaboração das ações do Plano de Assistência Social de seu município.
Atores responsáveis pelo plano de assistência social
Conforme Cunha appud Avritzer (2006), a responsabilidade de elaborar o PAS é do gestor em cada nível de governo. Esse órgão deve estabelecer de forma articulada o envolvimento e comprometimento dos diferentes atores que deverão executá-lo. Vale lembrar que quanto mais participativa for a construção do PAS, mais possibilidades terá de obter apoios para ser executado e dar respostas às demandas e desafios impostos pelas diferentes expressões da questão social.
Destacamos dois atores do sistema que possuem responsabilidades na elaboração, execução e controle do PAS:
Gestores – Devem organizar o plano, situar as diretrizes, sempre respeitando os mecanismos de participação da sociedade civil nesse processo, bem como se responsabilizar pela sua execução, monitoramento e avaliação.
Conselheiros – Devem contemplar e deliberar sobre o Plano, ou seja, sugerir alterações para o seu aperfeiçoamento, discutir e aprovar as diretrizes propostas pelo gestor, divulgar o parecer, acompanhar a sua execução e avaliar os resultados.
Propostas, possibilidades e projetos ligados à comunicação em saúde
Cunha, appud Avritzer (2006), aponta que a estruturação do Plano de Assistência Social estabelece alguns elementos que auxiliam na estruturação das ações propostas. A autora sinaliza que o PAS pode ser elaborado a partir de uma variedade de métodos de planejamento, cada um com características próprias. A autora destaca:
Diagnóstico: 
A preparação de um Plano de Assistência Social inicia-se pela definição e análise do contexto social e local, partindo da identificação da realidade onde deseja intervir, ou seja, há um processo de pesquisa e busca de todos os pontos de vulnerabilidade e risco social expostos pelos cidadãos usuários, tendo como premissa o local onde residem e o tipo de proteção social que necessitam.
É importante uma avaliação dos fatores externos e internos que originaram e mantêm os problemas, apontando os fatos, causas, efeitos, gravidade, quem são os atingidos, quantos já são os atendidos, as possibilidades de prevenção, os atores envolvidos e a competência do órgão gestor para enfrentar as situações sinalizadas.
Justificativa: 
Explica e sinaliza o porquê da intervenção, é o elemento do planejamento onde se pronunciam as situações problemas apontadas no diagnóstico com futuras propostas de solução que expõem como as melhores, ou as possíveis, sempre focando no contexto analisado.
Vale lembrar que, nessa fase, são estabelecidas as prioridades e diretrizes da Assistência Social, os caminhos e a direção que se quer dar às ações que serão executadas.
É de extrema importância que a realização dessa análise seja coerente com os parâmetros da nova Política de Assistência Social e suas normas e, com as deliberações estabelecidas nas Conferências de Assistência Social.
Na etapa da justificativa, é necessário a análise das instituições e atores envolvidos; destacar o papel que os atores desempenharão na implementação das ações, seja os parceiros sendo instituições governamentais ou organizações da sociedade civil. Exemplo: Se o usuário do serviço é a criança, deve-se propor e desenvolver ações de intervenção que envolva suas famílias e escolas.
Objetivos: 
A formulação dos objetivos e a definição de onde se quer chegar é a fase de estabelecer o futuro desejado e os resultados a serem obtidos com a execução das ações previstas no PAS.
O objetivo geral expressa o resultado ou a mudança esperada na situação geral da população ou do grupo a quem se destinam as ações do PAS. Já os objetivos específicos são o detalhamento do objetivo geral, geralmente são menos abrangentes e descrevem resultados concretos; são mensuráveis; norteiam as ações para alcançar os resultados esperados. É importante ressaltar que os objetivos devem ser aferidos, medidos, quantificados e atingidos dentro do tempo definido pelo PAS. Exemplo: Capacitar os gestores de instituições sócio- assistenciais.
Público Alvo: 
Essa etapa define os cidadãos e /ou os grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade social e serão beneficiados com a execução das ações que integram o plano. Vale lembrar que as situações de risco social abarcam desde a sobrevivênciaaté a necessidade de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Exemplo: Existem os beneficiários diretos e indiretos, diretos (pessoas com deficiência) e indiretos (familiares).
Metas: 
As metas apontam quais os objetivos que deverão ser alcançados. As metas devem ser precisas, verificáveis e detalhadas em relação à quantidade, qualidade e tempo. As metas favorecem para que possa medir o êxito das ações previstas no PAS, apontando os materiais financeiros, recursos humanos e materiais indispensáveis à execução de cada ação, bem como expressar o cronograma de atividades a serem realizadas e por uma medida como número, taxa, índice, percentagem etc. Exemplo: Quantos serão beneficiados, qual a mudança esperada e em que período de tempo- ex: 200 representantes da rede socioassistencial capacitados ao final do primeiro ano de execução do PAS.
Parceiros: 
No PAS, devem ser elencadas as parcerias, definindo com que se pretende executar as ações. É importante que no PAS exista um levantamento de toda a rede socioassistencial do município, seja pública ou privada, mostrando o público atendido, o tipo de proteção social oferecida, número de atendimentos, entre outros.
Recursos: 
Indicam os meios que pretende executar o PAS, apontando os recursos humanos, materiais e financeiros.
Humanos: trabalhadores e técnicos necessários e sua qualificação profissional.
Materiais: Insumos necessários à execução das ações, sendo os de custeio ou consumo referente a material de escritório, pagamento de pessoal, aluguéis e os de capital ou permanentes: que estão relacionados aos bens móveis e imóveis, obras e instalações, entre outros.
Financeiros: Apresentam os custos gerais das ações.
Monitoramento e Avaliação: 
Monitoram se as ações previstas estão sendo executadas, mas vale lembrar que a elaboração do PAS não garante a eficácia da execução das ações, pois, muitas vezes, a burocracia pública e os parceiros responsáveis não desempenham efetivamente suas funções.
Por que o plano de assistência social é importante?
A autora Cunha, appud Avritzer (2006), sinaliza que o Plano de Assistência Social é um importante instrumento para o aperfeiçoamento da gestão e da estrutura da Política Nacional de Assistência Social. O PAS possibilita que a gestão seja mais transparente e possibilita uma continuidade dos programas e projetos dos municípios quando há alternância de governo e deve ser elaborado e desenvolvido por todos os envolvidos.
Atividade proposta
Com base no que foi apreendido nesta aula, sinalize quem são os atores responsáveis pelo Plano de Assistência Social.
Gabarito: Gestores e Conselheiros.

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