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PROCESSO PENAL JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL (Lei 9.099/95) Compete julgar as infrações de menor potencial ofensivo. Cuidam introduzir no sistema a chamada justiça consensual (fazer acordos). Por meio desta que o autor do fato vai poder fazer acordos com o MP. Uma vez que todas as pessoas estão sujeitas a esse tipo de infração, assim a lei tenta ao máximo evitar uma ação penal. A pena do crime que faz saber se está diante da competência do Jecrim ou da Justiça Comum. São da competência do Jecrim as infrações com pena máxima não superior a 2 anos, contando as causas de diminuição pelo mínimo e de aumento pelo máximo e TODAS as contravenções penais, não importando se possui penas acima de 2 anos ou procedimento especial. Quanto ao montante da pena, há de se ressalvar que a existência de causa de aumento de pena que torne a pena máxima superior a 2 anos exclui a competência do juizado. Ex.: crime de lesões corporais culposas na direção de veículo automotor (art. 303 do CTB) em que o agente não presta socorro à vítima. A pena máxima do crime é de 2 anos, mas haverá acréscimo máximo de ½ da pena em razão da omissão de socorro, perfazendo um total de 3 anos. Assim, fica afastada a competência do juizado. Se o crime praticado envolver violência doméstica ou familiar contra mulher, não são aplicáveis os dispositivos da Lei n. 9.099/95, nos termos do art. 41 da Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006). Nesses crimes, não é lavrado inquérito policial, e sim, substituído pela lavratura de um termo circunstanciado. O termo circunstanciado se assemelha a um IP, mas não é. É apenas a redução dos fatos a termo, em um ato. Na delegacia, após lavrado o termo circunstanciado, o autor do fato terá duas opções: Assinar um termo firmando o compromisso de se apresentar ao fórum para uma audiência (de conciliação) a ser marcada pelo juízo. Ou será lavrado o flagrante e o autor do fato será preso. Na audiência de conciliação estará presente o autor do fato, o juiz, o promotor e a vítima. A vítima estará presente, pois a lei prevê que haja um acordo entre o autor do fato e a vítima. Esse acordo será uma composição civil que extinguirá a punibilidade do autor do fato em face da renúncia automática ao direito de queixa ou de representação. Esse acordo homologado pelo juiz passará a ser título judicial e pode ser executado na esfera civil. Se o ofendido não tiver interesse em firmar um acordo, será na audiência de conciliação em que será exercido o direito de representação. Feita a representação, autorizando o estado a iniciar a ação contra o autor do fato, os autos serão remetidos ao Ministério Público, que por meio do promotor poderá: Requerer o arquivamento e encerrar neste momento sem que se inicie a ação penal. Se não requerer o arquivamento, proporá a transação penal. Transação Penal – existe entre o Promotor e o autor do fato. Medida que evita a ação penal. Ex.: uma proposta feita pelo Promotor ao autor do fato para que pague ‘X’ cestas básicas ou que preste serviços à comunidade por certo tempo. É uma espécie de acordo entre o Promotor e o autor do fato, porém não é igual à composição civil. Se aceita pelo autor do fato, será extinta a punibilidade, evitando a ação penal. Se o Promotor se recusar a fazer a proposta de transação penal, os autos serão remetidos ao PGJ, para que ele decida se é caso de oferecimento de transação penal ou não. No caso de o Juiz se recusar a proposta de transação penal, há duas opções para o promotor: Oferecimento de denúncia oral no ato. Ou os autos são conclusos ao Promotor que será feita denúncia escrita. Oferecida a denuncia, será marcada outra audiência, a de Instrução, Debates e Julgamentos. Nesta audiência começa com a defesa oferecendo uma resposta com o objetivo de impedir que o juiz RECEBA a denúncia. Se recebida a denúncia, abrirá a possibilidade da Suspensão Condicional do Processo (SUSPRO). Suspensão Condicional do Processo (SUSPRO) – o processo será suspenso por 2 ou até 4 anos, obrigando o autor do fato a comparecer bimestralmente ao processo para assinar um termo durante esse período, para que ao final seja extinta a punibilidade. O autor do fato, se possível, tem obrigação de tentar reparar o dano. O não cumprimento de reparação do dano, a multa ou a pena restritiva de direitos é causa de revogação obrigatória, e com isso, o desencadeamento da Ação Penal. O juiz pode especificar condições não expressas em Lei a que fica submetida a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação do acusado. Não pode fixar condições humilhantes ou impossíveis. A Suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime. NÃO correrá a prescricional durante o prazo de Suspensão Condicional do Processo. O Art. 76, da Lei 9.099/95 dispõe que NÃO se admitira a proposta de transação se ficar comprovado: Ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva. Em virtude do princípio de que as penas não podem ter efeitos perpétuos, prevalece o entendimento de que a transação, em tese, volta a ser cabível após o decurso do prazo de 5 anos, a conta do cumprimento da pena privativa de liberdade, nos termos do art. 64, I, CP. Ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo. O prazo conta-se da data em que foi realizada a primeira transação até a audiência preliminar referente ao segundo delito. Não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. Se o autor do fato não tiver direito a Suspensão Condicional do Processo, será feita a instrução nesta mesma audiência, prosseguindo para a oitiva das testemunhas de acusação, posteriormente as de defesa, logo depois o interrogatório final, debates (alegações finais das partes) e, finalmente, a sentença. Esta sentença poderá ser objeto de Apelação, no prazo de 10, que será julgada pela Turma Recursal. Também caberá este recurso para a decisão que rejeitar a denúncia ou a queixa. Turma Recursal – no Jecrim, os recursos não vão para o TJ, e sim para uma turma composta por três juízes como os de primeiro grau de jurisdição. Da decisão da Turma Recursal, NÃO cabe Recurso Especial, pois não é TJ. Por isso, cabe apenas Recurso Extraordinário para o STF. OBS: Cabe HC contra decisão da Turma Recursal. E este HC vai para o TJ ou TRF, obviamente observada a justiça do Juizado Especial no qual correu a Ação Penal. O Juizado Especial Criminal será provido por juiz togado, e todos os atos estarão sob seu controle e responsabilidade. Poderá, também, sem caráter de obrigatoriedade, ser composto por juiz togado e juiz leigo. Tanto na intimação do autor do fato, quanto no ato citatório, deverá constar a advertência da necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, na medida em que o envolvido poderá compor civilmente e transacionar, ocasião em que a presença de defensor é indispensável. Art. 63, Lei 9.099/95 - A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal. A competência para as infrações de menor potencial ofensivo será fixada pelo local em que for praticada a infração penal: “considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. É o que diz o art. 6º do Código Penal que, ao regulamentar o tema “lugar do crime”, adotou a teoria da ubiquidade. Trata-se, assim, de exceção à regra dos crimes em geral cuja competência territorial é fixada pelo local da consumação (art. 70 do CPP). Se houver conexão ou continência entre infração de menor potencial ofensivo e outra mais grave, prevalecerá a competência da Justiça Comum, inclusive em relação ao rito processual. Art. 94 da Lei nº 10.741/03(Estatuto do Idoso): Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099/95, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal
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