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PROVA CIVIL - RESP CIVIL

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ATIVIDADES ACADÊMICAS 
Questões: 
1. Como distinguir o entendimento da responsabilidade civil e penal 
considerando o bem a ser reparado? Nos aspectos- pessoal e 
patrimonial, quanto a possibilidade de transferência da obrigação, 
quanto a tipicidade, quanto ao grau de culpabilidade, quanto a 
imputabilidade. 
A responsabilidade penal tem quase o mesmo fundamento da 
responsabilidade civil, o que as difere são as condições em que elas 
surgem, porque uma é mais exigente do que a outra quanto ao 
aperfeiçoamento dos requisitos, assim entende Aguiar Dias. No caso 
da responsabilidade penal, o agente infringe uma norma de direito 
público. Neste caso, o interesse lesado é a sociedade. 
Entretanto, na responsabilidade civil, o interesse tutelado é o privado, 
cabendo ao prejudicado requerer a reparação caso entenda 
necessário. É possível que o agente, ao infringir uma norma civil, 
transgrida também a lei penal tornando-se ao mesmo tempo, obrigado 
civil e penalmente. A responsabilidade penal distingue ainda da 
responsabilidade civil, pois esta é pessoal, intransferível, ou seja, o réu 
responde com a privação da sua liberdade. 
Enquanto a responsabilidade civil é patrimonial de modo que, se a 
pessoa não possuir bens, a vítima permanecerá sem ser ressarcida. 
Na esfera civil, porém, é um pouco diferente e existem exceções, o que 
a torna menos rigorosa que o processo penal. Na responsabilidade civil 
não se trata de réu, mas de vítima. Outra exigência é a tipicidade, que 
é um dos requisitos genéricos do crime. 
2. Quanto a responsabilidade contratual e extracontratual. Quais as 
hipóteses de ocorrência no âmbito dos contratos? A denominada 
responsabilidade aquiliana ou extracontratual ocorre em quais 
hipóteses? Fundamente legalmente. 
A Responsabilidade Civil Contratual, como o nome mesmo já sugere, 
ocorre pela presença de um contrato existente entre as partes 
envolvidas, agente e vítima. Assim, o contratado ao unir os quatro 
elementos da responsabilidade civil (ação ou omissão, somados à 
culpa ou dolo, nexo e o consequente dano) em relação ao contratante, 
em razão do vínculo jurídico que lhes cerca, incorrerá na chamada 
Responsabilidade Civil Contratual. 
Em relação à Responsabilidade Civil Extracontratual, também 
conhecida como aquiliana, o agente não tem vínculo contratual com a 
vítima, mas, tem vínculo legal, uma vez que, por conta do 
descumprimento de um dever legal, o agente por ação ou omissão, 
com nexo de causalidade e culpa ou dolo, causará à vítima um dano. 
Ambas as figuras de responsabilidade civil estão fundamentadas, 
genericamente, nas palavras do artigo 186 do Código Civil. 
3. Quais as principais diferenças entre a responsabilidade contratual e 
extracontratual? Nos seguintes aspectos: ônus da prova, quanto as 
fontes, quanto a capacidade do agente, quanto a gradação de 
culpa. 
Ônus da prova: Na responsabilidade contratual, o ônus da prova cabe 
ao devedor, que deverá provar, ante o inadimplemento, a inexistência de 
sua culpa ou a presença de qualquer excludente do dever de indenizar, 
consoante os arts. l056 e l058 do CC. Na responsabilidade 
extracontratual, caberá à vítima o ônus da prova. É ela que deverá 
provar a culpa do agente, e se não conseguir tal prova, ficará sem 
ressarcimento. Além dessa responsabilidade fundada na culpa, a 
responsabilidade Aquiliana abrange, também, a responsabilidade sem 
culpa fundada no risco. 
Fontes: A responsabilidade contratual baseia-se no dever de resultado, 
o que acarretará a presunção da culpa pela inexecução previsível e 
evitável da obrigação nascida da convenção prejudicial à outra parte; e 
só excepcionalmente se permite que um dos contraentes assuma, em 
cláusula expressa, o encargo da força maior ou caso fortuito. Ela 
possibilita, ainda, a estipulação de cláusula para reduzir ou excluir a 
indenização, desde que não contrarie a ordem pública e os bons 
costumes. Assim, se o contrato é fonte de obrigações, sua inexecução 
também o será. Por isso, quando ocorre o inadimplemento do contrato, 
não é a obrigação contratual que movimenta a responsabilidade, pois 
com aquele inadimplemento surge uma nova obrigação: a obrigação de 
reparar o prejuízo consequente à inexecução da obrigação assumida. Já 
a responsabilidade extracontratual, ou aquiliana, tem por fonte a 
inobservância da lei, traduzindo-se numa lesão a um direito, sem que 
preexista qualquer relação jurídica entre o agente e a vítima, como p. 
ex.: se alguém atropelar outrem, causando-lhe lesão corporal, deverá o 
causador do dano repará-lo, conforme preceitua o art. l538 do CC. O 
lesante terá o dever de reparar o dano que causou à vítima com o 
descumprimento de preceito legal ou a violação de dever geral de 
abstenção pertinente aos direitos reais ou de personalidade. 
Capacidade do agente: no campo extracontratual, a imputação do 
dever reparatório é mais ampla, porquanto o ato do incapaz pode dar 
origem à reparação por aqueles legalmente encarregados por sua 
guarda (responsabilidade por fato de terceiro), ao contrário do que 
sucede no âmbito contratual, posto que o ajuste negocial exige agentes 
plenamente capazes, sob pena de nulidade e da não produção de 
efeitos indenizatórios em caso de inadimplemento. 
Gradação da culpa: a responsabilidade contratual funda-se na culpa, 
entendida em sentido amplo, de modo que a inexecução culposa da 
obrigação se verifica quer pelo seu cumprimento intencional, havendo 
vontade consciente do devedor de não cumprir a prestação devida, com 
o intuito de prejudicar o credor (dolo), quer pelo inadimplemento do 
dever jurídico, sem a consciência da violação, sem a intenção deliberada 
de causar dano ao direito alheio, havendo apenas um procedimento 
negligente, imprudente ou omisso (culpa), prejudicial ao credor. A 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
responsabilidade extracontratual ou extranegocial, também denominada 
aquiliana, em razão de sua origem romana, não preexiste um contrato. É 
o caso de alguém que ocasiona um acidente de trânsito agindo com 
culpa e provocando prejuízo indenização. Antes do acidente, não havia 
relação contratual ou negocial alguma. Tal fato difere do que ocorre no 
descumprimento, ou cumprimento defeituoso, de um contrato no qual a 
culpa decorre de vínculo contratual. Por vezes, não será fácil definir se a 
responsabilidade é contratual ou não. O ato ilícito, portanto, tanto pode 
decorrer de contrato ou negócio jurídico em geral como de relação 
extracontratual. 
4. Quanto a responsabilidade subjetiva e objetiva. Qual o fundamento 
da responsabilidade subjetiva de acordo com a teoria clássica? 
Quais as hipóteses de obrigação de reparação do dano 
independentemente de culpa? Explique a teoria do risco que 
embasa a responsabilidade objetiva. 
Atualmente, o ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria clássica, 
também chamada de teoria da culpa, para tratar da responsabilidade 
civil subjetiva. Segundo a referida teoria o agente causador do dano será 
apenas responsabilizado se agir com culpa ou dolo stricto sensu, 
conforme disposto nos artigos 186 e 951 do Código Civil de 2002. 
Conforme verá adiante, para a responsabilidade subjetiva, exige-se o 
pressuposto culposo do agente causador do dano, sendo a culpa 
propriamente dita ou o dolo do agente, além da presença obrigatória do 
nexo causal, que é o liame entre a conduta culposa do agente e o dano 
sofrido pela vítima (DINIZ, 2006, p. 131). Outrossim, destaca-se que, 
são quatro os pilares da responsabilidade civil subjetiva: o fato, a culpa, 
o nexo causal e o dano. 
Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para 
os direitos de outrem. 
A teoria do risco sustenta que o sujeito é responsável por riscos ou 
perigos que sua atuaçãopromove, ainda que coloque toda diligência 
para evitar o dano. Trata-se da denominada teoria do risco criado e do 
risco benefício. O sujeito obtém vantagens ou benefícios e, em razão 
dessa atividade deve indenizar os danos que ocasiona. Em síntese, 
cuida-se da responsabilidade sem culpa em inúmeras situações nas 
quais sua comprovação inviabilizaria a indenização para a parte 
presumivelmente mais vulnerável. A legislação dos acidentes do 
trabalho é o exemplo marcante que imediatamente aflora como 
exemplo. 
5. Qual a teoria que o Código Civil 2002 se filiou? Justifique. Existem 
exceções a teoria adotada como regra pelo CC 2002? Fundamente 
legalmente. 
A regra geral adotada pelo Código Civil de 2002 foia a da 
responsabilidade civil subjetiva, prevista no artigo 186 do Código Civil 
que manteve praticamente a mesma essência do antigo artigo 159 do 
Código Civil de 1916, prevendo que: “Aquele que, por ação ou 
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
Assim, em conformidade com este artigo, não basta a violação culposa 
a um direito alheio, mas esta violação deve também causar um dano. 
Com isto, de acordo com o artigo 927 desse mesmo diploma civil, há a 
necessidade de reparação do dano. 
Ocorre que o parágrafo único do artigo 927 trouxe uma exceção à 
teoria da responsabilidade subjetiva, dispondo que “Haverá a 
obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos 
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para 
os direitos de outrem”. Verifica-se, pois, que o novo Código Civil 
verificando a dificuldade existente em muitos casos de ser feita a 
prova da culpa do agente passou a adotar para esses casos a teoria 
objetiva da responsabilidade civil, segundo a qual o dever de reparar o 
dano decorre da atividade exercida pelo lesante, que por si só cria 
riscos a direitos alheios. A ideia de culpa é substituída pelo risco 
assumido pela atividade que exerce, como já fazia o Código de Defesa 
do Consumidor. Podemos citar, a título exemplificativo, a 
responsabilidade das empresas que exploram o serviço de 
estacionamento de veículos, eis que devem ser responsáveis pela sua 
eficiente guarda e conservação, sendo inerente à sua atividade o risco 
de roubo, abalroamento ou outros acidentes. 
6. Pressupostos da responsabilidade civil. Disserte a respeito dos 4 
elementos essenciais da responsabilidade civil considerando: os 
atos próprios e os atos de terceiros ou animais e coisas sob guarda 
do agente, dolo e culpa (in elegendo, in vigilando, in comittendo, in 
omittendo, in custodiendo), relação de causalidade, dano (material 
e moral). 
Conduta positiva ou negativa: a conduta humana pode ser positiva 
(um fazer) e negativa (uma omissão). Essa conduta deve ser voluntária, 
o que não significa, necessariamente, a vontade de causar prejuízo 
(culpa). A voluntariedade é tão simplesmente ter consciência da ação 
cometida. A voluntariedade do agente deve existir tanto na 
responsabilidade subjetiva (baseada na culpa), como na 
responsabilidade objetiva (fundada na ideia de risco). O Código Civil de 
2002, além de prever a responsabilidade civil por ato do próprio 
indivíduo, prevê a responsabilidade por ato de terceiro ou por fato do 
animal. Vejamos os dispositivos legais sobre o tema: 
Art. 932. São responsáveis pela reparação civil: 
I- os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade 
e em sua companhia; 
II- o tutor e o curador, pelos pupilos e curatrelados, que se 
acharem nas mesmas condições; 
III- o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho, que lhes competir, ou em 
razão dele; 
IV- os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos 
onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, 
pelos seus hóspedes, moradores e educandos” 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por 
este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
Dano: o dano é requisito essencial para a existência da 
responsabilidade em qualquer das espécies, seja contratual ou 
extracontratual, seja subjetiva ou objetiva. O dano é a lesão a um 
interesse jurídico, patrimonial ou extrapatrimonial (direito personalíssimo) 
que foi gerado pela ação ou omissão de um indivíduo infrator. Todo dano 
deve ser reparado, mesmo que não se possa voltar ao estado em que as 
coisas estavam (status quo ante), sempre será possível fixar uma 
quantia pecuniária a título de compensação. Para a reparação do dano 
são necessários os seguintes requisitos: violar um interesse jurídico 
patrimonial ou extrapatrimonial de uma pessoa física ou de uma pessoa 
jurídica; e a certeza do dano. No caso do dano moral, não é preciso 
provar a dor, mas deve provar a violação a um direito a personalidade. 
Então existe o que denominamos de dano moral presumido (o fato em si 
já configura o dano), um exemplo é quando se tem o nome inserido no 
cadastro de inadimplentes. 
Nexo de causalidade: o nexo de causalidade, ou nexo causal, é o elo 
que liga o dano à conduta do agente. Inclusive, Cavalieri Filho entende 
que o Código Civil brasileiro adotou a Teoria da Causalidade Adequada. 
Outra parcela considera que o código se baseia na Teoria da 
Causalidade Direta ou Imediata. 
Culpa: a culpa, como pressuposto da responsabilidade civil subjetiva, 
pode se referir tanto ao dolo, como à culpa em sentido estrito e está 
relacionada com a intenção do agente em querer ou não alcançar o 
resultado danoso. Nesse sentido, o dolo seria a intenção, a vontade do 
agente de causar o prejuízo a outrem. Ou seja, o indivíduo sabe que 
está indo de encontro a uma norma. Por outro lado, na culpa em sentido 
estrito não há intenção de lesar. A conduta é voluntária, o resultado não. 
Desse modo, a pessoa acaba atingindo os resultados danosos por não 
observar os deveres de cuidado, consubstanciados na negligência, 
imprudência ou imperícia. Quando existe a intenção deliberada de 
ofender o direito, ou de ocasionar prejuízo a outrem, há o dolo, isto é, o 
pleno conhecimento do mal e o direto propósito de praticá-lo. Se não 
houvesse esse intento deliberado proposital, mas o prejuízo veio a surgir 
por imprudência ou negligência, existe a culpa (stricto sensu). 
7. Quanto a responsabilidade extracontratual. Casos especiais de 
responsabilidade por ato próprio. Qual o elemento objetivo e 
subjetivo da culpa? Considerando a responsabilidade como reação 
provocada pela infração a um dever preexistente. Disserte quanto 
a natureza do dever jurídico na culpa contratual e extracontratual? 
Quando da infração de um dever (legal, contratual, social) 
responsabilidade por omissão. 
A responsabilidade do agente pode defluir de ato próprio, de ato de 
terceiro que esteja sob a responsabilidade do agente, e ainda de danos 
causados por coisas que estejam sob a guarda deste. A 
responsabilidade por ato próprio se justifica no próprio princípio 
informador da teoria da reparação, pois se alguém, por sua ação, 
infringindo dever legal ou social, prejudica terceiro, é curial que deva 
reparar esse prejuízo. Quando existe a intenção deliberada de ofender o 
direito, ou de ocasionar prejuízo a outrem, há o dolo, isto é, o pleno 
conhecimento do mal e o direto propósito de praticá-lo. Se não houvesse 
https://www.aurum.com.br/blog/nexo-causal/
esse intento deliberado proposital, mas o prejuízo veio a surgir por 
imprudência ou negligência, existe a culpa (stricto sensu). Na 
responsabilidade contratual, as partes contratam e, entretanto, algum 
item do contrato não é cumprido. Porém, na responsabilidade 
extracontratual, há uma transgressão de um dever legal, não 
permanecendo qualquer vínculo jurídico entre as partes. Mesmo assim, 
entende-se que, em ambos os eventos, nascea obrigação de reparar o 
prejuízo, ou por violação a um dever legal, ou por violação a um dever 
contratual. 
8. Existe obrigação de indenizar por infração aos deveres conjugais? 
De que forma o autor trata a responsabilidade civil entre os 
cônjuges? 
Não existe no direito brasileiro norma específica quanto ao dever de 
indenizar caso um dos cônjuges descumpra um dos deveres conjugais 
previstos no Código Civil. 
No entanto, a ausência de norma regulamentando a matéria não pode 
ser vista como impedimento para a aplicação do dever de indenizar, haja 
vista a possibilidade de aplicação da teoria da responsabilidade civil ao 
direito de família. 
Assim, tem-se que em certas situações os Tribunais e a doutrina 
entendem pela aplicação da responsabilidade civil quando há violação 
dos deveres conjugais e dos companheiros. 
Com relação ao dever conjugal de fidelidade recíproca, existem diversos 
julgados analisando o dever, ou não, de indenizar o outro cônjuge. 
9. Quanto a Responsabilidade Civil por dano ecológico ou ambiental. 
Qual a legislação que rege a responsabilidade civil por dano 
ecológico? De que forma a lei trata a responsabilidade pelo dano 
ecológico (quanto a responsabilidade, quanto os interesses, quanto 
a legitimação para defesa dos interesses). Quais os instrumentos 
de tutela jurisdicional dos interesses difusos e os autores 
legitimados? 
No Direito brasileiro, conforme tem sido analisado pela doutrina 
especializada, a responsabilidade civil ambiental está sujeita a um 
regime jurídico próprio e específico, fundado nas normas do artigo 225, 
parágrafo 3º, da Constituição Federal e do artigo 14, parágrafo 1º, da Lei 
6.938/1981 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente), diverso, em 
muitos pontos, do regime comum do Direito Civil e do Direito 
Administrativo, o que deu à responsabilidade civil por danos ambientais 
entre nós uma grande amplitude. Entre outros aspectos, esse regime 
especial de responsabilidade civil está baseado a) na admissão da 
reparabilidade do dano causado à qualidade ambiental em si mesma 
considerada, reconhecida como bem jurídico protegido, e do dano moral 
ambiental; b) na consagração da responsabilidade objetiva do 
degradador do meio ambiente, ou seja, responsabilidade decorrente do 
simples risco ou do simples fato da atividade degradadora, 
independentemente da culpa do agente, adotada a teoria do risco 
integral; c) na amplitude com que a legislação brasileira trata os sujeitos 
responsáveis, por meio da noção de poluidor adotada pela Lei da 
Política Nacional do Meio Ambiente, considerado poluidor a pessoa 
física ou jurídica, de direito público ou 
privado, direta ou indiretamente responsável pela degradação ambiental 
(artigo 3º, IV); e d) na ampliação dos efeitos da responsabilidade civil, 
que abrange não apenas a reparação propriamente dita do dano ao 
meio ambiente, como também a supressão do fato danoso à qualidade 
ambiental, por meio do que se obtém a cessação definitiva da atividade 
causadora de degradação do meio ambiente. 
10. Como se processa a avaliação e o ressarcimento do patrimônio 
ambiental? 
No que se refere à reparação de danos decorrente da convenção entre 
os interessados, importa considerar aqui, de maneira especial, 
a transação. No âmbito da reparação de danos ambientais, devido ao 
caráter indisponível do direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, como direito humano fundamental, e do meio ambiente, 
como bem de uso comum do povo (artigo 225, caput, da CF), não se 
pode a rigor ter como válida a transação, que, inclusive, nos termos da 
própria lei civil, está restrita a direitos patrimoniais de natureza privada. 
Não se ignora aqui a existência de corrente doutrinária que se manifesta 
já há algum tempo no sentido de admitir a transação nessa matéria, com 
base, sobretudo, na Lei 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública), que 
autoriza a tomada pelos entes públicos legitimados à ação civil pública 
do denominado “compromisso de ajustamento de conduta às exigências 
legais” (artigo 5º, parágrafo 6º), que muitos veem como a consagração 
definitiva no Direito Positivo brasileiro da admissibilidade de transações 
em tema de direitos e interesses difusos. 
11. De que forma o Ordenamento Jurídico tutela a proteção ao Direito 
da própria imagem, dentro do rol dos direitos da personalidade? 
Na atual Constituição, o direito à imagem está previsto em três tópicos 
distintos do artigo 5º: incisos V, X e XXVIII, alínea “a”. No inciso V, 
encontra-se consagrada a proteção da imagem, chamada por Luiz 
Alberto David Araújo de “imagem-atributo”20. No inciso X, a proteção é 
da imagem propriamente dita. No XXVIII, alínea “a”, abarca a proteção 
da imagem no que concerne ao criador da obra. Com a promulgação da 
Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status de 
direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário 
conscientizou-se da importância do direito à imagem e dotou-o de 
proteção legal, independentemente da ofensa ou não de outro direito da 
personalidade. 
12. Quanto a responsabilidade civil na Internet. Qual a legislação de 
regência? Considerando o Código de Defesa do consumidor e o 
disposto na Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro. Qual 
a legislação deve ser aplicada nas compras pela Internet no âmbito 
do comércio internacional e nacional? Qual a responsabilidade dos 
provedores de internet? 
Foi publicada, no dia 24 de abril, a Lei 12.965, de 23 de abril de 2014, 
que institui o denominado “marco civil da internet”. Redigido como um 
verdadeiro tratado, o marco regulatório vem sendo referido na mídia 
como “a constituição da internet”, pois estabelece princípios, garantias, 
deveres e direitos para o seu uso no país, com a intenção de regular 
todo o arcabouço jurídico sobre o tema. 
Atualmente a proteção do consumidor é considerada um direito humano 
fundamental por estar positivado pela Constituição da Republica de 
1988, em seu art 5º XXXII, este princípio saiu da esfera meramente 
econômica e social e passou a merecer destaque em nossa legislação. 
Desta forma, a aplicação das normas de direito internacional em 
conexão com interesses privados deve estar em sintonia com o Direito 
Constitucional. Se estas normas internacionais forem de encontro aos 
direitos fundamentais tutelados em nossa constituição, devem ser 
desprezadas e se ampliarem o grau de proteção ao homem, devem ser 
aplicadas imediatamente, segundo o art 5º, §§ 1º e 2º da CR/1988. 
Em seu artigo 19, o Marco Civil da Internet dispõe que a 
responsabilidade civil dos provedores de aplicações de internet é de 
natureza subjetiva e oriunda do não cumprimento da ordem judicial que 
determinou a exclusão ou a indisponibilização de determinado conteúdo. 
Essa ordem judicial pode ser emitida por meio de decisão liminar e a 
própria Lei 12.965 determina a competência dos juizados especiais para 
essa finalidade. A responsabilidade não deriva, portanto, do 
descumprimento de uma notificação privada. As exceções à essa regra 
são pontuais e encontram-se previstas no texto da lei, quais sejam: para 
os conteúdos protegidos por direitos autorais (§2º do artigo 19) e para os 
casos de divulgação, sem autorização de seus participantes, de 
imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou 
de atos sexuais de caráter privado (artigo 21), o que engloba a chamada 
pornografia de vingança O artigo 19 vincula assim a responsabilidade do 
provedor de aplicações por conteúdo de terceiros ao descumprimento de 
ordem judicial. Além da preocupação com a garantia da liberdade de 
expressão, optou-se por esse sistema em razão da subjetividade dos 
critérios para a retirada de conteúdo na Internet, o que poderia 
prejudicar a diversidade e o grau de inovação nesse meio, implicando 
sério entrave para o desenvolvimento de novas alternativas de 
exploração e comunicação na rede. 
 
 
 
Abraço a todos e fiquem em casa, se possível.

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