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ABUSO DE DROGAS Profa. Dra. Sisi Marcondes Departamento de Farmacologia FCM - UNICAMP DEPENDÊNCIA Desejo compulsivo (craving, “fissura”) Abstinência Tolerância : • Farmacocinética • Farmacodinâmica • Comportamental Tolerância – redução do efeito farmacológico com a administração repetida da droga - tolerância farmacocinética – decorrente do aumento da velocidade de metabolização e excreção da droga - tolerância farmacodinâmica – envolve processos neurais adaptativos. Ex. a exposição continuada a uma droga pode diminuir o número e/ou a sensibilidade dos receptores sobre os quais ela atua - tolerância comportamental – habituação e processos associativos ABSTINÊNCIA Drogas psicoativas capazes de gerar dependência via dopaminérgica mesolímbica interrupção do uso da droga Reforço negativo RECOMPENSA Reforço positivo 5-HT Dependência droga precisa ser administrada pelo próprio sujeito condicionamento duração do efeito da droga genética existência de transtornos psiquiátricos personalidade do indivíduo droga deve ter acesso rápido ao SNC FARMACOTERAPIA terapia de substituição Droga com mecanismo de ação semelhante, porém com propriedades farmacocinéticas diferentes - ação central com inicio lento - duração de efeito prolongado Exemplos: - nicotina - metadona FARMACOTERAPIA antagonistas farmacológicos Grau de adesão é pequeno – indução de sinais de retirada Ex. Naltrexona agentes aversivos Baixa adesão e eficácia. Ex. Dissulfiram (Antabuse) agentes que reduzem o apetite por drogas 5-HT (inibidores seletivos da captação de 5-HT) e Naltrexona – diminuem consumo de álcool NICOTINA Tolerância Rápida Síndrome de abstinência Desejo compulsivo persistente • irritabilidade, hostilidade, impaciência • ansiedade • humor disfórico • dificuldade de concentração, agitação • aumento do apetite Concentração plasmática cai pela metade nos primeiros 10 min e decai totalmente após 2 h EFEITOS NOCIVOS DO TABAGISMO alcatrão nicotina e CO - câncer, - bronquite crônica - doenças cardiovasculares, - gravidez Farmacoterapia NICOTINA terapia de reposição de nicotina - goma de mascar e emplastro transdérmico agentes que reduzem efeito de abstinência Clonidina - agonista de receptores a2 ( liberação de NA) agentes que reduzem o apetite por drogas 5-HT (inibidores seletivos da captação de 5-HT) Bupropiona ÁLCOOL É observado a tolerância após 1-3 semanas de uso contínuo de etanol Ocorrência da síndrome de abstinência Tremor, náusea, sudorese, febre e convulsões Após 2-3 dias de abstinência: Alucinações, delírio, febre, agressividade, confusão Delirium tremens (pode ser fatal) Tratamento Farmacológico do Alcoolismo Dissulfiram Aldeído desidrogenase Ácido acético Álcool desidrogenase X torna consumo de álcool desagradável Acetaldeído - rubor - taquicardia - náuseas, vômitos - cefaléia - fraqueza - dificuldade respiratória - angústia Etanol acetaldeído CYP2E1 - Etanol causa indução da CYP2E1 Tratamento Farmacológico do Alcoolismo Naltrexona (antagonista de opiáceos) Reduz o consumo e o desejo de ingerir álcool Acamprosato Reduz a ingestão de álcool e reduz as recaídas Outros Benzodiazepínicos, clonidina e propranolol Antagonista competitivo do receptor de glutamato tipo NMDA e potencializa ação gabaérgica MACONHA - extraída de folhas e flores secas da Cannabis sativa - substância ativa - 9-tetraidrocanabinol - reduz funções cognitivas, da percepção, do tempo de reação, memória e aprendizagem - distúrbios na coordenação motora - diminuição de testosterona plasmática e do número de espermatozóides, disfunção erétil - esquizofrenia - ligante endógeno do receptor canabinóide (CB1 e CB2) – anandamida, araquidonilglicerol - apresenta tolerância - não há tratamento farmacológico específico OPIÓIDES Síndrome de abstinência Sinais e Sintomas - desejo intenso pela droga - agitação, irritabilidade - hipersensibilidade à dor - náuseas, vômitos - humor disfórico - insônia, ansiedade - dilatação das pupilas - sudorese, piloereção TRATAMENTO FARMACOLÓGICO substituição por um opióide de longa duração Ex. Metadona Clonidina (agonista a2-adrenérgico) náusea, vômito, cólicas, sudorese, taquicardia e hipertensão Ativação do sistema opióide endógeno Ex. Acupuntura OPIÓIDES Antagonista de receptores opióides Ex. Naltrexona BENZODIAZEPÍNICOS Sindrome de abstinência - ocorre alguns dias após a suspensão da medicação - sintomas diminuem em 1 a 2 semanas - Irritabilidade, insônia, fono e fotofobia, depressão não há tratamento farmacológico específico COCAÍNA Uso crônico - freqüência cardíaca e da pressão arterial - melhora no desempenho de tarefas que exigem atenção - autoconfiança - euforia - atividade motora involuntária - comportamento estereotipado e paranóia - irritabilidade Uso mais prolongado Efeitos reforçadores correlacionam-se diretamente com o bloqueio da recaptação de DA na Via Mesolímbica COCAÍNA - tolerância - síndrome de abstinência relativamente branda - programas de reabilitação (psicoterapia individual e em grupo, terapia comportamental). Ajuda o paciente a resistir ao forte desejo de reiniciar o uso compulsivo da droga - antipsicóticos – aliviar sintomas de intoxicação ALUCINÓGENOS Drogas que produzem transtornos na percepção, no pensamento ou no humor em doses baixas, mas com efeitos mínimos na memória e na orientação metilenodioximetanfetamina (ecstasy) dietilamina do ácido lisérgico (LSD) fenciclidina ALUCINÓGENOS Efeitos - alterações de humor (entusiasmo, paranóia ou depressão) - excitação intensa (sensação de pânico) - dilatação das pupilas - elevação da pressão arterial - ruborização - salivação - lacrimejamento - efeitos visiuais (as cores parecem mais intensas e as formas podem parecer alteradas) - desenvolvimento de transtornos psicóticos (esquizofrenia) ALUCINÓGENOS Tolerância acentuada Ocorrência de flashbacks “ Transtorno da Percepção Persistente Associado a Alucinógenos” - ocorre dias ou meses após a última experiência (recorrência espontânea de alguns dos sintomas de intoxicação). Pode ser precipitado por estímulos ambientais. Não há síndrome de abstinência Não causa dependência Diazepam e antipsicóticos
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