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CADERNO DIREITO PROCESSUAL PENAL II - PROF MAYANA SALES

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Aluna: Flávia P. Crusoé 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II 
Profª: Mayana Salles 
 
 
TEORIA GERAL DAS MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS E MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO 
 
1. Medidas Cautelares Pessoais 
As medidas cautelares são aplicadas pelo poder judiciário com a finalidade de resguardar o objeto jurídico penal, ou 
seja, são aplicadas no objetivo de acautelar algo no curso da investigação ou do processo, principalmente algo que 
afete o seu resultado final. 
 
1.1. Espécies 
-Natureza patrimonial: quando envolver o património do investigado ou do réu. 
-Natureza probatória: quando for necessária a produção antecipada de provas 
-Natureza pessoal: são aquelas que restringem, ou seja, diminui ou privam a liberdade do indivíduo. 
 
Obs.: A polimorfologia cautelar é o estabelecimento de medidas cautelares diversas da prisão 
 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou 
instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
V - Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência 
e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VI - Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver 
justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os 
peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do 
seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IX - Monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras 
medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
1.2. Características 
 Acessoriedade: significa dizer que para que se tenha uma medida cautelar é necessária a existência da 
investigação ou seja, ela não existe sozinha. 
 Instrumentalidade: possuem instrumentalidade qualificada, de modo que é um instrumento de um instrumento, 
ou seja, do processo, visto que a medida cautelar é um instrumento de salvaguardar o processo. 
 Sumariedade: a analise é feita de forma mais superficial, sem o aprofundamento de uma decisão de mérito, vez 
que o processo ou a investigação ainda esta em curso, nem a necessidade de um juízo de cert4eza, não 
significando que a decisão não é fundamentada, apenas sumária, superficial. 
 Preventividade: isto porque a medida cautelar visa a prevenção de danos ao curso da investigação e ao próprio 
processo criminal. 
 Provisoriedade: a medida cautelar pessoal é temporária, vez que pode ser modificada e existente enquanto 
houver necessidade, não tendo força de definitiva. 
 Revogabilidade: da mesma forma que o juiz pode decretar a medida, ele pode revogá-la, tanto de ofício, ou 
sem, sem manifestação das partes, ou após a manifestação de uma das partes. 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 Referibilidade: a medida cautelar deve se referir ao risco, vigorando a analise em relação à contemporaneidade 
do risco, ou seja, o juiz deve demonstrar o risco ao processo em curso e por isso a medida cautelar, devendo 
existir a relação entre a contemporaneidade e o risco ao processo ou à investigação. 
 Jurisdicionalidade: significa dizer que quem aplica as medidas cautelares é o poder judiciário, via de regra, vez 
que a existe exceção, como por exemplo, uma situação em que é aplicada a lei maria da penha e não há juiz no 
momento, possibilitando o delegado aplicar a medida cautelar, sendo controlado posteriormente pelo 
judiciário. 
 Legalidade: as medidas cautelares judiciais precisam estar previstas em Lei. 
 
1.3. Princípios 
 Presunção de inocência: enquanto não houver sentença penal condenatória transitada em julgado, considera-
se o reu diz presumidamente inocente, fazendo com que as medidas cautelares só sejam aplicadas em real 
necessidade. 
 Homogeneidade: é a necessidade de se analisar proporcionalidade entre a medida e o curso do processo e à 
possibilidade do sujeito ser condenado, não podendo, assim, a medida ser mais grave do que aquilo que o 
sujeito pode receber no fim do processo. 
 Vedação à prisão por força da lei: é a vedação automática a prisão que a lei mesmo estabelece. 
 Excepcionalidade: as medidas cautelares, principalmente as prisionais, são excepcionais, vez que a regra é a 
liberdade e a exceção a restrição da liberdade. 
 Princípio da confiança no juiz: é aquele que diz sobre a confiança depositada na ideia de que o juiz tem a 
capacidade e condição de decidir da melhor forma possível, considerando, até, a sua proximidade com o 
processo. 
 
Obs.: A medida cautelar, por via de regra, é decretada pelo judiciário analisando o caso concreto. Desta forma, o juiz de 
garantias estabelece o afastamento do juiz que decretou a medida cautelar, de modo que, caso a denuncia já para o 
Ministério Público, seja julgada por um juiz imparcial, vez que é considerado que o juiz que já decretou a prisão do réu, 
em determinado momento do curso do processo, não tenha mais contato e, a partir de então, seja conduzido por um 
juiz considerado “limpo”. 
 
1.4. Pressupostos 
Se fala em pressupostos no que se refere ao que é obrigatório, o que é necessário para se decretar a medida cautelar. 
 
Femus comissi delicti é a fumaça do cometimento do delito. Ou seja, trata da necessidade de se ter o crime para se 
decretar a medida cautelar de natureza criminal. Mas o crime por se só não é suficiente, sendo necessário o juiz 
demonstrar o perigo da liberdade, ou seja, a periculum libertatis. 
 
Cumpre destacar que as medidas cautelares prisionais são exceções por ser medidas mais drásticas e severas, 
considerando que, hoje em dia, existem outras medidas cautelares, além da prisão, e considerando, ainda, o sistema 
carcerário brasileiro. 
 
1.5. Poder geral de cautela 
No processo civil, o juiz pode decretar a medida cautelar que ele entenda mais adequada pra situação concreta, ainda 
que não prevista em lei. Todavia, no âmbito do processo penal, antes, as medidas cautelares deveriam ser aquelas 
previstas em lei, mas, o entendimento mais moderna entende que se pode utilizar do poder do magistrado para que 
ele possa aplicar a medida cautelar que mais se adeque no caso concreto. 
 
1.6. Necessidade e adequação 
Para que haja decretação de medida cautelar é necessário que tenha necessidade e adequação, ou seja, uma razão, 
demonstrada pelo juiz, e assim, se analisa a medida cautelar mais adequada, a partir da razão dela estar existindo. 
 
É possível que o juiz aplique mais de uma medida cautelar, ou seja, acumulativa, partindo do pressuposto da adequação, 
de modo que se o juiz julga não ser adequado, no caso concreto, apenas uma, poderá aplicar outras. 
 
1.7. Legitimidade para decretarÉ sobre a regra geral de só o juiz poder decretar medida cautelar, não podendo decretar de ofício. 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
A doutrina entende que, como o titular da denuncia é o Ministério Publico – MP, ele possa opinar quando a decretação 
da medida cautelar, mesmo que a lei se cale em relação a isso, fazendo com que, mesmo não sendo obrigatório, a 
maioria dos juízes acabem escutando o MP quanto à decretação da medida cautelar. 
 
Em caso de descumprimento de medida cautelar e o sujeito for flagrado, sendo essa diversa da prisão por razão obvias, 
o juiz volta a analisar a necessidade e adequação, podendo, assim, acrescentar outras medidas cautelares ou até 
substituir uma nova medida. 
 
1.8. Revogação 
Pode ser revogada de ofício ou a pedido das partes, quando o juiz entender que o motivo que fundamentava a 
decretação não existe mais, como por exemplo, quando as testemunhas de acusação já foram ouvidas, ou quando o 
sujeito já é preso definitivamente. 
 
 
PRISÕES 
 
1. Conceito 
 
Não se pode confundir prisão cautelar com prisão pena, vez que essa é imposta em decorrência de uma sentença penal 
condenatória transitada em julgado. Enquanto não houver transito em julgado e a referida sentença, qualquer prisão é 
a cautelar. 
 
1.1. Execução de uma prisão 
1.1.1. Mandado de prisão 
A prisão em flagrante não precisa de mandado, apenas a preventiva e a temporária. A regra para que seja executada 
uma prisão, a regra é a apresentação do mandado, porem, excecionalmente, em caso de crime inafiançável, é possível 
que a execução da prisão, já decretada pelo juiz, seja sem o mandado. 
 
 1.1.2. Restrição de horário e inviolabilidade domiciliar 
Para a prisão em flagrante não há restrição de horário, mas, a decretada, a preventiva e a temporária, é necessário que 
haja o respeito de horário, principalmente se envolver a violação domiciliar. 
 
1.1.3. Prisão em perseguição 
Prisão em perseguição ocorre quando o executor avista o condenado e o persegue, mesmo que depois o perca de vista. 
Ou então, quando sabe, por fontes confiáveis, que o capturado passou, há pouco tempo, em determinada direção. 
 
1.1.4. Prisão em território diverso da atuação judicial 
Quando realizada em outra comarca, o preso se apresenta à autoridade judicial do local da prisão, e depois é feita a 
remessa ao local da atuação judicial. 
 
Obs.: O uso de algemas é excepcional. Durante muito tempo era praticamente a regra. 
Súmula nº 11 do STF: Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob 
pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato 
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado" 
 
2. Prisão em Flagrante 
A ideia da prisão em flagrante é o sujeito ser pego cometendo o crime, ou seja, quando ele está acontecendo, de modo 
que a prisão acontece pelo a crime está sendo cometido. 
 
2.1. Natureza jurídica precautelar 
Majoritariamente se entende que a prisão em flagrante tem natureza precautelar, porque depois que ela acontece, o 
juiz analisa se existe a necessidade de se decretar uma medida cautelar ou não, fazendo com que o sujeito não fique 
preso por conta da prisão em flagrante e sim as consequências dessa. 
 
2.2. Fundamento 
 Cessar a lesão penal; 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 Colher o maior número de provas; 
 Evitar fuga do infrator; 
 Proteger o infrator. 
 
2.3. Sujeitos da prisão em flagrante 
 Sujeito ativo: quem realiza a prisão, quem prende. 
▪ Sujeito ativo facultativo: nos casos em que o sujeito tem a opção ou não de prender o criminoso. 
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja 
encontrado em flagrante delito. 
▪ Sujeito ativo obrigatório: aqueles que trabalham com a segurança pública tem a obrigação de realizar 
a prisão em flagrante. 
 Sujeito Passivo: é o sujeito que esta sendo preso. 
 
2.4. Espécies de flagrante 
Para o CPC, a prisão em flagrante deve ser feita dentro da legalidade, ou seja, dentro das hipóteses que a lei autoriza, 
materialmente legal. Depois de realizada, ainda é necessário atender as formalidades da autuação do flagrante, ou seja, 
quando ela é formalizada. 
 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - Está cometendo a infração penal; 
II - Acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser 
autor da infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da 
infração. 
 
Flagrante próprio 
(propriamente dito, 
real ou verdadeiro) 
É quando o sujeito está cometendo a infração penal (inciso I do art. 302 do CPP), de modo 
que entra perfeitamente no conceito de flagra. Também é considerado flagrante próprio 
quando o sujeito acabou de cometê-la (inciso II do art. 302 do CPP), de modo que ele não 
esta, ainda, praticando atos de execução, mas o crime acabou de acontecer. 
 
Flagrante impróprio 
(irreal ou quase 
flagrante) 
Nesse tipo de flagrante o sujeito é perseguido logo após a prática do crime, fazendo presumir 
ser ele o autor da infração penal (inciso III do art. 302 do CPP), de modo que a perseguição 
deve ser iniciada logo após a prática do crime e interrupta, vez que as autoridades podem 
até perder de vista o sujeito, mas não podem interromper a perseguição, já que caso 
interrompida, a prisão em flagrante deixa de ser autorizada. 
 
Flagrante presumido 
(ficto ou assimilado) 
Acontece quando o agente é encontrado logo depois da prática do crime (inciso IV do art. 
302 do CPP). 
 
Obs.: A doutrina costuma dizer que “logo após” da uma ideia de imediatidade, e que “logo 
depois” carrega uma ideia de lapso temporal um pouco mais extendido. 
 
Flagrante esperado 
É aquele realizado quando a autoridade policial já sabe que o crime vai acontecer, antes do 
crime acontecer, e apenas espera o ato executório para realizar a prisão em flagrante. É legal 
pois a autoridade policial, mesmo sabendo que irá acontecer, ela não tem envolvência 
nenhuma na ocorrência do crime. 
 
Flagrante preparado 
(flagrante provocado, 
crime de ensaio) 
Nesse caso, já um incentivo à prática do crime para que o flagrante possa ser realizado, 
existindo a figura do terceiro provocador, geralmente o policial, se diferenciando assim do 
flagrante esperado. É considerado pela maioria da doutrina e pelo STF, ilegal. 
 
Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação. 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
O fundamento para ser ilegal é a ideia de o agente estatal não poder estimular a a prática do 
crime para realizar a prisão em flagrante, de quem quer que seja. Há gente que acredite 
também que tanto o flagrante esperado, quanto o preparado, seja apenas um reflexo de um 
bom trabalho da polícia, que investigou e sabe da intenção de cometer o crime. 
Flagrante prorrogado 
(retardado, 
postergado, diferido 
ou ação controlada) 
É a espécie que a polícia posterga a prisão em flagrante com o objetivo de prender o maior 
número de agentes possíveis ou de colher o maior número de provas. Não é possível em 
todo e qualquer crime, é preciso haver previsão legal. 
Flagrante forjado 
É o flagrante em que o crime de fato não existe, ele é criado para prejudicar alguém e o 
sujeito ser preso em flagrante, sendo um tipo de flagrante ilegal, que encontra como 
dificuldade principal a questão probatória. 
 
Flagrante cataléptico 
É o flagrante da vingança, em que a autoridade policial realiza após não ter atendido um 
pedido de suborno. É como se tivesse o direito de prender, não realiza a prisão e depois 
realizaa prisão novamente. Acontece muitas vezes quando o sujeito não aceita o suborno da 
autoridade policial. É considerado ilegal justamente pela motivação da sua ocorrência. 
 
Apresentação 
espontânea 
A apresentação espontânea do sujeito na delegacia não tem como configurar a prisão em 
flagrante, mesmo que ele seja preso depois. 
 
 
2.5. Flagrante nos crimes habituais, crime permanente e crime continuado 
Crime permanente é aquele cuja execução se prolonga no tempo, e, nesses casos, enquanto não for cessada a 
permanência, a prisão em flagrante pode ocorrer. A mesma lógica para os crimes continuados, que é uma espécie de 
concurso de crimes, de modo que enquanto houver continuidade delitiva, a prisão pode ocorrer. 
 
Os crimes habituais são aqueles que é necessário que o sujeito realize o crime mais de uma vez, sendo necessária a 
habitualidade. Portanto, nesses casos, para a ocorrência da prisão em flagrante, a dificuldade é provar a certeza da 
habitualidade, vez que a doutrina diz que se aquela conduta que esta sendo flagrada for passível de prova de 
habitualidade, a prisão em flagrante pode ocorrer. Todavia, se a conduta se mostra, no primeiro momento, como isolada, 
a prisão, no primeiro momento, não pode ocorrer. 
 
2.6. Flagrante de acordo com a ação penal do delito praticado 
Nos crimes de ação penal publica incondicionada, o flagrante pode acontecer independente da vontade da vítima. Nos 
crimes de ação penal pública condicionado a representação e nos crimes de ação penal privada, é necessária a 
manifestação de vontade da vítima ou do seu representante. 
 
2.7. Formalidade para lavratura do auto de prisão em flagrante 
Deve considerar as hipóteses autorizadoras de quando pode ser realizada. Já sobre a lavratura do auto de prisão em 
flagrante, quem realiza é o escrivão, sendo que o delegado, a autoridade de polícia, é quem formaliza, então é necessário 
que ele esteja. 
 
I. Autoridade competente para lavratura; 
II. Necessidade de comunicação a família do preso ou a pessoa por ele indicada; 
III. Comunicação imediata ao juiz competente e ao MP; 
IV. Oitivas (condutor, testemunhas, vítima e conduzido, nessa ordem). 
→ Condutor: aquele que realiza a prisão e a primeira pessoa a ser ouvida, normalmente um policial. 
→ Testemunhas: pessoas que presenciou a infração e da realização da prisão. 
→ Vítima: caso haja alguma vítima a infração realizada. 
→ Conduzido: o sujeito que foi preso. 
 
-Nota de Culpa: documento que informa ao preso porque ele está preso que deve ser entregue ao preso em até 24hrs. 
 
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, 
ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão 
em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o 
motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
-Prazo: o auto de prisão em flagrante, ou seja, a formalização do flagrante e o envio para justiça, deve ser encaminhado 
em até 24hrs. Caso haja advogado, deve ser encaminhado para a defensória pública no mesmo prazo. 
 
-Liberdade concedida pelo delegado de polícia: a verificação sobre a possibilidade de conceder liberdade é feita pelo 
juiz, via de regra. A exceção é a liberdade provisória pelo delegado de polícia, nos casos de crimes com pouco potencial 
ofensivo, com pena em abstrato de até 4 anos. 
 
-Recolhimento do preso: o preso só é recolhido ao cárcere depois da formalização do flagrante. 
 
-Audiência de custódia: ela vem para estabelecer o contato visual do preso com o juiz, o MP e o defensor público ou 
advogado. Ocorre 24hrs após o auto chegar na justiça. 
 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
1. Conceito 
É a medida de contracautela que visa reestabelecer a liberdade, evitando-se assim, a decretação da prisão preventiva. 
Se discute, então, a liberdade do sujeito, não se ele é culpado ou inocente. É se ele pode ou não pode responder o 
processo em liberdade. 
 
O instituo, por ser mais antigo, traz consigo uma ideia que de prisão é a regra e a liberdade é exceção, mas, hoje em 
dia, o entendimento já é claro quanto a ideia de que a prisão sempre exceção. 
 
2. Relaxamento de prisão x Revogação da prisão x Liberdade provisória 
A expressão relaxamento traz a ideia da prisão ilegal. Assim, cumpre destacar que a ideia de ilegalidade trata da uma 
prisão realizada fora dos parâmetros. 
 
Ao se falar de revogação, se trata de dois tipos de prisão, a temporária e a preventiva. Se pede, então, a revogação da 
prisão quando houver discordância dos fundamentos apresentados para aquela decretação de prisão. 
 
Quando se estiver diante de uma prisão em flagrante realizada de forma legal, é solicitada a liberdade provisória, de 
modo que a defesa demonstra ao juiz que não há necessidade da prisão preventiva, ou seja, que seus requisitos não 
estão presentes, vez que antecede a decretação da prisão preventiva. 
 
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização 
da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou 
membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, 
fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
I - Relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - Converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, 
e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das condições 
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), 
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento 
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.964, 
de 2019) (Vigência) 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que porta 
arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no prazo 
estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização 
de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade 
competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305) 
 
3. Espécies de liberdade provisória 
3.1. Liberdade provisória obrigatória 
Essa espécie era específica de uma regramento, já não mais existente, que trazia a ideia do réu “livrar-se solto”, que 
previa certos tipos de “livramento” obrigatório, dependendo do crimeque foi cometido. Só que essa expressão não 
existe mais, mas a doutrina costuma dizer que ainda existe a liberdade provisória obrigatória, contemplando as situações 
em que o sujeito preso em flagrante permaneça, obrigatoriamente, solto. 
 
Ex.: Quando há flagrante de usuário de maconha, que não há necessidade de se analisar se precisa ou não que o sujeito 
permaneça preso. Ou então o sujeito que se envolve em um crime do Código de Trânsito Brasileiro e parar pra prestar 
socorro à uma vítima. 
 
3.2. Liberdade provisória vedada 
É a liberdade provisória que a própria lei proíbe, abstratamente, de ser concedida, sem analisar qualquer caso concreto. 
 
Quando se fala nessa espécie, é como se colocasse todos os sujeitos fossem iguais, vez que não há como se vedar a 
liberdade provisória sem analisar, concretamente, o caso e o sujeito. 
 
Obs.: O STF declarou inconstitucional a proibição da liberdade provisória nos crimes hediondos e aqueles previstos na 
Lei de Drogas, justamente pela impossibilidade de se julgar o caso de forma abstrata. 
 
Todavia, existe uma possibilidade de liberdade provisória vedada por lei, conforme descrito abaixo: 
 
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização 
da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou 
membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, 
fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que porta 
arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
 
3.3. Liberdade provisória possível 
É a liberdade provisória que é falada normalmente, possível de ser concedida e analisada pelo juiz para saber se vai ser 
concedida ou não. 
 
 3.3.1. Com Fiança 
A liberdade provisória com fiança é aquela que, para ser concedida, vai ser necessário uma espécie de calção, que tem 
como principal objetivo é efetivar o vínculo do sujeito com o processo. 
 
Importante destacar que quando é previsto um crime “inafiançável”, não significa dizer que não cabe a liberdade 
provisória genericamente, e sim, que não cabe a liberdade provisória através do pagamento do calção. 
 
FIANÇA = CALÇÃO PRESTADO DE DIVERSAS FORMAS, OBJETIVANDO ESTABELECER O VÍNCULO SUJEITO-PROCESSO 
 
O valor é decidido com base nos critérios objetivos e subjetivos. 
 
▪ Critérios objetivos: valor fixado com base no crime praticado. 
 
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
I - De 1 (um) a 100 (cem) salários-mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau 
máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - De 10 (dez) a 200 (duzentos) salários-mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for 
superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
I - Dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - Reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
▪ Critérios subjetivos: natureza da infração penal. 
 
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições 
pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a 
importância provável das custas do processo, até final julgamento. 
 
São as formas de prestação de fiança: 
 Depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos; 
 Títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; 
 Hipoteca inscrita em primeiro lugar. 
 
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, 
títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. 
§ 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita imediatamente por perito nomeado 
pela autoridade. 
§ 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será determinado pela sua cotação em 
Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus. 
 
Dessa forma, é estabelecido, ao afiançado, algumas obrigações, prevista no Código Penal. 
 
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for 
intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança 
será havida como quebrada. 
 
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão 
da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade 
o lugar onde será encontrado. 
 
Os crimes afiançáveis são dados por lógica, vez que são considerados aqueles que a lei não veta o pagamento de fiança, 
como por exemplo: 
 
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - Nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - Nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes 
hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
A liberdade provisória é concedida após a autuação da prisão em flagrante, antes, logicamente, da eventual decretação 
da prisão preventiva. 
 
A regra é que o juiz, com ou sem fiança, conceda a liberdade provisória, de modo que, de mesma forma, por regra, 
quem concede a fiança, também será o juiz. Mas o delegado também tem competência para conceder, nos crimes com 
pena de até 4 anos. 
 
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade 
máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
→ RÉU POBRE 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
São as possíveis consequências processuais da fiança: 
Cassação da fiança 
Vai ser cassada quando for concedida de forma equivocada, por erro. 
 
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase 
do processo. 
 
Reforço da fiança 
Será necessário quando for percebido que há uma necessidade de se complementar a fiança. 
 
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: 
I - Quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; 
II - Quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou 
caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; 
III - quando for inovada a classificação do delito. 
 
Fiança Inidônea 
É aquela que, quando solicitada, não é reforçada. 
 
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: 
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na 
conformidade deste artigo, não for reforçada. 
 
Quebra de Fiança 
É a ideia de que o Estado deposita ao sujeito uma certa confiança e ele a quebra. 
 
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:(Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
I - Regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; 
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - Deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; (Incluído pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
IV - Resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
V - Praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor, 
cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a 
decretação da prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Se o sujeito quebra a fiança, é dada a possibilidade ao juiz decretar outras medidas cautelares, 
além da prisão, ou a preventiva, e, ainda, decretar a perda, ao sujeito, da metade da fiança, 
ainda que ele seja absolvido no final do processo. 
 
Perda da fiança 
Quando o sujeito condenado não se apresenta para o cumprimento da pena, perdendo assim 
a totalidade aplicada em fiança. Se ele for condenado, se apresentar e não ter quebrado a 
fiança, o valor vai ser usado para outros gastos e o que sobrar, ao fundo penitenciário. 
 
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não 
se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta. (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o 
acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
3.3.2. Sem Fiança 
A liberdade provisória sem fiança é aquela que sera concedida sem nenhuma necessidade de pagamento algum. 
Vai haver a liberdade provisória sem fiança nas seguintes hipóteses: 
 Excludente de ilicitude: quando ocorre uma excludente na prática do crime; 
 Desnecessidade de prisão preventiva: quando o juiz entende que não há necessidade de preventiva e não cabe 
fiança; 
 Situação econômica do preso: quando, assim, ela indicar que o sujeito não tem condição de pagar a fiança, 
qualquer que seja o valor; 
 Liberdade provisória obrigatória: quando a própria lei decreta, como no caso do Código de Transito. 
 
3.3.3. Recurso Cabível 
 
 
CONTRA DECISÃO QUE CONCEDE A 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
CONTRA DECISÃO QUE DENEGA A 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
Cabe recurso em sentido estrito (RESE). 
 
Não há um recurso, apenas a possibilidade 
de impetrar um habeas corpus. 
 
 
 
PRISÃO PREVENTIVA 
 
1. Conceito 
É uma espécie de prisão cautelar decretada pelo poder judiciário, presumindo ordem judicial, desde que preenchidos 
os requisitos dos art. 312 e 313 do CPP. 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do 
crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. (Redação dada pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações 
impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência 
concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
 
Possui natureza jurídica de medida cautelar, já que visa proteger a percussão penal, tanto a investigação quanto o 
processo. 
 
2. Momento 
A prisão preventiva pode ser decretada tanto na fase de investigação quanto no curso do processo penal, segundo a 
jurisprudência. Em ambas as fases, a prisão preventiva não pode ser decretada de ofício, ou seja, é necessário que haja 
uma provocação do poder judiciário. Isto por conta da separação necessária para uma imparcialidade do juiz. 
 
3. Legitimidade 
O poder judiciário possui legitimidade para decretar a prisão preventiva, seja o juiz de 1ª ou 2ª instância. Já para requerer, 
pode o MP, o querelante e o assistente de acusação, podem requerer o interesse de decretação da prisão preventiva, 
enquanto quem pode representar é o delegado de polícia. O entendimento recente é de que não há como ocorrer a 
conversão do auto de prisão em flagrante em prisão preventiva, de ofício. 
 
4. Espécies 
 
Prisão Preventiva Originária É aquela que é a primeira prisão decretada, não deriva da prisão em flagrante. 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
Prisão Preventiva Derivada 
É aquela que deriva de uma prisão em flagrante, ou seja, aquela convertida 
em prisão preventiva. 
Prisão Preventiva Decorrente de 
descumprimento de outras medidas 
É possível decretar a preventiva em decorrência do descumprimento outras 
medidas cautelares não prisionais, anteriormente decretadas. 
 
5. Pressupostos 
São pressupostos da prisão preventiva, são os mesmos já citados, femus comissi delicti, ou seja, a necessidade de se ter 
o crime para se decretar a medida cautelar de natureza criminal, e ainda, o perigo da liberdade, ou seja, periculum 
libertatis. Isso é posto claro no art. 312, que demonstra as causas podem gerar a prisão preventiva. 
 
6. Hipóteses de justificação (art. 312 do CPP) 
Importante destacar que essas não são acumulativas, bastando apenas uma delas 
 
6.1. Garantia da ordem pública 
É a mais abstrata, vez que ordem pública tem uma relação com paz social, segundo a doutrina e a jurisprudência, ou 
seja, com a tranquilidade da vida em sociedade. A gravidade do crime deve ser levada em concreto, não abstratamente, 
ou seja, não há como se analisar o tipo penal em abstrato, e sim considerando o caso real. 
A periculosidade do agente também se relaciona com a garantia da ordem pública, vez que analisa qual o perigo que 
o agente demonstra a sociedade. Esta análise é feita juntamente com a ideia da vida progressa do sujeito, vez que a 
existências de ações penais demonstrariam uma certa personalidade do sujeito e sua conduta e, dessa forma, a sua 
periculosidade. De todo modo, é importante destacar a Súmula nº 444 do STJ não é aplicada nesse caso, apenas na 
dosimetria de pena. 
 
Súmula nº 444 do STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. 
 
O modus operandi, ou seja, como o crime foi executado e seu nível de crueldade também se relacionam com a garantia 
da ordem pública, vez que, quanto mais grave a forma que o crime foi realizado, consequentemente aumenta a sua 
gravidade no caso concreto e ainda, afeta mais a ordem pública, mesmo que comparado com outros casos do mesmo 
tipo penal em abstrato. 
 
Importante destacar que, mesmo que a teoria não preveja dessa forma, na prática o clamor popular acaba sendo um 
fundamento para a decretação da prisão preventiva, em casos de crime com grande repercussão social. 
 
6.2. Garantia da ordem econômica 
Nesses casos, é necessário que haja um crime com repercussão econômica não individualizada, de forma global, não 
estritamente relacionados ao património, como furto, mas sim como os crimes previstos na Lei de crimes tributários, 
por exemplo. 
 
6.3. Conveniência da instrução criminal 
Aqui se entende tanto a conveniência da investigação, quanto a do processo, ou seja, se entende que o perigo da 
liberdade do individuo vai pôr em risco o curso natural, normal, do qualquer um dos dois procedimentos. 
 
6.4. Assegurar a aplicação da lei penal 
Garante que o sujeito não se furte a aplicação da lei penal, é a garantia de que se o sujeitocondenado for, ele cumpra 
 que cumpra a pena garantida na tipificação penal. 
 
6.5. Descumprimento de outras medidas 
O descumprimento de uma medida cautelar não gera automaticamente a prisão preventiva, mas, pode ser considerado 
um argumento para a decretação da prisão preventiva. 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do 
crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. (Redação dada pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações 
impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
7. Hipóteses de admissibilidade (art. 313 do CPP) 
Aqui trata da legalidade da decretação da prisão preventiva, sendo as suas hipóteses: 
 Crime doloso com pena superior a 4 anos; 
 Reincidente em crime doloso; 
 Violência domésticas e familiar (não apenas a Lei Maria da Penha); 
 Prisão esclarecedora (art. 313, §1º do CPP). 
 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
I - Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
II - Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso 
I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa 
com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando 
esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade 
após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (Redação dada pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou 
como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
 
A diferença é que o art. 312, §1º trata das medidas cautelares não prisionais do art. 139, enquanto o art. 313 trata de 
medida específica protetiva à mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência 
 
Obs.: a prisão ilegal, mesmo reconhecida, não impede que o juiz decrete a preventiva, pois são fundamentos distintos, 
de modo que há como se acumular pedidos, o de relaxamento de prisão e o de liberdade provisória. 
 
8. Duração 
Não há prazo determinado para a prisão preventiva pelo CPP. 
O judiciário só analisava a durabilidade da prisão preventiva quando era provocado, sendo ela introduzida por lei, apenas 
no Pacote Anti-crime, que estabelece o prazo de 90 dias para revisão da prisão preventiva, enquanto ela ainda ocorra 
até o 2º grau, não gerando a liberdade automática do individuo caso não ocorra 
 
8.1. Configuração de excesso 
Existe a legação de excesso de prazo na prisão preventiva quando o processo em si, de acordo com o caso concreto, já 
passou de uma duração razoável. A dificuldade é exatamente essa, a dependência do caso concreto e a razão da demora. 
 
O reconhecimento do excesso, com a consequente revogação da prisão preventiva, não impede uma posterior nova 
decretação, desde que seja por um novo fundamento. 
 
O excesso reconhecido em relação a um corréu se estende ao outro, quando é algo genérico, mas quando o excesso 
tem uma relação pessoal com o individuo, não se estende. 
 
9. Apresentação espontânea 
O sujeito não pode ser preso em flagrante se se apresentar, espontaneamente, na delegacia, mas não impede a 
decretação de prisão preventiva, estando na legalidade e justificado. 
 
10. Revogação e relaxamento 
 
PRISÃO É ILEGAL → SE PLEITEIA O RELAXAMENTO 
PRISÃO É LEGAL E SE DISCORDA DO FUNDAMENTO → SE PLEITEIA A REVOGAÇÃO 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
PRISÃO TEMPORÁRIA 
 
1. Conceito 
Não esta prevista no CPP e sim na Lei nº 7.960, de 1989. Surge em meio de muita polêmica, por ter decorrido de uma 
medida provisória, e, portanto, por sua característica, houve ação de inconstitucionalidade. 
No mesmo ano surge a Lei nº 7.960, e o STF entende que ela não foi originada da medida provisória e, assim, trouxe a 
constitucionalidade da prisão temporária. 
 
A prisão temporária é uma espécie de prisão cautelar, decretada pelo juiz, exclusivamente na fase de investigação, que 
busca colher elementos relacionados à materialidade e a autoria delitiva. Ou seja, não há como se decretar prisão 
temporária na fase processual, de ação penal, caso aconteça é ilegal. 
 
Sua natureza é de medida cautelar, nesse caso, para assegurar o normal andamento da investigação. É importante 
destacar que a preventiva não se confunde com a temporária, sendo muito mais complexo a decretação da temporária, 
até pelo seu prazo. 
 
2. Requisitos 
São os requisitos de cabimento da prisão temporária são essencialmente o periculum libertatis e o femus comissi delicti: 
 Risco para o curso das investigação criminal; 
 O fato de não ter residência física ser um fator determinante, conjugado com a dificuldade para a investigação; 
 Dificuldade de esclarecimento da identidade do sujeito civilmente; 
 Fundada razão de autoria daquele sujeito, em determinados crimes. 
 
Art. 1° Caberá prisão temporária: (Vide ADI 3360) (Vide ADI 4109) 
I - Quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; (periculum libertatis) 
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua 
identidade; (periculum libertatis) 
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou 
participação do indiciado nos seguintes crimes: (femus comissi delicti) 
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); 
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, 
de 1940) 
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide 
Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) 
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, 
de 1940) 
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, 
combinado com art. 285); 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; 
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; 
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); 
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). 
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº 13.260, de 2016) 
 
Obs.: Além desses, também cabe prisão temporária nos crimes hediondos e aqueles equiparados, vez que a própria Lei 
dos Crimes Hediondos prevê a possibilidade de prisão temporária, complementando a Lei nº 7.960.Não sendo nenhum 
crime previsto nem hediondo, será uma prisão ilegal, incidindo, assim, o pleito de relaxamento. 
 
Para que o juiz decrete a prisão, o entendimento majoritário é de que o requisito disposto no inciso III deve sempre 
estar presente, junto com o inciso I ou o II, não sendo suficiente, para a decretação, a presença apenas do inciso III, 
podendo ser identificado junto com os outros dois incisos, ou apenas um dos outros dois. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2259375
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2629686
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art121
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art148
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art157
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art158
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art159
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art213.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art214
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art219
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art219
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art219
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art267%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art270
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art285
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art288
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6368.htm#art12
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7492.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13260.htm#art18
Aluna: Flávia P. Crusoé 
3. Procedimento 
 
→ Decretação: não há como haver decretação de prisão temporária de ofício, pelo magistrado, sendo decretada pelo 
juiz desde que haja um pedido nesse sentido. Assim, a temporária, por ser mais urgente, tem sua decretação mais rápida, 
portanto, é dado o prazo de pelo menos 24 horas para que seja o juiz decida sobre a decretação. 
 
→ Legitimidade para requerer: já a legitimidade para requerer é dada ao Ministério Público e para o Delegado de 
polícia irá representar, sendo que se vier desse, o juiz vai ouvir o MP antes, sendo direto dele, não há, logicamente, essa 
necessidade, decidindo o juiz direto. 
 
→ Requisitos: Periculum libertatis, sendo o perigo da liberdade nos contextos já vistos, e o femus comissi delicti, não 
sendo, no caso dessa prisão, aplicada a qualquer delito, apenas os previstos na Lei e os crimes hediondos. 
 
→ Prazo para decidir e duração da prisão: para decidir é dado o prazo de 24 horas ao juiz, por seu caráter de urgência, 
enquanto a duração da prisão é de 5 dias, prorrogáveis por mais 5 dias, não sendo automática nem decretada de ofício, 
sendo prorrogada apenas seguindo o entendimento manifestado pelo MP ou pelo delegado, fundamentado pelo juiz. 
Para os crimes hediondos ou equiparados a hediondos, o prazo é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, seguindo a 
mesma lógica de manifestação e decretação. É possível que haja mais de uma decretação de prisão, no sentido que 
deve apenas ser respeitado os dois prazos, seja os iniciais de 5 ou 30, e os secundários de 5 ou 30 também. Ou seja, no 
caso dos crimes hediondos, pode ser decretado 10 dias, e depois mais 20 dias, seguindo o prazo de máximo de 30 dias, 
não podendo ser decretado, por exemplo, 10 dias e depois mais 50 dias, porque por mais que esteja dentro dos 60 dias 
previstos, não respeita os dois prazos de 30 dias. Em tese, é possível ocorrer nos dois casos de prazos, mas na prática, 
mal acontece nos casos dos crimes hediondos, muito menos nos outros crimes com prazo de 5 dias. 
 
4. Recurso 
Caso o juiz indefira o pedido da temporária pelo MP, por exemplo, cabe recurso em sentido estrito (RESE), não sendo 
comum. Em caso da decretação do juiz, não cabe recurso, mas Habeas Corpus ou pedido de revogação/relaxamento. 
 
 
 
 
5. Conversão em prisão preventiva 
É possível que o juiz converta a prisão temporária em prisão preventiva, devendo seguir todo o rito da manifestação do 
MP ou do delegado, seguida da fundamentação do juiz. 
 
O STF reconheceu como fundamento para decretação a prisão temporária os requisitos indicado abaixo: 
 Indícios de autoria; 
 Necessidade de investigação; 
 Fatos contemporâneos a decretação; 
 Gravidade concreta do delito. 
 
 
PRISÃO DOMICILIAR 
 
1. Conceito 
Não se confunde com a prisão domiciliar prevista na Lei de Execução Penal, sendo que lá é tratada da prisão pena, e 
aqui será tratada da prisão cautelar. A prisão domiciliar, como prisão cautelar, é um substitutivo da prisão preventiva, 
nas hipóteses que a lei autoriza, sendo que o sujeito, o investigado, vai ficar recolhido em sua residência, só podendo 
sair com autorização judicial. É considerado da mesma forma, só não é na prisão. 
 
JUIZ INDEFERIU PEDIDO DE 
PRISÃO TEMPORÁRIA
CABE RECURSO
RECURSO EM SENTIDO 
ESTRITO - RESE
JUIZ DEFERIU PEDIDO DE 
PRISÃO TEMPORÁRIA
NÃO CABE RECURSO
CABE PEDIDO DE OU PEDIDO 
DE REVOGAÇÃO OU 
RELAXAMENTO
Aluna: Flávia P. Crusoé 
PRISÃO DOMICILIAR = PRISÃO EM CASA 
 
Significa dizer que o sujeito não pode sair de casa, não, necessariamente, impondo a limitação de entrada à visitantes, 
A dependendo do caso, pode haver medidas cautelares que regulem a visita de terceiros, mas sempre seguindo a ideia 
de que a decretação é imposta ao sujeito investigado, não podendo seus efeitos, em tese e formalmente, atingir outros. 
 
2. Requisitos 
É importante destacara que a prisão domiciliar decorre da prisão preventiva, de modo que se entende que seria 
decretada a preventiva, mas, por presença de certos requisitos, foi substituído por domiciliar. 
 
São os requisitos de substituição: 
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
I - Maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - Extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - Gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
V - Mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
VI - Homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído 
pela Lei nº 13.257, de 2016) → O PAI, DESDE QUE SEJA O ÚNICO RESPONSÁVEL (IDEIA DE IMPRESCINDIBILIDADE) 
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com 
deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018). 
I - Não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018). 
II - Não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018). 
Art. 318-B. A substituição de quetratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação 
concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018). 
 
O ónus da prova cabe a quem alega, ou seja, se o sujeito quer dizer que é imprescindível à criança de 6 anos, ele quem 
deve provar que é necessário, ou seja, o que tem intenção de ser beneficiado com a prisão domiciliar. 
 
Não havia, até então, Habeas Corpus – HC, um paciente, ou seja, o beneficiado, pessoas indeterminadas, ou seja, uma 
coletividade, sendo o primeiro caso de HC Coletivo foi direcionado para a substituição da prisão coletiva para a 
domiciliar, justamente por entender que o sistema prisional brasileiro não oferece a estrutura necessária, essencialmente 
para as mulheres, de fornecer o mínimo de direito sendo respeitado dentro do estabelecimento prisional. A decisão do 
STF, de certa forma, originou o art. 318-A. 
 
 
TEORIA GERAL DO PROCEDIMENTO 
 
1. Processo x Procedimento 
Se tem o conceito de processo em sentido amplo o conjunto de atos processuais, dirigidos a uma finalidade, ou seja, 
resolver um conflito, se materializando pelo procedimento. Em sentido estrito, se relaciona com os sujeitos processuais, 
em que se tem algum acusando, o MP ou querelante, o réu ou o querelado, se defendendo e, ainda, o Estado, decidindo 
o resultado do conflito. 
 
O procedimento já é o instrumento pelo qual se instaura e se finaliza o processo, ou seja, ele diz como o processo vai 
andar, como seguir, até o seu resultado. 
 
 
2. Fases do procedimento penal 
De forma geral, o procedimento penal tem quatro fases: postulatória (pedido), instrutória (prova), decisória (juiz) e 
recursal (duplo grau de jurisdição). 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
FASE POSTULATÓRIA → FASE INSTRUTÓRIA → FASE DECISÓRIA → FASE RECURSAL 
 
A fase postulatória é a fase inicial, em que se pede a condenação de alguém, seguindo a ideia de que ninguém pode 
ser condenado sem que haja um pedido, da parte interessada, para tal. A fase instrutória é a fase probatória, onde 
ocorre a audiência, produção de outras provas, a testemunha ouvida, onde irá se provar aquilo que foi alegado na fase 
postulatória. Em seguida, se instaura a fase decisória, em que o juiz irá analisar o que foi produzida na fase instrutória e 
decidir, de forma fundamentada e motivada, o resultado do pedido, baseando-se no princípio do livre convencimento 
motivado. Por fim, a fase recursal é quando uma das partes, seja acusação ou defesa, inconformada com a decisão do 
juiz, decide recorrer a uma instância superior, estabelecendo, assim, o duplo grau de jurisdição. 
 
3. Classificação dos procedimentos 
Existe o procedimento especial e o procedimento comum. 
 
→ Procedimento Especial: que pode estar previsto tanto no CPP, como na legislação extravagante, sendo aquele que 
traz um procedimento específico para determinados crimes. São exemplos de procedimento especial o procedimento 
do júri, que ocorrerá nos crimes dolosos contra a vida, ou, ainda, o tráfico de drogas previstos na Lei de Drogas, que 
estabelece da mesma forma um procedimento especial. 
→ Procedimento Comum: é o subsidiário, ou seja, são todos os tipos penais que não tiverem procedimento especial. 
 
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
I - Ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de 
pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
II - Sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa 
de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 
2008). 
§ 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei 
especial. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos 
arts. 406 a 497 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, 
ainda que não regulados neste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento 
ordinário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. 
(Incluído pela Lei nº 13.285, de 2016). 
 
3.1. Espécies de procedimento comum 
Há, basicamente, três tipos de procedimento: ordinário, sumário e sumaríssimo. Existem diversas diferenças entres eles, 
mas, essencialmente, se diferenciam os as penas dos crimes que estão sendo julgados. 
 
→ Procedimento ordinário: ocorre em crimes com penas até 4 anos ou mais. 
→ Procedimento sumário: ocorre naqueles com penas de mais de até 2 anos à até 4 anos incompletos. 
→ Procedimento sumaríssimo: ocorre nos crimes com até 2 anos de pena. 
 
A presença de qualificadoras ou privilégio, causas de aumento ou causas de diminuição e/ou concurso de crimes 
influenciam na determinação do procedimento a ser adotado. Já agravantes e atenuantes não influenciam, pois possui 
a fração definida pela doutrina e jurisprudência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCURSOS DE CRIME 
Concurso material: mais de uma conduta e mais de um crime, que tem regra de soma para aplicação da pena. 
Concurso formal: é o fato de que uma única ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes. 
▪ Concurso formal próprio ou perfeito: onde as multiplicidades de crimes decorrem da culpa, ou quando um 
resultado decorre de dolo e, os outros de culpa, utilizando assim, a exasperação, aumentando de 1/6 até 1/2. 
▪ Concurso formal impróprio ou imperfeito: ocorre a soma. 
Concurso continuado: é a regra da exasperação, sendo aplicado 1/6 até 2/3, até 3x. 
 
 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
Em caso de concurso de procedimentos, deve-se proceder normalmente analisando aquele que é mais amplo, que da 
mais possibilidade de defesa. Em caso de procedimento de júri, ele irá atrair o julgamento de outros crimes conexos, 
dolosos contra a vida. 
 
4. Aplicação das regras procedimentais 
Art. 394. § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro 
grau, ainda que não regulados neste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
O procedimento especial traz um procedimento específico para determinados crimes, como a Lei de Drogas, podendo, 
por exemplo, o CPP ser aplicado nesses casos, caso não seja conflitante. 
 
As hipóteses de rejeição da inicial estão previstas no art. 395 do CPP, como inépcia, ausência de justa causa, falta de 
condição da ação, enquanto o recebimento da inicial é tratado no art. 366, seja a queixa-crime, ou seja, a denúncia, e, 
no art. 397, são estabelecidas as hipóteses de absolvição sumária. Esses artigos podem ser aplicados à ambos os 
procedimentos, comum do próprio CPP, seja o especial, dentro ou fora do CPP. 
 
A prioridade de tramitação para os crimes hediondos está prevista no art. 394-A do CPP, sendo repetidas em algumas 
legislações especiais. 
 
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. 
(Incluído pela Lei nº 13.285, de 2016). 
 
Além do CPP, existe ainda leis que preveem a prioridade de tramitação – na teoria, já que na prática raramente acontece, 
só em casos de réu preso e réu solto, que acaba realmente acontecendo por causa dos prazos. É importante destacar 
que não existe uma sançãopara o não cumprimento dessa prioridade, vez que torna a sua aplicação prática ainda 
menor. São elas, por exemplo, a Lei de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, Lei Maria da Penha, que enfrenta 
menos problema por serem tratadas em varas especializadas, em alguns lugares, e o Estatuto do Idoso. 
 
5. Rito ordinário e sumário no procedimento comum 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na resposta à acusação, pode-se alegar aspectos processuais, como inépcia, ausência de justa causa, incompetência. 
Também pode-se alegar aspectos de mérito, considerando, assim, para a absolvição sumária do sujeito, aspectos como 
a tipicidade da conduta, excludente de ilicitude e de culpabilidade, salvo inimputabilidade – haja vista que se o sujeito 
for inimputável, não vai haver a absolvição sumária, e sim uma absolvição imprópria no final –, e, ainda, uma causa de 
extinção de punibilidade. É importante destacar que não é preciso, obrigatoriamente, alegar uma dessas hipóteses na 
resposta à acusação – o mais interessante na prática é alegar apenas que exista uma chance muita alta de absolvição 
sumária, de modo que, caso não seja muito provável, estaria apenas adiantando a tese de defesa. 
Ocorre petição inicial, que é a denúncia, nos crimes 
de ação pública, ou queixa crime, nos casos de ação 
privada, respeitando a regra do art. 41 do CPP. É 
preciso identificar aquele que está sendo acusado, 
além de narrar, de forma mais detalhada possível, o 
fato ocorrido e, por fim, solicitar, postular, a 
acusação. Na petição inicial, deve ter ainda a 
indicação do rol de testemunhas. 
 
É distribuída para uma Vara Criminal e, assim, o 
juiz que recebe o processo instaurado vai 
receber ou rejeitar a queixa crime ou a denúncia. 
 
Caso o juiz receba a petição inicial, o 
réu será citado, ou seja, será informado 
acerca da existência do processo. 
 
Após a citação, o réu tem o prazo de 10 
dias para apresentação a sua defesa 
escrita, ou seja, a sua resposta à acusação, 
à inicial, começando a contar no 1º dia 
útil seguinte depois da citação. 
 
É possível que na resposta à 
acusação pode levar à absolvição 
sumária (art.397), de imediato 
encerrando o processo. 
 
Não sendo o caso de absolvição 
sumária, segue para a audiência 
de instrução ou julgamento, com 
as oitivas. 
O juiz pergunta se as partes irão 
requerer diligência, não havendo, 
passa-se para as alegações final 
 
Havendo uma das hipóteses do 
art. 403, §3º ou art. 404, § único, 
passa-se para as alegações 
finais escritas, na prática no 
prazo de 5 dias, e com sentença 
escrita. Em regra, são feitas 
oralmente, com prazo de 20 
minutos (prorrogáveis por 
+10min caso a defesa requeira, 
para ambas as partes) e feita na 
audiência de instrução, sendo a 
última manifestação no 
processo. Se há diligência, as 
alegações finais serão 
obrigatoriamente escritas. 
Nesse momento se alega tudo o 
que tiver, como ainda teses 
relacionadas ao cumprimento 
da pena. 
 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver 
sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
I - A existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
II - A existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
IV - Extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
DIFERENÇAS ORDINÁRIO SUMÁRIO 
Número de testemunhas 8 testemunhas 5 testemunhas 
Prazo para ocorrer a 
instrução e julgamento, após 
a resposta à acusação 
60 dias 30 dias 
Requerimento de diligências 
Pode haver (art. 402 do CPP) 
 
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da 
audiência, o Ministério Público, o querelante e 
o assistente e, a seguir, o acusado poderão 
requerer diligências cuja necessidade se 
origine de circunstâncias ou fatos apurados na 
instrução. (Redação dada pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
 
Não há previsão legal. Mas nada 
impede que seja deferido caso haja 
pedido para. 
Alegações finais 
Pode ser realizada de forma escrita em casos 
previstos em lei. 
Não há previsão legal para 
manifestação escrita, mas acaba 
sendo realizada na prática. 
Sentença 
É possível a conclusão dos autos para que 
seja proferida sentença. 
Deve ser proferida oralmente, mas 
não há previsão legal para 
sentença escrita. Na prática 
 
5.1. Realização da audiência 
Primeiramente vai ocorrer as oitivas, na ordem já estudada: primeiro a vítima, depois das testemunhas de acusação 
depois das testemunhas de defesas e por último o reu. O importante é que ordem seja seguida. Em seguida, é realizado 
o reconhecimento de coisas e pessoas. 
 
O interrogatório é entendido hoje como um meio de autodefesa, sendo um meio que o reu tem de contar a versão dele. 
Uma vez marcado o interrogatório, o reu tem o direito de não comparecer ou então de ir e não falar nada, exercendo o 
direito constitucional de permanecer em silêncio, ou até mesmo de só responder as perguntas das defesas. 
 
 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
 
1. Previsão Constitucional 
O procedimento sumaríssimo para os crimes cuja pena não ultrapassa dois anos, previsto na Constituição, na Lei 
9.099/95, no âmbito estadual, que prevê os juizados especiais criminais, e na Lei nº 10.259/01, no âmbito federal. 
 
A Lei 9.099/95 trata tanto dos juizados civis, quanto dos criminais, a partir do art. 60. Trata, assim, do procedimento 
sumaríssimo para os crimes considerados de menor potencial ofensivo, quando se tem uma contravenção penal ou, 
como dito, crimes cuja pena máxima em abstrato não ultrapasse dois anos. 
 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais 
e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada 
pela Lei nº 11.313, de 2006) 
 
2. Conceito de infrações de menor potencial ofensivo 
São as contravenções penais ou os, crimes cuja pena máxima em abstrato não ultrapasse dois anos. 
Aluna: Flávia P. Crusoé 
As causas de aumento e diminuição influenciam na definição do procedimento que será aplicado, da mesma forma das 
qualificadoras e que a regra de concurso de crimes. Não se leva em consideração as agravantes e as atenuantes, vez 
que não há previsão expressa de fração de agravar e de atenuar. 
 
 
 
Para a análise se competência vai ser o juizado ou não, o aumento sempre vai ser o máximo possível e, havendo causa 
de diminuição, irá se diminuir o mínimo possível. 
 
O juizado criminal especial tem como objetivo principal a reparação do dano sofrido pela vítima, vez que vai tentar, de 
todas as formas, realizar um acordo entre o autor do fato e a vítima. Tem ainda o objetivo da aplicação de pena não 
privativa de liberdade, vez que, o sujeito foi preso cometendo um crime de menor potencial ofensivo, na delegacia, ele 
apenas assina um termo de comprometimento de comparecimento ao juizado e liberado. 
 
O procedimento sumaríssimo, ainda que haja crime de menor potencial ofensivo, não ira ocorrer em: 
 Crimes contra a mulher, lesão corporal leve (Vara da Paz), não se aplicando nenhum benefício da Lei 9.099/95; 
 Citação por edital, ou seja, quando não for encontrado o réu, então o procedimento que começa no juizado é 
encaminhado para a justiça comum, com outro tipo de procedimento; 
 Crimes militares; 
 Provas muito complexas, mais detalhada, perícia ou até um maior número de testemunhas. 
 
É um procedimento mais simples, norteado pelos seguintes princípios: 
 Oralidade – a resposta a acusação, por exemplo, é feita de forma oral, só sendo reduzido a termo aquilo que 
for realmentenecessário, vez que a oralidade é um princípio que garante diversos dos outros princípios; 
 Simplicidade; 
 Informalidade; 
 Economia processual; 
 Celeridade; 
 Publicidade. 
 
→ CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA (TRANSFERÊNCIA DO JUZADO PARA JUSTIÇA COMUM): 
 Necessidade de citação por edital ou carta rogatória (art. 66, Lei nº 9.099/95); 
 Complexidade da causa (art. 777, §2º, Lei 9.099/95) 
 Conexão e continência, vez que caso haja um crime de menor potencial ofensivo conexo a um de maior 
potencial, se estabelece o julgamento do crime de menor potencial ofensivo de acordo com o procedimento 
do crime mais grave, não significando dizer que o sujeito não receba os benefícios da Lei 9.099, como uma 
proposta de transação penal, o que não ocorre são julgamentos separados, se há conexão. 
 
2.1. Competências relativa x absoluta e territorial 
A competência é relativa vez que, no juizado, a importância é que os benefícios sejam respeitados. 
 
LJE - Lei nº 9.099 de 26 de setembro de 1995 
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. 
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, 
atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei. 
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo. 
 
Já a competência territorial é dada através do lugar da infração de menor potencial ofensivo 
 
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal. 
 
PARA CONTRAVENÇÕES E CRIMES 
COM PENAS ATÉ 2 ANOS
PARA CRIMES COM PENAS ACIMA 
DE 2 ANOS ATÉ 8 ANOS 
INCOMPLETOS
PARA CRIMES COM PENAS DE 8 
ANOS PARA MAIS 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO PROCEDIMENTO SUMÁRIO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/LJE-Lei-n-9.099-de-26-de-Setembro-de-1995#art-65_par-1
Aluna: Flávia P. Crusoé 
 
 
3. Medidas despenalizadoras 
Após o boletim de ocorrência de um crime de menor potencial ofensivo e a assinatura do autor do fato no termo de 
compromisso de comparecimento ao juizado, quando for intimado, é feito na delegacia um Termo Circunstanciado de 
Ocorrência – TCO, que é uma espécie de inquérito simplificado. 
 
Depois irá ocorrer o envio desse termo para o juizado especial criminal, onde existe a fase preliminar, que prevista 
ocorrer obrigatoriamente, independente de denúncia ou queixa formal. Na audiência preliminar, que ocorre nessa fase, 
nada mais é que uma audiência de conciliação, onde duas coisas podem acontecer: composição civil dos danos e 
transação penal, que são medidas despenalizadoras. 
 
O juizado tenta evitar a imposição de pena, seja privativa de liberdade, seja de restrição de direito. 
 
▪ Composição Civil dos Danos 
A primeira medida despenalizadora é a composição civil dos danos, prevista no art. 62, em que há, na teoria, o 
conciliador, promotor (o que na prática pouco acontece), autor do fato e vítima, se houver, e os defensores. Nessa 
audiência preliminar vai ocorrer, logo de início, a tentativa do conciliador de conciliar as partes. 
 
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, 
economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a 
aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.603, de 2018) 
 
O objetivo é estabelecer a conciliação das partes, tendo ou não indenização, ou apenas uma retratação, dependendo 
muitas vezes do tipo de dano, que não necessariamente será patrimonial. Assim, no âmbito penal, a sentença que 
homologa a composição civil dos danos acarreta a renúncia do direito de queixa-crime ou de representação, 
renunciando ao processo. 
 
A representação, que ocorre na ação penal pública condicionada, pode ser feita na audiência preliminar, mas, 
possivelmente, esse direito é exercido anteriormente, podendo até ser reiterada, mas não necessariamente irá ocorrer, 
primeiramente, na audiência preliminar. 
 
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o 
direito de representação verbal, que será reduzida a termo. 
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que 
poderá ser exercido no prazo previsto em lei. 
 
▪ Transação Penal 
Não havendo composição civil dos danos, já que se encerraria o processo naquele momento, ocorre a proposta de 
transação penal, ainda na mesma audiência. 
 
TRANSAÇÃO PENAL = ACORDO ENTRE MINISTÉRIO PÚBLICO E AUTOR PARA FIM DO PROCESSO 
Infração de menor 
potencial ofensivo
Termo circunstanciado
Juizado Especial 
Criminal (JECRIM)
Marcação a audiencia 
preliminar de 
conciliação
Tentantiva de composição 
civil (vítima-autor do fato), 
gerando a renúncia ao direito 
de queixa ou de 
representação).
Caso a ação penal for pública 
incondicionada, eventual 
composição civil não gera 
renúncia ao direito
Representação (em 
penal pública 
continuada) sempre 
na ação penal publica 
incondicionada 
Avaliação se cabe 
proposta de acordo 
para transação penal 
(MP-autor do fato, 
sem participação da 
vítima)
Denúncia oral e 
as partes ja saem 
intimadas para a 
audiencia de 
inscrição.
Aluna: Flávia P. Crusoé 
A transação penal, extingue a punibilidade, não é assunção de culpa, é apenas uma forma de dizer que prefere aceitar 
a transação penal do que ser processado, ainda que seja um processo no Juizado. Via de regra, a vítima não se manifesta 
em relação a transação. 
 
Deve ser proposta na audiência de conciliação, preliminar, após a tentativa de composição civil dos danos. 
 
São os requisitos para a proposta de transação penal: 
 
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de 
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser 
especificada na proposta. 
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. 
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: 
I - Ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; 
II - Ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos 
termos deste artigo; 
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as 
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. 
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. 
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos 
ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no 
prazo de cinco anos. 
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. 
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo 
para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no 
juízo cível. 
 
Na prática, o respeito aos prazos acontece muito pouco, vez que a chance do sujeito ser beneficiado com a proposta 
de transação penal, mesmo que tenha sido anteriormente, é muito alta. 
 
Importante destacar que cabe transação penal em ação penal privada, de modo que quem faz a proposta de transação 
é o Ministério Público, não o querelante, segundo o entendimento mais atual. De todo modo, ele precisa estar presente. 
 
Enunciado nº 112 do FONAJE – Na ação penal de iniciativa privada, cabem transação penal e a suspensão condicional 
do processo, mediante proposta

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