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TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA PSICOSE Profa. Dra. Sisi Marcondes Departamento de Farmacologia FCM - UNICAMP PSICOSE Grupo de sintomas nos quais a capacidade mental, a resposta afetiva, a capacidade de reconhecer a realidade, a comunicação e o relacionamento com os outros estão prejudicados Doença psicótica mais conhecida ESQUIZOFRENIA - transtorno psiquiátrico crônico e incapacitante - afeta 1% da população - mesma incidência em homens e mulheres - tendência hereditária - primeiro episódio frequentemente em adolescentes - apresenta manifestações psicóticas positivas e negativas Sintomas positivos da psicose • delírios • alucinações • distorções ou exageros da linguagem e da comunicação • discurso desorganizado • comportamento desorganizado • agitação Sintomas negativos da psicose • embotamento afetivo • retraimento emocional • relacionamento empobrecido • passividade • dificuldade de pensamento abstrato • falta de espontaneidade • atenção prejudicada • alogia • avolição • anedonia Teorias da esquizofrenia aumento da liberação da Dopamina na via dopaminérgica mesolímbica Sintomas positivos aumento da neurotransmissão serotoninérgica na via dopaminérgica mesocortical redução de DA Sintomas negativos Teorias da esquizofrenia aumento da liberação da Dopamina - L-DOPA, precursora da síntese da DA e utilizada no tratamento da doença de Parkinson - pode produzir sintomas psicóticos - anfetamina, cocaína liberação de DA no SNC sintomas psicóticos Via dopaminérgica nigroestriatal É parte do sistema nervoso extrapiramidal e controla os movimentos motores Via dopaminérgica tuberoinfundibular Controla liberação de prolactina Via dopaminérgica tuberoinfundibular Controla liberação de prolactina DOPAMINA Receptores D2 da hipófise Inibição da liberação de prolactina ANTIPSICÓTICOS (neurolépticos) alto índice terapêutico não levam a dependência latência do efeito terapêutico ANTIPSICÓTICOS Típicos – antagonistas de receptores dopaminérgicos Atípicos – antagonistas de receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos ANTIPSICÓTICOS Classificação: • Típicos - Fenotiazínicos Clorpromazina, Tioridazina, Pipotiazina, Trifluoperazina, Flufenazina, Perfenazina - Não-fenotiazínicos Haloperidol, Tiotixeno, Pimozida, Molindona ANTIPSICÓTICOS Classificação: • Atípicos - Clozapina - Olanzapina - Risperidona - Quetiapina - Ziprazidona Efeitos adversos dos antipsicóticos - inibição dos receptores dopaminérgicos da via tuberoinfundibular aumento da secreção de prolactina • aumento de tamanho e sensibilidade das mamas • dimuição da libido • amenorréia • galactorréia Via dopaminérgica tuberoinfundibular Controla liberação de prolactina DOPAMINA Receptores D2 da hipófise Inibição da liberação de prolactina Efeitos adversos dos antipsicóticos - inibição dos receptores dopaminérgicos da via nigroestriatal efeitos extrapiramidais • distonia aguda (espasmos dos músculos da face, pescoço e língua) • acatisia (inquietação incontrolável) Primeiras semanas do tratamento: Efeitos adversos dos antipsicóticos - inibição dos receptores dopaminérgicos da via nigroestriatal efeitos extrapiramidais • síndrome de Parkinson (bradicinesia, tremor variável das extremidades, imobilidade na expressão facial, alteração da marcha e postura rígida) Primeiras semanas do tratamento: Efeitos adversos dos antipsicóticos - inibição dos receptores dopaminérgicos da via nigroestriatal efeitos extrapiramidais Tratamento prolongado • discinesia tardia (movimentos hipercinéticos anormais, movimentos involuntários da face, língua (fly-catching), tronco e membros) Incapacitante e geralmente irreversível diminuição da dose do antipsicótico ou troca (Clozapina) Efeitos adversos dos antipsicóticos Síndrome Neuroléptica Maligna • ocorre em 0,5-1,4% dos pacientes • ocorre de 3-9 após o início do tratamento • índice de mortalidade acima de 30% • incidência maior em homens • sintomas – efeitos extrapiramidais severos, febre, taquicardia, hipertensão, alterações nos níveis de consciência • tratamento – agonistas dopaminérgicos como a bromocriptina Efeitos adversos dos antipsicóticos - sedação – bloqueio de receptores H1 de histamina - hipotensão postural – bloqueio de receptores alfa1 - hiperglicemia - ganho de peso – provavelmente via bloqueio de receptores de 5-HT Efeitos adversos dos antipsicóticos - boca seca - visão embaçada - constipação intestinal - retenção urinária - piora de certos tipos de glaucoma bloqueio de receptores muscarínicos ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS Produzem efeito antipsicótico na maioria dos pacientes em doses que não causam efeitos extrapiramidais importantes Melhor eficácia com relação aos sintomas negativos da psicose Eficaz em pacientes que não respondem aos Típicos Menor tendência em causar hiperprolactinemia Efeitos adversos metabólicos proeminentes Taxa de recaída é mais baixa Clozapina Efeito igual ou superior aos antipsicóticos clássicos na melhora dos sintomas positivos da esquizofrenia Efeitos nos sintomas negativos Melhora em 60% dos pacientes que não respondem a neurolépticos típicos Também apresenta alta afinidade por receptores muscarínicos, alfa-1 e H1 Não causa aumento da prolactina Agranulocitose – 2% dos pacientes - 19% de mortalidade ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS Risperidona Efeitos em baixas doses são parecidos as drogas convencionais em doses elevadas Eleva a concentração de prolactina Olanzapina Não provoca efeitos colaterais extrapiramidais Não eleva os níveis de prolactina ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS Antipsicóticos podem inibir outros receptores Clorpromazina D1 D2 alfa mAch 5-HT2 H1 + + + + + + + + + + + + + Tioridazina + + + + + + + + + + - Haloperidol + + + + + + +/- +/- Clozapina + + + + + + + + + + + + + Risperidona - - - + + + + + + + + Farmacocinética dos antipsicóticos - altamente lipossolúveis - T1/2 – 10 – 40 horas - clorpromazina e e flufenazina – intenso metabolismo de primeira passagem – administração intramuscular - administração intramuscular de formas de liberação lenta – Flufenazina T1/2= 20 horas 7-10 dias - extensivamente metabolizadas pelo fígado – enzimas do citocromo P450 (CYP1A2, CYP2D6 e CYP3A4) - excreção renal e biliar Tratamento Farmacológico da Psicose • benzodiazepínicos – controle dos sintomas psicóticos agudos geralmente o Lorazepam Doses do agente psicótico Risco de efeitos adversos • lítio ou ácido valpróico Interações Medicamentosas • anti-histamínicos, álcool, barbitúricos, hipnóticos – potencializam efeitos tóxicos dos antipsicóticos • agonistas dopaminérgicos (bromocriptina,levodopa) diminem efeitos terapêuticos • bloqueadores b-adrenérgicos (propranolol, pindolol) aumenta efeito hipotensor dos agentes antipsicóticos • insulina, hipoglicemiantes orais antipsicóticos causam hiperglicemia Interações Medicamentosas • Carbamazepina, Fenitoína, Barbitúricos estimulam metabolismo de alguns antipsicóticos como o Haloperidol • Cimetidina – inibe metabolismo da Quetiapina • Venlafaxina – inibe o metabolismo do Haloperidol
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