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Cirurgia Bariátrica

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7 
 
1. INTRODUÇÃO 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011) – A obesidade é 
definida como o acúmulo excessivo de gordura, podendo gerar danos à saúde, 
causando risco de mortalidade se associada a outras doenças. 
A obesidade é uma doença bastante complexa, que está relacionada ao 
estilo de vida, ao meio ambiente e a genética, uma doença multifatorial, em que 
esses fatores ambientais e genéticos têm interação com as influências culturais, 
onde os indivíduos remetem muitas vezes a valores antigos ou geram costumes 
novos referentes à alimentação, fisiológicos, salientando o aumento do tecido 
adiposo e os fatores psicológicos, diminuindo a autoestima do individuo, 
principalmente no gênero feminino(ESCOTT-STUMP; MAHAN; RAYMOND, 2012). 
Segundo dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade 
(ABESO, 2009) a obesidade vem aumentando de forma significativa em várias 
partes do mundo, incluindo a população brasileira, por isso a importância e o 
cuidado devem ser levados em consideração, pois se trata de uma epidemia 
global. Pois do mesmo modo a OMS aponta a obesidade como um dos maiores 
problemas de saúde pública no mundo, onde a projeção do quadro de obesidade é 
que cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso em 2025, e mais de 
700 milhões estejam obesos, dessa forma sua prevalência tem aumentado nas 
últimas décadas. É citado ainda sobre o número de crianças com sobrepeso e 
obesidade no mundo, que poderá chegar a 75 milhões, caso nada seja feito por 
meio de políticas públicas, através do SUS com implantações de estratégias de 
prevenção, para que de alguma maneira minimize o crescimento do quadro da 
doença. 
No entanto, quando se fala de obesidade nos países desenvolvidos, a 
prevalência maior é nos Estados Unidos, infelizmente ainda é um número que 
assusta a população e pesquisadores científicos da área da saúde. Em síntese, de 
acordo com Escott-Stump et al. (2012, p. 465), há estimativas da porcentagem de 
sobrepeso e obesidade em crianças mas, principalmente aponta-se em adultos, 
8 
 
onde estão atingindo cerca de 66% dos adultos norte-americanos com sobrepeso 
e 32% apresentando-se com obesidade. 
Todavia, a obesidade aqui no Brasil vem tomando força, e infelizmente 
crescendo cada vez mais, segundo IBGE (2015) “o índice beira os 60%, cerca de 
82 milhões de pessoas apresentaram o IMC igual ou maior do que 25 (sobrepeso 
ou obesidade), com uma prevalência maior de excesso de peso no sexo feminino 
(58,2 %), que no sexo masculino (55,6%)”. 
Diante do aumento da obesidade no mundo, um estudo feito no 
Departamento de Bioquímica do Instituto de Biologia da Unicamp Campinas, SP e 
Departamento de Biodinâmica da Escola de Educação Física e Esporte da USP 
(AHLJr), São Paulo, SP, por Pereira et al. (2003) “um importante contribuidor para 
o desenvolvimento da obesidade, que promove aumento nos estoques de energia 
e peso corporal, é balanço energético positivo, que ocorre quando o valor calórico 
ingerido é superior ao gasto energético”. 
Quando se refere à obesidade, não se pode deixar de abordar sobre os 
diversos fatores externos que envolvem, ou podem desencadear a doença, como 
por exemplo, a aparência do indivíduo, onde Bernardi et al. (2005) contextualiza 
que “ devido à sua etiologia multifatorial é difícil mensurar a força de cada uma das 
variáveis envolvidas no processo do ganho excessivo de peso.” Entre elas, 
destaca-se a influência dos fatores socioculturais que impõem a sociedade um 
padrão de beleza em que as mulheres, na sua maioria vivem de acordo com o que 
na atualidade lhe é imposto. Porém não é uma questão generalizada, há quem 
não siga o padrão, não tendo a estado nutricional adequado. 
O controle de ingestão alimentar, através de dietas super restritivas e “da 
moda”, tornando crônico esse comportamento devido à pressão sociocultural, que 
impõe os tais padrões corporais, onde estes se tornam cada vez mais magros, 
esses fatores externos da sociedade são atitudes possivelmente desencadeadoras 
de transtornos alimentares. 
9 
 
 Ocorre a participação de determinados hormônios, onde estão envolvidos 
no desenvolvimento de obesidade como, por exemplo, a ação da obestatina e da 
grelina, onde respectivamente, agem estimulando a saciedade e estimulando a 
fome, o apetite. Em indivíduos saudáveis os níveis de grelina diminuem no período 
pós-prandial, já em indivíduos obesos esses níveis estão desregulados, 
contribuindo dessa forma para o aumento de peso, já que o estimulo da fome está 
em ênfase (NAVES, 2010). Já a obestatina, estimula a saciedade no período 
pósprandial, onde o ideal seria ter os níveis elevados deste hormônio, o que de 
fato não ocorre no organismo de um indivíduo obeso. 
Por isso os transtornos alimentares tem relação com o hipotálamo, já que 
esse é o responsável pela fome e saciedade, com a ação dos neurotransmissores 
nos núcleos hipotalâmicos, controlando dessa forma as sensações de fome e 
saciedade, os mecanismos hipotalâmicos contribuem há muito tempo no controle 
homeostático do balanço energético corporal, controle este que é exercido por 
neurônios específicos situados, em sua maior parte, no hipotálamo (VELLOSO, 
2006). 
Um balanço energético positivo, ou seja, a ingestão alimentar maior do que 
o gasto energético, pode desencadear na obesidade. Dessa forma ocorrem 
alterações na composição corporal, tendo um aumento de gordura corporal 
(PEREIRA; FRANCISCHI; LANCHA JR, 2003). O acúmulo de gordura, 
principalmente região abdominal, pode desencadear a inflamação no tecido 
adiposo, ou seja, aumento de citocinas inflamatórias no tecido adiposo Tumor 
Necrosis Factor (Fatores de necrose tumoral -TNF-α) e Interleucina (IL-6) como 
consequência esse quadro pode resultar na resistência à insulina e a leptina 
provocando alterações no controle da fome e da saciedade, um quadro de 
hiperinsulinemia e hiperglicemia, pois esta instalação da inflamação no tecido 
adiposo também pode comprometer a produção e ação do hormônio adiponectina, 
cuja função é aumentar a sensibilidade de insulina e captação de glicose, e quanto 
menos desse hormônio maior é o armazenamento de gordura no tecido, pois a 
saciedade fica comprometida. Em jejum, ocorre a diminuição dos níveis destes 
10 
 
hormônios (leptina e insulina) de forma que o hipotálamo lateral será estimulado, e 
consequentemente liberará os neurotransmissores orexígenos, onde estes são 
responsáveis pelo estímulo da fome, e diminuição da termogênese. Devido à 
resistência à insulina o indivíduo obeso pode apresentar um comprometimento no 
estimulo da saciedade, resultando no aumento da ingestão energética (VAN DE 
SANDE-LEE; VELLOSO, 2012). 
Por conta dessas alterações hormonais, ocorrem alterações metabólicas, 
como por exemplo, ativação de outras vias metabólicas. No tecido muscular ocorre 
menor captação de glicose, um quadro de hiperglicemia (aumento de glicose no 
sangue), hiperinsulinemia (pâncreas acaba produzindo uma maior quantidade de 
insulina, pois não está entrando glicose nas células) e hiperleptinemia (resistência 
a leptina), ocorrendo um excesso de glicose na corrente sanguínea, pois está 
instalada uma resistência à insulina, logo não está entrando glicose para dentro 
das células (VAN DE SANDE-LEE; VELLOSO, 2012). 
Com a atividade lipolídica aumentada, o organismo detecta que necessita 
de glicose, ativando dessa forma a via metabólica, no tecido hepático onde tem o 
armazenamento de glicose na forma de glicogênio, a glicogenólise (hidrólise do 
glicogênio em glicose), ou usando outra forma de captação de glicose, através de 
aminoácidos, lactato ou glicerol, pela gliconeogênese. 
Como consequênciada resistência à insulina, ocorre o acúmulo de 
triglicerídeos no fígado devido a essas alterações metabólicas, sendo que há 
outras alterações metabólicas, como níveis da pressão arterial elevados, níveis 
elevados de colesterol e triglicerídeos, e a obesidade abdominal (a síndrome 
metabólica) estão diretamente associados ao acúmulo de gordura nas células 
hepáticas, cujo nome da alteração metabólica denominada é, esteatose hepática 
não alcóolica (BROWNING; HORTON, 2004). 
Associada a obesidade podem surgir também outras comorbidades como, 
por exemplo, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), onde as mesmas estão 
11 
 
associadas ao nível de risco de comorbidades, podendo levar a mortalidade se 
não forem tratadas devidamente. 
A OMS (2000) classifica o estado nutricional do indivíduo através de duas 
variáveis, peso (kg) e estatura (m²), pelo índice de massa corpórea – IMC, valores 
estes desenvolvidos para pessoas adultas descendentes de europeus (tabela 1). 
Porém o IMC não é necessariamente um indicador para gordura corpórea, há 
outros indicadores que apontam a distribuição de massa gorda e massa magra. 
Tabela 1 – Classificação do estado nutricional pelo IMC e a relação com 
riscos de comorbidades: 
Classificação IMC (kg/m²) Risco de Comorbidades 
Baixo Peso <18,5 Baixo 
Peso Normal 18,5 – 24,9 Médio 
Pré-Obesidade/Sobrepeso 25,0 – 29,9 Aumentado 
Obesidade I 30,0 – 34,9 Moderado 
Obesidade II 35,0 – 39,9 Grave 
Obesidade III ≥ 40,0 Muito Grave 
Fonte: Adaptado de ABESO, 2009. 
Entretanto para se iniciar um tratamento contra a obesidade, sendo este 
baseado com alimentação e mudanças de comportamento, farmacológico ou 
cirúrgico, se faz necessária a obtenção de um diagnóstico nutricional. Segundo 
ABESO (2009) para que haja maior precisão na hora de diagnosticar um indivíduo 
com estado nutricional na faixa de obesidade, são feitas algumas avaliações para 
que tenha um resultado mais preciso da massa gordurosa e da distribuição da 
gordura, como por exemplo: 
• Medição da espessura das dobras cutâneas (DCT, DCB, DCSE e 
DCSI; estes são os locais onde melhor é refletida a adiposidade); 
• Bioimpedância; 
• Ultrassonografia; 
• Tomografia computadorizada; 
12 
 
• Ressonância magnética; 
• Relação circunferência cintura/quadril (RCQ); 
• Medida da circunferência abdominal;(ABESO, 2009; ROSSI et al., 
2009). 
Um destaque para o valor da medida da circunferência abdominal, onde a 
WHO (2000) reforça sobre a importância do ponto de corte para esse tipo de 
avaliação, visto que a mesma está associada a risco para doenças 
cardiovasculares e complicações metabólicas, onde os valores estão descritos e 
relacionados da seguinte maneira (quadro 1): 
 
Quadro 1 – Risco para doença cardiovascular e possíveis complicações 
metabólicas pelo aumento da circunferência da cintura 
Risco de obesidade associada a 
complicações metabólicas 
Homens 
(cm) 
Mulheres 
(cm) 
Sem risco < 94 < 80 
Risco alto ≥ 94 ≥ 80 
Risco muito alto ≥ 102 ≥ 88 
Fonte: Adaptado de WHO Obesidade, 2000. 
Peladificuldadeque se tem, em lidar com a doença desenvolveram-seao 
longo dos anos muitas hipóteses para explicar o porquê alguns indivíduos tornam-
se obesos e outros permanecem magros, ou encontrar respostas mais específicas 
sobre o desequilíbrio de peso que de fato tem uma grande influência na 
sociedade, visto que as pessoas estão cada vez mais em busca de uma melhor 
qualidade de vida, e questionam também a dificuldade dos obesos que perderam 
peso de alguma forma, seja qual for o tipode tratamento vinculado, ter de fato uma 
mudança de estilo de vidae mantê-la (ESCOTT-STUMP; MAHAN; RAYMOND, 
2012). 
13 
 
O tratamento da obesidade depende da perda de peso e da redução dos 
diversos fatores de risco presentes no processo, onde o mesmo tem como objetivo 
realizar intervenções para mudança do estilo de vida, na orientação dietoterápica, 
no aumento da atividade física e em mudanças comportamentais. Por não obterem 
o resultado esperado, de imediato, com mudanças de comportamento alimentares, 
por exemplo, os indivíduos buscam por tratamentos alternativos, com o uso de 
medicamentos farmacológicos para emagrecimento muitas vezes sem uma 
alimentação adequada. 
Segundo dados da ABESO/SBEM (2010), numa atualização oficial das 
Diretrizes para o tratamento farmacológico da obesidade e do sobrepeso no 
Posicionamento Oficial da Abeso associado à SBEM – Sociedade Brasileira de 
Endocrinologia e Metabologia –, quando o paciente apresenta complicações no 
tratamento ou tem alto risco de mortalidade e não apresenta perda de peso com 
medidas não farmacológicas, por exemplo, tratamento dietético e mudanças de 
comportamento, o uso de fármacos deve ser considerado. 
No Brasil, apenas cinco medicamentos estão registrados para o uso no 
tratamento farmacológico da obesidade: Anfepramona (dietilpropiona), 
femproporex, mazindol, sibutramina e orlistate. Porém apenas dois deles são 
permitidos de fato: Sibutramina e Orlistate, devido à ausência de estudos de longa 
duração, não há evidência de eficácia e segurança do uso dos mesmos citados 
anfepramona, femproporex, mazindol (ABESO-SBEM, 2010). Quanto à 
recomendação para fármacos é indicada quando houver falha do tratamento não 
farmacológico em pacientes: 
• Com IMC igual ou superior a 30 kg/m²; 
• Com IMC igual ou superior a 25 kg/m² associado a outros fatores de 
risco, como a hipertensão arterial, DM tipo 2, hiperlipidemia, apneia 
do sono, osteoartrose, gota, entre outras; 
• Com circunferência abdominal maior ou igual a 102cm (homens) e 
88 cm (mulheres). 
14 
 
Por ora, quando o indivíduo não consegue a perda de peso através de 
mudanças de comportamento alimentar, com tratamentos farmacológicos, e 
apresenta problemas associados à obesidade tendo o risco de mortalidade, e 
qualidade de vida comprometida devido à manutenção da obesidade mórbida, 
sendo indicado tratamento cirúrgico, como última alternativa (SILVA; KAWAHARA, 
2005). E através da cirurgia bariátrica, onde existem alguns tipos que serão 
comentados no decorrer do trabalho, com métodos distintos, mas ambas cirurgias 
com o mesmo propósito no tratamento da obesidade mórbida, a diminuição de 
ingestão alimentar e a perda de peso, com um controle em longo prazo (PORIES, 
2003 apud OLIVEIRA; LINARDI; AZEVEDO, 2004). Os critérios para indicações da 
realização da cirurgia bariátrica segundo o Ministério da Saúde estão 
apresentados no quadro 2: 
Quadro 2 – Critérios de Indicação para cirurgia bariátrica 
Adultos com IMC ≥ 40 kg/m² sem comorbidades 
Adultos com IMC ≥ 35 kg/m² com uma ou mais comorbidades associadas 
Resistência aos tratamentos conservadores realizados regularmente há pelo 
menos dois anos (dietoterapia, psicoterapia, tratamento farmacológico, e atividade 
física) 
Motivação, aceitação e conhecimento sobre os riscos da cirurgia 
Ausência de contraindicações 
Fonte: Adaptado de ABESO, 2009. 
Além dessas situações apontadas acima, existem outros critérios para a 
indicação da cirurgia bariátrica, que consideram os aspectos psicológicos e de 
conhecimento do paciente, apontado como os cinco C’s das indicações do 
processo cirúrgico. Convicção de que a perda de peso não se faz necessária 
especificamente por vaidade e da autoestima, mas sim por questões de melhora 
na qualidade física e mental da vida daquele paciente. Consciência da mudança 
15 
 
que ocorrerá após a realização da cirurgia e dos novos hábitos que serão 
implantados. Confiança é um dos aspectos básicos para tal procedimento, 
estabelecer a mesma entre a equipe multidisciplinare o paciente é essencial. 
Comprometimento do paciente para este tratamento, e para qualquer outro tipo é 
fundamental para o sucesso do mesmo. E por fim, é necessário o controle no 
período pós-operatório, com acompanhamento dos profissionais, para que haja 
sucesso no tratamento (SILVA; KAWAHARA, 2005). 
Entretanto, existem alguns fatores, situações clínicas bem pontuadas que 
se constituem contra indicações aos pacientes que pretendem se submeter à 
cirurgia bariátrica, são estes: Doença Bronco Pulmonar Obstrutiva Crônica 
(DBPOC) severa (asmáticos e enfisematosos severos), tromboembolismo venoso 
de forma repetitiva, miocardiopatia avançada, insuficiência hepática severa 
(cirrótico grave), insuficiência renal, distúrbios psiquiátricos, alcoolismo e 
dependência química (SILVA; KAWAHARA, 2005). 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 
(2014)– SBCBM – Pag.19, o número de indivíduos que passaram por esses tipos 
de processos cirúrgicos, aumentou cerca de 90% há cinco anos, e 300% em uma 
década, visto que em 2013 foram realizadas 80 mil cirurgias, onde 10% ativa na 
rede pública. Sendo o Brasil o 2º país com maior número de cirurgias realizadas, 
com os Estados Unidos na primeira posição, cerca de 140 mil processos cirúrgicos 
no tratamento para a obesidade, já realizados a cada ano. 
Existem três tipos de procedimentos cirúrgicos, as técnicas restritivas que 
limitam a capacidade gástrica, promovendo dessa forma uma saciedade mais 
rápida com menor quantidade de alimentos. As técnicas disabsortivas, tem 
objetivo de diminuir a absorção dos nutrientes, não interferindo muito na 
capacidade gástrica logo não exige uma redução significativa do volume alimentar, 
possibilitando desta forma um volume maior nas refeições se comparada a técnica 
restritiva, porém com risco de gerar perdas nutricionais por interferir no processo 
de absorção. E as técnicas mistas é uma combinação de ambas as técnicas 
16 
 
citadas anteriormente, com uma predominância na atuação restritiva (PORIES, 
2003 apud OLIVEIRA; LINARDI; AZEVEDO, 2004). 
Atualmente, desses três tipos de técnicas citadas, as que são mais 
utilizadas são as restritivas (balão intragástrico, gastroplastia vertical bandada e 
banda gástrica ajustável) e as mistas, tanto com maior componente restritivo 
quanto disabsortivo. As técnicas que tem elevada incidência de causas 
deficiências nutricional aos indivíduos são evitadas como forma de tratamento, 
devido a complicações metabólicas, no caso as disabsortivas (RESOLUÇÃO CFM, 
2005 apud MONTEIRO; ANGELIS, 2012). 
Em relação a estas técnicas, o Conselho Federal de Medicina (CFM), na 
resolução nº 1.942/10 explica que o balão intragástrico é colocado por via 
endoscópica, tendo como objetivo a diminuição da capacidade gástrica do 
paciente, dessa forma provocando a saciedade e diminuindo o volume residual 
que tem disponível no estômago para os alimentos, geralmente é uma técnica 
utilizada como coadjuvante, no período pré-operatório para contribuir para a perda 
de peso. Já a banda gástrica ajustável, técnica também restritiva, objetivando da 
mesma forma que a citada anteriormente, porém é implantada uma prótese de 
silicone, na região do estômago proximal, sendo este um método reversível e 
pouco agressivo, permitindo desta forma ajustes na prótese se necessário. 
Já na técnica cirúrgica denominada gastroplastia vertical ou gastrectomia 
vertical, ocorre o grampeamento ou a retirada de 80% do estômago, para que 
dessa forma a capacidade gástrica do paciente diminua, e por conta desta 
ressecção do fundo gástrico, possa ocorrer como consequência a diminuição do 
hormônio grelina, que estimula a sensação de fome e dessa forma a redução do 
apetite do mesmo (RESOLUÇÃO CFM, 2005 apud MONTEIRO; ANGELIS, 2012). 
Devido à redução do estômago e consequentemente a promoção de uma 
menor ingestão alimentar, ocorre também a redução de células parietais, onde as 
mesmas tem função de secretar o ácido gástrico e o fator intrínseco, fatores estes 
que são importante para a absorção de ferro, visto que o ferro é melhor absorvido 
17 
 
na acidez do estômago, e a absorção da vitamina B12, logo há o 
comprometimento na absorção dos mesmos (PAPINI-BERTO et al., 2001; 
RESOLUÇÃO CFM, 2005 apud MONTEIRO; ANGELIS, 2012). 
Para tal procedimento, a abordagem nutricional envolve diversos aspectos, 
onde existem dentro dela algumas limitações nutricionais e modificações 
dietoterápicas no período pós-cirúrgico como, por exemplo, alterações na 
consistência, onde existem fases das dietas que o indivíduo deve seguir, segundo 
recomendações e orientações de um profissional nutricionista, o fracionamento e 
porcionamento em cada refeição também é modificado (MOREIRA et al., 2011). 
No pós-operatório imediato, após liberação do jejum, inicia-se dieta líquida 
em uma fase de adaptação, com baixa ingestão calórica. Quando o paciente já 
está em nível domiciliar, a introdução dos alimentos é feita gradativamente, 
aumento de forma progressiva o aporte calórico. O mesmo deve ser orientado a 
ingerir pequenas porções por vez, e no momento da alta hospitalar, o paciente 
deve estar recebendo dieta líquida, oferecendo aproximadamente 100 kcal/dia, e 
deverá mantê-la durante aproximadamente 30 dias, lembrando que a evolução de 
cada fase da dieta conforme apresentada no quadro 3, deverá sempre respeitar o 
bem estar do paciente (SILVA; KAWAHARA, 2005; ISOSAKI; CARDOSO, 2004). 
 
Quadro 3 – Evolução da consistência das dietas no pós-cirúrgico 
Consistência da dieta Duração aproximada Características 
Dieta líquida de prova 01 semana – (2º a 3º dia PO) Bebidas permitidas são: 
água, água de coco, bebidas 
isotônicas e chás (com 
exceção do chá preto). Não 
pode ingerir de bebidas 
adoçadas com açúcar. 
Ingestão com volumes 
menores (20ml) ao longo do 
dia. 
Dieta líquida de transição 01 semana – (3º dia PO) Introdução da gelatina 
dietética e sucos de frutas 
coados e sem açúcar. 
Somente o caldo da sopa 
18 
 
 coado, bem transparente. S/ 
temperos industrializados. 
Dieta líquida completa 02 semanas – (10ºa 14º dia PO) Introdução de leite e 
derivados líquidos 
desnatados. Sopas ou 
canjas liquidificadas. Não é 
permitido ainda alimentação 
que necessite de 
mastigação. 
O tempo de adaptação da dieta líquida geralmente é de: 1 mês 
Dieta pastosa 02 semanas – (3ª a 5ª semana PO) Introdução de alimentos 
macios, amassados e em 
purê, e alimentos que 
necessite de mastigação já 
podem ser introduzidos, 
como carnes moídas e 
queijos magros. 
Dieta branda 04 semanas – (6ª semana PO) Introdução de alimentos 
abrandados em fibras, 
porém não ingerir hortaliças 
cruas, frutas com cascas e 
alimentos integrais. 
 
Dieta normal 
12ª semana PO (independência 
alimentar) 
Introdução de fibras, como 
por exemplo, frutas com 
cascas, alimentos integrais 
e hortaliças cruas. Estimular 
uma alimentação saudável, 
em proporção adequada 
dos grupos de alimentos. 
Fonte: Adaptado de CUPARRI, 2009. 
 
Portanto, para esse tipo de dieta hipocalórica tem-se a dificuldade que é a 
ingestão dos alimentos com todas essas limitações, com dietas muito restritivas, 
ou com consistências não muito agradáveis ao paladar e aos olhos. É de suma 
importância, a atuação da ciência gastronômica quanto a sua execução nesse 
processo do pós-operatório. Onde a gastronomia pode envolver arte culinária com 
nutrição, possibilitando dessa forma técnicas culinárias para um aspecto e 
características sensoriais colocando de melhor forma na dieta (RIBEIRO, 2009). 
19 
 
SegundoRibeiro (2009), ocorre que em dietas restritivas a qualidade do 
alimento, determinada por sua composição química, não produz no indivíduo um 
estímulo de alimentar-se. E para ativar esse estímulo, através dos próprios 
alimentos, melhorar com o gosto, cor, forma, aroma e textura, que os mesmos 
apresentam, desta forma gerar uma fonte de prazer, podendo abranger 
significados culturais, comportamentais e afetivos, atrelados aos aspectos 
nutricionais que o paciente necessita. Esses fundamentos são indispensáveis para 
a união da arte culinária e gastronomia, tendo o objetivo de melhora sensorial da 
dieta. 
Moreira et al. (2011, p. 204) afirma que “a evolução médica-nutricional, 
incluindo a seleção de pacientes e cuidados pré e pós-cirúrgicos, é fundamental 
para o sucesso terapêutico” por isso o cuidado ao escolher esse tipo de tratamento 
contra a obesidade deve ser minucioso, e o indivíduo deve estar ciente de todos 
os processos que envolvem esse tratamento. 
A Portaria Nº 425, de 19 de Março de 2013 da SAS – Secretaria de Atenção 
à Saúde – estabeleceu um regulamento técnico, com normas e critérios para a 
Assistência de Alta Complexidade ao Indivíduo com Obesidade. Onde foi 
considerada a Portaria nº 424/GM/MS, que atualiza as diretrizes para organização 
da prevenção e do tratamento do sobrepeso e obesidade como linha de cuidado 
prioritária na Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas e dá outras 
providências. A mesma ainda considerou a necessidade de ficar definido que a 
Assistência de Alta Complexidade ao Indivíduo com Obesidade, determinando os 
seus papéis na atenção à saúde e as qualidades técnicas necessárias, resolve 
que pelo Art. 1º onde fica definido: 
Que os estabelecimentos com Assistência de Alta Complexidade ao Indivíduo 
com Obesidade são os hospitais que oferecem apoio diagnóstico e terapêutico 
especializado, condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos 
humanos adequados ao atendimento aos indivíduos com obesidade. 
Além dos cuidadosrecomendados no pós-cirúrgico já estabelecido, se faz 
necessário e evidente que o paciente faça alguma atividade física para contribuir 
20 
 
com aspectos da sua saúde física e mental, podendo colaborar com o 
metabolismo energético. 
Monteiro et al. (2004) fala sobre a atividade física para pacientes que 
passaram pelo processo cirúrgico referente a intensidade da atividade, por 
exemplo, devendo atentar-se ás dificuldades em manter a redução de peso, bem 
como a necessidade do tratamento clínico ser conduzido sob a visão de uma boa 
equipe multidisciplinar especializada, voltada para a identificação de fatores que 
dificultem ou impendem essa perda de peso e a manutenção do peso perdido 
associado a um seguimento continuo dos pacientes para que se possa alcançar 
bons resultados a longo prazo. Mediante os tipos de tratamentos possíveis para a 
perda de peso, de forma isolada dificulta-se muito mais o processo, por isso a 
combinação de ambos, exercícios físicos e alimentação equilibrada e balanceada, 
são mais eficazes para a promoção da saúde (OMS, 2004). 
Entretanto, é necessário ponderar quanto à intensidade dos exercícios 
propostos para estes indivíduos, visto que pacientes com sobrepeso e obesos 
tendem a ter falta de fôlego e problemas musculoesqueléticos, o que 
possivelmente irá impedi-los de praticá-los. Devido a estes fatores, graus de 
atividades intensas devem ser avaliados, porém exercício físico se praticado com 
orientação devida, contribuem de forma positiva para uma composição corpórea 
(OMS, 2004). 
Mesmo com dificuldades em trabalhar com pacientes obesos e sobrepesos, 
por conta dos limites em que eles acabam se estabelecendo, muitas vezes com 
outras patologias associadas, não contribuindo desta forma para os tratamentos 
adotados, não se deve deixar de motivá-lo, o profissional nutricionista 
principalmente deve sempre buscar compreender o outro e dessa forma criar 
métodos para alcançar junto a ele os objetivos ou parte deles, que foram 
estabelecidos. A motivação contribui de forma positiva para quea melhora do 
quadro ocorra partir do momento em que os objetivos antes impostos, agora se 
concretizem por meios de materiais educativos, por exemplo. E dessa forma 
21 
 
servindo como uma ferramenta para o profissional nutricionista conseguir orientá-
los da melhor forma possível na terapia nutricional, para que o mesmo 
compreenda os desafios que são colocados, mas queda mesma maneiraé 
possível através dessas ferramentas, atingir aquilo que lhe é necessário 
(GOSTTSCHALL, 2009). 
Os materiais educativos, sem dúvida, devem abordar orientações 
necessárias para que o paciente consiga seguir com uma evolução positiva ao 
tratamento, para que seus objetivos sejam de fato atingidos, mesmo que em longo 
prazo, nesse processo todo, em relação a orientação nutricional na alta hospitalar, 
o autor sugere-se que o profissional defina um plano de ação adequado às 
condições socioeconômicas do paciente, com objetivos específicos, visando o bem 
estar do paciente, conforme suas necessidades. Após a definição do objetivo em 
conjunto com o paciente, orientações nutricionais são indicadas envolvendo a 
família e/ou acompanhante para que o mesmo consiga compreender a 
profundidade do tratamento e faça a adesão do mesmo. Um dos fatores mais 
importantes de todo este processo é a motivação, para que dessa maneira alcance 
os objetivos, onde os mesmos poderão ser explorados por meio de informações 
que esclareçam os benefícios (GOSTTSCHALL, 2009). 
Em vista dos argumentos apresentados, onde há um número alarmante que 
de indivíduos e populações, em países desenvolvidos e em desenvolvimento, com 
o diagnóstico da obesidade, e juntamente com número crescente de pessoas 
buscando como forma de tratamento da doença, a cirurgia bariátrica, contando 
com as mudanças e riscos que esses indivíduos se acometem ao decidir pela 
escolha da realização da cirurgia. Faz-se relevante o estudo dos mesmos, visando 
atingir um melhor conhecimento na atuação do nutricionista, buscando um 
atendimento mais positivo e concreto para com esta população, e para que isso 
ocorra de forma efetiva é imprescindível o acompanhamento da equipe 
multidisciplinar, com orientações, incentivos, estratégias e intervenções que o auxiliem 
nessa nova fase, no pós-operatório do paciente. 
 
22 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo Geral: 
 
 Identificar a atuação do nutricionista no tratamento pós-cirúrgico da 
obesidade, entender sua complexidade e dessa forma desenvolver 
soluções culinárias na fase de dieta pastosa para esse público. 
 
2.2 Objetivos Específicos: 
 
 Descrever o mecanismo que leva ao aparecimento da obesidade, 
identificando as causas, os métodos de diagnóstico e as respostas do 
organismo à doença. 
 Verificar quais são os índices e indicadores nutricionais utilizados na 
obtenção do diagnóstico nutricional da população estudada e confrontar 
com a literatura a adequação dos mesmos. 
 Identificar os principais medicamentos utilizados no tratamento das 
doenças e suas interações “droga-nutrientes”. 
 Identificar a possibilidade de prática esportiva bem como as 
particularidades da dieta no pré, durante e pós treino com relação à 
doença estudada. 
 Elaborar o cardápio de uma refeição principal completa (entrada, 
guarnição, prato principal, acompanhamento e sobremesa) adequado à 
necessidade da população estudada, visando manter e/ou aumentar 
ingestão alimentar do paciente no ambiente de internação hospitalar e 
contribuir para manutenção e/ou recuperação de seu estado nutricional. 
 Desenvolver receitas aplicando técnicas gastronômicas, alémde outros 
conhecimentos nutricionais. 
 Redigir a ficha técnica de preparo de cada receita, incluindo o cálculo de 
nutrientes. 
 Caracterizar a instituição estudada/visitada no contexto do SUS (sistema 
Único de Saúde). 
23 
 
 Elaborar um material educativo ilustrado que auxilie no tratamento das 
doenças especificadas, com metodologia e linguagem adequada à 
população estudada, incluindo neste material as receitas das 
preparações desenvolvidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
3 METODOLOGIA 
 
O projeto foi desenvolvido de forma coletiva, foi realizada uma visita técnica 
em uma instituição privada, com intuito de conhecer e vivenciar a atuação do 
nutricionista no tratamento pós-cirúrgico da obesidade, através da cirurgia 
bariátrica, a fim de desenvolver soluções culinárias na fase de dieta pastosa ao 
paciente que foi proposto no caso clínico hipotético (Anexo A), para o 
desenvolvimento por completo deste projeto. 
Para a coleta de dados da pesquisa de campo, foi elaborado um 
questionário (Apêndice A) em sala de aula, contendo apenas questões abertas. A 
visita realizada no dia 09/03/2016, conduzida pelo nutricionista da área 
clínica/hospitalar da instituição, foi um fator determinante no andamento do projeto, 
mediante Carta de Apresentação do Centro Universitário Senac (Anexo B), onde 
foi autorizada e realizada uma pesquisa de campo, com estudos descritivos. 
Em seu consultório, o nutricionista e a residente, também presente na data, 
mostrou-nos conceitos relevantes de fisiologia, anatomia, tratamentos 
dietoterápicos e de bioquímica, através de exposição por slides, com aulas e 
artigos científicos referente ás técnicas de cirurgia bariátrica. Em seguida nos 
explicou um pouco sobre o processo cirúrgico e todos os métodos utilizados sem 
diversos âmbitos, e também os que são mais utilizados pelo hospital, para lidar 
com pacientes que passaram ou passarão por esse processo. 
Além de informar sobre os diferentes métodos de cirurgia, indicando dessa 
forma os pós e contras de cada método. Posteriormente, foi direcionado e 
aplicado ao nutricionista o questionário desenvolvido pelo grupo, realizando dessa 
forma a coleta de dados, para futura tabulação dos mesmos, de maneira a 
confrontar com os referenciais teóricos, e mediante isto verificar a prática efetiva 
do nutricionista para este tipo de tratamento. 
Em conjunto com a pesquisa de campo, foram feitas pesquisas através de 
referenciais teóricos indicados por cada disciplina do curso, bem como pesquisa 
25 
 
bibliográfica via internet em sites de cunho científico, como por exemplo, consenso 
bariátrico brasileiro da obesidade, diretrizes para o tratamento farmacológico da 
obesidade e do sobrepeso, diretrizes brasileiras de obesidade (ABESO) e artigos 
científicos, onde primeiramente foram acessados os DeCS (Descritores em 
Ciências da Saúde) a fim de facilitar o processamento da pesquisa bibliográfica e o 
acesso aos artigos científicos via biblioteca online em bases de dados LILACS, 
Bireme e Scielo, os termos utilizados através das técnicas boleanas “and” para 
busca foram “obesidade” e “cirurgia bariátrica”, onde foi feita a pesquisa no 
período de 2001 a 2016. 
Todos os dados coletados em seguida foram analisados, interpretados e 
com base nesses procedimentos, foi feita a discussão dos resultados da pesquisa 
para um melhor desenvolvimento do projeto. 
Deste modo, baseado em todo o contexto pesquisado, estudado e 
analisado em conjunto com o caso clínico que será parâmetro para o 
desenvolvimento do projeto, foi definido a conduta dietoterápica, como 
consistência da dieta, as necessidades energéticas, e sua distribuição/dia para o 
indivíduo, dos macronutrientes e micronutrientes, o porcionamento das refeições, 
levando em consideração para o desenvolvimento de soluções culinárias a 
porcentagem da refeição ofertada no almoço, segundo recomendações da DRI. 
Em seguida, já com a conduta dietoterápica definida, e os referenciais 
teóricos analisados, foi elaborado um cardápio do almoço segundo as 
necessidades do indivíduo e sua atual situação, pensando nos principais 
nutrientes a serem atingidos através da refeição proposta. 
No Centro Universitário Senac, em sala de aula, foi entregue a lista de 
ingredientes no dia 07/03/2016, para posteriores testes que foram realizados na 
própria instituição de ensino, onde o primeiro teste ocorreu no dia 04/04/2016 para 
as adaptações da refeição a fim de minimizar os erros possíveis encontrados, 
assim como melhorar alguns pontos da receita na fase da dieta pastosa. Essas 
alterações foram estudadas com intuito de melhorar a funcionalidade e a 
26 
 
disponibilidade dos nutrientes no organismo dos indivíduos que apresentam a 
patologia já mencionada. 
Posteriormente a este teste, no dia 14/04/16 foi realizada uma apresentação 
parcial do projeto, mediante o conteúdo que já havia sido abordado durante o 
desenvolvimento do trabalho, a pré-banca. Onde foi possível ter um retorno da 
banca examinadora do projeto. 
Para finalizar os testes, foi desenvolvida uma preparação balanceada e 
equilibrada nutricionalmente, e gastronomicamente apresentar uma refeição 
atrativa, foi feito um segundo teste na instituição, no Centro de Gastronomia, na 
data de 16/05/2016, onde as registros de imagens foram tiradas como forma de 
registro para ser apresentado no presente projeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
4.1 Visita técnica 
Uma vez apresentadas as bases teóricas referenciadas, para sustentar o 
desenvolvimento do projeto, e a metodologia utilizada para a realização do 
mesmo, apresentam-se agora os resultados e discussão com base na visita 
técnica com profissionais especializados na área de Nutrição Clínica, e em 
conjunto com o caso hipotético que foi proposto, sendo este, motivação para 
responder os objetivos do projeto em questão. 
A visita efetuada no Hospital Sírio Libanês pode ser considerada de 
observação participativa, pois o grupo foi atendido pelo setor de Nutrição, que 
estavam cientes da pesquisa para o projeto integrador, onde foram estabelecidos 
contatos diretos com o Nutricionista Clínico e a residente do setor para a coleta de 
dados referente a pacientes que tenham efetuado algum tipo de cirurgia bariátrica, 
com foco na Gastroplastia Vertical, conforme dito anteriormente. 
Durante a realização da visita, foi possível verificar na prática, através de 
experiências relatadas por intermédio dos profissionais especializados da área 
deste hospital, o cuidado que é preciso ter com os pacientes que de fato através 
do diagnóstico clínico e nutricional devem passar pelo processo cirúrgico. E 
enfatizaram conteúdos sobre as limitações sensoriais e nutricionais que esses 
pacientes, quadro de um pós-cirúrgico apresenta. 
O Sírio-Libanês é uma instituição de saúde certificada como filantrópica pelo 
governo federal. Segue as leis que estabelecem isenções fiscais para ações de 
apoio ao desenvolvimento institucional do Sistema Único de Saúde (SUS). Sendo 
esta uma referência diante do centro cirúrgico presente no local, devido a milhares 
de cirurgias realizados por ano. E para o cumprimento da nova legislação de 
filantropia, específica para hospitais considerados de excelência e voltados à 
pesquisa e à capacitação de profissionais, meio este que a instituição utiliza para a 
realização de cirurgias bariátricas, através da filantropia, não apenas como um 
28 
 
órgão privado, por isso o Ministério da Saúdecriou o Programa de Apoio ao 
Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), onde a instituição está 
inserida nesse programa de apoio, com a aprovação e monitoramento do 
Ministério da Saúde. 
Quanto ao atendimento à população atendida na instituição, a mesma tem a 
existência de um núcleo de obesidade e transtornos alimentares, onde está 
inserida dentro deste, uma equipe multidisciplinar, aptos a atender com repleto 
profissionalismo os pacientes. Buscando conhecer e avaliar cada paciente 
conforme suas necessidades e comportamentos socioculturais, de forma 
individualizada, para que o tratamento necessário seja feito conforme segue no 
protocolo. O hospital prioriza o estimulo a mudança de comportamento para estes 
pacientes obesos, porém caso isso não ocorra, somente serão encaminhados para 
o cirurgião, apenas indivíduos que de fato tenham indicação para realizar a cirurgia 
bariátrica. 
Pela experiência dos profissionais presentes na visita técnica, o hospital não 
encontra muitas dificuldades em trabalhar no ambiente hospitalar junto com 
pacientes que possuem as características colocadas anteriormente, e exercer de 
fato suas atividades pertinentes aquele tipo de público, o único questionamento 
que foi levantado foi sobre questões de distorção de informações ao paciente, em 
profissionais distintos, como por exemplo, orientações de um médico e de um 
nutricionista, ou um paciente muitas vezes querer forçar o diagnóstico para estar 
apto a realizar a cirurgia, por questões não necessariamente com âmbito de 
qualidade de vida e saúde, mas puramente por estética. 
Alguns relatos da residente de nutrição do hospital nos fez estar mais 
perceptíveis em relação a posição que esses pacientes se encontram, onde a 
mesma dissertou sobre uma paciente que se incomodou certa vez com o andar da 
residente, pois estava utilizando um sapato de salto alto. Onde o simples fato da 
obesidade mórbida impedi-la de conseguir andar com o sapato de salto alto que 
29 
 
um dia ela tanto usou, e hoje devido a atual situação da doença que se encontra, 
não é possível mais utiliza-lo. 
Foi relatado casos também de pacientes que não fazem o 
acompanhamento nutricional adequado, e devido a essa falta de envolvimento ou 
força de vontade, após anos da realização da cirurgia, ou até menos de um ano, 
voltam a ter ganho de peso, o famoso efeito “sanfona”. Alguns pacientes por não 
se acostumarem ao novo estilo de vida, buscavam constantemente alimentos com 
alto valor calórico, e devido ao quadro não é possível realizar a oferta dos 
mesmos, logo eles batiam esses alimentos num liquidificador com água e se 
alimentavam dessa forma, somente pela vontade daqueles tipos de alimentos, que 
numa dieta para este tipo de paciente deve ser evitada. 
 
4.2 Caso Clínico Hipotético 
 
4.2.1 Conduta Nutricional 
Tendo como referência um caso clínico hipotético (anexo A), foi proposta 
uma conduta nutricional para a paciente, com base no diagnostico clinico 
estabelecido, dessa forma levando em consideração as doenças existentes, as 
associadas e risco para tais, com foco no tratamento cirúrgico apresentado. 
Os dados antropométricos no período pré-cirúrgico da paciente foi relatado 
da seguinte maneira: Peso de 103,5kg e altura de 1,66m. Desse modo pode-se 
calcular e estabelecer o valor do IMC de 37,64Kg/m², que de acordo com a OMS 
(2000) estava classificada como obesidade grau II, e apta a realizar o processo 
cirúrgico de gastrectomia vertical, visto que a mesma apresentava os seguintes 
critérios para tal: IMC ≥ 35 kg/m² com 02 (duas) comorbidades associadas, a 
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Esteatose Hepática grau 1, não obteve 
sucesso com a perda de peso por outros meios, bem como dietas com 
nutricionistas e mudanças de comportamento, e também dietas através de 
tratamento farmacológico prescrito por um médico. 
30 
 
 Outro critério para determinar a realização da cirurgia foi, a medida da 
circunferência da cintura (CC) da paciente, onde a mesma apresentava um valor 
de 99,5cm, e conforme determinado pela WHO Obesity (2000), circunferência da 
cintura ≥ 88 representa um risco muito elevado para desenvolver doenças 
cardiovasculares. 
No pós-operatório ela apresenta valores com a circunferência de braço no 
valor de 40,5 cm, em que através da classificação percentilar >P85, segundo 
Frisancho (1990) é classificado como obesidade. Ben-Noun e Laor (2006) 
estabeleceu que valores acima de 34 cm para a medida da circunferência de 
pescoço estão relacionados também, com risco de desenvolver doenças 
cardiovasculares e doenças associadas à obesidade. Sabendo-se disso a 
paciente, que apresenta 38,0 cm da medida, está na faixa de risco para tais 
doenças. 
Paciente apresenta-se com o peso atual de 91,5 kg após realização da 
cirurgia bariátrica e IMC de 33,30 kg/m², sendo assim a mesma continua com 
estado nutricional na faixa de obesidade, porém agora grau I, segundo a OMS 
(2000), em que ocorreu uma perda de peso de 12kg após a cirurgia. 
Posteriormente foi prescrita a conduta dietoterápica para paciente, mediante os 
dados já mencionados do caso hipotético (anexo A) considerando a obesidade 
grau I, a esteatose hepática (grau I) que a mesma foi diagnosticada recentemente 
e a presença de hipertensão arterial (HAS), que apresenta há 10 anos. 
Dessa forma, foi desenvolvido um cardápio para uma das refeições 
principais, sendo essa o almoço. Para se estabelecer as necessidades energéticas 
do almoço foi baseado na NET (Necessidade Energética Total) do dia e no 
fracionamento que o indivíduo iria receber diariamente, onde foram escolhidas 08 
refeições, mediante a recomendação de Silva et al. (2007) onde a mesma diz que 
são indicadas de 6 a 8 refeições por dia com intervalos de 2 a 3 horas e em 
volumes menores. E posteriormente o NET em 700 kcal devido a diminuição do 
volume gástrico imposto pela cirurgia, pois o paciente por volta da terceira semana 
31 
 
pós realização da gastrectomia vertical passa a ingerir dietas hipocalóricas, desta 
forma seguiu-se a recomendação de Silva et al. (2007), visto que não há na 
literatura fórmula específica para necessidade energética neste tipo de paciente. 
Depois de definir o NET foi definida a porcentagem que o almoço representaria, e 
a porcentagem estabelecida foi de 15%, representando assim 105 kcal. Para 
melhor explicação segue a representação no quadro 4 dessa distribuição 
informada acima: 
Quadro 4 - Distribuição da % do VET de 700kcal, considerando todas as refeições: 
Refeições Horários % VET Valor calórico 
Desjejum 6h30 15% 105 Kcal 
Lanche Da Manhã 1 9h30 10% 70 Kcal 
Lancha Da Manhã 2 11h30 10% 70 Kcal 
Almoço 
 
13h30 15% 
 
105 Kcal 
Lanche Da Tarde 1 15h30 10% 70 Kcal 
Lanche Da Tarde 2 17h30 15% 105 Kcal 
Jantar 19h30 10% 70 Kcal 
Ceia 21h30 15% 105 Kcal 
Total - 100% 700 Kcal 
 Fonte: As autoras, 2016. 
Em seguida, no quadro 5 foi realizada a distribuição dos macronutrientes do 
dia e posteriormente do almoço. Para essa divisão acontecer foi estabelecida 
primeiramente a quantidade proteica que o indivíduo deveria ingerir, esse valor foi 
definido através da recomendação da ABESO (2009), visto que para dietas de 
baixas calorias, entre 400 a 800 kcal/dia, é estipulada uma faixa de adequação de 
0,8 a 1,0g PTN/kg/peso ideal/dia em que deve ser de boa qualidade, no caso do 
paciente o peso ideal de 68 kg, sendo este baseado para o cálculo, utilizando o 
valor do IMC máximo na faixa de eutrofia, no qual foi definido a melhor opção para 
trabalhar com o cardápio deste paciente a quantidade de proteína 0,9g 
PTN/kg/pesoideal/dia. Assim foram definidos os valores dos outros 
macronutrientes, sendo 20% do VET de lipídeos, 45% de carboidratos e 35% de 
proteína, atendendo a recomendação de macronutrientes da Dietary Reference 
32 
 
Intakes (DRI, 2002), 10 a 35% do VET de proteína, 20 a 35% de lipídeos e 45 a 
65% de carboidratos. 
Quadro 5 - Recomendação dos macronutrientes ao dia e na refeição 
almoço, considerando VET de 700kcal, proteína 245g/dia, 20% do VET de lipídios 
e 15% do VET na refeição almoço. 
 
Nutrientes Recomendação Diária Recomendação Almoço 
 
 
Proteína 
0,9 x 68 = 61,2g 
 
9,19g 
 
245kcal 36,75kcal 
35% do VET 5,25% do VET 
 
 
Lipídio 
20% do VET 3,0% do VET 
140kcal 21,0kcal 
15,56g 
 
2,33g 
 
 
Carboidrato 
45% do VET 6,75% do VET 
315kcal 47,5kcal 
78,75g 
 
11,81g 
 
 
Total 
700kcal 105kcal 
100% do VET 15% do VET 
Fonte: As autoras, 2016. 
O quadro 6 mostra os valores das gorduras, sendo que as referências para 
elaboração da mesma foi baseado na OMS (2003), assim como na SBC – 
Sociedade Brasileira de Cardiologia – (2005). Pela OMS (2003) também foi 
definido as recomendações de fibra e colesterol. Sendo estes respectivamente 
<300mg e de 20 a 30g por dia. Em seguida mostram-se os valores da distribuição 
das gorduras totais, visto que a ingestão de valores elevados de gorduras 
saturadas podem ser prejudiciais à saúde do indivíduo, onde as mesmas estão 
associadas com risco de desenvolver doença arterial coronariana ou doenças 
cardiovasculares. 
33 
 
Estudos epidemiológicos, bem como este que foi feito por Carlos et al. 
(2004), onde o mesmo analisou a relação entre a nutrição as doenças 
cardiovasculares (DCV), mostra que a modificação nas proporções de ácidos 
graxos monoinsaturados podem ter relações, por exemplo, com a diminuição do 
valor da pressão arterial, fator este que é um possível desencadeador das DCV, 
visto que a gordura polinsaturada e monoinsaturada estão relacionadas a menores 
riscos de enfermidades cardíacas, porém a remoção da gordura saturada da dieta 
é duas vezes mais eficaz que o acréscimo da mesma quantidade de lipídios 
insaturados, portanto esse efeito positivo pode ser desfeito quando os valores de 
gorduras totais forem consumidos de forma elevada. 
Quadro 6 – Recomendação das gorduras, colesterol e fibra. 
Nutrientes Recomendação 
diária 
% Escolhida Recomendação 
no almoço 
Gordura 
saturada 
< 10% do VET 5 5,25kcal 
0,6g 
Gordura 
Poliinsaturada: 
≤ 10% do VET 7 7,35 kcal 
0,82g 
Gordura 
Monoinsaturada 
≤ 20% do VET 8 8,4kcal 
0,93g 
Colesterol < 300mg < 300mg < 40mg 
Fibras 20g a 30g 20g 3g 
Fonte: As autoras, 2016. 
 A escolha do valor da gordura saturada ser até 5% para oferta no cardápio, 
foi devida paciente permanecer obeso mesmo após a cirurgia, ter um histórico de 
escolhas alimentares de alto valor calórico, e, além disso, apresentar em seu 
diagnóstico esteatose hepática grau I, visto que a ingestão indevida de gorduras 
saturadas no organismo pode desencadear diversas complicações, porém não 
ultrapassou o limite estabelecido de até 10%, segundo Carlos et al. (2004) que 
associa essas alterações não adequadas e disserta sobre a ingestão elevada de 
gorduras saturadas em países que tem um alto índice de doenças coronarianas, 
34 
 
relacionando isso ao risco de morbidade possível para uma população com esse 
desbalanceamento. 
A escolha dos micronutrientes, sódio, ácido fólico, ferro, potássio e vitamina 
A, que foram propostos pela orientadora do projeto, visando uma melhor 
objetivação para o desenvolvimento do mesmo considerando as necessidades 
mais específicas do caso hipotético analisado onde estes são alguns dos que os 
pacientes mais apresentam deficiência no pós-operatório (MACHADO et al., 2015). 
Visto que os valores também foram baseados nos parâmetros das DRIs 
(1999,2000, 2001, 2002, 2004). Onde o quadro 7 apresenta as recomendações, 
dessa forma se torna possível apontar na mesma os valores e as análises do 
almoço ofertado. 
Quadro 7 – Recomendação diária dos micronutrientes. 
Micronutrientes Recomendação diária 
 
Recomendação refeição 
almoço 
 
RDA 
 
UL 
 
AI RDA 
 
UL 
 
AI 
Sódio (g/dia) - 2,3 1,5 - 0,345 0,225 
Acido fólico (µg/dia) 400 1.000 - 60 150 - 
Ferro (mg/dia) 18 45 - 18,9 6,75 - 
Potássio (mg/dia) 4700 - - 0,705 
Vitamina A (µg/dia) 700 3.000 - 105 450 - 
Fonte: As autoras, 2016. 
4.2.2 Análise da Refeição Almoço 
Para elaboração da refeição proposta (almoço) foram realizadas pesquisas 
de cunho cientifico e bibliográfica, bem como uma visita de campo ao hospital Sírio 
Libanês. Com a análise desses instrumentos foram definidas as preparações 
culinárias. As preparações escolhidas procuram atender as necessidades diárias e 
as restrições do paciente do caso hipotético (anexo A). 
35 
 
A refeição proposta ofereceu alimentos que facilitassem mastigação, mas 
principalmente a digestão, visto que o paciente está na fase de dieta pastosa 
(terceira semana do pós-operatório), para evitar dessa forma uma possível 
distensão gástrica. Por esse motivo foi incorporado ao cardápio alimentos com 
partículas de fácil dissolução na boca e alimentos bem cozidos, de modo que o 
paciente coma o mesmo se "desmanche" na boca, pois nessa fase podem ocorrer 
complicações na aceitação dos alimentos, bem como náuseas, vômitos, síndrome 
de Dumping, diarréia, constipação, obstrução gástrica, até mesmo a ruptura da 
linha de grampeamento e principalmente a deficiência de alguns micronutrientes 
específicos, tais como: ácido fólico, ferro e vitamina B12, a qual justifica, a 
necessidade de intervenção nutricional adequada (LEAL; FRANCA; NAVARRO, 
2010). 
É possível verificar no quadro 8 o cardápio do almoço, onde mostra as 
preparações e seus respectivos ingredientes, onde a mesma segue o cardápio 
sugerido para o almoço. Neste mesmo quadro pode-se verificar a indicação da 
imagem referida, sendo esta apresentada no decorrer do projeto. 
Os ingredientes escolhidos para as receitas foram baseados nas 
necessidades do paciente e nas recomendações do Guia Alimentar para a 
População Brasileira (BRASIL, 2014), o qual recomenda a ingestão de alimentos in 
natura e minimamente processados resultando em uma base ideal para uma 
alimentação balanceada, saborosa e culturalmente apropriada, com variedades de 
tipos de alimentos como tubérculos, legumes, verduras, frutas, leite, ovos e carnes 
e variedades dentro de cada tipo de alimento. Incluindo também texturas e cores 
dos pratos. Desse modo desenvolvendo preparações que facilitasse a digestão, 
que tivesse valores de proteína elevados (se comparados aos outros 
macronutrientes presente na refeição), baixo valor calórico e com uma porção 
reduzida, além de oferecer um cardápio harmônico e colorido. Para a realização 
das preparações culinárias foi levado em consideração o fato de serem receitas 
comuns (que provavelmente o paciente já teve contato anterior) evitando a 
rejeição da preparação. 
36 
 
Com base nas recomendações de micro e macronutrientes descritas 
anteriormente no trabalho foram escolhidos alimentos que procuram atender as 
necessidades nutricionais do paciente, tendo como o maior desafio atingir essas 
recomendações com uma dieta pastosa em uma grande refeição com apenas 15% 
do VET. Desse modo optou-se por alimentos como a carne magra, isto é, que 
possui um baixo teor de lípides; a oferta da couve-manteiga sem o processo de 
cocção, visandouma menor perda nutricional; a cenoura que complementa o 
cardápio como uma guarnição, com intuito de contribuir quanto as recomendações 
diárias de fruta, legumes e verduras (FLV), presente no Guia Alimentar para a 
população brasileira (BRASIL, 2014). Assim como o corte escolhido, que se 
pretende facilitar a ingestão e a apresentação do prato; e a clara de ovo, que 
acompanha o purê presente no escondidinho de carne moída a fim de aumentar o 
aporte proteico da refeição. 
Vale destacar que a gema do ovo foi descartada da receita, pois segundo 
um estudo feito por Rique et al. (2002) onde é citado pela American Heart 
Association (AHA) ela contém grande quantidade de lípides, sendo fonte de 
gorduras saturadas e colesterol. Sendo essas características o motivo da exclusão 
da mesma, pois deve-se ter atenção com a quantidade de lípides ofertados a um 
paciente pós CB, atuando na prevenção de DCV. Já a clara do ovo é descrita pela 
AHA sendo um alimento que contém quantidade significativa de folato, riboflavina, 
selênio, colina e vitaminas e alguns sais minerais, como o ferro, o potássio e o 
sódio. Estando associado com a prevenção da degeneração macular. 
O creme verde foi desenvolvido de modo eficiente, onde o mesmo já foi 
preparado com a água proveniente do cozimento da carne, aproveitando os 
nutrientes da mesma, onde se apresenta como fonte de proteína. O morango 
também foi escolhido com uma função especifica na preparação, sendo esta uma 
fonte de vitamina C, procurando contribuir com as recomendações diárias de 
frutas, visto que segundo Liu et al. (2002, apud RIQUE et al., 2002) a ingestão 
adequada de frutas fonte deste nutriente contribui para prevenção de DCV. Além 
disso, ele foi selecionado devido a sua coloração vibrante, favorecendo a harmonia 
37 
 
e o conjunto de cores da refeição. Para complementar a sobremesa, foi utilizado 
iogurte a fim de atingir os valores proteicos, pois devido o paciente estar num 
quadro pós-cirúrgico, há restrição gástrica que não permite a ingestão da cota 
diária necessária para a manutenção de massa protéica visceral e muscular, 
sendo necessária a suplementação, para evitar possíveis complicações (CHAVES 
et al., 2007). 
Quadro 8 – Cardápio. 
Cardápio 
Grupo Preparações 
Entrada Creme verde 
Prato principal – Prato base Escondidinho de carne moída 
Guarnição Cenoura cozida em tiras finas 
Sobremesa Moranguets (iogurte com morango) 
Fonte: As autoras, 2016. 
 
Figura 1 – Refeição Almoço 
Fonte: As autoras, 2016. 
Com o uso de tabelas de composição de alimentos e tabelas de medidas 
caseiras foram realizados os cálculos nutricionais da refeição proposta, sua 
análise quantitativa (Apêndice G) e as avaliações da adequação de 
micronutrientes e macronutrientes, bem como o valor calórico. 
38 
 
Quadro 9 – Análise de adequação da refeição. 
Nutrientes Recomendação 
Almoço (15% 
do VET) 
Valor 
encontrado 
no almoço 
% de 
adequação 
nutricional 
Análise 
 
Proteína 
9,19g 8,42g 
 
 
91,62% Normoproteica 
36,76kcal 33,70kcal 
 
Carboidrato 
11,81g 
 
 
10,73g 
 
90,86% Normoglicidica 
47,24kcal 42,92kcal 
 
Lipídio 
2,33g 
 
 
2,39g 
 
 
102,58% Normolipidica 
21,0kcal 21,51kcal 
Kcal 105kcal 98,13 kcal 93,46% Normocalórica 
Fonte: As autoras, 2016. 
Com os valores apresentados acima é possível dizer que a refeição está 
balanceada, visto que os valores dos macronutrientes e das calorias, mostradas 
no quadro 9, estão entre 90 a 110%. Atendendo na refeição as necessidades 
nutricionais da paciente. Sendo utilizadas as porcentagens de macronutrientes 
segundo as DRIS, já que pacientes que sofrem esse tipo de procedimento 
cirúrgico necessitam de uma quantidade elevada de proteína, para recuperação de 
massa magra que os mesmos perdem durante o procedimento e controle em 
relação aos carboidratos, principalmente os simples para evitar a síndrome de 
dumping (FANDIÑO et al., 2004). 
Quanto à análise dos micronutrientes no quadro 10 e de ácidos graxos (AG), 
colesterol e fibra alimentar no quadro 11, obtiveram-se os seguintes valores: 
 
 
 
 
 
39 
 
Quadro 10 - Analise de micronutrientes encontrados no almoço. 
Micronutrientes Recomendação 
diária 
 
Valor encontrado 
no almoço 
 
% de adequação 
em relação as 
DRIS 
RDA 
 
UL 
 
AI 
Sódio (g/dia) - 2,3 1,5 0,092g 6,13% 
Acido fólico 
(µg/dia) 
400 1.000 - 19µg 4,75% 
Ferro (mg/dia) 18 45 - 0,7mg 3,89% 
Potássio (mg/dia) 47000 316,25mg 6,72% 
Vitamina A (µg/dia) 700 3.000 - 102,24µg 14,61% 
Fonte: As autoras, 2016. 
O percentual de adequação presentes no quadro 10 mostra baixos valores, 
isso se deve a dois motivos, o primeiro deles seria o fato da recomendação ser 
diária, e no então projeto foi ofertado somente o almoço. O outro ponto que pode 
ser discutido a respeito desses valores é o volume ofertado na tal refeição, já que 
a quantidade da porção foi reduzida e o fracionamento diário também, deixando o 
almoço com porcentagem diária do VET comumente de um lanche, somado a isto 
se tem a redução do volume gástrico do paciente (MACHADO et al., 2015). 
Devido à realização da cirurgia, é possível ocorrer quadros de deficiência 
nutricional e posteriores complicações no estado de saúde físico e mental do 
paciente, alguns problemas neurológicos, bem como demência, confusão e 
irritabilidade, no caso de ter deficiência de ácido fólico, por exemplo. Por isso se 
faz necessário o aumento da oferta dos nutrientes, para que desse modo atinja as 
necessidades diárias dos mesmos. Como as necessidades energéticas do 
paciente é inferior ao restante da população não submetida à cirurgia, é ineficiente 
o aporte nutricional nesse quadro, por isso recomenda-se a suplementação devida 
(MACHADO et al., 2015). 
 
 
40 
 
Quadro 11 – Análise das gorduras, colesterol e fibras encontradas no almoço. 
Nutrientes Recomendação no 
almoço 
Valor 
encontrado 
Analise 
Gordura 
Saturada 
5,25kcal 6,21kcal 
 
Acima do 
recomendado 
 0,6g 0,69g 
Gordura 
Poliinsaturada 
7,35 kcal 0,96kcal Abaixo do 
recomendado 
 0,82g 0,107g 
Gordura 
Monoinsaturada 
8,4kcal 3,96kcal Abaixo do 
recomendado 
 0,93g 0,44g 
Colesterol < 40mg 9,72 Dentro do 
recomendado 
 
Fibras 3g 1,42g Abaixo do 
recomendado 
 
Fonte: As autoras, 2016. 
A respeito das gorduras estarem abaixo dos valores estabelecidos para essa 
refeição é ressaltado a dificuldade de atingir os valores das mesmas já que o 
fracionamento diário foi aumentado para 8 refeições, reduzindo a % equivalente do 
VET e consequentemente restringindo o valor calórico da refeição e dos 
nutrientes. Desse modo verifica-se que quanto maior a oferta de lípides, menor 
será a porção oferecida da refeição. 
Para que o paciente tenha uma ingestão adequada de gorduras é 
recomendado que em outras refeições durante o seu dia seja ofertado um maior 
valor desses, visto que quatro das suas refeições seguem a distribuição de 15% 
do VET e outras quatro com 10%, como mostra a tabela 2. Como opção pode-se 
orientar uma oferta maior de azeite em uma das preparações, já que as gorduras 
provenientes desses são de boa qualidade. 
Os percentis de gorduras escolhidos foram baseados na qualidade dessas e 
sua relação para com o paciente. Tendo em vista que a gordura saturada é pró-
inflamatória e isso contribui para o excesso de peso, aumento de citocinas 
inflamatórias, aumentando o risco de DCV e placas de aterosclerose bem como 
41riscos de dislipidemia. As gorduras poliinsaturadas são compostas pelos ácidos 
graxos essenciais, que assim como faz referência é essencial para a manutenção 
do individuo, sendo que o Omega 3 diminui ligeiramente HAS e favorece a 
redução dos triglicerídeos plasmáticos e diminui a síntese de VLDL (RIQUE et al., 
2002). 
As fibras são destacadas também, já que proporcionam benefícios para o 
paciente, pois aumenta a saciedade, diminuindo o trânsito intestinal, fator 
importante, já que suas porções foram reduzidas, além de estimular a mastigação, 
sendo este um fator relevante para esse tipo de paciente, e melhoram o 
esvaziamento gástrico assim como o funcionamento gastrointestinal, contribuindo 
na glicemia do paciente e suas concentrações de colesterol (CHANDALIA et al., 
2000). 
Tendo em vista a refeição completa, a mesma apresenta uma proposta 
interessante ao paciente, visto que os valores de macronutrientes foram atingidos 
e os de micronutrientes e separação de gordura podem ser alcançados ao longo 
do dia, preferencialmente via alimento, porém se for necessário fazer a 
suplementação com orientação de um profissional capacitado, buscando minimizar 
possíveis complicações, bem como neuropatia óptica, encefalopatia, neuropatias 
periféricas, consequentes pelas deficiências nutricionais de micronutrientes 
(MACHADO et al., 2015). 
As características sensoriais se tornam intensas e devem apreciar 
preparações com qualidade, e também gustativas do paciente foram um fator 
importante na elaboração do cardápio, e elas conseguiram atender o que foi 
proposto, com harmonia, cor e variedade, estimulando o consumo adequado, 
mesmo que em uma porção reduzida, pois são apresentadas em consistências de 
fácil digestão e que foge dos padrões de “purê”. 
Abaixo se tem o contato visual com as figuras de 2 a 5 das preparações 
realizadas no último teste, onde todas estão com um objeto de pequeno porte uma 
caixa de fósforos, para que se note a diferença no volume da oferta. Justifica-se a 
42 
 
apresentação da entrada como o creme no prato junto à refeição principal ou prato 
base por se tratar de volumes pequenos. 
 
Figura 2: Creme verde 
Fonte: As autoras, 2016. 
 
Figura 3: Cenoura Cozida 
Fonte: As autoras, 2016. 
 
Figura 4: Escondidinho de Carne Moída 
Fonte: As autoras, 2016. 
43 
 
 
Figura 5: Moranguet’s 
Fonte: As autoras, 2016. 
4.2.3 Atividade Física 
Um dos aspectos que contribuem para o aumento de gordura visceral, além 
da ingestão em excesso de alimentos com alto valor calórico, é o sedentarismo 
aplicado ao estilo de vida. É possível dizer que um indivíduo que se submeteu a 
cirurgia bariátrica, provavelmente não tinha o hábito da prática de atividade física, 
devido também acúmulo de gordura abdominal, logo esses fatores somados ao 
processo degenerativo do envelhecimento, acometem distúrbios psicomotores e 
falta de harmonia funcional e morfológica (CARRAVETTA et al., 2005). 
Quanto ao controle da atividade física em indivíduos obesos que passaram 
pela cirurgia bariátrica, é possível afirmar que a possibilidade de realização de 
atividades físicas, porém o ideal seriam as de intensidade moderada, devido ao 
processo cirúrgico que o indivíduo passou recentemente, sendo que são de 
grande significância as atividades ocupacionais diárias. Visto que é preciso evitar 
as atividades de alta intensidade, pois essa forma pode ocorrer complicações pós 
cirúrgicas, os pacientes não devem realizar grandes esforços neste período 
(BOSCATTO et al., 2012). 
Mediante dados da paciente do caso hipotético, visto que a mesma realizou a 
cirurgia há apenas três semanas, não é recomendada a prática de atividade física 
na atual circunstância, visto que pode comprometer no tratamento da obesidade 
44 
 
de imediato. Porém aproximadamente, 30 a 40 dias após a cirurgia, é 
recomendada o início da prática de atividade física, depois de já ter o diagnóstico 
do médico, onde a equipe interdisciplinar dá um feedback positivo para o início do 
programa, visto que pode gerar uma melhora no quadro do paciente que está em 
meio ao tratamento, é feito uma avaliação no 20º dia após a cirurgia 
(CARRAVETTA et al., 2005). 
O planejamento e a aplicação de um programa de atividades física, de forma 
individualizada se faz importante devido a benefícios atingidos quanto aos 
aspectos qualitativos e quantitativos do movimento, alterando então o estado 
comportamental de condições físicas, coordenação motora, componentes 
cognitivos, afetivos, e com certeza aspectos psicológicos e sociais (CARRAVETTA 
et al., 2005). 
Algumas das atividades que são possíveis aplicar a paciente, no 1º mês 
póscirúrgico, segundo Carravetta et al. (2005) são: “alongamento muscular, 
caminhada, mobilidade articular, reeducação postural e diferentes configurações 
de movimentos nas perspectivas socioafetiva, lúdica e cognoscitiva” com o intuito 
de potencializar e motivar as capacidades do paciente. 
 
4.2.4 Material Educativo 
O material educativo foi desenvolvido e elaborado com base nas 
necessidades e atual situação do paciente no período pós-cirúrgico, já que o 
mesmo necessita de cuidados específicos, por apresentar a doença em questão, a 
obesidade, sujeita a ocasionar um ganho de peso novamente. Por esse motivo 
foram abordadas orientações como fracionamento, pois serão em maior 
quantidade devido à diminuição do volume gástrico em quantidade significativa e a 
necessidade de obter os valores propostos de calorias diárias, assim como 
porcionamento; tipos de dieta e suas consistências específicas, após a cirurgia 
existem etapas de dietas a serem seguidas, no material é exemplificado cada uma 
delas, a fim de garantir a compreensão do paciente; importâncias sobre a 
45 
 
mastigação, sendo essa de forma continua e mais elevada, resultando numa forma 
eficiente de alcançar a saciedade; e, além disso, a importância de manter as 
conquistas da cirurgia, mesmo que em longo prazo. 
O vídeo aula foi escolhido, devido a sua possibilidade de diálogo através de 
imagens atrativas e som, promovendo dessa forma uma possível fixação do 
conteúdo que está disposto no mesmo, trazendo para os pacientes a 
compreensão de forma simples e objetiva, e através de um sistema de simples 
acesso, o indivíduo poderá ampliar seu conhecimento naquele momento de sua 
vida, que se faz de extrema importância, visto que após o processo cirúrgico o 
tratamento não cessa. A importância de manter o acompanhamento com os 
profissionais especialistas da área é fundamental, e o vídeo contribui de maneira 
que com as orientações inclusas (de cunho literário) já mencionadas, onde 
segundo Da Silva et al. (2005) aborda sobre as orientações dietéticas no período 
após a cirurgia, bem como, mastigar bem os alimentos e de forma lenta antes de 
engolir, pois se deve poupar o estômago, já que o mesmo está em fase de 
cicatrização, e desta forma ir evoluindo na dieta conforme o período que o 
paciente se encontra após a realização da cirurgia, respeitar o organismo é 
fundamental nessa fase de dieta pastosa. É importante deixar o paciente 
consciente da mudança do volume de alimentos que é possível ingerirem, onde o 
mesmo é diminuído. 
O material, que tem período curto de duração, um minuto e cinquenta e 
nove segundos (1’59”), será anexado a um disco rígido (DVD), no qual conterá 
informações como as citadas a cima. Com formato de vídeo aula, onde o mesmo 
tem o objetivo de ser entregue na alta hospitalar do paciente com um profissional 
devidamente capacitado, dando preferência para o nutricionista, já que o mesmo é 
responsável pelas orientações inclusas no material. O profissionalapós apresentar 
e assistir o conteúdo com o paciente irá explica-lo de forma sucinta e sanar 
possíveis dúvidas do paciente. 
 
46 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Como foi abordado neste trabalho, inúmeras são as causas da obesidade 
dentro de uma sociedade, onde parte desta busca uma perda de peso, seja ela 
através de mudanças de comportamento, atividade física e/ou tratamento dietético, 
e muitas das vezes com a frustação através dessa tentativa, inicia-se o uso de 
fármacos que são registrados e permitidos, bem como sibutramina e o orlistate. 
Após tais tentativas para perda de peso ineficazes, e apresentando os outros 
diversos quesitos necessários pode-se realizar o tratamento cirúrgico. 
 Foi possível verificar que a cirurgia bariátrica tem como objetivo a restrição 
calórica e de certa forma a diminuição da ingestão alimentar, bem como a perda 
de peso, sendo este um desafio para a equipe multidisciplinar, frente às 
dificuldades e limitações que são notórias no decorrer do processo de tratamento. 
E quando o paciente opta por esse tipo de tratamento ele deve estar ciente de 
todas as etapas e procedimentos do pós-cirúrgico e com o intuito de cumpri-los e 
manter-se na fase pós-cirúrgico de maneira adequada e bem orientada, garantindo 
a maior possibilidade de sucesso no tratamento. 
Para isso o caso hipotético que nos foi proposto nos serviu como parâmetro 
para termos efetividade no desenvolvimento do diagnóstico e a conduta 
dietoterápica da melhor forma possível no pós-cirúrgico, onde é aferido através da 
avaliação nutricional por parâmetros como IMC, Circunferências e Dobras 
Cutâneas principalmente, onde em seguida da liberação do jejum, começa-se a 
ofertar dietas em diferentes consistências, até chegar a dieta geral, sempre no 
tempo do organismo do paciente. Foi detectada a dificuldade da oferta de uma 
dieta hipocalórica com todas as limitações e restrições, como por exemplo, o 
volume da porção ser reduzido e o fracionamento elevado, mediante fase na dieta 
pastosa. 
Com isso foi pesquisado na literatura e confrontado na literatura alimentos 
que trariam benefícios ao paciente, tanto nutricionalmente como visualmente, bem 
como privilégios em suas características sensoriais. Ressaltando a importância de 
47 
 
alcançar os valores propostos, visto que a quantidade ofertada ao mesmo é 
reduzida e a dieta mais fracionada do que para indivíduos saudáveis, e pacientes 
neste quadro apresentam facilmente deficiências nutricionais, onde foi verificada a 
necessidade de suplementação ao mesmo, para evitar complicações no 
organismo. 
 Para isso foi elaborada uma refeição do dia (o almoço) com a distribuição 
devida de nutrientes para que se obtenha uma quantidade considerável para o 
mesmo, onde essas foram realizadas e em seguida elaboradas uma ficha técnica 
para cada uma, para auxiliar na preparação do cardápio. 
Para auxiliar pacientes no pós-cirúrgico foi apresentado e entregue um 
material educativo (com intuito de ser entregue na alta do hospital), elaborado pelo 
o grupo, que tem como objetivo facilitar as tarefas e deveres do pós-cirúrgico. O 
material dispõe (em formato de vídeo-aula) de informações sobre os cuidados e a 
importância de realizar as fases do pós-cirúrgico. Devendo ser entregue 
preferencialmente por um nutricionista. O acompanhamento do profissional é 
importante para explicar/revisar de forma sucinta os assuntos abordados no vídeo 
e sanar eventuais dúvidas do paciente. O vídeo tem em torno de dois minutos, 
sendo simples e objetivo, evitando a monotonia. 
Por meio da visita e das pesquisas já citadas pode-se perceber que há uma 
dificuldade em relação aos tratamentos contra a obesidade, principalmente a 
mudança de comportamento vinculada ao tratamento dietoterápico, e desta forma 
o atendimento ao aporte da necessidade energética. 
Foi observado que essa dificuldade é encontrada por vários motivos, 
podendo citar os fatores psicológicos, físicos e clínicos. Até mesmo quanto a 
prática de atividade física, onde foi analisado e visto que a mesma deve ser feita e 
acompanhada por um profissional apto, com muito cuidado, porém se faz 
relevante a introdução da mesma no tratamento contra a obesidade. 
Conclui-se, dessa forma, que tão relevante quanto garantir os nutrientes de 
forma balanceada, é proporcionar uma alimentação harmônica, de forma atrativa, que 
48 
 
estimule a vontade de comer, pois a fase de dieta líquida até a progressão para a 
dieta geral, se preparada com as devidas técnicas e aprimoramentos gastronômicos, 
evita a monotonia e auxilia o paciente durante o tratamento no seu dia a dia, através 
de uma alimentação mais saborosa, desenvolvendo sentimentos e lembranças 
positivas e que o ajude na adaptação de uma nova rotina com mais qualidade. 
Portanto, a atuação do profissional nutricionista e da equipe multidisciplinar é de 
extrema importância para que não ocorra a falhas durante o processo e para que 
motivação do paciente permita com que ele continuar com o acompanhamento 
para um prognóstico positivo frente ao tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
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I. Lex: Coletânea de Legislação e Jurisprudência, São Paulo, 1984. Legislação 
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CRISTINA, K.; Efeito de diferentes sanificantes sobre a

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