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Responsabilidade por Honorários Advocatícios

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Honorários devem ser pagos por parte que motiva demanda
Entendimento é da 2ª turma do TRT da 3ª região.
terça-feira, 4 de junho de 2013
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"Nas ações em que o processo é extinto, sem resolução do mérito, por perda de objeto, a responsabilidade pelos honorários advocatícios é decidida à luz do princípio da causalidade, segundo o qual, os honorários advocatícios devem ser suportados pela parte que ensejou a instauração da demanda". O entendimento é da 2ª turma do TRT da 3ª região.
De acordo com os autos, o Banco Santander moveu ação de interdito proibitório conta o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Belo Horizonte e Região com o objetivo de impedir piquetes devido à greve em suas agências para assegurar o livre acesso de empregados e clientes.
Em 1ª instância, foi concedida liminar proibindo o sindicato de provocar tumulto nas portas das agências do Santander, sob pena de multa diária de R$ 1 mil. Depois o processo foi extinto, sem resolução de mérito, por perda de objeto, e o pedido de pagamento de honorários advocatícios postulados pelo sindicato foi indeferido.
O sindicato interpôs recurso ordinário alegando que, nas ações de interdito proibitório, a condenação em honorários sucumbenciais tem fundamento na IN 27, do TST, e que com base no disposto no art. 5º "ante a perda do objeto e a extinção do processo sem resolução do mérito, deve ser aplicado o princípio da causalidade, que dispõe que, na ação extintiva sem resolução de mérito, os honorários advocatícios devem ser suportados pela parte que ensejou a instauração da demanda". Salientou ainda que o banco ajuizou maliciosamente várias ações de interdito proibitório com o intuito de frustrar a greve dos bancários.
A relatora, juíza convocada Sabrina de Faria Fróes Leão, constatou que apesar de o processo ter sido extinto, foi concedida ao banco uma liminar proibindo o sindicato de causar tumulto, que vigorou até a perda do objeto da ação de interdito proibitório, com o fim da greve e a consequente extinção do processo. 
Com isso, a magistrada entendeu que houve, no decorrer do processo, uma prestação jurisdicional favorável à tese do banco autor, ainda que provisória, e por isso não pode ser aplicado o disposto no art. 5º da IN 27 do TST, pelo qual, "exceto nas lides decorrentes da relação de emprego, os honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência".
No entanto, afirmou ser cabível a aplicação do princípio da causalidade, "pois foi o réu, com seu procedimento irregular, que ensejou a propositura da demanda, tendo o autor de recorrer ao Poder Judiciário para ver resguardado o seu direito".
De acordo com a juíza, a solução encontrada pela jurisprudência e pela doutrina é no sentido de que, quando não há resolução do mérito, o juiz deve fazer um exercício de raciocínio para aplicar o princípio da causalidade, procurando deduzir quem perderia a demanda, se a ação fosse decidida pelo mérito. "O fato de, por exemplo, o réu reconhecer o pedido de imediato (CPC 269, II), não o exime do pagamento dos honorários e custas, porque deu causa à propositura da ação (CPC 26)", conclui a relatora, lembrando que "o processo não pode reverter em dano de quem tinha razão para o instaurar (RT-706/77)".
A 2ª turma, por maioria de votos, negou provimento ao recurso do sindicato.
Processo: 0002279-27.2012.5.03.0002
Extinção do processo, sem resolução do mérito, por perda superveniente de interesse processual e condenação ao pagamento dos ônus da sucumbência
11 de maio de 2017
Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito provocada pela perda do objeto da ação em razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se saber qual dos litigantes seria sucumbente se o mérito da ação fosse julgado, o pagamento das custas e dos honorários advocatícios deve ser rateado entre as partes.
Cinge-se a controvérsia a determinar quem deve ser condenado ao pagamento dos ônus da sucumbência quando o processo de ação de cobrança é extinto, sem resolução de mérito, em virtude de pagamento efetuado por terceiro.
O STJ, em inúmeras oportunidades, já se manifestou no sentido de que, em função do princípio da causalidade, nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito, decorrente de perda de objeto superveniente ao ajuizamento da ação, a parte que deu causa à instauração do processo deverá suportar o pagamento das custas e dos honorários advocatícios. Ademais, a jurisprudência desta Corte é assente na orientação de que, sendo o processo julgado extinto, sem resolução de mérito, cabe ao julgador perscrutar, ainda sob a égide do princípio da causalidade, qual parte deu origem à extinção do processo sem julgamento de mérito, ou qual dos litigantes seria sucumbente se o mérito da ação fosse, de fato, julgado.
A situação versada nos autos demonstra que é inviável imputar a uma ou a outra parte a responsabilidade pelos ônus sucumbenciais, de modo que se mostra adequado que cada uma das partes suporte os encargos relativos aos honorários advocatícios e às custas processuais, rateando o quantum estabelecido pela sentença.
REsp 1.641.160-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 16/3/2017, DJe 21/3/2017.
Sem vencedores
Não há sucumbência por perda de objeto causada por mudança na lei
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9 de novembro de 2017, 7h29
Não é possível condenar ao pagamento de honorários de sucumbência e considerar culpada qualquer uma das partes do processo se houve perda do objeto provocada por alteração legislativa ocorrida após o ajuizamento da ação.
Esse foi o entendimento aplicado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região em duas ações envolvendo a Advocacia-Geral da União. Em ambas, os municípios de Barreiros (PE) e Igaci (AL) acionaram a Justiça pedindo para receber parte da arrecadação com a multa prevista no artigo 8º da Lei 13.254/2016 pela repatriação de recursos não declarados mantidos no exterior.
Entretanto, as ações perderam seu objeto quando a repartição pedida pelos municípios foi concretizada com a publicação da Medida Provisória 753/2016, que estabeleceu o repasses de parte dos valores arrecadados para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Diante das decisões dos juízes de primeira instância que reconheceram a perda do objeto da ação em razão da modificação legislativa, os municípios levaram os casos ao TRF-5 pedindo a condenação da União ao pagamento de honorários de sucumbência.
Segundo os municípios, ainda que o artigo 85 do novo Código de Processo Civil estabeleça que quem perdeu a ação deve arcar com o pagamento da verba honorária, o parágrafo 6º do mesmo dispositivo fixa que os honorários de sucumbência também deverão ser pagos nas hipóteses de extinção do processo sem resolução do mérito.
Nesses casos, de acordo com os autores da ação, deve ser aplicado o princípio da causalidade para as hipóteses de perda de objeto, conforme estabelece o parágrafo 10 do artigo 85: “Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo”.
Em defesa da União, a AGU observou que não havia previsão legal para o repasse da multa até a edição da MP. Dessa forma, como a União está subordinada ao princípio da legalidade, segundo o qual a administração pública nada pode fazer senão o que determina a lei, não é possível imputar culpa ao ente público pela perda superveniente do objeto da ação.
Dessa forma, no momento do ajuizamento da ação, não havia lei que assegurasse os repasses pretendidos pelos municípios. Consequentemente, não se poderia exigir da União conduta não prevista em lei, o que confirma a legitimidade da recusa em fazer a transferência naquele momento.
“O fato de a norma superveniente ter atendido a pretensão do município apelante não significa que a União tenha acolhido a tese defendida da presente ação. Na verdade, a pretensão autoral apenas passou a ter amparo legal com a edição da Medida Provisória 753/2016, de maneira que a atuação da União era legítima, por observar o princípio da legalidade”, resumiramos advogados da União.
A 3ª Turma do TRF-5 acolheu os argumentos da AGU e, por unanimidade, deu provimento à apelação para rever condenação que determinava o pagamento de honorários de cerca de R$ 130 mil aos advogados do município pernambucano.
“Com a extinção da ação sem resolução do mérito, sem qualquer ônus para as partes, não há que se falar em condenação de honorários advocatícios, pois com a perda de objeto devido à mudança na legislação não houve vencidos ou vencedores”, concluíram os desembargadores.
Também de forma unânime, a 4ª Turma do TRF-5 seguiu o mesmo entendimento em relação aos advogados da cidade alagoana. “Sendo legítima a atuação da União, que se pautou pelo princípio da legalidade, não se pode dizer que tenha dado causa ao ajuizamento da ação, sendo, pois, indevida sua condenação ao pagamento de verba honorária.” Com informações da Assessoria de Imprensa da AGU.
Processo 0809161-92.2016.4.05.8300
Processo 0801302-49.2016.4.05.8001

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