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aula de definições da previdência

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – DCC
SEVERINO PESSOA DOS SANTOS
INSTITUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA E SEGUROS PRIVADOS
RECIFE-PE
2013
1. A Reforma Constitucional Previdenciária de 1988
1.1. Os Três Pilares da Previdência Social
Os pilares, também denominados regimes, da previdência social são o Regime Geral, o Regime Próprio e a Previdência Complementar.
O RGPS é um Sistema de previdência oficial que contempla todos os trabalhadores celetistas, os trabalhadores sem registro em carteira de trabalho, a exemplo dos profissionais autônomos, os que têm registro na condição de “avulso”, etc. Também é vinculado a tal regime, com base no § 13, do Art. 40 da Constituição Federal, o “servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de Livre Nomeação e Exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público”. O RGPS é o maior e mais abrangente dos sistemas oficiais de previdência social do país.
O RPPS é o regime de previdência social dos servidores públicos de cargo efetivo e engloba todos os entes da federação, suas autarquias e fundações públicas, cujos servidores sejam regidos pelo estatuto dos servidores. Tal regime é regulado a partir do Art. 40 da Lei Magna e por diversas normas infraconstitucionais, que são tratadas nesta dissertação, pois é a previdência dos servidores públicos o objeto principal deste trabalho.
A previdência complementar, que pode ser fechada ou aberta, como o próprio título evidencia, tem como principal objetivo complementar a aposentadoria oficial de seus filiados. A previdência complementar fechada se destina a grupos de profissionais vinculados a empresas ou entidades estatais ou privadas, inclusive a membros de entidades profissionais, a exemplo de associações e sindicatos e conselho de categorias profissionais, etc.
Tal regime tem como legislação básica a Lei Complementar nº 109, de 29/05/2001, que dispõe sobre a Previdência Complementar Fechada e Aberta, bem como a Lei Complementar nº 108, também de 29/05/2001, que trata da relação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas e suas respectivas entidades fechadas de previdência complementar.
Nos §§ 14, 15 e 16 do Art.40, da Constituição Federal, há previsão de previdência complementar para os servidores públicos de cargo efetivo, cuja instituição, em cada ente, dependerá de Lei de iniciativa de cada poder executivo. Uma vez instituído tal regime, o ente poderá adotar como teto previdenciário remuneratório, o do Regime Geral de Previdência Social – RGPS, atualmente fixado em R$ 2.668,15.
1.2. Pressupostos da Reforma 
Ao final do capítulo anterior, foram destacados os principais fatores que justificaram a crise que resultou no desequilíbrio do sistema previdenciário brasileiro e, conseqüentemente, na reforma em analise. A partir do contexto que resultou na pré-falada crise, o Estado brasileiro definiu os pressupostos ou fatores que norteariam a reforma ocorrida em 1998, através da EC nº 20, de 16/12/98, bem como da Lei Federal nº 9.717, de 27/11/98, sendo estes os principais instrumentos legais que fundamentaram aquela primeira reforma, entre outras que regularam a matéria.
Tais pressupostos, sem que haja a pretensão de esgotar o assunto, estão na base do conteúdo dos instrumentos legais mencionados que serão objeto de reflexão no próximo item deste capítulo.
Desta forma, podemos afirmar que, em seu conjunto, a legislação reformadora buscou a recuperação do sistema previdenciário brasileiro com base nos pressupostos enumerados abaixo:
Busca do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema;
Estímulo ao regime financeiro de capitalização das reservas previdenciárias;
Aumento do tempo necessário a aposentadoria;
Obediência a critérios na concessão de benefícios;
Requisito do tempo de contribuição ao invés do tempo de serviço;
Proibição de convênios entre Estados e Municípios;
Separação das despesas de saúde e previdência;
Maior controle sobre as contas previdenciárias;
Maior competência para a aplicação dos ativos previdenciários;
Previsão de previdência complementar;
Novas regras para a concessão de aposentadorias e pensões pelo Regime Geral de Previdência Social – RGPS, bem como pelo Regime Próprio dos Servidores Públicos. 
Tais premissas serão alvo de discussão quando do comentário dos principais dispositivos da reforma previdenciária de 1998 que será abordada no tópico seguinte.
A segunda reforma previdenciária ocorrida em 2003, tendo a EC nº 41 de 19/12/2003, e a Lei Federal nº 10.887, de 18/06/2004, como seus principais instrumentos normativos, embora tenha modificado disposições contempladas na reforma anterior e a ela acrescentado novas regras, continua fundamentada nos pressupostos que nortearam a primeira reforma de 1998. Também as regras pertinentes à segunda reforma serão objeto de discussão do próximo tópico, que abordará inclusive a EC nº 47, de 05/07/2005, que veio complementar a reforma empreendida a partir de 2003.
1.3. Legislação Reformadora: A Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98 (DOU de 16/12/98) e a Lei Federal nº 9.717, de 27/11/98
Serão destacados os principais dispositivos da legislação em referência, que não foram alterados pelas emendas seguintes.
Foi acrescentado o § 10, ao Art. 37 da Constituição Federal, com o objetivo de proibir a percepção simultânea de proventos de aposentadoria, pelos servidores civis e militares, cumulativamente com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. 
Porém, o Art. 11 da Emenda em referência dispõe que a vedação comentada não se aplica aos membros de poder e aos inativos, servidores e militares, que, até a publicação da referida Emenda (16/12/98), tenham ingressado novamente no serviço público por concurso público de provas ou de provas e títulos, e pelas demais formas previstas na Lei Magna, sendo proibido a tais servidores a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime próprio de previdência dos servidores públicos. 
Tal dispositivo também previu que, em caso de acumulação, o total da remuneração não poderia ultrapassar o teto remuneratório definido no Inciso 11, do referido Art. 37, que tem como limite máximo a remuneração de Ministro do Supremo Tribunal Federal, definindo, porém, sub-tetos diferenciados para estados e municípios e para outras esferas de poder.
A este respeito Lásaro Cândido da Cunha leciona que 
Acrescente-se que o art. 11 das Disposições Constitucionais Gerais excepciona (permite) os casos de acumulação de remuneração (permite) de servidores que, na data de publicação da presente Emenda, tenham ingressado novamente no serviço público por concurso, sendo-lhes, entretanto, vedado o recebimento de mais de uma aposentadoria dos regimes previdenciários dos municípios, estados ou da União Federal.
Assim, poderá o servidor acumular remuneração (vencimento da ativa) com proventos (inatividade), desde que tenha ingressado no serviço público até a publicação da presente Emenda. 1
É importante enfatizar que o servidor contemplado na situação definida no Art. 11 da Emenda em comentário poderá acumular enquanto servidor ativo, porém não poderá obter duas aposentadorias pelo mesmo regime, à exceção dos cargos legalmente acumuláveis.
A partir da nova redação dada ao artigo 40 da Carta Magna, houve modificações importantes no regime de previdência dos servidores públicos no âmbito dos entes federados, ou seja, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Tal dispositivo e parágrafos sofreram outras modificações a partir das Emendas 41/03 e 47/05, porém neste tópicoserão comentadas algumas das modificações ocorridas na reforma de 1998. Também as alternativas de aposentadoria serão discutidas ao final deste capítulo, considerando que a última Emenda (47/05) ainda alterou regras relativas ao tema. Assim sendo, ao final do capítulo, como já afirmado, será feito um resumo contemplando todas as alternativas de aposentadoria em vigor até a conclusão desta Dissertação.
O primeiro aspecto a destacar, em relação às modificações procedidas no Art. 40, é a adoção do caráter contributivo a partir de então, não passando mais a valer o tempo de serviço e sim o tempo de contribuição. Outra conseqüência desta modificação ocorre no § 10 do referido artigo, onde ficou definido que “a Lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício”.
É importante destacar que o Art. 4º da mesma Emenda estabelece que “observado o disposto no Art. 40, § 10, da Constituição, o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei discipline a matéria, será contado como tempo de contribuição”. A este respeito Sonia Maria Gonçalves de Carvalho afirma que
Os dispositivos que autorizam a contagem em dobro de licenças e férias não gozadas, a toda evidência, estão hoje revogados, recepcionados que não foram pela nova ordem constitucional, ante a proibição expressa de previsão daqueles preceitos pela lei, inserta no § 10 do Art. 40 da Constituição Federal, com a redação da Emenda nº 20/98.
...................................................................................
A redação do art. 4º daquela Emenda Constitucional não deixa dúvidas de que o tempo de serviço anterior à publicação da Emenda poderá ser contado com o tempo de contribuição, desprezada, como expressamente prescrito, qualquer forma de tempo fictício, ou seja, o constituinte pretendeu resguardar como de contribuição o tempo efetivamente trabalhado.2
Estabeleceu-se grande polêmica sobre a questão de quem tinha contagem em dobro de licença prêmio ou férias não gozadas até a Emenda nº 20/98, e até 16/12/98 não tinha ainda se aposentado; se tais tempos de contribuição fictícios, entre outros, ainda valeriam para cômputo de tempo nas aposentadorias que fossem concedidas após a reforma. Nestes casos tem prevalecido a corrente que defende que, embora a aposentadoria ocorra após a reforma, valerá para efeito de cômputo do tempo de contribuição todas as situações, a exemplo das comentadas, que tinham respaldo legal até o dia da publicação da referida Emenda.
Outra novidade importante se refere a introdução no caput do Art. 40, dos critérios que visam a preservar o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema, pois até a reforma, tais critérios não eram normalmente tomados em consideração pelos regimes de previdência dos servidores públicos até então existentes. Apenas eram considerados pelos “fundos de pensão”, expressão utilizada ainda hoje para identificar as instituições de previdência complementar fechada, que, embora haja atualmente previsão constitucional de tais regimes para servidores públicos de cargo efetivo, congregam normalmente funcionários de empresas estatais e em alguns casos empregados de empresas privadas.
O equilíbrio financeiro do sistema, diz respeito à existência de ativos suficientes para garantir o pagamento dos benefícios previdenciários, enquanto que o equilíbrio atuarial se refere ao controle e prevenção das variações que ocorram no universo dos segurados, como aumento de remuneração, nascimento de filhos, falecimento de segurados, invalidez para o exercício da atividade profissional e outras situações que possam interferir negativamente e também positivamente no calculo do valor das contribuições necessárias à manutenção do equilíbrio financeiro do sistema, entre outros aspectos relacionados à questão.
Fábio Zambitte Ibrahim comenta o equilíbrio financeiro como 
... o saldo zero ou positivo do encontro entre receitas e despesas do sistema. Ou seja, seria a manutenção do adequado funcionamento do sistema no momento atual e futuro, com o cumprimento de todas as obrigações pecuniárias, decorrentes de pagamentos de benefícios previdenciários. Para tanto, o administrador do sistema previdenciário deve preocupar-se com a garantia da arrecadação, evitando de toda a forma flutuações danosas ao equilíbrio de contas.3
O mesmo autor afirma que o equilíbrio atuarial diz respeito
... à estabilização de massa, isto é, ao controle e prevenção de variações graves no perfil da clientela, como, por exemplo, grandes variações no universo de segurados ou amplas reduções de remuneração, as quais trazem desequilíbrio ao sistema inicialmente projetado.4
O § 6º introduzido pela Emenda em comentário proíbe a percepção de mais de uma aposentadoria pelo mesmo regime próprio de previdência, excetuando os casos de aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma do Art. 37, Incisos XVI e XVII da Constituição, ou seja: dois cargos de professor; um cargo de professor com outro técnico ou científico; bem como de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
Tais parâmetros legais para acumulação de remuneração e, conseqüentemente, de proventos também abrangem os servidores estatutários vinculados às autarquias e fundações públicas.
O tempo de contribuição total a ser contado para efeito de aposentadoria, contemplará o tempo de contribuição federal, estadual e municipal, na forma do § 9º do Art. 40.
O § 11 do Art. 40 subordina ao teto previdenciário estabelecido no Art. 37, XI, da Constituição, o somatório total dos proventos de inatividade, inclusive quanto às situações de acumulação permitida, bem como com relação a outros casos onde há permissivo legal para a acumulação de proventos de inatividade com cargos da ativa, a exemplo dos aposentados que voltam a exercer cargos legalmente acumuláveis, cargo em comissão ou cargo eletivo. A aplicação do limite deve ser observada com relação às remunerações e proventos pagos em todos os entes federados incluindo as autarquias e fundações públicas, abrangendo também os três poderes da República. 
Vale salientar que, para o enquadramento no limite, independe se a contribuição a ser descontada do aposentado que volta a exercer cargo público vai ser recolhida para o regime próprio ou para o RGPS.
Para Lásaro Cândido da Cunha “para vigorar em relação a todos os poderes públicos, o valor do teto depende ainda de fixação de norma infraconstitucional que envolva os três poderes”5
Reputa-se de muita importância o estabelecido no § 12, do art. 40 da Constituição, com a redação dada pela Emenda em discussão, no sentido de que além das regras definidas no Art. 40, para os servidores públicos de cargo efetivo, também devem ser observadas, no que couber, os requisitos e critérios definidos em lei para o RGPS. É importante ressaltar que é com base neste dispositivo que alguns autores sustentam a tese de que não deveria haver cobrança de contribuição aos inativos, considerando o disposto no Inciso II, do Art. 195 da Carga Magna que proíbe a incidência da contribuição sobre as aposentadorias e pensões vinculadas ao RGPS.
Os §§ 14 a 16 trouxeram uma grande novidade no bojo da reforma de 1998, que foi a previsão de previdência complementar para os servidores públicos de cargo efetivo. Do conteúdo dos dispositivos mencionados, depreende-se o seguinte:
1º) Os entes federados podem fixar como teto remuneratório dos proventos e pensões o do RGPS, que atualmente é de R$ 2.668,15, desde que instituam o regime de previdência complementar fechado para seus servidores de cargo efetivo;
2º) Inicialmente com base na Emenda nº 20/98, a lei que estabeleceria o referido regime seria a Lei Complementar, porém, a partir da Emenda nº 41/2003, isto pode ser feito através de lei ordinária da iniciativa de cada ente federado;
3º) O ente federado não é obrigado a instituir o referido regime, até porque tomando como exemploas prefeituras de pequeno porte, cujos servidores não percebem mensalmente, como remuneração bruta, mais de R$ 2.668,15, o que ocorre com grande parte dos municípios do interior nordestino, não haverá sentido na instituição deste tipo de regime;
4º) Uma vez instituída a previdência complementar, e estabelecido o teto remuneratório do RGPS, conforme comentado acima, deverão ser observadas duas situações em relação aos servidores:
os que tiverem ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de Instituição de Previdência Complementar, terão facultada a opção de ingressar ou não no referido regime, conforme se depreende do § 16;
Os que forem admitidos após 16/12/98,deverão ter a adesão obrigatória ao regime de previdência complementar. Esta é a opinião de Wlademir Novaes Martinez, que afirma que tais servidores “por ocasião da posse, serão automaticamente incorporados ao sistema complementar”.6
Com relação às alterações voltadas para o RGPS, a Emenda alterou o Art. 195 da Constituição para, entre outras coisas ampliar a arrecadação de contribuições sociais, pois a nova redação deu ênfase à cobrança de contribuições sobre os prestadores de serviço sem vínculo com a empresa, bem como a cobrança de contribuição sobre a receita, o faturamento e o lucro.
É importante destacar ainda o § 9º do artigo mencionado, que foi acrescentado pela Emenda e passou a prever a aplicação de alíquotas de contribuições sociais ou a definição de bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra. A este respeito afirma Lásaro Cândido da Cunha que “a medida, se bem empregada, pode resultar em aquecimento do nível de emprego, em setores da atividade econômica onde ocorrem demissões pelo elevado custo indireto (custos sociais) da mão-de-obra”.7
Praticamente todo Art. 201 foi modificado pela Emenda, sendo definidas novas regras para o RGPS a partir da reforma de 1998.
O caput do Art. 201 passou a contemplar também para o regime geral o caráter de contributividade e a observância de critérios que, a exemplo do regime próprio já comentado, preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
O § 5º proibiu a filiação no RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de quem for participante do RPPS. Tal dispositivo, conforme opinião de Cândido da Cunha, visa a dificultar o implemento das condições para obtenção de mais de uma aposentadoria em regimes diferentes.8 A vinculação ao mesmo tempo ao regime geral e ao regime próprio é permitida no caso de vínculos profissionais simultâneos, nos casos em que não há óbice na legislação, a exemplo da acumulação de cargo prevista no Inciso XVI, do Art. 37 da Constituição ou mesmo no caso de um determinado profissional ter um vínculo no serviço público e outro na iniciativa privada.
Os casos de aposentadoria voluntária no regime geral estão contemplados nos §§ 7º, 8º e 9º do Art. 201, a partir da redação da Emenda nº 20/98. 
Como a proposta da idade mínima que o governo pretendia implementar para o RGPS, a exemplo do definido para o regime dos servidores públicos, foi rejeitada pela Câmara dos Deputados, a aposentadoria por tempo de serviço/contribuição não sofreu modificação em relação à regra anterior à reforma e continuou com os seguintes requisitos:
Homem: 35 anos de serviço/contribuição; e mulher: 30 anos de serviço/contribuição;
Aposentadoria aos 65 anos, se homem, e 60 anos, se mulher, reduzido em 5 anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal;
Os requisitos de tempo de serviço/contribuição, previstos acima, serão reduzidos também em 5 anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil, no ensino fundamental e médio;
No caso de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de serviço/contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios definidos na Lei Federal nº 9.796, de 05//05/1998, que regula a referida compensação entre o regime geral e o regime próprio, porém silenciando quanto a compensação entre os entes federados instituidores do regime próprio dos servidores de cargo efetivo.
Vale destacar que como a idade mínima não foi prevista na reforma para a obtenção de aposentadorias pelos trabalhadores vinculados ao RGPS, foi instituído através da Lei Federal nº 9.876, de 26/11/99, “o fator previdenciário” com o objetivo de estimular o retardamento da aposentadoria, uma vez que o cálculo do referido fator quando da determinação do salário-de-benefício, leva em conta a idade no momento da aposentadoria, o tempo de contribuição e a expectativa de sobrevida do segurado também no momento da aposentadoria. Desta forma, mesmo que o segurado tenha 35 ou 30 anos de tempo de serviço/contribuição, seja homem ou mulher, mas ainda tenha idade abaixo da expectativa de vida, a tendência é ter um provento de aposentadoria menor do que o salário de contribuição , o que obriga a muitos trabalhadores a continuarem trabalhando. Conclui-se que o fator previdenciário veio compensar a não aprovação da idade mínima do RGPS.
Outra alteração importante é que, segundo a lei mencionada, o cálculo do valor do benefício não mais tomará por base a média dos últimos 36 salários-de-contribuição corrigidos, mas a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a, no mínimo, 80% de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, ou a partir da data de ingresso do trabalhador, se posterior aquela data.
O Art. 202, a partir da EC nº 20/98, passou a tratar do regime de previdência privada, de caráter complementar, organizado de forma autônoma em relação ao RGPS, estabelecendo que será facultativo e baseado em reservas que garantam o benefício contratado, devendo ser regulado por lei complementar.
Tal regime foi regulado pela Lei Complementar nº 109, de 29/05/2001, sendo esta sua legislação básica. Também foi editada a Lei Complementar nº 108, de 29/05/2001, com objetivo de dispor sobre a relação entre os entes federados, suas autarquias, fundações e sociedades de economia mista e outras entidades públicas e suas respectivas entidades fechadas de previdência complementar.
O Art. 202 definiu ainda, no seu § 3º, que a participação dos entes, empresas e entidades públicas mencionados acima, na condição de patrocinador de entidades fechadas de previdência complementar, com relação ao custeio dos benefícios a serem concedidos pelo regime, será, no máximo, de um para um em relação à contribuição dos funcionários participantes, sendo vedado aporte extra.
O Art. 3º da Emenda dispõe sobre o direito adquirido dos servidores públicos, bem como dos trabalhadores vinculados ao regime geral que, à data da publicação da Emenda, tenham atendido aos requisitos definidos pela legislação até então vigente, com relação à obtenção de benefícios previdenciários. Desta forma, quem não completou todos os requisitos para a obtenção do benefício de aposentadoria até 16/12/98, data da publicação da Emenda, restariam as regras de transição que serão abordadas a seguir. Ainda o dispositivo em destaque, no seu § 1º, estabeleceu isenção para quem tendo completado os requisitos necessários à aposentadoria pelas regras antigas e preferiu continuar trabalhando, sem prejuízo de poder requerer a qualquer tempo, ficasse livre do recolhimento da contribuição respectiva. Tal isenção se tornou um incentivo para o retardamento da aposentadoria já que o servidor ou empregado passaria a ter um aumento real na sua remuneração mensal. A partir da EC nº 41/2003, tal isenção se transformou em “abono”.
O Art. 8º da EC nº 20/98 estabeleceu regras de transição para os servidores públicos de cargo efetivo que tenham ingressadoregularmente no serviço público, administração direta, autárquica e fundacional, até 16/12/98, data de publicação da referida Emenda. Tais servidores, caso optassem por tais regras, deveriam se definir pela aposentadoria integral ou proporcional. É importante destacar que a modalidade de aposentadoria proporcional, vigente até a reforma, foi extinta pela Emenda em comentário. Aqui ela é tratada apenas dentro das regras de transição, uma vez que a legislação reformadora buscou reconhecer a expectativa de direito daqueles que estavam na proximidade da obtenção de benefícios pelas regras antigas.
A Emenda Constitucional nº 41, de 19/12/2003, alterou o conteúdo das regras de transição mencionadas, inclusive deixando de reconhecer a possibilidade de obtenção da aposentadoria proporcional, que era prevista em tais regras, para quem não complementou os requisitos constantes do § 1º do Art. 8º da EC nº 20/98 até 30/12/2003. Quando dos comentários sobre a EC nº 41/2003, tais mudanças serão tratadas.
Para facilitar a visualização do artigo em reflexão será feita sua transcrição integral conforme a seguir:
Art. 8º Observado o disposto no art. 4º desta Emenda e ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas por ela estabelecidas, é assegurado o direito à aposentadoria voluntária com proventos calculados de acordo com art. 40, § 3º, da Constituição, àquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo na Administração Pública, direta, autárquica e fundacional, até a data de publicação desta Emenda, quando o servidor, cumulativamente:
tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quanta e oito anos de idade, se mulher;
tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria;
contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e
um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data da publicação desta Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea anterior.
§ 1º O servidor de que trata este artigo, desde que atendido o disposto em seus incisos I e II, e observado o disposto no art. 4º desta Emenda, pode aposentar-se com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, quando atendidas as seguintes condições:
I) contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; e
um período adicional de contribuição equivalente a quarenta por cento do tempo que, na data da publicação desta Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo da alínea anterior;
II) os proventos da aposentadoria proporcional serão equivalentes a setenta por cento do valor máximo que o servidor poderia obter de acordo com o caput, acrescido de cinco por cento por ano de contribuição que supere a soma a que se refere o inciso anterior, até o limite de cem por cento.
§ 2º Aplica-se ao magistrado e ao membro do Ministério Público e de Tribunal de Contas o disposto neste artigo.
§3º Na aplicação do disposto no parágrafo anterior, o magistrado ou membro do Ministério Público ou de Tribunal de Contas, se homem, terá o tempo de serviço exercido até a publicação desta Emenda contado com o acréscimo de dezessete por cento.
§ 4º O professor, servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que, até a data da publicação desta Emenda, tenha ingressado, regularmente, em cargo efetivo de magistério e que opte por aposentar-se na forma do disposto no caput, terá o tempo de serviço exercido até a publicação desta Emenda contado com o acréscimo de dezessete por cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher, desde que se aposente, exclusivamente, com o tempo de efetivo exercício das funções de magistério.
§ 5º O servidor de que trata este artigo, que, após completar as exigências para aposentadoria estabelecidas no caput, permanecer em atividade, fará jus à isenção da contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria contidas no art. 40, § 1º, III, a, da Constituição.
Cândido da Cunha resume bem o conteúdo das regras de transição previstas no dispositivo transcrito acima:
Portanto, se o servidor (federal, estadual ou municipal, incluindo suas Fundações Públicas e Autarquias) não tem direito adquirido à aposentadoria na data da publicação da presente Emenda, deverá submeter-se às novas regras constantes das disposições transitórias, que passam a exigir pedágio em relação ao tempo restante (acréscimo de 40% para aposentadoria proporcional e 20% para aposentadoria integral), além de idade (homem: 53 anos; Mulher: 48 anos de idade) e tempo mínimo de 5 anos no cargo em que se dará a aposentadoria.9
É importante destacar que no § 4º, do dispositivo mencionado, as regras de transição previram um acréscimo de 17%, se homem, e de 20%, se mulher, sobre o tempo de serviço/contribuição trabalhado até 16/12/98 (data da publicação da EC nº 20/98) para os servidores que façam a opção de se aposentar com base em tais regras e que tenham exercido até aquela data o cargo de professor no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações públicas. Este acréscimo abrange inclusive o professor universitário pois este perdeu a aposentadoria especial a partir da EC nº 20/98, continuando esta apenas para o professor em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil, no ensino fundamental e médio.
No caso, como as regras de transição igualam todos os servidores em seus requisitos, os professores passaram a ter este “plus” para se submeterem a tais regras.
Mais uma vez o § 5º traz a previsão da isenção para quem, tendo atendido todos os requisitos das regras de transição, resolva permanecer em atividade, adiando assim a aposentadoria. Mais uma vez vale destacar que a EC nº 41/2003 transformou a isenção em abono.
O Art. 9º da Emenda estabeleceu regras de transição para os trabalhadores vinculados ao Regime Geral de Previdência Social. Ocorre que como não houve aprovação pelo Congresso Nacional da idade mínima com relação às regras permanentes para o regime geral (homem, 60 anos; mulher, 55 anos de idade), os requisitos de idade mínima estabelecidos pelas regras transitórias (homem 53 anos; mulher 48 anos de idade) resultaram, na prática, inócuos.
Por esta razão Cândido da Cunha menciona que 
em sendo assim, o segurado que não se interessar pela aposentadoria proporcional não se submeterá às regras transitórias para a aposentadoria integral, considerando que este benefício depende apenas do tempo de contribuição (homem: 35 anos de serviço/contribuição; mulher: 30 anos).10
Ainda sobre esta polêmica que se instalou sobre as aposentadorias no RGPS, Sérgio Pinto Martins chega a afirmar que:
Quem estava no sistema, quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 20, tem de observar a idade de 53 anos (homem) e 48 anos (mulher). Para quem entrou no sistema a partir da aprovação da referida emenda, não há limite de idade mínimo para a pessoa ter direito ao benefício, apenas tempo de contribuição. A situação de quem está no regime transitório é muito pior do que a da pessoa que ingressou no sistema, de acordo com a nova regra.11
Será transcrito abaixo,para melhor visualização, o texto integral das regras de transição para o Regime Geral de Previdência Social:
Art. 9º - Observado o disposto no art. 4º desta Emenda e ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas por ela estabelecidas para o regime geral de previdência social, é assegurado o direito à aposentadoria ao segurado que se tenha filiado ao regime geral de previdência social, até a data de publicação desta Emenda, quando, cumulativamente, atender aos seguintes requisitos:
contar com cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher; e
contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
trinta e cinco anos,se homem, e trinta anos, se mulher; e
um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data da publicação desta Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea anterior.
§1º O segurado de que trata este artigo, desde que atendido o disposto no inciso I do caput, e observado o disposto no art. 4º desta Emenda, pode aposentar-se com valores proporcionais ao tempo de contribuição, quando atendidas as seguintes condições:
I) contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; e
um período adicional de contribuição equivalente a quarenta por cento do tempo que, na data da publicação desta Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da aliena anterior;
II) o valor da aposentadoria proporcional será equivalente a setenta por cento do valor da aposentadoria a que se refere o caput, acrescido de cinco por cento por ano de contribuição que supere a soma a que se refere o inciso anterior, até o limite de cem por cento.
§ 2º O professor que, até a data da publicação desta Emenda, tenha exercido atividade de magistério e que opte por aposentar-se na forma do disposto no caput, terá o tempo de serviço exercido até a publicação desta Emenda contado com o acréscimo de dezessete por cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher, desde que se aposente , exclusivamente, com tempo de efetivo exercício de atividade de magistério.
É importante registrar que, a exemplo do que ocorreu em relação ao regime próprio dos servidores públicos, também os professores vinculados ao RGPS, terão acréscimo do tempo de serviço/contribuição exercido até 16/12/98 (data da publicação da EC nº 20/98) acrescido de dezessete por cento, se homem, e vinte por cento, se mulher, caso optem pela aposentadoria com base nas regras de transição previstas neste artigo, conforme o § 2º acima transcrito.
A partir das novas regras estabelecidas na reforma, apenas os professores que atuam no ensino infantil, fundamental e médio, continuarão a obter aposentadoria especial, ficando os professores universitários vinculados ao RGPS sujeitos às mesmas regras dos trabalhadores em geral.
O art. 13 da Emenda em comentário traz novas regras para concessão de salário-família e auxílio-reclusão para os segurados e seus dependentes. Segundo o dispositivo mencionado, até que a lei discipline a matéria, tais benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda mensal bruta igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do RGPS.
A propósito desta questão, destaca-se o inciso XII, do Art. 7º da Lei Maior, onde consta que o “salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei” se constitui em um direito dos trabalhadores urbanos e rurais. Também é de se destacar o Inciso IV do Art. 201 que dispõe que o salário-família e o auxílio reclusão serão pagos “para os dependentes dos segurados de baixa renda”.
Conforme leciona Pinto Martins
O objetivo da modificação é que no conjunto o valor do salário-família tinha representação para a Previdência Social. Para o segurado de salário mais alto o valor pago era muito ínfimo e não servia para nada, mas no conjunto representava despesas para o sistema. Assim, apenas o segurado de baixa renda é que passa a ter direito ao benefício.12
Ainda o mesmo autor emite uma opinião crítica sobre o auxílio reclusão ao afirmar que este representa
... um benefício de contingência provocada, razão pela qual não deveria ser pago, pois o preso dá causa, com seu ato, em estar nessa condição. No acidente do trabalho, se o acidente é provocado, o segurado não tem direito ao benefício. O mesmo deveria ocorrer aqui. No auxílio-reclusão o segurado dá causa à prisão pelo ilícito que cometeu e faz jus ao benefício. Logo, não se justifica, sob o meu ponto de vista, a manutenção desse benefício.13
Vale salientar que o valor de R$ 360,00, definido no dispositivo em questão, já foi alterado e atualizado por legislação infraconstitucional, porém permanece mantida a essência da mudança que é contemplar os dependentes dos trabalhadores de baixa renda.
A Lei Federal nº 9.717, de 27/11/1998, conforme sua ementa, “dispõe sobre regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios...”
Fato importante a ressaltar é que tal norma infraconstitucional, que teve como objetivo editar normas gerais com vistas a regulação dos comandos emanados da Emenda Constitucional nº 20, de 16/12/98, foi aprovada, sancionada e publicada antes da referida Emenda, quando o normal era que isto ocorresse após a aprovação da mesma. Tal ocorrência se deveu ao fato de que, na ocasião, o Poder Executivo Federal estava com dificuldades de relacionamento com sua base política no Congresso Nacional, o que tornou mais fácil aprovar primeiro a Lei nº 9.717/98, que é lei ordinária e, portanto, dependia de “quorum” simples. Só em seguida, em 15/12/98, é que conseguiu a aprovação da EC nº 20/98, que dependia de um “quorum” qualificado de 3/5 de cada uma das casas que compõem o Poder Legislativo Federal.
Considerando que a reflexão sobre as emendas constitucionais é o principal alvo deste capítulo, por conterem as regras principais e basilares da reforma objeto do estudo, serão destacados alguns dispositivos da referida Lei que são significativos para complementar o entendimento de pontos já discutidos no bojo da EC nº 20/98.
No caput do Art. 1º, é enfatizado o princípio do equilíbrio financeiro e atuarial já preconizados pela EC nº 20/98, quando tal dispositivo determina que “os servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal deverão ser organizados, baseados em normas gerais de contabilidade e atuaria, de modo a garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial...”
Importante destaque deve ser dado ao Inciso III do Art. 1º que trata da impossibilidade de as contribuições e os recursos vinculados ao fundo previdenciário instituído em cada ente federado, serem utilizados para outra finalidade a não ser para pagamento de benefícios previdenciários dos respectivos regimes próprios de previdência. A única exceção é quanto à taxa de administração prevista no Inciso VIII do Art. 6º da mesma lei. Através da Portaria MPAS nº 4.992, de 05/02/99, no § 3º do Art. 17, o Ministério da Previdência e Assistência Social definiu que a taxa de administração pré-falada não poderá exceder a dois pontos percentuais do valor total da remuneração bruta dos servidores civis e dos militares. No caso, a entidade gestora do regime próprio não poderá gastar com as despesas de operacionalização de tal regime (aquisição de bens, serviços e pagamento de pessoal) mais que 2% do total bruto da folha de pagamento dos servidores civis e/ou militares que sejam vinculados ao referido regime próprio de previdência.
Uma das medidas basilares que vieram no bojo da reforma previdenciária em discussão, foi exatamente a separação do custeio da Previdência Social do custeio de outros ramos da Seguridade Social que são a Saúde e a Assistência Social.
Assim sendo, como a Previdência Social oficial, a partir da reforma, passou a ter caráter contributivo, o seu financiamento, como já afirmado, foi separado em um único sistema.
Através do Inciso X do Art. 1º, já alterado pela Lei Federal nº 10.887, de 18/06/2004, ficou vedada a inclusão nos benefícios para efeito de percepção destes, de parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho, de função de confiança ou de cargo em comissão, exceto quando tais parcelas integrarem a remuneração de contribuição do servidor que se aposentar com fundamento no Art. 40 da Constituição Federal, respeitado, em qualquer hipótese, o limite previsto n § 2º do citadoartigo, que é a remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria ou que servir de referência para a concessão da pensão.
No Art. 4º da Lei Federal nº 10.887/2004, a alíquota dos servidores ativos de qualquer dos poderes da União, incluídas suas autarquias e fundações públicas, ficou estabelecida em 11% sobre a totalidade da base de contribuição. 
No § 1º do mesmo artigo é definida a base de contribuição como sendo o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei, mais os adicionais de caráter individual ou quaisquer outras vantagens, sendo excluídas: 
“I – as diárias para viagens; II – a ajuda de custo em razão de mudança de sede; III – a indenização de transporte; IV – o salário-família; V – o auxílio alimentação; VI – o auxílio-creche; VII – as parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho; VIII – a parcela percebida em decorrência do exercício de cargo em comissão ou função de confiança; IX – o abono de permanência de que tratam o § 19 do Art. 40 da Constituição Federal, o § 5º do Art. 2º e o § 1º do Art. 3º da Emenda Constitucional nº 41, de 19/12/2003”.
No § 2º do mesmo Art. 4º está previsto que o servidor ocupante de cargo efetivo poderá fazer opção pela inclusão na base de cálculo de parcelas remuneratórias percebidas em decorrência de local de trabalho, do exercício de cargo em comissão ou de função de confiança, para efeito de cálculo do benefício a ser concedido com fundamento no Art. 40 da Constituição Federal e Art. 2º da Emenda Constitucional nº 41, de 19/12/2003, respeitada, em qualquer hipótese, a limitação estabelecida no § 2º do Art. 40 da Constituição Federal, que mais uma vez se refere a remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria ou que servir de referência para a concessão de pensão.
É importante evidenciar que a redação original do Inciso X, da Lei Federal nº 9.717/98, vedava expressamente a inclusão no valor dos proventos, das parcelas remuneratórias mencionadas acima no âmbito dos entes federados. Com o advento da Lei Federal nº 10.887/2004 tal inclusão tornou-se optativa, ficando a faculdade condicionada a incidência de contribuição sobre tais parcelas. Esta última lei quando se refere, no seu artigo 4º, § 2º, ao servidor federal, define que este poderá fazer a opção da incidência ou não de contribuição sobre tais parcelas. Ocorre que tal opção deverá ser feita antes do estudo atuarial, para que contemple os servidores que a fizeram, sob pena de este estudo ficar falho em relação a este aspecto.
O abono de permanência é um incentivo para o servidor que possuindo todos os requisitos para se aposentar, opte por continuar trabalhando. Este também é excluído da base de cálculo da contribuição previdenciária, conforme o Inciso XI, do art. 1º da Lei Federal nº 9.717/98, que é norma geral aplicável a todos os entes federados, bem como no já mencionado Inciso IX, do § 1º, do Art. 4º, da Lei Federal nº 10.887/2004, que trata da base de contribuição dos servidores federais.
A contribuição do ente federado, incluindo autarquias e fundações públicas, ao regime próprio de previdência dos seus servidores de cargo efetivo não poderá ser inferior ao valor da contribuição do servidor ativo, nem superior ao dobro desta contribuição (Art. 2º).
A Lei Federal nº 10.887/2004 também deu nova redação ao Art. 3º da Lei nº 9.717/98, definindo que as alíquotas de contribuição dos servidores ativos vinculados aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios para os respectivos regimes próprios de previdência não serão inferiores as dos servidores titulares de cargo efetivo da União, devendo,ainda serem observadas, no caso das contribuições sobre os proventos dos inativos e sobre as pensões, as mesmas alíquotas aplicadas às remunerações dos servidores em atividade do respectivo ente estatal.
Como já visto anteriormente, a própria Lei nº 10.887/2004 estabeleceu em seu Art. 4º, que tal alíquota é de 11% (onze por cento).
O Art. 5º da lei em destaque prescreveu que os regimes próprios de previdência dos servidores de cargo efetivo, instituídos pelos entes federados, não poderão conceder benefícios distintos dos previstos no RGPS, de que trata a Lei Federal nº 8.213, de 24/07/91, salvo disposição em contrário da Constituição Federal. Tal dispositivo tem causado polêmica, principalmente no âmbito dos estados e municípios, uma vez que há uma interpretação de que tais benefícios devem ser exatamente iguais aos enumerados na referida lei que trata do plano de benefícios do RGPS.
Segundo esta primeira corrente interpretativa, a igualdade seria não só em relação à quantidade e tipos de benefícios, como também em relação a percentuais, valores, etc, ou seja, igualdade plena.
A segunda corrente interpretativa defende que a igualdade seria em relação aos benefícios previstos no RGPS, porém uma vez garantidos os mesmos benefícios, os percentuais, valores e outros aspectos relativos à cada benefício seria da autonomia de cada ente, que deveria levar em conta a realidade atuarial e financeira de cada um.
A terceira corrente defende a autonomia plena dos entes federados, sendo que estes ao instituírem os seus regimes próprios de previdência social poderiam contemplar em suas normas relativas a benefícios previdenciários os mesmos do RGPS, bem como mais do que tais benefícios ou até menos, de acordo com o denominado princípio do equilíbrio atuarial e financeiro, que está na base da legislação reformadora do sistema previdenciário brasileiro. É evidente que, em qualquer caso, os benefícios de aposentadoria e pensão são sagrados para o referido sistema.
No bojo desta discussão, é importante ressaltar que os benefícios que não fossem contemplados no sistema de previdência, poderiam ser da responsabilidade do orçamento fiscal do ente, observado, neste caso, os limites de despesa com pessoal e encargos definidos na Lei Complementar nº 101, de 04/05/2000, a denominada Lei de Responsabilidade Fiscal.
Não obstante, serão destacados a seguir as espécies de prestação ou benefícios e serviços contemplados no RGPS, conforme especifica o Art. 18 da Lei Federal nº 8.213/91:
I) 	quanto ao segurado:
Aposentadoria por invalidez;
Aposentadoria por idade;
Aposentadoria por tempo de serviço;
Aposentadoria especial;
Auxílio-doença;
Salário-família;
Salário-maternidade;
Auxílio-acidente;
(Revogada pela Lei nº 8.870, de 15.4.94).
II)	quanto ao dependente:
Pensão por morte;
Auxílio reclusão.
III) 	Quanto ao segurado e dependente:
(Revogada pela Lei nº 9.032, de 28.4.95);
Serviço Social;
Reabilitação profissional.
Os entes federados poderão constituir fundos especiais integrados de bens, direitos e ativos com finalidade previdenciária, desde que sejam observados em sua organização o cumprimento de normas gerais de contabilidade e atuária, de modo a garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial e vários outros critérios definidos na Lei Federal nº 9.717/98, alguns, inclusive, já comentados anteriormente (Art. 6º, da Lei nº 9.717/98).
2. A Reforma Constitucional Previdenciária de 2003: A Emenda Constitucional nº 41, de 19/12/2003 e A Lei Federal nº 10.887, de 18/06/2004.
Com o objetivo de realizar uma reflexão sobre as principais mudanças, mais uma vez o Art. 40 da Carta Magna, que trata da aposentadoria dos servidores públicos, foi substancialmente alterado pela Emenda Constitucional nº 47/2003, que definiu regras constitucionais para o que é considerada a segunda reforma da previdência social, desde a aprovação da Constituição Federal de 05/10/88. Logo no “caput” do citado dispositivo, verifica-se o acréscimo do termo “solidário” que é adicionado a expressão caráter contributivo já existente na redação anterior. Em seguida é destacada a grande novidade desta segunda reforma que foi a previsão de contribuição para inativos e pensionistas, que até então não recolhiam contribuições com base em previsãoconstitucional. O texto acrescentado no referido artigo, que determina a cobrança das citadas contribuições, é o seguinte “... mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas...”
Wladimir Novaes Martinez comentando sobre o acréscimo do temo “solidário” ao conteúdo do Art. 40, conforme já mencionado, afirma que
A menção à solidariedade diz respeito a tentativa do emendador constitucional de convalidar a contribuição dos inativos, mas tecnicamente essa idéia, é precária, porque ela historicamente prevalece em relação aos ativos. A concepção de aposentados e pensionistas solidarizarem-se com segurados na atividade é nova e não deveria nascer da lei,mas da constituição científica do modelo.14
Ainda sobre a contribuição de inativos e pensionistas, o § 18 do referido Art. 40 determina que incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo, que superem o limite remuneratório máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos, sendo esta uma disposição constitucional de caráter permanente, pois a Emenda acrescentou tal parágrafo ao corpo do texto da Lei Maior.
O § 18 comentado estabelece regras para os servidores que irão se aposentar a partir de agora, bem como para as pensões cujos fatos geradores ainda irão ocorrer.
O Art. 4º da Emenda trata de regras específicas para aposentados e pensionistas já em gozo de benefício na data de publicação da referida norma, pois prescreve que os servidores inativos e os pensionistas dos entes federados, incluindo autarquias e fundações, que estiverem percebendo benefícios na data da publicação da Emenda, bem como os alcançados pelo seu Art. 3º, ou seja, aqueles que tendo cumprido todos os requisitos para obtenção do benefício prefiram continuar em atividade, passem a contribuir para o custeio do sistema com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
Porém, o parágrafo único do referido artigo criou uma regra polêmica em relação a tais beneficiários, uma vez que estabeleceu uma base de cálculo diferenciada a qual resultava em um ônus maior para estes do que para os futuros aposentados, pois a referida base de cálculo da contribuição passaria a ser maior, já que tal contribuição incidiria sobre valores situados abaixo do teto remuneratório estabelecido para o RGPS. Outra questão também polêmica é que os inativos e pensionistas vinculados aos Estados, Distrito Federal e Municípios teriam uma base de cálculo ainda maior que a dos beneficiários vinculados a União, havendo assim uma outra discriminação no universo dos próprios inativos e pensionistas.
Para melhor compreensão do comentário acima será transcrito o parágrafo único em discussão:
Parágrafo Único – A contribuição previdenciária a que se refere o caput incidirá apenas sobre a parcela dos proventos e das pensões que supere:
I – cinqüenta por cento do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Constituição Federal, para os servidores inativos e os pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II – sessenta por cento do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Constituição Federal, para os servidores inativos e os pensionistas da União.
O Supremo Tribunal Federal – STF, depois que várias entidades impetraram medidas judiciais contra tal disposição legal discriminatória, conforme comentado, finalmente considerou constitucional a exigibilidade de contribuições dos inativos e pensionistas vinculados aos entes federados, que recebessem proventos e pensões de valores superiores ao teto remuneratório do RGPS, que atualmente está em R$ 2.668,15. Tal decisão, que ocorreu em 18/08/04, surpreendeu as expectativas pois havia uma esperança em muitos aplicadores do direito e mesmo em grande parte de servidores e beneficiários, de que a mais alta corte do país pudesse reconhecer a inconstitucionalidade da regra. Em todo caso, a Suprema Corte reconheceu a legalidade da contribuição apenas sobre os valores de proventos e pensões que ultrapassaram o teto do RGPS, ficando sem efeito as regras estabelecidas no Parágrafo Único transcrito. A partir de então todos os aposentados e pensionistas, independentemente de terem entrado no sistema anteriormente ou posteriormente a EC nº 41/03 (publicada no DOU em 31/12/03) contribuirão em relação a um só parâmetro, que é o percebimento de proventos e pensões acima de R$ 2.668,15 , ou outro valor que venha a ser estabelecido como teto.
Cabe aqui comentar o entendimento com o qual o autor desta Dissertação compartilha, a respeito da constitucionalidade da cobrança de contribuição sobre as remunerações percebidas por inativos e pensionistas a titulo de proventos de aposentadoria e pensões. Alguns autores entre eles SERGIO PINTO MARTINS concordam que o disposto no Inciso “II”, do Art. 195 da Constituição, que veda a cobrança de contribuições sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral, seria suficiente para propiciar a argüição de inconstitucionalidade da mesma cobrança aos beneficiários vinculados ao regime próprio dos servidores.
A este respeito, o referido autor leciona que
Veda o inciso II, do artigo 195, da Constituição, a exigência de contribuição sobre aposentadorias e pensões de trabalhadores do regime de Seguridade Social. Entretanto, em relação a funcionários públicos não há a mesma posição. Aqui seria possível argüir a desigualdade dos últimos em relação aos primeiros.15
Ocorre que com a decisão do STF pré-comentada todos os inativos e pensionistas sejam do regime geral ou do regime próprio, ficarão nivelados com base no teto de R$ 2.668,15. Os beneficiários vinculados ao sistema dos servidores públicos só contribuirão sobre o que ultrapassar tal valor. Desta forma, o argumento que se opõe a inconstitucionalidade da contribuição, por produzir desigualdade entre os beneficiários de proventos e pensões dos dois sistemas, com base no já mencionado Inciso II do Art. 195 da Constituição, ficou enfraquecido.
Porém, indiscutivelmente mais forte é o argumento que identifica a contribuição previdenciária como imposto, pois esta é um tributo vinculado, ou seja, requer uma contra-prestação específica por parte do Estado, o que é a essência do regime contributivo atribuído a previdência social do Brasil, como um todo, a partir da reforma iniciada através da EC nº 20, de 15/12/98. Assim sendo, o aposentado e o pensionista, nesta qualidade, já obtiveram os benefícios para os quais contribuíram até ocorrerem os fatos gerados da aposentadoria e da pensão, não havendo mais motivo para continuidade da tributação sobre os valores percebidos a título de proventos e pensões.
O imposto por sua vez é um tributo não vinculado, e, conseqüentemente, não requer contra prestação específica por parte do Estado, conforme se depreende de sua definição que consta do Art. 16, da Lei Federal nº 5.172, de 25/10/66 (Código Tributário Nacional) que o define como “... tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”
A propósito da questão, Pinto Martins comenta que
A natureza jurídica da exigência da contribuição de inativo é de imposto (art. 16 da CTN), porque é geral e não serve para custear a aposentadoria já obtida do segurado. Não há contraprestação, por parte do Estado, de no futuro conceder benefício ao segurado. Ocorre o pagamento de um valor sem que exista uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte, justamente a característica de imposto.16
Conforme ainda o autor mencionado “a contribuição exigida do inativo tem natureza de imposto, porque é geral e não serve para custear a aposentadoria já obtida do segurado...O objetivo da contribuição do inativo é somente aumentar arrecadação.”17
Esta é a mesma opinião de Hugo de Brito Machado Segundo, em parecer publicado no periódico intitulado “Síntese”, onde o referido jurista na conclusão do referido parecer opina que
Em razão do que foi visto ao longo deste texto, é-nos facultado concluir, em síntese, que a “contribuição” dos inativos é um adicional do Imposto de Renda, devido apenas pelos aposentados e pensionistas do serviço público, e cujo produto da arrecadação destina-se, em tese, ao custeio da aposentadoria de outros servidores públicos, no futuro. Tal exação, entretanto, é inconstitucional, mesmo depois de prevista em emenda constitucional, por ofensa ao art. 60, § 4º, I e IV, da CF/88, eis que:
agride o princípio da isonomia, pois configura majoração do Imposto de Renda devida apenas por quem é aposentado ou pensionista do serviço público;
malfere o pacto federativo, pois representa uma majoração do Imposto de Renda que não é partilhada pela União com Estados e Municípios, nos termos em que determinado pelo art. 159, I, da CF/88;
ainda que contribuição fosse, a exação seria de qualquer sorte contrária ao princípio da proporcionalidade , pois configura instrumento inapto, desnecessário e, acima de tudo, excessivo, para corrigir o alegado déficit da seguridade social;
é contrária ao princípio da razoabilidade, isto que foge ao senso comum de que alguém contribua para aposentar-se já estando aposentado, ou contribua para o recebimento de uma pensão da qual já é beneficiário;
viola o princípio da capacidade contributiva e a vedação ao confisco, pois incidência, considerada em conjunto com a do Imposto de Renda das pessoas físicas, implica ônus superior a 38% dos rendimentos do aposentado, ou do pensionista.
Os vícios acima apontados tornam inválida a expressão ‘e inativos e pensionistas’ inserida no caput do art. 40 da CF/88 e todo o § 18 que nele foi encartado. Por conseguinte , impedem a instituição da ‘contribuição’ dos inativos, seja qual for o tratamento intertemporal que se lhe dê. Muitos deles, a propósito, já foram reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento da contribuição instituída pela Lei nº 9.783/99. Por essa razão, se houver coerência com as premissas do posicionamento anterior, a exação há de ser declarada inconstitucional, mais uma vez, pois a armadura que lhe confere o veículo ‘emenda constitucional’ não a habilita a arrostar as cláusulas imodificáveis da Constituição.18
Embora extenso, faz-se importante a transcrição completa do texto para que fiquem evidenciados os diversos fundamentos expostos pelo referido autor, que fatalmente levam a conclusão sobre a inconstitucionalidade da pré-falada contribuição sobre os inativos e pensionistas do regime próprio dos servidores públicos.
Destaca ainda Hugo de Brito Machado Segundo que, ainda que a Suprema Corte viesse a considerar válida tal tributação, esta “somente poderia ser exigida daqueles que adquirissem o direito à aposentadoria após o início da vigência das normas que a criaram”.19 Portanto, no caso dos aposentados e pensionistas que já, nesta qualidade, estavam no momento da entrada em vigor da EC nº 41/2003, tais beneficiários já estariam protegidos pelo “direito adquirido”, considerado cláusula constitucional pétrea, conforme disposto no Inciso IV, do § 4º, do Art. 60 da Constituição e, como tal, haveria de ser respeitado também por normas veiculadas através de Emenda Constitucional. 
Desta forma, também não resta dúvida quanto à inconstitucionalidade do caput do Art. 40, no que se refere a previsão de contribuições dos inativos e pensionistas, bem com do disposto no § 18 do mesmo artigo que trata especificamente do tema.
Outra novidade igualmente importante no tocante a contribuição dos inativos e pensionistas, é a que extinguiu a aposentadoria com proventos integrais conforme previsto nos §§§ 1º, 3º e 17 do artigo anteriormente mencionado:
§ 1º - Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma do § 3º e 17.
.....................................................................................
§ 3º - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
.....................................................................................
§ 17 – Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3º serão atualizados, na forma da lei.
Na redação anterior da EC nº 20/98, o § 1º do Art. 40 da Lei Maior fazia alusão apenas ao § 3º também do referido artigo. Por sua vez o referido § 3º apenas mencionava que os proventos de aposentadoria, por ocasião de sua concessão, tomariam por base a remuneração do servidor no cargo efetivo em que fosse se dar a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderia a totalidade da remuneração.
A partir da Emenda nº 41/03, o referido § 1º passou a mencionar que o cálculo dos proventos de aposentadoria tomaria por base os valores fixados na forma dos §§ 3º e 17.
O § 3º, por sua vez, passou a dispor que para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor ao regime próprio, bem como ao regime geral, se houve vinculação a tal regime ao longo de todo o período de contribuição.
O § 17, acrescentado pela EC mencionada, determina que todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3º serão devidamente atualizados, na forma da lei.
A mudança ocorrida com fulcro nos dispositivos constitucionais mencionados passou a significar o fim da integralidade, uma vez que o valor inicial dos proventos será estabelecido a partir de uma média obtida dos salários de contribuição percebidos desde 1994 a partir do plano real.
Tal média é a média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a competência de julho de 1994, como já afirmado, ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência. É o que se deduz do conteúdo do Art. 1º da Lei Federal nº 10.887, de 18/06/2004, que regulou a matéria.
Sobre o tema, Fabio Zambitte Ibrahim menciona que
... no Art. 40, § 3º, tem-se uma mudança correta,do ponto de vista atuarial – a concessão dos benefícios sobre a média das remunerações do servidor ao longo de sua vida profissional, mesmo nos períodos vinculados ao RGPS, se for o caso. Evita-se desta forma hipóteses de servidores que arcaram com contribuições elevadas somente nos últimos cinco anos no cargo público e conseqüente percepção de valor idêntico à ultima remuneração.20
Ainda a respeito dos dispositivos constitucionais comentados, Novaes Martinez afirma que 
Diante da mudança operada no regime de previdência do servidor público que, de regra, não mais se aposentará com os vencimentos da última remuneração, mas levando em conta que a renda inicial será objeto de cálculo e tendo por fulcro os vencimentos mensais desde julho de 1994, reconhecendo os efeitos deletérios da inflação, a exemplo do que se passa no RGPS, o emendador constituinte entendeu de disciplinar a atualização da base de cálculo da contribuição do servidor.21
Ainda sobre o assunto, o § 1º do Art. 1º da Lei nº 10.887/2004, prescreve que as remunerações consideradas para o cálculo do valor inicial dos proventos terão seus valores atualizados mês a mês de acordo com a variação interna do índice fixado para a atualização dos salários-de-contribuição considerados no cálculo dos benefícios do RGPS. A própria lei mencionada, atravésdo seu Art. 12, acrescentou o Art. 29-B a Lei Federal nº 8.213/91, que trata do Plano de Benefícios da Previdência Social, o qual define o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, calculado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, como índice a ser considerado para a atualização mencionada acima.
Conforme Leonardo Tavares “não há obrigatoriedade de o índice escolhido para atualizar as remunerações utilizadas no cálculo das aposentadorias seja o mesmo usado para corrigi-las após concessão”22 
É importante destacar que as remunerações consideradas no cálculo da aposentadoria, atualizadas conforme já explicitado, não poderão ser inferiores ao valor do salário mínimo e nem superiores ao limite máximo do salário-de-contribuição, quanto aos meses em que o servidor esteve vinculado ao RGPS (§ 4º do Art. 1º da Lei nº 10.887/2004).
Com base no § 5º do Art, 1º da mesma lei, também os proventos decorrentes dos cálculos realizados conforme anteriormente comentado, por ocasião de sua concessão, não poderão ser inferiores ao valor do salário mínimo nem exceder a remuneração do respectivo servidor no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria.
O § 7º do Art. 40 da Constituição, com a redação da EC nº 41/2003, trata do beneficio de pensão por morte do segurado prevendo a edição de lei para regulação mais completa sobre a matéria, porém já traçando parâmetros legais relativos à definição dos valores concernentes a tais pensões, conforme transcrição dos incisos “I” e “II” do referido parágrafo, onde é definido que o referido valor será igual: 
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou
II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.23
A nova regra partiu do pressuposto de que quando do falecimento do segurado o tamanho da família diminui, o que justifica a redução também do valor da pensão. Zambitte Ibrahim argumenta que isto nem sempre é verdade, principalmente quando se considera o caso das pessoas de baixa renda conforme destacado:
A nova regra parte da premissa mundial no sentido de conceder-se uma pensão necessariamente menor do que o recebido pelo falecido, pois as necessidades de manutenção da família certamente diminuem com o falecimento de um membro. Certamente tal premissa nem sempre é válida, ainda mais para pessoas de baixa renda. Por isso a integralidade é mantida até R$ 2.400,00.24
A redação anterior do dispositivo em comentário previa que o valor da pensão por morte seria igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou ao valor dos proventos a que teria direito o servidor em atividade na data do seu falecimento. Ou seja, tal mudança propiciou o fim da integralidade da remuneração de benefícios previdenciários também para as pensões.
O § 19 do Art. 40 da CF, acrescentado pela EC nº 41/2003, trata do abono de permanência que será equivalente ao valor da contribuição previdenciária e será concedido ao servidor que, tendo completado as exigências para a obtenção da aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, opte por permanecer em atividade. Tal abono será pago ao servidor até que este complete exigência para a aposentadoria compulsória prevista no § 1º, II, que é a idade de 70 anos para ambos os sexos. Neste caso, as mulheres não têm privilégio de idade em relação aos homens, como ocorre no caso da aposentadoria voluntária.
No § 1º, III, “a”, mencionado acima, estão justamente as exigências para aposentadoria voluntária que constam do item “5” deste capítulo.
Importante destacar que a diferença do abono de permanência (EC nº 41/2003) para a isenção (EC nº 20/98) é que esta última resultava na não apropriação do valor da contribuição do servidor no fundo previdenciário, enquanto que no caso do abono, a contribuição ingressa no fundo previdenciário e o tesouro do ente federado reembolsa ao servidor a quantia descontada. Como já visto anteriormente, tal valor de reembolso não compõe a base de cálculo da contribuição do servidor para o regime próprio ao qual é vinculado.
Leonardo Tavares ressalta a importância do abono que estimula um servidor experiente e conhecedor da máquina pública a continuar trabalhando e ainda propicia o adiamento do pagamento do benefício, o que também é bom para o servidor que poderá receber uma remuneração maior. Ainda sobre o assunto, leciona o jurista que
O abono para permanência em atividade já era previsto no Plano Beveridge, na Inglaterra em 1942, sendo defendido como de adoção obrigatória em razão dos ganhos financeiros gerados para o sistema. Também é benefício importante para a manutenção do adequado funcionamento da máquina administrativa, adiando a saída de pessoas especializadas em seus segmentos de atividade.25
Conforme ainda o referido autor, “o abono de permanência em serviço já foi previsto pelo Regime Geral de Previdência Social do INSS, na redação original da Lei nº 8.213/91, até o ano de 1995...” 26
Fica proibida a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, excetuando-se as forças armadas que poderão ter regime de previdência diferenciado por conta das peculiaridades de suas atividades (§ 20, do Art. 40, da CF, acrescentado pela EC nº 41/03). Na prática, deverá ter apenas um fundo previdenciário, que poderá ser gerido por autarquia ou fundação de direito público criado para este fim, para os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de cada ente, sendo que o poder executivo contempla os militares estaduais, mesma situação em relação ao Distrito Federal.
Há resistências por parte de alguns membros do poder legislativo e, principalmente, do judiciário que não concordam em fazer parte de um único fundo previdenciário e reivindicam um tratamento diferenciado, embora haja a vedação constitucional. 
Sobre o tema Zambitte Ibrahim entende que
O preceito exposto neste parágrafo já era previsto na Lei nº 9.717/98, sendo agora inserido no texto constitucional, dando maior legitimidade a esta restrição. Pretende o Constituinte Derivado evitar a proliferação de regimes próprios de previdência em um mesmo Ente Federativo, o que certamente geraria gastos excessivos com a manutenção do regime, além de provocar eventual desequilíbrio atuarial.27
O mesmo autor afirma que, no caso da União, a única exceção prevista é a dos militares membros das Forças Armadas. Desta forma, haverá um regime para os servidores civis e outro para os integrantes das Forças Armadas.28
O § 1º do Art. 149 da Constituição, a partir da redação dada pela Emenda em comentário, sofreu três importantes mudanças. A primeira se refere à mudança da expressão “poderão instituir contribuição” para “instituirão contribuição” tornando assim incisiva e obrigatória a contribuição cobrada dos servidores vinculados ao regime próprio do ente.
A segunda mudança propiciou a supressão do conteúdo anterior do termo “assistência social”, visando não dá margem para que houvesse o risco de os recursos do fundo previdenciário serem utilizados também para despesas com benefícios assistenciais, o que a própria constituição veda de forma intransponível.
A terceira mudança foi o acréscimo ao conteúdo do dispositivo, da previsão de que a alíquota a ser descontada dos servidores não poderá ser inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
Tal alíquota é fixada em 11% conforme previsão constante do Art. 4º da Lei Federal nº 10.887/2004.Vale salientar que 11% é a alíquota mínima a ser cobrada dos servidores vinculados a regime próprio, pois o dispositivo em comentário fala em “não será inferior”, ou seja, no mínimo o percentual mencionado. Tanto é verdade que tem Estados e Municípios cobrando dos seus servidores 13,5%, como é o caso do regime próprio de previdência dos servidores civis e militares do Estado de Pernambuco, que é gerido pela Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de Pernambuco – FUNAPE. Porém, o Supremo Tribunal Federal decidiu que tal alíquota não poderá ultrapassar a 14%.
Analisando o assunto Leonardo Tavares afirma que
o § 1º do Art. 40 da Constituição teve sua redação alterada pela EC nº 41/2003, para excluir a possibilidade de utilização do que for arrecado para o fundo previdenciário dos servidores para ações de assistência social destes, bem como para impor o respeito, nos regimes dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, do limite mínimo da alíquota cobrada pela União em seu sistema previdenciário próprio.29
Quanto a alíquota à incidir sobre os proventos de aposentadoria e pensões concedidas pelo regime próprio, que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS (§ 18, do Art. 40, acrescentado pela EC nº 41/03), esta será também não inferior a 11%, conforme se depreende do disposto no Art. 3º, da Lei Federal nº 9.717/98, com a redação da Lei nº 10.887/2004.
O dispositivo mencionado se refere apenas aos Estados, Distrito Federal e Municípios, isto porque os aposentados e pensionistas dos poderes vinculados a União já tinham a alíquota definida em 11% conforme Art. 5º, da Lei nº 10.887/2004.
O Art. 5º da EC nº 41/2004, trouxe a única alteração de impacto da referida Emenda sobre o Regime Geral de Previdência Social, que é o aumento do valor do teto remuneratório do citado regime. O valor do teto era de R$ 1.869,34, passando, na ocasião, para R$ 2.400,00. Atualmente o referido valor é de R$ 2.668,15, uma vez que conforme previsto ao final da redação do dispositivo mencionado, deverá ser reajustado de forma a preservar, em caráter permanente, seu valor real, atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do RGPS.
Tal alteração não deverá repercutir substancialmente a curto prazo nos benefícios a serem concedidos pelo RGPS, embora a contribuição sobre valor do referido teto tenha sido cobrada logo após a entrada em vigor da Emenda em comentário. Não foi sequer aplicada a anterioridade comentada de noventa dias para o início da cobrança de contribuição sobre o teto alterado, conforme prescreve o § 6º, do Art. 195 da Constituição,que define a chamada “noventena” para o início da cobrança de contribuições sociais vinculadas ao sistema de seguridade social brasileiro.
Conforme Marco André Ramos Vieira, “nesse caso não se observa o princípio da anterioridade nonagesimal”30
De imediato haverá uma repercussão sem grande relevância no cálculo da média aritmética necessário para a definição do valor inicial dos proventos no âmbito do RGPS. A este respeito o mesmo autor afirma que
Em relação aos benefícios, a repercussão é para o futuro, não há reajuste dos benefícios daqueles que já estão em gozo de benefício. Apesar de muitos afirmarem que essa alteração somente repercutirá em benefícios daqui a muitos anos, tal afirmação não é verdadeira, pois no cálculo do salário-de-benefício são considerados os 80% maiores salários-de-contribuição. Assim, quem passar a contribuir sobre R$ 2.400,00 no cálculo de seu benefício, será considerado como base de cálculo esse valor.31
O Art. 8º da Emenda em comentário dispõe sobre regras de transição para o estabelecimento dos tetos remuneratórios definidos no Inciso XI, do Art. 37, da Constituição Federal.
O Inciso citado determina que a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exercer o subsídio mensal em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.
Ocorre que como até a edição da EC nº 41/2003 tal subsídio ainda não tinha sido estipulado por lei específica, conforme disposto no Inciso X, do Art. 37 da CF/88, tal Emenda fixou a regra de transição pré-falada, conforme transcrito:
Art. 8º - Até que seja fixado o valor do subsídio de que trata o Art. 37, XI, da Constituição Federal, será considerado, para os fins do limite fixado naquele inciso, o valor da maior remuneração atribuída por lei na data de publicação desta Emenda a Ministro do Supremo Tribunal Federal, a título de vencimento, de representação mensal e da parcela recebida em razão de tempo de serviço, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento da maior remuneração mensal de Ministro do Supremo Tribunal Federal a que se refere este artigo, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.
Leonardo Tavares opina que mesmo no caso de agentes públicos cuja situação funcional permite a acumulação de cargos, como os previstos no inciso XVI, do Art. 37 da Carta Magna, o somatório de suas remunerações não poderá ultrapassar o limite do subsídio do Ministro no âmbito da União. Conforme o autor mencionado,
... se o montante total ultrapassar o referido subsídio de ministro do STF, haverá redução proporcional dos valores, com conseqüente diminuição proporcional das bases de cálculo das respectivas contribuições previdenciárias.
Isso vale para acumulação entre subsídios, remunerações, proventos e pensões mantidas pelos Poderes Públicos do quaisquer entes da Federação.32
Novaes Martinez, justifica a necessidade de a EC nº 41/2003 dispor sobre tais regras de transição em razão de que 
tendo em vista a dificuldade histórica de decidir o teto dos vencimentos e proventos dos servidores públicos nas diferentes esferas da Administração Pública, como programado na redação original do art. 37, XI, da Lei Maior, o emendador constitucional optou por regra de transição (provavelmente destinada a ficar por muito tempo), segundo a qual é atribuído valor provisório, equivalente a retribuição do Ministro do Supremo Tribunal Federal em 30.12.03, para a órbita federal e diferentemente, para os demais entes políticos.33
Porém é importante esclarecer que a EC nº 47 de 05/07/2005, procedeu alterações no conteúdo do Inciso XI, do Art. 37 da Constituição, bem como no Art. 8º da EC nº 41/2003, mencionados anteriormente, ao acrescentar ao referido artigo 37 os §§ 11 e 12 conforme transcrição abaixo.
§ 11 Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante

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