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AULA O sistema respiratório têm a função de realizar as trocas gasosas. Então o sangue chega desoxigenado no pulmão, passa pelo alvéolo, ocorre a hematose; a hemoglobina vai transportar oxigênio até os tecidos; e no tecido o oxigênio é trocado por gás carbônico. A vantagem da hemácia ser bicôncava, é porque amplia a superfície de troca. Se tivermos doença que altera a conformação da hemácia ou que altera o saco alveolar, podemos ter uma dificuldade para a troca gasosa. Qual o benefício da tosse? Eliminação de secreção, proteção contra a inspiração de alimentos e corpos estranhos. Quando têm lesão na mucosa ciliar, há a tosse. Quanto estamos em um lugar com muita poeira, há o espirro, como mecanismo de defesa. Para a tosse ocorrer, precisamos ter a inspiração rápida profunda, seguida por fechamento da glote e contração dos músculos respiratórios, terminando expiração forçada e abertura súbita da glote. As vias aferentes da tosse são mediadas nervo vago (X par) que vai até o centro bulbar da tosse, que responde com as vias eferentes, por meio do laríngeo recorrente (responsável pelo fechamento da glote) e do frênico (que inerva o diafragma). Quando que vamos ter tosse? Se tivermos uma condição inflamatória, poderemos ter hiperemia, edema, secreções, ulcerações ou processo alérgico; se for uma via mecânica, teremos a poeira; um corpo estranho pode ser um alimento; e aumento ou diminuição da pressão pleural, no caso do derrame ou atelectasia, vão também provocar a tosse. Tosse química é provocada por gases irritantes ou por causa do refluxo gastro-esofágico. Tosse térmica é quando a pessoa tosse quando entra em contato com o frio. A tosse é um mecanismo normal de defesa. Semiologia da tosse: duração da tosse (aguda, crônica ou recorrente), frequência (quantas vezes o indivíduo tosse nas 24 horas;e se é raro ou frequente), intensidade (acentuada quando a causa está relacionada com dor torácica, dor abdominal, se levou a rouquidão, se provocou náuseas, se provocou vômito, se provocou síncope, se teve chiado ou broncoespasmo ou sibilo), tonalidade (quintosa, que acontece durante a madrugada com sensação de asfixia e às vezes vômito, sendo comum em indivíduos com coqueluche; tosse de cachorro pode nos ajudar a caracterizar a doença de origem laríngea ou traqueal); qualidade (seca ou úmida, que quer dizer que a tosse é produtiva), período do dia que é mais frequente a tosse (se ocorrer matutinamente, é possível que seja bronquiectasia ou DPOC; se for noturno, pode ser asma brônquica ou asma cardíaca), fatores associados (é se a tosse acontece com decúbito, ou se a tosse está relacionada a exposição a agentes irritantes, por exemplo, poluição e cigarro), também é importante ficar atento ao local onde ocorre a tosse, relação com a refeição (típico do DRGE), relação com risos intensos e sintomas associados, como, por exemplo, dispnéia e sibilância. Nós iremos classificar a tosse em: Aguda - até 3 semanas Subaguda - entre 3 e 8 semanas Crônica - mais de 8 semanas Tosse seca pode ter como causas asma brônquica, rinite alérgica, a DRGE, a rinossinusite, o uso de inibidores da ECA (captopril e Enalapril), doenças do interstício pulmonar, câncer de pulmão e tuberculose pulmonar. Tosse produtiva (com secreção) pode ser encontrada na DPOC (predomina no período matutino), as bronquiectasias ( também é uma tosse matutina com secreção volumosa) e no abscesso pulmonar (eliminação repentina de grande quantidade de expectoração com conteúdo necrótico do abscesso) Em relação a expectoração (catarro) pode ser purulenta ou sanguinolenta(escarro hemoptóico) ou hemorrágica (hemoptise) Em condições normais, temos a produção de 100ml de muco por dia. A expectoração pode ser serosa( ou seja, translúcida com pouca célula e parece uma saliva e uma clara de ovo), mucóide (esbranquiçada com mais células e com o caráter viscoso parece com aspecto leite) purulenta (pode ser amarela ou esverdeada) e a hemoptóica( com rajas de sangue no meio da secreção). Toda vez que estamos caracterizando a secreção, é importante quantificarmos o volume dela com volumes de referência, como, por exemplo, uma colher de chá, colher de sopa e xícara de chá. Também temos que pesquisar o odor, pois os odores pútridos falam a favor de infecção por anaeróbio. Tosse vômica é a eliminação brusca, por meio da glote, de uma quantidade abundante de pus ou líquido de aspecto mucóide ou seroso. Qual a doença que é comum o paciente relatar vômica? É comum no abcesso pulmonar e na bronquiectasia. Caverna tuberculose é quando o indivíduo com tuberculose têm seu parênquima pulmonar destruído, formado por um buraco oco, que se enche de líquido diariamente. A hemoptise têm origem alveolar ou brônquica. Na brônquica ocorre ruptura de vasos, enquanto que na alveolar, há ruptura de capilares. Se tivermos uma ruptura de vasos, iremos têm uma hemoptise de maior volume e se for alveolar, nós teremos a ruptura de uma quantidade menor. Em relação a hemoptise, vamos classificá-la como maciça (maior que 300 ml) e não maciça (menor que 300 ml). As causas de hemoptise são as infecções brônquicas, câncer de pulmão, tuberculose, trauma torácico e embolia pulmonar. A tuberculose é uma doença crônica, ou seja, os sintomas graduais, sendo que a tosse é prolongada. A cianose é a coloração azulada da pele e mucosas que resulta do aumento de hemoglobina não oxigenada ou derivada de hemoglobina anormal (metahemoglobina ou sulfahemoglobina, que têm uma avidez muito grande pelo oxigênio) nas áreas perfusão sanguínea. A quantidade de hemoglobina não oxigenada têm que ser superior a 5g/ml. Então o indivíduo que têm anemia, dificilmente conseguiremos detectar a cianose nele, por ele ter menos hemoglobina. A cianose pode ser segmentar ou generalizada. Se tivermos mais 5g/ml de hemoglobina reduzida, haverá cianose. Quando ela vai ser central? Por hemoglobina anormal. Insuficiência cardíaca congestiva (cianose mista), hipoxemia (haverá uma diminuição da oferta de oxigênio), choque cardiogênico (estase venosa e circulação lenta, provocando cianose periférica), obstrução arterial ou venosa (trombo), vasoconstrição generalizada por exposição ao frio excessivo. No fenômeno de raynaud, temos cianose periférica. No fenômeno de raynaud, temos estase venosa ou diminuição do calibre do vaso da microcirculação. Na cianose central, há uma oxigenação insuficiente do sangue na passagem pelo capilar pulmonar. Isso acontece por a pessoa estar em grandes altitudes, por transtorno da ventilação(doenças pulmonares, em geral, a troca gasosa fica comprometida), transtorno da difusão, transtorno da perfusão e shunts direito-esquerdo. que acontecem em cardiopatias congênitas, por exemplo. No caso da insuficiência cardíaca, nós temos causa mista, porque nós temos tanto estase venosa (por causa de lentificação no fluxo), quanto deficiência no mecanismo de troca gasosa. Não é qualquer insuficiência cardíaca que vai levar a cianose, apenas as maisgraves, que possuem, por exemplo, dispneia de repouso. Quais as principais causas que levam a uma cianose do tipo central? Alteração da ventilação pulmonar (tumores, corpo estranho, bronquite, enfisema, asma, atelectasia, pneumotórax, derrame pleural e assim por diante); alteração da oxigenação pulmonar, ou seja, o alvéolo está cheio de secreção impedindo a troca (pneumonia, congestão pulmonar, shunt, tetralogia de fallot e estenose pulmonar) Causas periféricas: vasoconstrição por exposição ao ar ou a água fria, fenômeno de raynaud, obstrução arterial (aterosclerose, tromboangeíte obliterante, trombose venosa e hipotensão grave) As de causa mista podem ser a ICC e alteração de hemoglobina. Características semiológicas da cianose: início de instalação (se foi ao nascer, podemos pensar numa cardiopatia congênita como na tetralogia de fallot, se foi súbito ou insidioso); fatores de piora ou melhora ( se altera com esforço físico ou exposição ao frio); sintomas associados( dispnéia, sonolência, irritabilidade, hipocratismo digital); a localização, se é central (boca, nariz, orelhas e nos membros) ou segmentar; e na intensidade iremos graduar em cruzes. CONCEITOS Tosse e expectoração 1. Descrever os fenômenos que acontecem no sistema respiratório durante um episódio de tosse Usualmente , a tosse tem início por inspiração rápida e de maior profundidade ( cerca de 2, 5 litros de ar são inspirados) , sobrevêm o fechamento da glote, com duração de 0, 2 segundos, durante os quais ocorre aumento da pressão abdominal , pleural e alveolar, alcançando 50 a 100 mmHg. Este nível pressórico é obtido pelo diferenciado esforço expiratório, dependente de interações opostas desenvolvidas pelos músculos respiratórios da caixa torácica, abdominal e o diafragma. Os músculos abdominais se contraem, empurrando o diafragma para cima, enquanto outros músculos também se contraem intensamente . A glote é , então, aberta ativamente , enquanto a pressão subglótica mantém -se em ascensão. O fluxo expiratório em direção à boca acelera- se rapidamente, atingindo o seu pico em 30-50 mili segundos, podendo exceder 12 litros por segundos. As oscilações do ar e do tecido determinam ruído explosivo característico. Nesse período, ocorre colapso parcial da traquéia inferior e brônquios, contributivo ao pico transitório de fluxo observado no ápice da expiração sustentada. Cerca de 0,5 segundo após, ocorrida a expiração de um litro de ar, o fluxo cessa dependente do fechamento da glote, determinando a queda da pressão alveolar a zero. De acordo com as diretrizes brasileiras no manejo da tosse, o ato de tossir, consiste nas fases: inspiratória, compressiva e expiratória, seguindo-se a fase de relaxamento. Fase inspiratória: quanto maior for a inspiração, mais eficaz será a tosse, pois ocorrerá uma dilatação brônquica. Fase compressiva: fechamento da glote seguida por ativação dos músculos respiratórios e abdominais, que aumentam a pressão intratorácica até 300 mmHg. Fase expiratória: abertura da glote, com saída do ar em alta velocidade Fase de relaxamento: há um relaxamento da musculatura e o retorno das pressões aos níveis basais. 2. Construir e interpretar um mapa conceitual da fisiopatologia da tosse Os receptores da tosse podem ser encontrados em grande número nas vias aéreas altas, da laringe até a carina, e nos brônquios, e podem ser estimulados por mecanismos químicos (gases), mecânicos (secreções, corpos estranhos), térmicos (ar frio, mudanças bruscas de temperatura) e inflamatórios (asma, fibrose cística). Também podem apresentar receptores para tosse a cavidade nasal e os seios maxilares (nervo trigêmio aferente), a faringe (nervo glossofaríngeo aferente), o canal auditivo externo e a membrana timpânica, a pleura, o estômago (nervo vago aferente), o pericárdio e diafragma (nervo frênico aferente), e o esôfago.(4) Os receptores de tosse não estão presentes nos alvéolos e no parênquima pulmonar. Portanto, um indivíduo poderá apresentar uma pneumonia alveolar com consolidação extensa, sem apresentar tosse. 3. Listar causas de tosse quanto à origem do estímulo A tosse resulta de estimulação dos receptores da mucosa das vias respiratórias. Os estímulos podem ser: ▪ Natureza Inflamatória: hiperemia, edema, secreções e úlcerações (asma). ▪ Mecânica: poeira, alergia, irritação das vias aéreas, corpo estranho, aumento ou diminuição da pressão pleural como ocorre nos derrames e nas atelectasias. ▪ Química: gases irritantes, inalantes, contato com ambientes insalubres e pós químicos. ▪ Térmica: frio ou calor excessivo, extremos de temperatura. 4. Descrever os tipos de tosse Tosse seca (irritativa sem catarro) Trata-se de uma tosse que não produz secreção, e os sintomas normalmente são vontade constante de tossir, sensação de irritação e secura na garganta. Além disso, costuma piorar durante a noite e persistir por várias semanas.As possíveis causas incluem laringite, dor de garganta, amigdalite, sinusite, refluxo gastroesofágico e exposição a agentes irritantes (poluição, fumaça etc.). Tosse produtiva (com catarro) Essa tosse apresenta uma secreção produzida especificamente para limpar as vias respiratórias. Geralmente está associada a uma gripe ou resfriado, mas também pode ser decorrente de um quadro de pneumonia, bronquite ou asma.Muitas vezes, a tosse pode vir acompanhada de muco amarelo-esverdeado, caracterizando uma tosse purulenta. Isso ocorre quando há uma infecção nas vias respiratórias Tosse medicamentosa A tosse também pode ser efeito colateral de alguns medicamentos, principalmente os inibidores de enzimas ECA, comumente indicados para tratar a pressão alta. Tosse alérgica A tosse alérgica é causada por uma reação a alguma substância. Uma reação alérgica acontece quando o sistema imunológico identifica algo como uma ameaça de maneira equivocada e o ataca.Por exemplo, amendoim não representa um risco para o corpo, mas algumas pessoas são extremamente alérgicas a ele. O sistema imunológico, ao perceber o amendoim, acredita estar em perigo e reage.O resultado são as alergias, que nem sempre são tão intensas, podendo se apresentar apenas com sintomas leves. Estas reações podem causar tosse, além de coceira incômoda na garganta. Tosse espasmódica A tosse espasmódica é uma crise de tosses intensas, que pode impedir ou dificultar a respiração enquanto ocorre através de espasmos musculares repetidos. Tosse paroxística (tosse convulsa) A palavra paroxística, na medicina, é usada no sentido de “máxima intensidade”. É o sintoma mais comum da coqueluche e se apresenta como crises de tosse seca e severa. Tosse aguda e subaguda As tosses mais comuns são as mais breves, que duram apenas o tempo necessário para a defesa do pulmão. Enquanto a tosse aguda dura menos de três semanas, a subaguda dura de três a oito semanas. Tosse crônica A tosse é considerada crônica quando persiste por mais de dois meses. Tosse quintosa Em acessosque cedem em pequenos intervalos, associada a vômitos e sensação de asfixia. Típico da Coqueluche. Tosse bitonal Paresia ou paralisia de uma das cordas vocais, comprometimento do laríngeo recorrente à esquerda. Tosse rouca Ela é própria da laringite crônica, típica do tabagismo e da tuberculose. Tosse reprimida È a que o paciente evita em razão da dor abdominal ou torácica que ela provoca. Tosse psicogênica ou emocional A tosse psicogênica é uma causa rara de tosse crônica em adultos. Esta tosse é persistente, interrompe as atividades cotidianas e pode causar morbidez a longo prazo. Em contraste com a tosse de origem orgânica, na qual a causa física pode ser diagnosticada, na tosse psicogênica não é observada nenhuma evidência clínica ou laboratorial de doença. Tosse vômica, que é um tipo de expectoração É a eliminação de líquido ou pus através da glote. Pode ser única ou fracionada, sendo brusca. Comum em abscessos que drenam para a árvore brônquica, podendo ser abscesso subfrênico ou em empiema (abscesso pleural). É sempre mucopurulenta. Não é exclusiva de doenças torácicas). Suas causas mais frequentes são o abcesso pulmonar, o empiema, as mediastinites supuradas e o abscesso subfrênico. 5. Identificar causas de tosse aguda e de tosse crônica Tosse Aguda: duração inferior a três semanas. Doenças de baixo risco: Resfriado, gripe, sinusite aguda, traqueobronquites agudas, rinite, exposição a alérgenos e irritantes, medicamentos, exacerbações de asma, DPOC e rinossinusites. Doenças de alto risco: exacerbações graves de asma, DPOC ou rinossinusites, pneumonia, edema pulmonar cardiogênico e embolia pulmonar. Tosse Subaguda: duração entre três e oito semanas. Pós infecciosa: história recente de virose. Outras causas: as clássicas da tosse crônica como asma e síndrome das vias aéreas superiores (rinossinusites), doença do refluxo gastroesofágico, bronquite eosinofílica e doenças broncopulmonares evidenciadas pela história clínica, exame físico e exames de imagem Tosse Crônica: duração de mais de oito semanas - DPOC, asma crônica e tuberculose 6. Definir expectoração e descrever suas características O escarro é uma mistura de secreções eliminada pela boca, cuja composição inclui material proveniente do trato respiratório inferior, boca e nasofaringe. VOLUME: A quantidade de escarro pode ser avaliada pelo volume diário equivalente a valores como uma colher de sopa, duas colheres de sopa, meio copo, um copo etc. Seria o volume correspondente a 15mL, 30mL, 50mL e 100mL, respectivamente. Um volume diário de escarro igual ou superior a 30mL é geralmente considerado como sendo de médio a grande volume. São esses os pacientes que mais se beneficiam com as manobras de fisioterapia, como exercícios de tosse e/ou drenagem postural. Grandes volumes de escarro são frequente nas supurações pulmonares, como bronquiectasias, abscessos pulmonares, pneumonias necrosantes e nos empiemas. ASPECTO: O aspecto pode ser seroso (presente em certos casos de carcinoma bronquioloalveolar), mucóide (investigado para o CA de pulmão, também podem significar infecções por vírus e agentes atípicos, como o Mycoplasma pneumoniae, podem estar presentes na asma e na bronquite crônica não infectada, que se torna mucopurulento durante crises de exacerbação), mucopurulento e purulento (traduzem infecções por germes piogênicos, tais como nas bronquiectasias, bronquite crônica infectada e abscessos pulmonares; podem estar presentes também na asma e em outras eosinofilias pulmonares), sanguíneo (em vários casos onde se tem lesão vascular, como tumores) e em moldes brônquicos (particularidade da aspergilose broncopulmonar alérgica, mas que pode ocorrer na bronquite crônica e na asma). CHEIRO: Escarro fétido significa infecção por germes anaeróbios. Esse grupo de bactérias está frequentemente implicado em abscesso pulmonar de aspiração, certas pneumonias necrosantes, bronquiectasias e no empiema pleural com fístula brônquica. VOMICA: Eliminação inesperada de grande quantidade de pus ou líquido de aspecto mucóide ou seroso seroso . Causas: Abscesso pulmonar, empiema, mediastinites supuradas, abscesso subfrênico Tipos de escarro: • Escarro seroso: contém água, eletrólitos, proteínas e baixa celularidade, típica do edema pulmonar agudo. • Escarro purulento: alta celularidade, rico em piócitos. • Escarro hemoptóico: apresenta raias de sangue em meio a secreção. • Escarro espumoso: expectoração espumosa rósea ou serosa. • Escarro mucóide: aspecto de muco, com viscosidade aumentada (clara de ovo). Celularidade alta às custas de eosinófilos. Presença ocasional de estruturas pequenas, brancas, arredondadas (escarro perolado). Típica do asmático. O escarro pode ser (quando examinado a olho nu): Sangrento ( hemoptise ) 1. Expectoração com sangue - inflamação da garganta (laringe e / ou traqueia) ou dos brônquios; câncer de pulmão ; outras erosões por sangramento, úlceras ou tumores da via aérea inferior. 2. Escarro rosa - expectoração uniformemente misturado com sangue de alvéolos e / ou pequenos brônquios periféricos. 3. Sangue maciço - tuberculose cavitária ou tumor tal como o cancro do pulmão do pulmão, ou abscesso pulmonar ; bronquiectasia ; infarto pulmonar; embolia pulmonar Cor verde ou esverdeada - indicativo de infecção respiratória prolongada (verde de alterações degenerativas nos detritos celulares) como na pneumonia, ruptura de abscesso pulmonar, bronquite infecciosa crônica e bronquiectasia infectada ou fibrose cística. Cor de ferrugem - geralmente causada por bactérias pneumocócicas (em pneumonia ), embolia pulmonar , câncer de pulmão ou tuberculose pulmonar. Bronquite acastanhada - crónica (esverdeada / amarelada / castanha); pneumonia crônica (marrom-esbranquiçada); tuberculose ; câncer de pulmão . Pus purulento amarelo, amarelado. "A cor do escarro de pacientes com tosse aguda e sem doença pulmonar crônica subjacente não implica consequências terapêuticas, como a prescrição de antibióticos". [4] A cor pode fornecer dicas sobre o tratamento eficaz em pacientes com bronquite crônica: [5] . Uma aparência branca, leitosa ou opaca (mucóide) significa que os antibióticos têm menor probabilidade de serem eficazes no tratamento, porque a probabilidade é maior de uma infecção viral ou alérgica (mesmo espirro espumoso) do que de microrganismos que respondem aos antibióticos . Branco espumoso - pode vir de edema pulmonar de fase anterior. Rosa espumoso - pode indicar edema pulmonar mais grave. Claro - embolia pulmonar (claro a espumoso); Doença pulmonar obstrutiva crônica DPOC (clara a cinzenta); infecção respiratória viral (clara a esbranquiçada e às vezes um toque de amarelo); asma (espessa e branca a amarelada). 7. Construir um questionário, com perguntas que devem ser feitas a um paciente, para descrever as características semiológicas da tosse e expectoração. Explicar a importância de pesquisar estas características. •Freqüência: Depende da abundância, do grau de irritação das zonas tussígenas e do grau de irritabilidadedas vias reflexas que produzem a tosse. Não há relação direta entre a frequência da tosse e a gravidade das lesões. Afecções benignas das vias aéreas inferiores podem causar mais tosse que lesões graves do parênquima pulmonar. •Intensidade: ex.: uma tosse tão forte que dá dor torácica, que não deixa dormir, que causa vômitos. Tosse em ímpetos isolados, variando de frequência, como, por exemplo, a tosse quintosa que surge em acessos, geralmente de madrugada, com intervalos curtos de acalmia, acompanhada de vômitos e sensação de asfixia (coqueluche), a tosse emetizante que caracteriza-se pela existência de vômitos por ela provocado, aparece geralmente após as refeições. É um acesso de tosse violenta, seca, em geral quintosa, vem vômito e sem náuseas. •Tonalidade: -Rouca: encontrada nas laringites crônicas (causadas geralmente por infecções por fungos), nos processos ulcerosos das cordas vocais (câncer, tuberculose, sífilis), no edema de cordas vocais. Fumantes também. -Afônica: encontrada nas lesões das cordas vocais, na paralisia dos músculos da que atuam no fechamento da glote, no edema de laringe. - Bitonal: é própria dos indivíduos que apresentam lesão do nervo recorrente, em geral localiza-se à esquerda. Comum em recém-nascidos que fazem cirurgia de fechamento do canal arterial -“De cachorro”: tonalidade grave, é estridente, um tanto rouca. Própria de compressões, inflamações e infecções traqueobrônquicas. •Produtiva ou não produtiva -Tosse seca: ocorre sem que haja matéria estranha para expelir da árvore brônquica ou quando, embora havendo secreção, esse se mantém com dificuldade de ser removível, como na bronquiolite, traqueíte e laringite. Pode ter origem devido à uma irritação fora do aparelho respiratório. -Tosse úmida: tosse seguida de expectoração de substâncias anormais como muco, sangue e pus. Expectoração é consequência da tosse. Deve ser avaliado o volume, cor, odor, transparência e consistência. Geralmente é classificada por sua constituição como: serosa, rica em água, como no edema pulmonar agudo; mucóide como asma; purulento rico em piócitos e hemoptoico com sangue. Os bronquíticos crônicos (bronquiectasia) costumam eliminar pela manhã grande quantidade de secreção. - Lesões alveolares – pneumonias bacterianas: após algumas horas ou dias surge uma secreção abundante, amarelo-esverdeada, pegajosa e densa. - Lesões intersticiais – pneumonias virais -Fetidez típica do abscesso pulmonar. -Tuberculose: expectoração com sangue geralmente desde o início da doença • Relações com os decúbitos A mudança de posição do corpo de um lado para o outro ou passando da posição supina para sentada tem um violento acesso de tosse. Pode tratar-se de caverna, dilatação brônquica, ou de derrame pleural moderado. O líquido se desloca e vai ocupar outros locais, irritando novos pontos da pleura ou da mucosa brônquica, alcançando novos filetes do vago, produzindo a tosse. • Paciente que tem Insuficiência cardíaca descompensada (lado esquerdo) tem o pulmão congesto, na hora que ele deita, aquele líquido que está represado mais na extremidades inferiores, volta, o débito aumenta, enchendo mais os pulmões. Esse líquido que está congestionando os pulmões sai do interstício e enche os alvéolos, então o paciente vai ter tosse. Ele vai levantar com tosse e dispnéia. • Período do dia em que é mais intensa, paciente fumante: apresenta tosse matinal. Pigarro.Paciente que tem sinusite: tosse quando vai se deitar, por isso, mais à noite. As secreções dos seios da face caem para as vias aéreas e estimulam os receptores da tosse.Paciente que tem refluxo gastroesofágico tosse durante todo o dia, mas quando chega a noite essa tosse diminui, porque fisiologicamente, à noite, o esfíncter esofágico anterior se fecha. Paciente cardiopata: tosse quando fica descompensado. Paciente com bronquiectasia: as infecções pulmonares (de repetição) destroem os brônquios, que ficam dilatados e com acúmulo de secreção. À noite, quando eles deitam, essas secreções vão para as grandes vias respiratórias, e de manhã, eles tem a toalete matinal (eliminação freqüente de grande quantidade de expectoração pela manhã). • Fatores desencadeantes • Fatores de alívio • Tempo de apresentação • Sinais e sintomas associados Cianose . 1. Conceituar cianose; Coloração azulada da pele e das mucosas devido ao aumento do teor de hemoglobina reduzida ou dos derivados da hemoglobina nos pequenos vasos sangüíneos desses locais. Baseado no trabalho de Lundsgaard e Van Slyke, classicamente é descrito como ocorrendo se 5,0 g / dL de desoxihemoglobina ou maior estiver presente. 2. Descrever a fisiopatologia dos diversos tipos de cianose e citar as situações clínicas relacionadas; Cianose Central É a insaturação arterial excessiva, permanecendo normal o consumo de oxigênio nos capilares. Quando há esse tipo de cianose, pensa-se em: ▪ Problemas cardiovasculares, cardíacos e pulmonares. ▪ Diminuição da tensão de oxigênio a nível molecular, ou seja, em altas altitudes não há oxigênio suficiente para realizar a troca ▪ Hipoventilação pulmonar – pulmão não consegue realizar a troca gasosa (hematose) como deveria por conta de não entrar ar suficiente na caixa torácica, nos pulmões. Isso acontece na asma, DPOC, tumores, derrame pleural, atelectasia (colapso pulmonar), traumatismo, pneumotórax e outros que diminuam a área de troca ou que comprometam a expansibilidade da caixa torácica ▪ Curto-circuito (shunt) venoarterial que é observada em algumas cardiopatias congênitas como Tetralogia de Fallot, que é uma má formação congênita neonatal que é descoberta quando a criança nasce e apresenta cianose, apresenta estenose da válvula pulmonar, comunicação interventricular, dextroposição da aorta e consequentemente hipertrofia do ventrículo direito, é resolvida cirurgicamente, alterações cardíacas como estenose da válvula pulmonar, ou seja, ela não se abre direito e não passa sangue suficiente por ela, e com isso não chega sangue ao pulmão para poder realizar a troca; comunicação interventricular é quando há a comunicação entre os ventrículos, fazendo com que a troca fique em baixa; dextroposição da aorta é quando a aorta fica mais curvada que o normal, dificultando a circulação;hipertrofia do ventrículo direito faz com que não chegue sangue suficiente no pulmão, e por ele estar misturado devido à comunicação interventricular, o coração tem que fazer mais força para atingir a pressão adequada para jogar esse sangue para o pulmão. Então isso gera hipertrofia. Cianose Periférica Perda exagerada de oxigênio na rede capilar, havendo aumento do consumo de oxigênio do tecido ou lentidão da circulação local por estase venosa. Uma observação é que quase sempre as extremidades estão frias nesse tipo de cianose. Outra causa também é a vasoconstrição generalizada causada pelo frio, pela água e vento frio. É uma cianose que ocorre comumente pela pessoa estar em um local muito frio e por isso seus dedo eextremidade ficam roxas. Comum também em recém-nascidos que saem da barriga quentinha da mãe e são expostos à sala cirúrgica com temperatura bem abaixo da barriga da mãe, o que acaba por causar essa cianose observada pelo arroxeamento das extremidades. Cianose Mista Associação da cianose central com a cianose periférica. Um exemplo clássico é a Insuficiência Cardíaca Congestiva Grave, pois haverá congestão pulmonar impedindo a adequada oxigenação do sangue associada à estase venosa periférica com perda exagerada de oxigênio. O coração não joga sangue direito para o pulmão e não bombeia sangue suficiente para a periferia, então causa estase venosa e não ocorre a troca como deveria. Cianose por Alterações na Hemoglobina São alterações bioquímicas na hemoglobina que impede o oxigênio de se ligar a ela, ou seja, é um defeito funcional da hemoglobina. É provocada por ação medicamentosa ou por intoxicações exógenas. Basicamente os dois tipos possuem a mesma causa, mas em um o problema está no átomo de ferro e na outra o problema está no anel pirrólico. Esse tipo de cianose deve ser classificada como generalizada, visto que haverá manifestação no corpo inteiro. Comum quando o paciente toma antimaláricos. ▪ Metemoglobinemia – o ferro presente na molécula da hemoglobina é oxidado, ou seja, o oxigênio não consegue se ligar a esse ferro. ▪ Sulfonoglobinemia – há um anel com quatro átomos de nitrogênio com um ferro no meio formando o anel pirrólico. Essa estrutura é importante para a ligação do oxigênio. Porém na sulfonoglobinemia a alteração está nesse anel, impedindo que o oxigênio se ligue ao ferro presente na hemoglobina. Fenômeno ou Doença de Raynaud É uma sequência em que ocorre palidez, cianose e logo em seguida rubor, sendo que um desses elementos pode estar ausente e ainda assim ser considerado o fenômeno. Ou seja, não precisa ter necessariamente os três fatores.Ela é desencadeado pelo frio em determinadas pessoas, alterações emocionais, transtorno do humor e doenças autoimunes como esclerodermia mais comum em mulheres. A esclerodermia é uma doença em que substitui o tecido conjuntivo e ele vai fibrosando, o que faz com que uma pessoa de 50 anos tenha aparência de 20, dando a impressão que fez plástica para se manter jovem; o lado ruim é que fibrosa também o pulmão e a pessoa acaba morrendo por não conseguir expandir caixa torácica. Fisiopatologia do fenômeno de Raynaud vasoespasmos com redução do fluxo sanguíneo, ou seja, estímulo frio como um mergulho na água gelada que faz uma vasoconstrição excessiva das extremidades (principalmente os dedos) e reduz o fluxo sanguíneo da rede capilar para as extremidades, causando a palidez. A palidez é causada por não ter sangue suficiente chegando. Porém quando ele faz esse espasmo não é só da parte arterial, mas também da venosa. Então o que acontece primeiro é o desaparecimento do espasmo das arteríolas e dos capilares arteriais enquanto o espasmo venoso se mantém. Então enche de sangue, o tecido consome todo o oxigênio e causa cianose. Esse tipo de cianose é praticamente classificada de moderada a intensa, visto que o dedo da pessoa assume uma cor muito escura. Por último desaparece esse espasmo venoso e a circulação volta ao normal, e por chegar muito sangue pela vasodilatação das arteríolas (fim do espasmo) o local assume um rubor. É comum causar dores também na parte do rubor. Ainda , o Fenômeno de Raynaud é descrito no Porto como uma alteração cutânea que depende das pequenas artérias e arteríolas das extremidades e que resulta em modificações da coloração. Inicialmente observa-se palidez; em seguida, a extremidade torna-se cianótica, e o episódio costuma culminar com vermelhidão da área. Trata-se de fenômeno vasomotor que pode ser deflagrado por muitas causas (costela cervical, tromboangeíte obliterante, lúpus eritematoso sistêmico, esclerodermia, policitemia, intoxicação medicamentosa, em particular derivados de ergot). 3. Classificar a cianose quanto à extensão e intensidade Localização ▪ Localizada ou segmentar – observada em um segmento corporal, como em uma mão ou um dedo ▪ Generalizada ou universal – observada em toda a pele, principalmente regiões ricas em capilares e onde a pele é mais fina, embora predomine em algumas regiões Intensidade ▪ Leve: mucosas ligeiramente azuladas sem alterações na pele ▪ Moderada: pele colorada em tons de azul claro ou lilás intenso ▪ Intensa: pele escurecida e mucosas quase negras 4. Citar aspectos semiológicos da cianose: 1.História: Tempo, exposição a drogas e a agentes químicos. Cianose desde o nascimento ou primeiro ano de vida normalmente é originada d e cardiopatias congênitas. 2. Diferenciação entre cianose central e periférica Massagem e aquecimento moderado de membros cianóticos aumentam o fluxo sanguíneo periférico e eliminam a cianose periférica, mas não a central. Exame físico e radiográfico são úteis na diferenciação. 3. Presença ou ausência de baqueteamento digital Baqueteamento sem cianose – endocardite infecciosa; colite ulcerativa; pessoas saudáveis; ocupacional (operadores de martelos) Cianose sem baqueteamento – estenose mitral Cianose com baqueteamento – doenças cardíacas congênitas, fístulas arteriovenosas pulmonares. Cianose periférica e cianose central aguda – não estão associadas a baqueteamento a. locais onde se pesquisa O exame do paciente deve ser feito a luz do dia. A cianose deve ser pesquisada no rosto, ao redor dos lábios, na ponta do nariz, nos lobos das orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés. b. fatores que interferem na avaliação da intensidade A pigmentação e a espessura da pele modificam o aspecto da cianose, podendo mascará-la completamente. A impregnação da pele por bilirrubina dificulta o reconhecimento da cianose. A inspeção deve ser feita nos lugares em que a pele é mais fina e em áreas ricas de capilares sanguíneos. Nos casos de cianose intensa, todo o tegumento cutâneo adquire tonalidade azulada ou mesmo arroxeada.Pessoas negras por exemplo é difícil identificar um quadro cianótico, sendo indicado verificar mucosa oral e unhas. c. sintomas associados Pacientes apresentam irritabilidade, sonolência, torpor (moleza), crises convulsivas, dor anginosa, hipocratismo digital (hipertrofia das falanges distais), nanismo ou infantilismo. Bibliografia ▪ Porto CC. Exame Clínico. 6ª ou 7ªEd. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. ▪ Porto CC. Semiologia médica. 6ª ou 7ªEd. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. ▪ II Diretrizes Brasileiras no manejo da tosse crônica. J Bras Pneumol. 2006;32(Supl 6):S 403-S 446.Páginas 403 a 410
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