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Correntes terapêuticas para tratamento da dor Parte I: - TENS Correntes terapêuticas Uso terapêutico: Reparo tecidual Modelagem de tecidos moles Fortalecimento muscular Treinamento funcional Controle da dor TENS Interferencial TENS O termo TENS é um acrônimo para: Transcutaneous Electric Nervous Stimulation (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea) Refere-se ao uso de estimuladores elétricos com corrente bifásica pulsada com a finalidade de estimular fibras nervosas através da pele por meio de eletrodos de superficie. Mas por convensão, o termo TENS, é utilizado para correntes cujo único objetivo é modular ou produzir o alívio da dor. Estudos pioneiros A teoria Há um consenso de que a descoberta da TENS baseia-se no trabalho original de Ronald Melzack, um psicólogo canadense, e Patrick Wall, um neuroanatomista britânico. Este trabalho foi publicado como uma teoria em 1965. Pain Mechanisms: A new Theory A gate control system modulates sensory input from the skin before it evokes pain perception and respond Science, 150 (3699): 971-979, 1965. A prova da teoria Em 1966, Patrick Wall e William Sweet, testaram um protocolo de estimulação elétrica em 8 pacientes com dor provenientes de diferentes tipos de patologias/traumas e alcançaram alivio temporário da dor em 50% dos casos. Onda quadrada Largura de pulso: 100 μs Frequência: 100 Hz Intensidade: formigamento Esta era a prova que faltava para a Teoria das comportas Temporary Abolition of Pain in Man Science, 155: 108-109, 1966 Decreased activity of spontaneous and noxiously evoked dorsal horn cells during transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS). Garrison DW, Foreman RD. Pain 58:309- 315, 1994 A prova da teoria A atividade de fibras nervosas que transmitem informação nociceptiva desaparece (ou diminui) durante a estimulação eletrica. The influence of naloxone on analgesia produced by peripheral conditioning stimulation. Bengt H. Sjolund and Margareta BE Eriksson. Brain Research, 173: 295-301, 1979. Efeitos além da teoria das comportas: o papel dos opióides endógenos Na tentativa de analisar se o sistema de opiódes endógenos poderia ter algum papel na analgesia provocado por tal estimulação, um grupo de pesquisadores suecos decidiram bloquear a liberação endógena de opiódes (com a naloxona, um potente antagonista) e o que notaram, foi a diminuição do efeito da TENS. O efeito supressor do antagonista, entretanto, foi mais pronunciado somente sobre um certo tipo de TENS (TENS acumpuntura). The influence of naloxone on analgesia produced by peripheral conditioning stimulation. Bengt H. Sjolund and Margareta BE Eriksson. Brain Research, 173: 295-301, 1979. Efeitos além da teoria das comportas: o papel dos opióides endógenos Na tentativa de analisar se o sistema de opiódes endógenos poderia ter algum papel na analgesia provocado por tal estimulação, um grupo de pesquisadores suecos decidiram bloquear a liberação endógena de opiódes (com a naloxona, um potente antagonista) e o que notaram, foi a diminuição do efeito da TENS. O efeito supressor do antagonista, entretanto, foi mais pronunciado somente sobre um certo tipo de TENS (TENS acumpuntura). É A MESMA COISA QUE DER UM AGENTE OPIOIDERCO, COMO A MORFINA PARA INIBIR A DOR Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation: Basic Science Mechanisms and Clinical Effectivenes. Kathleen A. Sluka and Deirdre Walsh. The Journal of Pain, Vol 4, No 3 (April), 2003: pp 109-121 O EFEITO DA TENS ALTA FREQUÊNCIA, TAMBÉM SE DEVE, EM PARTE, À SUA CAPACIDADE DE ESTIMULAR A LIBERAÇÃO DE OPIÓIDES ENDÓGENOS. ESTE EXPERIMENTO MOSTRA QUE DEPENDENDO DO ANTAGONISTA UTILIZADO, O EFEITO TANTO DA TENS DE BAIXA QUANTO DE ALTA FREQUÊNCIA FORAM BLOQUEADOS. TENS Efeitos além da teoria das comportas: o papel dos opióides endógenos De onde vêm os opióides endógenos? Substância cinzenta periqueadutal (PAG, Periaqueductal gray) A estimulação da PAG ativa neuronios opioidérgicos que projetam para os núcleos (posteriores) serotonérgicos da rafe que enviam 5-HT (serotonina) ao corno dorsal da medula (no segmento afetado, por onde entram os estimulos nociceptivos) onde eles excitam neurônios inibitórios, que por sua vez, inibem a transmissão da informação vinda pelas fibras A delta e C, o que diminui ou interrompe a chegada do estimulo nociceptivo. Corrente bifásica/alternanda: não tem efeito polar; mais seguro Pulsos Assimétricos: diminui a chance de acomodação Pulsos devem ser compensados: mesma carga de corrente em cada fase apesar da forma geométrica ser diferente. Formato de onda TENS Formato de onda TENS Corrente bifásica/alternanda: não tem efeito polar; mais seguro Pulsos Assimétricos: diminui a chance de acomodação Pulsos devem ser compensados: mesma carga de corrente em cada fase, apesar da forma geométrica ser diferente. Formato de onda TENS TENS com variação de Intensidade e Frequência TENS com variação de Largura de Pulso TENS com variação de Largura e Frequência TENS com variação de Frequência de Pulso TENS em Trens de pulso em baixa frequência TENS Dosimetria Dependerá do tipo de TENS aplicado. Vai variar em: 1. Frequência 2. Largura de pulso (período, T) 3. Intensidade 4. Tempo de aplicação TIPOS Convencional Baixa Frequência BURST Breve intensa TENS CONVENCIONAL: ALTA FREQUÊNCIA Efeito: modula a intensidade do estímulo nociceptivo que chega na célula T (teoria das comportas) Mecanismo fisiológico: aumenta a liberação de GABA (neutransmissor inibitório nos interneurônios da SG) que previne que a informação carreada pelas fibras A delta e C (estimulos nociceptivos) cheguem à célula T (que transmitiria a informação nociceptiva ao tálamo) com todo o seu potencial. Parâmetros • Frequência: ALTA; 80 – 150 Hz • Largura de pulso: estreita - de 20 à 80 μs • Intensidade: baixa; formigamento moderado • tempo aplicação: 30 – 40 minutos • Inicio do alívio: rápido/dentro de minutos • duração do alívio: curto; dura enquanto está sendo estimulado até alguns minutos • Indicação: dores agudas TENS BAIXA FREQUÊNCIA: TENS ACUPUNTURA É chamado TENS tipo acupuntura pois inicialmente, os eletrodos eram posicionados em pontos de acupuntura e também porque o acupunturista manipula a agulha lentamente. Efeito: aumenta a liberação de opióides endógenos Mecanismo fisiológico: opiódes endógenos atuam na modulação da atividade de transmissão da célula T. Parâmetros • Frequência: baixa – menor que 10 Hz • Largura de pulso: longa – de 150 à 250 μs • Intensidade: alta; contração muscular visivel • tempo de aplicação: 30 a 40 minutos • Inicio do alívio: lento; dentro de 1 a 2 horas • duração do alívio: algumas horas (4 – 6 horas) • Indicação: dores crônicas TENS A relação das diferentes frequências de pulso x fases da dor Dor crônica: Frequência baixa – estimulação mais intensa Dor agura: Frequência alta – estimulação mais suave Redução do efeito analgésico da estimulação elétrica nervosa transcutânea de baixa freqüência em ratos tolerantes à morfina. Resende MA et al., Rev. bras. fisioter., 10(3): 291-296, 2006. Duração da analgesia Baixa frequência x Alta frequência Redução do efeito analgésico da estimulação elétrica nervosa transcutânea de baixa freqüência em ratos tolerantes à morfina. Resende MA et al., Rev. bras. fisioter., 10(3): 291-296, 2006. efeito do antagonista sobre a analgesia produzida pela TENS BF Duração da analgesia Baixa frequência x Alta frequência TENS BURST Envolve a emissão de trens de pulso ao invés de pulso individuais. Neste modo existe duas frequências: inter-burst (baixa frequência) e intra-burst (alta frequência). Efeito: aumenta a liberação descendente de opióides Mecanismo fisiológico: opiódes endógenos atuam na modulação da atividade de transmissão da célula T. Parâmetros Frequência intra-burst: alta; aproximadamente 100 Hz Frequência inter-burst: 1 a 4 Hz, ou seja, de 1 a 4 pacotes/segundo Largura de pulso: 80 - 120 μs Intensidade: formigamento no limite do tolerável tempo de aplicação: 20 - 30 minutos • Inicio do alívio: lento; dentro de 1 a 2 horas • duração do alívio: algumas horas (médio) • Indicação: dores crônicas. TENS BREVE INTENSA Envolve a emissão de pulsos elétricos de longa duração, alta frequência e intensidade alta no limite do tolerável. O termo breve intensa representa a curta duração da aplicação e a alta intensidade em que deve ser aplicada. Promove a estimulação de fibras sensoriais e motoras, provocando formigamento, vibração e contração muscular forte. Utilizada para atingir analgesia em tempo muito curto. Efeito: aumenta a liberação descendente de opióides Mecanismo fisiológico: opiódes endógenos atuam na modulação da atividade de transmissão da célula T. Parâmetros Frequência: até 10Hz Largura de pulso: o mais largo possível (ou maior que 1ms) Intensidade: contração muscular visivel (intensa, dolorida, no limite do tolerável) Tempo de aplicação: 10 – 15 minutos Inicio do alívio: em poucos minutos Duração do alívio: 2 h +/- 4 horas Indicação: pré-cinésio; pré-procedimentos dolorosos Convencional Baixafrequência Breveintensa Frequência(Hz) 80 - 130 2 - 10 80 - 120 Larguradepulso(μseg) 20 - 50 150 - 250 >400 Intensidade(mA) formigamento contraçãomuscularvisível contraçãoforte/limitetolerável tempo deestimulação(minutos) 30 - 40 30 - 40 10 - 15 TENS A relação das diferentes fibras/sensações e a largura de pulso 1- Unilateral: colocação em um dos lados de uma articulação, da coluna, da face, da cabeça, ou de uma extremidade. 2. Bilateral: os eletrodos de um ou dos dois canais são colocados em ambos os lados da coluna, da face, da cabeça ou das articulações. Com dois canais, um par pode ser colocado no lado oposto ao outro par. 3. Proximal: todos os eletrodos são colocados acima do nível da lesão. Eficiente nas lesões de nervos periféricos, lesões medulares e na dor de membro fantasma. 4. Distal: envolve pelo menos a colocação de um eletrodo na periferia da dor referida para assegurar a percepção da parestesia através de toda a região dolorosa. COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS indica o local da dor 2 2 2 2 1 2 2 3 4 1. Linear: envolve a colocação dos eletrodos de forma proximal e distal, assim como em sítios referentes aos pontos gatilho ou raízes nervosas relacionadas à dor. 2. Alternada: envolve a colocação alternada dos canais quando se estimula de forma linear, para assegurar uma melhor distribuição da parestesia na região dolorosa. 3. Cruzada: ocorre quando uma estimulação com dois canais cruza a área da dor, concentrando, desta forma, a percepção da corrente na região dolorosa. indica o local da dor COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS 1 1 2 3 1. Miótomo Segmentalmente Relacionado: quando a estimulação é intolerável no local da dor, os eletrodos devem ser colocados em grupos musculares distantes, porém inervados pelos mesmos níveis medulares da região dolorosa. Sugere-se usar as formas de estimulação fortes e os trens de pulso. 2. Remota: os eletrodos de um ou dois canais são colocados em região segmentalmente relacionadas com a área dolorosa. Um sítio remoto pode estar localizado proximal, distal ou contralateral à região de dor. Geralmente no membro remanescente em pacientes amputados. indica o local da dor COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS 1 1 sindrome do túnel do carpo patologias da face plantar patologias dos dedos da mão com eletrodo autoadesivo ciatalgias cervicalgia dor na torácica lombalgia COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS casos gerais bastante comuns TENS Aparelhos portáteis Vantagens Fácil aplicação Pré-modulado Uso prolongado Barato TENS Contra indicações áreas anestesiadas ou insensíveis região lombar baixa e abdome de gestantes regiões com presença ou supeita de tumores malignos pacientes com trombose ou tromboflebite sobre o seio carotídeo áreas com hipersensibilidade áreas com implantes metálicos eletônicos áreas com implantes metálicos não eletrônicos (precaução) pacientes que não podem dar o feedback apropriado sobre a sensação Para maiores detalhes sobre contra-indicações e precauções ver: Electrophysical Agents Contraindications and Precautions: An Evidence-Based Approach to Clinical Decision Making in Physical Therapy. Physiotherapy Canada, 62 (5): 1-80, 2010
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