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Direito do Consumidor: Lei n°8.078/1990

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AULA 1
Direito do Consumidor: Lei n°8.078/1990
VIGÊNCIA: 11/09/1990
ART. 118 - VACATIO LEGIS: entra em vigor após 180 dias, ou seja, entra em março de 1991.
Existem contratos que mesmo que firmados antes da lei do consumidor irão ser abrangidos por ela: CONTRATO DE TRATO SUCESSIVO.
Contrato de trato sucessivo: é aquele que são renovadas as tratativas de maneira periódica. Ex: contrato de plano de saúde - de acordo com o que você vai pagando a cada mês, você vai reafirmando a sua intenção contratual.
Bibliografia: Programa de Direito ao Consumidor, Publicidade Digital.
Art. 1°: O CDC é norma de ordem pública e interesse social; encontra-se presente nos arts. 5, XXXII - 170, V e 48 DT.
Norma de ordem pública: norma de grande relevância, urgente, de grande interesse social. 
-> QUANDO A NORMA FOR DE ORDEM PÚBLICA, SEUS INSTITUTOS PODERÃO SER CONCEDIDOS DE OFÍCIO. Ex: inversão do ônus da prova.
EXCEÇÃO: As cláusulas de contrato bancário, não poderão ser consideradas nulas de ofício pelo juiz.
O direito do consumidor é um direito fundamental para o cidadão brasileiro, que também é importante para a economia.
-> O QUE IMPULSIONOU O DIREITO DO CONSUMIDOR? - O comando direto da constituição. Por esse motivo o CDC é considerado uma NORMA DE EFICÁCIA SUPRA LEGAL.
O CDC SE APLICA AS RELAÇÕES BANCÁRIAS.
ANTINOMIA DE LEI: princípio da especialidade, critério temporal.
-> Qualquer outra norma deve ser aplicada de forma subsidiária.
Teoria do Diálogo das Fontes: aplicação das normas interagindo para o bem comum.
O Código de Defesa do Consumidor trata-se de uma norma de ordem pública, e como consequência, seus institutos poderão ser aplicados de ofício.
-> A Lei n°8.078 (Código de Proteção e Defesa do Consumidor - CPDC), de 1990, é a principal lei que regula as relações de consumo. Devido a sua relevância social, o legislador constituinte lhe deu prestígio constitucional. Materializado por meio do art. 48 do ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias, concepção da lei), do art.5, XXXII, (garantia de existência do ordenamento jurídico da CRFB/1988) e 170, V (relevância econômica).
-> Inobstante tais fundamentações, temos que estudar as normas de consumo, materializadas por meio da Lei n°8.078 de 1990, que resulta em uma verdadeira hierarquia fática em leis de mesmo naipe. Pois o CPDC é, tecnicamente, uma lei ordinária. E, havendo confronto com outra lei ordinária haverá uma supremacia do CPDC. Excetuado o princípio da especialidade (ou especificidade).
-> O que se criou foi uma sobre-estrutura jurídica multidisciplinar, aplicável em toda e qualquer relação de consumo.
-> O Código de Defesa do Consumidor é aplicável em toda a estrutura jurídica em que existem duas figuras apolares: 
-CONSUMIDOR: O consumidor e sua definição legal (“...toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.”)
- FORNECEDOR: A concepção de fornecedor (“...é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.”).
ORIGEM: O Movimento Consumerista no Brasil não foi um fato estanque. A defesa do consumidor teve origem na Europa arrasada pela Segunda Guerra Mundial, em que o mercado consumidor estava bastante enfraquecido.
1948: Os Estados Unidos viram, na destruição europeia, uma grande oportunidade de negócio através do Plano Marshall, que uniu os países europeus no pós-guerra. Fato este que gerou a criação, em 1948, da Organização Europeia de Cooperação Econômica (OECE), que expandiu o mercado norte-americano sobre a Europa.
1962: Em 1962, J.F. Kennedy vislumbrou duas faces bem distintas no mercado econômico: O consumidor e o fornecedor. No mesmo ano, J.F. Kennedy, em discurso para o Congresso Americano, declamou a elaboração da “Carta de Política dos Consumidores”. Foi o primeiro documento formal que estabeleceu uma política geral voltada, exclusivamente, para o consumidor. O Texto tem sentido aberto e estabelece os direitos básicos, mas não específicos, dos consumidores.
1968: Já em 1968, fundou-se a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), unindo a OECE (europeia), EUA, Canadá, Japão, Austrália e a Nova Zelândia, com o objetivo de estabelecer uma política de consumo entre seus membros.
1969: No ano de 1969, a OCDE criou uma comissão para política econômica, com o objetivo de organizar e promover uma política para os consumidores.
1976: Desta comissão originou-se a “Carta do Consumidor”, em 1976. Observa-se que desde o término da Segunda Guerra Mundial até aquele momento na história houve um processo evolutivo socioeconômico que impôs uma mudança de mentalidade.
1985: Nos idos de 1985, a ONU se reuniu em 10 de abril e elaborou a Resolução 39/248, que é o reconhecimento Universal da Carta do Consumidores de 1976, regulamentando este documento, com várias regras, com a finalidade de tutelar os direitos básicos do consumidor e deveres dos Estados.
FINALIDADES: O claro objetivo do legislador constituinte, portanto, era o de que fosse implantada uma Política Nacional de Relações de Consumo, uma disciplina jurídica única e uniforme destinada a tutelar os interesses patrimoniais e morais de todos os consumidores.
-> Seus princípios e normas são de ordem pública e interesse social, vale dizer, de aplicação necessária, conforme disposto expressamente em seu primeiro artigo.
CRFB/1988 Art. 5 (...)
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
Como se sabe, a Constituição Federal eleva à garantia de inamovibilidade e relevância os incisos e parágrafos do seu art. 5.
Com fundamentação complementar do art. 60, §4º, inciso IV da CRFB:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...) § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
(...) IV - os direitos e garantias individuais.
Essa situação gera uma condição de garantia e estabilidade da “Defesa do Consumidor” enquanto vigorar a CRFB/1988.
EXERCÍCIOS:
1) Com relação ao Código do Consumidor, é incorreto afirmar: é lei geral, tal qual o Código Civil, porque aplica-se a todas as relações de consumo, onde quer que ocorrerem.
2) Nos casos de extravio de bagagem nos transportes aéreos é CORRETO afirmar: I- Possuem indenização tarifada. II- Não estão sujeitos as regras do Código de Defesa do Consumidor. III- Ficam limitadas as determinações do Código Civil.: Nenhuma está correta.
3) A Constituição menciona que o Estado promoverá a defesa do consumidor. Quando o poder constituinte originário faz tal afirmação significa dizer que: não é uma mera faculdade e sim um dever do Estado.
4) Considerando que a entrada em vigor do Novo Código Civil é posterior à promulgação do Código de Defesa do Consumidor, é correto afirmar que: as novas regras do Código Civil se aplicam às relações de consumo, desde que seja para ampliar a proteção do consumidor.
5) A ordem econômica estabelecida na Constituição Federal, e que elege, entre os princípios a serem observados, a defesa do consumidor é fundada: na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa.
6) Várias relações jurídicas não são consideradas relações de consumo. Das citadas abaixo, é considerada de relação de consumo: contratos com instituições financeiras
7) Com relação ao Código do Consumidor, é incorreto afirmar: é lei geral, tal qual o Código Civil, porque se aplica a todas as relações de consumo, onde quer que ocorrerem.
8) Em relação aos contratos de transporte coletivo, modalidade de serviço público, não há dúvida da presença de uma relação de consumo. Porém, deve ser observado que o art. 3°, §2° do CDC, ao conceituar o fornecedor, fala em atividade remunerada, logo, não havendo remuneração não será aplicado o CDC. Sobre o tema, na hipótese de um shopping center ofertar um ônibus para transportar "gratuitamente"pessoas para o shopping, assinale a alternativa correta acerca da aplicabilidade ou não do CDC: 	O transporte ofertado é aparentemente gratuito e, nesse caso, poderá ser aplicado o CDC, pois apesar de não se pagar pelo transporte, o objetivo do shopping é levar pessoas para consumirem no local, gerando remuneração indireta. 
9) Em relação à formação histórica do Direito do Consumidor, um fato relevante foi a revolução industrial, que trouxe consigo a revolução do consumo. Assinale a opção que não corresponde a uma mudança introduzida por essa revolução nas relações de consumo? c) Um forte aparato jurídico capaz de suprir as novas demandas dos consumidores.
10) No tocante à aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor é correto afirmar: I- Criou mais uma lei especial, dentre tantas, para regular uma relação específica; II- Havendo um consumidor e um fornecedor, há uma relação de consumo, logo a Lei 8.078/90 é aplicada; III- Criou uma sobrestutura jurídica multidisciplinar, aplicável em todos os ramos do Direito onde ocorram relação de consumo: Somente a II e a III estão corretas.
11) Havendo conflito de leis abrangendo relação de consumo: deverá prevalecer o Código de Defesa do Consumidor
12) O Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor regulam relações de direito privado, por isso é correto afirmar que possuem a mesma essência: não, porque o CDC regula relações entre desiguais enquanto o CC regula relações entre iguais.
13) (185º. Concurso de Provas e Títulos para Ingresso na Magistratura - TJ/SP - VUNESP - 2014) Com relação ao Código de Defesa do Consumidor, é correto afirmar: A Lei nº. 8.078/90 é norma de ordem pública e de interesse social, geral e principiológica e, com base no parágrafo 1º do artigo 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, sempre revoga as anteriores incompatíveis, quer estas sejam gerais ou especiais.
14) No que diz respeito à defesa do consumidor é correto afirmar: I - É um princípio inerente à ordem econômica; II- É um direito e uma garantia fundamental; III- Tem status constitucional de cláusula pétrea.: Todas as afirmativas estão corretas.

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