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Aula 05

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26/08/2018 Disciplina Portal
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Responsabilidae Civil
Aula 5 - A Responsabilidade Civil e suas ramificações
INTRODUÇÃO
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O ser humano, no exercício de sua liberdade de ação e na faina de conquistar os objetivos na tutela de seus interesses, pode causar danos às pessoas ou bem de
outrem, e, ainda, perturbar a ordem social por falta de cuidado objetivo em suas atitudes.
Tais condutas podem gerar danos e as consequentes responsabilidades (penal e civil), muitas vezes com apenas uma ação danosa, na medida em que, ao mesmo
tempo vulnera normas proibitivas de condutas de direito penal e de direito civil. Seja contratual ou extracontratual, cuja apuração poderá ser na modalidade objetiva
(regra) ou subjetiva (por exceção).
Nesse sentido, estudaremos as ramificações da responsabilidade civil, como consequência da liberdade de ação do ser humano e a apuração da responsabilidade de
seus atos.
OBJETIVOS
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Examinar os institutos das responsabilidades penal e civil e suas ramificações;
Distinguir responsabilidade penal e civil; contratual e extracontratual; subjetiva e objetiva.
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RESPONSABILIDADES PENAL E CIVIL
De início há um divisor de águas entre a responsabilidade civil e a penal. A ilicitude pode ser civil ou penal.
Vamos estudá-las!
Responsabilidade Penal
A responsabilidade será penal quando as normas jurídicas protetivas dos interesses sociais objetivarem o resguardo da integridade de bens de valores elevados e
indisponíveis, entre os quais, os direitos da personalidade do homem: a vida, a liberdade, a honra, a saúde física e mental.
A sanção à violação das regras de conduta de não lesar a integridade física e a propriedade de outrem são “pesadas”, justamente por serem infrações consideradas
pela sociedade como de maior potencial ofensivo, como, por exemplo, no crime de homicídio do art. 121 do CP – Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
Como a descrição da conduta penal é sempre uma tipificação restrita, em princípio, a responsabilidade penal ocasiona o dever de indenizar.
Por esta razão, a sentença penal condenatória faz coisa julgada no cível quanto ao dever de indenizar o dano decorrente da conduta criminal, na forma dos artigos: 91, I
do Código Penal (glossário); 63 do CPP (glossário) e 515, VI do NCPC (glossário).
Sendo assim, as jurisdições penal e civil em nosso país são independentes, mas há reflexos no juízo cível, não só sob o mencionado aspecto da sentença penal
condenatória como também porque não podemos discutir no cível a existência do fato e da autoria do ato ilícito, se essas questões foram decididas no juízo criminal e
encontrarem-se sob o manto da coisa julgada, art. 64 do CPP (glossário) e 935 do CC (glossário).
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Fonte: hvostik / Shutterstock
Responsabilidade Civil
A responsabilidade civil é uma conduta ilícita de repercussão menos gravosa. Sendo certo que nem toda conduta gera um ilícito civil é punível, descrita pela lei penal, já
a recíproca é verdadeira, embora em ambas haja a responsabilidade. A responsabilidade civil é assim considerada de menor gravidade e o interesse de reparação é
privado, embora com interesse social, não afetando, a princípio, a segurança pública.
Para o ilícito civil, embora se possam equacionar modalidades de reparação em espécie, o denominador comum será sempre, ao final, a reparação em dinheiro como o
lenitivo (glossário) mais aproximado que existe no Direito para reparar ou minorar um mal causado, seja ele de índole patrimonial ou exclusivamente moral, como
atualmente permite expressamente a Constituição.
A responsabilidade civil leva em conta, primordialmente, o dano, o prejuízo, o desequilíbrio patrimonial, embora em sede de dano exclusivamente moral, o que se tem em
mira é a dor psíquica ou o desconforto comportamental da vítima. No entanto, é básico que, se não houver dano ou prejuízo a ser ressarcido, não temos por que falar
em responsabilidade civil: simplesmente não há por que responder.
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Fonte: hvostik / Shutterstock
RESPONSABILIDADES CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL
Existe uma distinção tradicional entre a responsabilidade contratual, que decorre do inadimplemento de obrigação assumida no contrato, e a responsabilidade
extracontratual (delitual ou aquiliana (glossário)) que deflui da violação de obrigação emanada da lei.
Na realidade, os fundamentos são os mesmos em ambas as hipóteses, como abaixo veremos.
Responsabilidade Contratual
Esta responsabilidade tem desempenhado importante papel para facilitar a prova da culpa do inadimplente.
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Entende a doutrina e a jurisprudência que, no caso da obrigação de resultado, assumida por uma das partes, o simples fato de ter ocorrido o inadimplemento importa
em presunção de culpa, cabendo ao devedor que não cumpriu a sua obrigação fazer a prova da ocorrência de força maior, caso fortuito, culpa do outro contratante ou
outro fato que possa excluir a responsabilidade.
Para tanto, vejamos o arts. 389 e 390 da Lei 10.406 de 2002:
Título IV - Do Inadimplemento das Obrigações 
Capítulo I - Disposições Gerais
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.
 
Fonte: 4zevar / Shutterstock
Responsabilidade Extracontratual
Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery identificam as seguintes cláusulas gerais na responsabilidade extracontratual:
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“Pode-se dizer que há algumas cláusulas gerais extraídas do sistema jurídico civil para a responsabilidade extracontratual”.
Há o direito de o prejudicado ser indenizado e o dever de o ofensor indenizar quando: 
a) a ofensa se der a qualquer direito (patrimonial, material ou imaterial- como o moral, à imagem, da personalidade etc); 
b) a ofensa ocorrer em desrespeito a norma de ordem pública imperativa (v.g. abuso de direito – CC, 187); direito protegido por norma imperativa constitucional (penal,
administrativa etc); 
c) o dano causado for apenas moral; 
d) por expressa especificação legal, ou quando a atividade normalmentedesenvolvidas pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem,
independentemente de dolo ou culpa (responsabilidade objetiva – CC, 927 parágrafo único); 
e) a ofensa se der por desatendimento não especificados da boa-fé e dos bons costumes”.
 
Fonte: Incomible / Shutterstock
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RESPONSABILIDADES SUBJETIVA E OBJETIVA
Examinando-se a atuação do causador do dano, a responsabilidade pode ser subjetiva ou objetiva.
Abordaremos os pormenores dessas classificações abaixo!
Responsabilidade Subjetiva
Baseada na culpa em sentido lato, culpa ou dolo.
É a análise integral do art. 186 da Lei 10.406 de 2002 que define o ato ilícito:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Destacamos que, nesta modalidade, temos a explícita utilização, para fins da apuração da responsabilidade, do art. 373 do NCPC, vejamos:
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
A análise deve ser sob a ótica de que o ônus da prova incumbe em que polo da ação se encontra. Há o dever, sempre, de provar (estabelecendo o nexo de causalidade).
Logo, por fim, na responsabilidade subjetiva o ônus da prova é, para a constituição do direito da parte Autora.
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Fonte: Meilun / Shutterstock
Responsabilidade Objetiva
Independe de qualquer falha humana (culpa) ou desejo de causar dano (dolo) e decorre de uma simples relação de causalidade (nexo causal).
Tal modalidade desnecessita da prova efetiva para a constituição dos direitos do autor. Flexibilizando assim o descrito no artigo 373 do NCPC acima descrito.
• Entretanto, tal modalidade de apuração não desonera de forma absoluta o dever do autor de constituir a prova, minimamente, do alegado. Conforme o art. 319, VI do
NCPC:
Lei 13.105 de 2015 – NCPC 
Art. 319. A petição inicial indicará: (...) 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
(...)
Observação: Provas – Indicação, relevância, qualificação, eventual produção. 
Exemplo: pericia
• Sedimenta o tema, por amostragem, o seguinte enunciado de súmula do TJRJ:
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Enunciado nº. 330 - "Os princípios facilitadores da defesa do consumidor em juízo, notadamente o da inversão do ônus da prova, não exoneram o autor do ônus de fazer,
a seu encargo, prova mínima do fato constitutivo do alegado direito:
No tocante à responsabilidade civil objetiva no CC, temos como principal expoente o art. 927, parágrafo único do CC. Pois tal dispositivo é uma cláusula geral, ou seja, a
responsabilidade civil será objetiva por determinação legal ou quando a atividade normalmente desenvolvida implicar em risco. Desta resultando as demais previsões
legais.
Art. 927: Aquele que por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
• Agora vamos ler o parágrafo único do artigo 927 CC:
Art. 927 Parágrafo único – haverá obrigação de reparar o dano independentemente de culpa, nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano, implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem.
Então, há casos em que a responsabilidade civil será objetiva porque a natureza da atividade envolve risco. A lei não diz que a responsabilidade civil é objetiva, mas ela
permite que o juiz, examinando o caso concreto, conclua que determinada natureza da atividade é de risco e passe a responsabilidade civil a ser objetiva.
Sendo assim, há responsabilidade civil objetiva quando a lei disser e quando, no caso concreto, você concluir que a natureza da atividade desenvolvida envolve risco.
Como, por exemplo, quando quem causa o dano o exerce em atividade profissional.
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Fonte: Incomible / Shutterstock
1. Suprime-se o seguinte elemento, em casos de responsabilidade civil objetiva:
Ação ou omissão voluntária
Nexo de causalidade
Dano
Culpa
Ato ilícito
Justificativa
2. São elementos essenciais para configuração da responsabilidade civil subjetiva, apenas:
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O ato ilícito, o dano e o nexo de causalidade.
O fato jurídico, a culpa, o dano e o nexo de causalidade.
O abuso de direito, a culpa e o dano.
O ato ilícito, a culpa, o dano e o nexo de causalidade.
A ação humana e o dano.
Justificativa
3. André, motorista profissional, colidiu seu veículo com o de Isaac, que o acionou judicialmente. A responsabilidade de André é:
Subjetiva, dependendo da comprovação de culpa, além de nexo de causalidade e dano.
Subjetiva, dependendo apenas da comprovação de nexo de causalidade e dano.
Objetiva, dependendo da comprovação de culpa, além de nexo de causalidade e dano.
Objetiva, dependendo apenas da comprovação de nexo de causalidade e dano.
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Objetiva, dependendo apenas da comprovação do dano.
Justificativa
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Glossário
DECRETO-LEI N° 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 – CÓDIGO PENAL
Art. 91 - São efeitos da condenação:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;
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Decreto-lei n° 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal.
DECRETO-LEI N° 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 – CÓDIGO PENAL
Art. 63 - Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou
seus herdeiros.
NCPC
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado.
DECRETO-LEI N° 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941 – CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Art. 64 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável
civil.
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela.
LEI N° 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 – CÓDIGO CIVIL
Art. 935. A responsabilidadecivil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se
acharem decididas no juízo criminal.
LENITIVO
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Conforto, consolação.
LENITIVO
De Achilius Gallo, tribuno romano da plebe no ano de 286 a.C.

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