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Deslocamento Populacional Brasileiro.docx

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DESLOCAMENTO POPULACIONAL BRASILEIRO,FRENTE Á HEGEMONIA DO CAPITAL:UMA QUESTÃO SOCIAL
*Autor
RESUMO
O Presente artigo tem como objetivo apresentar análise sobre á população deslocada internamente em território brasileiro,e aponta ser um desafio em decorrência do volume de pessoas deslocadas do seu espaço natural de habitação. Envolvidas em situação de desigualdade e por conta das remoções intensificadas nas regiões de interesse do capital, os sujeitos encontram-se em vulnerabilidade sem salvaguarda dos direitos humanos (DH). Neste sentido o trabalho analisa à ausência de garantia de direitos e normas jurídicas de proteção aos deslocamentos internamente forçados no território brasileiro,diante da exploração de áreas ambientais nos grandes centros urbanos e interior do país. Justifica-se o tema proposto por ser um fenômeno atual e merece estudo mais profundo quanto a ausência de intervenção do estado em favor das populações removidas nas áreas ocupadas, decorrente dos grandes empreendimentos e mega projetos, sob o aval do estado nas parcerias público e privado; considerando a contribuição da assistência social como uma política de direitos no aparato dos direitos humanos
Palavras chaves: População Deslocada. Direitos Humanos.Questão Social.
________________
Assistente Social, Pós-Graduanda em Serviço Social,Multiprofissional no Hospital Universitário Antonio Pedro -HUAP,Universidade Federal Fluminense-UFF.
INTRODUÇÃO
 A proposta medular deste artigo apresenta as implicações das populações deslocadas no território brasileiro e chama atenção para as mudanças no panorama das regiões afetadas. Os deslocamentos na contemporaneidade tem se dado de forma crescente nos países em desenvolvimento como África, Ásia, América Latina entre esses o Brasil com caráter de mercantilização dos espaços regionais e urbanos, apresenta características adversa nos diferentes continentes; reconhecendo-se a deslocação voluntária quando a movimentação se dá por questões de crises internas, guerras ou catástrofes ambientais. Há também segundo a legislação brasileira considerar-se refugiada “ (1)a pessoa que devido a grave e generalizada violação dos direitos humanos, é obrigada a deixar seu país de origem para buscar refúgio em outro país”. No estudo em questão verifica-se que o deslocamento interno merece acompanhamento e intervenção das normas jurídicas e políticas sociais no atendimento a população atingida nas remoções no país, reconhecendo que as remoções ocorrem involuntariamente, alheio a vontade dos agentes sociais envolvidos. A ocorrência dos deslocamentos, tem como resultado o ideário de desenvolvimento econômico no Brasil, cuja origem ocorre a partir do lançamento (2) Programa de Aceleração do Crescimento Econômico-PAC I e II e obras de construção dos mega eventos Copa do mundo e Olimpíadas, este último tem gerado nos últimos tempos,grandes manifestações populares e movimentos civis organizados. O saldo das construções dos mega eventos além da população deslocada, são 8 mortes nas arenas da Copa e mais 3 em outras que seguem o mesmo modelo; 250 mil pessoas removidas à força de suas casas; trabalhadores ambulantes e artistas independentes impedidos de trabalhar; mulheres,crianças e adolescentes sofrendo com exploração sexual; assim como pessoas em situação de rua sofre violência e as ruas tomam conta das ruas e espaços públicos com elitização dos estádios de futebol; bilhões investidos em armamentos para as forças de repressão usarem contra o povo e uma enorme e questionável dívida pública para a população pagar (Comitê Popular da Copa,2014).
 O aprofundamento das desigualdades tem atingido a população no remanejamento de uma região para outra,quando as mesmas são encaminhadas para abrigos provisórios,sem infraestrutura, a fim de beneficiar a exploração em áreas nobres pelo capital privado e aporte do Estado. O tema proposto tem sido abordado pela autora em outros trabalhos apresentados em Congressos(3). Justifica-se a relevância do trabalho pela abordagem atual, de interesse da sociedade, dos estudos acadêmicos, movimentos civil organizado, trabalhadores e populações tradicional ao verificar que há um crescente aumento das remoções em território nacional, atingindo a vida de pessoas e mudanças no perfil etnográfico das regiões.
 O trabalho discute o desenvolvimento econômico, os investimentos em infraestrutura ás empreiteiras na construção de mega eventos em áreas urbanas e exploração de minérios no interior do país,com beneficiamento de parcerias público e privado junto as empresas multinacionais, como Belo Monte, antiga Vale do Rio Doce entre outras, em detrimento da população tradicional e moradores de áreas de interesse para exploração do capital neoliberal.Apresentamos como metodologia investigação de análise empírica, documental de caráter descritivo e referencial teórico metodológico de autores diversos, sob o contexto das remoções de população em território nacional e exploração no território brasileiro. Analisa as diferenças dos deslocamentos em outros países e aponta os impactos gerados sobre as áreas atingidas pela intervenção de parceria público-privado o dilema da população removida do seu local de moradia,encaminhadas para abrigos provisórios,transferida para outras regiões sem a proteção de direitos humanos(DH) e políticas de reintegração social. Por tanto, o artigo buscou analisar as circunstâncias da atuação dos (DH) no continente e aponta para uma reflexão mais profunda, considerando a contribuição da assistência social como uma política de direitos no aparato dos direitos humanos, sendo o objeto de análise o deslocamento populacional ser uma das expressões da questão social em território brasileiro.
BREVES CONSIDERAÇÕES AO DEBATE 
 Analisando o conceito de “deslocamento”,Porte (2008) refere mesmo que as pessoas podem tornar-se transnacionais sem nunca terem saído de seus países” Há uma comparação entre deslocados e o termo “refugiado” associado a pessoas ou grupos que, embora não sejam perseguidos, são forçados a deixar seu país de origem, por desastres ambientais, mudanças climáticas,fome, desemprego,desordem política interna no país,questões raciais, guerras religiosas e etnias entre outros. Buscam segurança ou perspectivas de vida e sobrevivência em outros países e quando, nestes casos não se configuram o conceito de refugiados; estas pessoas ou grupos são com frequência chamados de migrantes econômicos, refugiados de fato ou deslocados por motivos ambientais ou conflitos internos.
 O elemento propagador do deslocamento populacional se dá por diversos motivos, na maioria das vezes por desastres ambientais, interesses políticos e atualmente com a crescente valorização de ocupação da terra, a população tem sido alijada do desenvolvimento socioambiental e colocadas em segundo plano. Nascimento,Allan(2011) acentua que, essas pessoas não são consideradas para proteção como deslocados,ou por ter sofrido violações dos direitos humanos, como no caso das deslocações arbitrárias em consequência de projetos de desenvolvimento em grande escala. O panorama internacional de população deslocada ou refugiados ambiental embora não seja reconhecido pela ONU, calcula-se que existam hoje(2011) aproximadamente 50 milhões de pessoas obrigadas a deixar suas casas por problemas decorrentes de desastres ambientais,conflitos internos,perseguições política e religiosa. De acordo com a ONU as alterações climáticas, tem proporcionado mudanças e deslocamentos. Caso concretizem as mudanças climáticas que causam os deslocamentos nesses países, as previsões de elevação do nível dos oceanos é uma realidade que não se pode desprezar. Há o risco de algumas nações desaparecerem por danos ambientais ,climáticos e estimativas da ONU em 2010 indicam que em 2.060, o numero de refugiados ou populações deslocadas do meio ambiente, estará entre 250 milhões e 1 bilhão de seres humanos (ONU,2010). O Relatório da ACNUR Tendência Global (2012) apontam que no final de 2012 havia 35,8 milhõesde pessoas sob o amparo da ACNUR agência da ONU, apresentando a segunda cifra más alta registrada de populações deslocadas. Destas 17,7 milhões eram de refugiados; 2,3 milhões más que em 2011.No Brasil o numero de população deslocada tem aumentado e são invisíveis essas populações, retiradas do seu local de moradia por ações arbitrárias do estado quando não promove um planejamento habitacional para absorver este contingente populacional à deriva,por força da arbitrariedade do Estado, quando realiza planejamento para as remoções e consequentes deslocamentos populacional, afetando a vida de trabalhadores, remanejados para locais distantes de sua moradia e de local de trabalho.Neste sentido Yazbek (1993) aponta para a realidade; “que a historia recente do capitalismo vem mostrando a rejeição de contingentes de trabalhadores para os quais o trabalho é instrumento de sobrevivência e não de ascensão social” (YAZBEK,1993).
POPULAÇÃO DESLOCADA,FRENTE A HEGEMONIA DO CAPITAL
 Tendo em vista o conceito de desenvolvimento sustentável estar em discussão,quanto ao enfrentamento e seus desafios,as perspectivas mostram como a degradação ambiental e a exploração da terra intensifica as desigualdades , através do impacto negativo sobre a vida das pessoas na ausência de políticas sociais de prevenção aos impactos e garantia de direitos para os afetados, o que configura uma das expressões da questão social. A sustentabilidade encontra-se descolada do desenvolvimento social, privilegiando interesses do capital. O crescimento sustentável permite aos sujeitos fazerem ás suas escolhas de acordo com o seu padrão de vida, respeitando á diversidade cultural, sócio-político, étnicas, de gênero e orientação sexual resguardando as tradições de um povo.Portanto é incompreensível que ações que agridem o meio ambiente, afetando as populações possam partir do Estado, privilegiando o interesse do capital e grandes empreiteiras. 
 A população no interior do país afastada das metrópoles, enfrentam o avanço do poder econômico, através da exploração de áreas de interesse, firmados entre o Estado e as grandes corporações do capital; provocando á desaceleração do desenvolvimento social, priorizando o crescimento econômico. A sustentabilidade do meio ambiente é um fenômeno que vem sendo discutido, visando garantir para o futuro ás necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem as suas. Contextualizando o modelo vigente de crescimento sustentável, verifica-se o beneficiamento de grupos econômicos nas áreas ambientais para exploração de recursos naturais e construção de projetos arquitetônicos, em detrimento da população local e dos povos tradicionais, enquanto as regiões afastadas dos grandes centros urbanos enfrentam esses avanços,para longe do conhecimento da população do país originando deslocamentos populacional, recrudescimento nas ações e impactos sociais negativos.O sucateamento das áreas ocupadas pela população altera a espacialidade, atingindo população tradicional, tribos indígenas muitos desses povos tem sido eliminados nos embates entre grilheiros, fazendeiros e população indígena. Neste sentido Deluize,N.,(2004) observa que desigualdades e degradação ambiental sempre andaram juntas no Brasil,contornando uma questão socioambiental e,por outro, as agressões no meio ambiente (custos ambientais) afetam as pessoas que dele dependem para viver e trabalhar.(2004,p.4). Em nome do crescimento sustentável o capital hegemônico vem se apropriando dos espaços regionais e urbanos, sob aval do Estado para exploração de mega projetos, construções de hidrelétricas, exploração de jazidas de ferro e implantação de agronegócios, que longe de solucionar e amenizar as desigualdades aprofundam.De acordo com (VALENCIO,2009;MARCHEZINI E SIENA,2010),
à alteração na condição de desabrigado para desalojado dá-se sobretudo, quando no contexto de convivência e suprimento dos mínimos vitais no abrigo provisório se torna aquém do admissível aos valores, princípios e necessidades psicossociais e materiais do indivíduo ou da família, o que deflagra reivindicação, junto ao Estado, do direito a auxilio moradia no valor de um salário mínimo. (grifo nosso) .
 Estimativas dão conta que cerca de 50% da área urbana de Altamira-PA foram alagadas, provocando o deslocamento da população para outras regiões, sem que estas tenham sido consultadas ou orientadas no devido tempo para serem realocadas em outros municípios ou integradas em programa de habitação popular para novas moradias. Como consequência, entre 30 a 40 mil pessoas foram desalojadas pela obra da Usina Hidrelétrica de belo Monte (4) que está sendo construída no Rio Xingu-PA,nas proximidades da cidade de Altamira. O divisor de águas foi a decisão de instalar na região a terceira maior hidrelétrica do mundo,Belo Monte.Na cidade, a vida segue sem saneamento básico, a educação é precária,água limpa é para poucos, o sistema de saúde funciona mal para todos. Dezenas de quilômetros dali,o trabalho nos canteiros da usina exibe avanços bem visíveis. A comparação entre o frenesi de lá e o impasse de cá produz uma queixa consensual na população:há muito descompasso entre o ritmo da construção e a lentidão em atender às demandas urbanas..
 A justificativa do Estado para o deslocamento populacional é de que o país precisa desenvolver economicamente e reduzir as desigualdades sociais. No entanto as desigualdades são geradas por essas iniciativas truculentas, retirando da população o único bem que lhes resta a moradia. A comparação dos deslocamentos internamente no Brasil e de outros países,diferenciam pois no Brasil ocorre por desastres naturais e política de desenvolvimento econômico, acentuado a partir da implementação das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) quando foi lançado em 2007. Este programa elaborado inicialmente com a intenção de recuperar o crescimento econômico até 2010, com um avanço previsto até 5% tem deixado um saldo negativo. Esta modalidade de crescimento econômico tem provocado o deslocamento de um contingente populacional pelas obras do PAC que envolve também os mega eventos, até que surjam novos projetos de interesse econômico. O próprio Estado autoriza que empresas realizem exploração nas regiões de interesse econômico deixando um saldo de populações deslocadas que a cada ano aumenta, por conta das desocupações e desapropriações surpreendendo a população.
 . Por outro lado, ao ocorrer mudanças climáticas, os territórios que menos atenção recebe de infraestrutura do Estado por não ser áreas de interesse público, são os primeiros a ser atingidos afetando os habitantes que se encontram nas áreas de risco. Neste sentido as intervenções realizadas tem se dado de forma violenta da noite para o dia, removendo pessoas que se veem obrigadas à abandonar os seus bens, largar tudo para trás por conta dos desastres ambientais, como ocorreu na cidade do Rio de Janeiro em 2010 em algumas comunidades como a do Morro do Urubu, em Pilares, zona norte do Rio de Janeiro, cerca e 250 famílias ficaram desabrigadas após a desocupação de suas casas em áreas atingidas por deslizamentos ou por risco iminente e a população atingida no desastre ambiental do Morro do Bumba em Niterói no mesmo ano. A população atingida foi obrigada a procurar abrigo em casas de parentes ou foram deslocados para outras áreas próxima à comunidade ou regiões mais distantes. Para Oliveira (2004), “As definições de deslocados internos são limitados, pois baseiam-se no critério de ‘refugiado’ onde somente o fato de não cruzarem uma fronteira nacional os diferenciaria dos refugiados”. Por diversas razões inúmeras pessoas se veem obrigadas a deslocarem-se de sua cidade, algumas não chegam a atravessar uma região e frequentemente perdem a referência social, sejam de amigos, vizinhos, familiares e veem-se sem perspectivas; desamparados pelas políticas sociais que não garante proteção as famílias e muitas das vezes os perseguem, por instrumentos jurídicos defasados einsuficiente, ao invés de proteger este cidadão os renegam pelo fato de ser um desabrigado, deslocado vivendo em abrigos provisórios ou até mesmo engrossando as fileiras da população de rua. Esta é mais uma realidade da população de sobreviventes como da comunidade do morro do Bumba em Niterói. Desde sua desativação, na elevação de terras formada pela acumulação de resíduos, foram construídas habitações. Os registros de deslizamentos e desabamento de casas nessa área instável eram constantes. Todavia, a expansão do assentamento foi tolerada e mesmo estimulada pelo Poder Público municipal que, em 1996, realizou obras de urbanização sobre terrenos onde nada deveria ser construído. 
 O desinteresse por estas áreas que não traz lucratividade para o Estado faz com que abandone a ideia de políticas sociais junto a população. São áreas improdutivas, sem atrativos imobiliários e de lucro, que mobilize o Poder Público a realizar obras de contenção nas encostas e remoção das famílias para áreas seguras, até que ocorra fortes mudanças climáticas, mobilizando a sociedade como ocorrido no desastre que tirou a vida de trezentos pessoas. Cabe mencionar o entendimento de Valencio,V.,que as mortes decorrentes de desastres devem ser consideradas para além de meras estatísticas posto que a existência de óbitos pressuponha falhas incontornáveis do Estado, particularmente dos órgãos de defesa civil, cuja missão é resguardar a incolumidade da vida em contexto de desastre (VALENCIO E VALENCIO,2010). A importância de legislação Jurídica(5) de proteção aos desabrigados e deslocados internamente se faz necessário, na medida em que os desastres ambientais ocorrem e com muito mais vigor do que se espera as ações de crescimento econômico a qualquer custo que promove o volume de populações afetadas, sendo necessário repensar este crescimento acelerado e investir mais no desenvolvimento social e nos direitos humanos (DH) .
CONCLUSÃO
 O presente trabalho analisa as condições da s populações deslocadas internamente no país, apresentando um cenário de desigualdades e verifica a diversidade de elementos que apontam para a desestruturação das relações societárias, imposta por um projeto neoliberal internacional de caráter acumulador na produção capitalista, que no seus últimos estágios vem desenvolvendo a barbárie social,ocasionando uma das maiores crises de identidade nos últimos tempos na América Latina em especial no Brasil, com a questão da exploração dos recursos naturais, sucateamento de terras ocupadas pela população tradicional, indígena e nos grandes centros devido a interesses de especulação imobiliária e de construção. Discute-se o Programa de Aceleração de Crescimento quando investe massivamente com aportes na parceria público e privado,enquanto aproximadamente duzentas famílias na cidade de Niterói, ainda se encontram desabrigadas e sem casa, aguardando uma nova moradia. A maioria das famílias encontram-se em abrigos provisórios ou vivendo com familiares e faz quatro anos que aguardam uma solução do administrador municipal para que providencie novas habitações para a população, estando muitas à aguardar a boa vontade do poder púbico. O aprofundamento das desigualdades tem ocorrido através do remanejamento da população de uma região para outra,quando as mesmas são encaminhadas para abrigos provisórios,sem infraestrutura, a fim de beneficiar a exploração em áreas nobres pelo capital privado com o aporte do Estado, configurando uma das várias expressões da questão social de origem do capital neoliberal. Cabe ressaltar que o debate não pretende se esgotar no presente artigo, mas tão somente apresentar uma análise para reflexão e aprofundamento em futuros apontamentos, esclarecendo que na investigação fica claro que a resposta aos questionamentos quanto ao aumento de população deslocada no país, segue uma estruturação de caráter político e de acumulação econômica em detrimento do desenvolvimento social. Tendo sido alijado do processo de desenvolvimento do meio ambiente as políticas de direitos humanos, proteção as populações deslocadas garantindo-se portanto a estes o direito a moradia digna,o que fica caracterizado as desigualdades por conta da expressão questão social.
NOTAS:
(1)Lei 9.474/97, de 22 de Julho de 1997,art.1º.inciso III).Define mecanismos para implementação do estatuto dos deslocados(refugiados )de 1951, e determina outras providências.Art. 1º.Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: III- devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.
(2) PAC-Programa de Aceleração do Crescimento econômico,foi lançado pelo governo Lula no dia 28 de janeiro de 2007,prevendo investimentos da ordem de 503,9 bilhões de reais até o ano de 2010,quando foi lançado o PAC II pelo governo Dilma aprofundando os investimentos na econômica e infra-estrutura com mudanças no perfil do país. Público tem sido abusivamente omisso em relação ao assunto. Ainda segundo o juiz, o prazo apresentado para a conclusão dos trabalhos é muito restrito, diante da complexidade e a extensão da tarefa- sob a responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário,Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), entre outros.http://www.ecodebate.com.br/2013/12/05/belo-monte-justica-rejeita-pedido-de-prazo-para-regularizacao-fundiaria-mpf-vai-recorrer/.
(3) O tema foi abordado em trabalho aceito no Congresso Ciso Pré-Alas em setembro de 2012, na Universidade Federal do Piauí-UFPI;publicação no Congresso II Foro de Sociologia ISA,Justiça Social y Democratizacion em Buenos Aires-Argentina em 2012, :<http.www.isa-forum2012-programme-book.pdf> Acesso em 25 mai.2014. tema abordado na apresentação do III Congresso Internacional do Núcleo de Estudo das Américas,UERJ/NUCLEAS/FCE/Faculdade de Direito-RJ,2012.
 (4) Eco Debate:Cidadania & meio ambiente:Belo-Monte.A justiça federal rejeitou os pedidos feitos pelo Ministério Público Federal (MPF) para que a empresa norte Energia,responsável pelas obras e operação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte,no Pará,fosse obrigada a concluir ano prazo de 60 dias cadastro socioeconômico dos moradores que seriam afetados pelo empreendimento e para concluir em 120 dias o processo de regularização fundiária. Na sentença emitida pela 9ª.Vara Federal do Para, o juiz federal Arthur Pinheiro Chaves considerou improcedente o pedido que tentava proibir a empresa de ingressar sem autorização nas casas dos moradores. O MF antecipou à Agência Brasil que vai recorrer da decisão.Em relação à regularização fundiária na região de Volta Grande no Xingu,cujo prazo solicitado pelo MPF seria até 120 dias seguindo os moldes do Programa Terra Legal, o juiz argumentou que,ao contrário do que foi dito pelo MF,o Ministério do Desenvolvimento Agrário está tomando providências para implementar o programa na região de influência da obra da Usina de Belo Monte, não se podendo afirmar que há poder.
(5) De acordo com Allan Nascimento,o Secretário-geral da ONU, Francis Deng em 1998 lançou o (PORDI) Princípios Orientadores Relativos aos Deslocados Internos. Estes princípios orientam os governos e as agências humanitárias e de desenvolvimento internacional na proteção, na identificação de garantias e garantias e direitos, na assistência e na proteção durante a deslocação, o retorno, a reinstalação e a reintegração.
REFERÊNCIAS
AGROSOFT BRASIL- Reforma Agrária é atingida pelo corte orçamentário, Disponível em: < http://www.agrosoft.org.br/agropag/217379.htm> Acesso em: 20 mai. 2012. 
COMITÊ POPULAR DA COPA DO MUNDO. Disponível em: <http://comitepopularcopapoa2014.blogspot.com.br/>
DELUIZ, Neise et al, Unesa, Trabalho Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Implicações para uma proposta crítica de Educação Ambiental, p.4, 2004. Disponível em: - -- <http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt22/t2210.pdf>, Acesso em? 10 de abril 2012. 
LEI 9.474 DE 22 DE JULHO DE 1997, DE REFUGIADOS.NASCIMENTO,Allan. 2011, Investigador do Ces Nova Sociologia, História e Política Comparadas na UNL. 
_____________Pessoas Deslocadas Internamente, 2011, p.119 á 123 3 125. 
Oliveira,Eduardo Cançado (2004).”A proteção jurídica internacional dos deslocados” Revista do Instituto Brasileiro de Direitos Humanos, no.5,PP.73-92.
Valencio,N.(2009). Da ‘área de risco’ ao abrigo temporário:uma análise dos conflitos subjacentes a uma territorialidade precária.São Carlos:Rima Editora,p.52.2009.
________ M.Siena; V.Marchezini; J.C.Gonçalves (orgs). Sociologia dos Desastres: construção,interfaces e perspectivas no Brasil. São Carlos:Rima Editora,p.34-47,2009.
_________ (2010). O desastre como locus da barbárie: apontamentos sobre o caso brasileiro. N. Valencio, E.A. Paula, A.C. Witkoski (orgs). Processos de Territorialização e Identidades Sociais. Volume I. São Carlos, Manaus, Rio Branco: Rima Editora, EdU EdUFAC. p. 299-321. 
_________ (2010). O guardador do Portal de Hades elementos sociopolíticos para uma análise acerca do enfrentamento institucional dos desastres no Brasil. N. Valencio (org.). Sociologia dos Desastres:construção, interfaces e perspectivas no Brasil. Volume II. São Carlos: RiMa Editora. p.3-29.-2010. 
Silva,Vilma Pereira da. Segurança Alimentar Naturalização da Fome:frente aos Organismos Econômicos. 2º.Foro de Sociologia Internacional ISA Justicia Social y Democratizacion, publicação livro de resumos p.447. Disponível em: 
__________ Desastre Ambiental:Comunidade Morro do Bumba em Niterói.pp.10-56,2012. Tese de conclusão do Curso de graduação do Curso Serviço Social,pela Universidade Federal Fluminense-UFF,Niterói.
ECO DEBATE <http://www.ecodebate.com.br/2012/04/19/belo-monte-revolta-incerteza-e-dor> Acesso em:20 de abr. 2012 .
PORTALSÃOFRANCISCO<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meioambientetransamazonica/tranzamazonica.pdf.> 
Morro do Bumba- <http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/04/tragedia-no-bumba-completa-2-anos-com- mais-de-300-desabrigados-no-rj.html> 
___________<http://www.blogdomarcelo.com.br/v2/2010/04/08/ha-ao-menos-200-soterrados-no-morro-do-bumba-diz-subsecretario-de-defesa-civil/

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