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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA DISCIPLINA: REDAÇÃO INSTRUMENTAL ALUNO: RUDOLF MATEUS DE JESUS SPECHT CASO CONCRETO 2 Caso concreto 1 O caso ocorreu em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2005. Uma mulher de 36 anos, desempregada, estava casada com um mecânico, também desempregado. Os dois moravam em um barraco de 10 metros quadrados, junto com seus três filhos. O mais velho tinha seis anos de idade; o filho do meio, quatro; o caçula, um ano e meio. É importante mencionar que essa mulher, Marcela, estava gestando o quarto filho. No mês de fevereiro daquele ano, em decorrência das fortes chuvas, um deslizamento de terra arrastou, ladeira abaixo, o lar em que vivia essa família. A mãe conseguiu salvar os dois filhos mais velhos, entretanto o caçula, ainda aprendendo a andar, não conseguiu sair a tempo. Morreu soterrado. Por tudo o que aconteceu, Marcela entrou em trabalho de parto. Chegou ao hospital público mais próximo e foi submetida a uma cesariana. Assim que ouviu o choro do bebê, prematuro, pediu para segurá-lo um pouco no colo. A enfermeira o permitiu. Marcela beijou a criança e jogou-a para trás. O menino caiu no chão, sofreu traumatismo craniano e morreu. Perguntada por que tomara aquela atitude, disse que não gostaria que seu filho passasse por tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Um exame realizado no Instituto Médico Legal apontou que Marcela se encontrava em estado puerperal no momento em que matou o próprio filho. Caso concreto 2 Este segundo caso ocorreu em São Paulo. A secretária Adriana Alves engravidou do namorado e, sem saber explicar por qual motivo, não contou o fato para ele; também não contou para mais ninguém. Seus pais, com quem morava, não sabiam de sua gravidez. Não compartilhou esse segredo com amigas ou colegas de trabalho. Definitivamente, ninguém conhecia a gestação de Adriana. Com o passar dos meses, Adriana não recebeu qualquer tipo de acompanhamento ou cuidado pré-natal especial; escondia a barriga com cintas e usava roupas largas. No mês de dezembro de 2006, quando participava de uma festa de final de ano, no escritório em que trabalha, sentiu-se mal e foi para casa. Sua intenção era realizar o parto sozinha e jogar a criança em um rio próximo à sua casa. Ocorre, porém, que o parto não transcorreu tranquilamente. Adriana teve complicações e teve de puxar à força a criança. Depois, matou-a afogada na bacia de água quente que separou para realizar o parto. Para se livrar da justiça, jogou a criança, já morta, no rio, enrolada em um saco preto. Muito debilitada, foi a um hospital buscar ajuda para si, mas não soube explicar o que aconteceu. Após breve investigação da Polícia, Adriana confessou tudo o que fizera. Exames comprovaram que ela não estava sob o estado puerperal. Questão 1 a) Indique os elementos da narrativa dos casos lidos. Caso Concreto 1: Quando: no ano de 2005. Onde: Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro. Quem: Marcela, 36 anos, desempregada, casada. O quê: Marcela, mãe de três filhos e gestando o quarto filho, perdeu sua casa num deslizamento de terra que acabou matando seu filho caçula soterrado, teve que se submeter a uma cesariana, logo após ter carregado o bebê, prematuro, Marcela matou-o. Como: Jogando o bebê para trás, causando traumatismo craniano. Porquê: Estava traumatizada por ter perdido sua casa e um de seus filhos no deslizamento, além de que ela e seu marido estavam desempregados. Caso Concreto 2: Quando: No mês de dezembro de 2006. Onde: São Paulo. Quem: Adriana Alves, secretária, solteira. O quê: Adriana engravidou do namorado e escondeu a gravidez de todos. Ao sentir-se mal durante uma festa de final de ano no seu trabalho, ela foi para casa para realizar o parto e jogar o bebê no rio, contudo, após complicações, matou o bebê e depois jogou a criança no rio. Como: Matando a criança afogada na bacia de água quente, em seguida, jogando o corpo no rio, enrolado em um saco preto. Porquê: Não queria que ninguém soubesse da sua gravidez. b) Ao perceber que as circunstâncias como a conduta é praticada influenciam substancialmente o crime imputado ao agente, o profissional do direito deve estar atento para selecionar todas as informações que não podem deixar de constar de sua exposição dos fatos. Identifique nos dois casos concretos quais informações não podem deixar de ser narradas e as indique em tópicos. Caso 1: Marcela - Mulher de 36 anos, desempregada, casada com um mecânico também desempregado; - Ambos moravam em um barraco de 10 metros quadrados com três filhos; - Ocorreu um deslizamento de terra que arrastou a casa da família; - O filho caçula de um ano e meio morreu soterrado; - O bebê nasceu prematuro; - Marcela beijou a criança e jogou-a para trás; - Marcela disse que não gostaria que seu filho passasse por tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Caso 2: Adriana - Engravidou do namorado e não contou o fato para ele; - Não contou para ninguém sobre sua gravidez, nem para seus pais que moravam com ela; - Não fez qualquer tipo de acompanhamento ou cuidado pré-natal- especial; - Foi para casa após sentir-se mal durante uma festa de final de ano, com a intenção de realizar o parto sozinha e jogar a criança no rio próximo à sua casa; c) Quais crimes praticaram Marcela e Adriana? Defenda seus pontos de vista em um parágrafo. Marcela praticou Infanticídio. Marcela estava sob o estado puerperal, portanto, cometeu o crime devido aos traumas recentes em sua vida. Adriana praticou Homicídio Doloso com ocultação de cadáver. Adriana não soube justificar o motivo do crime, contudo, desde o início da gravidez não contou a ninguém sobre o fato. Questão 2: Objetivas. 1. As narrativas jurídicas contêm características distintas das demais narrativas. Além disso, podem ser simples ou valoradas. Independentemente de serem simples ou valoradas, toda narrativa jurídica apresenta esta característica: (A) Ser escrita em terceira pessoa. (B) Apresentar a descrição dos espaços. (C) Ser parcial. (D) Conter modalizadores. (E) Ser imparcial. 2. Leia o trecho, analise os elementos constitutivos da narrativa e marque a alternativa correta: Trata-se de negligência ao dever de cuidar de Maria de Lurdes Silva, 27 anos, a que expôs sua filha Carla Silva de dois anos. O fato ocorreu em Botafogo, Rio de Janeiro. (A) Não é possível extrair do parágrafo o elemento "onde". (B) É possível extrair do parágrafo o elemento "quando". (C) O parágrafo informa o porquê do conflito. (D) É desconhecido o agente da ação. (E) O fato gerador do conflito não se encontra identificado nesse parágrafo, somente sua valoração.
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