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Fundamentos da Comunicação

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Estudos em Comunicação
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Fundamentos da Comunicação Introdução
O que é comunicação?
Não é um atributo exclusivamente humano.
- Seres vivos.
- Uma planta quando exala um determinado cheiro que atrai animais – é um organismo vivo afetando o outro.
ODORES, SONS, EXPRESSÕES DO CORPO, ENTRE OUTAS, SÃO FORMAS DE COMUNICAÇÃO 
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Qual a diferença entre a capacidade de comunicação dos animais e dos homens?
 - OS SINAIS.
Os animais não produzem significado – os homens produzem e alteram significados continuamente.
Qual a comunicação que nos interessa estudar?
A COMUNICAÇÃO HUMANA MIDIATIZADA POR DISPOSITIVOS TECNOLÓGICOS.
A história da comunicação humana está relacionada à EVOLUÇÃO DO PRÓPRIO HOMEM, DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DAS TECNOLOGIAS. 
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Com o objetivo de ampliar:
- A capacidade de expressão;
- Alcance;
- Duração.
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Fundamentos da Comunicação Introdução
A palavra “Comunicação” deriva do latim communicare/communicatio, cujo significado seria “tornar comum”, “partilhar”, “repartir”, “associar”.
Assim, com base na raíz etimológica da palavra comunicar, ela implica necessariamente em participação, em troca de mensagens, em troca com o outro.
Segundo Muniz Sodré...
“Diz-se comunicação quando se quer fazer referência à ação de por em comum tudo aquilo que, social, política ou existencialmente, não deve permanecer isolado.”
(SODRÉ, 1996, p. 11)
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Primeiro significado: ideia de “atividade realizada coletivamente” a partir do universo do cristianismo antigo, nos mosteiros eclesiásticos. 
Communicatio era vocábulo que designava a “ação de comer em conjunto” entre os monges que viviam em absoluto isolamento.
Portanto, em suas primeiras utilizações, comunicação tinha o propósito de “romper com o isolamento” - comunhão. 
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Comunicação como “relação” entre consciências
Consciência 1 (Emissor)						Consciência 2 (Receptor)
Codifica a mensagem em um					Decodifica a mensagem
suporte material
Envia informação/mensagem.				A informação/mensagem
 se efetiva em comunicação
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Decodificar - processo de reconhecimento do código, por via do acesso aos mecanismos codificatórios (linguagens verbal e não verbal).
Compreender – processo de absorção cognitiva, ligado à capacidade cultural do sujeito.
Interpretar - de base subjetiva. Está além da decodificação e compreensão. Não depende das habilidades do emissor.
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Os vários sentidos dados ao termo...
1º – Comunicação como comunhão (Idade Média);
2º – Comunicação como relação entre consciências (séc. XVI e XVII);
3º – Comunicação como troca informacional (Enciclopedismo do séculoXVIII até metade do séc. XX);
4º – Comunicação como INTERAÇÃO (metade do século XX até hoje).
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Qualquer comunicação humana é necessariamente social. Isso está ligado à própria ideia de que o homem só se constituiu enquanto homem quando passou a viver em sociedade.
E só foi possível viver em sociedade quando ele desenvolveu uma técnica de comunicação, a linguagem, ou seja, essa capacidade de trocar signos com outros homens.
Homem	 		Linguagem Sociedade
 
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Definições de comunicação, retiradas do Dicionário de Comunicação de Carlos Alberto Rabaça, a partir dos seguintes aspectos...
Semiótico
Dialógico
Sociológico
Político
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Semiótico
A semiótica é o estudo dos signos, a ciência geral dos signos. Ou seja, trata-se de uma definição centrada no enriquecimento dos signos através da relação que se estabelece entre dois seres humanos.
Segundo Colin Cherry, semiótica é:
“Estabelecimento de uma unidade social entre seres humanos, pelo uso de signos de linguagem [...] Toda comunicação procede por meio de signos, com os quais um organismo afeta o comportamento do outro (ou, de modo mais geral, o estado do outro). [...] Comunicação não é a resposta em si mesma, mas é essencialmente a relação que se estabelece com a transmissão do estímulo e a evocação da resposta.”
Fundamentos da Comunicação Introdução
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A semiótica, ou seja, a ciência geral dos signos é uma ciência que avança paralelamente à da comunicação e que acaba trocando muito com a teoria da comunicação.
Fundamentos da Comunicação Introdução
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Dialógico
Segundo E. Baragli, dialógico é:
“Faculdade de tornar comum aos outros não somente as coisas externas a ele, mas também ele próprio e suas ações mais íntimas da consciência – ideias, vontades, estados d´alma.”
Aqui não se trata somente da comunicação entre os seres humanos, mas o próprio diálogo interno que ocorre em nós. Aqui vale também destacar um dos tipos de comunicação, que é a intrapessoal.
A comunicação intrapessoal é aquela em que todas as fases do processo comunicativo se dão no próprio indivíduo: trata-se do diálogo interno. Porém, em última instância, esse diálogo também é social, já que todos os valores do indivíduo são inicialmente criados no diálogo com o outro.
Fundamentos da Comunicação Introdução
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Sociológico
Segundo J. Dewey.
“A comunicação é o processo da partição da experiência para que se torne patrimônio comum. [...] A sociedade não só continua a existir pela transmissão, pela comunicação, como também se pode dizer que ela é transmissão e comunicação.”
Algumas teorias da comunicação, como a teoria funcionalista, focam exatamente nessa função da comunicação de gerar uma coesão social, de ser fundamental para o equilíbrio social. Entender a sociedade como um corpo, como um organismo, e a comunicação desempenhando uma função específica para o bom funcionamento do corpo, no caso, o corpo social.
Fundamentos da Comunicação Introdução
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Político
Segundo J. Reusch e G. Bateson:
“Comunicação não se refere somente à transmissão verbal, explícita e intencional de mensagens [...] O conceito de comunicação inclui todos esses processos por meio dos quais as pessoas influenciam outras pessoas [...] Esta definição se baseia na premissa de que todas as ações ou eventos têm aspectos comunicativos, assim que são percebidos por um ser humano; implica, além disso, que tal percepção modifica a informação que o indivíduo possui e, por conseguinte, influencia este indivíduo.”
Aqui é central a noção de que qualquer ato comunicativo tem intenção de influenciar o outro, tem o objetivo de convencer o outro. Não existe informação neutra, qualquer mensagem requer uma intenção explicita 
Fundamentos da Comunicação Introdução
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ou implícita. E uma intenção tanto por parte do emissor quanto do receptor. E por que política? Porque influenciar significa deslocar poder, em última instância. Esse aspecto político da comunicação vai ser explorado por todas as teorias críticas da comunicação, com muita importância inclusive nas pesquisas atuais.
Fundamentos da Comunicação Introdução
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Fundamentos da Comunicação Introdução
COMUNICAÇÃO X INFORMAÇÃO
Toda informação/mensagem é comunicação?
SIM, para aqueles que reconhecem e compreendem o código.
NÃO, para aqueles que não conhecem o código.
Ex. A página de um livro > suporte – papel e tinta / código – palavras.
Suportes – papel e tinta / jornal / rádio / tv / computador / tablet / celular, etc.
 11)
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Algumas conclusões...
- Toda informação pressupõe um suporte e um código;
- Toda informação é parte de um processo de comunicação;
- Comunicação exprime a totalidade do processo que coloca em relação duas (ou mais) consciências;
- Não temos comunicação sem informação – não temos informação sem a possibilidade
dela se tornar comunicação.
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Tentando delimitar o campo de estudos da disciplina “COMUNICAÇÃO” - Qual é o seu objeto?
Estudos do ser (homem) com:
- consigo mesmo;
- o outro;
- o mundo.
(SODRÉ, 1996, p. 11)
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T	T
Portanto...
Desempenha um papel:
DISCIPLINAR
Com caráter
Intermediário e
recíproco
INTER
TRANS
MULTI
Com caráter
“para além de”
Com caráter
a partir de
vários
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Como virar uma disciplina autônoma?
Qual a especificidade a ser estudada?
Temos que fazer um resgate histórico...
 Por volta do séc. XVIII:
 Crises político-sociais;
 Revolução Industrial – aparecimento do mercado de massa ;
 O poder estatal se afasta do poder do clero;
 O campo --- cidade.
Séc. XIX – transformações sociais (EUA e Europa) – sociologia.
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Sociedade antiga						 Sociedade moderna
 Rural											Cidade
 Comunidade									Sociedade
 Famíla/vizinhos	 (vínculos fortes)		 Vínculos efêmeros
 Artesanato								Produção em série 
Três pilares da análise das relações sociais: a DIVISÃO DO TRABALHO, a INDUSTRIALIZAÇÃO e a URBANIZAÇÃO.
É neste cenário que surgem os temos CULTURA DE MASSA e MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA (MCM).
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Fundamentos da Comunicação Introdução
QUAL É O OBJETO DA COMUNICAÇÃO?
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Sociedade de massa / Cultura de massa
 
Autores importantes que pensam as relações sociais da sociedade moderna:
 Émile Durkheim – divisão do trabalho provoca isolamento dos indivíduos, às vezes leva ao suicídio – enfraquecimento da consciência coletiva.
 Karl Marx – contradições sociais (nível econômico) – modos de produção – preocupação com o proletariado urbano.
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Fundamentos da Comunicação Introdução
- Ferdinand Tönnies – sociedade tradicional tem sentimento de pertença e a referência do grupo é marcante. A sociedade moderna pede estes laços tradicionais, substituindo-os pelo contrato – indivíduos insensíveis aos valores coletivos.
- Max Weber – retoma Tönnies, Marx e destaca que a sociedade moderna tem uma racionalidade burocrática – o Estado cresce e provoca mudanças nos indivíduos.
- José Ortega y Gasset – a massa é formada por indivíduos atomizados, reclusos nos seus espaços privados. Os MCM refazem a ligação dos indivíduos com a sociedade.
- Gustave Le Bon – multidão/massa como objeto de reflexão – homem-massa e a cultura que o influencia – a cultura de massa. 
 
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Fundamentos da Comunicação Introdução
Diante dessas reflexões - críticas às novas condições vividas pelos indivíduos, sobretudo nas aglomerações urbanas - a sociedade moderna é entendida como um sociedade de massa. 
 
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Fundamentos da Comunicação Introdução
O que é comunicação social?
Processo de comunicação de caráter indireto e mediado, estabelecido no seio da sociedade, por meio das mídias existentes.
E a comunicação de massa?
Tipo de Comunicação Social dirigida a uma ampla faixa de público, anônimo, disperso e heterogêneo, atingindo simultaneamente (ou a breve trecho) uma grande audiência, graças à utilização dos meios de comunicação de massa .
 
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O Processo Comunicacional
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PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO
Da parte do emissor
• Incapacidade verbal;
• Falta de coerência;
• Uso de frases longas para impressionar;
• Acúmulo de detalhes irrelevantes;
• Ausência de espontaneidade;
• Manifestação evidente de linguagem afetada;
• Uso de termos técnicos, gírias, regionalismos e desconhecidos pelos 
 receptores;
• Excesso de adjetivos, advérbios e frases feitas.
O Processo Comunicacional
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PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO
Da parte do receptor
• Nível de conhecimento insuficiente;
• distração;
• falta de disposição para entender;
• níveis cultural, social, intelectual, econômico e de escolaridade diferentes do 
 emissor.
• Excesso de adjetivos, advérbios e frases feitas.
O Processo Comunicacional
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O esquema abaixo foi proposto por Aristóteles. Ele possui três elementos: emissor, mensagem e receptor.
Modelo clássico aristotélico
 QUEM?				O QUÊ?		 	 		 A QUEM?
a pessoa que fala	 mensagem	 A pessoa que escuta
O filósofo grego ensina que, pelo recurso à “arte da palavra artificial”, comunicar significa persuadir. Ele dialoga com o enfoque político que relaciona comunicação à ideia de influenciar pessoas.
O Processo Comunicacional
FONTE
 MENSAGEM
RECEPTOR
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Este outro modelo foi proposto por Shannon e Weaver, representantes da Mass Communication Research (1949). 
É uma teoria matemática da Comunicação (ou uma Teoria da Informação), com uma abordagem puramente técnica, quantitativa, elaborada por esses dois engenheiros matemáticos.
O Processo Comunicacional
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Exemplo do modelo de Shannon e Weaver:
Usando o modelo de Shannon e Weaver, poderíamos exemplificar o ato comunicativo em uma sala de aula:
a fonte de informação do professor seria o cérebro, do qual, entre diversas informações, ele seleciona uma mensagem (a mensagem original ‘M’);
ele a codifica a partir do contexto social dado (alunos falantes de português, que já possuem uma bagagem conceitual sobre comunicação etc.);
utilizando o código “Língua Portuguesa”, ele emite a mensagem a partir do aparelho emissor, a fala;
O Processo Comunicacional
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essa mensagem vai chegar até o receptor através do ar, que servirá de canal para a mensagem que está sendo emitida;
essa mensagem está sujeita a diversos ruídos na comunicação, como o barulho do ar-condicionado, a interrupção de alguém etc.;
a mensagem será captada pelo aparelho receptor dos alunos, o ouvido, que irá decodificar a mensagem a partir do código compartilhado;
com isso a mensagem será recuperada (‘M’) e fará parte do universo do receptor. O sistema terá sido tão eficiente - vale a equação: M = M1.
O Processo Comunicacional
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Comunicação: Esquemas 
e Elementos
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A partir do modelo de Shannon e Weaver, podemos pensar os elementos básicos que compõem um ato comunicativo, conformme abordam Bordenave e Rabaça em seu livros:
Contexto
Interlocutores
Mensagem
Signos
Código
Canal
Comunicação: Esquemas e Elementos
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Contexto
É a realidade ou situação onde a comunicação se realiza e sobre a qual tem um efeito transformador.
Isso leva em conta o espaço físico e social em que estão os interlocutores do ato comunicativo, inclusive a hierarquia entre ambos, os pressupostos de ambos.
Ninguém comunica no vazio, mas sempre dentro de um ambiente social específico, em um momento da história, como parte de uma situação imediata onde há interesses (muitas vezes distintos) entre emissor e receptor. Quem fala e quem ouve quer convencer com um interesse específico e isso acontece em uma determinada realidade: essa realidade influencia o comunicar e o comunicar influencia a realidade.
Comunicação: Esquemas e Elementos
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Interlocutores
Envolve dois atores:
Emissor: aquele que, em um dado momento, emite uma mensagem para um (ou mais de um) receptor ou destinatário.
Receptor: aquele a quem se dirige a mensagem, aquele que recebe a informação e a decodifica, isto é, transforma os impulsos físicos (sinais) em mensagem recuperada.
Comunicação: Esquemas e Elementos
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Mensagem
É sinônimo de conteúdo, o que se deseja compartilhar.
Comunicação: Esquemas e Elementos
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Signos
A forma como a mensagem se apresenta: todo objeto perceptível que, de alguma maneira, remete a outro objeto, toma o lugar da coisa.
Toda mensagem é composta de signos.
Inicialmente, podemos entender o signo como todo objeto perceptível que, de alguma maneira, remete a outro objeto,
toma o lugar da coisa original. 
Se fosse possível influenciar diretamente a mente das pessoas, não precisaríamos de signos. Daí a necessidade de significar o nosso mundo interior para compartilhá-lo com as outras pessoas.
Em geral, os signos formam conjuntos organizados, chamados códigos.
Comunicação: Esquemas e Elementos
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Código
Essa mensagem será codificada a partir de um código que necessariamente tem de ser comum a ambos os interlocutores, caso contrário comprometerá a comunicação.
São os conjuntos organizados de signos (Braile, Língua Portuguesa, código Morse etc.).
Comunicação: Esquemas e Elementos
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Canal
Todo suporte material que veicula uma mensagem de um emissor a um receptor, através do espaço e do tempo.
Meio pelo qual a mensagem, já codificada pelo emissor, atinge o receptor, que a recebe (em código) e a interpreta. Fenômeno físico que faz com que a mensagem se propague.
Entende-se por canal: mecanismos de expressão da mensagem (canais naturais ou sensoriais; os próprios sentidos, o simples falar e ouvir, na comunicação interpessoal; inclusive a capacidade motora do emissor, seus mecanismos de expressão e a capacidade sensorial do receptor, suas habilidades de ouvir, perceber gestos, compreender); processos pelos quais a mensagem é transmitida (fenômenos físicos que tornam possível a 
Comunicação: Esquemas e Elementos
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propagação da mensagem, como ondas sonoras, ondas luminosas, etc.); meios pelos quais os fenômenos físicos se desenvolvem na transmissão da mensagem (a propagação de ondas sonoras, por exemplo, somente é possível se houver um suporte como o ar, a água, etc.).
Comunicação: Esquemas e Elementos
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Em resumo, no Modelo de Shannon e Weaver...
a fonte de informação seleciona uma mensagem;
o transmissor converte a mensagem em sinais, de acordo com código determinado e esses sinais são transmitidos através de um canal adequado;
o receptor, por sua vez, decodifica os sinais recebidos, para recuperar a mensagem original.
o processo estará sujeito a uma série de ruídos possíveis, ou seja, tudo o que interfere na transmissão e dificulta a recepção da mensagem.
Comunicação: Esquemas e Elementos
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Modelo de Lasswell
Quem?
Com que
efeito?
Para
quem?
Em que 
canal?
O quê?
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Esse modelo foi elaborado em 1930 e proposto em 1948, época em que se vivia o totalitarismo em diversas regiões do mundo ocidental. O fenômeno, por exemplo, dos efeitos da propaganda nazista era algo que se pretendia explicar com o modelo de Lasswell. A preocupação principal era justamente com esses efeitos.
O processo comunicativo era considerado em termos de estímulo e resposta, uma relação direta entre exposição às mensagens e o comportamento. Por exemplo, se uma pessoa é apanhada pela propaganda, ela é levada a comprar aquele determinado produto.
Essa concepção da ação comunicativa como uma relação automática de estímulo e resposta reduz a ação humana a uma relação de causalidade linear e reduz também a dimensão subjetiva da escolha em favor do caráter manipulável do indivíduo.
Comunicação: Esquemas e Elementos
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Linguagem e Signos
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Linguagem é qualquer e todo sistema de signos que serve de meio de comunicação de ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc.
Segundo o Dicionário Aurélio, linguagem é...
“Todo sistema de signos que serve de meio de comunicação
 entre indivíduos e pode ser percebido pelos 
diversos órgãos dos sentidos.”
Linguagem e Signos
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Se fizermos uma escala evolutiva da linguagem, notaremos que, inicialmente, tivemos a linguagem oral, e, posteriormente, a escrita.
Linguagem Oral
Linguagem Escrita
Linguagem e Signos
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 Linguagem Oral
A linguagem oral é considerada a primeira forma organizada de comunicação humana.
As duas limitações inerentes a esse tipo de linguagem são:
 a falta de permanência (tempo);
 e a falta de alcance (espaço).
Linguagem e Signos
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Linguagem Escrita
As limitações da linguagem oral foram praticamente superadas com a invenção da linguagem escrita.
A partir do momento em que o homem passou a utilizar símbolos gráficos para exprimir signos, ficou resolvida a questão da permanência. Não mais o ato comunicativo estava restrito ao momento de sua enunciação: ele podia ser registrado e guardado para que outros obtivessem a mesma mensagem.
Linguagem e Signos
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A linguagem escrita evoluiu da escrita pictórica (signos cuja imagem gráfica tinha correspondência direta com o objeto, como, por exemplo, as figuras rupestres); passando pela escrita ideográfica (signos para representar ideias, não objetos, como é o caso da língua japonesa, que funciona a partir de ideogramas); até chegar na escrita fonográfica (signos representam sons, ou seja, signos representando fonemas, como é o caso da Língua Portuguesa).
É importante destacar que o alcance dos meios de comunicação foi assegurado de maneira definitiva pela invenção dos meios eletrônicos de comunicação: aproveitam diversos tipos de sinais eletromagnéticos e digitais para transmitir signos (telégrafo, rádio, TV, internet).
Linguagem e Signos
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SEMIÓTICA E COMUNICAÇÃO
Os autores mais importantes da semiótica são: 
CHARLES SANDERS PEIRCE (1839–1914) - aplicou semiótica na filosofia. A Semiótica Peirciana pode ser considerada uma Filosofia Científica da Linguagem: “o fenômeno é tudo aquilo que é percebido pelo homem, seja real ou não”. 
FERDINAND DE SAUSSURE (1857-1913) – considerado pai da Semiologia, aplicou semiótica principalmente na linguística. Entendia a linguística como um ramo da ciência mais geral dos signos, que ele propôs que fosse chamada de Semiologia. A existência de signos cria uma relação entre um conceito (o significado) e uma imagem acústica (o significante). 
Linguagem e Signos
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Roland Barthes (1915-1980) ordena os elementos fundamentais inspirados em Saussure, válido para a linguística e para as ciências que nele se inspiram:
Língua e palavra
Significante e significado
Sistema e sintagma
Denotação e conotação
 imagem acústica (o significante). 
Linguagem e Signos
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FERDINAND DE SAUSSURE (1857-1913).
Para o estudo do discurso da mídia, dois desses binômios revelam-se importantes:
Significante = imagem acústica (parte material, física do signo, assim como a impressão psíquica do som produzido na língua).
Significado = conceito/sentido (representação mental de um objeto, representação essa condicionada pela formação sociocultural que nos cerca desde o berço). Exemplo:
Signo – casa
Significante – pensamos em casa como espaço físico 
Significado – ideia de abrigo, lugar para viver, estudar, se alimentar, descansar.
Denotação e conotação – A CONOTAÇÃO remete para as ideias e as associações que se acrescentam ao sentido original de uma palavra ou expressão – associação sinonímica. Significado amplo.
						- A DENOTAÇÃO é aquilo a que uma palavra ou expressão se aplica no seu texto. Palavra em estado de dicionário – “estado natural”. Significado restrito.
Denotação e conotação
Linguagem e Signos
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Linguagem e Signos
EX: Denotação: A MENINA ESTÁ COM A CARA TODA PINTADA. EX: Conotação: AQUELE CARA PARECE SUSPEITO.
A palavra cara significa "rosto", a parte que antecede a cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no segundo exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado ampliado e, por uma série de associações, entendemos que nesse caso significa "pessoa", "sujeito", "indivíduo". 
EX.: Denotação e Conotação:
Uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais) possibilidades de interpretação. 
MARCOS QUEBROU A CARA.
Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que Marcos, por algum acidente, fraturou o rosto. Entretanto, podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como "Marcos
não se deu bem", tentou realizar alguma coisa e não conseguiu.
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Linguagem e Signos
SIGNOS naturais e artificiais
Naturais: não são produzidos pelo homem. São "coisas" e "eventos“ que o homem passa a interpretar como signos.
Ex.: nuvens negras (chuva/tempestade), vôo de certas aves (Corvo - mau agouro), sintomas de doença...
Artificiais: são criados pelo homem para que funcionem no processo da comunicação. Caracterizam-se, portanto, pela intenção.
Ex.: apitos de juiz, sinal de trânsito.
, tentou realizar alguma coisa e não conseguiu.
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Tipos de Comunicação
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Tipos de Comunicação:
Interpessoal 
Biológica
Sociológica
Massiva
Tipos de Comunicação
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Interpessoal - Também chamada de diádica, a comunicação interpessoal se refere à comunicação dialógica, envolvendo normalmente dois interlocutores, no máximo quatro. A interação é face a face e o essencial é o diálogo.
Aqui o essencial é a troca de experiências, normalmente há grandes possibilidades de troca e há o estabelecimento da comunicação não-verbal, a partir de gestos, comportamentos corporais, entonações etc.
Tipos de Comunicação
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Biológica
Refere-se à comunicação de um determinado grupo ou comunidade com vínculos gerados por afinidades ou interesses comuns ou território compartilhado.
Temos aqui mais dificuldades para o processo comunicativo, já que há mais interlocutores envolvidos.
- comunicação intragrupal: nível de comunicação em que a circulação de mensagens verifica-se entre os membros do grupo;
- comunicação intergrupal: nível de comunicação em que a circulação de mensagens ocorre entre um grupo social e outros.
Tipos de Comunicação
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Sociológica
Ocorre no interior do próprio indivíduo, em que todos os componentes do processo (fonte, canal, destinatário) estão concentrados no mesmo indivíduo.
Porém, podemos argumentar que este nível de comunicação seria contraditório, já que toda comunicação é, por definição, social, ou seja, envolve necessariamente o outro.
Uma frase de Piaget nos ajuda a resolver essa questão: “a própria reflexão é uma discussão interior uma aplicação em si mesmo das condutas aprendidas em função do outro”.
Assim, a comunicação intrapessoal é também social porque apresenta um diálogo, ainda que seja subjetivo.
Tipos de Comunicação
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Comunicação de Massa
Como vimos, de acordo com a definição do Dicionário de Comunicação do Rabaça, é aquela comunicação dirigida a um grande público, relativamente grande, heterogêneo e anônimo. E esse é um ponto importante: ser dirigida a um público que é anônimo e heterogêneo. Os produtos da comunicação de massa, diferentemente da comunicação empresarial, por exemplo, não está restrito a um grupo de interesse, mas potencialmente se dirige a um público indiferenciado, grande, heterogêneo, anônimo.
De acordo com a definição, é uma comunicação realizada por meios técnicos sustentados pela economia do mercado. Ressaltamos aqui os meios de comunicação estatais (TV Câmara, TV Brasil, Rádio MEC, BBC)
Tipos de Comunicação
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etc.), que são meios de comunicação de massa, dirigidos para um público heterogêneo, anônimo, grande etc., mas que não se sustentam a partir dos pressupostos de mercado.
Outra característica importante é ser realizada a partir de uma fonte organizada, geralmente ampla e complexa. A caracterização dessa fonte é importante para delimitar as fronteiras que separam a comunicação de massa da comunicação que não é de massa.
A produção da informação , como é o caso da TV, que ilustra bem isso, envolve um grande número de profissionais e extensa divisão de trabalho.
Tipos de Comunicação
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“A empresa jornalística, por exemplo, envolve trabalho de 
diretores, repórteres, redatores, fotógrafos, diagramadores, 
ilustradores, gravadores, pessoal de oficina, correspondentes, 
pessoal de distribuição, pessoal de escritório etc. Além disso, 
depende dos serviços de agências telegráficas, agências de 
publicidade, bancas para venda avulsa, fornecedores de papel e assim por diante.”
													(Pfromm Neto)
Tipos de Comunicação
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O fato de ser bastante onerosa a manutenção de uma organização de comunicação de massa faz com que essas empresas dependam, a fim de sobreviverem ou se expandirem, dos imperativos do consumo (máxima circulação, no caso de livros e filmes, garantia de audiência e venda de publicidade, no caso de jornais, revistas, rádio e TV).
Uma segunda característica básica dos MCM é o fato de que eles necessariamente envolvem máquinas na mediação da comunicação, seja para a produção da informação, quanto para o seu registro, como para a sua transmissão e veiculação.
Tipos de Comunicação
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Como exemplos, temos:
 os aparelhos e dispositivos mecânicos, elétricos e eletrônicos que possibilitam o registro permanente e a multiplicação das mensagens impressas (jornal, revista, livro, cartaz) ou gravadas (disco, fita magnética, videocassete, digital) em milhares ou milhões de cópias;
 a produção, transmissão e recepção das mensagens audiovisuais (rádio, TV, internet) de modo a atingir milhares ou milhões de aparelhos receptores;
 o registro permanente de mensagens em filmes e em projeção destes para grandes audiências.
Tipos de Comunicação
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Outra característica típica dos meios de comunicação de massa é a possibilidade que estes apresentam de atingir simultaneamente uma vasta audiência ou , dentro de breve período de tempo, centenas de milhares ou milhões de ouvintes, de espectadores, de leitores.
Essa audiência, além de heterogênea e geograficamente dispersa, é por definição constituída de membros anônimos para a fonte, mesmo que a mensagem (em função dos objetivos do comunicador ou da estratégia mercadológica do veículo) seja dirigida especificamente para uma parcela determinada de público (um só sexo, uma faixa etária, um grupo de determinada escolaridade etc.).
Tipos de Comunicação
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Mesmo que seja segmentada, ou seja, dirigida especificamente para uma parcela determinada de público (um só sexo, uma faixa etária, um grupo de determinada escolaridade etc.), os meios de comunicação de massa não singularizam o indivíduo.
Tipos de Comunicação
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