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Antipsicóticos -2014

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TRATAMENTO 
FARMACOLÓGICO DA 
PSICOSE 
Profa. Dra. Sisi Marcondes 
Departamento de Farmacologia 
FCM - UNICAMP 
PSICOSE 
Grupo de sintomas nos quais a capacidade 
mental, a resposta afetiva, a capacidade de 
reconhecer a realidade, a comunicação 
e o relacionamento com os outros 
 estão prejudicados 
Doença psicótica mais conhecida 
ESQUIZOFRENIA 
- transtorno psiquiátrico crônico e incapacitante 
- afeta 1% da população 
- mesma incidência em homens e mulheres 
- tendência hereditária 
- primeiro episódio frequentemente em adolescentes 
- apresenta manifestações psicóticas positivas e negativas 
Sintomas positivos da psicose 
• delírios 
• alucinações 
• distorções ou exageros da linguagem 
 e da comunicação 
• discurso desorganizado 
• comportamento desorganizado 
• agitação 
Sintomas negativos da psicose 
• embotamento afetivo 
• retraimento emocional 
• relacionamento empobrecido 
• passividade 
• dificuldade de pensamento abstrato 
• falta de espontaneidade 
• atenção prejudicada 
• alogia 
• avolição 
• anedonia 
Teorias da esquizofrenia 
 aumento da liberação 
 da Dopamina na via 
 dopaminérgica mesolímbica 
Sintomas positivos 
 aumento da neurotransmissão serotoninérgica na via 
 dopaminérgica mesocortical redução de DA 
Sintomas negativos 
Teorias da esquizofrenia 
 aumento da liberação da Dopamina 
- L-DOPA, precursora da síntese da DA e utilizada 
 no tratamento da doença de Parkinson - pode produzir 
 sintomas psicóticos 
 - anfetamina, cocaína liberação de DA no SNC 
 
sintomas psicóticos 
Via dopaminérgica nigroestriatal 
 É parte do sistema nervoso extrapiramidal 
e controla os movimentos motores 
Via dopaminérgica tuberoinfundibular 
 Controla liberação de prolactina 
Via dopaminérgica tuberoinfundibular 
Controla liberação de prolactina 
DOPAMINA 
Receptores D2 da hipófise 
Inibição da liberação de prolactina 
ANTIPSICÓTICOS 
(neurolépticos) 
 alto índice terapêutico 
 não levam a dependência 
 latência do efeito terapêutico 
ANTIPSICÓTICOS 
 Típicos – antagonistas de receptores dopaminérgicos 
 Atípicos – antagonistas de receptores dopaminérgicos 
 e serotoninérgicos 
ANTIPSICÓTICOS 
Classificação: 
• Típicos 
- Fenotiazínicos 
 Clorpromazina, Tioridazina, Pipotiazina, Trifluoperazina, 
 Flufenazina, Perfenazina 
 
 
- Não-fenotiazínicos 
 Haloperidol, Tiotixeno, Pimozida, Molindona 
ANTIPSICÓTICOS 
Classificação: 
• Atípicos 
- Clozapina 
- Olanzapina 
- Risperidona 
- Quetiapina 
- Ziprazidona 
Efeitos adversos dos antipsicóticos 
- inibição dos receptores dopaminérgicos da via 
 tuberoinfundibular 
aumento da secreção de prolactina 
• aumento de tamanho e sensibilidade das mamas 
• dimuição da libido 
• amenorréia 
• galactorréia 
Via dopaminérgica tuberoinfundibular 
Controla liberação de prolactina 
DOPAMINA 
Receptores D2 da hipófise 
Inibição da liberação de prolactina 
Efeitos adversos dos antipsicóticos 
- inibição dos receptores dopaminérgicos da via 
 nigroestriatal 
 efeitos extrapiramidais 
• distonia aguda (espasmos dos músculos da face, 
 pescoço e língua) 
 
• acatisia (inquietação incontrolável) 
Primeiras semanas do tratamento: 
Efeitos adversos dos antipsicóticos 
- inibição dos receptores dopaminérgicos da via 
 nigroestriatal 
 efeitos extrapiramidais 
• síndrome de Parkinson (bradicinesia, tremor variável das 
 extremidades, imobilidade na expressão facial, 
 alteração da marcha e postura rígida) 
Primeiras semanas do tratamento: 
 
Efeitos adversos dos antipsicóticos 
- inibição dos receptores dopaminérgicos da via nigroestriatal 
 efeitos extrapiramidais 
Tratamento prolongado 
• discinesia tardia (movimentos hipercinéticos anormais, 
 movimentos involuntários da face, língua (fly-catching), 
 tronco e membros) 
 Incapacitante e geralmente irreversível 
diminuição da dose do antipsicótico ou troca (Clozapina) 
Efeitos adversos dos antipsicóticos 
 Síndrome Neuroléptica Maligna 
• ocorre em 0,5-1,4% dos pacientes 
• ocorre de 3-9 após o início do tratamento 
• índice de mortalidade acima de 30% 
• incidência maior em homens 
• sintomas – efeitos extrapiramidais severos, febre, 
 taquicardia, hipertensão, alterações nos 
 níveis de consciência 
• tratamento – agonistas dopaminérgicos como a 
 bromocriptina 
Efeitos adversos dos antipsicóticos 
- sedação – bloqueio de receptores H1 
 de histamina 
 
- hipotensão postural – bloqueio de receptores alfa1 
 
- hiperglicemia 
 
- ganho de peso – provavelmente via bloqueio 
 de receptores de 5-HT 
Efeitos adversos dos antipsicóticos 
 - boca seca 
 - visão embaçada 
 - constipação intestinal 
 - retenção urinária 
 - piora de certos tipos de glaucoma 
bloqueio de 
receptores 
muscarínicos 
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS 
 Produzem efeito antipsicótico na maioria dos pacientes 
em doses que não causam efeitos extrapiramidais 
importantes 
 Melhor eficácia com relação aos sintomas 
negativos da psicose 
 Eficaz em pacientes que não respondem aos 
Típicos 
 Menor tendência em causar hiperprolactinemia 
 Efeitos adversos metabólicos proeminentes 
 Taxa de recaída é mais baixa 
Clozapina 
 Efeito igual ou superior aos antipsicóticos clássicos 
 na melhora dos sintomas positivos da esquizofrenia 
 
 Efeitos nos sintomas negativos 
 
 Melhora em 60% dos pacientes que não respondem 
a neurolépticos típicos 
 
 Também apresenta alta afinidade por receptores 
muscarínicos, alfa-1 e H1 
 
 Não causa aumento da prolactina 
 
 Agranulocitose – 2% dos pacientes - 19% de mortalidade 
 
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS 
Risperidona 
Efeitos em baixas doses são parecidos as drogas 
convencionais em doses elevadas 
 
Eleva a concentração de prolactina 
Olanzapina 
Não provoca efeitos colaterais extrapiramidais 
 
Não eleva os níveis de prolactina 
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS 
Antipsicóticos podem inibir outros receptores 
Clorpromazina 
D1 D2 alfa mAch 5-HT2 H1 
+ + + + + + + + + + + + + 
Tioridazina + + + + + + + + + + - 
Haloperidol + + + + + + +/- +/- 
Clozapina + + + + + + + + + + + + + 
Risperidona - - - + + + + + + + + 
Farmacocinética dos antipsicóticos 
- altamente lipossolúveis 
 
- T1/2 – 10 – 40 horas 
 
- clorpromazina e e flufenazina – intenso metabolismo 
 de primeira passagem – administração intramuscular 
 
- administração intramuscular de formas de liberação 
 lenta – Flufenazina T1/2= 20 horas 7-10 dias 
 
- extensivamente metabolizadas pelo fígado – enzimas 
 do citocromo P450 (CYP1A2, CYP2D6 e CYP3A4) 
 
- excreção renal e biliar 
Tratamento Farmacológico da Psicose 
• benzodiazepínicos – controle dos sintomas psicóticos 
 agudos 
geralmente o Lorazepam 
Doses do agente psicótico 
Risco de efeitos adversos 
• lítio ou ácido valpróico 
Interações Medicamentosas 
• anti-histamínicos, álcool, barbitúricos, hipnóticos – 
 potencializam efeitos tóxicos dos antipsicóticos 
• agonistas dopaminérgicos (bromocriptina,levodopa) 
 diminem efeitos terapêuticos 
• bloqueadores b-adrenérgicos (propranolol, pindolol) 
 aumenta efeito hipotensor dos agentes antipsicóticos 
• insulina, hipoglicemiantes orais 
 antipsicóticos causam hiperglicemia 
Interações Medicamentosas 
• Carbamazepina, Fenitoína, Barbitúricos 
 estimulam metabolismo de alguns antipsicóticos 
 como o Haloperidol 
• Cimetidina – inibe metabolismo da Quetiapina 
• Venlafaxina – inibe o metabolismo do Haloperidol

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